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1 CENTRO UNIVERSITARIO INTERNACIONAL - UNINTER SEGUNDA LICENCIATURA NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS LUCAS MOREIRA DOS SANTOS RU: 3065638 EDUCAÇÃO INCLUSIVA - AVANÇOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE INCLUSÃO CRATEÚS-CE 2020 2 LUCAS MOREIRA DOS SANTOS - RU: 3065638 EDUCAÇÃO INCLUSIVA - AVANÇOS E DESAFIOS NO PROCESSO DE INCLUSÃO Monografia apresentada na segunda licenciatura no curso de graduação em Letras do Centro Universitário Internacional – UNINTER. CRATEUS-CE 2020 3 RESUMO A presente monografia tem como objetivo relatar os avanços e desafios no processo de inclusão. Buscando analisar o contexto histórico da educação inclusiva no Brasil e no mundo, os avanços e as melhorias das políticas públicas, as conquistas alcançadas ao longo de todo o processo e os desafios existentes dentro do processo de inclusão. Para a construção dessa pesquisa foi realizado uma revisão bibliográfica onde foram utilizados autores reconhecidos da área educacional e documentos relevantes que forneceram informações necessárias para a conclusão desse trabalho. Para os instrumentos da coleta de dados foi feito um levantamento bibliográfico onde foi utilizado livros, artigos e sites fazendo comparações, com diferentes teóricos. Com base no estudo e nas questões levantadas foi compreendido que a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular é na realidade um dos maiores desafios no campo educacional. Palavra chave: Inclusão. Políticas Públicas. Desafios 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho de pesquisa intitulado “Os avanços e os desafios da educação inclusiva”, tem como objetivo geral, averiguar através de uma pesquisa bibliográfica, os avanços que ocorreram no decorrer de todo o processo da Educação Especial, desde os atendimentos segregativos até ao AEE (Atendimento Educacional Especializado). Os objetivos específicos são: desenvolver um breve relato do Contexto histórico no mundo e no Brasil da educação especial, analisar a criação e o progresso da Legislação, em benefício das pessoas com NEE (Necessidades Educacionais Especiais), relatar os avanços e as conquistas alcançadas ao longo da trajetória, e por fim abordar os desafios ainda existentes dentro do processo de inclusão. A problematização se deu a partir de aportes teóricos de que a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular é na realidade um dos maiores desafios no campo educacional, uma vez que o processo de inclusão não é simplesmente inserir o aluno no ambiente escolar, pois se faz necessário que a escola se preocupe 4 principalmente com a aprendizagem de cada aluno, de forma que ele seja um integrante ativo e participativo das ações desenvolvidas dentro da sala de aula. Sendo assim, para análise das questões que abordam essa temática, a pergunta norteadora é: Será que as escolas da rede pública de ensino estão aptas para atender e oferecer condições necessárias aos alunos com NEEs? Essa pergunta será respondida no decorrer dessa pesquisa, através das teorias abordadas e por meio da pesquisa. A importância de abordar esse tema leva-se em consideração a grande relevância no campo da Pedagogia, pois nos possibilitará a obter conhecimento mais amplo sobre a educação inclusiva, proporcionando assim, a compreensão educativo- pedagógica para abordar a inclusão dentro da sala de aula, o que facilitará na elaboração de atividades pedagógicas que venham ao encontro das necessidades e particularidades de cada aluno presente que tem direito ao processo de inclusão. Este trabalho foi estruturado da seguinte maneira: No capítulo 1 o Referencial teórico que está dividido em 4 subtópicos que relatam Contextos históricos da Educação Especial no Brasil e no mundo, como também as Leis sobre o tema em questão. No capítulo 2 serão abordados os avanços e os desafios da inclusão escolar de pessoas com NEE que está dividido em 3 subtópicos, o processo de reestruturação e/ou readaptação das escolas para que estas se tornem mais acessíveis, a formação de professores e os demais profissionais de apoio que fazem o atendimento e a importância da participação da família no processo de formação da pessoa com algum tipo de NEE. 1.1 Procedimentos metodológicos O referido trabalho possui como objetivo geral averiguar e compreender por meio de uma pesquisa bibliográfica os avanços e os desafios no processo de inclusão de alunos com NEE, uma vez que a inclusão desses educandos no ensino regular, ainda é um processo cheio de desafios e dificuldades. A natureza da pesquisa se caracteriza como uma pesquisa qualitativa que segundo Minayo (2001), a pesquisa qualitativa se preocupa em responder a questões mais profundas, sem a intenção de quantificar a realidade presenciada, ela trabalha com significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, todos esses atributos são essenciais para que esse método de pesquisa se torne eficaz. 5 Para o desenvolvimento da pesquisa foram utilizados autores reconhecidos da área educacional, tal como MANTOAN (2003) (2006), MIRANDA (2003), entre outros. Esses diferentes autores com os quais trabalhamos buscaram aproximar suas opiniões sobre o referido tema, comparando seus estudos a propósito da inclusão das crianças com NEEs no ensino regular. Utilizamos também documentos oficiais de Legislação, Decretos, Portarias como a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o Plano Nacional de Educação. A análise desenvolvida a partir de um estudo teórico foi de grande relevância para a elaboração dessa pesquisa, pois os dados adquiridos possibilitaram uma maior compreensão sobre a atual importância da educação inclusiva, assim como do papel da escola, da família, da sociedade e do professor. 2. EDUCAÇÃO INCLUSIVA – Contextualização histórica Segundo Gonçalves (2005) nos diversos períodos da história da humanidade, a deficiência era vista de diferentes maneiras. De acordo com o autor, as pessoas que tinham algum tipo de deficiência eram consideradas pessoas anormais ou incapazes, as mesmas sofriam diferentes tipos de humilhação, eram abandonadas ou exterminadas, jogadas de penhascos por não serem capazes de conviver em sociedade, de trabalharem e de se sustentarem. Miranda (2003) também afirma que durante a maior parte da história da humanidade o deficiente foi vítima de segregação, pois a ênfase era na sua incapacidade, na anormalidade. Segundo a autora essas pessoas ficavam recolhidas nas instituições, segregadas da sociedade e das escolas, impedidas de convívio social, sem a chance de se desenvolverem intelectualmente. Ainda de acordo com Amaral (2005) na Antiguidade Clássica, a segregação e o abandono das pessoas com deficiência eram institucionalizados. Na Grécia, as pessoas com deficiência eram abandonadas à sua sorte e expostas publicamente. Em Roma, havia uma lei que dava o direito ao pai de suprimir criança logo após o parto. Dutra (2007) também destaca que a trajetória da Educação Especial, é marcada por atitudes sociais de exclusão educacional de pessoas com deficiência, porque elas eram consideradas indignas ou incapazes de receber uma educação escolar. A autora ainda ressalta que apesar dos estudos científicos da época tentarem demonstrar 6 as possibilidades de tratamento da deficiência, predominavam as concepções filosóficas de marginalização e segregação dessas pessoas. Conforme o entendimento dos diferentes autores citados a história da Educação Especial foi marcada pela total exclusão. As pessoas que possuíam algum tipo de deficiência não recebiam nenhum tipo atendimento, sendo abandonadas e excluídas do meio da sociedade devido às suas condições, pois para a sociedade os deficientes eram considerados “anormais” e não podia conviver socialmente. Já na Idade Média as pessoas com deficiência começavam a ser consideradas como cristãos que possuíam alma, sendo assim dignas de tratamentos especiais. Como destaca Magalhães (2003, p. 30), “o dilema caridade-caridade é estabelecido, as crianças com deficiência, como cristãos, possuem alma, portanto, não podem ser sumariamente sacrificadas”. Através da igreja católica os deficientes começavam a serem considerados seres humanos. Durante o século XIX, através de técnicas desenvolvidas por esses três estudiosos, o medico Jean Marc Itard (1774-1838), o também médico Edward Seguin (1812-1880) e Maria Montessori (1870-1956), a Educação Inclusiva foi ganhando um olhar diferenciado no que tange a questão sobre a deficiência. Miranda (2003) afirma que a contribuição com métodos educacionais do medico Jean Marc Itard (1774-1838) no século XIX desenvolveu as primeiras tentativas de educar uma criança de doze anos de idade chamado Vitor, mais conhecido como o “Selvagem de Aveyron”. Reconhecido como o primeiro estudioso a usar métodos sistematizados para o ensino de deficientes, ele estava certo de que a inteligência de seu aluno era educável, a partir de um diagnóstico de idiotia que havia recebido. (Miranda, 2003). Edward Seguin (1812-1880), que, influenciado por Itard, criou o método fisiológico de treinamento, que consistia em estimular o cérebro por meio de atividades físicas e sensoriais. Maria Montessori (1870-1956) também influenciada por Itard, desenvolveu um programa de treinamento para crianças deficientes mentais, baseado no uso sistemático e manipulação de objetos concretos. Suas técnicas para o ensino de deficientes mentais foram experimentadas em vários países da Europa e da Ásia. (Miranda, 2003). 7 Na década de 50 começaram a surgir às primeiras escolas especializadas e as classes especiais. A Educação Especial se consolidava como um subsistema da Educação Comum. Foi um período no qual predominou a concepção científica da deficiência, acompanhada pela atitude social do assistencialismo presente na Idade Média e reproduzida pelas instituições filantrópicas de atendimento aos alunos com deficiência. (Dutra, 2007). 2.1.2. No Brasil De acordo com Mantoan (2011) o desenvolvimento histórico da educação especial no Brasil inicia-se no Século XIX, quando os serviços dedicados a esse segmento de nossa população, inspirados por experiências norte-americanas e europeias, foram trazidos por alguns brasileiros que se dispunham a organizar e a implementar ações isoladas e particulares para atender a pessoas com deficiências físicas, mentais e sensoriais. O atendimento às pessoas com deficiência no Brasil teve início na época do Império, com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o primeiro Atendimento Educacional Especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. (BRASIL, 2008). Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a ser fundamentado pelas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, passou a fundamentar o atendimento das pessoas com deficiência apontando o direito à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. Entretanto, segundo (Brasil 2008) a Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender as especificidades destes alunos e acaba reforçando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais. 8 Na década de 70, a Educação Especial Pública passou por um processo de reestruturação, nesse período o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda configuradas por campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado. Porem, apesar do acesso ao ensino regular, no que se refere aos estudantes com superdotação, não é organizado um atendimento especializado que considere as suas singularidades de aprendizagem. (BRASIL, 2008). Já na década de 80, o Brasil passou por mais um período de reconstrução, nessa ocasião surgiu a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Também, nessa mesma década outros documentos importantes passam influenciar a formulação das políticas públicas da Educação Inclusiva no Brasil, como a Declaração Mundial de Educação para (1990) e a Declaração de Salamanca (1994). Criado na cidade de Salamanca na Espanha. A Declaração de Salamanca mudou completamente o cenário da educação mundial. Este documento foi criado para apontar aos países a necessidade de políticas públicas e educacionais que venham a atender a todas as pessoas de modo igualitário, independente das suas condições pessoais, sociais, econômicas e socioculturais. (BRASIL, 2008). Segundo Brasil (2008) esta declaração aponta que a escola inclusiva é preferencialmente o lugar onde todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas que elas possam ter, conhecendo e respondendo às diversas necessidades de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com as comunidades. 2.1.3. Educação Inclusiva – Aspectos Legais A Constituição Brasileira de 1988 contribuiu significativamente para o reconhecimento do direito a proteção das pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), pois ela prioriza o Atendimento Educacional Especializado (AEE). 9 Nesse documento oficial, vários artigos foram destinados aos direitos da criança com deficiência. Vale ressaltar os seguintes artigos: ● Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. ● Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; ● Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. De acordo com a Constituição os artigos citados acima têm como objetivo de incluir esses alunos através da escola e assegurar o direito à educação, como também de garantir que cada criança com deficiência tenha o cuidado com sua saúde garantido, assim como sua proteção, habilitação e reabilitação. Em 24 de outubro de 1989, Lei de n.º 7.853 que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência e sua inclusão social. Segundo a referida Lei é considerado crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado, e que a pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa. De acordo com a Lei de nº. 8.069/90do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente um atendimento educacional especializado as pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Ainda no Art. 53, determina que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino”. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho assegurando-lhes: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (Art.53, I). Atendimento Educacional Especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. (Art. 53, II). Esta Lei é de grande relevância, pois além de assegurar no Art. 53, II os mesmos direitos garantidos na Constituição que é o Atendimento Educacional http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm 10 Especializado (AEE) para as pessoas com deficiência, também estabelece que é dever dos pais ou responsáveis a obrigatoriedade de matricular seus filhos no ensino regular. A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) foi aprovada em Jomtien, Tailândia, em 1990, e tem como objetivo garantir o atendimento às necessidades básicas da aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos. Em seu Artigo 3º a Declaração trata da universalização do acesso à educação e do princípio de equidade. Especificamente em relação à educação dos alunos com deficiência, o documento diz: As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiência requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte do sistema educativo (p. 4). O documento afirma que todas as pessoas com (NEE) requerem atenção especial, assegurando a igualdade de acesso à educação para todas as pessoas com deficiência. A Declaração de Salamanca (julho de 1994) é um documento que proclama as escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que alunos com deficiência devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (BRASIL, 2008). Em 20/12/96 surge a Lei nº 9394 (LDB – Lei de Bases da Educação Nacional). Essa Lei dedica o Capítulo V inteiramente à educação especial, definindo-a no Artg. 58º como “uma modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos que apresentam necessidades especiais". §1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (Art.58, Cap.V) 11 De acordo com o referido Artigo, os sistemas de ensino devem garantir condições específicas para atender as necessidades básicas de cada aluno incluso, e assegura que a oferta da educação especial, dever constitucional do Estado. O Decreto nº 3.298 (20 de dezembro de 1999) dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, e ainda define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular. A Lei de nº 10.172/2001 (O Plano Nacional de Educação PNE) destaca que o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana. A Convenção da Guatemala foi promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001. Este Decreto afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. De acordo com o Art. 2º, o referido documento tem como objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas com necessidades especiais propiciar a sua plena integração à sociedade. A criação da Lei nº 10.436/02reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia. Em seu artigo 3º no Inciso 1º e 2º afirma que. § 1º Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério. § 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto. Esse Decreto é de fundamental importância, pois determina a inclusão de Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professor para o exercício 12 do magistério, para que os futuros profissionais da educação sejam contemplados com uma formação adequada à situação vivenciada nas escolas. A Portaria de nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional. Já o Decreto sobre nº 6.571, tem como finalidade ampliar a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. Também dispõe-se a tratar de alguns aspectos do atendimento do aluno com surdez nos incisos nº 1 e 2 do Artigo nº 3. § 1º As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. § 2º A produção e distribuição de recursos educacionais para acessibilidade incluem livros didáticos e paradidáticos em braile, áudio e Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), laptos com sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa e outras ajudas técnicas que possibilitam o acesso ao currículo. Este Decreto é considerado um dos maiores avanços no processo inclusivo, pois além de se preocupar em dar um atendimento especializado aos alunos deficientes, também ressalta a importância destes serem induzidos a aprender Língua de Sinais, também com os recursos técnicos, didáticos e pedagógicos para que estes sejam atendidos de forma humanitária e responsável. 2.2 Avanços e desafios da Inclusão Escolar de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) Ao longo da história, a Educação Especial foi marcada inicialmente pela segregação e exclusão social. Como já foram mencionadas nos tópicos anteriores as pessoas que possuíam algum tipo de deficiência na antiguidade eram totalmente excluídas do meio da sociedade, porém, com o passar dos anos, a partir de mudanças significativas que ocorreram no decorrer desse processo, trouxeram um novo olhar para a educação especial. 13 Os movimentos e principais acontecimentos em prol da educação especial garantiram às pessoas com deficiência o direito e o acesso ao Atendimento Educacional Especializado. Como afirmam Glat e Fernandes (2005) o ensino para alunos com NEE’s, era pautado em um modelo de atendimento segregado, que com uma ampla discussão foi visto uma nova temática educacional. As autoras ainda ressaltam que através da Declaração de Salamanca de 1994, os alunos com deficiência passaram a ser assegurados com um atendimento no ensino regular de forma diferenciada. Como podemos observar, ao longo da história, muitas conquistas foram alcançadas, através de lutas e de Leis elaboradas em benefício às pessoas com NEE’s, e com isso a educação especial começa a ganhar realmente importantes avanços. Para Miranda (2003) a luta pela inclusão social de pessoas deficientes foi realmente um avanço social muito importante, pois teve o mérito de inserir esse indivíduo na sociedade de forma sistemática, se comparado aos tempos de segregação. Como podemos perceber, de fato, tivemos muitas conquistas, através da Constituição Brasileira de 1988, a Declaração de Salamanca entre outros documentos que garantem o acesso e a permanência do aluno com NEE no ensino regular, contribuíram significativamente para o reconhecimento do direito a proteção das pessoas com deficiência. Entretanto, apesar dos avanços, o processo de inclusão no Brasil ainda é um grande desafio. As Leis por si só não é garantia para que se efetive o processo de inclusão de fato, é necessário principalmente que se cumpra o que está na legislação. Como afirma Miranda (2003), é preciso garantir que essas conquistas, expressas nas leis, realmente possam ser efetivadas na prática do cotidiano escolar. No caminho dessa abordagem, Oliveira (2004) também afirma que a legislação por si só, não operará tal mudança, é necessário a criação de serviços de apoio especializado nas escolas regulares, de modo em que a instituição tenha condição tanto física quanto profissional, para atender de forma igualitária as peculiaridades de cada criança com deficiência. É perceptível que os avanços ocorridos ao longo do tempo no Atendimento Educacional Especializado (AEE), a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), os professores intérpretes de Libras e ledores de braile, entre outros serviços de 14 acesso nas escolas da rede pública é sem dúvida um grande avanço no processo educacional. No entanto, segundo Brasil (2008) mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a organização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o acesso de todos os estudantes e os apoios necessários para sua participação e aprendizagem, as políticas implementadas pelos sistemas de ensino não alcançaram de fato esse objetivo. Dentre desse contexto, vale ressaltar que para alcançarmos tais objetivos, é importante que o poder público invista cada vez mais no sistema educacional inclusivo, isso inclui a formação continuada dos professores que atuam no processo de inclusão, pois é de fundamental importância que o docente esteja preparado para lidar com as deficiências do aluno em sala de aula. Como afirma Almeida (2007, p. 336), que “formar o professor é muito mais que informar e repassar conceitos; é prepará-lo para um outro modo de educar, que altere sua relação com os conteúdos disciplinares e com o educando”. Nessa mesma visão Brasil (2008) também destaca que: Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. (Brasil, 2008) Diante da relevância do papel do professor na educação inclusiva, é essencial valorizar o trabalho docente, já que a função do mesmo é conduzir e ao mesmo tempo orientar as atividades do aluno durante o processo de aprendizagem. Desse modo, se faz necessário que tenhamos profissionais capacitados para exercer tal função, para que o mesmo consiga atender de forma adequada as necessidades e individualidades de cada criança inserida. Ainda para Martins seus colaboradores (2012) (...) a formação permanente pois,é um dos fatores imprescindíveis para que os profissionais de educação possam atuar, efetivamente, frente aos alunos sob sua responsabilidade em classe e no ambiente escolar, de maneira mais ampla, por mais diversificado que esse grupo se apresente, oferecendo-lhes condições de atendimento educacional que sejam adequadas às suas 15 condições e necessidades e, não apenas, realizando a mera inserção física desses educandos no ambiente escolar. (Martins 2012, p,33). Diante das afirmações, fica evidente a importância do trabalho do professor no processo educacional. Os autores também destacam que além disso, para garantir a efetiva participação e aprendizagem dos alunos se faz necessário que a escola passe por uma reestruturação, implicando na busca pela remoção de barreiras visíveis (de acessibilidade física, pedagógicas) e invisíveis, que são as mais sérias de serem removidas, pois envolvem atitudes, preconceitos, estigmas e mecanismos de defesa ainda existente frente ao aluno tido como, “diferente”. (Martins 2012, p,33). Para Fonseca (2005) o maior desafio para uma educação inclusiva são as barreiras encontradas ao longo de todo o processo educacional, destacando entre elas a falta de adaptação das escolas regulares e de professores que não estão preparados para receber adequadamente alunos com deficiência em sala de aula, além da discriminação e do preconceito encontrado na sociedade e, muitas vezes, surgindo no seio da própria família. Complementando essa discussão, Carvalho (2007) também afirma que devemos remover os obstáculos existentes no ambiente escolar, mas, para isso primeiramente devemos buscar conhecer as dificuldades de todos os alunos como: a aprendizagem; acessibilidade; as diferenças para que não haja preconceito; os materiais didáticos; o envolvimento familiar; a proposta do projeto político pedagógico, se esse está adequado para todos os alunos, dentre outros fatores. Diante dos argumentos dos autores, é cabível salientar que apesar dos avanços nos últimos anos, a educação inclusiva tem provocado diversas discussões sobre seu modo de atuar dentro das escolas da rede pública, isso por que até o presente momento o preconceito e a discriminação são algumas das barreiras que ainda não foram rompidas. Como destaca Fonseca (2005) tais práticas ainda são encontradas na sociedade, na família e até na própria escola. Nesse caso é importante que as escolas se reorganizem e procurem adotar medidas de conscientização que rompam com as barreiras que impedem o acesso e a permanência dos alunos no ensino regular. Além disso, para o melhor atendimento dos seus educandos, se faz necessário que as escolas desenvolvam estratégias para 16 incentivar à família (pais e responsáveis) a participar da vida escolar do aluno, pois é de suma importância que a família participe do processo de inclusão. Portanto, para que os alunos sejam realmente escolarizados de forma adequada, além da adequação da estrutura física, que garantam a eliminem das barreiras arquitetônicas, a escola deve elaborar metodologias diferenciadas para estimular o desenvolvimento motor e cognitivo de cada criança. Deve-se adaptar o currículo escolar de acordo com as potencialidades, limitações e particularidades de cada criança, isso porque não basta só inserir o aluno dentro da escola, é necessário garantir, sobretudo a participação e desenvolvimento da aprendizagem deste, respeitando sempre a sua individualidade e sua particularidade. Mediante o exposto, reconhecemos que a inclusão não se efetivou ainda da forma esperada, até por que o processo de inclusão não se configura em apenas garantir o acesso e a matricula do aluno com NEE, embora isso seja um grande avanço, infelizmente nem todos são contemplados com a educação inclusiva de qualidade. O processo inclusivo tem se tornado um grande desafio, principalmente para os que atuam diretamente no processo de inclusão. Dessa maneira, a alternativa mais eficaz para que essa situação se efetive, seria a reformulação do sistema educacional. E mais, é de fundamental importância que a escola, os professores, pais e/ou responsáveis e a comunidade em geral procure buscar novas alternativas de mudanças, e que o Poder Público invista mais nas escolas e nos profissionais que recebem alunos com NEEs, pois só assim teremos de fato uma educação inclusiva de qualidade. 2.2.1 Reestruturação da Escola e de Equipamentos Mesmo com os avanços em prol da educação inclusiva, a dificuldade de acesso e a permanência de alunos com deficiência nas escolas da rede pública de ensino ainda é um grande desafio. O que observamos ainda na atualidade, são escolas com condições impróprias de acessibilidade, impossibilitando assim, o acesso de todos que tem ensino público como garantia regidos pela Constituição Federal. Assim, Nogueira (2015) e seus colaboradores, afirmam que pela falta de acessibilidade, muitas pessoas com deficiência deixam de ter acesso à educação, mesmo tendo o interesse de adquirir conhecimentos. Ainda, de acordo com os respectivos 17 autores, algumas instituições de ensino não se encontram em condições favoráveis para receber as pessoas com mobilidade reduzida, por não possuir profissionais capacitados ou uma estrutura adequada para proporcionar aos seus educandos um acesso e ensino de qualidade, causando assim uma interferência negativa no processo de aprendizagem dessas pessoas. Os autores citados acima concluem ressaltando que a escola é um importante espaço capaz de proporcionar conhecimento e auxiliar na formação cidadã dos alunos. Sendo assim este ambiente deve estar preparado para convivência com a diversidade, sempre buscando atender as necessidades de todos, inclusive das pessoas com deficiência. Dessa forma, para tornar a escola mais acessível a todas as pessoas com deficiência, e assim promover a inclusão educacional, é necessário que haja mais investimento em recursos educacionais para Atendimentos Educacionais Especializados, de maneira que as escolas sejam adaptadas de acordo com as necessidades e as especificidades de cada pessoa. Assim, é importante que as instituições de ensino tenham uma infra- estrutura adequada que garanta o conforto e a segurança de todos os alunos, isto inclui salas de recursos multifuncionais, construção de rampas, banheiros com adaptações, sinalizações sonoras e sensitivas para deficientes visuais etc. Vale ressaltar que além de infraestrutura adequada, outras medidas devem ser tomadas com intuito de promover a inclusão. Para Melo e Martins (2007) é fundamental que a comunidade escolar, diante da inclusão do aluno com deficiência, tenha um espaço para discutir sobre a deficiência, procurando tirar dúvidas e questionamentos de todos os seus membros, objetivando assim contribuir para desmistificar ideias errôneas e preconceituosas a respeito da pessoa que a apresenta. As autoras também destacam que: Uma das maneiras para favorecer isto, é prever estratégias em seu planejamento pedagógico que possam ser utilizadas com os diferentes segmentos da comunidade escolar, tais como debates, seminários, peças de teatro, uso de fantoches, história infantis, entre outras, adequando o conteúdo a ser trabalhado sobre a deficiência às diferentes necessidades e faixas etárias. Tudo deve ser planejado e executado de modo que favoreça a construção de valores e, em particular, o respeito ao outro. (2007, p 07) 18 Assim, para promover a inclusão, é de fundamental importância conscientizar a comunidade escolar acerca da deficiência, para que todos estejam preparados para entender e trabalhar com a diversidade, como também buscar novas alternativas para combater o preconceito com relação às pessoas com NEEs. 2.2.2 A Formação de Professores e Profissionais de Apoio Segundo Alves (2009) para que a educação inclusiva se torne mais efetiva, é importante não só capacitar o professor, mas também toda a equipe de funcionários da escola, já que o sujeito não estará apenas dentro da sala de aula. A autora também ressalta que esta preparação, com todos os profissionais é indispensável, pois serve para promover o progresso no sentido do estabelecimento de escolas inclusivas. Assim, é importante que tanto o professor, quanto os demais profissionais e os profissionais de apoio estejam preparados e capacitados para desenvolver um trabalho voltado ao aprendizado de todos os alunos, de modo que, as práticas pedagógicas sejam planejadas de acordo com as necessidades e as peculiaridades dos educandos. Além disso, é relevante investir na formação de todos que estão envolvidos no processo de inclusão, uma vez que o profissional não estando preparado para trabalhar com alunos deficientes dificulta ainda mais a relação do educador com o educando. Nesse sentido, Lima (2002) afirma que: A formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se aborda a inclusão. Muitos dos futuros professores sentem-se inseguros e ansiosos diante da possibilidade de receber uma criança com necessidades especiais na sala de aula. Há uma queixa geral de estudantes de pedagogia, de licenciatura e dos professores com o discurso de que não fui preparado para lidar com crianças com deficiência. (p.40) Conforme a citação acima, a formação de professores é um aspecto que merece destaque quando se aborda a inclusão, pois além de aperfeiçoar, o professor também adquiri mais competência para entender as necessidades educacionais 19 específicas de cada criança, haja vista que, nem todos os docentes estão preparados para lidar com alunos com deficiência em suas salas de aula. Contudo, vale lembrar que, por conta da precariedade da educação brasileira, nem todas as escolas tem condições de oferecer cursos de capacitação para qualificar esses profissionais, o que torna um desafio ainda maior para a comunidade escolar, já que estes desempenham um papel de muita relevância no processo de ensino- aprendizagem do aluno com NEE. Dentro desse contexto, Bueno (1999) afirma que para incluir crianças com Necessidades Educacionais Especiais no ensino regular, é necessário um apoio especializado, assim é importante que ofereça aos professores dessas classes, orientação e assistência. Conforme o referido autor a educação inclusiva é aquela que oferece um ensino adequado às diferenças e às necessidades de cada aluno e não deve ser vista lateralmente ou isolada, mas, como parte do sistema regular. Portanto, a formação adequada e contínua do professor e dos demais profissionais que estão à frente nesse processo, é sem dúvida um dos elementos importantes para a efetivação da escola inclusiva, isso porque, a formação capacita docente para que o mesmo sinta-se mais preparado para lidar com os inúmeros desafios da educação inclusiva, uma vez que nem sempre o profissional conhece a realidade, as particularidades e as necessidades do educando com deficiência. 2.2.3 A Participação da família no processo de formação da pessoa com deficiência A família possui um papel de suma importância no processo de formação da criança com deficiência. Conforme Lopes (2000) a família é a principal responsável pelas ações do filho com necessidades especiais, pois é ela que lhe oferece a primeira formação. Segundo o autor é no meio familiar que os primeiros passos para a construção da autonomia e da independência se iniciam. Dessen e Polonia (2007) afirmam que a família é a primeira instituição de socialização do sujeito. Ela é considerada a primeira instituição social, que busca assegurar o bem estar de seus membros, incluindo a proteção da criança. É a família que vai transmitir valores, ideias, crenças e significados presentes na sociedade. 20 Correia (2008) complementa afirmando que a família constitui o alicerce da sociedade. Para o autor ela é um dos principais agentes no desenvolvimento da criança com deficiência. Dessa forma é possível perceber que o papel da família é fundamental em todo o processo do desenvolvimento da criança, pois é através do apoio familiar que ela adquire valores, crenças e atitudes que contribuirá para a construção da sua própria personalidade. A participação da família é fundamental em todos os aspectos do desenvolvimento da criança com NEEs, principalmente no processo ensino- aprendizagem. Sendo que a família que participa ativamente na vida escolar do filho facilita ainda mais no processo de inclusão, dessa forma, o aluno sente-se incluído tanto no ambiente familiar quanto no ambiente escolar. Segundo Lopes (2002) a participação da família é de grande importância no movimento da inclusão, seja de forma individualizada ou por meio de organizações, é fundamental a sua participação, para que seja garantida a continuidade histórica da luta por sociedades mais justas para seus filhos. Ainda com relação à inclusão, Marques (2001) citado por Matsumoto (2015) afirma que para que a efetiva socialização da criança com deficiência ocorra é necessária a interação entre família e escola, na medida em que os dois influenciam diretamente na educação do indivíduo. Dessa forma, a presença dos pais na escola é importante, no que se refere ao relacionamento entre pais e professores, porque muitas vezes, os pais não sabem o que fazer diante de situações que aparecem na escola. Existem dúvidas e falta de esclarecimentos e informações que cabem à escola, que deve ter uma equipe com condições de promover debates e orientar a família sobre os mais diversos assuntos referentes às condições do aluno com deficiência. (Marques, 2001) Portanto, é de suma importância papel da família no desenvolvimento e na aprendizagem da criança com NEE. A participação familiar do educando com necessidades especiais dentro do ambiente escolar deve ser ativa e constante. É necessário que a família e a escola estejam engajadas juntas nessa luta com o objetivo de efetivar a inclusão. 21 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo pretende analisar os avanços e os desafios no processo de inclusão. Durante o trabalho, foram analisados alguns conceitos sobre o percurso da educação inclusiva mundial e brasileiro, e a conquista da legislação que garante uma educação para todos. Diante da analise aqui apresentada, percebe-se que a oferta do Atendimento Educacional Especializado, é um fato marcante e inovador na história da educação especial no Brasil, as conquistas alcançadas ao longo da trajetória da educação inclusiva foram significativas para as pessoas com NEEs, uma vez que esses indivíduos eram considerados anormais ou incapazes de conviver no meio da sociedade. A Constituição Brasileira de 1988 e a Declaração de Salamanca foram de grande relevância para o reconhecimento do direito a proteção das pessoas com deficiência. Assim como também a Lei de Diretrizes e Bases que contribuiu significativa, pois ofereceu condições necessárias para que aos alunos com NEEs tivessem realmente acesso à educação com qualidade, dignidade e respeito, tudo isso levando em conta as peculiaridades individuais. Dessa forma, com base nos argumentos aqui apresentados, é possível identificar que através de elaboração de novas leis, aos poucos estas pessoas começam a conquistar o seu espaço e os seus direitos. É cabível salientar que os avanços e as conquistas no campo das políticas públicas proporcionaram aos deficientes o direito ao acesso e a permanecia no ensino regular. Entretanto, a partir das análises teóricas, verificamos que os objetivos da educação inclusiva não foram alcançados de forma desejada, o acesso e a permanência dos alunos com NEEs no ensino regular, na perspectiva da inclusão tem sido o desafio para a educação brasileira, isso porque a educação atual ainda não oferece condições satisfatórias para oferecer uma educação de qualidade para todos. Além disso, há muitas barreiras e preconceitos que dificultam o processo de inclusão. O trabalho aqui apresentando, pretende mostrar que o programa de inclusão apresenta excelentes propostas para as pessoas com NEEs, todavia muito ainda precisa ser feito para que possamos obter uma educação verdadeiramente inclusiva, na perspectiva de que todos estejam incluídos de forma adequada, e não apenas inseridos como observamos atualmente nas escolas regulares. Pois, não basta só incluir o aluno 22 deficiente dentro da sala de aula, é necessário que as escolas desenvolvam estratégias de forma criativa e diferenciada, que possibilitem ao educando construir conhecimentos necessários para a sua formação. Portanto, a presente pesquisa procura analisar e entender que o processo de inclusão não é uma tarefa fácil, ainda é preciso percorrer um grande caminho para a concretização da inclusão. É imprescindível que a escola se estabeleça uma parceria com a família. E que o poder público invista mais na educação inclusiva, investindo na formação de professores e nas estruturas físicas das nossas escolas públicas. 4. Bibliografia A conscientização da comunidade escolar como fator essencial ... - Uel A importância da família no processo de inclusão | Matsumoto ...periodicosonline.uems.br/index.php/interfaces/article/view/546. Acesso em: 14.set.2018 A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento ... - Scielo.br www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03.pdf de MA Dessen - 2007 - Artigos relacionados Dessen, M. A. & Polonia, A. C. (2007). Família e Escola trutura, organização e padrões familiares e, também, nas expectativas e papéis de seus membros Acessibilidade: Entender a aplicabilidade da lei de acessibilidade e ... Acesso em 26/07/2018 ALVES F. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. Rio de Janeiro, WAK EDITORA, 2009. BRASIL. Política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. 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