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O perigo da Opinião Pública

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A MÍDIA COMO FORMADORA DE OPINIÃO PÚBLICA
MOURA, Luís S.1
“Ao 
 longo dos últimos anos criou-se um conceito sobre opinião pública baseado nos pensamentos e pesquisas divulgados midiaticamente, onde o conceito sobre determinado assunto e a consequente opinião que deste conceito deriva tem por base pesquisas, propagandas e a ação da mídia, onde o comportamento sentimental da grande massa populacional gera o que se tem por opinião pública popularmente, mas esse conceito gira para um sentimento coletivo, onde todos convergem para uma mesma opção apresentada, o que não condensa uma opinião (1).”
A conceituação de opinião pública gira em torno de uma faceta multidisciplinar, trazendo à tona reflexos sobre diversas áreas do conhecimento que conversam entre si e que juntas, sem que nenhuma se sobressaia, estabelecem uma base norteadora do que venha a ser a opinião pública, sendo estas versadas na ciência política, sociologia, antropologia, comunicação, economia e psicologia social. Os eventos que giram em torno destes aspectos e formam um paralelo público à opinião, quando focalizados em apenas um destes elementos peca pelo reducionismo ([footnoteRef:1]). [1: 1 Autor: Luís S. Moura. Graduado Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade de Goiás. Jurista. Escritor. Bacharelando em Ciências contábeis pela Universidade Estácio de Sá. Bacharelando em Gestão Financeira pela Universidade Estácio de Sá. Pós-Graduando em MBA Executivo em Finanças Corporativas pela Universidade Estácio de Sá. Autor do Blog Jurídico – Sui Juris, seu direito explicado.] 
Assim, tem-se que opinião pública se faz em meio a diversos contextos e que sua utilização em conceitos apenas relativo a pesquisas públicas e posicionamentos midiáticos não é aquilo que determina a sua conceituação, entretanto faz-se necessária a sua aplicação para determinar o posicionamento de pessoas com a vida pública e que possuem grande influencia sobre a grande massa populacional através de mídias sociais e diversos canais de comunicação que aproximam as figuras públicas daqueles que não exercem tal papel social.
O posicionamento público de diversas pessoas que trazem determinado pensamento e opinião de forma não diplomática gera uma empatia e uma legitimação daqueles que possuem um pensamento similar, mas que tendem a relativizar seus pensamentos em virtudes de reprimendas sociais e midiáticas que possuem um caráter humanitário e que versam em paradigmas a serem extintos de uma sociedade democrática e apoiam conceitos gerais sociais destinados a qualificar a sociedade ao qual este se aplica de forma positiva e desenvolvedora.
Quando tal opinião é disseminada e exposta por uma figura de autoridade, tende-se a legitimar os comportamentos, pensamentos e atitudes que se estabelecem em sintonia com estes, trazendo uma ordem social onde a opinião pública é compactuada com a daquele que exerce poder e autoridade e possui igual pensamento. Neste sentido aqueles que compactuam dos mesmos ideais são apresentados publicamente a inimigos comuns e assim são alienados a permanecerem neste interim e assim se alienarem quanto a assuntos de interesse social, podendo divergir de fatos comprovados (3).
Quando se trata de uma questão de saúde pública, tem-se, em mister análise, que o pensamento e as teses científicas devem se sobressair aos pensamentos e opiniões públicas que são expressas por pessoas que se encontram fora do meio científico e que com este não socializam. Todavia, no presente contexto social ao qual o Brasil se encontra inserido, temos uma realidade divergente, onde o Presidente da República se faz diante da população para contrariar do posicionamento de sua equipe técnica de saúde e incentivar o descumprimento das recomendações para lidar com a crise do Covid-19.
Uma figura como o Presidente da República possui notoriamente influência social, visto que seu cargo e sua posição advêm dos votos e do apoio popular, onde o próprio povo despendeu seu voto e tempo para que este se encontre na atual posição. Contudo seu posicionamento público é dissonante dos cientistas que compõem seu governo e assim a opinião pública se faz tendenciada a seu favor, provocando uma onda de desinformação e de descrédito à ciência, o que leva as recomendações científicas de seu ministério a perderem força.
Tal descrédito possui demasiado perigo social, pois o posicionamento técnico e científico adotado pela pasta de saúde do atual governo possui embasamento e pauta nas experiências comprovadas cientificamente, enquanto o posicionamento do representante popular máximo se faz com base em sua opinião pessoal e não técnica sobre o caso. Posicionamentos públicos são perigosos por influenciar a opinião pública e assim trazer a sociedade para atitudes que a exponha a contaminações graves, sejam estas de doenças, de atitudes danosas ou de preconceitos não mais velados.
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Mito e realidade da opinião pública. Revista de Administração de Empresas. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901964000200003>. Acesso em 08/04/2020.
2 FIGUEIREDO, Rubens; CERVELLINI, Sílvia. Contribuições para o conceito de opinião pública. Opinião Pública, Campinas, vol. III, nº 3, dezembro, 1995, p.171-185.
3 BORBA, Mário Pereira; BALDISSERA, Rudimar. Das Mídias à Midiatização: Reflexões Sobre Opinião Pública. Disponível em <http://www.abrapcorp.org.br/anais2009/pdf/IC_Borba.pdf>. Acesso em 09/04/2020.

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