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CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O PÉ DIABÉTICO Enfº Douglas Resende Os dados estatísticos são concludentes: 10% dos pacientes diabéticos desenvolverão úlcera dos pés. 20 a 25% das admissões hospitalares nos USA são por pé diabético, necessitando internações por média de 25 dias nos USA e 33 dias no Chile. 50 a 70% de todas as amputações não-traumáticas são realizadas em diabéticos. Diabéticos têm risco 15 vezes maior de amputação que os não diabéticos. Esses números denunciam um custo muito alto para o país em despesas médico-hospitalares e previdência social. Fatores de risco Educação terapêutica deficiente / inacessibilidade ao sistema de saúde; Fatores que contribuem para a DVP: tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia; Nefropatia diabética; Baixa acuidade visual. Áreas de riscos de ulcerações no pé diabético Áreas de riscos de ulcerações no pé diabético PÉ NEUROPÁTICO PÉ ISQUÊMICO Hipotrofia dos pequenos músculos dorsais; Acentuação do arco; Proeminência dos metatarsos; Dedos em garra/dedos em martelo; Calos; Vasodilatação dorsal; Pele seca / rachaduras; Pé quente Alterações articulares (Charcot) Pele fina/brilhante; Cianose; Unhas atrofiadas; Ausência de pêlos; Rubor postural; Palidez à elevação; Pé frio; Ausência de pulsos (tibiais posteriores/pediosos); Enchimento capilar > 10 segundos; Claudicação intermitente. Pé em risco de úlceras Aplicação do monofilamento MonofilamentoMonofilamento Monofilamento Educação Terapêutica: Examinar os pés, diariamente. Educação Terapêutica: Calos, rachaduras, alterações de cor ou úlceras. Educação Terapêutica: Calçar sapatos confortáveis. Educação Terapêutica: Nunca andar descalço. Evitar água quente. Educação Terapêutica: Use um creme hidratante (Não usar entre os dedos) Educação Terapêutica: Não colocar de molho Educação Terapêutica: Cortar as unhas de forma reta. Educação Terapêutica: Uso de meias macias. Educação Terapêutica: Prescrição do sapato adequado: risco 1,2 e 3. • Diagnóstico : O principal e os secundários. (Podortista) • Efeito desejado: Efeito ou função desejada com o calçado. • Calçado específico necessário para produzir o efeito desejado: Sapatos de profundidade, modificação externa no sapato e órtese de contato final. Forma do sapato: • Determinadas partes da porção superior do sapato também afeta o ajuste do mesmo. • Contra forte: a parte do sapato que se estende em torno do calcanhar; • Compartimento para os dedos: a parte que cobre a área dos dedos; • Gáspea: a parte que cobre o peito do pé; • Lingüeta: a parte que fica por baixo dos cordões do sapato. Risco 1, 2 e 3 Rastreamento Nas consultas de enfermagem: Retirar os calçados; Pesquisar fatores de risco; Aplicar teste do monofilamento de 10 gramas (sensibilidade protetora); Palpar pulsos; Aplicar diapazão (sensibilidade vibratória). Lesões não-ulcerativas (micoses, bolhas, fissuras, unhas encravadas); Anidrose Micose Interdigital Fatores de risco Artelhos em martelo e calosidades Antecedente de úlcera nos pés / amputação não-traumática; Fatores de risco Uso de calçados inadequados e calos; Fatores de risco Fatores de risco Deformidades Neuropatia-insensibilidade Fatores de risco Pulso Pedioso Pulso Tibial Posterior Inspeção de micoses Inspeção de rachaduras Inspeção de fissuras Equipe multidisciplinar: • Pacientes de risco 2 e 3 preferencialmente devem ser acompanhados por equipe multidisciplinar. Podologia Podologia Cirurgia de Reabilitação Casos clínicos – M. L. S. M. L. S. J.A. J. A. P.R.O. D.B.O. D. B. O. V. M. V. M. V. M. M.M. R.M.S. A.R.M. D.G.J. M.R.M. N.T. Tratamento das úlceras em pé diabético: • Avaliação: 1. localização; aspecto; extensão da penetração; 2. raios X : corpo estranho, osteomielite, gás subcutâneo; 3. biópsia; exame vascular; Desbridamento radical 4. Culturas para bactérias (aeróbias e anaeróbias) 5. Controle metabólico, Antibióticos: Orais, Parenterais. 6. Não usar piscina; Diminuir o edema. 7. Não sustentar peso. 8. Melhorar a circulação (cirurgia vascular). Curativo: introdução • Ambiente úmido da ferida fornece as melhores condições microbiológicas para a regeneração e reparação da lesão. • Surgiram centenas de produtos; • Alguns usados para as úlceras dos pés diabéticos, • Curativos convencionais também são eficazes e tem boa relação de custo-benefício. • Os curativos devem ser adaptados ao paciente, a lesão e ao contexto da prática. • A medida que a cicatrização da ferida avança, o curativo deve ser modificado para facilitar o processo de cicatrização. Curativo convencional • Gaze comum não aderente e faixas envolventes. • Tratamento de algumas úlceras diabéticas, em especial para as lesões infectadas ou que apresentem túneis ou trajetos fistulares. 1. São absorventes 2. São impregnados facilmente com agentes tópicos 3. Evitam a contração prematura da ferida 4. São eficazes para tamponar trajetos fistulares e áreas de tunelização. 5. Reduzem a maceração. 6. São encontrados facilmente 7. São fáceis de aplicar. Curativos aperfeiçoados: • Alginato, colágeno, compósitos, películas, espumas, hidrocolóides e hidrogéis. • Há muita variação dentro do mesmo grupo e entre os diversos grupos. • Os curativos aperfeiçoados mantém o ambiente úmido ideal para a ferida: Por absorver o exsudato (Alginato, colágeno, espuma, hidrocolóides) Por liberarem ou manterem a umidade (hidrogéis). Alginato de cálcio, carboximmetilcelulose e um complexo de prata iônica Malha impregnada com prata: não aderente, primário. Carvão ativado com Prata: Primário e Secundário Hidrogel com Alginato: Primário Alginato de Cálcio e Sódio: Não aderente, primário. Espuma de Poliuretano: Primário e Secundário AGE- primário Hidrogel: primário Hidrocolóide: primário e secundário. Curativos aperfeiçoados: • Os parâmetros que devem ser levados em consideração para o tratamento das úlceras do pé diabético são: 1. Capacidade de absorver exsudato versus fornecer ou manter a umidade; 2. Aderência versus não aderência; 3. Freqüência necessária para a troca dos curativos; 4. Custo e possibilidade de reembolso; 5. Facilidade de aplicação; 6. Custo benefício. Curativos primários e secundários: • Primários: preenchem ou estão em contato com a ferida. • Secundários: que firma o curativo primário. • Muitos curativos aperfeiçoados podem realizar as duas funções. • Especificar cuidadosamente os parâmetros ao prescrever as trocas dos curativos. Desbridamento • Processo de limpeza e desbridamento. Limpeza: uso de fluídos para suavemente, remover bactérias, fragmentos, exsudatos, corpos estranhos e resíduos de agentes tópicos. Desbridamento: remoção de tecidos necrosados aderidos ou de corpos estranhos no leito da ferida, usando técnicas mecânicas e/ou químicas. Desbridamento • Desbridamento cirúrgico cortante: é o método mais eficaz e seletivo. • Autolítico: curativos úmidos (hidrogéis, alginatos, películas transparentes, hidrocolóides) é seletivo e liquefaz as crostas e escaras, além de promover a formação do tecido de granulação. Desbridamento • Mecânico: com curativos de gaze úmido ou secos, irrigação e lavagem em jato. Menos seletivo dentre todas as técnicas de desbridamento. • Enzimático: enzimas (colagenase, papaína, uroquinase), ação é seletiva, mas é lenta, dispendiosas e trabalhosas. Podem agravar infecções localizadas nos detritos liquefeitos e aumentam ou provocam dor local. Considerações • Uma assistência integral ao indivíduo portador de DM e suas complicações só é possível com o envolvimento do paciente, familiares e dos profissionais diretamente envolvidos. • Demonstramos que se podeoferecer um bom atendimento com o que está ao nosso alcance, de forma simples e barata, utilizando protocolos consagrados. Objetivamos sensibilizar todas as pessoas direta ou indiretamente envolvidas para alcançar redução na taxa de amputações/complicações do diabetes. Referências Manual de condutas para úlceras neuropáticas e traumáticas. Ministério da Saúde Manual de Prevenção de Incapacidade. Ministério da Saúde Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus. Atenção a saúde do adulto hipertensão e diabetes (Hiperdia). Ministério da Saúde, 2007. Obrigado! douglasresende22@hotmail.com (34) 9106-6981