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DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES - PROF. ADRIANA MARTINS

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DIREITO CIVIL: OBRIGAÇÕES – 1º BIMESTRE 
Estrutura da Relação Obrigacional 
1. Introdução: 
A obrigação decompõe-se, fundamentalmente em 3 elementos: sujeitos, objeto e vínculo jurídico. 
CREDOR – DEVEDOR ≠ INADIMPLENTE 
VÍNCULO JURÍDICO = PRESTAÇÃO 
2. Sujeitos da Relação Obrigacional: 
- Sujeito Ativo (credor): aquele que tem, na relação obrigacional, interesse que a prestação seja cumprida; 
- Sujeito Passivo (devedor): pessoa sobre a qual recai o dever de efetuar a prestação. 
3. Objeto da Prestação Obrigacional: 
*depende da autonomia da vontade. 
- Prestação, o ponto material sobre o qual incide a obrigação; 
- Atividade positiva ou negativa do devedor, fundamentalmente, dar, fazer ou não fazer algo que pode 
ocorrer por um ato, ou conjunto de atos, praticado pelo sujeito passivo. 
3.1 Patrimonialidade da Prestação: 
- A obrigação deve conter uma prestação de conteúdo direta ou indiretamente patrimonial; 
- Na coercibilidade da prestação residirá o caráter patrimonial do instituto, ainda que de forma indireta. 
4. Vínculo jurídico da Relação Obrigacional: 
- Divisam-se dois elementos da obrigação: o débito (debitum, Schuld, em alemão) e a responsabilidade 
(obligatio, Haltung); 
- A garantia da obrigação, vista como o aspecto extrínseco do elemento vínculo. 
5. Causa nas Obrigações: 
- O fundamento, a razão jurídica da obrigação; 
- O motivo juridicamente relevante; 
- A causa é externa e objetiva, rígida e inalterável em todos os atos jurídicos da mesma natureza. 
Conceito de Obrigações 
Relação jurídica PESSOAL¹ que vincula 2 ou mais pessoas, credor e devedor, em razão do qual uma fica 
“obrigada” à cumprir uma PRESTAÇÃO patrimonial em favor da outra 
¹. relativa/ determinada a alguém. 
Características 
A. Pessoal ≠ Real (propter rem) – incide sobre sujeitos e patrimônios/ coisas. 
B. Transitória – a obrigação nasce com finalidade de extinguir-se. Seu adimplemento/cumprimento se 
da de forma espontânea ou forçada. Ex: entrega de dinheiro ao credor. 
C. Patrimonial – sempre envolve um patrimônio, seja em forma de bens, seja em espécie (dinheiro) 
D. Garantida pelo patrimônio do devedor. 
Distinções 
- Obrigação X Responsabilidade 
 - Estado de Sujeição 
- Ônus 
Âmbito 
- Direito Público 
- Familiares 
- Existenciais 
- Reais 
- Patrimoniais 
Classificação das Obrigações 
- Obrigação de Fazer: 
- É uma atividade do devedor, tanto pode ser a prestação de uma atividade física ou material 
 Ex: fazer um reparo em máquina, pintar a casa. 
- Ou uma atividade intelectual, artística, científica. 
Ex: escrever obra literária, partitura musical ou realizar uma experiência científica. 
- Essa classe pertence às obrigações positivas, tendo em vista a figura do devedor. 
- O credor pode escolher determinado devedor para prestar obrigação, não admitindo substituições. É o 
caso clássico de contratar um pintor para executar um retrato, de um cantor para uma apresentação. 
- Art. 247 CC: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele 
imposta, ou por ele exequível”. 
- Esses tipos de obrigações são de natureza infungível, chamadas de intuitu personae: somente aquele 
devedor poderá fazer e o credor não admite a substituição. 
Ex: Contratação de um advogado para a defesa no Tribunal do Júri. 
 E se as partes não estipularam expressamente a infungibilidade da obrigação de fazer? 
- Quando decorre das circunstâncias de cada caso, interfere nas consequências do inadimplemento. 
- Dependerá do exame de cada caso concreto verificar se a figura do devedor pode ser substituída ou não, 
tendo em vista a natureza e as circunstâncias. 
- Obrigação de Dar e Fazer: 
- Ambas são espécies positivas. 
- Na Compra e Venda, o vendedor contrai a obrigação de entregar a coisa(DAR), bem como responder pela 
evicção e vício redibitório. 
- Obrigação de Dar coisa certa – Art. 233: 
- O verbo DAR deve ser entendido como o ato de ENTREGAR. 
- CERTA será a coisa determinada, caracterizada, individuada, diferente de todas as demais da mesma 
espécie. 
- Quanto ao seu objeto: obrigação de dar 
- O que for objeto da obrigação (coisa certa) é que servirá para o adimplemento da obrigação. 
- Assim, da mesma forma que o credor não pode ser obrigado a receber prestação diversa do avençado, 
ainda que mais valiosa, não pode este mesmo credor exigir outra prestação, ainda que menos valiosa. 
- É o corolário dessa regra o princípio pelo qual os contratos devem ser cumpridos tal qual foram 
ajustados – pacta sunt servanda. 
- O efeito da obrigação de RESTITUIR é análogo, mas deve ser levado em conta que nesse tipo o agente 
deve receber em retorno aquilo que lhe pertence. 
- Obrigação de Dar coisa certa – continuação: 
- O princípio da acessoriedade aplica-se à obrigação de dar coisa certa – art.233 
- Trata-se de aplicação do princípio geral do art. 92 
- Porém pode não vingar se o contrato resultar do título, ou das circunstâncias do caso. 
Exemplo: O caso da locação de imóvel que necessariamente não abrange a linha telefônica, salvo se 
expressamente exposto no contrato. 
- Portanto, o art. 233 tem que ser entendido em consonância com o art. 237 CC. 
- O devedor deve entregar os acessórios (art.233), mas se houver acréscimos na forma do art.237, os 
chamados cômodos, pode o devedor cobrar por eles a respectiva importância. 
- Os acessórios de que fala a lei são tanto aqueles de natureza corpórea, como incorpórea. 
Exemplo: Ao efetuar a entrega da coisa alienada, o alienante, por força de lei, assume a obrigação de 
responder pela evicção, de acordo com o art. 447CC. 
- As partes podem abrir mão dessa garantia, mas deve ser feita de forma expressa. 
- EVICÇÃO: é a perda da coisa, por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que 
confere a outrem, seu verdadeiro dono, com reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a 
mesma coisa, não denunciando oportunamente no contrato. 
- Responsabilidade pela Perda ou Deterioração da coisa: 
- PERDA: é o desaparecimento completo da coisa para fins jurídicos. 
- Se a coisa é destruída por incêndio ou é furtada, houve uma perda, desaparecimento total do objetos 
para fins patrimoniais. 
- DETERIORIZAÇÃO: é quando a coisa sofre danos, sem desaparecer, como por ex.um acidente, que a 
danifique parcialmente, porque a lei quer exprimir perda parcial. 
- Com isso, há diminuição de seu valor, tendo em vista perda de parte de suas faculdades, de sua 
substância ou capacidade de utilização. 
Exemplo: Execução de sentença: “Entrega de coisa certa havendo deterioração da coisa, dever-se-á, em 
liquidação, apurar o valor dos danos a serem reparados, sem necessidade de instauração de outro 
processo”. (STJ – Acordão: Resp. 38478/MG-3 T). 
- Quanto a Responsabilidade: 
- Sempre que houver culpa, isto é fundamental, haverá direito a indenização por perdas e danos. 
- O código separa a perda da coisa antes e depois da TRADIÇÃO. 
- Ver art. 234 CC – “sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente condição suspensiva, fica 
resolvida a obrigação para ambas as partes”. 
- Se o devedor se obrigou a entregar um cavalo e este vem a falecer por ter sido atingido por um raio, no 
pasto, desaparece a obrigação, sem ônus para as partes, devendo ambas voltar ao estado anterior. 
- Isto é, se o cavalo já foi pago pelo comprador, evidente que deve ser devolvido o preço atualizado. 
- Como não houve culpa, não se deve falar em perdas e danos. 
- Sem culpa do devedor: 
- O fato de não ter havido culpa do devedor não pode significar um meio de injusto enriquecimento de sua 
parte, ou, injusto empobrecimento do comprador. 
- Não havendo culpa do devedor e perdida a coisa por caso fortuito ou força maior antes de efetuada a 
tradição ou pendente a condição suspensiva, resolver-se-á a obrigação para ambos os contraentes! 
- Porém, o devedor deverá restituir ao credor o quantum recebido pelo preço ajustado, na obrigação de 
coisa de dar coisa certa.- Perecimento da coisa com culpa do devedor: 
- Se a coisa vier a perecer, o devedor deverá responder pelo equivalente, ou seja, pelo valor que a coisa 
tinha no instante de seu perecimento e mais perdas e danos: 
 Compreende: 
- Prejuízo efetivamente sofrido pelo credor ( dano emergente) + Lucro que deixou de auferir (lucro 
cessante). 
- Ter-se-á o ressarcimento do gravame causado ao credor. Então, o devedor é obrigado a conservar a coisa 
até que ela seja entregue ao credor 
- Dano emergente: que compreende o prejuízo efetivamente sofrido pelo credor. 
- Lucro cessante: o lucro que o credor deixou de auferir. 
- Art.944, CC: ‘‘A indenização mede-se pela extensão do dano”. 
- Se o devedor se obrigou e entregar um cavalo e este vem a falecer (não foi devidamente tratado) entra 
em operação a 2º parte do art. 234. 
- Deve o devedor culpado pagar: 
O valor do animal= o valor apurado pelo devedor não ter recebido o bem (indenização pelo fato do seu 
animal não ter possibilidade de participar de uma competição já contratada pelo comprador), ou o seu 
valor de revenda, a que este comprador já se obrigara. 
- Consequência da deterioração da coisa certa SEM culpa do devedor/ Perda Parcial – 
Art.235, CC: 
- Em razão de força maior ou caso fortuito, a coisa se deteriorar – se houver diminuição de suas qualidades 
ou de seu valor econômico, caberá ao credor optar se considera extinta a relação obrigacional, voltando as 
partes para ao statu quo ante, ou se aceita o bem no estado em que se encontra, abatido de seu preço, o 
valor do estrago. 
 - Será abatido o valor correspondente à depreciação havida com a deterioração. 
Exemplo: Se João vier a comprar de Carlos um boi reprodutor, e este vem a contrair doença estéril, João 
poderá optar entre a resolução da obrigação assumida ou o recebimento do animal, abatendo-se 
proporcionalmente o preço, considerando-se, não mais o valor para a reprodução, mas aquele para 
serviços rurais ou para corte. 
- Duas alternativas ao credor: 
1. Resolver a obrigação, recebendo a restituição do preço, se já tiver pagado. 
2. Aceitar a coisa, no estado em que se encontra, abatendo –se em seu preço o valor da depreciação 
- Consequência da deterioração da coisa certa COM culpa do devedor – Art.236, CC: 
- Poderá o credor exigir o equivalente (valor da coisa em dinheiro) mais perdas e danos, ou aceitar a coisa 
no estado em que se encontra, podendo também neste caso, reclamar a indenização por perdas e danos, 
uma vez que recebe deteriorada, comprovando o prejuízo sofrido. 
- Sempre que houver culpa, haverá a possibilidade de indenização por perdas e danos. 
- O credor tem 2 alternativas: 
1. receber a coisa 
2. enjeitar a coisa 
- Sempre com perdas e danos o valor da indenização será apurado por intermédio de perícia. 
- Até a tradição da coisa, cabe ao devedor a obrigação geral de diligência e prudência em sua manutenção, 
devendo defendê-la contra o ataque de terceiros, valendo-se, se for necessário, de meios judiciais para 
atingir tal proteção. 
- É exatamente no exame de diligência do devedor que se vai apurar se houve culpa sua na perda ou 
deterioração da coisa, para a aplicação dos dispositivos ora examinados. 
- A Tradição: 
- O credor poderá ser colocado em mora, quando a coisa for posta a sua disposição no tempo, lugar e 
modo ajustados, correndo por conta dele os riscos - art. 492, §2. 
- Portanto, antes da entrega da coisa, tem aplicação o princípio “a coisa pertence ao dono” – arts. 234 e 
235 CC. 
- Na obrigação de restituir, veremos que o princípio é o mesmo – 238 e 240 CC, mas o mecanismo é 
diverso. 
- Havendo perda ou deterioração da coisa, sem culpa do devedor (NAS OBRIGAÇÕES DE ENTREGAR OU 
RESTITUIR), SEMPRE O DONO É QUE ARCA COM O PREJUÍZO. 
- A tradição da coisa faz cessar a responsabilidade do devedor. 
- Se a coisa perece após a entrega, o risco é suportado pelo comprador. 
- Salvo, se houve fraude ou negligência do devedor = deverá ser ele responsabilizado. 
- Não confundir em análise os vícios redibitórios (será dado posteriormente – parte de contratos). 
 
 
Modalidades das Obrigações 
- Obrigações indivisíveis, solidárias, cumulativas, facultativas e alternativas: 
+ Pluralidade de credores ou devedores: 
- Nas chamadas obrigações complexas, por exemplo, pode-se identificar a pluralidade de credores ou de 
devedores, ou ainda a pluralidade de objetos da prestação. 
+ Quanto à divisibilidade (divisíveis ou indivisíveis) - seguintes critérios: 
I) divisíveis são as obrigações passíveis de cumprimento fracionado; 
II) indivisíveis são as obrigações que só podem ser cumpridas em sua integralidade. 
+ A noção de indivisibilidade se encontra na própria lei - art. 258 do Código Civil: 
Art. 258: A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante 
do negócio jurídico. 
- Exemplo: Um cavalo é um bem indivisível e, portanto, a obrigação de entregar um determinado cavalo 
(obrigação de dar) também não pode ser fracionada; por outro lado, a obrigação de entregar duzentas 
sacas de arroz pode ser perfeitamente dividida. Nesse segundo exemplo, a entrega de cem sacas de cada 
vez não implicaria diminuição do valor econômico atribuível ao todo. 
- O exemplo do cavalo, é um caso de indivisibilidade material. Decorre da própria natureza do objeto 
envolvido na prestação. 
- Em outros casos, a indivisibilidade pode resultar de força da lei, sendo jurídica ou mesmo da convenção 
entre os contratantes, quando será convencional. 
+ Indivisibilidade jurídica: 
- A indivisibilidade jurídica pode se manifestar da seguinte forma: do ponto de vista fático, todo imóvel é 
passível de fracionamento, mas a lei pode criar restrições de zoneamento proibindo que um imóvel seja 
dividido de forma a se alcançar metragem inferior a um determinado parâmetro. 
- Em outros casos, é a vontade das partes que pode tornar o objeto de uma prestação, que de início é 
perfeitamente divisível como a obrigação de entregar uma tonelada de soja em indivisível. 
- Art. 314: Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a 
receber, nem o devedor a pagar por partes, se assim não se ajustou. 
- Nesse caso, a vontade das partes se manifestou no sentido de que a obrigação só poderá ser cumprida 
por inteiro. 
-Essa possibilidade é enunciada: o credor não é obrigado a receber de forma diversa do estipulado. 
- Art. 87: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
- Art. 88: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por 
vontade das partes. 
+ Pluralidade de sujeitos: 
- O cerne do conceito de indivisibilidade reside na possibilidade ou impossibilidade de fracionamento do 
objeto da prestação. Não basta só viabilidade da divisão, mas se requer, uma pluralidade de sujeitos, pois 
do contrário não haverá sentido em se realizar essa distinção. 
- Pluralidade de Credores e Devedores é matéria tratada, inicialmente, no art. 257 do Código Civil 
- Art. 257: Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se 
dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. 
- Na pluralidade de devedores, quando a prestação for indivisível, isto é, quando não puder ser fracionada 
sob pena de se desnaturar o seu valor econômico, será manejada a solução prevista pelo art. 259, caput, 
do Código Civil 
- Art. 259: Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela 
dívida toda. 
Paragrafo único: O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados. 
- Dispõe sobre situação que será pormenorizada mais adiante,no estudo dos efeitos da sub-rogação. 
- A sub-rogação é um expediente jurídico mediante o qual o devedor que pagou assumirá a posição de 
credor em relação aos demais devedores. 
- A sub-rogação constitui uma das modalidades especiais de pagamento. Nesse caso de pluralidade no pólo 
passivo em obrigação cuja prestação é indivisível, embora cada um dos devedores deva apenas fração da 
obrigação, a sua liberação está condicionada à entrega do todo. 
- Exemplo: Dois devedores comprometem-se a entregar um determinado veículo não é possível o 
fracionamento. Um deles entregará o veículo em sua totalidade, sub-rogando-se no direito de demandar 
do outro devedor o valor referente à parte desse devedor que não entregou diretamente o bem. 
-Os devedores podem tanto ser responsáveis pela prestação em partes iguais ou em qualquer outra 
proporção fixada quando da pactuação do negócio jurídico. 
-O negócio jurídico deve ser sempre examinado de modo a se identificar que parte compete a cada 
indivíduo na partição da dívida. Igual raciocínio deve ser empregado na abordagem do art. 261 do Código 
Civil. 
+ Obrigações Solidárias: 
- A solidariedade é um expediente de ordem técnica que tem por escopo reforçar o vínculo, facilitando o 
adimplemento da obrigação. 
- Possibilidade de reclamar a totalidade da prestação. 
- Ela pode estar em qualquer um dos polos da obrigação e dessa forma, temos a solidariedade ativa 
solidariedade de credores —, e a solidariedade passiva — solidariedade de devedores. 
- A solidariedade não deriva da natureza das prestações, mas sim da vontade das partes ou da lei. Sendo 
assim, solidariedade não se presume. 
- Art.264: Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um 
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
- A prestação é única, é a mesma para todos, embora o quantum realmente devido represente apenas uma 
fração dessa prestação. 
- A solidariedade, que deriva da lei ou da anuência entre as partes, só é possível na medida em que haja 
pluralidade de vínculos e independência entre os mesmos. 
- A pluralidade de vínculos pode ter, como consequências, a oposição de elementos acidentais (condição, 
termo ou encargo) para apenas um ou alguns dos devedores (art. 266 do Código Civil). 
- Ainda, outro efeito é que se um dos vínculos for marcado pela invalidade, por conta da incapacidade de 
um dos credores, não há que se falar que os demais vínculos estejam maculados. 
- Art.265: A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
- Esse enunciado proclama o caráter de exceção das obrigações solidárias ficando elas restritas às 
previsões da lei ou do pacto entre as partes. 
- Art.268: Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
-No pagamento da obrigação solidária, pertinente é a regra do art. 268 CC, que define que o devedor (ou 
devedores) no caso de solidariedade ativa, deve pagar àquele que primeiro lhe demandar. 
- A faculdade de escolher a quem realizar o pagamento perdura até que algum dos credores cobre a dívida. 
- Art.271: Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade 
- Trata da conversão da obrigação em perdas e danos. Determina que a solidariedade subsista ainda que a 
obrigação seja convertida em perdas e danos, que é uma prestação essencialmente divisível. 
- Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
- Art.272: O credor que tiver remitido a divida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes cabia. 
- O credor que recebe o pagamento de modo integral torna-se obrigado a prestar contas aos demais, 
repassando-os o valor que compete a cada um deles. 
+ Solidariedade Passiva: 
- É aquela que obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida. 
- Apresenta uma importância bem mais considerável do que a solidariedade ativa, em especial devido ao 
seu caráter de reforço ao vínculo jurídico. 
- O risco de insatisfação do credor é reduzido de forma significativa, visto que o inadimplemento ocorreria 
apenas na hipótese de todos os devedores tornarem-se insolventes. 
- No que concerne à extinção da obrigação solidária, pode-se observar as seguintes situações: 
I) na extinção da obrigação sem culpa dos devedores, a dívida será extinta para todos; 
II) quando algum dos devedores incorre em culpa, a regra do art. 279 determina a permanência para os 
demais do encargo de pagar o equivalente, sendo que as perdas e danos serão atribuição do culpado 
- Art. 279: Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos 
o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
+ Obrigações Cumulativas e Alternativas: 
- Nas obrigações conjuntivas ou cumulativas, como é fácil aferir pelo seu nome, mais de uma prestação é 
devida de forma cumulada. 
- O credor tem o poder de exigir o cumprimento de todas elas, na medida em que todas são devidas. 
- Partícula aditiva e. 
- Dessa forma, um exemplo de obrigação conjunta é a de entregar um carro e uma casa. 
- A prestação é conjunta, congregando aqui a obrigação de dar duas coisas. 
- Por outro lado, nas obrigações alternativas (ou disjuntivas) ao devedor compete a entrega de uma das 
coisas objeto da obrigação. O objeto não é único, mas o devedor se desobriga entregando um deles. 
- Diferentemente das obrigações cumulativas, essa modalidade de obrigação é dotada de um regime 
especial que corresponde aos arts. 252 a 256 do Código Civil. 
- O objeto da obrigação aqui é ligado pela partícula ou: devemos um carro ou uma casa. Apenas uma das 
obrigações é devida. 
- Concentração e cumprimento da obrigação alternativa: No cumprimento das obrigações alternativas, é 
importante notar que o objeto, que é inicialmente é múltiplo, se torna individualizado num momento 
posterior. 
- Após esse momento da individualização, a obrigação, outrora alternativa, se processa de forma 
semelhante a uma obrigação simples. 
- Adicionalmente, existe a outra dúvida: a quem compete a escolha da obrigação devida? Ordinariamente, 
a escolha compete ao devedor, estando esse entendimento consubstanciado no art. 252, caput, mas nada 
obsta que o acordo de vontades entre as partes pode reservar essa faculdade para o credor. 
- Aliás, o art. 252 do Código Civil baliza as regras referentes ao pagamento de obrigações alternativas. 
- Art. 252: Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 
- Caso se verifique dúvida na definição de a quem compete a escolha da obrigação, a mesma deve ser 
solucionada no sentido de favorecer o devedor – REGRA GERAL 
 
+ Obrigações Facultativas: 
- A obrigação facultativa tem por objeto apenas uma prestação principal, no entanto possibilita a liberação 
do devedor uma vez que ele efetue o pagamento de outra prestação prevista em caráter subsidiário. 
- EXEMPLO: Um comerciante acordou na entrega de vinte caixas de laticínios, mas o contrato lhe 
possibilita liberar-se da obrigação mediante a entrega de cinquenta quilos de café. A obrigação principal é 
aquela inicialmente acordada, a primeira, qual seja, a entrega das caixas de laticínios. A prestação 
subsidiária tem, contudo, o condão de desincumbir o devedor. 
- Obrigações Principais e Acessórias: artigo 92 do Código Civil enuncia a relação de acessoriedade entre os 
bens: Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência 
supõe a do principal. 
- Há obrigações que se apresentam agregadas, em estado de vinculação a essas obrigações principais, 
sendo taxadas por isso de obrigações acessórias. Sua existência está ligada à própria existência das 
obrigações principais, ou seja, extinguindo-se uma obrigação principal, perecem consequentemente 
aquelas quelhe gravitam. 
- Em síntese: principal é aquela obrigação dotada de existência autônoma, independendo de qualquer 
outra. Já as obrigações acessórias são aquelas que não tem existência em si, dependendo de outra a que 
adere ou cuja sorte depende. 
+ RECAPITULANDO: 
- OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: (conjunção ... OU ...) 
- Objetos distintos: Não se confunde com obrigação genérica, que também tem objeto determinável. 
- A escolha é em regra do devedor (252) – a outra parte deve ser comunicada. 
- Se forem vários os optantes e não houver acordo – decide o juiz (parágrafo 3º, 252) 
- O que ocorre então quando uma das prestações, antes da opção, se torna impossível ? 
a) se a escolha cabia ao credor e houve culpa do devedor, aquele pode exigir a prestação subsistente ou o 
valor da outra c/ perdas e danos (255). 
b) havendo ou não culpa quando a escolha incumbia ao devedor, a obrigação se cumpre com a prestação 
subsistente (253). 
- E quando todas as prestações, antes da opção, se tornam impossíveis? 
1. Havendo culpa e cabendo a escolha ao credor, este pode exigir o valor de qualquer das prestações e 
indenização por perdas e danos (Art. 255. in fine). 
2. Havendo culpa, e cabendo a escolha ao devedor, fica ele obrigado a pagar o valor da que por último se 
impossibilitou mais perdas e danos (254) 
3. Não havendo culpa, a prestação se extingue (256) 
+ OBRIGAÇÕES CUMULATIVAS: 
- Consiste em uma obrigação com objeto múltiplo. 
- Exemplo: entregar uma casa e um carro. 
- O devedor somente se desonera quando entrega todas as coisas 
+ OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS: 
- A ótica do estudo da divisibilidade é a jurídica / econômica e não a física (258 / 87 CC). 
- Regra – presume-se dividida em tantas obrigações quanto os devedores / credores (257). 
- Vários devedores - cada um será obrigado pela dívida toda (259). 
- Vários credores - o devedor paga a todos ou apenas a um que dê caução de ratificação. 
- As obrigações indivisíveis se aplicam as regras da solidariedade, mas com ela não se confundem. 
-A indivisibilidade resulta de obstáculo ao fracionamento da obrigação, por causas naturais ou 
convencionais. 
- Já a solidariedade é garantia que nada tem a ver com o conteúdo da prestação. 
- Deixam de ser indivisíveis as prestações que se revertem em perdas e danos. 
+ OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS: 
- Ocorre quando assiste ao devedor o direito de substituir a prestação (por excepcionalidade no ato 
constitutivo). Não se encontra disciplinada, mas é aceita pela doutrina e jurisprudência. 
a) o credor não pode reclamar a prestação facultativa 
b) a impossibilidade de satisfazer a prestação devida, extingue a obrigação, sendo irrelevante a 
subsistência da prestação facultativa. 
+ OBRIGAÇÕES UNITÁRIAS OU CONJUNTAS: 
- Sejam credores ou devedores devem necessariamente agir conjuntamente, como se fossem um só. 
- Correspondem, de um modo geral, a uma situação que envolva condomínios sem administrador. 
+ OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS: 
- Neste caso há pluralidade de devedores ou de credores, que respondem (275 – devedor) ou tem direito 
(267 – credor), cada qual pela totalidade da dívida. 
- Origem – legal ou convencional (265). 
- Sem ação judicial posso pagar a qualquer credor (268) 
 
Material Complementar 1 
 - O Código Civil brasileiro, preocupado com ideais socializantes, advindas da revolução francesa, 
estabeleceu a Boa-fé como fundamento absoluto das relações negociais. 
- Art. 113, CC: Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
- A cláusula geral da boa-fé, da equidade e do equilíbrio nas relações contratuais está presente no sistema 
do CDC, representando uma das mais importantes inovações introduzidas por esta lei no direito contratual 
brasileiro. 
- A partir do Código Reale que a boa-fé assumiu a posição de princípio estruturante de toda relação 
negocial no direito privado brasileiro. Dela deriva o princípio da proteção da confiança, que tem por 
escopo a defesa das legítimas expectativas que nascem entre os contratantes, quando pactuadas as 
obrigações que mutuamente são assumidas, criando entre ambos um vínculo contratual. 
 
Material Complementar 2 
- Distinção entre responsabilidade pré-contratual e contratual. 
- Responsabilidade pré-contratual, também chamada de culpa in contrahendo 
- A doutrina brasileira recepciona a culpa in contrahendo através da aplicação dos princípios da liberdade 
contratual e da boa-fé decorrentes de negociações preliminares realizadas pelas partes. 
- Fala-se em responsabilidade pré-contratual quando há um rompimento injustificado das tratativas. 
- Existe responsabilidade pré-negocial, sempre que tendo as partes livremente entrado em tratativas 
negociais, confiando, pelo menos uma delas (a prejudicada), em sua seriedade, tenha havido violação à 
boa-fé objetiva e aos deveres laterais da obrigação, gerando dano à parte, seja de natureza moral ou 
patrimonial. 
- Responsabilidade pós-contratual, também chamada de culpa post pactum finitum 
- A ocorrência da responsabilidade pós-contratual se dá quando há um descumprimento dos deveres 
acessórios, anexos dos deveres principais da relação contratual.

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