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Economia política internacional

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O SISTEMA BRETON WOODS
· Conferência de Bretton Woods (1944): criar regras e instituições formais de ordenação de um sistema monetário internacional capaz de superar as enormes limitações que os sistemas então conhecidos, o padrão-ouro e o sistema de desvalorizações cambiais competitivas, haviam imposto não apenas ao comércio internacional mas também à própria operação das economias domésticas. 
 Reino Unido (Plano Keynes) buscava um arranjo que lhes desse liberdade para adotar políticas que permitissem alcançar e sustentar o pleno emprego. 
-> EUA (Plano White) queriam regimes cambiais organizados, que permitissem a expansão do comércio internacional e tornassem ilegal o recurso a controles administrativos contra suas exportações. Conferencia de grande importância na construção dos pilares da economia política internacional. Acontece em 1944, no fim da 2ww, para debater como seria a estruturação a ordem econômica internacional depois que a guerra fosse definitivamente vencida. A partir daí nota-se a necessidade de instituições que atentem para desenvolvimento humano, comércio e a área de finanças. Começa-se um debate acerca de um perfil de ordem, assim que acabasse a segunda guerra mundial. Houveram duas grandes propostas se conflitam: Reino Unido: Plano Keyne, Sugeria que na economia pol internacional, se estruturasse um sistema em que os Estados teria um papel importante na construção de políticas públicas com foco no combate à inflação, realização do pleno emprego, e outras medidas para o bem estar social. Defende que as organizações internacionais, servissem para isso. EUA: Plano White, que sugeria uma ordem com foco diferente, uma ordem internacional que garantisse o livre comércio internacional, e que a criação de instituições que estimulassem o comércio internacional, para impedir práticas como o protecionismo, que prejudicava o livre comércio, por valorizar o fortalecimento do mercado interno.
· Regimes adotados:
a) Regime informal: Objetivo: garantir a estabilidade monetária das nações. Cada país seria obrigado a manter a taxa de câmbio de sua moeda "congelada" ao dólar, com margem de manobra de cerca de 1%. A moeda norte-americana, por sua vez, estaria ligada ao valor do ouro em uma base fixa; Se há o interesse do desenvolvimento comercial equilibrado, permitindo a humanidade a se reconstruir, seria necessário um novo padrão econômico, e e esse padrão seria o dólar. O dólar era a moeda americana e a mais forte no momento. Se estabelecia o padrão dólar para ser correspondente a uma determinada quantidade em ouro, e de alguma maneira todas as moedas dos Estados estariam atraladas a um valor em dólares, obtendo maior previsibilidade no sistema monetário internacional. Esse padrão foi mantido por anos. 
Esse sistema fixo do padrão dólar, estabelecido em Breton woods, cai ao haver a instauração do câmbio flexível, que é o que temos hoje.
b) Regime formal: Instituições (algumas eram organizações) multilaterais encarregadas de acompanhar esse novo sistema financeiro e garantir liquidez na economia-lidando com as áreas: desenvolvimento humano, finanças e comércio-: o BIRD(desenvolvimento humano) e o Fundo Monetário Internacional (FMI)(finanças) e a Organização Internacional do Comércio, para o comércio-que nunca de fato existiu, por haver o medo dela interferir demais no comércio-, porém, anos depois surge a OMC.
O GRUPO BANCO MUNDIAL
· O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional(agência especializada da onu) que fornece empréstimos para países em desenvolvimento em programas de capital(empresa dinheiro para instauração de projetos que promovam o desenvolvimento humano).
· O Banco é composto por duas instituições: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e Associação Internacional de Desenvolvimento (AID)-orienta e faz recomendações para políticas de desenvolvimentos que podem ser adotadas pelos Estados-. O Grupo Banco Mundial abrange estas duas e mais três: Sociedade Financeira Internacional (SFI), Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI).
· A missão inicial do Banco Mundial, até então somente o BIRD, foi de financiar a reconstrução dos países devastados pela Segunda Guerra/ Mundial. Com o tempo a missão evoluiu para a de financiamento do desenvolvimento dos países mais pobres e de auxílio financeiro.
BIRD
a) Oferece empréstimos a Estados para financiarem projetos que buscam melhorar transportes e infraestrutura, educação, política doméstica, energia, saúde e acesso à alimentação e saneamento básico; Teve como primeira tarefa a reconstrução, sendo criado logo após a segunda guerra mundial, e auxiliando os países a financiarem a reconstrução. Logo após se dedica ao desenvolvimento, Estados procuram o Bird para financiar projetos voltados para a área de desenvolvimento, por não poder financiarem sozinhos. 
b) É administrado pelos Estados membros, mas tem sua própria liderança executiva. Os governos são acionistas que contribuem em capital e têm o direito de votar sobre questões. Além das contribuições dos Estados membros, o BIRD adquire seu capital nos mercados de capital internacionais emitindo títulos (bonds). Os maiores financiadores do BIRD, as economias mais desenvolvidas, tinham maior controle sobre ele, e assim controlavam para quem iriam os empréstimos. Sendo os EUA o maior acionista do Bird e tendo poder de veto sobre qualquer decisão do banco. Todos os Estados que querem conseguir os empréstimos do BIRD teriam que cumprir com certas obrigações, como promoção dos direitos humanos, combate a corrupção, e etc. O que é um problema para países da áfrica e ásia, por exemplo, que são ditaduras. O resultado seria esses países não conseguirem os empréstimos. Países emergentes também não tem toda a facilidade para conquistar os empréstimos por problemas de corrupção. 
· Em 2010, o poder de voto no Banco Mundial foi revisto para aumentar a voz dos países em desenvolvimento. Os países com maior poder de voto são, no momento, os Estados Unidos (com poder de veto), Japão, China, Alemanha, o Reino Unido, França, e Índia. Brasil, Coreia do Sul, Espanha, Índia, México e Turquia, dentre outros, obtiveram ganhos significativos. 
O FMI
· Objetivo inicial: ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial. Os países contribuem com dinheiro para o fundo através de um sistema de quotas a partir das quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados temporariamente. Através desta e outras atividades, tais como a vigilância das economias dos seus membros e a demanda por políticas de autocorreção, o FMI trabalha para melhorar as economias dos países. Também tem como objetivo, ajudar estados a financiar problemas, mas problemas de balanço de pagamento, que estejam devendo demais, e estes passam a dever ao FMI, como uma financeira. As condições para o FMI para emprestar o dinheiro são diferentes das condições do banco mundial, e para garantir o empréstimo e a garantia da devolução do dinheiro, o FMI exige que haja corte de gastos, como demissão de funcionários públicos, diminuição de benefícios sociais, privatização das empresas, e etc, para controlar as suas dívidas, e assim devolver o dinheiro que foi emprestado. Caso os Estados não honrem com seus compromissos acordados com o FMI, a dificuldade seria infinitamente maior para uma futura solicitação.
· O FMI se descreve como "uma organização de 188 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo".  Os objetivos declarados da organização são promover a cooperação econômica internacional, o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros para ajudar no equilíbrio de seusbalanços de pagamentos.
· Governança: diretor-gerente é tradicionalmente um europeu. Diferente do banco mundial, onde o president é geralmente Americano. 
· Cotas: Cada país membro detém no FMI uma cota a ser determinada com base em seus indicadores econômicos, entre eles o PIB. Quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas decisões. Há uma revisão geral das cotas a cada cinco anos. O Fundo pode propor um aumento nas cotas de determinado país, mas é necessária a aprovação por 85 % dos votos para qualquer modificação. Os maiores acionistas são Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido(detendo mais de 75% das ações, igualmente ao banco mundial). 
· FMI adota condicionalidades em troca de recursos financeiros. Benefícios e críticas. Para conseguir o empréstimo, o Estado precisa promover reformas e mudanças na sua economia. 
Tanto o fmi quanto o banco mundial, têm como governança um americano ou algum europeu, e seus maiores acionistas são sempre os mesmos com adição do japão, o que acaba fazendo com que as prioridades dos órgãos sejam quase sempre os interesses próprios.
A OMC
· Em Bretton Woods, proposta de uma Organização Internacional do Comércio, mas não foi aprovada; por ser vista como instituição indesejada, pois se o comércio é livre e se cria uma organização para controla-lo, impede que o comércio funcione livremente.Mas houve um acordo que seria como mediador e parâmetro para o comércio:
· Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT 1947): único instrumento de administração do comércio internacional até a criação da OMC em 1995. Sem uma csede, sem equipe, sendo apenas um acordo com reuniões periódicas. Tinha seu foco no comércio de bens em seu início. Rodadas importantes:
· Kennedy (meados década 1960): acordos antidumping e desenvolvimento; já se reconhece a necessidade de acordos para estados em desenvolvimento para ajuda-los nesse período.
· Tóquio (década de 1970): barreiras não-tarifárias; acontece por alguns estados perceberem que alguns países adotavam barreiras não tarifárias para mascarar o seu protecionismo. 
· Uruguai (1986-1994): tarifas, agricultura, serviços, propriedade intelectual, medidas de investimento, novo marco jurídico. Acordo de Marrakesh que gera a omc(1994): OMC: supervisiona a implementação, a administração e a operação de acordos e oferece fórum para negociações e solução de disputas. Uma série de temas foram discutidos, tanto para países desenvolvidos quanto para países em desenvolvimento. Países em desenvolvimento queriam tratar de eliminação de tarifas aos seus produtos e da área de agricultura, por serem grandes produtores agrícolas. Algumas vezes o preço do produto dobrava, em função aos impostos que recebia ao entrar na europa, por exemplo, que fazia com que os europeus não comprassem um produto agrícola da américa latina. Os esdados desenvolvidos, por outro lado contestam a regra de direito de propriedade intelectual, quando os estados semi desenvolvidos usam suas tecnologias e o que desenvolveram, sem pagar, como fórmulas de medicamentos, por exemplo.
· O GATT ainda existe como um dos acordos da OMC (e monitorado por ela) para comércio de bens, atualizado na Rodada Uruguai (GATT 1994). Outros acordos: GATS, TRIMS(medidas de como se pode fazer em investimento em determinadas regiões do planeta), TRIPS(lidando com propriedade intelectual para a proteção dela) e Mecanismo de Solução de Controvérsias (que serve para solução de problemas ou impasses que os Estados não conseguem resolver entre si. Decidindo um ganhador da causa e uma punição para o perdedor da causa, como multas, sanções, etc).
· Rodada Doha da OMC: tinha objetivo de eliminar barreiras protecionistas dos países desenvolvidos para a entrada de países em desenvolvimento. 
· A Agenda de Desenvolvimento de Doha estabelece os temas a serem discutidos na Rodada Doha. Teve início com a quarta Conferência Ministerial que ocorreu em Doha no Qatar em novembro de 2001. Doha tinha um objetivo ambicioso de fazer a globalização menos excludente e ajudar os países mais pobres com a retirada de barreiras e dos subsídios agrícolas. De acordo com a Declaração de Novembro de 2001 estabeleceu-se que na Rodada Doha o comércio internacional tem um papel importante na promoção do desenvolvimento econômico e na redução da pobreza. 
· As discussões foram muito controvertidas e o acordo não foi alcançado. Rodada de Doha paralisada até hoje: ação dos EUA e da EU
· Temas de interesse de Estados em desenvolvimento: agricultura, saúde pública e subsídios. G-20 Comercial(diferente do G20 financeiro): cumprimento dos três pilares do mandato agrícola da Rodada Doha: acesso a mercados (redução de tarifas), eliminação dos subsídios à exportação e redução dos subsídios de apoio interno (mormente à produção).
· Temas que preocupam Estados em desenvolvimento: padrões ambientais e cláusulas trabalhistas, propriedade intelectual. 
BRICS
· O acrônimo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) foi elaborado pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neill, no estudo “Building Better Global Economic BRICs”, de 2001. Dentre os pontos principais, o estudo indicava que, em 2001 e 2002, o crescimento do PIB real nas maiores economias de mercado emergentes excederia o do G7. Nos dez anos seguintes, o peso dos Estados BRIC e especialmente da China no PIB mundial cresceria, trazendo questões importantes sobre o impacto econômico global das políticas fiscal e monetária nos Estados BRIC. Diante de tais perspectivas de transformação, os fóruns de formulação de política mundiais deveriam ser reorganizados, e o G7 deveria ser ajustado para incorporar representantes dos Estados BRIC. No anterior, O BRIC, que era apenas uma sigla, inventada por uma instituição de estudo financeiro, mas quando esses países viram a oportunidade de crescerem juntos, transformaram o que era uma sigla em um grupo. Estes países começam a se reunir a nível de ministros e mais adiante, reuniram-se em nível de chefes de estado e de governo. Esse grupo, inicialmente o BRIC(brasil, russia, índia e china) incorporam a África do sul e se tornam BRICS, com o objetivo principal reformar a arquitetura financeira e econômica do cenário internacional, visto que esses países emergentes consideravam ela falha e não representativa para eles. Queriam ter mais voz aos países emergentes no banco mundial e maior representatividade internacional.
· Objetivos principais: 
a) Arquitetura financeira e econômica reformada e mais democrática;
b) Ordem mundial multipolar e equitativa, reforma da ONU e aspirações de Brasil e Índia a um papel maior na ONU; 
c) Proteção dos interesses dos Estados emergentes e cooperação técnico-financeira na busca do desenvolvimento social sustentável. 
· Cúpula de Fortaleza (2014): os mandatários dos BRICS deliberaram sobre o Arranjo Contingente de Reservas (CRA)-um conjunto de reservas que eles reuniriam para auxiliar estados emergentes que tivessem problemas nos seus pagamentos(FMI RISOS)- e sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD)-Banco destinado a oferecer empréstimos a estados emergentes que quisessem promover projetos para o desenvolvimento humano (banco mundial AAAAHAHAHA RECALQUE). O CRA constitui linha de defesa adicional para os países do BRICS em cenários de dificuldades de Balanço de Pagamentos. O NBD financiará projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. Os estados unidos e a europa olham com desagrado para as iniciativas do brics, tendo isso como um desafio ao FMI e ao BM. O Brasil afirma que essa iniciativa não tem nada de desafiador aos fundos dos países desenvolvidos, mas sim de mostrar que os BRICS tinham capacidade de crescer em conjunto enquanto países emergentes, e que poderiam ter mais representatividade nessas instituições dominadas pelos Estados desenvolvidas em função dessa capacidade.
O G20 FINANCEIRO
Começa como uma reunião de ministros da área econômica e evolui para uma reunião de chefes de Estado de governo. O g20 financeiro também é um grupo, que reúne as 19 maiores economias do mundoe a EU. Cada vez mais vem se habilitando como um fórum para debater os principais temas econômicos internacionais. Entre as principais pautas do g20 financeiro estão:
· A difusão do livre comércio: Idealizando cada vez mais o combate ao protecionismo.
· A necessidade de mecanismos mais robustos para gerir a economia internacional, principalmente o capital financeiro, e também ampliar o sistema financeiro como um todo, para evitar um efeito dominó de crises.
· Contexto de formação: crise asiática
· O fato de que as questões relacionadas à economia política global e, em especial, ao sistema financeiro global não poderiam ser resolvidas direta e exclusivamente pelo G7, sendo fundamental assim incorporar os países emergentes em tais processos.
· Em 15 de novembro de 2008 ocorreu a primeira cúpula de líderes do G20, que tendo como pano de fundo e causa fundamental a crise iniciada no mesmo ano, buscava “restaurar o crescimento global”, objetivo este que estaria presente em todas as cúpulas seguintes.
· Desde a cúpula de Washington um ponto central era uma visão compartilhada de que os princípios do mercado, o comércio aberto e os regimes de investimento e mercados financeiros efetivamente regulados promovam dinamismo, inovação e empreendedorismo, que são essenciais para o crescimento econômico, o emprego e a redução da pobreza;
· O diagnóstico acerca das causas subjacentes da crise era bem definido: a falta de mecanismos regulatórios suficientes para o setor das finanças no âmbito mundial assim como a falta de uma política de coordenação macroeconômica clara entre as maiores economias do mundo – desenvolvidas e emergentes –deveriam ser objeto das atenções dos países no processo de superação da crise.

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