Buscar

curso-97410-aula-04-v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 63 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
Alessandro Sanchez
18343704002 - Joao Melo
 
 1 
62 
SUMÁRIO 
Sumário ....................................................................................................................... 1 
Apresentação Pessoal ................................................................................................. 4 
Considerações Iniciais ................................................................................................. 5 
1 – Requisitos dos Títulos de Crédito .......................................................................... 6 
1.1. Conceito e Princípios Básicos ...................................................................................... 6 
1.2. Classificação dos Títulos de Crédito .......................................................................... 10 
1.2.1. Classificação dos títulos de crédito......................................................................................................... 10 
1.2.2. Quanto à natureza .................................................................................................................................. 11 
1.2.3. Quanto à vinculação à causa debendi .................................................................................................... 11 
1.2.4. Quanto à circulação ................................................................................................................................ 11 
1.2.5. Quanto ao conteúdo ............................................................................................................................... 12 
1.3. Constituição do Crédito Cambiário ............................................................................ 12 
1.3.1. Saque ...................................................................................................................................................... 12 
1.3.2. Aceite ...................................................................................................................................................... 12 
1.3.3. Endosso ................................................................................................................................................... 13 
1.3.4. Aval ......................................................................................................................................................... 14 
1.4. Exigibilidade do Crédito Cambiário ........................................................................... 15 
1.4.1. Vencimento ............................................................................................................................................ 15 
1.4.2. Pagamento .............................................................................................................................................. 15 
1.4.3. Protesto .................................................................................................................................................. 16 
1.4.4. Ação Cambial .......................................................................................................................................... 18 
1.4.5. Prescrição da Ação Cambial .................................................................................................................... 19 
2. Letra de Câmbio e Nota Promissória ..................................................................... 20 
2. 1. Letra de Câmbio ....................................................................................................... 20 
2.1.1. Saque ...................................................................................................................................................... 20 
2.1.2. Aceite ...................................................................................................................................................... 22 
2.1.3. Endosso ................................................................................................................................................... 23 
2.1.4. Aval ......................................................................................................................................................... 26 
2.1.5. Vencimento ............................................................................................................................................ 29 
2.1.6. Protesto .................................................................................................................................................. 30 
2.1.7. Prescrição ............................................................................................................................................... 32 
2.2. Nota Promissória ...................................................................................................... 33 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 2 
62 
3. Cheque .................................................................................................................. 34 
3.1. Características .......................................................................................................... 34 
3.2. Cheque Cruzado ........................................................................................................ 37 
3.3. Cheque para ser levado em conta ............................................................................. 37 
3.4. Cheque Visado .......................................................................................................... 38 
3.5. Cheque Administrativo.............................................................................................. 38 
3.6. Protesto e Ação Cambial ........................................................................................... 39 
4. Duplicata e Títulos Impróprios .............................................................................. 41 
4.1. Características .......................................................................................................... 41 
5 Cédulas de Crédito ................................................................................................. 46 
5.1. Conceito.................................................................................................................... 46 
5.2 Classificação .............................................................................................................. 46 
5.2.1. Quanto à espécie de garantia ................................................................................................................. 46 
5.2.2 Quanto às áreas específicas..................................................................................................................... 47 
5.2.3. Requisitos ............................................................................................................................................... 48 
5.2.3.1. Denominação ....................................................................................................................................... 48 
5.2.3.2. Promessa de adimplemento ................................................................................................................ 48 
5.2.3.3. Forma de pagamento .......................................................................................................................... 49 
5.2.3.4. Indicação do credor ............................................................................................................................. 49 
5.2.3.5. Valor do crédito ................................................................................................................................... 49 
5.2.3.6. Finalidade do financiamento ...............................................................................................................49 
5.2.3.7. Definição da garantia real .................................................................................................................... 49 
5.2.3.8. Encargos financeiros ............................................................................................................................ 49 
5.2.3.9. Praça de pagamento ............................................................................................................................ 50 
5.2.3.10. Data, lugar de emissão e assinatura .................................................................................................. 50 
5.2.3.11. Registro .............................................................................................................................................. 50 
5.2.4. Transferência .......................................................................................................................................... 51 
5.2.5. Caracteríticas .......................................................................................................................................... 52 
5.2.6. Conhecimento de Depósito e Warrant................................................................................................... 53 
Resumo ..................................................................................................................... 56 
Requisitos dos Titulos de Crédito ..................................................................................... 56 
Letra de câmbio e Nota Promissora ................................................................................. 57 
Cheque ............................................................................................................................ 58 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 3 
62 
Duplicatas e Titulos Impróprios ....................................................................................... 59 
Cédulas de Crédito ........................................................................................................... 60 
Considerações Finais ................................................................................................. 62 
 
 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 4 
62 
DIREITO EMPRESARIAL 
XXX EXAME DE ORDEM 
APRESENTAÇÃO PESSOAL 
Olá, alunos do Estratégia OAB! 
Sejam muito bem-vindos ao curso de Direito Empresarial focado na 1ª fase do XXX 
Exame de Ordem. Preparem-se para a jornada da aprovação!!!! 
O momento pede tranquilidade (para não atropelar o cronograma) e muita dedicação 
para conseguir estudar muitos assuntos em tão pouco tempo. 
Vou fazer uma breve apresentação. Meu nome é Alessandro Sanchez, sou professor 
de Direito Empresarial para 1ª e 2ª fase OAB do Estratégia Concursos. 
Ao longo de minha caminhada preparando alunos para a prova da OAB, pude escrever 
a primeira obra do país intitulada PRÁTICA JURÍDICA EMPRESARIAL e venho preparando 
milhares de alunos desde a primeira prova em que se ouviu falar em Direito Empresarial na 
segunda Fase da OAB. Agradeço muito a confiança e juntos faremos uma excelente 
preparação. 
Sei o quanto esta etapa é difícil, gera muita ansiedade, insegurança e incertezas. Mas, 
garanto a todos que os resultados virão e lá na frente irão agradecer pelos esforços 
empreendidos. Sempre vale a pena. Confie em mim! 
Foco total nos estudos, disciplina e venha comigo buscar essa carteirinha! 
Um abraço e bons estudos! 
Prof. Alessandro Sanchez 
 
 
 
e-mail: alessandro.sanchez@uol.com.br 
 
Instagram @Prof_SANCHEZ 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 5 
62 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Nesta aula de n. 04 iniciaremos nosso estudo sobre os títulos de crédito, tema com grande 
incidência. 
No decorrer das aulas iremos verificar algumas espécies de sociedade, mostrando como cada 
um a delas se constitui e suas diferenças. 
 
Abordamos os seguintes pontos nesta aula: 
 Requisitos dos Títulos de Crédito 
 Letra de Câmbio e Nota Promissória 
 Cheque 
 Duplicata e Títulos Impróprios 
 
Bons estudos a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 6 
62 
 
 
 
 
1 – REQUISITOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
1.1. CONCEITO E PRINCÍPIOS BÁSICOS 
Concentraremos nossos estudos na letra de câmbio, nota promissória, cheque e duplicata, 
pois os demais derivam destes; além disso, trataremos dos institutos que os cercam, para, 
finalmente, trabalhar as hiplóteses das ações cambiárias. 
 O título de crédito é um documento formal, com força executiva, representativo de dívida 
líquida e certa, de circulação desvinculada do negócio que o originou. 
O Código Civil prevê que se trata de “um documento necessário ao exercício do direito literal 
e autônomo nele contido.” Ocorre, a doutrina é no sentido de que a palavra contido é um 
erro, já que os direitos emergentes no título não estão contidos na cártula, mas 
mencionados. Um pouco mais a frente voltaremos a esse assunto. 
 
As suas principais características são: 
CARTULARIDADE: o título de crédito é um documento necessário ao exercício do direito 
nele mencionado, logo, é preciso apresentá-lo à pessoa indicada para efetuar o pagamento. 
Fácil circulação: 
agilidade nas 
relações 
cambiais
Executividade: 
ausência de 
discussão sobre 
existência/ 
exigibilidade 
obrigação
Atributos dos 
Títulos de Crédito
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 7 
62 
Assim, o princípio da cartularidade é o que exige a exibição original do título de crédito para 
exercer o direito dele resultante. Na cobrança judicial, por exemplo, o original do título deve 
ser juntado com a petição inicial. Igualmente para fundamentar requerimento de falência 
com base na impontualidade. 
A posse do título é o pressuposto para alguém exercer o direito nele mencionado. Não 
basta, porém, a apresentação da fotocópia, ainda que autenticada. É preciso a exibição do 
título de crédito original, pois só assim se tem a garantia de que não houve sua circulação. 
Vale ainda ressaltar que o título de crédito é documento, isto é, um papel escrito, dotado de 
conteúdo e identificação do signatário com valor probatório. 
O escrito, para ser título de crédito, deve ser lançado em papel, não se admitindo gravações, 
filmagens, nem pen drive ou similar. Não existe, também, título de crédito oral. 
Sobre as exceções ao princípio da cartularidade, cumpre mencionar duas, a seguir: 
A primeira é o protesto por indicações da duplicata, já que será possível protestar o título 
mesmo sem tê-lo em mãos, já que o protesto se dará com a mera posse do comprovante de 
entrega de mercadorias, cópia do livro de duplicatas ou uma segunda via do título. 
A segunda é a possibilidade de se mover ação de execução com base em fotocópia, 
comprovando-se que o original se encontra apreendido em inquérito policial ou processo-
crime, aguardando a realização da perícia. 
LITERALIDADE: O direito que, por meio do título de crédito, se pretende exercer deve estar 
literalmente nele mencionado. Aliás, qualquer relação jurídica relacionada com o título de 
crédito só é levada em consideração quando nele constar expressamente. 
O aval, por exemplo, quando lançado fora do título de crédito, ainda que por escritura 
pública, não tem a naturezajurídica de aval, embora possa valer como fiança. 
A quitação lançada em documento separado, isto é, fora do título, não produz efeitos. 
Igualmente, o endosso em separado não surte efeito algum. 
Pelo princípio da literalidade, só é levado em consideração o que está escrito no título de 
crédito, e, por consequência, as obrigações inseridas em separado a ele não se integram. 
Exceção a esse princípio verifica-se na duplicata, pois o § 1º do art. 9º da Lei 5.474/1968 
admite a quitação, pelo legítimo possuidor do título, em documento separado. 
AUTONOMIA: Esse princípio é explicado por intermédio de sub-princípios, a seguir: 
A) ABSTRAÇÃO: o princípio da abstração consagra a irrelevância da causa que deu origem 
ao título, em relação ao terceiro de boa-fé para o qual este fora transferido. 
Se, por exemplo, um cheque obtido mediante extorsão é transferido pelo extorsionário a um 
terceiro de boa-fé, este poderá descontá-lo validamente. 
Outro exemplo: se o vendedor de carro roubado transfere a terceiro de boa-fé o título de 
crédito que recebera em pagamento, este poderá cobrar o título do comprador que 
desconhecia a origem criminosa do bem adquirido. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 8 
62 
O princípio da abstração, porém, só é aplicado em relação ao terceiro, que de boa-fé 
adquiriu o título de crédito de um dos contratantes. Não é aplicado entre os contratantes, 
pois eles se obrigam pelo contrato, e, por consequência, o vício que o contamina é uma 
defesa pessoal alegável para inibir o pagamento do título de crédito. 
Nos exemplos acima, os contratantes que fora vítima de extorsão e o que emitiu o título de 
crédito para comprar o carro roubado podem se recusar, perante o outro contratante, a 
efetuar o pagamento do título de crédito, invocando, para tanto, a nulidade da obrigação 
fundamental que originou a sua emissão. 
Força convir, portanto, que o princípio da abstração só entra em cena quando o título de 
crédito é posto em circulação, aplicando-se, tão somente, entre as pessoas que não 
contrataram entre si. 
B) INDEPENDÊNCIA: o princípio da autonomia consagra a independência das relações 
jurídicas constantes no título de crédito. 
Se, por exemplo, o emitente da letra de câmbio for incapaz, ainda assim o credor poderá 
exigir o pagamento do devedor, isto é, do aceitante, sendo que este último, em razão do 
princípio da autonomia, não poderá alegar a nulidade do título pelo fato de ter sido emitido 
por incapaz. 
Assim, a nulidade de uma obrigação lançada no título não contamina as outras obrigações 
nele mencionadas, porque elas são autônomas, propiciando-se, destarte, que o possuidor de 
boa-fé execute um direito próprio, assim, não pode ser restringido ou destruído em virtude 
das relações entre os anteriores possuidores e o devedor, pois cada obrigação que deriva do 
título é autônoma em relação às demais. 
INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES AOS TERCEIROS DE BOA-FÉ: dispõe o art. 17 da Lei 
Uniforme de Genebra: 
As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador 
exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os 
portadores anteriores, a menos que o portador, ao adquirir a letra, tenha 
procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
Assim, o princípio da inoponibilidade consubstancia-se na proibição de o devedor, no plano 
processual, alegar, em face do portador do título de crédito, as defesas pessoais que poderia 
sustentar contra os coobrigados anteriores. 
Vê-se, assim, que o terceiro de boa-fé, quando adquire o título de crédito, o recebe 
purificado, não tendo, pois, que se preocupar com os fatos modificativos ou extintivos 
atinentes aos direitos de seus antecessores. 
Se, por exemplo, a relação fundamental, isto é, que originou a emissão de um título de 
crédito envolvendo “Marta” e “Cristiane”, diz respeito à venda de um automóvel, e este 
apresenta algum vício redibitório, referido fato não poderá ser alegado pelo devedor ao 
terceiro que, de boa-fé, houver adquirido o título. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 9 
62 
 
 
 
Em três hipóteses, no entanto, o devedor poderá alegar as exceções visando inibir o 
pagamento do título. 
A primeira refere-se às exceções comuns, que são defesas pertinentes à inexistência, 
invalidade ou inexigibilidade do título de crédito. Exemplos: falsificação, nulidade por falta 
de requisito essencial e prescrição do título. 
A segunda refere-se às exceções pessoais envolvendo diretamente o devedor e o portador 
do título. Se, por exemplo, o terceiro de boa-fé for cobrar o título do devedor, este poderá 
arguir a compensação da importância que este terceiro também lhe deve. 
A última verifica-se quando o terceiro adquire o título de crédito de má-fé, vale dizer, 
consciente do fato que poderia ser alegado em face do credor anterior. 
Não se exige, para a caracterização da má-fé, o conluio entre o terceiro adquirente e a pessoa 
que lhe transferiu a cártula, pois é suficiente para a torpeza a aquisição do título com 
conhecimento das defesas pessoais que o devedor poderia opor contra o credor anterior. 
Se, no exemplo citado anteriormente, o terceiro adquirisse o título de crédito ciente do vício 
redibitório que maculava o automóvel, ao devedor, que havia adquirido o carro com defeito, 
será facultado defender-se mediante arguição da ocorrência de vício redibitório, opondo-se, 
destarte, ao pagamento. 
Outro exemplo: “Marta” é o devedor de um título de crédito em face de “Cristiane”, mas, 
como este também é seu devedor, não pretende efetivar o pagamento direto, e sim 
compensar as dívidas. Diante disso, “Cristiane” resolve transferir a cártula a “Formiga”, que 
apresenta a “Marta” para cobrança. 
Títulos de Crédito - Características
Cartularidade
Materialização do 
título: modelos 
livres e vinculados
Literalidade
Direitos e 
obrigações devem 
constar 
expressamente do 
título
Autonomia
Abstração: causa ou 
origem do título é 
irrelevante ao 
terceiro de boa-fé
Inoponibilidade de 
exceções pessoais
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 10 
62 
 
Indaga-se: “Marta” poderá se opor ao pagamento, alegando a tal compensação? Depende. 
Se “Cristiane” estava de boa-fé, entra em cena o princípio da inoponibilidade das exceções 
pessoais como fator impeditivo da dita defesa. 
Se, ao revés, “Formiga” procedeu de má-fé, tinha consciência da dívida que “Cristiane” tinha 
em relação a “Marta”, podendo, este último, arguir como defesa a compensação, 
esquivando-se, assim, de efetuar o pagamento direto do título. 
Convém, ainda, esclarecer que a má-fé, conforme se depreende da análise do art. 17, 
pertencente ao anexo II da Lei Uniforme, é analisada no tempo da aquisição do título pelo 
terceiro. 
Se este, após adquiri-lo de boa-fé toma conhecimento das relações pessoais arguíveis 
perante o seu antecessor, esse fato posterior não impede a aplicação do princípio da 
inoponibilidade. 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 
1.2.1. Classificação dos títulos de crédito 
A. Quanto ao modelo 
MODELOS LIVRES: são aqueles que não possuem uma forma ou padrão preestabelecido pela 
lei, portanto, podem ser confeccionados de forma livre, utilizando-se de modelo próprio, 
desde que estejam presentes os requisitos legais que devem constar no conteúdo do título. 
Ex.: letra de câmbio e nota promissória. 
Exceções ao pagamento do título de 
crédito
Comuns: inexistência, invalidade ou 
inexigibilidade
Pessoais: envolve diretamente devedor e 
portador do título
Terceiro adquirente de má-fé
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarialp/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 11 
62 
MODELOS VINCULADOS: são aqueles que possuem uma forma ou padrão predeterminado 
pela lei, significando que o direito definiu um padrão para o preenchimento dos requisitos 
específicos de cada um. Ex.: cheque e duplicata. 
Ninguém pode confeccionar um impresso, constando tratar-se de cheque, pois cheque 
somente será o título que o banco (sacado) fornece ao emitente (sacador), seguindo-se o 
modelo estatuído pela lei. 
Portanto, ainda que constem todos os requisitos do cheque num impresso de confecção 
própria, o sacado (banco) deverá recusar o pagamento quando de sua apresentação. 
1.2.2. Quanto à natureza 
ORDEM DE PAGAMENTO: trata-se de título que apresenta três situações jurídicas 
diferentes: aquele que dá ordem (sacador ou emitente), aquele que recebe a ordem (sacado 
ou devedor) e aquele que é beneficiário da ordem (tomador). Ex.: letra de câmbio, cheque e 
duplicata mercantil. 
PROMESSA DE PAGAMENTO: trata-se de título que apresenta duas situações jurídicas 
diferentes: aquele que promete o pagamento e aquele que é beneficiário do pagamento, isto 
é, o beneficiário da promessa. Ex.: nota promissória. 
1.2.3. Quanto à vinculação à causa debendi 
CAUSAIS: são aqueles que somente podem ser emitidos se ocorrer o fato que a lei elegeu 
como causa possível para sua emissão. Ex.: duplicata mercantil. 
NÃO CAUSAIS (OU ABSTRATOS): são aqueles que podem ser criados por qualquer causa, 
representando obrigação de qualquer natureza, já que o título, a partir do momento em que 
é emitido, torna-se livre da causa que lhe originou. Ex.: letra de câmbio, cheque e nota 
promissória. 
1.2.4. Quanto à circulação 
AO PORTADOR: são aqueles que não identificam o credor, sendo transmissíveis por mera 
tradição. 
NOMINATIVOS: são aqueles que identificam o credor, isto é, o título é emitido em favor de 
pessoa cujo nome conste no registro do emitente, sendo que sua transmissão pressupõe, 
além da tradição, outro ato jurídico (endosso ou cessão de crédito). 
Os títulos nominativos podem ser “à ordem” ou “não à ordem”. Os títulos nominativos à 
ordem são aqueles que podem ser transferidos pelo beneficiário a um terceiro mediante 
endosso. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 12 
62 
1.2.5. Quanto ao conteúdo 
TÍTULOS DE CRÉDITO PROPRIAMENTE DITOS: são aqueles que dão direito a uma prestação 
de coisa fungível, isto é, coisas que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, 
quantidade e qualidade. Ex.: título representativo de uma quantia em dinheiro – cheque. 
TÍTULOS DESTINADOS À AQUISIÇÃO DE DIREITOS REAIS SOBRE COISAS DETERMINADAS: 
importam na aquisição de um direito real sobre a mercadoria depositada. Ex.: conhecimento 
de depósito. 
TÍTULOS QUE ATRIBUEM A QUALIDADE DE SÓCIO: são aqueles que permitem a seu titular 
exercer determinadas funções ou praticar certos atos. Ex.: ações. 
TÍTULOS IMPROPRIAMENTE DITOS, TAMBÉM CHAMADOS “DE LEGITIMAÇÃO”: são aqueles 
que dão ao titular o direito de reclamar certos serviços. Ex.: bilhete de estrada de ferro. 
1.3. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO CAMBIÁRIO 
1.3.1. Saque 
Saque é o ato pelo qual se emite um título de crédito. 
Nos títulos de crédito representativos por uma ordem de pagamento, como a letra de 
câmbio, cheque e duplicata, aquele que emite o título é chamado de sacador. 
Aquele contra quem o título é emitido é chamado de sacado. O beneficiário do título é 
chamado de tomador. 
Na nota promissória, como há uma promessa de pagamento, o saque é feito pelo devedor 
que assina o título se comprometendo a pagar a quantia nele mencionada. Portanto, na nota 
promissória tem-se o devedor chamado de emitente e o credor chamado de beneficiário. 
São efeitos do saque: 
a) o beneficiário do título estará autorizado a procurar o sacado para, dadas certas condições, 
poder receber dele a quantia referida no título; 
b) embora o sacado seja o responsável pelo pagamento do título, o sacador, com a emissão 
do título, tornou-se codevedor do título, motivo pelo qual tanto o sacado quanto o sacador 
poderão ser chamados a pagar o débito. 
1.3.2. Aceite 
Aceite é o ato pelo qual o sacado concorda em pagar a dívida constante do título ao 
portador ou àquele que estiver designado no título. 
O aceite somente ocorre na letra de câmbio e na duplicata, já que na nota promissória e no 
cheque este ato não ocorre. Aquele que aceita é chamado de aceitante. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 13 
62 
O aceite de uma letra de câmbio não é obrigatório, portanto, ninguém é obrigado a aceitar 
este título; porém, aceitando o título, tornar-se-á devedor da quantia nele mencionada. 
Já na duplicata, o aceite é obrigatório, sendo que o sacado somente poderá recusar o aceite 
se a mercadoria não foi recebida ou foi avariada, se houve vícios na qualidade ou quantidade 
da mercadoria ou divergências nos prazos ou preços ajustados (art. 8º da LD), ou, tratando-
se de prestação de serviço, se o serviço não corresponde ao que foi efetivamente contratado, 
por vícios ou defeitos na qualidade do serviço prestado devidamente comprovados, ou se 
houver divergências nos prazos ou preços ajustados (art. 21 da LD). Nestas hipóteses acima, 
é lícito ao sacado recusar o aceite. 
O aceite resulta da simples assinatura do sacado lançada no anverso do título, podendo ser 
firmada no verso, desde que identificado o ato praticado pela expressão “aceito” ou outra 
equivalente. 
O aceitante torna-se o devedor principal do título, significando que o beneficiário deste, no 
vencimento, poderá procurá-lo, inicialmente, para cobrar o pagamento, sendo que, na recusa 
deste, nada impede que o beneficiário cobre dos demais coobrigados (sacador, endossatários 
e avalistas). 
Na letra de câmbio, embora seja comportamento lícito a recusa do aceite, isso importa na 
antecipação do vencimento da dívida, a fim de resguardar os interesses do tomador do 
título. 
É possível o aceite parcial na letra de câmbio. O aceite é parcial quando é limitativo ou 
modificativo. No primeiro, o aceitante concorda com parte do valor do título. No segundo, o 
aceitante adere ao título, porém as condições fixadas sofrem alterações. Daquela parte em 
que houve recusa do aceite, considera-se antecipado o vencimento da dívida. 
1.3.3. Endosso 
Endosso é o ato pelo qual o beneficiário de um título opera sua transferência a outrem. 
Evidente que a transferência do título a terceiro se efetiva mediante a tradição, já que é 
necessária a apresentação do título para sua cobrança. (“cartularidade”). 
Aquele que transfere o título é chamado de endossante (ou endossador). O adquirente do 
título é chamado de endossatário. Não há limites para o número de endossos, podendo ser 
endossado diversas vezes ou nunca ser endossado. 
O endosso pode ser “em branco”, quando não identificado o endossatário, tornando-se 
título ao portador, ou “em preto”, quando o endossatário é identificado, tornando-se título 
nominativo. 
O endosso resulta da simples assinatura do credor do título lançado no seu verso, podendo 
ser feita sob a expressão “pague-se a ...” (endosso em preto) ou simplesmente “pague-se” 
(endosso em branco), ou sob outra expressão equivalente, não podendo o endossador 
limitar-se a assinar o título. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 14 
62 
No endosso em branco, a transferência do título pode ser feita mediante mera tradição, 
hipótese em que o credor do título que o transfere não ficará coobrigado. É nulo o endosso 
parcial. 
O endossocondicional, em que a transferência do crédito fica subordinada a alguma 
condição, resolutiva ou suspensiva, não é nulo, mas referida condição será ineficaz, porque 
a lei a considera não escrita. 
Existem inúmeras espécies de endosso, como endosso-caução, endosso sem garantia, 
endosso mandato, endosso póstumo e outros. 
São efeitos do endosso: 
a) o endossante transfere a titularidade do crédito representado pelo título; 
b) o endossante continua codevedor do título, sendo que, na hipótese de inadimplemento 
do sacado, o endossante pode ser chamado pelo beneficiário a fim de adimplir o débito. 
Conforme já mencionado, a transferência de titularidade de crédito que não é representado 
por título de crédito é chamada de cessão civil de crédito, que apresenta outros efeitos que 
não o do endosso. Dentre as diferenças, destacamos: 
a) o endossatário poderá executar o crédito contra o endossante caso o devedor não pague 
a dívida; já o cedente responde, em regra, apenas pela existência do crédito pelo tempo que 
o cedeu (art. 295 do CC), e não pela solvência do devedor (art. 296 do CC); 
b) o devedor poderá defender-se, quando executado pelo cessionário, arguindo matérias 
atinentes à sua relação com o cedente (art. 294 do CC), mas não poderá defender-se, quando 
executado pelo endossatário, arguindo matérias atinentes à sua relação jurídica com o 
endossante (princípio da autonomia das obrigações cambiais – inoponibilidade das exceções 
pessoais aos terceiros de boa-fé). 
Por fim, há endossos que produzem efeitos de cessão civil de crédito, isto é, endosso em 
que o endossante não responde, em regra, pela solvência do devedor e em que o 
endossatário não adquire obrigação autônoma. São duas hipóteses, a saber: 
a) endosso praticado após o protesto por falta de pagamento ou do transcurso do prazo 
legal para a extração desse protesto (endosso póstumo); e 
b) endosso de título com a cláusula “não à ordem”. 
1.3.4. Aval 
Aval é o ato em que uma pessoa garante o pagamento do título em favor do devedor 
principal ou de um coobrigado. Quem dá garantia de pagamento é chamado de avalista. A 
quem é dada a garantia é chamado de avalizado. 
O aval pode ser total ou parcial, e o avalista é responsável da mesma forma que o seu 
avalizado, sendo sua obrigação autônoma em relação ao avalizado. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 15 
62 
Portanto, eventual nulidade da obrigação do avalizado não compromete a do avalista. Em 
face dessa autonomia, o avalista antecipado (aquele dado antes do aceite) responde pela 
dívida ainda que não tenha ocorrido o aceite pelo avalizado. 
O aval resulta da simples assinatura do avalista no anverso do título, sob alguma expressão 
indicativa do ato praticado como “por aval” ou equivalente. Se o avalista quiser firmar no 
verso do título, somente poderá fazê-lo identificando o ato praticado. 
O aval pode ser “em branco”, quando não é identificado o avalizado, e “em preto”, quando é 
identificado. 
A garantia de um crédito dado sem efeitos cambiários é a fiança. 
Distingue-se a fiança do aval no seguinte: a obrigação do fiador é acessória em relação ao 
afiançado (arts. 824 e 837 do CC); a obrigação do avalista é autônoma, independente da do 
avalizado. 
Em decorrência dessa distinção, a lei concede ao fiador o benefício da ordem (art. 827 do 
CC), o que não ocorre com o avalista, que pode ser executado independentemente de 
eventual cobrança em face do avalizado. 
Inovação trazida pelo Código Civil de 2002, no sentido protetivo da família, tem-se que tanto 
a fiança quanto o aval devem ser dados mediante outorga uxória, exceto no regime de 
separação absoluta de bens (art. 1.647, III, do CC), o que não ocorria no direito anterior, em 
que somente a fiança exigia outorga uxória, qualquer que fosse o regime (art. 235, III, do 
CC/1916). 
1.4. EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO CAMBIÁRIO 
1.4.1. Vencimento 
O beneficiário de um título de crédito poderá, no vencimento, cobrar o valor da dívida tanto 
do devedor principal, como do sacador, dos endossantes e dos avalistas (avalistas do devedor 
principal, do sacador e dos endossantes). 
Com relação ao devedor principal, basta a apresentação do título no vencimento. Já com 
relação aos coobrigados e avalistas, há necessidade de que, além da apresentação do título 
no vencimento, demonstre-se que houve a tentativa de cobrança do título em face do 
devedor principal. Tal demonstração é feita mediante o protesto do título. 
Significa que, com relação a um coobrigado, o crédito constante do título somente será 
exigível se este foi protestado. Pagando o coobrigado o título, este tem o direito de regresso 
em face dos demais coobrigados (sacador e endossantes). 
1.4.2. Pagamento 
O pagamento é a forma corrente de extinguir alguma ou todas as obrigações constantes no 
título de crédito. Se o pagamento é feito por um coobrigado, extingue-se a obrigação para 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 16 
62 
os coobrigados posteriores. Se o pagamento é feito pelo devedor, extinguem-se todas as 
obrigações. 
O pagamento deve ser feito no vencimento. Caindo o vencimento no final de semana ou 
feriado, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil seguinte ao do vencimento, sendo 
que, para fins cambiais, considera-se útil o dia em que há expediente bancário, 
independentemente de ser ou não feriado local ou nacional. 
O local do pagamento é aquele constante do título. 
A prova do pagamento do título é feita mediante a quitação dada pelo credor ao devedor. 
Assim, pago o título, este deverá ser entregue ao devedor, até porque, se tal título vier a ser 
endossado a um terceiro de boa-fé, este poderá cobrar novamente o título e o devedor 
acabará sendo compelido a proceder a um segundo pagamento. 
1.4.3. Protesto 
a) Conceito 
O protesto é o ato formal de responsabilidade do portador do título caracterizado por ser 
um ato público, solene, levado a efeito extrajudicialmente, pelo qual o devedor toma 
conhecimento de que o portador do título de crédito líquido e certo exige seu aceite ou 
pagamento e manifesta sua vontade de ressalvar seu direito regressivo contra os 
coobrigados. 
O protesto também é levado a efeito para as hipóteses de falta de aceite, por falta de data 
do aceite. O protesto faz prova da mora do devedor, demonstrando que não houve 
cumprimento da obrigação constante do título. 
b) O protesto cria direitos ou é mero meio de prova? 
O protesto extrajudicial não cria direitos, somente faz prova da mora do devedor e 
resguarda o direito de cobrança em face dos coobrigados. 
c) Qualidade de protestante e protestado 
No protesto por falta de pagamento, o protestado é o sacado; no protesto por falta de 
aceite, o protestado é o sacador, já que o sacado, por não haver aceitado o título, está livre 
da obrigação constante deste. 
d) Prazo para o protesto 
A lei estabelece os prazos para apresentação do título para protesto. Descumprindo tal 
prazo, o portador do título perderá o direito de crédito contra os coobrigados do título – 
sacador, endossantes e avalistas. 
e) Protesto facultativo e obrigatório 
O protesto facultativo é aquele utilizado somente para caracterizar a impontualidade do 
devedor, constituindo prova da existência de mora, portanto, não sendo imprescindível para 
viabilizar o ajuizamento da ação executiva em face do devedor principal ou de seu avalista. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 17 
62 
O protesto obrigatório é aquele utilizado para caracterizar a impontualidade do devedor, 
sendo necessário para viabilizar o ajuizamento de açãoexecutiva em face do sacador, dos 
endossantes e seus respectivos avalistas, isto é, indispensável para o exercício da ação de 
regresso. 
f) Protesto especial 
É o protesto necessário para se requerer a falência de um empresário por atos de 
impontualidade, inclusive de títulos que normalmente não estão sujeitos ao protesto 
comum, como a sentença judicial (art. 10 da Lei de Recuperação de Empresas e Falências). 
Nos cartórios há um livro especial para o seu registro e segundo a Súmula 361, STJ, deve 
indicar o nome de quem recebe a notificação sobre a hipótese de protesto. 
g) Protesto judicial e extrajudicial 
O protesto judicial é procedimento judicial disciplinado a prevenir eventuais 
responsabilidades de terceiros, alertando-os a fazerem alguma coisa de determinada forma 
ou a não fazerem, sob pena de responderem por perdas e danos. 
Ex.: protesto por alienação de bens. 
O protesto extrajudicial é aquele levado a efeito perante o Oficial de Registro de Protesto, 
com a finalidade principal de provar a falta de aceite ou de pagamento do devedor, 
ressalvando-se direitos em relação aos coobrigados. 
h) Tipos de protesto 
(1) Por falta de pagamento; 
(2) Por falta de aceite; 
(3) Por falta de devolução; 
(4) Para determinar o vencimento extraordinário (antecipado) na ocorrência de falência do 
aceitante; 
(5) protesto especial (art. 10 da LF). 
i) Local do protesto 
Em regra, o local do protesto é aquele onde deve ser exigida a obrigação. As partes podem 
eleger outro local, de comum acordo. 
j) Intimação 
Constitui-se num dos requisitos fundamentais, sendo que, se o devedor não for encontrado, 
far-se-á pela imprensa. 
A Lei 9.492/1997 regulamenta o protesto de títulos de créditos e outros documentos, 
estabelecendo em seu art. 14 que o tabelião procederá da seguinte forma: intimação 
pessoal, que será feita por portador do próprio tabelião (oficial do cartório); intimação por 
outros meios (avisos, cartas, notificações), desde que comprovado seu recebimento 
mediante protocolo, aviso de recebimento ou outro meio equivalente; intimação por edital 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 18 
62 
(será feita quando a pessoa indicada para aceitar ou pagar for desconhecida, de localização 
incerta ou ignorada, quando o devedor for residente fora da competência territorial do 
tabelionato ou quando ninguém se dispuser a receber a intimação no endereço fornecido 
pelo apresentador do título). 
k) Protesto por indicação 
Ocorre na hipótese em que o título entregue ao devedor para dar seu aceite não foi devolvido 
sem motivo justificado, sendo que o portador terá de tirar o protesto mediante simples 
indicação feita ao Oficial de Protesto, uma vez que não dispõe do título para apresentá-lo ao 
serventuário. 
1.4.4. Ação Cambial 
Conforme já mencionamos, todo crédito representado por um título de crédito, formalmente 
descrito na lei, submete-se ao regime cambiário. 
Tendo em vista tal condição, o direito se consubstancia no título e enseja, para sua 
cobrança, a mera apresentação do título. Isso porque não há necessidade de discutir-se a 
causa debendi em face da aplicação do princípio da autonomia, isto é, a obrigação constante 
do título desvincula-se da causa que lhe deu origem. 
A ação cambial caracteriza-se como aquela em que, para a cobrança do título de crédito, 
em face de sua autonomia, não há necessidade de discutir a causa debendi, já que a 
obrigação constante do título é autônoma. 
A ação cambial pode se desenvolver mediante ação de execução ou ação de conhecimento. 
Como execução, a ação cambial se desenvolve aproveitando-se da qualidade do título como 
executivo extrajudicial (art. 784, I, do CPC), ou seja, enquanto não estiver prescrita a sua 
cobrança via execução. 
Ex.: o cheque pode ser executado em até seis meses, contados da data-limite para 
apresentação do título ao sacado, que pode ser de 30 dias, na mesma praça, ou de 60 dias, 
em praças diferentes. 
Como conhecimento, a ação cambial se desenvolve por meio de uma das formas 
procedimentais, de acordo com o rito estabelecido na lei, que pode ser por procedimento 
comum ou até pelo procedimento monitório (já que o título representa confissão de dívida). 
Ex.: o cheque prescrito (aquele não cobrado no prazo de seis meses contados a partir do 
término da data-limite para apresentação) poderá ser cobrado mediante ação de monitória, 
num prazo de cinco anos da data de sua emissão, quando, então, a ação poderá ter por base 
somente o título, sem indagações da causa debendi, tudo conforme a súmula 503, STJ. 
Portanto, a ação cambial é aquela em que enseja a cobrança do título, seja por via executiva 
diretamente, seja por prévia ação de conhecimento e posterior execução, mas que, pelo fato 
de o título se submeter ao regime cambiário, não é necessário perquirir sobre a causa 
debendi que deu origem ao título. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 19 
62 
Contudo, nas duas hipóteses, é desnecessária a indicação da causa debendi como 
fundamento fático para a cobrança do débito. 
 
1.4.5. Prescrição da Ação Cambial 
A Lei Uniforme (art. 70) fixou o prazo prescricional para a ação cambial. Assim, temos: 
 
 
 
• Prescrevem em três anos a contar do seu vencimento
Todas as ações contra ao aceitante
• Prescrevem em um ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil ou da 
data do vencimento
Ações ao portador contra os endossantes e contra o sacador
•Seis meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele 
próprio foi acionado
Ações do endossantes uns contra os outros e contra o 
sacador
Classificação dos Títulos de Crédito
– Livre: não tem padrão 
definido – Vinculado: 
padrão específico
– Promessa: 
emitente/sacador e 
beneficiário/tomador –
Ordem de pagamento: 
parte que dá ordem, parte 
que deve cumprir a ordem 
e parte beneficiária da 
ordem
– Nominativo: emitido em 
nome de pessoa natural ou 
jurídica – À ordem: 
emitido em benefício da 
pessoa indicada ou a 
indicar – Mistos: 
nominativos/ao portador
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 20 
62 
2. LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA 
2. 1. LETRA DE CÂMBIO 
A letra de câmbio é um título de crédito abstrato, que corresponde a um documento formal, 
decorrente da relação de crédito entre duas ou mais pessoas. Por essa relação de crédito o 
sacador dá ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, ao sacado, a seu favor 
ou de terceira pessoa (tomador ou beneficiário), no valor e nas condições nela constantes. 
2.1.1. Saque 
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento. Portanto, seu saque ou emissão geram três 
relações jurídicas. O sacador emite a ordem para que o sacado pague e o tomador se 
beneficie. 
O saque autoriza o tomador a procurar o sacado para, ocorridas determinadas condições, 
receber a quantia referida no título, e vincula o sacador ao pagamento da letra de câmbio. 
Caso o sacado não pague ao tomador o valor mencionado na letra de câmbio, poderá este 
cobrar o valor do sacador, na medida em que o sacador, ao praticar o saque, tornou-se 
codevedor do título. 
 
 
 
 
São requisitos da letra de câmbio: 
a) a expressão letra de câmbio; 
b) a ordem de pagar a quantia; 
c) o nome do sacado; 
d) o lugar do pagamento; 
e) o nome do tomador; 
f) o local e data do saque; 
g) a assinatura do sacador. 
 
Sacador Sacado Tomador/Beneficiário 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 21 
62 
 
Os requisitosda letra de câmbio e dos demais títulos de crédito podem ser preenchidos até 
o momento em que a cártula é apresentada para cobrança ou protesto, viabilizando-se, 
destarte, a sua circulação em branco ou incompleta, estando, pois, o portador de boa-fé 
legitimado a preenchê-la, ostentando a condição de mandatário tácito do sacador. 
Sobre o assunto, dispõe a Súmula 387 do STF: 
A cambial emitida ou aceita com omissão ou em branco pode ser completada pelo 
credor de boa-fé, antes da cobrança ou do protesto. 
Vê-se, assim, que é inadmissível a cobrança, a execução ou o protesto de título de crédito 
que não esteja devidamente preenchido. 
Cumpre ainda esclarecer que até mesmo o saque da letra de câmbio, e não apenas os demais 
atos cambiários, pode ser realizado por procurador com poderes especiais. 
Todavia, em conformidade com o art. 8º da Lei Uniforme, todo aquele que opuser a sua 
assinatura numa letra, como representante de uma pessoa, sem que tenha poderes para 
tanto ou então extrapolando os seus poderes, fica obrigado pela aludida letra, mas, em 
contrapartida, se “A” pagar, passa a ter os mesmos direitos que o pretendido representado 
teria. A mesma regra se aplica ao representante que tenha excedido os seus poderes. 
Requisitos da 
Letra de Câmbio
Expressão “letra 
de câmbio”
Mandato puro e 
simples para 
pagar quantia
Nome do sacado
Época do 
pagamento
Lugar do 
pagamento
Nome do 
beneficiário
Lugar da emissão
Assinatura do 
sacador
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 22 
62 
2.1.2. Aceite 
O aceite é o ato cambial pelo qual o sacado de uma ordem de pagamento a prazo concorda 
em se obrigar a efetuar o pagamento no vencimento do título que lhe é apresentado. 
O sacado, antes do aceite, não é ainda devedor da letra. Aliás, na letra de câmbio, o aceite é 
facultativo. Contudo, ao aceitá-la, o sacado passa a se chamar aceitante, tornando-se o 
devedor principal do título. 
Assim, a letra de câmbio a prazo é apresentada ao sacado duas vezes. A primeira é para o 
aceite, a segunda, para o pagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
É denominado “vista” ou “vista para aceite” o ato pelo qual o portador da letra a apresenta 
ao sacado para que este dê sua anuência ao pagamento. 
O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra “aceite” ou qualquer outra 
palavra equivalente, como, por exemplo, a expressão “de acordo”. Vale, também, como 
aceite, a simples assinatura do sacado aposta no anverso da letra. 
Em resumo, o aceite, no anverso, pode se expressar com a mera assinatura do sacado, mas, 
no verso, além dessa assinatura, é necessária a inserção escrita da palavra “aceite” ou outra 
equivalente. 
Aceite limitativo: é aquele em que o sacado aceita pagar apenas uma parte do valor do título. 
Cláusula não aceitável: é a que traz a proibição do aceite antes da data de seu vencimento. 
Efeitos do aceite
Torna o sacado devedor 
principal, fazendo o sacador 
solidariamente responsável 
pela obrigação
O sacado passa a ser tratado 
como aceitante
É facultativo, portanto, o beneficiário deve procurar 
o sacado para expressar o aceite ou não e, se 
positivo, retornar para receber o valor 
representado na cártula 
Aceite 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 23 
62 
 
2.1.3. Endosso 
No que se refere ao ato jurídico que opera a transferência da titularidade, os títulos de crédito 
são obrigatoriamente nominativos, e poderão ser “à ordem” ou “não à ordem”. 
Os títulos “à ordem” são aqueles cuja circulação ocorre mediante endosso; a cláusula “não 
à ordem” inviabiliza o endosso, devendo a transferência da titularidade da letra de câmbio 
operar-se pela via da cessão civil de crédito, conforme preceitua a segunda parte do art. 11 
da Lei Uniforme. 
Endosso é o ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por um título 
“à ordem”. A cláusula “à ordem” é tácita. Dessa forma, para que um título de crédito seja 
considerado “à ordem” e, portanto, transferível por endosso, basta que não contenha uma 
cláusula “não à ordem”. 
O endossante e o endossatário são as partes envolvidas no endosso. O primeiro é o 
proprietário do título de crédito, ostentando, em razão disso, a qualidade de credor da 
cártula. O segundo é a pessoa para a qual o título foi transferido, sendo, pois, o seu novo 
proprietário, assumindo também a posição de credor. 
É claro que apenas o proprietário do título de crédito desfruta de legitimidade para 
endossá-lo, porquanto ninguém pode transferir direitos que não possui, distinguindo-se, 
assim, do aval, que é uma garantia dada por terceiro estranho ao título. 
Não há limite ao número de endosso. Este pode ser feito em favor de qualquer pessoa, 
inclusive do próprio sacado, aceitando ou não, do sacador, ou de qualquer outro coobrigado, 
sendo que estas pessoas poderão endossar novamente a letra. 
O primeiro endosso deverá ser efetuado pelo tomador, que é o primeiro credor do título. O 
segundo endossador ou endossante é o endossatário do tomador, e assim sucessivamente. 
Cada endossante, ao endossar o título de crédito a um endossatário, deixa de ser credor do 
valor nele mencionado, passando a figurar como codevedor juntamente com os demais 
endossadores e o sacado. Endosso em preto é o que identifica o nome do endossatário, 
revelando-se pela expressão “pague-se a Fausto Silva”. 
•Sacado se desobriga
•A obrigação vence antecipadamente contra o 
sacador
Recusa do aceite
•Sacado aceita pagar apenas uma parte do valor do 
título
•Pode, ainda, alterar prazo ou lugar do pagamento
Aceite limitativo
•Proibição do aceite
•Título é apresentado ao sacado apenas na 
oportunidade para pagamento
Cláusula não aceitável
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 24 
62 
Endosso em branco é o que não identifica o endossatário, revelando-se por simples 
assinatura do endossante no verso do título ou no anverso pela expressão “pague-se” ou 
outra equivalente. 
Com o endosso em branco, transforma-se o título em “ao portador”, podendo, desde então, 
ser transferido com a mera tradição, prescindindo-se de um novo endosso. 
No endosso em branco, porém, continua existindo a figura do endossatário, considerando-se 
como tal o portador do título. 
Não obstante, o endosso em branco autoriza a transferência do título pela simples tradição, 
transformando-o em “ao portador”, sendo certo que, por força do art. 1º da Lei 8.021/1990, 
no momento do pagamento, é obrigatória a identificação do beneficiado, inserindo-se o seu 
nome no espaço em branco em que se lançou o endosso. 
Essa prática já era possível, nos termos do art. 14 da Lei Uniforme, mas tornou-se obrigatória 
com a Lei 8.021/1990, funcionando como um mecanismo de controle fiscal. 
 
Outra modalidade de endosso é o chamado endosso mandato, o que institui o portador da 
cártula como o mandatário do proprietário do título de crédito, autorizando-o a efetuar a 
cobrança em nome deste. 
Referido endosso, que nada mais é do que um simples mandato, e, por isso, não se reveste 
de efeito translativo da propriedade do título, revela-se por mandato, isto é, na qualidade de 
procurador, o que equivale a um substabelecimento. 
 
 
 
 
 
•Identifica o endossatário
•"Pague-se a ..."
Endosso em preto
•Não identifica o endossatário
•Torna o título em “ao portador”
•Transferência por simples tradição: transmitente não se vincula ao pagamento
•Transferência por endosso: transmitente se torna devedor solidário
Endosso em branco
• Trata-se de simples mandato 
• Há transmissão dos direitos de cobrança e 
emergentes do título de crédito 
• Não há transmissãodo crédito 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 25 
62 
 
 
De fato, o endossatário-mandatário não é o credor do título, mas mero representante do 
credor, e, sendo assim, o devedor não pode se opor ao pagamento com as defesas que teria 
perante esse endossatário. 
O mandatário tem legitimidade para protestar o título e executá-lo judicialmente por meio 
das expressões “por procuração” ou “pague-se por procuração”, “valor a cobrar”, “para 
cobrança”, ou qualquer outra que implique em simples mandato. 
De acordo com o art. 18 da Lei Uniforme, o mandato que resulta de um endosso por 
procuração não se extingue por morte ou sobrevinda incapacidade legal do mandante, 
excepcionando-se, destarte, a norma contrária prevista no Código Civil. 
Convém, ainda, acrescentar que, no endosso-mandato, os poderes do mandatário 
circunscrevem-se à cobrança da cártula e demais direitos emergentes do título de crédito, 
podendo, inclusive, endossá-lo, como salientado anteriormente, e desfrutar de todos os 
direitos emergentes da letra. 
 
Súmula 476 do STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por 
danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
Outra modalidade importante de endosso é o endosso-caução, que propicia a posse do 
título, como penhor, em favor do credor do endossante. Tome-se como exemplo dinheiro 
emprestado de um amigo, descontando-lhe, como caução, uma letra de câmbio, que será 
devolvida quando o pagamento do débito for efetivado. 
Aludido endosso é exteriorizado quando existe no título menção a expressões como “pague-
se por caução”, “valor em garantia”, “valor em penhor”, ou qualquer outra que implique 
uma caução. 
O portador pode exercer todos os direitos emergentes do título, inclusive protestá-lo e 
executá-lo judicialmente, caso haja inadimplemento, facultando-se-lhe, ainda, a prática do 
endosso por procuração. 
E, finalmente, temos o endosso tardio, ou póstumo, ou impróprio, que é feito após o título 
já ter sido protestado por falta de pagamento, ou depois de expirado o prazo fixado para se 
fazer o protesto. 
 
Endosso Mandato 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 26 
62 
Neste endosso, o endossante não é devedor solidário, respondendo, tão somente, pela 
existência do título de crédito e, ainda assim, apenas perante o endossatário. Produz, como 
se vê, os efeitos de uma cessão civil de crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Súmula 475 do STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido, o endossatário 
que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou 
intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
 
2.1.4. Aval 
Aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa garante o pagamento do título de crédito em 
favor de outro coobrigado. Essa garantia é dada por um terceiro ou mesmo por signatário da 
letra de câmbio (art. 3º da Lei Uniforme). 
Vê-se, assim, que pessoas já coobrigadas, como o sacador, aceitante e endossantes, podem 
avalizar o título, mas, em regra, não se visualiza utilidade prática em semelhantes avais, 
porquanto elas já são, por força de lei, devedoras solidárias da cártula; referidos avais só não 
serão inócuos quando forem em benefício de um coobrigado mais próximo, porque daí o 
avalista poderá ser cobrado com antecedência. Isso ocorre, por exemplo, quando o sacador 
ou endossante concede aval em favor do aceitante. 
O avalista ou dador de aval é a pessoa que se responsabiliza pelo pagamento, tornando-se, 
pois, coobrigado, da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada. 
• Após o título ser protestado por falta de pagamento 
• Após o prazo de protesto 
• Tem efeitos equivalentes aos da cessão de crédito 
Endosso Tardio 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 27 
62 
O avalizado, por sua vez, é a pessoa em favor de quem foi dado o aval. A propósito, o aval 
deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação, entender-se-á pelo sacador (art. 
31 da Lei Uniforme). 
O avalista deve ser capaz, mas sua incapacidade limita-se a anular o aval, mantendo-se a 
validade do título de crédito, por força do princípio da autonomia das obrigações cambiais 
(art. 7º da Lei Uniforme). De fato, a obrigação do avalista é autônoma e independente das 
obrigações assumidas pelos demais signatários do título, circunstância que levou Rubens 
Requião a afirmar que o aval dado a uma assinatura falsa, ou a obrigação assumida por um 
menor incapaz, não é atingido pela nulidade decorrente da falsificação ou da incapacidade 
do menor. 
 
 
 
Responsabilidade Solidária 
 
 
 
 
 
Sobre o assunto, também dispõe o art. 32 da Lei Uniforme que a obrigação do avalista se 
mantém, mesmo no caso de obrigação que ele garantia ser nula por qualquer razão que não 
seja um vício de forma. Assim, somente o vício de forma, como, por exemplo, o aval dado em 
documento separado, é capaz de excluir a obrigação do avalista. 
Aval
Avalizado: pessoa em 
favor de quem foi dado 
o aval, na falta de 
indicação, será o 
sacador
Avalista: pessoa que se 
responsabiliza pelo 
pagamento
Deve ser capaz, porém sua incapacidade 
limita-se à anulação do aval, mantendo-se 
válido o título » princípio da autonomia das 
relações cambiárias 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 28 
62 
Aval em branco é o que não identifica o avalizado, reputando-se como tal o sacador (art. 31 
da Lei Uniforme). 
Aval em preto, ao revés, é o que identifica expressamente o avalizado. Nesse caso, o 
beneficiado pode ser qualquer coobrigado do título (aceitante, sacador, endossantes e 
avalistas). 
Avais simultâneos são os lançados por dois ou mais avalistas em favor do mesmo avalizado. 
É quando o devedor tem mais de um avalista. 
Avais sucessivos ocorrem quando um avalista garante o outro avalista. É quando um avalista 
também tem avalista. De acordo com a jurisprudência, não se presume, dependendo, pois, 
de cláusula expressa de sucessividade. 
 
Os avais em branco, quando superpostos em linhas, isto é, com uma assinatura acima da 
outra, são considerados simultâneos, em benefício do sacador, ainda que figurem em série, 
com número de ordem (primeiro avalista, segundo avalista etc.), consoante dispõe a Súmula 
189 do STF, cujo teor é o seguinte: 
Súmula 189 do STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e 
não sucessivos. 
 
Súmula 26 do STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo 
também responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como 
devedor solidário. 
Aval
Em branco: é aquele que não identifica o avalizado, portanto
reputa-se o sacador
Em preto: identifica expressamente o avalizado (aceitante,
sacador, endossantes e avalistas)
Simultâneos: são os lançados por dois ou mais avalistas em favor
do mesmo avalizado
Sucessivos: são lançados por dois avalistas, um avalista garante
outro avalista
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 29 
62 
2.1.5. Vencimento 
Vencimento é o fato jurídico a partir do qual a obrigação se torna exigível. 
De acordo com o art. 2º da Lei Uniforme, a letra de câmbio em que se não indique a época 
do pagamento entende-se pagável à vista. Forçoso convir, portanto, que a época do 
pagamento é um requisito facultativo, isto é, a sua ausêncianão desqualifica o título como 
letra de câmbio. 
No dia do vencimento do título, este já se revela exigível, podendo ser cobrado do aceitante 
e seu respectivo avalista, independentemente do protesto; todavia, para cobrança dos 
demais coobrigados, o protesto se faz necessário. 
O vencimento duplo gera a nulidade da letra de câmbio. Com efeito, dispõe o art. 33 da Lei 
Uniforme que as letras, quer com vencimentos diferentes, quer com vencimentos sucessivos, 
são nulas. O vencimento poderá ser à vista, a certo termo da data, a certo termo da vista ou 
a dia certo. 
A certo termo da vista: é aquela em que o vencimento se opera num determinado período, 
cujo termo inicial é a data do aceite ou a data do protesto por falta de aceite. As letras a certo 
termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um ano, a contar da 
data do saque, mas o sacador pode reduzir esse prazo ou estipular um prazo maior, sendo 
que esses prazos também podem ser reduzidos pelos endossantes (art. 23 da Lei Uniforme). 
Se não for apresentado dentro desses prazos, o portador não poderá exercer o direito de 
regresso contra os coobrigados anteriores. Na falta de data do aceite, por dolo ou negligência 
do aceitante, o portador da letra de câmbio possui três opções: a primeira é inserir no título 
a data do aceite, procedendo-se com boa-fé (Súmula 387 do STF). A segunda é providenciar 
o protesto por falta de data do aceite, para que o aceitante seja intimado a datá-lo, sob pena 
de ser considerada a data do protesto como sendo o dia do aceite. A terceira é considerar a 
data do último dia do prazo para a apresentação ao aceite (art. 35 da Lei Uniforme). 
A certo termo da data: tem-se o vencimento após o transcurso de um lapso temporal iniciado 
na data do saque. 
A data certa: tem-se por vencido o título em dia predeterminado pelas partes. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 30 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As regras de contagem do prazo de vencimento no direito cambiário estão dispostas no art. 
36 da Lei Uniforme. 
Ressalte-se que, para efeito de contagem de prazo, dia útil é aquele em que há expediente 
bancário. 
As obrigações de pagar, em geral, poderão ser quesíveis (quérable) ou portáveis (portable). 
São quesíveis quando cabe ao credor a iniciativa de procurar o devedor para a satisfação de 
seu crédito. São portáveis quando cabe ao devedor a iniciativa de procurar o credor para o 
pagamento de seu débito. 
2.1.6. Protesto 
O protesto é um ato notarial que visa documentar, no próprio título, a ocorrência de um fato 
que tem relevância para as relações cambiais. A letra de câmbio comporta três tipos de 
protesto: por falta de aceite; por falta de data de aceite; e por falta de pagamento. 
O protesto por falta de aceite é cabível quando o sacado, antes do vencimento da letra de 
câmbio, se recusa a emitir o aceite ou não é encontrado para aceitá-la. 
De fato, quando se trata de uma letra de câmbio à vista, não há que se falar em protesto por 
falta de aceite. Referido título é apresentado ao sacado, no dia do vencimento, apenas para 
Vencimento
A certo termo da 
vista – termo inicial:
Data do aceite
Data do protesto por 
falta de aceite
A certo termo da 
data: termo inicial 
do prazo é a data do 
saque
A data certa: dia 
predeterminado 
pelas partes
Falta de data do aceite – o portador do título tem três opções: 
 Inserir no título a data do aceite 
 Providenciar o protesto por falta de data do aceite, para que o 
aceitante seja intimado a datá-lo 
 Considerar a data do último dia do prazo para a apresentação ao 
aceite 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 31 
62 
pagamento, e não para aceite, sendo que a sua recusa enseja o protesto por falta de 
pagamento contra o sacador e outros coobrigados. 
Fran Martins ainda admite o protesto por falta de aceite quando o sacado se recusa a 
devolver a letra de câmbio, em 24 horas, viabilizando-se o protesto mediante as indicações 
da letra de câmbio ao oficial de protesto, descrevendo seus requisitos. 
O protesto por falta de aceite é extraído contra o sacador, mas o cartório intimará o sacado 
a manifestar se irá ou não aceitar a letra de câmbio. Aceitando-a, o protesto não se realiza. 
Recusando-se o aceite, o protesto se concretiza na pessoa do sacador, tendo em vista que o 
sacado não é obrigado a aceitar a letra de câmbio. O protesto por falta de aceite deve ser 
feito nos prazos fixados para a apresentação do aceite (art. 44 da LU), que, grosso modo, é 
de um ano a contar do saque, salvo se o sacador reduziu esse prazo, ou estipulou outro maior, 
ou se esses prazos foram reduzidos pelos endossantes. Se a letra de câmbio for apresentada 
para aceite no último dia do prazo fixado e o sacado houver pedido o prazo de respiro, para 
que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte, o protesto ainda poderá 
se realizar no dia seguinte ao último dia do prazo. 
Convém, ainda, esclarecer que o protesto por falta de aceite dispensa o protesto por falta de 
pagamento em relação ao sacador, viabilizando-se, desde logo, contra ele, a cobrança judicial 
(art. 44 da LU). 
 
 
 
 
 
Protesto
Por falta de aceite
• Antes do vencimento da letra
de câmbio
• Sacado se recusa a emitir o
aceite ou não é encontrado para
aceitá-lo
Por falta de data de 
aceite
• Letra de câmbio a certo termo
de vista
• Pode ser extraído até o término
do prazo para apresentação ao
aceite
Por falta de 
pagamento
• Facultativo em relação ao
aceitante e respectivo avalista
• Necessário para a cobrança
judicial em relação aos demais
coobrigados
A certo termo da data ou de vista e dia fixo: o protesto deve ser feito 
num dos dois dias úteis seguintes àquele em que a letra de câmbio 
é pagável. 
À vista: o protesto deve ser feito dentro do prazo de um ano, a 
contar da data do saque, salvo se fixado outro prazo. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 32 
62 
 
 
 
 
2.1.7. Prescrição 
O prazo prescricional está fixado no art. 70 da LU: 
Três anos: a contar da data do vencimento do título – para o exercício do direito de crédito 
contra o devedor principal e seu avalista. 
Um ano: a contar da data do protesto do título – para o exercício do direito de crédito contra 
os coobrigados (sacador, endossantes e respectivos avalistas). 
Seis meses: a contar do pagamento – para o exercício do direito de regresso por qualquer 
um dos coobrigados. 
De acordo com o art. 71 da Lei Uniforme, a interrupção da prescrição só produz efeitos em 
relação à pessoa para quem a interrupção foi feita, fluindo normalmente para os demais, 
diferentemente do estatuído pelo §1º do art. 204 do Código Civil, segundo o qual, a 
interrupção efetuada contra devedor solidário envolve os demais devedores. 
Prevalece, no entanto, para o direito cambiário, o art. 71 da Lei Uniforme, conforme já 
salientado anteriormente. 
O art. 48 do Decreto 2.044/1908 admite, após a prescrição, ação baseada na proibição do 
enriquecimento sem causa, dispondo o seguinte: 
Sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o sacador ou 
aceitante fica obrigado a restituir ao portador com os juros legais, a soma com a 
qual se locupletou à custa deste. A ação do portador, para esse fim, é a ordinária. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 33 
62 
 
 
 
 
2.2. NOTA PROMISSÓRIA 
É a promessa de pagamento que uma pessoa faz a outra. Vimos que, quando do saque das 
letras de câmbio, surgem trêssituações jurídicas distintas: sacador, sacado e tomador. 
Tratando-se de notas promissórias, surgem duas situações jurídicas distintas: aquele que 
promete pagar determinada quantia e o beneficiário dessa promessa. A pessoa que 
promete pagar denomina-se sacador, promitente ou emitente. 
A pessoa em favor de quem é feita a promessa denomina-se sacado ou beneficiário. 
Os requisitos essenciais das notas promissórias são: 
a) denominação “nota promissória” expressa no idioma empregado no título; 
b) promessa pura e simples de pagar quantia determinada; 
c) pessoa a quem deve ser paga; 
d) data de emissão; 
e) assinatura do emitente. 
 
P
re
sc
ri
çã
o
3 anos, a contar da data do vencimento do título: contra devedor principal e seu avalista
1 ano, a contar da data do protesto do título: contra coobrigados
6 meses, a contar do pagamento: regresso por qualquer um dos coobrigados
A interrupção da prescrição só produz efeitos em relação à pessoa para 
quem a interrupção foi feita. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 34 
62 
 
Súmula 258 do STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito 
não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. 
 
 
 
3. CHEQUE 
3.1. CARACTERÍSTICAS 
Cheque é o título de crédito emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja 
equiparada, contendo uma ordem de pagamento à vista. 
Nota Promissória
Requisitos: 
• Expressão “nota promissória” no título 
• Promessa pura e simples de pagar quantia 
determinada 
• Pessoa a quem deve ser paga 
• Data de emissão 
• Assinatura do emitente
A prescrição trienal da pretensão à 
execução de nota promissória à vista conta-
se a partir do término do prazo legal para 
apresentação a pagamento ou do prazo 
fixado no título
Sacador/Promitente/Emitente: 
Pessoa que promete pagar
Sacado/Beneficiário: Pessoa em favor 
de quem foi feita a promessa
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 35 
62 
 
 
O cheque é disciplinado pela Lei 7.357/1985, cujo art. 32 dispõe que ele é pagável à vista, 
considerando-se não escrita qualquer menção em contrário. Não se admite, como se vê, a 
cláusula de pagamento a prazo, mas a sua inserção não anula o cheque, sendo, pois, reputada 
não escrita, isto é, inexistente. 
A propósito, o parágrafo único do citado art. 32 preceitua que o cheque apresentado para 
pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
Convém ainda frisar que o cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe 
seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (art. 3º). O sacador é o emitente do 
cheque e o sacado é o banco, sendo o beneficiário aquele em favor do qual determinada 
quantia é paga. 
A falta de fundos disponíveis não prejudica a validade do título como cheque (art. 4º). 
É da competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas relativas à matéria 
bancária relacionada com o cheque (art. 69 da Lei 7.357/1985). Dentre essas normas, merece 
destaque a que transforma o cheque em título de modelo vinculado, cujo papel fornecido 
pelo banco, em talão ou avulso, deve observar formato normativo. 
 
 
É elemento essencial do cheque ser um título à vista.1 No Brasil, o cheque é necessariamente 
nominativo. Observe-se, entretanto, que o Plano Collor (Lei 8.021/1990) estabeleceu que o 
cheque poderá ser ao portador até determinada quantia e a Súmula 370 do STJ o reconhece 
1.Contrato
Sacado 
(Banco)
Beneficiário 
(lojista)
Sacador 
(correntista)
3. Apresentação do título ao 
Banco para pagamento 
2. Emissão 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 36 
62 
na forma pré-datada ao se posicionar pela caracterização do dano moral por sua 
apresentação antecipada. 
 
 
O prazo de apresentação do cheque será de: 
a) 30 dias, tratando-se de cheque da mesma praça; 
b) 60 dias, tratando-se de cheques de praças diferentes. 
O termo inicial para a contagem do prazo de prescrição do cheque é a expiração do prazo de 
apresentação citado anteriormente, que será de seis meses. 
 
 
A prescrição da pretensão executória não atinge o próprio direito material ou crédito, que 
podem ser exercidos ou cobrados por outra via processual, admitida pelo ordenamento 
jurídico. 
Após o transcurso do prazo prescricional, o cheque não será mais considerado título 
executivo; porém, como título monitório, poderá consubstanciar prova escrita para o 
ajuizamento da ação monitória. 
Apresentação para pagamento
Praças 
distintas
60 dias
+
6 meses
30 dias
Mesma 
praça
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 37 
62 
Nesse sentido, as Súmulas 503, 504 e 505 do STJ também seguiram a orientação 
jurisprudencial anterior e a seguir citada, principalmente para definir o prazo quinquenal e o 
termo inicial da contagem prescricional, seja o dia seguinte ao vencimento do título: 
 
Súmula 247 do STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado de 
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento de ação monitória. 
3.2. CHEQUE CRUZADO 
O cheque cruzado, por sua vez, é o que contém, no anverso, dois traços paralelos, inseridos 
pelo emitente ou por qualquer portador. 
A finalidade do cruzamento, que é evitar que o cheque seja pago diretamente no caixa da 
agência bancária sem que se identifique o beneficiado, na verdade, é atingida por qualquer 
cheque de valor superior a cem reais, independentemente de cruzamento, pois, a partir 
desse valor, o cheque tem que ser nominativo. 
Força, portanto, convir que a utilidade prática do cruzamento cinge-se aos cheques ao 
portador, que, no Brasil, não pode ter valor superior a cem reais. Uma vez cruzado, veda-se 
o saque direto no caixa, exigindo-se, pois, o depósito do cheque, realizando-se, destarte, a 
identificação do beneficiado. 
O cruzamento é em branco se entre os dois traços não houver nenhuma indicação do nome 
do banco ou, então, existir apenas a indicação “banco”, ou outra equivalente. 
O cheque com cruzamento geral pode ser pago pelo banco sacado a outro banco, ou a 
cliente do sacado, mediante crédito em conta. 
O cruzamento é especial ou em preto se entre os dois traços existir a indicação do nome do 
banco. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado 
ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Se o credor não tiver conta 
no banco indicado, ficará impedido de depositar o cheque, restando-lhe, no entanto, a opção 
de endossar o cheque. 
O cruzamento é irretratável. A propósito, dispõe o § 3º do art. 44 da Lei 7.357/1985 que a 
inutilização do cruzamento ou do nome do banco é reputada como não existente. O 
cruzamento geral pode ser convertido em especial, mas este não pode converter-se naquele. 
3.3. CHEQUE PARA SER LEVADO EM CONTA 
A Lei 7.357/1985, em seu art. 46, define cheque para ser levado em conta como aquele que 
possui cláusula proibindo o seu pagamento em dinheiro. 
Alessandro Sanchez
Aula 04
Direito Empresarial p/ OAB 1ª Fase XXX Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
1313729
18343704002 - Joao Melo
 
 
 
 
 
 38 
62 
Essa cláusula, que pode ser inserida pelo emitente ou por qualquer portador, é revelada pela 
expressão “para ser creditado em conta”, ou outra equivalente, escrita de forma transversal 
no anverso do título. 
Nesse caso, o pagamento pelo sacado é feito por lançamento contábil, após o depósito do 
cheque, consistente

Outros materiais