Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROCESSO CIVIL 1 – 1º BIMESTRE Teoria Geral do Processo Elementos: - Ação - Jurisdição - Processo - Defesa Da autotutela à jurisdição Sociedade Primitiva: - Utilizava-se a força física para resolução de conflitos, gerando insatisfação e instabilidade social. - O Estado é incipiente no momento. + Características da autotutela durante esse período: - Não havia um juiz distinto das partes - A decisão era imposta por umas das partes à outra. Arbitragem Facultativa: - A autotutela continua existindo - Envolve-se um terceiro presente no grupo social dos envolvidos - O terceiro envolvido era um ancião (pela experiência de vida) ou um sacerdote (representante da lei divina) - A imparcialidade era um desafio, uma vez que o terceiro normalmente possuía vinculo com uma das partes. - O Estado ainda está se desenvolvendo durante esse período. Arbitragem Obrigatória: - Há o uso de leis na resolução dos conflitos - O Estado se apresenta desenvolvido - O terceiro deixa de pertencer ao grupo social das partes e segue os seguintes critérios: ¹. Aplicação de critérios objetivos (a lei) no julgamento ². As decisões proferidas deveriam vincular as partes envolvidas Jurisdição: - Século III d.C. - O Processo é público - Entrega da autotutela ao Estado - O Estado possui o dever de aplicar o direito ao caso concreto, solucionando o conflito, pacificando as partes e, com isso, resguardar a autoridade da lei/ Ordenamento Jurídico. Poderes do Estado Função Típica Função Atípica Poder Executivo Administrar Legislar Poder Legislativo Legislar Julgar Poder Judiciário Julgar Legislar Classificações (Ulpiano) Direito Público ≠ Direito Privado: - Direito Público: são regras que regulam um tipo de relação jurídica no qual o Estado figura como um dos participantes. Aplica-se de forma vertical. - Direito Privado: conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre os particulares. Aplica-se de forma horizontal, com a prevalência da autonomia privada das partes. Norma Cogente ≠ Norma Dispositiva: - Norma Cogente: de ordem pública, atende o interesse da coletividade. O Estado impede a vontade das partes em alterar essas, uma vez que pode haver abuso ou vulnerabilidade de um dos envolvidos. *Cogente: cumprimento obrigatório de maneira coercitiva. Ex: normas processuais - Norma Dispositiva: de ordem privada/particular, podendo ser alterada por ambas as partes, não há restrição da autonomia da vontade Ex: direito civil Direito Material ≠ Direito Processual: - 1868: A obra “Teoria e Pressupostos Processuais” de Oskar Von Bullow marca o inicio da ciência processual tendo como destaque: 1. Independência do direito processual do direito material 2. Explicação publicista do direito processual e, com isso, superando a teoria privatista do processo 3. Os conceitos de ação, processo, jurisdição, partes e outros passam a ser avaliados pelo critério de direito processual - Ihering – “O direito é feito de fatos” - Fato Social ≠ Fato Jurídico - Direito Material: conjunto de normas jurídicas que regulam situações cotidianas. Ex: Constituição Federal e Código Civil - A violação do direito material irá gerar um processo de reparação - Direito Processual: conjunto de regras que regulam o processo, ou seja, regulam o que fazer quando o direito material for violado ou ameaçado de violação Direito Objetivo ≠ Direito Subjetivo - Direito Objetivo: norma de agir/ de conduta – lei - Direito Subjetivo: faculdade de agir conferida ao individuo para invocar a norma em seu favor, ou seja, faculdade de agir sob mando da regra + Direito Potestativo e Prestacional Escopo/ Função do Processo - Teorias: 1. Subjetivista – tutelar o direito subjetivo 2. Objetivista – aplicar o direito objetivo e pacificar as partes 3. Mista – aplicar o direito objetivo, pacificar as partes e, via de consequência, tutelar direitos subjetivos encontrados no processo Histórico da Lei Processual Brasileira - 1º FASE: o Livro III das Ordenações Filipinas rege o Processo Civil - 2º FASE: representada pelo Consolidação Ribas - 3º FASE: precedidade pelo regulamento 737, editado pelo Governo Imperial, inicialmente destinado a reger o processo comercial, foi estendido para regulamentar causas cíveis em geral - 4º FASE: a Constituição de 1891 deu competência legislativa concorrente da União e dos Estados para legislar sobre os processos. - 5º FASE: com a Constituição de 1934, entra em vigência o primeiro Código de Processo Civil em 1939 - 6º FASE: entra em vigência o Código de Processo Civil de 1973, solicitado em 1961 por Jânio Quadros -7º FASE: reforma do Código de 1973 em cumprimento da lei 11232/2005 -8º FASE: representada pela entra em vigor do novo Código de Processo Civil de 2016 Fontes do Processo Civil - Fontes Formais: 1. Constituição Federal 2. Código de Processo Civil 3. Tratados – Art.5º, §2º e §3º - Compete à União legislar acerca do Processo Civil – Art.22, I, CF. - Medidas Provisórias não alteram a norma processual – Art.62, §1º, alínea b, CF. - Fontes Informais: utilizadas diante de lacunas na norma, são elas: 1. Princípios Gerais 2. Analogia 3. Precedentes 4. Costumes 5. Jurisprudências – decisões reiteradas de tribunais Direito Intertemporal *Lei processual no espaço e no tempo - Espaço: ART. 16: A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições do CPC. ART. 13: A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas* as disposições específicas previstas em tradados convenções ou acordos internacionais em que o Brasil seja parte. *Podem haver leis processuais internacionais agindo em território nacional - Tempo: ART. 14: A lei processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. - Teoria dos Atos Isolados: cada ato processual deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege, assim, ao ato processual se aplica a lei vigente no momento em que ele é praticado, traduzindo, a lei que rege o ato processual é aquela em vigor no momento em que ele é praticado. - Procedimento Sumário: procedimento do CPC/73 suprido pelo novo código vigente, que passou a adotar outro método. No entanto, nos termos do 1.046, § 1º, do novo diploma, os processos ajuizados antes de sua vigência sob o rito sumário continuarão a tramitar por esse rito até a sua extinção, aplicando-se a eles as normas do CPC/1973. ART. 1046, §1º: As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de Janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o inicio da vigência deste Código. - A ultratividade da lei processual foi revogada Justiça Multiportas *Meios alternativos de pacificação social - A jurisdição estatal não é o único meio de solucionar conflitos ART. 3º, §3º: A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. - Artigos relativos à conciliação e mediação judicial: 165 a 175 - A resolução 125/2010, §2º, CNJ e o novo CPC caminham para construção da ideia de um processo civil e um sistema de justiça multiportas Conciliação: - Prevista no art.3º, §3º, CPC. - Trata- se de uma técnica negocial, onde o conciliador, terceiro devidamente treinado mediante técnica argumentativa, analisará o conflito e irá sugerir soluções consensuais para os conflitos e interesses das partes. - O acordo deve ser incentivado pelo conciliador NUNCA imposto - A principal função do conciliadoré incentivar o dialogo entre as partes *Quando se deve aplicar a conciliação? Na resolução de conflitos pontuais, quando não há longa relação entre as partes. Ex: relações de consumo – compra de produto com defeito/ prestação de serviço inadequado - A conciliação pode ser extrajudicial ou judicial: Judicial: quando já há um processo instaurado *não há necessariamente a participação de um magistrado durante a conciliação, mas o procedimento é realizado no CEJUSC. Extrajudicial: realizada antes da propositura de uma ação judicial *pode-se homologar o acordo na via judicial para que com a chancela do juiz/do estado se passe a ter o título executivo judicial do procedimento Mediação: - Possui lei especifica (13.140/2015) - Assemelha-se a conciliação, a diferenciação se da no método, uma vez que o mediador, quem aplica a técnica negocial, NÃO pode sugerir soluções para o conflito. - O mediador deve facilitar o dialogo entre os envolvidos, para que estes, de forma autônoma, construam a solução do litigio. - O acordo entre as partes surge como consequência do trabalho realizado durante a mediação *Quando aplicar a mediação? Em relações existentes a longo prazo entre as partes Ex: divórcios e dissoluções de sociedades - A mediação pode ser prévia (extrajudicial) ou incidental (judicial) -Vantagens a partir da resolução consensual de litígios: Valorização da cidadania Reforço da cultura de paz e do dialogo Estabelecimento de respeito Redução/prevenção da violência Arbitragem: - Regulada pela lei 9.307/96 - Considerada o meio consensual mais estimulado nos últimos tempos, pela efetiva promoção da pacificação social e redução da “cultura da sentença” - Na arbitragem as partes possuem maior liberdade para modular o procedimento ART. 190: Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. *os agentes devem ter direito disponíveis e capacidade absoluta - A arbitragem é instituída mediante negócio jurídico - Subdivisão entre Compromisso Arbitral e Clausula Compromissória Compromisso Arbitral: acordo de vontade entre as partes, posterior ao litigio e que irá submetê-lo ao juízo arbitral Clausula Compromissória: convencionada pelas partes anteriormente ao surgimento do litigio, normalmente estabelecida em contratos - O arbitro, de acordo com o Art. 18, é um juiz de fato e de direito. Possui poder de decisão, mas não de coerção. ART. 18: Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. - Segundo o STJ, a atividade realizada na arbitragem é jurisdicional, tanto que o arbitro profere uma sentença arbitral, sendo este, o título executivo judicial. Uma vez não cumprida a decisão, há necessidade da parte favorecida no caso, levar a questão ao judiciário para iniciar cumprimento de sentença. - A arbitragem pode ser de direito ou de equidade ART 2º, Lei 9.307/96: A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes: § 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. § 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais do comércio. - O arbitro poderá ser um particular, uma instituição especializada, etc. Não há necessidade de ser um bacharel em direito ou alguém que possua certo conhecimento jurídico. Juizado: - Faz parte do Poder Judiciário, mas possui procedimentos muito mais sintetizados, trabalha com causas de menor complexidade. - A lei 9.099/95 rege os Juizados Estaduais Especiais Cíveis e Criminais ART. 2º, Lei 9.099/95: O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. - O Juizado Federal é regido pela Lei 10.259/01 - Juizado Estadual da Fazenda regido pela Lei 12.153/09 Processo Administrativo: julgado fora do poder judiciário, por um órgão administrativo Processo e Constituição - No passado a Constituição era vista como uma carta de intenções. Sua principal função, efetivar as normas do ordenamento jurídico, era desconhecida. - O poder judiciário seria o responsável pela tutela da efetivação das normas constitucionais - Durante os anos 90 há a necessidade de revalorizar a Constituição. Esse fenômeno fica conhecido como NEOCONSTITUCIONALISMO, tendo como finalidade a concretização de direitos fundamentais. - Neste contexto, destacam-se 2 textos: “A Era do Direito” – Norberto Bobbio “Neoconstitucionalismo e Constitucionalização do Direito” – Luís Roberto Barroso - Dessa forma, se segue o princípio da supremacia da norma constitucional. Dando origem ao Neoprocessualismo – Direito Constitucional Processual - Art. 1º, CPC: O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste código. - A Constitucionalização do Direito Processual faz parte do Direito Contemporâneo - Historicamente, a 2º Guerra Mundial gera efeitos constitucionais e processuais. - Durante a guerra, ocorreram diversas violações dos Direitos Humanos - Em 1949, com o fim da batalha e a vitória dos Aliados, os alemães são obrigados a reformular sua constituição – Constituição de Weimar –, dando origem a Lei Fundamental de Bonn - A Lei Fundamental de Bonn simboliza um grande marco democrático pelas seguintes inovações: Garantia de direitos fundamentais Garantias processuais, como o acesso à justiça e o juiz natural Supremacia das normas constitucionais, como forma de evitar a violação de direitos fundamentais. Limitação do poder estatal - Além disso, a lei alemã influenciou a reformulação do ordenamento de outros países - A Constituição Cidadã do Brasil (1988), se inspirou na Lei Fundamental de Bonn estabelecendo normas que evitassem o reestabelecimento de regimes ditatoriais como o vivido de 1964 a 1985. Princípios Constitucionais do Processo Civil - São o ponto de partida/ regra mestra para devida interpretação do ordenamento jurídico - Art. 2º - 12, CPC são infraconstitucionais 1. Acesso à Justiça – Inafastabilidade da Tutela Jurisdicional - Nada pode proibir/vedar o acesso à tutela jurisdicional do Estado. - Art. 5º, XXXV, CF: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. - Lesão: houve violação de direito, portanto, pode-se solicitar reparação no Judiciário - Ameaça de direito: a violação de direito não ocorreu, mas está em eminência, assim, recorre-se ao poder estatal como forma de prevenção. - O princípio se refere à defesa de direitos individuais, coletivos e difusos - Direitos transindividuais: se referem a um grupo, extrapolam a pessoa - Art. 81, CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo – primeira norma a tratar de direitos coletivos - A lei de Arbitragem não viola/retira o acesso à Justiça - Ações Afirmativas: proporcionam o acesso à justiça de modo mais amplo e irrestrito possível; como por exemplo, o benefício da justiça gratuita (art.98, CPC), acesso à defensoria pública, a justiça itinerante. 2. Devido Processo Legal: - Art. 5º, LIV, CF: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o processo legal - Incialmente criado em 1215, na Inglaterra, pelo déspota/ Rei João Sem Terra - Parte fundamental do Estado Democráticode Direito; um dos pilares do constitucionalismo moderno - Assegura um processo legal, mas não o resultado desejado subjetivamente - Projeta-se: Na esfera legislativa – razoabilidade com relação aos valores fundamentais vigentes na sociedade Na administração pública – princípio da legalidade Nas relações privadas – dever de lealdade Na motivação/fundamentação das decisões - Formal/ Processual: exige o respeito a um conjunto de mínimas garantias processuais - Substancial/ Material: autoriza o julgador questionar a razoabilidade de uma determinada lei, ou de uma decisão estatal; proporcionalidade; controle material da constitucionalidade 3. Ampla Defesa: - Art. 5º, LV, CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes - As partes podem interferir na formação do convencimento do magistrado - Direito de provar/comprovar o que está afirmando - Provas: fase instrutória/ probatória - Réu contrapõe os argumentos trazidos pelo autor 4. Juiz Natural - Art. 5º, XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção - Art. 5º, LIII: Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente - Também previsto na Lei Fundamental de Bonn - Garante imparcialidade e competência do órgão julgador 5. Vedação da Prova Ilícita - Art. 5º, LVI, CF: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos - Art. 369, CPC: As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. - A regra não admite provas ilícitas. No entanto, em casos específicos, o poder judiciário pode decidir se irá, ou não, admitir a prova – pode haver relativização do princípio Distinção entre prova ilícita¹ e prova legal adquirida por meios ilícitos² ¹. Possui ilegalidade inerente a sua natureza – Ex: tortura ². A prova, lícita, é contaminada pelo meio de aquisição – Ex: interceptação telefônica sem autorização do juiz 6. Isonomia & Paridade de armas - Art. 5º, caput, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, (...). - Art. 7º, CPC: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. - Durante o cotidiano, identifica-se a insuficiência da igualdade formal para assegurar a igualdade. A igualdade material se mostra necessária para garantir a isonomia, uma vez que sociedade compreende indivíduos com realidades culturais, econômicas, etc. distintas. - Não há ilegalidade no tratamento diferenciado a certos grupos, uma vez que esta é uma medida necessária para diminuição do desnível existente entre as partes do litigio. 7. Garantia da motivação/ fundamentação das decisões judiciais - Art. 93, IX: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; - Dever de esclarecimento das razões/ do convencimento do magistrado – motivo da decisão - Caso a decisão não tenha sido fundamentada, será considerada nula - O art. 489, §1º, descreve em seus incisos as características de uma decisão não fundamentada 8. Publicidade: - Art. 11, CPC: Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único: Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. - Complementação nos artigos: 5º, LX e 93, IX da Constituição - A publicidade é uma garantia ao cidadão na medida em que permite o controle dos atos judiciais. - É inerente a função pública. No entanto, há casos excepcionais que ocorrem em segredo de justiça - Art. 189, CPC : Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 9. Princípio Dispositivo: - Liberdade que o indivíduo possui em exercer, ou não, os seus direitos - Exemplo: a iniciativa da instauração da relação processual incumbe à parte - Há exceções em que o juiz pode instaurar alguns incidentes de oficio e sem iniciativa das partes - A adoção desse princípio se da de forma mitigada, uma vez que há consonância com o poder do magistrado em dar inicio ao processo 10. Impulso Oficial: - Art. 2º, CPC: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei - A jurisdição é inerte, apenas quanto ao início e aos limites de sua atuação. Uma vez instaurado o processo, por iniciativa da parte, o juiz o moverá até se exaurir sua função jurisdicional. 11. Duplo grau de Jurisdição: - Possibilidade de revisão, por via recursal, de decisões proferidas pelos magistrados - Em alguns casos, pode garantir um novo julgamento por parte de órgão julgador hierarquicamente superior 12. Duração Razoável do Processo: - Art. 5º, LXVIII, CF: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. - Art. 4º, CPC: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. - O prazo razoável não pode ser aplicado de forma indiscriminada, uma vez que existe uma complexidade por trás de cada processo. Deve haver um equilíbrio durante a demanda. 13. Princípio da primazia do julgamento do mérito: - O juiz deve priorizar, sempre que possível, o julgamento do mérito, além de viabilizar a correção de vícios processuais. 14. Boa fé processual: - Art. 5º, CPC: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. - Assegura que a conduta de todos os sujeitos processuais, não somente as partes, mas também, promotores, advogados, etc. devem seguir um padrão ético, objetivando a honestidade, diligencia e confiança - Enunciado 374 – FPPC 15. Princípio da Cooperação - Art. 6º, CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. - Engloba deveres de esclarecimento, prevenção, consulta e auxilio - O processo deve ser mais que um diálogo entre as partes e o juiz - O processo não perde seu caráter de litigiosidade 16. Liberdade Negocial - Art. 190, CPC: Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. - O princípio garante maior autonomia das partes na formação e desenvolvimento da ação processual - Autoretratamento das partes- Alusão ao procedimento arbitral - Também chamado de negócio jurídico processual atípico
Compartilhar