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AULA_-_CONTRATO_DE_TRABALHO (2)

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TEMA DA AULA: CONTRATO DE TRABALHO
PROFESSORA: CLAUDIA FERREIRA.
1. Introdução
Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego. A regra é a contratação por prazo indeterminado.
2. Prazo de duração
De acordo com o parágrafo segundo do artigo 443 da CLT, o contrato por prazo
determinado só será válido em se tratando de:
 Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
 Nas atividades empresariais de caráter transitório;
 Nos contratos de experiência. 
O contrato de prazo determinado deve obedecer o limite máximo de dois anos, salvo na
hipótese de experiência quando o prazo máximo é de noventa dias. Poderá ser
prorrogado uma vez, quando celebrado por período inferior ao máximo legal, observando
que a soma do contrato inicial e a prorrogação não ultrapassem o prazo máximo previsto
na CLT.
Será considerado por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis
meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da
execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos (CLT, art.
452). O contrato deve ser firmado contrato escrito, com a devida observação quanto ao
prazo ajustado, na parte destinada a “anotações gerais” da CTPS.
Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o termo do contrato. 
O cálculo da parte variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito
para o cálculo da indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado
(CLT, art. 479).
Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa
causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato
lhe resultarem. A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o
empregado em idênticas condições (CLT, art. 480).
Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do direito
recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido
tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por
prazo indeterminado (CLT, art. 481).
3. Contrato Intermitente
O contrato intermitente é uma modalidade de relação empregatícia prevista no §3º do art.
443 e nos artigos 452-A a 452-H da CLT, acrescidos pela Lei nº 13.467, de 2017.
Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços,
com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação
de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente
do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos
por legislação própria.
O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do
salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que
exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de
serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de
antecedência. Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para
responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. A recusa da oferta não
descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. Aceita a
oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo,
pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da
remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. 
O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador,
podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. 
Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento
imediato das seguintes parcelas:
 Remuneração;
 Férias proporcionais com acréscimo de um terço;
 Décimo terceiro salário proporcional;
 Repouso semanal remunerado; e
 Adicionais legais.
O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada
uma das parcelas acima referidas.
O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no
período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas
obrigações.
A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses
subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar
serviços pelo mesmo empregador. 
4. Teletrabalho (Home Office)
Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. Aplica-se
ao teletrabalho o disposto nos artigos 75-A ao 75-E da CLT.
O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades
específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza
o regime de teletrabalho. 
A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente
do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas
pelo empregado. 
Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja
mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.
Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por
determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com
correspondente registro em aditivo contratual. 
As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento
dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do
trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão
previstas em contrato escrito. As utilidades mencionadas não integram a
remuneração do empregado.
O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto
às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho. O empregado
deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções
fornecidas pelo empregador.
As disposições contidas na CLT no capítulo sobre duração de trabalho NÃO SE
APLICAM aos empregados em regime de Teletrabalho.
5. Contrato por Tempo Parcial
O contrato de trabalho por tempo parcial sofreu muitas alterações decorrentes da Lei nº
13.467/2017. 
De acordo com a nova redação do art. 58-A da CLT, será considerado trabalho em regime
parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade
de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte
e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais.
O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à
sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo
integral.
Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante
opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de
negociação coletiva.
As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. 
Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcialser estabelecido em
número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este
quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento acima
especificado, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas
diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita
a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam
compensadas.
Será facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço
do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário. A duração das férias
obedecerá ao disposto no art. 130 da CLT (tabela de férias).
6. Portadores de necessidades especiais
Considera-se deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de
atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado a possibilitar
que a pessoa portadora de deficiência, a partir da identificação de suas potencialidades
laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso e
reingresso no mercado de trabalho e participar da vida comunitária.
Conforme a Lei nº 8.213, de 1991 art. 93 e o Decreto nº 3.298, de 1999, art. 36, a
empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de dois a cinco por
cento de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitado ou com pessoa
portadora de deficiência habilitada, na seguinte proporção:
 Até duzentos empregados, dois por cento;
 De duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;
 De quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou
 Mais de mil empregados, cinco por cento.
A dispensa de empregado, quando se tratar de contrato por prazo determinado, superior a
noventa dias, e a dispensa imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente
poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes.
Considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada aquela que, não tendo
se submetido a processo de habilitação ou reabilitação, esteja capacitada para o exercício
da função.
7. Aprendizes
Nos termos do art. 428 da CLT, contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho
especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se
compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos inscrito em programa de
aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência
as tarefas necessárias a essa formação.
A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e
Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído
o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação
de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora. 
O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos, exceto
quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.
Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos
cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a
cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes
em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. O limite fixado
não se aplica quando o empregador for entidade sem fins lucrativos, que tenha por
objetivo a educação profissional. As frações de unidade, no cálculo da percentagem,
darão lugar à admissão de um aprendiz.
A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada, podendo ser de até oito horas diárias para os
aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas
as horas destinadas à aprendizagem teórica. 
De acordo com o art. 433 da CLT, o contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo
ou quando o aprendiz completar 24 anos, ressalvado os portadores de deficiência, ou
ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:
 Falta disciplinar grave;
 Ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
 A pedido do aprendiz.
 Desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com
deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias
assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades.

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