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Desenvolvimento Sustentável

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Gestão Ambiental e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Selma Aparecida Cesarin
Desenvolvimento Sustentável
• Introdução
• Desenvolvimento Sustentável no Mundo Empresarial
• Sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental
• Considerações Finais
 · Discorrer sobre o conceito de desenvolvimento sustentável.
 · Apresentar como se aplica o desenvolvimento sustentável no meio 
empresarial.
 · Apresentar o protocolo verde e o Princípio do Poluidor-Pagador (PPP).
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Desenvolvimento Sustentável
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Introdução
A primeira ideia de desenvolvimento sustentável surgiu na Conferência de Esto-
colmo, em 1972, e foi chamada de abordagem do ecodesenvolvimento, a qual, 
para ser alcançada, deve atingir simultaneamente os três critérios a seguir: equida-
de social, prudência ecológica e eficiência econômica.
A Conferência de Estocolmo contribuiu para gerar um novo entendimento sobre os 
problemas ambientais e a maneira como a sociedade busca a sua subsistência. A prin-
cipal contribuição foi colocar em pauta a relação entre o meio ambiente e as formas 
de desenvolvimento, de modo que dessa vinculação entre o desenvolvimento e o meio 
ambiente é que surge um novo conceito, chamado de desenvolvimento sustentável.
A expressão desenvolvimento sustentável é muito utilizada atualmente e seu 
emprego indiscriminado tem contribuído para dificultar o seu entendimento. Um 
bom ponto de partida, no entanto, para a compreensão do que vem a ser esse 
novo modo de pensar é a definição criada pela Organização das Nações Unidas 
(ONU), em 1987, em seu relatório intitulado Nosso futuro comum, que é a 
seguinte: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às 
suas próprias necessidades”.
Essa comissão definiu, também, os principais objetivos de políticas ambientais e 
de desenvolvimento, derivados desse conceito, que são os seguintes:
 » Retomar o crescimento como condição necessária para erradicar a pobreza;
 » Mudar a qualidade do crescimento para torná-lo mais justo, equitativo e 
menos intensivo em matérias-primas e energia;
 » Atender às necessidades humanas essenciais de emprego, alimentação, 
energia, água e saneamento;
 » Manter um nível populacional sustentável;
 » Conservar e melhorar a base de recursos;
 » Reorientar a Tecnologia e administrar os riscos; e
 » Incluir o meio ambiente e a Economia no processo decisório.
O desenvolvimento sustentável resultaria, portanto, de um pacto duplo, intergera-
cional, que se traduz na preocupação constante com o gerenciamento e a preserva-
ção dos recursos para as gerações futuras (BARBIERI, 2007).
No Quadro a seguir, temos um resumo dos principais acontecimentos relaciona-
dos ao desenvolvimento sustentável:
8
9
Quadro 1
Ano Acontecimento Observação
1962 Publicação do livro Primavera silenciosa – Silent spring.
Obra publicada por Rachel Carson, com grande repercussão na opinião 
pública porque expunha os perigos do inseticida DDT.
1968 Criação do Clube de Roma.
Organização informal cujo objetivo era promover o entendimento dos 
componentes variados, mas interdependentes – econômicos, políticos, 
naturais e sociais –, que formam o Sistema Global.
1968
Conferência da Organização das Nações Unidas 
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) 
sobre a conservação e o uso racional dos recursos 
da biosfera.
Nessa reunião, foram lançadas as bases para a criação do Programa o 
Homem e a Biosfera (MAB).
1971 Criação do Programa MAB da Unesco.
Programa de pesquisa em Ciências Naturais e Sociais para a conservação 
da biodiversidade e para a melhoria das relações entre o homem e o 
meio ambiente.
1972 Publicação do livroOs limites do crescimento.
Essa obra previa que se continuássemos nessa tendência de crescimento 
populacional haveria uma escassez catastrófica dos recursos naturais em 
um prazo de cem anos.
1972 Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, Suécia.
Foi a primeira manifestação dos governos de todo o mundo com as 
consequências da Economia sobre o meio ambiente. Um dos resultados 
do evento foi a criação do Programa das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente (Pnuma).
1980 I Estratégia Mundial para a Conservação (IUCN).
A IUCN, com a colaboração do Pnuma e do Word Wildlife Fund (WWF), 
adotou um plano em longo prazo para a conservação dos recursos 
biológicos do Planeta. Nesse documento apareceu, pela primeira vez, o 
conceito de desenvolvimento sustentável.
1983
Foi formada, pela ONU, a Comissão Mundial 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CMMAD).
O objetivo era examinar as relações entre o meio ambiente 
e o desenvolvimento a fim de apresentar propostas viáveis.
1987 Foi publicado o informe Brundtland, da CMMAD, conhecido também como Nosso futuro comum.
Um dos mais importantes registros sobre a questão ambiental e 
o desenvolvimento. Vincula estreitamente Economia e Ecologia e 
estabelece o eixo em torno do qual se deve discutir o desenvolvimento, 
formalizando o conceito de desenvolvimento sustentável.
1991 II Estratégia Mundial para a Conservação, intitulada Cuidando da Terra.
Documento conjunto do IUCN, Pnuma e WWF. Mais abrangente que 
o formulado anteriormente, preconiza o reforço dos níveis políticos e 
sociais para a construção de uma sociedade mais sustentável.
1992
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, conhecida 
também como Cúpula da Terra.
Realizada no Rio de Janeiro, trata-se de um dos mais importantes fóruns 
mundiais. Definiu mais concretamente o modelo de desenvolvimento 
sustentável. Participaram 170 Estados que aprovaram vários documentos 
importantes, entre os quais a Agenda 21.
1997 Rio+5. Evento realizado em Nova Iorque, tendo como objetivo analisar a implementação do Programa da Agenda 21.
2000 I Fórum Mundial de Âmbito Ministerial, em Malmo, Suécia.
Aprovação da Declaração de Malmo, que examina as novas questões 
ambientais para o século XXI e adota compromissos no sentidode 
contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento sustentável.
2002 Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10).
Esse encontro procurou examinar se foram alcançadas 
as metas estabelecidas na Conferência Rio 92 e serviu 
para que os Estados reiterassem seu compromisso com 
os princípios do desenvolvimento sustentável.
2005 Protocolo de Kyoto.
O Protocolo de Kyoto entrou em vigor, obrigando países 
desenvolvidos a reduzir os gases que provocam o efeito estufa, 
além do estabelecimento do mecanismo de desenvolvimento 
limpo para os países em desenvolvimento.
2007 Relatório do painel das mudanças climáticas.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) divulgou 
seu mais bombástico relatório, apontando as consequências do 
aquecimento global até 2100, caso nada seja feito.
9
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Ano Acontecimento Observação
2010 ISO 26000.
No dia 1 de novembro de 2010, a International Organization 
for Standardization (ISO) divulgou a norma ISO 26000 para a 
responsabilidade social, com grande impacto nas organizações, 
tornando-as mais sensíveis ao engajamento em projetos e 
visando ao desenvolvimento sustentável.
2012 Rio+20.
Com realização na Cidade do Rio de Janeiro, dessa vez no ano de 2012, a 
Rio+20, ou Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, 
reuniu um total de 193 representantes de países. O resultado foi a 
avaliação das políticas ambientais então adotadas e a produção de 
um documento final, intitulado O futuro que queremos, no qual foi 
reafirmada uma série de compromissos.
2015 XXI Conferência do Clima (COP 21).
Realizada em dezembro de 2015, em Paris, teve como principal objetivo 
“costurar” um novo Acordo entre os países para atenuar a emissão de 
gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global. Terminou com 
um acordo histórico que, pela primeira vez, envolveu quase todos os 
países do mundo em um esforço para reduzir as emissões de carbono e 
conter os efeitos do aquecimento global.
Fonte: adaptado de Dias (2011)
Desenvolvimento Sustentável 
no Mundo Empresarial
Na Conferência Rio 92, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Susten-
tável participou da temática empresa e meio ambiente. O Conselho de reunião se 
deu com importantes líderes empresariais de diversos países, os quais posteriormen-
te elaboraram um documento sobre desenvolvimento sustentável voltado ao meio 
empresarial e intitulado Mudando o rumo: uma perspectiva global do empresa-
riado para o desenvolvimento e o meio ambiente.
Esse documento defende que o progresso em direção ao desenvolvimento sus-
tentável é um bom negócio, pois cria vantagens competitivas e novas oportunida-
des, mas que, para isso, mudanças profundas na atitude empresarial são necessá-
rias, incluindo uma nova ética no modelo de se fazer negócios.
O documento intitulado Ecoeficiência: criando mais valor com menos impacto, 
apresenta alguns fatores que constroem a sustentabilidade empresarial. A Figura a 
seguir sintetiza tais fatores:
10
11
Figura 1
Crescimento
econômico
Emprego
Sucesso
do negócio
Quota de
mercado
Prestação
de serviços
Conhecimento
Novas
competências
Competitividade
Novos
produtos
IncentivosMedidasgovernativas
Inovação
Estratégia da
ecoe�ciência
Visão de
negócio
Utilização
da natureza
Como
separar?
Fonte: Adaptado de WBCSD (2000)
O conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem sido 
pautado mais no sentido do modo como as empresas assumem as formas de 
gestão mais eficientes como a produção mais limpa. Embora haja um crescimento 
perceptível na direção da sustentabilidade, ainda está muito focada no ambiente 
interno das organizações, voltada principalmente a processos e produtos. Já houve 
um grande avanço, no entanto, falta muito para que as empresas se tornem agentes 
de um desenvolvimento sustentável socialmente justo, economicamente viável e 
ambientalmente correto.
No Brasil (1998), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez sua publicação 
com a Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento susten-
tável. No Quadro a seguir constam as diretrizes tratadas em tal Declaração:
11
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
 
Declaração de Princípios da Indústria para o Desenvolvimento Sustentável
1. Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a sociedade, os parlamen-
tares, o governo e organizações não governamentais no sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regula-
mentos e padrões ambientais;
2. Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos ambientais;
3. Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de Desenvolvimento Sus-
tentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia;
4. Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento ambiental, saúde e 
segurança do trabalho nas empresas;
5. Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais nas empresas. An-
tecipar a análise e os estudos das questões que possam causar problemas ao meio ambiente e à saúde 
humana, bem como implementar ações apropriadas para proteger o meio ambiente;
6. Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos trabalhadores e do com-
prometimento da supervisão nas empresas, assegurando que os mesmos tenham o conhecimento e o 
treinamento necessários com relação às questões ambientais;
7. Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de reduzir ou eliminar 
impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade;
8. Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a sociedade em geral, na 
busca do Desenvolvimento Sustentável, bem como na melhoria contínua dos processos de comunicação;
9. Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade com relação aos 
assuntos ambientais;
10. Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços (que não produzam impactos inadequa-
dos) ao meio ambiente e à saúde da comunidade;
11. Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua implementação.
Fonte: CNI (2002, p. 24).
Sustentabilidade Econômica, 
Social e Ambiental
Nas organizações, o desenvolvimento sustentável se manifesta sob três dimen-
sões: social, ambiental e econômica.
Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade indica que as empresas devem 
ser economicamente viáveis, o papel na sociedade deve ser atendido considerando a 
sua rentabilidade, ou seja, dar retorno ao investimento realizado pelo capital privado.
No aspecto social da sustentabilidade, a empresa deve atender aos requisitos 
de proporcionar aos seus funcionários as melhores condições de trabalho, 
contemplando as diversidades culturais existentes no local onde atua. Os dirigentes 
também devem participar das atividades socioculturais da comunidade.
12
13
Já no aspecto ambiental da sustentabilidade, a organização deve se alinhar à 
ecoeficiência de seus processos produtivos, procurar adotar uma produção mais 
limpa, dar condições ao desenvolvimento de uma cultura organizacional ambiental, 
ter uma postura de responsabilidade ambiental, não contaminando o ambiente 
natural, além de procurar estar presente nas atividades organizadas pelas autoridades 
locais e regionais quando se tratam de questões ambientais.
O ponto mais relevante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade 
é procurar sempre manter o equilíbrio dinâmico, que deve ser considerado pelas 
organizações relacionadas: organizações empresariais – econômicas –, sindicatos 
– sociais – e entidades ambientalistas – ambientais. As organizações devem ter 
um acordo de tal forma que esse equilíbrio seja possível, o que implica em diálogo 
constante para que as três dimensões sejam contempladas a fim de que se mantenha 
a sustentabilidade do sistema.
Os empresários devem buscar o lucro aceitável; os sindicatos devem buscar 
reivindicaro possível, com o objetivo de manter o equilíbrio, enquanto as entidades 
ambientalistas devem saber ceder de tal modo que não se prejudique de forma 
irreversível a condição do ambiente natural.
Figura 2 – As dimensões da sustentabilidade
Social
AmbientalEconômico
Desenvolvimento
Sustentável
Fonte: Acervo do conteudista
Tripé da Sustentabilidade ou Triple Bottom Line
A expressão triple bottom line surgiu na década de 1990 e veio a público em 
1997, com a publicação do livro Cannibals with forks: the triple bottom line 
of 21st century business, de Jonh Elkington. A partir daí diversas organizações, 
como a Global Reporting Initiative (GRI), vem divulgando e promovendo esse 
conceito e seu uso nas empresas, refletindo um conjunto de valores, objetivos e 
processos que uma organização deve estar baseada para criar resultados nas três 
dimensões: ambiental, social e econômica.
13
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Conhecido também como os 3P, ou seja, People, Planet e Profit, ou, pessoas, 
Planeta e lucro, o triple bottom line é o tripé da sustentabilidade, um conceito que 
poderá ser aplicado tanto de forma ampla, para um país ou até mesmo o Planeta, 
como de modo mais localizado, como uma residência, empresa, cidade etc.
Discorrendo um pouco mais sobre os 3P, podemos dizer que people – ou 
pessoas – trata do capital humano de uma empresa ou sociedade; Planet – ou 
Planeta – trata do capital natural de uma empresa ou sociedade; e profit – ou 
lucro – é o resultado econômico. 
Por muito tempo, as empresas focaram apenas em seus resultados financeiros; 
mas nos últimos anos isso vem mudando, com a chegada da responsabilidade so-
cial no meio corporativo, as exigências pela incorporação de novos indicadores, 
fator que quantifica o impacto da organização sobre os stakeholders externos, 
ou seja, as partes interessadas. Foi a partir daí que surgiu o conceito de triple 
bottom line, que trata do resultado de uma empresa medido em termos econô-
micos, sociais e ambientais.
Protocolo Verde
O protocolo verde é um documento do governo federal que, através de seus 
bancos oficiais e ministérios, incorpora na gestão e concessão de crédito e benefí-
cios fiscais a variável ambiental, com o objetivo de criar mecanismos que evitem a 
utilização de créditos e benefícios em empreendimentos e atividades que possam 
prejudicar o meio ambiente.
A política nacional de meio ambiente, em seu Artigo 12, assim dispõe:
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais con-
dicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licen-
ciamento, na forma da Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios 
e dos padrões expedidos pelo Conama.
Assim, o protocolo verde surgiu para dar suporte a esse artigo. Na mesma Lei 
se prevê que aqueles que não cumprirem essas determinações exigidas terão a “[...] 
perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter 
geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de finan-
ciamento em estabelecimentos oficiais de credito”.
As instituições financeiras participantes do protocolo verde divulgaram um 
documento intitulado Carta de princípios para o desenvolvimento sustentável. O 
seguinte Quadro apresenta esse documento:
14
15
 
Carta de Princípios para o Desenvolvimento Sustentável
Os bancos a seguir assinalados reconhecem que podem cumprir um papel indispensável na busca de um de-
senvolvimento sustentável que pressuponha contínua melhoria no bem-estar da sociedade e da qualidade do 
meio ambiente. Para tanto, propõem-se a empreender políticas e práticas bancárias que estejam sempre e cada 
vez mais em harmonia com o objetivo de promover um desenvolvimento que não comprometa as necessidades 
das gerações futuras.
Princípios Gerais do Desenvolvimento Sustentável:
1. A proteção ambiental é um dever de todos que desejam melhorar a qualidade de vida do Planeta e extrapola 
qualquer tentativa de enquadramento espaço-temporal;
2. Um setor fi nanceiro dinâmico e versátil é fundamental para o Desenvolvimento Sustentável;
3. O setor bancário deve privilegiar de forma crescente o fi nanciamento de projetos que não sejam agressivos ao 
meio ambiente ou que apresentem características de sustentabilidade;
4. Os riscos ambientais devem ser considerados nas análises e nas condições de fi nanciamento;
5. A gestão ambiental requer a adoção de práticas que antecipem e previnam degradações do meio ambiente;
6. A participação dos clientes é imprescindível na condução da política ambiental dos bancos;
7. As leis e as regulamentações ambientais devem ser aplicadas e exigidas, cabendo aos bancos participar 
da sua divulgação;
8. A execução da política ambiental nos bancos requer a criação e o treinamento de equipes específi cas 
dentro de seus quadros;
9. A eliminação de desperdícios, a efi ciência energética e o uso de materiais reciclados são práticas que devem 
ser estimuladas em todos os níveis operacionais;
10. Os princípios aqui assumidos devem constituir compromisso de todas as instituições fi nanceiras.
Os bancos privados, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 
assinaram um protocolo de intenções com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), 
ao qual aderiram ao protocolo verde. De acordo com o protocolo, as linhas de 
financiamento serão liberadas para as empresas comprometidas em desenvolver 
políticas socioambientais, ou seja, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, 
preservação da biodiversidade, redução da pobreza e desigualdade e valorização da 
diversidade cultural local.
Princípio do Poluidor-Pagador (PPP) 
Importante instrumento de políticas governamentais e principais normas do 
Direito Ambiental, o princípio do poluidor-pagador, ou de “quem contamina-paga”, 
faz com que a organização que contamine se torne responsável pelo pagamento 
do prejuízo causado.
Teve sua origem na Organisation for Economic Co-operation and Development 
(OECD), em 1972, onde se recomendava que os países-membros adotassem o 
princípio poluidor-pagador. Nos anos seguintes, a OECD publicou um guia, onde 
definiu o princípio da seguinte maneira:
15
UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
O poluidor deve arcar com os custos de controle de poluição e medidas de 
prevenção exigidas pela autoridade pública, independentemente se estes cus-
tos são o resultado da imposição de alguma taxa de poluição, ou se é debita-
do por algum outro mecanismo econômico satisfatório, ou ainda, se é uma 
resposta a algum regulamento direto de redução de poluição obrigatória.
O conceito foi introduzido no Brasil por meio da política nacional de meio am-
biente – Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981 –, especificamente no Artigo 4º:
A política nacional do meio ambiente visará:
[...]
VII – a imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar 
e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela 
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Na Constituição Federal brasileira de 1988, em seu Artigo 225, Parágrafo 
2º, é estabelecido que “[...] aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo 
órgão público competente, na forma da Lei”. Além disso, no Parágrafo 3º, ratifica-
se que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
A Agenda 21, documento elaborado na Rio 92, consolidou o princípio do 
poluidor-pagador, onde estabelece:
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização 
dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em 
vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar 
com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e 
sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.
Assim, o princípio foi umavanço e uma ferramenta importante para a preservação 
do meio ambiente.
16
17
Considerações Finais
Com a crescente discussão sobre as questões ambientais, iniciada por volta da 
década de 1960 e desenvolvida nas décadas seguintes, consolidou-se uma nova 
visão de desenvolvimento, que não se limitava somente ao ambiente natural, mas 
incluía também aspectos socioculturais, onde a qualidade de vida do ser humano 
passava a ser uma condição para o progresso. Assim, o conceito de desenvolvimento 
sustentável passou a se basear na utilização consciente dos recursos naturais e da 
sua preservação para as gerações futuras.
Um princípio aparentemente simples, popularizou-se tanto que hoje há um 
número incontável de interpretações, reforçando sua importância porque traz ao 
processo de desenvolvimento os limites de uso dos recursos naturais. 
A passagem de um modelo de desenvolvimento predatório para um sustentável 
inclui, entre outras questões, modificar a nossa relação com a natureza, não apenas 
como fonte de matérias-primas, mas como ambiente necessário à existência 
humana. Nesse processo, torna-se fundamental o manejo racional dos recursos 
naturais, a modificação da organização produtiva e social, a alteração das práticas 
produtivas predatórias e o surgimento de novas relações sociais, cujo principal 
objetivo deixe de ser apenas o lucro, e se estenda ao bem-estar dos seres.
Resumidamente, o conceito se baseia no equilíbrio entre três eixos principais 
do sentido de sustentabilidade: crescimento econômico, preservação ambiental e 
equidade social.
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UNIDADE Desenvolvimento Sustentável
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
O que é Sustentabilidade?
O QUE É sustentabilidade? 27 jan. 2013.
https://youtu.be/tIz3lbrD0U4
Bloco 2 – Tripé de Sustentabilidade
TAVARES, V. Bloco 2 – tripé de sustentabilidade. 21 mar. 2015.
https://youtu.be/Ep2QsepHOLE
 Leitura
A Sustentabilidade como Ferramenta Estratégica Empresarial: Governança Corporativa e Aplicação do Triple 
Bottom Line na Masisa
BENITES, L. L. L.; POLO, E. F. A sustentabilidade como ferramenta estratégica empresarial: 
governança corporativa e aplicação do triple bottom line na Masisa. Rev. Adm. UFSM, Santa 
Maria, RS, v. 6, n. esp., p. 195-210, maio 2013.
https://goo.gl/bt9ON4
18
19
Referências
DIAS, R. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: 
Atlas, 2011.
GONÇALVES, D. B. Desenvolvimento sustentável: o desafio da presente geração. 
Revista Espaço Acadêmico, v. 5, n. 51, ago. 2005.
BARBIERI, J.C., 2007. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e 
instrumentos. 2ª Ed. São Paulo: Saraiva. 
CNI Indústria sustentável no Brasil : agenda 21: cenários e perspectivas = Sustainable 
industry in Brazil : Agenda 21: scenarios and perspectives. Brasília, 2002.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF, Senado, 1998.
WBCSD. World Business Council for Sustainable Development. Disponível 
em: http://www.wbcsd.org/. Acesso em 12/03/2017.
OECD. Better Policies For Better Lives. Disponível em: http://www.oecd.
org/. Acesso em 12/03/2017.
19

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