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caso 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ªVARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXX/XX
Autos n°XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
MATEUS, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF,RG, residente e domiciliado,já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado infra-assinado –procuração anexa –apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO com fulcro no art. 396 E 396-A do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidas.
I –DOS FATOS:
Mateus foi denunciado pela suposta prática do delito de art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III do Código Penal.
Segundo consta da Denúncia, Mateus constrangeu Maisa a manter conjugação carnal com ele, tendo em vista o fato da vítima ser incapaz de reagir aos atos libidinosos dele, pois ela supostamente é portadora de deficiência mental. De tal crime resultou na gravidez de Maisa.
Contudo ocorre que o acusado não sabia que a vítima era deficiente mental, assim como, ela já namorava há algum tempo e que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. O acusado informa que não há qualquer prova da deficiência da vítima e que o Mistério Público ofereceu a denúncia sem o consentimento dela ou de sua família. 
II –DO DIREITO:
A -Da Inepcia da denuncia 
Segundo o art.395,I, do CPP, a denúncia deverá ser rejeitado quando for inepta, ou seja, não há elementos mínimos de materialidade. Observa-se no caso a denúncia foi baseada no laudo de exame de corpo de delito sobre gravidez da vítima, tal laudo não prova cometimento do crime. Não há laudo que ateste o estupro ou a deficiência mental de Maisa. Por isso não há elementos mínimos que provem a materialidade do crime.
B-Da Ilegitimidade do Ministério Público
Conforme já exposto, não há prova ou laudo que comprovem a deficiência mental da vítima, ou seja, que ela era vulnerável. Além disso, testemunhas relataram que as relações que o réu manteve com a vítima eram consentidas e sabiam do namore entre ambos. 
Assim, segundo o art.564,II, do CPC, a nulidade do processo ocorrera em caso de ilegitimidade da parte. Observa-se que devido à ausência de provas sobre a vulnerabilidade da vítima, o Mistério Público necessita do consentimento da vítima para propor ação. Contudo conforme relatado, o promotor ofereceu a denúncia sem consentimento dela ou de seu familiares, e ainda a vítima afirmou que não quer da ensejo a ação penal, portanto ele agiu de forma errônea, sendo este caso de ilegitimidade para propositura da ação e nulidade do processo. 
B- Da absolvição Sumária
Subsidiariamente, caso Vossa Excelência, não acate a inépcia de denúncia, é possível notar segundo o art.397,III do CPP, caso de absolvição sumária, tendo em vista a atipicidade devido a ausência do dolo. 
O acusado atuou em erro de tipo sobre a pessoa, previsto no art.20, CP, pois acreditava que a vítima não era deficiente mental, tampouco, que tal doença poderia tirar a capacidade de discernimento dela ou resistência . Com isso é notável a falsa percepção que o acusado tinha sobre a vítima, acreditando que a conjunção carnal foi consentida e que tinha pleno discernimento do ato. Portanto, percebe-se que tal fato não constitui crime, devido á ausência do animus de praticar crime de estupro de vulnerável. 
III –DO PEDIDO:
Frente ao exposto, requer o peticionário:
a) Inépcia da denuncia devido ausência de materialidade, com a consequente rejeição da denúncia; 
b) Nulidade do processo, ante a ausência de suporte mínimo probatório, na forma do art. 564, III b e por falta de representação da ofendida;
c) Subsidiariamente,absolvição sumária devido ao erro de tipo essencial; 
d) Intimação das testemunhas arroladas. 
Rol de Testemunhas
Olinda
Alda 
Nestes Termos
Pede e espera deferimento
Local,28 de novembro de 2016
NOME DO ADVOGADO
OAB/ UF

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