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Propedêutica - Exame Geral e Lesões Elementares

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Pele, Cabelo e Unhas 
 
A pele é o maior e o mais pesado órgão do 
corpo humano. Cobre entre 1,5 e 2 m
2
 e contribui com 
um sexto do peso corpóreo total. 
A Pele 
 
 Epiderme: avascular 
 Derme (Córion) 
- Glândulas sebáceas 
- Glândulas sudoríparas 
- Folículos pilosos 
 Hipoderme (Tecido Celular Sub Cutâneo) 
- Células adiposas, colágeno, vasos 
sanguíneos. 
 Terminações nervosas são encontradas 
na epiderme e derme. 
 Proteção: regulação hídrica, raios UV, 
trauma, temperatura 
 Excreção: ureia, amônia, ácido úrico 
 Armazenamento: água, açúcares, 
gordura 
 Sensibilidade: tato, pressão, calor e 
dor 
 Expressão: vergonha (vasodilatação), 
medo (vasoconstricção), ansiedade 
(sudorese) 
 Imunidade: células de Langerhans 
(imunologia) 
 Regulação Metabólica: síntese de 
Vitamina D 
O exame da pele, do cabelo, dos pelos e das 
unhas começa durante a Inspeção Geral e continua 
durante todo o exame físico. 
k k
Sempre que possível o exame deve ser feito 
sob luz natural, mas utilize um foco de luz intensa 
quando for preciso caracterizar melhor as alterações 
encontradas. A luz apropriada deve vir de trás do 
paciente e o mesmo deve expor toda a área a ser 
analisada. 
Obs: A luz artificial pode distorcer as cores e 
mascarar a icterícia. 
Inspecione toda a superfície cutânea entre 1 e 2 
min. Se for realizada dermatoscopia, use mais 1 ou 2 
min. 
Deve-se analisar a lesão e toda a pele. Cogite a 
realização de biopsia sempre que houver lesões 
sugestivas de carcinoma ou, quando necessário, como 
apoio ao diagnóstico. 
 
O primeiro passo consiste em registrar a cor da 
pele no momento da identificação do paciente. Esse 
dado influi de modo considerável na apreciação das 
modificações da coloração. 
Nos indivíduos de cor branca e nos pardos-
claros, observa-se a coloração levemente rosada, que é 
o aspecto normal em condições de higidez. 
Deve-se atentar sobre a dificuldade em avaliar 
os transtornos de coloração em pessoas de pele escura. 
 Palidez 
Significa atenuação ou desaparecimento da cor 
rósea da pele. Por isso reiteramos que a iluminação 
adequada. A palidez deve ser pesquisada em toda a 
extensão da superfície cutânea, inclusive nas regiões 
palmoplantares. Nos pardos e negros só se consegue 
identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas 
dos pés. (ver mucosas). Pode ser de dois tipos: 
- Palidez generalizada: observada em toda a pele, 
revelando diminuição das hemácias circulantes nas 
microcirculações cutânea e subcutânea. Pode ser por 
vasoconstrição generalizada em consequência de 
estímulos neurogênicos ou hormonais ou por redução 
real das hemácias, em anemia, por exemplo. 
- Palidez localizada ou segmentar: constatada em 
áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a 
isquemia a causa principal. 
 Vermelhidão 
 
 
Significa exagero na coloração rósea da pele e indica 
aumento da quantidade de sangue na rede vascular 
cutânea, podendo decorrer de vasodilatação. Pode ser: 
- Generalizada: mais espalhada em uma maior área, 
observada nos pacientes febris, nos indivíduos que 
ficaram expostos ao sol, por exemplo. 
- Localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz 
quando depende de um fenômeno vasomotor 
(ruborização do rosto por emoção, “fogacho" do 
climatério), ou ser duradoura. 
 Cianose 
Significa cor azulada da pele e das mucosas. 
Manifesta-se quando a hemoglobina reduzida alcança 
no sangue valores superiores a 5 g/100 m.t. 
A cianose deve ser pesquisada no rosto, 
especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, 
nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e 
dos pés (leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de 
cianose muito intensa, todo o tegumento cutâneo 
adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. 
- Generalizada: observada em toda a pele, embora 
predomine em algumas regiões. 
- Localizada ou segmentar: apenas segmentos 
corporais adquirem coloração anormal, significando 
sempre obstrução de uma veia que drena uma região. 
Quanto à intensidade, a cianose é classificada 
em três graus: 
• Leve 
• Moderada 
• Intensa. 
Caracterizada a cianose como generalizada ou 
localizada, procura-se definir o tipo de cianose em 
questão. Há quatro tipos fundamentais: 
- Cianose central: nesses casos, há insaturação arterial 
excessiva, permanecendo normal o consumo de 
oxigênio nos capilares. 
- Cianose periférica: ocorre em consequência de perda 
exagerada de oxigênio na rede capilar, devido a estase 
venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre 
dos vasos da microcirculação. 
- Cianose mista: assim chamada, quando se associam 
mecanismos responsáveis por cianose central e 
periférica. 
- Cianose por alteração da hemoglobina: alterações 
bioquímicas da hemoglobina podem impedir a fixação 
do oxigênio neste pigmento. 
 Icterícia 
Coloração amarelada da pele, das mucosas 
visíveis e da esclerótica, resultante de acúmulo de 
bilirrubina no sangue. A coloração ictérica pode ser 
desde amarelo-clara até amarelo- esverdeada. 
As principais causas são: hepatite infecciosa, 
hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamentos, 
leptospirose, etc. 
 Albinismo 
Coloração branco-leite da pele em decorrência 
de uma síntese defeituosa da melanina. Pode afetar os 
olhos, a pele e os pelos (albinismo oculocutâneo) ou 
apenas os olhos (albinismo ocular). 
 Bronzeamento 
Na maior parte das vezes é artificial, por ação 
dos raios solares em substâncias químicas 
bronzeadoras. Pele bronzeada naturalmente pode ser 
vista na doença de Addison e na hemocromatose por 
transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da 
melanima. 
 Dermografismo 
Também chamado urticária factícia. Se a pele 
é levemente atritada com a unha ou com um objeto 
(lápis, estilete, abaixador de língua), aparece uma linha 
vermelha ligeiramente elevada que permanece por 4 a 
5 min. Trata-se de uma reação vasomotora. 
 
 Fenômeno de Raynaud 
É uma alteração cutânea que depende das 
pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que 
resulta em modificações da coloração. Inicialmente 
observa-se palidez; em seguida, a extremidade torna-se 
cianótica, e o episódio costuma culminar com 
vermelhidão da área. Trata-se de fenômeno vasomotor 
que pode ser deflagrado por muitas causas (costela 
cervical, tromboangeíte obliterante, lúpus eritematoso 
sistêmico, etc). 
 
 
k k
Analisar a superfície, consistência 
digitopressão, vitropressão, compressão. 
 Umidade 
A verificação da umidade inicia-se pela 
inspeção, mas o método adequado é a palpação, por 
meio das polpas digitais e da palma da mão. Pela 
sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com 
razoável precisão. 
- Umidade normal 
- Pele seca 
- Umidade aumentada ou pele sudorenta 
 Textura 
Textura significa trama ou disposição dos 
elementos que constituem um tecido. A textura da pele 
é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a 
superfície cutânea. 
- Textura Normal 
- Pele lisa ou fina 
- Pele áspera 
- Pele enrugada 
 Espessura 
Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o 
pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e 
o indicador. Há de se ter o cuidado de não alcançar o 
tecido celular subcutâneo. Em outras palavras: pinçam-
se apenas a epiderme e a derme. 
Essa manobra deve ser realizada em várias e 
regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. 
- Pele de espessura normal 
- Pele atrófica: tem alguma translucidez que possibilita 
a visualização da rede venosa superficial. 
- Pele hipertrófica ou espessa 
 Temperatura 
Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a 
palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, 
comparando-se com o lado homólogo cada segmento 
examinado. 
A temperatura da pele varia entre amplos 
limites. Nas extremidades essas variações são mais 
acentuadas. É muito influenciada pela temperatura do 
meio ambiente, emoção, ingestão de alimentos, sono e 
outrosfatores. 
Adquirem significado semiológico especial 
diferenças de temperatura em regiões homólogas, pois 
discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela 
palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea 
(a área isquêmica é mais fria). 
 
 
 
 Elasticidade e Mobilidade 
Elasticidade é a propriedade 
de o tegumento cutâneo se estender 
quando tracionado; mobilidade 
refere-se à sua capacidade de se 
movimentar sobre os planos 
profundos subjacentes. 
Para avaliar a elasticidade, 
pinça-se a prega cutânea com o 
polegar e o indicador, fazendo em 
seguida certa tração, ao fim da qual se 
solta a pele. Para a pesquisa da 
mobilidade: pousa-se firmemente a 
palma da mão sobre a superfície que 
se quer examinar e movimenta-se a 
mão para todos os lados, fazendo-a 
deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, 
articulações, tendões, glândula mamária etc.). 
- Elasticidade: normal; aumento da elasticidade ou 
pele hiperelástica (Ao se efetuar uma leve tração, a 
pele se distende duas a três vezes mais que a pele 
normal); diminuição da elasticidade ou pele 
hipoelástica (volta vagarosamente à posição primitiva). 
- Mobilidade: normal; diminuída ou ausente; 
aumentada. 
 Turgor 
Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o 
indicador uma prega de pele que abranja o tecido 
subcutâneo. O turgor diferencia-se em: 
- Normal: quando o examinador tem a sensação de 
pele suculenta em que, ao ser solta, a prega se desfaz 
rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, 
a pele está hidratada. 
- Diminuído: sensação de pele murcha e observação de 
lento desfazimento de prega. Turgor diminuído indica 
desidratação. 
 Sensibilidade 
Podem ser analisados os seguintes tipos de 
sensibilidade: 
 Sensibilidade dolorosa: a perda da sensibilidade 
dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia, e o 
aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se 
hiperestesia. 
- Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo 
paciente que nota ausência de dor ao contato com algo 
aquecido ou ao se ferir. Semiologicamente, é 
pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma 
agulha. Exemplo importante é a perda da sensibilidade 
dolorosa na hanseníase 
- Hiperestesia: é a sensação contrária, ou seja, até os 
toques mais leves e suaves despertam nítida dor. Tal 
fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome 
isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias 
periféricas 
 Sensibilidade tátil: tem como receptores os 
corpúsculos de Meissner, os de Merkel e as 
terminações nervosas dos folículos pilosos. Para 
pesquisá-la, fricciona-se levemente o local com uma 
mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a 
perda ou diminuição da sensibilidade tátil. 
 Sensibilidade térmica: os receptores específicos são 
os bulbos terminais de Krause, para as temperaturas 
frias, e os corpúsculos de Ruffini, para as quentes. 
Pesquisa-se a sensibilidade térmica com dois tubos de 
ensaio, um com água quente e outro com água fria. 
 Digitopressão e Vitropressão 
Pressiona-se a lesão com os dedos ou com um 
vidro, provocando isquemia local, isso permite 
distinguir o eritema da púrpura ou de outras manchas 
vermelhas. As lesões vasculares desaparecem à ação, 
enquanto as hemorrágicas não. 
 
 
 Compressão 
Avaliar edemas, a compressão linear avalia se 
há dermografismo. 
 
k k
Modificações do tegumento cutâneo causadas 
por processos inflamatórios, degenerativos, 
circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo 
ou por defeito de formação. 
Para a avaliação de lesões elementares, 
empregam-se a inspeção e apalpação. O uso de uma 
lupa para ampliar a superfície da pele e as lesões é 
vantajoso. 
As lesões elementares classificam-se em: 
• Alterações de cor 
• Elevações edematosas 
• Formações sólidas 
• Coleções líquidas 
• Alterações da espessura 
• Perda e reparações teciduais. 
 Características a serem descritas: 
- Quantidade 
- Localização 
- Tamanho 
- Forma 
- Contorno (borda) 
- Cor 
- Superfície (lisa, áspera, rugosa, descamativa) 
- Temperatura 
- Consistência 
- Sensibilidade 
- Quantidade: lesão única ou múltipla 
- Localização: definir anatomicamente onde se 
encontra a lesão 
- Tamanho: medir com fita métrica ou estimar 
comparando com seu o dedo ou mão (conhecer suas 
medidas anatômicas) 
 Alterações de Cor 
A mancha ou mácula corresponde à área 
circunscrita de coloração diferente da pele normal, no 
mesmo plano do tegumento e sem alterações na 
superfície. 
As manchas ou máculas dividem-se em: 
pigmentares, vasculares, hemorrágicas e por deposição 
pigmentar. 
 Manchas Pigmentares 
Manchas pigmentares ou discromias resultam de 
diminuição ou aumento de melanina ou depósitos de 
outros pigmentos e substâncias na derme. 
- Leucodermia: mancha branca por diminuição ou 
ausência de melanina. 
- Hipocromia: redução da pigmentação. 
- Acromia: ausência completa de pigmentação. 
- Hipercromia: Cor variável por aumento de melanina 
ou Hiperpigmentares por aumento de outros pigmentos 
como sais biliares e carotenóides. 
 
 Vasculares 
Decorrem de distúrbios da microcirculação da 
pele. São diferenciadas das manchas hemorrágicas por 
desaparecerem após digitopressão (compressão da 
região com a polpa digital; vitropressão, quando a 
compressão é feita com uma lâmina de vidro 
transparente; e puntipressão, quando se emprega um 
objeto pontiagudo). 
As manchas vasculares subdividem-se em: 
telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas. 
 
Telangiectasias 
Dilatações dos vasos terminais, ou seja, 
arteríolas, vênulas e capilares. As telangiectasias 
venocapilares são comuns nas pernas e nas coxas das 
pessoas do sexo feminino e se denominam varículas ou 
microvarizes. 
Outro tipo de telangiectasia são as chamadas 
aranhas vasculares, que têm este nome porque seu 
formato lembra o desses aracnídeos (um corpo central 
do qual emergem várias pernas em diferentes 
direções). Localizam-se no tronco, e para fazê-las 
desaparecer basta fazer uma puntipressão exatamente 
sobre seu ponto mais central. Desaparecem porque esta 
manobra oclui a arteríola central, alimentadora dos 
vasos ectasiados. 
 
Mancha Eritematosa ou hiperêmica 
Decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou 
tom vermelho- vivo e desaparece à digitopressão ou à 
vitropressão. 
Podem ser simples, ou seja, sem outra 
alteração da pele ou, ao contrário, ocorrer juntamente 
com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. Costumam 
ter variados tamanhos; ora são esparsas, ora 
confluentes, ou seja, fundem-se por estarem muito 
próximas umas das outras. 
 
 Hemorrágicas 
São também chamadas "sufusões 
hemorrágicas" e, como já foi mencionado, não 
desaparecem pela compressão, diferentemente dos 
eritemas. Não desaparecem por se tratar de sangue 
extravasado. De acordo com a forma e o tamanho, 
subdividem-se em três tipos: 
• Petéquias: quando puntiformes e com até 1 em de 
diâmetro; 
• Víbices: quando formam uma linha. Esse termo 
também é empregado para lesão atrófica linear; 
• Equimoses: quando são em placas, maiores que 1 em 
de diâmetro. 
 
 
As manchas hemorrágicas são causadas por 
traumatismos, alterações capilares e discrasias 
sanguíneas. Nas duas últimas condições recebem o 
nome de púrpura. 
Se o extravasamento sanguíneo for suficiente 
para produzir elevação da pele, é designado hematoma. 
Equimose e hematoma se associam frequentemente. 
 Deposição Pigmentar 
Pode ser por deposição de hemossiderina, 
bilirrubina (icterícia), pigmento carotênico (ingestão 
exagerada de mamão, cenoura), corpos estranhos 
(tatuagem) e pigmentos metálicos (prata, bismuto). 
 Elevações Edematosas 
Elevações causadas por edema na derme ou 
hipoderme. Enquadra-se a lesão urticada ou tipo 
urticária, que corresponde a formações sólidas, 
uniformes, de formato variável (arredondados, 
ovalares, irregulares), em geral eritematosas, e quase 
semprepruriginosas, resultando de um edema dérmico 
circunscrito. 
A afecção mais frequentemente responsável 
por este tipo de lesão é a própria urticária. 
 
 
 Lesões Sólidas 
As formações sólidas abrangem pápulas, 
tubérculos, nódulos, nodosidades, gomas e vegetações. 
 Pápulas 
Elevações sólidas da pele, de pequeno 
tamanho (até 1,0 em de diâmetro), superficiais, bem 
delimitadas, com bordas facilmente percebidas quando 
se desliza a polpa digital sobre a lesão. 
 
 Nódulos, Nodosidade e Goma 
- Nódulo: lesão sólida, circunscrita, saliente ou não de 
1 a 3 cm de tamanho. 
- Nodosidade ou tumor: lesão sólida, circunscrita e 
maior que 3 cm, o termo tumor é utilizado 
preferencialmente para neoplasia. 
- Goma: nódulo ou nodosidade que se liquefaz na 
porção central, podendo ulcerar e eliminar material 
necrótico. Os limites dessas lesões em geral são 
imprecisos, e a consistência pode ser firme, elástica ou 
mole. 
 
 
 Vegetações 
Lesões sólidas, salientes, lobulares, filiformes ou em 
couve-flor, de consistência mole e agrupadas em maior 
ou menor quantidade. 
Muitas dermatoses se caracterizam por 
vegetações: verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose, etc. 
Quando a camada córnea é mais espessa, a 
lesão apresenta consistência endurecida e recebe o 
nome de verrucosidade; exemplos: verrugas vulgares, 
cromomicose. 
 
Verrucosidade: Lesão sólida, elevada, de superfície 
dura e inelástica, formada por hiperqueratose. 
 
 Coleções Líquidas 
As coleções líquidas incluem vesícula, bolha, 
pústula, abscesso e hematoma. 
 Vesícula 
Elevação circunscrita de até 1cm, com 
conteúdo claro (seroso) que pode se tornar turvo 
(purulento) ou rubro (hemorrágico). A diferença 
fundamental entre pápula e vesícula é que aquela é 
uma lesão sólida, e esta é constituída por uma coleção 
líquida. 
 
 Bolhas 
Também é uma elevação da pele contendo 
substância líquida em seu interior. Diferencia-se da 
vesícula pelo tamanho: seu diâmetro é superior a 1,0 
cm. 
 
 Pústula 
Vesícula de conteúdo purulento. Surge na 
varicela, no herpes-zóster, nas queimaduras, nas 
piodermites, na acne pustulosa. 
 
 Abcessos 
Coleções purulentas, mais ou menos 
proeminentes e circunscritas, de proporções variáveis, 
flutuantes, de localização dermo-hipodérmica ou 
subcutânea. Quando há sinais inflamatórios, são 
chamados abscessos quentes. A ausência de sinais 
flogísticos caracteriza os abscessos frios. 
 
 Hematoma 
Formada por derrame de sangue na pele ou 
tecidos subjacentes, difere-se da equimose por haver 
alteração de espessura. Pode infectar e haver presença 
de sinais flogísticos, e o conteúdo hemorrágico pode 
tornar-se purulento. 
 
 Alterações de Espessura 
As alterações da espessura abrangem 
queratose, espessamento ou infiltração, liquenificação, 
esclerose, edema e atrofias. 
 Queratose 
Espessamento da pele por aumento da camada 
córnea, tornando-se áspera e com a superfície 
amarelada. 
O exemplo mais comum é o calo. Quando se 
localiza nas palmas das mãos e nas plantas dos pés 
chama-se, respectivamente, queratose palmar e plantar. 
 
 Espessamento ou Infiltração 
Traduz-se por aumento da consistência e da 
espessura da pele que se mantém depressível, menor 
evidência dos sulcos da pele, limites imprecisos. 
 Liquenificação 
Espessamento da pele com acentuação das 
estrias, resultando em um quadriculado em rede como 
se a pele estivesse sendo vista através de uma lupa. A 
pele circundante toma-se, em geral, de cor castanho-
escura. 
 
 Esclerose 
Alteração da espessura com aumento da 
consistência da pele, tornando-se lardácea ou coriácea. 
A pele pode estar espessada ou adelgaçada, havendo 
hiper ou hipocromia associadas. Resulta de fibrose do 
colágeno. 
 
 Edema 
Acúmulo de líquido no espaço intersticial. A 
pele torna-se lisa e brilhante. 
 
 Atrofias 
Adelgaçamentos da pele, tornando-a fina, lisa, 
translúcida e pregueada. 
As estrias são linhas de atrofia de cor 
acinzentada ou róseo-avermelhada. Aparecem em 
qualquer parte do corpo na qual a pele tenha sido 
mecanicamente forçada. 
 
 Perda e Reparações Teciduais 
Lesões provocadas por eliminação ou 
destruição patológicas e de reparações dos tecidos 
cutâneos. Abrangem: escama, erosão ou exulceração, 
úlcera ou ulceração, fissura ou rágade, crosta, escara e 
cicatriz. 
 Escamas 
É a massa furfurácea (aspecto de farelo), 
micácea ou foliácea (em tiras) que se desprende da 
superfície cutânea por alteração de queratinização. Os 
exemplos mais comuns são: caspa, ptiríase versicolor, 
etc. 
 
 Erosão ou Exulceração 
Simples desaparecimento da parte mais 
superficial da pele, atingindo apenas a epiderme. Pode 
ser traumática, quando recebe o nome de escoriação, 
ou não traumática. Neste caso, são secundárias à 
ruptura de vesículas, bolhas e pústulas. Ao 
regenerarem-se, não deixam cicatrizes. 
 
 Úlcera ou Ulceração 
Perda delimitada das estruturas que constituem 
a pele, atingindo a derme. Tal fato a diferencia da 
escoriação. Outra diferença entre essas duas lesões é 
que a ulceração deixa cicatriz. 
 
 Fissura ou Rágades 
Perda de substância linear, superficial ou 
profunda não causada por instrumento cortante. 
Comprometem a epiderme e a derme e situam-se mais 
frequentemente no fundo de dobras cutâneas ou ao 
redor de orifícios naturais. 
 
 Crosta 
Formação proveniente do ressecamento de 
secreção serosa, sanguínea, purulenta ou mista que 
recobre área cutânea previamente lesada. Algumas 
vezes é de remoção fácil e em outras está firmemente 
aderida aos tecidos subjacentes. 
 
 Escara 
Porção de tecido cutâneo necrosado, resultante 
de pressão isolada ou combinada com fricção e/ou 
cisalhamento. A área mortificada torna-se insensível, 
tem cor escura e é separada do tecido sadio por um 
sulco. 
 
 Cicatriz 
Reposição de tecido destruído pela 
proliferação do tecido fibroso circunjacente. Os 
tamanhos e os formatos das cicatrizes são os mais 
variados. 
Queloide é uma formação fibrosa rica em 
colágeno saliente, de consistência firme, róseo-
avermelhada, bordas nítidas, frequentemente com 
ramificações curtas. Pode ser espontâneo ou, o que é 
mais frequente, secundário a qualquer agressão à pele 
(intervenção cirúrgica, queimadura e ferimentos). 
 
 
k k
As mucosas facilmente examináveis a olho nu 
e sem auxílio de qualquer aparelho são: 
- Conjuntivas oculares 
- Mucosas labiobucal, lingual e gengival. 
O método de exame é a inspeção, coadjuvado 
por manobras singelas que exponham as mucosas à 
visão do examinador. Assim, no caso das mucosas 
bucais, solicita-se ao paciente que abra a boca e ponha 
a língua para fora. 
É indispensável uma boa iluminação, de 
preferência com luz natural complementada por uma 
pequena lanterna. 
Os seguintes elementos devem ser analisados: 
- Cor; 
- Umidade; 
- Integridade. 
 Coloração 
A coloração normal é róseo-avermelhada, 
decorrente da rica rede vascular das mucosas. A 
nomenclatura utilizada é mucosas normocoradas. 
 Descoramento das Mucosas 
Diminuição ou perda da cor róseo-
avermelhada. Designa-se esse achado de mucosas 
descoradas ou palidez das mucosas. Procura-se fazer 
também uma avaliação quantitativa, usando-se a escala 
de 1 a 4 cruzes. 
As mucosas descoradas são um achado 
semiológico de grande valor prático, pois indicam 
anemia. 
 Mucosas Hipercoradas 
Acentuação da coloração normal, podendo 
haver inclusive mudança de tonalidade para vermelho-
arroxeada. Mucosas hipercoradas indicam aumento das 
hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações. 
 Cianose 
Coloração azulada das mucosas cujo 
significado é o mesmo da cianose cutânea analisada 
anteriormente. 
 Icterícia 
As mucosas tornam-se amarelas ou amarelo-
esverdeadas; da mesma maneira que na pele, resulta de 
impregnação pelo pigmento bilirrubínico aumentado 
no sangue. 
As regiões mais facilmente identificáveissão a 
mucosa conjuntiva e o freio da língua. As icterícias 
mais leves só são perceptíveis nesses locais. 
 Leucoplasia 
Áreas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas 
mucosas, por espessamento do epitélio (queratose, 
paraqueratose, hiperplasia, neoplasia), diminuição da 
vascularização e/ou fibroesclerose da lâmina própria. 
 Umidade 
Em condições normais são úmidas, 
especialmente as mucosas lingual e a bucal, traduzindo 
bom estado de hidratação. Normal apresenta um brilho 
indicador de hidratação, já quando seca perdem essa 
propriedade. 
k k
Os fâneros compreendem cabelo, pelos e 
unhas. 
 Cabelos 
O cabelo deve ser analisado quanto às 
seguintes características: 
• Tipo de implantação 
• Distribuição 
• Quantidade 
• Coloração 
• Outras características (brilho, espessura, 
consistência). 
 
 Pelos 
Até a puberdade os pelos são finos, escassos e 
de cor castanho- clara ou mesmo amarelados. Com a 
puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos 
adquirem as características e a distribuição do adulto, 
próprias de cada sexo, havendo grandes variações 
raciais e individuais. 
No homem aparecem barba, pelos nos troncos, 
e os pelos pubianos formam um losango. 
Na mulher não aparecem barba, nem pelos no 
tronco; os pelos pubianos têm forma de triângulo de 
vértice voltado para baixo. 
 
Quanto à espessura, consistência, brilho e 
comprimento, da mesma maneira que os cabelos 
podem tornar-se secos, quebradiços e sem brilho, pelos 
mesmos motivos assinalados. 
O principal achado clínico é o hirsutismo e a 
hipertricose: 
• Hipertricose: consiste no aumento exagerado de pelos 
terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, em 
relação ao indivíduo. Pode ser congênita ou adquirida, 
difusa ou localizada; 
• Hirsutismo: é o aumento exagerado de pelos sexuais 
masculinos na mulher. Pode ser constitucional, 
idiopático ou androgênico. 
 Unhas 
Formadas de células queratinizadas que se 
originam na matriz, são constituídas de epiderme com 
as suas diversas camadas, exceto a granular. 
As seguintes características devem ser 
analisadas: 
• Forma ou configuração 
• Tipo de implantação 
• Espessura 
• Superfície 
• Consistência 
• Brilho 
• Coloração. 
A unha normal forma um ângulo menor que 
160°, apresenta apenas uma curvatura lateral nítida, a 
superfície é lisa, brilhante, tem cor róseo-avermelhada, 
a espessura e a consistência são firmes. No 
hipocratismo digital, o ângulo de implantação é de 
aproximadamente 180°. 
Quanto à coloração, podem ser pálidas 
(anêmicas), ou adquirir uma tonalidade azulada, ou 
seja, cianótica. 
A superfície pode tornar-se irregular, a 
espessura aumentar ou diminuir, o brilho pode 
desaparecer, e a consistência estar diminuída. 
A ocorrência de manchas brancas é comum em 
pessoas sadias e são chamadas leuconíquias. 
As unhas podem estar parcialmente descoladas 
do leito, denotando onicólise. São as unhas de 
Plummer, observadas no hipertireoidismo. 
Unhas distróficas são espessadas, rugosas e de 
formato irregular. 
 
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Localização: 
 Oxipital 
 Retroauricular 
 Preauricular 
 Tonsilar 
 Sub mandibular 
 Cervical anterior 
 Cervical posterior 
 Supra clavicular 
 Sub clavicular 
 Axilar 
 Epitroclear 
 Inguinal 
 Poplíteo 
No exame deve-se analisar: 
 Localização 
 Tamanho 
 Número 
 Consistência 
 Sensibilidade 
 Mobilidade x Aderência 
 Confluência

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