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Pele, Cabelo e Unhas A pele é o maior e o mais pesado órgão do corpo humano. Cobre entre 1,5 e 2 m 2 e contribui com um sexto do peso corpóreo total. A Pele Epiderme: avascular Derme (Córion) - Glândulas sebáceas - Glândulas sudoríparas - Folículos pilosos Hipoderme (Tecido Celular Sub Cutâneo) - Células adiposas, colágeno, vasos sanguíneos. Terminações nervosas são encontradas na epiderme e derme. Proteção: regulação hídrica, raios UV, trauma, temperatura Excreção: ureia, amônia, ácido úrico Armazenamento: água, açúcares, gordura Sensibilidade: tato, pressão, calor e dor Expressão: vergonha (vasodilatação), medo (vasoconstricção), ansiedade (sudorese) Imunidade: células de Langerhans (imunologia) Regulação Metabólica: síntese de Vitamina D O exame da pele, do cabelo, dos pelos e das unhas começa durante a Inspeção Geral e continua durante todo o exame físico. k k Sempre que possível o exame deve ser feito sob luz natural, mas utilize um foco de luz intensa quando for preciso caracterizar melhor as alterações encontradas. A luz apropriada deve vir de trás do paciente e o mesmo deve expor toda a área a ser analisada. Obs: A luz artificial pode distorcer as cores e mascarar a icterícia. Inspecione toda a superfície cutânea entre 1 e 2 min. Se for realizada dermatoscopia, use mais 1 ou 2 min. Deve-se analisar a lesão e toda a pele. Cogite a realização de biopsia sempre que houver lesões sugestivas de carcinoma ou, quando necessário, como apoio ao diagnóstico. O primeiro passo consiste em registrar a cor da pele no momento da identificação do paciente. Esse dado influi de modo considerável na apreciação das modificações da coloração. Nos indivíduos de cor branca e nos pardos- claros, observa-se a coloração levemente rosada, que é o aspecto normal em condições de higidez. Deve-se atentar sobre a dificuldade em avaliar os transtornos de coloração em pessoas de pele escura. Palidez Significa atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Por isso reiteramos que a iluminação adequada. A palidez deve ser pesquisada em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões palmoplantares. Nos pardos e negros só se consegue identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. (ver mucosas). Pode ser de dois tipos: - Palidez generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes nas microcirculações cutânea e subcutânea. Pode ser por vasoconstrição generalizada em consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais ou por redução real das hemácias, em anemia, por exemplo. - Palidez localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia a causa principal. Vermelhidão Significa exagero na coloração rósea da pele e indica aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. Pode ser: - Generalizada: mais espalhada em uma maior área, observada nos pacientes febris, nos indivíduos que ficaram expostos ao sol, por exemplo. - Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz quando depende de um fenômeno vasomotor (ruborização do rosto por emoção, “fogacho" do climatério), ou ser duradoura. Cianose Significa cor azulada da pele e das mucosas. Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 g/100 m.t. A cianose deve ser pesquisada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés (leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. - Generalizada: observada em toda a pele, embora predomine em algumas regiões. - Localizada ou segmentar: apenas segmentos corporais adquirem coloração anormal, significando sempre obstrução de uma veia que drena uma região. Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: • Leve • Moderada • Intensa. Caracterizada a cianose como generalizada ou localizada, procura-se definir o tipo de cianose em questão. Há quatro tipos fundamentais: - Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo normal o consumo de oxigênio nos capilares. - Cianose periférica: ocorre em consequência de perda exagerada de oxigênio na rede capilar, devido a estase venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre dos vasos da microcirculação. - Cianose mista: assim chamada, quando se associam mecanismos responsáveis por cianose central e periférica. - Cianose por alteração da hemoglobina: alterações bioquímicas da hemoglobina podem impedir a fixação do oxigênio neste pigmento. Icterícia Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultante de acúmulo de bilirrubina no sangue. A coloração ictérica pode ser desde amarelo-clara até amarelo- esverdeada. As principais causas são: hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamentos, leptospirose, etc. Albinismo Coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa da melanina. Pode afetar os olhos, a pele e os pelos (albinismo oculocutâneo) ou apenas os olhos (albinismo ocular). Bronzeamento Na maior parte das vezes é artificial, por ação dos raios solares em substâncias químicas bronzeadoras. Pele bronzeada naturalmente pode ser vista na doença de Addison e na hemocromatose por transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da melanima. Dermografismo Também chamado urticária factícia. Se a pele é levemente atritada com a unha ou com um objeto (lápis, estilete, abaixador de língua), aparece uma linha vermelha ligeiramente elevada que permanece por 4 a 5 min. Trata-se de uma reação vasomotora. Fenômeno de Raynaud É uma alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. Inicialmente observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se cianótica, e o episódio costuma culminar com vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor que pode ser deflagrado por muitas causas (costela cervical, tromboangeíte obliterante, lúpus eritematoso sistêmico, etc). k k Analisar a superfície, consistência digitopressão, vitropressão, compressão. Umidade A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a palpação, por meio das polpas digitais e da palma da mão. Pela sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com razoável precisão. - Umidade normal - Pele seca - Umidade aumentada ou pele sudorenta Textura Textura significa trama ou disposição dos elementos que constituem um tecido. A textura da pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea. - Textura Normal - Pele lisa ou fina - Pele áspera - Pele enrugada Espessura Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador. Há de se ter o cuidado de não alcançar o tecido celular subcutâneo. Em outras palavras: pinçam- se apenas a epiderme e a derme. Essa manobra deve ser realizada em várias e regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. - Pele de espessura normal - Pele atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial. - Pele hipertrófica ou espessa Temperatura Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se com o lado homólogo cada segmento examinado. A temperatura da pele varia entre amplos limites. Nas extremidades essas variações são mais acentuadas. É muito influenciada pela temperatura do meio ambiente, emoção, ingestão de alimentos, sono e outrosfatores. Adquirem significado semiológico especial diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea (a área isquêmica é mais fria). Elasticidade e Mobilidade Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado; mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. Para avaliar a elasticidade, pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Para a pesquisa da mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula mamária etc.). - Elasticidade: normal; aumento da elasticidade ou pele hiperelástica (Ao se efetuar uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais que a pele normal); diminuição da elasticidade ou pele hipoelástica (volta vagarosamente à posição primitiva). - Mobilidade: normal; diminuída ou ausente; aumentada. Turgor Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que abranja o tecido subcutâneo. O turgor diferencia-se em: - Normal: quando o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a pele está hidratada. - Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. Turgor diminuído indica desidratação. Sensibilidade Podem ser analisados os seguintes tipos de sensibilidade: Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia, e o aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia. - Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da sensibilidade dolorosa na hanseníase - Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os toques mais leves e suaves despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias periféricas Sensibilidade tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel e as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou diminuição da sensibilidade tátil. Sensibilidade térmica: os receptores específicos são os bulbos terminais de Krause, para as temperaturas frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. Pesquisa-se a sensibilidade térmica com dois tubos de ensaio, um com água quente e outro com água fria. Digitopressão e Vitropressão Pressiona-se a lesão com os dedos ou com um vidro, provocando isquemia local, isso permite distinguir o eritema da púrpura ou de outras manchas vermelhas. As lesões vasculares desaparecem à ação, enquanto as hemorrágicas não. Compressão Avaliar edemas, a compressão linear avalia se há dermografismo. k k Modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e apalpação. O uso de uma lupa para ampliar a superfície da pele e as lesões é vantajoso. As lesões elementares classificam-se em: • Alterações de cor • Elevações edematosas • Formações sólidas • Coleções líquidas • Alterações da espessura • Perda e reparações teciduais. Características a serem descritas: - Quantidade - Localização - Tamanho - Forma - Contorno (borda) - Cor - Superfície (lisa, áspera, rugosa, descamativa) - Temperatura - Consistência - Sensibilidade - Quantidade: lesão única ou múltipla - Localização: definir anatomicamente onde se encontra a lesão - Tamanho: medir com fita métrica ou estimar comparando com seu o dedo ou mão (conhecer suas medidas anatômicas) Alterações de Cor A mancha ou mácula corresponde à área circunscrita de coloração diferente da pele normal, no mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície. As manchas ou máculas dividem-se em: pigmentares, vasculares, hemorrágicas e por deposição pigmentar. Manchas Pigmentares Manchas pigmentares ou discromias resultam de diminuição ou aumento de melanina ou depósitos de outros pigmentos e substâncias na derme. - Leucodermia: mancha branca por diminuição ou ausência de melanina. - Hipocromia: redução da pigmentação. - Acromia: ausência completa de pigmentação. - Hipercromia: Cor variável por aumento de melanina ou Hiperpigmentares por aumento de outros pigmentos como sais biliares e carotenóides. Vasculares Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão (compressão da região com a polpa digital; vitropressão, quando a compressão é feita com uma lâmina de vidro transparente; e puntipressão, quando se emprega um objeto pontiagudo). As manchas vasculares subdividem-se em: telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas. Telangiectasias Dilatações dos vasos terminais, ou seja, arteríolas, vênulas e capilares. As telangiectasias venocapilares são comuns nas pernas e nas coxas das pessoas do sexo feminino e se denominam varículas ou microvarizes. Outro tipo de telangiectasia são as chamadas aranhas vasculares, que têm este nome porque seu formato lembra o desses aracnídeos (um corpo central do qual emergem várias pernas em diferentes direções). Localizam-se no tronco, e para fazê-las desaparecer basta fazer uma puntipressão exatamente sobre seu ponto mais central. Desaparecem porque esta manobra oclui a arteríola central, alimentadora dos vasos ectasiados. Mancha Eritematosa ou hiperêmica Decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho- vivo e desaparece à digitopressão ou à vitropressão. Podem ser simples, ou seja, sem outra alteração da pele ou, ao contrário, ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. Costumam ter variados tamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, ou seja, fundem-se por estarem muito próximas umas das outras. Hemorrágicas São também chamadas "sufusões hemorrágicas" e, como já foi mencionado, não desaparecem pela compressão, diferentemente dos eritemas. Não desaparecem por se tratar de sangue extravasado. De acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se em três tipos: • Petéquias: quando puntiformes e com até 1 em de diâmetro; • Víbices: quando formam uma linha. Esse termo também é empregado para lesão atrófica linear; • Equimoses: quando são em placas, maiores que 1 em de diâmetro. As manchas hemorrágicas são causadas por traumatismos, alterações capilares e discrasias sanguíneas. Nas duas últimas condições recebem o nome de púrpura. Se o extravasamento sanguíneo for suficiente para produzir elevação da pele, é designado hematoma. Equimose e hematoma se associam frequentemente. Deposição Pigmentar Pode ser por deposição de hemossiderina, bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico (ingestão exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos (tatuagem) e pigmentos metálicos (prata, bismuto). Elevações Edematosas Elevações causadas por edema na derme ou hipoderme. Enquadra-se a lesão urticada ou tipo urticária, que corresponde a formações sólidas, uniformes, de formato variável (arredondados, ovalares, irregulares), em geral eritematosas, e quase semprepruriginosas, resultando de um edema dérmico circunscrito. A afecção mais frequentemente responsável por este tipo de lesão é a própria urticária. Lesões Sólidas As formações sólidas abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas e vegetações. Pápulas Elevações sólidas da pele, de pequeno tamanho (até 1,0 em de diâmetro), superficiais, bem delimitadas, com bordas facilmente percebidas quando se desliza a polpa digital sobre a lesão. Nódulos, Nodosidade e Goma - Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 1 a 3 cm de tamanho. - Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e maior que 3 cm, o termo tumor é utilizado preferencialmente para neoplasia. - Goma: nódulo ou nodosidade que se liquefaz na porção central, podendo ulcerar e eliminar material necrótico. Os limites dessas lesões em geral são imprecisos, e a consistência pode ser firme, elástica ou mole. Vegetações Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em couve-flor, de consistência mole e agrupadas em maior ou menor quantidade. Muitas dermatoses se caracterizam por vegetações: verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose, etc. Quando a camada córnea é mais espessa, a lesão apresenta consistência endurecida e recebe o nome de verrucosidade; exemplos: verrugas vulgares, cromomicose. Verrucosidade: Lesão sólida, elevada, de superfície dura e inelástica, formada por hiperqueratose. Coleções Líquidas As coleções líquidas incluem vesícula, bolha, pústula, abscesso e hematoma. Vesícula Elevação circunscrita de até 1cm, com conteúdo claro (seroso) que pode se tornar turvo (purulento) ou rubro (hemorrágico). A diferença fundamental entre pápula e vesícula é que aquela é uma lesão sólida, e esta é constituída por uma coleção líquida. Bolhas Também é uma elevação da pele contendo substância líquida em seu interior. Diferencia-se da vesícula pelo tamanho: seu diâmetro é superior a 1,0 cm. Pústula Vesícula de conteúdo purulento. Surge na varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, nas piodermites, na acne pustulosa. Abcessos Coleções purulentas, mais ou menos proeminentes e circunscritas, de proporções variáveis, flutuantes, de localização dermo-hipodérmica ou subcutânea. Quando há sinais inflamatórios, são chamados abscessos quentes. A ausência de sinais flogísticos caracteriza os abscessos frios. Hematoma Formada por derrame de sangue na pele ou tecidos subjacentes, difere-se da equimose por haver alteração de espessura. Pode infectar e haver presença de sinais flogísticos, e o conteúdo hemorrágico pode tornar-se purulento. Alterações de Espessura As alterações da espessura abrangem queratose, espessamento ou infiltração, liquenificação, esclerose, edema e atrofias. Queratose Espessamento da pele por aumento da camada córnea, tornando-se áspera e com a superfície amarelada. O exemplo mais comum é o calo. Quando se localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos pés chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. Espessamento ou Infiltração Traduz-se por aumento da consistência e da espessura da pele que se mantém depressível, menor evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. Liquenificação Espessamento da pele com acentuação das estrias, resultando em um quadriculado em rede como se a pele estivesse sendo vista através de uma lupa. A pele circundante toma-se, em geral, de cor castanho- escura. Esclerose Alteração da espessura com aumento da consistência da pele, tornando-se lardácea ou coriácea. A pele pode estar espessada ou adelgaçada, havendo hiper ou hipocromia associadas. Resulta de fibrose do colágeno. Edema Acúmulo de líquido no espaço intersticial. A pele torna-se lisa e brilhante. Atrofias Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, translúcida e pregueada. As estrias são linhas de atrofia de cor acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido mecanicamente forçada. Perda e Reparações Teciduais Lesões provocadas por eliminação ou destruição patológicas e de reparações dos tecidos cutâneos. Abrangem: escama, erosão ou exulceração, úlcera ou ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e cicatriz. Escamas É a massa furfurácea (aspecto de farelo), micácea ou foliácea (em tiras) que se desprende da superfície cutânea por alteração de queratinização. Os exemplos mais comuns são: caspa, ptiríase versicolor, etc. Erosão ou Exulceração Simples desaparecimento da parte mais superficial da pele, atingindo apenas a epiderme. Pode ser traumática, quando recebe o nome de escoriação, ou não traumática. Neste caso, são secundárias à ruptura de vesículas, bolhas e pústulas. Ao regenerarem-se, não deixam cicatrizes. Úlcera ou Ulceração Perda delimitada das estruturas que constituem a pele, atingindo a derme. Tal fato a diferencia da escoriação. Outra diferença entre essas duas lesões é que a ulceração deixa cicatriz. Fissura ou Rágades Perda de substância linear, superficial ou profunda não causada por instrumento cortante. Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais frequentemente no fundo de dobras cutâneas ou ao redor de orifícios naturais. Crosta Formação proveniente do ressecamento de secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista que recobre área cutânea previamente lesada. Algumas vezes é de remoção fácil e em outras está firmemente aderida aos tecidos subjacentes. Escara Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. A área mortificada torna-se insensível, tem cor escura e é separada do tecido sadio por um sulco. Cicatriz Reposição de tecido destruído pela proliferação do tecido fibroso circunjacente. Os tamanhos e os formatos das cicatrizes são os mais variados. Queloide é uma formação fibrosa rica em colágeno saliente, de consistência firme, róseo- avermelhada, bordas nítidas, frequentemente com ramificações curtas. Pode ser espontâneo ou, o que é mais frequente, secundário a qualquer agressão à pele (intervenção cirúrgica, queimadura e ferimentos). k k As mucosas facilmente examináveis a olho nu e sem auxílio de qualquer aparelho são: - Conjuntivas oculares - Mucosas labiobucal, lingual e gengival. O método de exame é a inspeção, coadjuvado por manobras singelas que exponham as mucosas à visão do examinador. Assim, no caso das mucosas bucais, solicita-se ao paciente que abra a boca e ponha a língua para fora. É indispensável uma boa iluminação, de preferência com luz natural complementada por uma pequena lanterna. Os seguintes elementos devem ser analisados: - Cor; - Umidade; - Integridade. Coloração A coloração normal é róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular das mucosas. A nomenclatura utilizada é mucosas normocoradas. Descoramento das Mucosas Diminuição ou perda da cor róseo- avermelhada. Designa-se esse achado de mucosas descoradas ou palidez das mucosas. Procura-se fazer também uma avaliação quantitativa, usando-se a escala de 1 a 4 cruzes. As mucosas descoradas são um achado semiológico de grande valor prático, pois indicam anemia. Mucosas Hipercoradas Acentuação da coloração normal, podendo haver inclusive mudança de tonalidade para vermelho- arroxeada. Mucosas hipercoradas indicam aumento das hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações. Cianose Coloração azulada das mucosas cujo significado é o mesmo da cianose cutânea analisada anteriormente. Icterícia As mucosas tornam-se amarelas ou amarelo- esverdeadas; da mesma maneira que na pele, resulta de impregnação pelo pigmento bilirrubínico aumentado no sangue. As regiões mais facilmente identificáveissão a mucosa conjuntiva e o freio da língua. As icterícias mais leves só são perceptíveis nesses locais. Leucoplasia Áreas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas mucosas, por espessamento do epitélio (queratose, paraqueratose, hiperplasia, neoplasia), diminuição da vascularização e/ou fibroesclerose da lâmina própria. Umidade Em condições normais são úmidas, especialmente as mucosas lingual e a bucal, traduzindo bom estado de hidratação. Normal apresenta um brilho indicador de hidratação, já quando seca perdem essa propriedade. k k Os fâneros compreendem cabelo, pelos e unhas. Cabelos O cabelo deve ser analisado quanto às seguintes características: • Tipo de implantação • Distribuição • Quantidade • Coloração • Outras características (brilho, espessura, consistência). Pelos Até a puberdade os pelos são finos, escassos e de cor castanho- clara ou mesmo amarelados. Com a puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo grandes variações raciais e individuais. No homem aparecem barba, pelos nos troncos, e os pelos pubianos formam um losango. Na mulher não aparecem barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos têm forma de triângulo de vértice voltado para baixo. Quanto à espessura, consistência, brilho e comprimento, da mesma maneira que os cabelos podem tornar-se secos, quebradiços e sem brilho, pelos mesmos motivos assinalados. O principal achado clínico é o hirsutismo e a hipertricose: • Hipertricose: consiste no aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, em relação ao indivíduo. Pode ser congênita ou adquirida, difusa ou localizada; • Hirsutismo: é o aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher. Pode ser constitucional, idiopático ou androgênico. Unhas Formadas de células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular. As seguintes características devem ser analisadas: • Forma ou configuração • Tipo de implantação • Espessura • Superfície • Consistência • Brilho • Coloração. A unha normal forma um ângulo menor que 160°, apresenta apenas uma curvatura lateral nítida, a superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, a espessura e a consistência são firmes. No hipocratismo digital, o ângulo de implantação é de aproximadamente 180°. Quanto à coloração, podem ser pálidas (anêmicas), ou adquirir uma tonalidade azulada, ou seja, cianótica. A superfície pode tornar-se irregular, a espessura aumentar ou diminuir, o brilho pode desaparecer, e a consistência estar diminuída. A ocorrência de manchas brancas é comum em pessoas sadias e são chamadas leuconíquias. As unhas podem estar parcialmente descoladas do leito, denotando onicólise. São as unhas de Plummer, observadas no hipertireoidismo. Unhas distróficas são espessadas, rugosas e de formato irregular. k k Localização: Oxipital Retroauricular Preauricular Tonsilar Sub mandibular Cervical anterior Cervical posterior Supra clavicular Sub clavicular Axilar Epitroclear Inguinal Poplíteo No exame deve-se analisar: Localização Tamanho Número Consistência Sensibilidade Mobilidade x Aderência Confluência