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ITPAC Pancreatite crônica Dra .Viviane Tiemi Kenmoti Definição: reação inflamatória com fibrose progressiva e irreversível do parênquima pancreático Consequência final: Insuficiência do pâncreas endócrino: diabetes Insuficiência do pâncreas exócrino : diarréia crônica, má absorção e desnutrição Mortalidade: 50% em 20 a 25 anos 1. Pancreatite crônica calcificante 2. Pancreatite crônica obstrutiva 3. Pancreatite crônica inflamatória Classificação 1.Pancreatite crônica calcificante Mais comum:95% Presença de rolhas de proteinas que podem se calcificar levando a obstrução de ductos→Fibrose dos ductos →estenoses e dilatações Acometimento irregular Causa mais comum: alcoólica 70 a 90% Outras causas: idiopática, hereditária, nutricional, metabólica Homens, entre 4ª e 5ª década Pancreatite crônica calcificante 2. Pancreatite crônica obstrutiva Raro Obstrução do ducto pancreático principal( Wirsung) Dilatação homogênea e generalizada Apenas um segmento do pâncreas é afetado, geralmente a cabeça. Causa mais comum: neoplasia intraductal Outros: estenose ductal, pâncreas divisium, trauma Pancreatite crônica obstrutiva : 3. Pancreatite crônica inflamatória Relacionada a doenças autoimunes : síndrome de Sjögren colangite esclerosante primária. Mulheres idosas. É uma forma clinica progressiva e mutilante Doença difusa acompanhada de febre. Etiologia Mais comum:70-80% 100 g de etanol/dia por 5 anos 5-10% dos etilistas crônicos desenvolvem PC Abstinência melhora os sintomas mas não evita a progressão do processo de degeneração Mecanismo: produção de plugs proteicos e indução de estresse oxidativo Pancreatite crônica alcoólica Quadro clinico 1. Dor abdominal 2. Emagrecimento 3. Desnutrição 4. Esteatorreia 5. Diabetes Tríade clássica: esteatorréia, DM e calcificação pancreática: <1/3 Maioria tem história de alcoolismo de longa data Episódios prévios de dor abdominal Perda de peso Quadro clínico Sintoma mais comum e mais importante 20% não tem dor Constante ou periódica e ocasionada pela ingesta de álcool ou alimento 15-30min após alimentação= angina mesentérica 2-3 dias após a ingesta alcoólica Andar superior do abdome com irradiação para dorso Fatores de melhora: sentado, inclinação tronco para frente, cócoras Não responsivos a analgésicos comuns 1.Dor abdominal ↑pressão intersticial e ductal devido a obstrução pelos plugs Inflamação de terminações nervosas simpáticas aferentes viscerais Fisiopatologia da dor Medo de se alimentar Insuficiência exócrina: má absorção Outras causas de emagrecimento Esteatorreia DM Infecção concomitante Neoplasia associada Emagrecimento, desnutrição e def de vitaminas Sintoma tardio: 13 anos após PC 90% do pâncreas deve estar acometido Má digestão de TG pela lipase Perda excessiva de gorduras nas fezes→Diarréia osmótica Fezes oleosas, acinzentadas, odor fétido, aderem a superfície do vaso Flatulência, cólica, distensão abdominal Deficiência de vitaminas lipossolúveis e B12 Esteatorréia Diagnóstico: 1. Pesquisa qualitativa ( microscopia das fezes com método de Sudam) 1. Indica a presença ou não de gordura nas fezes 2. Pesquisa quantitativa ( método de van kamer) 1. >7g/24h Esteatorréia Tardio: 20 anos após PC alcoólica Geralmente após o aparecimento da esteatorréia 80% de destruição das ilhotas de Langhans Intolerância a glicose é mais comum e aparece mais precocemente Raro: cetoacidose Maior tendência à hipoglicemia Def de glucagon Diabetes melitus Diagnóstico 1.Anamnese 2.Testes Laboratoriais de função 3.Exames de Imagem Diagnóstico 1. Laboratório Mais sensível e especifico Perda de 30-50% da função para dar positivo Teste estimulador pancreático Coleta suco pancreatico via duodenal após infusao EV de secretina ( estimulador do pâncreas) Disponibilidade limitada Indicação: alta suspeita clinica com exames de imagem normais Teste da secretina Teste da bentiromida Teste da ingestão de dilaurato de fluoresceina ( pancreatolauryl) Teste da elastase fecal:↓ na PC moderada a grave Testes indiretos da função pancreática exócrina Avalia os metabólitos na urina após terem sido clivados por enzimas pancreáticas 2. Exames de imagem Diagnóstico : calcificação pancreática Depósito de cálcio em rolhas intraductais Método mais sensível é aquele que fornece informações sobre o ducto Irregularidade dos ductos pancreáticos, estenoses intercaladas com áreas de dilatação 1. Rx de abdome 2. Tomogragfia 3. CPRE 4. ColangioRnm 5. USG/USGE Exames de imagem Rx simples de abdome Atrofia, massa inflamatória, dilatação, calcificação Tumores > 1cm Doença inicial é fator limitante Exame importante para diagnóstico Complicações: pseudocisto Dilatação ductal Calcificações Pseudocistos Fibrose parenquimatosa. Menos sensível do que a TC ou a RNM Usg 1. Método Diagnóstico + Biópsia 2. Método Terapêutico Drenagem de Pseudocisto Neurólise de Plexo Celíaco Usg endoscópica Pâncreas normal X pancreatite crônica Drenagem de pseudocisto Avalia: anatomia dos ductos Importante para programação cirurgica 1.Irregularidade dos ductos pancreáticos 2.Estenoses ductais 3.Áreas de dilatação ductal. CPRE e colangioRNM Padrão ouro x USE? Diagnóstica e terapêutica Alterações ductais: estenoses, dilatações, tortuosidades Indicações: dúvida ColangioRNM Método não invasivo Estuda ductos, parênquima e estruturas peripancreáticas Ruim para pequenas alterações ductais Calcificações podem não ser vistas Tem substituído a CPRE para diagnóstico Tratamento 1. Cessar etilismo e tabagismo 2. Suporte nutricional 3. Screening para adenocarcinoma de pâncreas 4. Tratamento Metas 1. Dor 2. Insuficiência exócrina 3. Insuficiência endócrina 1. Lípase VO:90-150.000UI 2. Dieta pobre em gordura Tratamento da insuficiência exócrina (má absorção pancreática) Insulina em menor dose que no DM convencional Tendência a hipoglicemia Tratamento da insuficiência endócrina (DM) Tratamento da dor Tratamento não cirúrgico da dor Bloqueio do plexo celíaco percutâneo ou endoscópico Resultados inconsistentes Risco de hipotensão postural e hemiparesia- limitado para tumores inoperáveis Procedimentos neuroablativos Tratamento endoscópico Tratamento endoscópico Ineficaz nos casos com doença difusa Mais indicado em doenças dos grandes ductos Tratamento endoscópico 1. Esfincterotomia + remoção de cálculos pancreáticos+ 1. Dilatação com balão 2. Endopróteses 3. Stent Tratamento cirurgico 1. Dor intratável: principal 2. Suspeita de Câncer 3. Tratamento das complicações: 1. pseudocisto 2. obstrução duodenal ou biliar 3. Ascite 4. derrame pleural Indicação Devem ser feito exames de imagem para definir a anatomia pancreática e ductal e fazer o planejamento cirúrgico Tratamento cirúrgico CPRE/COLANGIORESSONÂNCIA Opções cirúrgicas Drenagem Durval, Puestow, Partington-Rochelle Ressecção Whipple, Ressecção + Drenagem Beger, Frey Opções cirurgicas mais comuns INDICAÇÃO CIRURGIA SUSPEITA DE MALIGNIDADE GDP DOENÇA CONFINADA EM CORPO E CAUDA PANCREATECTOMIA DISTAL MASSA INFLAMATORIA EM CABEÇA DE PANCREAS RESSECÇÃO DE CABEÇA DE PANCREAS COM PRESERVAÇÃO DUODENAL DILATAÇÃO DO DUCTO PANCREATOJEJUNO ANASTOMOSE Doenças dos pequenos ductos Doença de ductos dilatados Ressecção Drenagem Ducto > 7 mm 90% alivio da dor Anastomose entre ducto e ID Pancreatojejunostomia lateral Não há consenso quanto ao tamanho do ducto para realizar drenagem Procedimentos para ductos dilatados Secção longitudinal do ducto com invaginação dopâncreas dentro de uma alça jejunal Requer esplenectomia Alivio da dor em 70-80% Cirurgia de Partington Rochele sem necessidade de esplenectomia Escolha? Técnica de Frey Anastomose LL+ressecção de parte da cabeça do pâncreas Alivio da dor é maior Pode ser feito em ductos menos dilatados Frey: 1. Pancreatectomia distal 2. Wiplle 1. ressecção da cabeça e processo uncinado do pâncreas 3. Pancreatectomia subtotal e total Pode agravar a função pancreática Cirurgia de ressecção Cirurgia de Durval: Esplenectomia +ressecção da cauda +anastomose término terminal em y com intestino delgado Não traz bons resultados devido a múltiplas estenoses que ficaram e que impedem a drenagem pancreática Duodenopancreatectomia Duvida diagnistica com neoplasia Cirurgia de Whipple Tratamento pancreatite da cabeça do pâncreas Mortalidade 5% Morbidez 25 a 30% Cirurgia de Whiplle Complicações Fim
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