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A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal W B A 0 5 6 2 _ V 1. 1 2/228 A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal Autoria: Ana Carla Comune de Oliveira Como citar este documento: OLIVEIRA, A. C. C. A cosmetologia nas estéticas facial e corporal. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética 06 Assista a suas aulas 26 Unidade 2: Permeação e absorção cutânea 34 Assista a suas aulas 58 Unidade 3: Veículos utilizados para os tratamentos estéticos com recursos terapêuticos manuais e com o uso da eletroterapia. 61 Assista a suas aulas 86 Unidade 4: Fitoterápicos 89 Assista a suas aulas 110 2/228 3/2283 Unidade 7: Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmen- tantes de Última Geração e Protetor Solar 171 Assista a suas aulas 194 Unidade 8: Abordagem Toxicológica de Produtos Cosméticos 201 Assista a suas aulas 220 Sumário A Cosmetologia nas Estéticas Facial e Corporal Autoria: Ana Carla Comune de Oliveira Como citar este documento: OLIVEIRA, A. C. C. A cosmetologia nas estéticas facial e corporal. Valinhos: 2017. Unidade 5: Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos 117 Assista a suas aulas 136 Unidade 6: Principais ativos cosméticos utilizados na prevenção e correção das disfunções estéti- cas corporais e faciais. Mecanismo de ação. 144 Assista a suas aulas 163 4/228 Apresentação da Disciplina Prezado aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Cosmetolo- gia na Estética Facial e Corporal, de extrema importância para que você, aluno, com- preenda os aspectos químicos e biológicos da ação dos produtos cosméticos. Nesta disciplina, você compreenderá o que são cosméticos, formas de atuação na pele, novas tendências e tecnologias de mercado, bem como aprenderá a aplicar e a fazer uso corretamente desses produtos; conhecerá também um pouco mais sobre a história da cosmetologia, a legislação cosmética, os aspectos da penetração de ativos cosméti- cos na pele, as formas de veiculação dess- es ativos no tecido cutâneo – por meio dos nanossistemas, lipossomas, nanoesferas, nanopartículas, nanoemulsões –, con- hecerá os ativos cosméticos utilizados nas diferentes disfunções estéticas e seus me- canismos de ação, aprenderá conceitos atu- ais, como: cosmecêuticos, nutricosméticos, nutracêuticos, e também abordagem tox- icológica dos produtos cosméticos. Final- izaremos a disciplina com um tema muito importante, os fotoprotetores e, com isso, você terá sucesso em sua carreira. O profissional em cosmetologia e estética desenvolve suas atividades em centros e clínicas de estética, SPAS e salões de bele- za. Atua na aplicação de tratamentos es- téticos corporais, faciais, capilares e dos anexos cutâneos (pelos e unhas), bem como na busca permanente de tendências, técni- cas e tecnologias de estética e beleza. Tem a competência necessária para o planeja- 5/228 mento e a gestão de serviços na área, com conhecimentos administrativos e gerenci- ais, visão de marketing e qualidade. O mercado de trabalho está em plena as- censão, a variedade de produtos destinados a estética e cosmética cresce consideravel- mente a cada dia. A busca incessante pela beleza deixou de ser exclusividade do uni- verso feminino, ganhando atualmente um vasto espaço para cosméticos destinados ao público masculino, aumentando con- sideravelmente o campo de atuação dos profissionais de cosmetologia e estética; com isso, tornam-se importantes a quali- ficação e capacitação para acompanhar o desenvolvimento desse segmento do mer- cado. 6/228 Unidade 1 Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética Objetivos 1. Conhecer o histórico e a importância da cosmetologia. 2. Compreender o que são formas cos- méticas. 3. Identificar os principais componentes das formulações cosméticas. 4. Entender e compreender a legislação cosmética. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética7/228 1. Introdução Cosmetologia é o estudo de produtos cos- méticos para diferentes funções, como hi- gienizar, conservar/proteger, reparar/corri- gir e maquilar/enfeitar. Acompanha todas as etapas, desde o desenvolvimento do cos- mético até a chegada às mãos do consumi- dor. Diferentes estudiosos deram sua con- tribuição para a definição do termo “cos- metologia”, conforme apresentado a seguir. Ciência que trata da preparação, estocagem e aplicação de produtos cosméticos, como também de regras que regem essas ativida- des – sejam elas de natureza física, química, biológica ou microbiológica (JELLINEK apud REBELLO, 2004, s.p.). Foram encontrados relatos de uso de pro- dutos para embelezamento muito antes do nascimento de Cristo. O primeiro registro considerável data de 4500 a.C., quando os chineses descobriram o poder das plantas. Os egípcios também exploraram as pro- priedades químicas dos vegetais; no século I a.C., Cleópatra destacava-se com suas ma- quiagens e seus banhos com leite de cabra, que deram origem às pesquisas cosméticas. Máscaras faciais noturnas, feitas de farinha e favas de miolo de pão diluídas em leite de jumenta, foram difundidas por Pompeia e eram as favoritas do Imperador Nero na Roma Antiga Imperial. No século II d.C., Galeno, médico grego, in- ventou o primeiro creme facial do mundo, feito à base de cera de abelha, azeite de oli- va e água. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética8/228 A indústria cosmética teve início no século XX. O primeiro salão de beleza do mundo foi inaugurado em 1910, em Londres, por He- lena Rubinstein. Onze anos depois, o batom passou a ser comercializado na forma de bastão. Muitas novidades chegaram ao Brasil na década de 1950, incluindo produtos mas- culinos, por meio de empresas como L’Ore- al (francesa) e Avon (norte-americana). Os protetores solares, os tratamentos a laser e os ácidos retinoicos e glicólicos chegaram ao Brasil entre as décadas de 1970 e 1980. Nos anos 1990, surgiram os cosméticos multifuncionais. No século XXI, as novidades são os neuro- cosméticos, os fonocosméticos e o uso de células-tronco de origem vegetal como ati- vos cosméticos. A cosmetologia torna-se uma ciência mul- tidisciplinar, visto que, cada vez mais, as- socia-se a outras áreas de conhecimento, como aromaterapia, aromacologia, biotec- nologia, nanotecnologia e fitoterapia. 2. Formas Cosméticas A forma de um cosmético é escolhida de acordo com sua utilização, visando à prati- cidade, à higiene e aos custos de fabricação (considerando matérias-primas e embala- gens). As formas cosméticas mais utilizadas são: sólida, stick, semissólida, líquida, gaso- sa, gel, sérum e emulsão. • Sólida: cosmético no estado sólido, como pó (talcos, máscaras argilosas, maquiagens) e cristais de banho. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética9/228 • Stick: cosméticos em bastão, como desodorantes, batons e lapiseiras de maquiagens. • Semissólida: máscaras muito consis- tentes e pomadas capilares, que con- têm elevados teores de cera e óleo. • Líquida: mistura de substâncias quí- micas, transparente ou opaca, incolor ou colorida. Os veículos utilizados po- dem ser: água, álcool, propilenoglicol e óleo. São loções aquosas (exemplos: loção tônica sem óleo), loções hidroal- coólicas (exemplos: loção de limpeza com álcool) e líquidos oleosos (exem- plo: óleo de banho). • Gasosa: cosmético em aerossol con- siste na dispersão de um líquido e/ou sólido em um gás (propelente). A pro- pulsão é feita pela embalagem (enva- se sob pressão) e por gás propelente. • Gel: forma cosmética viscosa, mucila- ginosa, que, ao secar, deixa uma pelí- cula invisível sobre a pele. Os géis são isentos de substâncias graxas. • Sérum: cosmético com textura leve e concentração de princípios ativos – geralmente maior que noscosméticos habituais. Tem grande teor de água e uma ínfima quantidade de óleo, faci- litando a entrada do produto na pele e melhorando sua distribuição. Apre- senta, ainda, efeito sinérgico com ou- tros cosméticos de tratamento. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética10/228 • Emulsão: produto que apresenta uma fase aquosa e uma fase oleosa mistu- radas sob a ação de um emulsionante. Pode estar classificado de acordo com sua viscosidade e quanto aos teores de água e óleo contidos. 2.1 Classificação das emulsões quanto à viscosidade • Creme: emulsão consistente – viscosi- dade média. • Loção: emulsão menos consistente que o creme – viscosidade baixa. • Leite: emulsão fluida – viscosidade abaixo da loção. • Espuma (musse): emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar (ou outro gás) e a fase externa é um líquido ou um sólido. 2.2 Classificação das emulsões quanto ao teor de água A/O – emulsão água em óleo. Apresenta menor teor de água e maior teor de óleo, resultando em sensorial oleoso e secagem demorada. É a forma indicada para produ- tos de massagem, removedores de maquia- gem e cosméticos de forma oclusiva. O/A – emulsão óleo em água. Apresenta menor teor de óleo e maior teor de água, re- sultando em secagem rápida e toque seco e suave. É indicada para cosméticos faciais, produtos para mãos e pés (geralmente com ação desodorante). Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética11/228 A/O/A e O/A/O – emulsões múltiplas (conhe- cidas como “emulsões das emulsões”). As gotículas de uma das fases contêm, em seu interior, gotículas menores da outra fase. Ou seja, no sistema A/O/A, a fase interna, que é oleosa, tem gotículas de água em seu interior, já no sistema O/A/O, a fase interna, que é aquosa, tem gotículas de óleo. 3. Fórmulas Cosméticas 3.1 Formulação de um produto cosmético Em uma formulação ou composição cosmé- tica, são encontradas substâncias ou gru- Para saber mais Emulsão é uma dispersão constituída de dois lí- quidos, no mínimo, não miscíveis entre si. Um dos líquidos é dispersado dentro do outro, sob forma de gotas: é a fase dispersada, descontínua ou in- terna. A outra fase é a dispersante, contínua ou externa. Exemplos de emulsões naturais: leite; fil- me hidrolipídico de superfície. Link No link a seguir, você encontrará um artigo que fala sobre as questões da vaidade, da autoesti- ma e do consumo de produtos e procedimen- tos estéticos. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/rausp/v50n1/0080-2107- rausp-50-01-0073.pdf>. Acesso em: 7 set. 2017. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética12/228 pos de substâncias que vão compor as se- guintes categorias: • Veículo ou excipiente. • Ativos ou princípios ativos. • Conservantes. • Corretivos. • Corantes. • Pigmentos. • Perfumes ou óleos essenciais. Veículo ou excipiente: geralmente consti- tui a maior parte da formulação, portanto é o que determinará a forma física do cosmé- tico. Por exemplo, no pó compacto, o veícu- lo é constituído por talco e calium; na loção pós-barba, por uma solução hidroalcoólica. A natureza física e química do veículo influi na estabilidade dos princípios ativos, na for- ma de liberação, na facilidade de aplicação do cosmético, na duração da ação etc. Ativos ou princípios ativos: substâncias químicas (sintéticas ou naturais) responsá- veis pelo efeito que se deseja obter. Exem- plos: Cloridróxido de alumínio – substância sinté- tica usada como adstringente (antiperspi- rante) em desodorantes. Colágeno – bioativo de origem animal utili- zado como hidratante. Flavonóis – bioativos de origem vegetal cuja função é aumentar a resistência dos vasos sanguíneos; são antirradicais livres. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética13/228 Conservantes: substâncias que protegem o produto cosmético tanto de contaminações microbianas como de oxidações indesejá- veis, assegurando, dessa forma, seu prazo de validade e segurança de uso. Corretivos: substâncias que vão corrigir a fórmula conforme o efeito desejado. São os espessantes, emulsificantes, sequestrantes e neutralizadores de pH. Corantes e pigmentos: de origem animal ou sintética, destinam-se a produzir sensa- ções visuais ao indivíduo. Perfumes ou óleos essenciais: compostos por várias substâncias aromáticas que con- ferem ao produto individualidade. 3.2 Principais formulações cos- méticas 3.2.1 Sabonetes Produtos utilizados com a finalidade de hi- gienizar a pele, remover as sujidades. Deve- -se dar preferência aos sabonetes líquidos ou cremosos, pois são menos alcalinos, res- secando menos a pele. Muitas pessoas ainda acreditam que devem lavar a pele várias vezes ao dia com sabo- nete. O que não sabem é que essa prática é prejudicial, uma vez que os sabonetes, além de ressecarem a pele, retiram a camada de proteção, deixando a pele vulnerável às agressões do meio. O ideal é usar sabone- Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética14/228 tes, no máximo, duas vezes ao dia nas peles mistas e oleosas. Para as peles muito alípi- cas, existem leites e emulsões de limpeza com ação menos agressiva. Não se deve esquecer de que os tensoati- vos (detergentes) contidos nos sabonetes e xampus devem ser removidos completa- mente da pele e dos cabelos. 3.2.2 Demaquilantes Produtos destinados a remover a maquia- gem da pele. Devem ser utilizados antes da higienização com sabonete, para fazer a remoção dos pigmentos e resíduos da ma- quiagem, que obstruem os poros. Todo demaquilante tem algum tipo de óleo em sua formulação, para facilitar o arraste de pigmentos. 3.2.3 Loções tônicas Equilibram o pH da pele, devolvendo-lhe a normalidade que foi retirada com a utiliza- ção do higienizante. Podem ter ação ads- tringente, calmante, hidratante ou revigo- rante. Os ativos com ação adstringente mais utili- zados são: • Ácidos orgânicos de baixo peso mole- cular (ácido cítrico e ácido lático). • Álcoois (etanol). • Extratos vegetais ricos em taninos (hamamélis). • Sulfato de zinco. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética15/228 Alguns exemplos de ativos utilizados em tônicos com função específica são: • Alantoína (ação reepitelizante). • Alfabisabolol (ação anti-inflamató- ria). • Calêndula (ação calmante). • Pantenol (ação emoliente). • Tília (ação calmante). 3.2.4 Esfoliantes Produtos que têm a finalidade de afinar a capa córnea da epiderme, removendo as células mortas. Apresentam-se na forma de cremes, géis, sabonetes. Um esfoliante pode ter ação química na pele; são os chamados queratolíticos, subs- tâncias que reagem quimicamente, desfa- zendo a camada superficial de queratina na pele. Pode também ter efeito físico ou mecânico. Nesse caso, apresentam, em sua formula- ção, grânulos, que podem ser microesferas de polietileno, caroços de frutas triturados ou qualquer outra substância capaz de ge- rar atrito na pele e remover células mortas por ação mecânica. Cuidado especial deve ser tomado com es- foliantes à base de cristais, como sal e açú- car refinados, pois podem provocar micro- arranhaduras e microfissuras na pele. O uso diário de esfoliantes é contraindi- cado para a maioria dos tipos de pele, pois Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética16/228 pode levar à remoção exagerada da cama- da de proteção, deixando o órgão exposto a agressões ambientais. 3.2.5 Emulsões Formulações que contêm óleo, água e um agente emulsionante. Podem variar quan- to a sua viscosidade (cremes, loções, loções cremosas, leite, musses) e quanto ao teor de água e óleo. Gel-creme é uma emulsão O/A com aspecto mais leve, quando comparado ao creme. 3.2.6 Géis Formulações feitas à base de água, sem ne- nhumtipo de óleo. São indicados para peles muito oleosas e acneicas. 3.2.7 Máscaras Utilizadas para finalização de protocolos estéticos. Podem ter ação calmante, hidra- tante, nutritiva, secativa ou tensora da pele. As máscaras podem ser apresentadas nas formas de gel, creme e pó. Esta última deve ser misturada a loções ou soro fisiológico, por isso, algumas são vendidas com o di- luente específico. A finalidade da máscara é aumentar a pene- tração (ou permeação) dos ativos aplicados anteriormente na pele, além de promover a entrada de seus próprios ativos pelo tempo de contato. A maioria das máscaras deve permanecer na pele por cerca de 20 minu- tos, em média, para que tenha sua ação as- segurada. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética17/228 As máscaras chamadas hidroplásticas cos- tumam ter alginato em sua formulação, o que lhes permite secar na forma de uma pe- lícula plástica que promove a oclusão dos ativos colocados na pele. Se a aplicação da máscara for feita sobre uma gaze, sua re- moção se torna mais fácil. Máscaras de gesso ou porcelana devem ser aplicadas sobre algodão e gaze e também têm a função de ocluir os ativos colocados na pele, aumentando sua penetração. Algumas máscaras tensoras formam uma fina película, como uma segunda pele. Por demorarem um pouco mais para secar, tam- bém é possível coloca-las sobre uma gaze fina, que, além de facilitar a secagem, ajuda na remoção da máscara. Quando em forma de gel ou creme, as más- caras podem ser removidas com espátula. Na sequência, deve-se retirar os resíduos com algodão e gaze embebidos em água ou loção. Para saber mais A fabricação de produtos cosméticos envolve uma sucessão de operações que vão desde a pesagem das matérias-primas até sua mistura em equipa- mentos apropriados. Todo processo de fabricação segue um conjunto de ações abrangentes descri- tas no Manual de GMP (Good Manufacturng Prac- ticies, isto é, Boas Práticas de Fabricação). Essas normas e procedimentos tratam também de hi- giene do trabalho, limpeza e sanitização de equi- pamentos de fabricação e envase. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética18/228 4. Legislação Cosmética 4.1 Classificação dos produtos cosméticos Os produtos cosméticos podem ser classifi- cados de diferentes formas: • Classe de produtos. • Função. • Risco sanitário. • Forma de apresentação dos cosméti- cos. 4.1.1 Classe de produtos Os produtos são divididos em quatro gru- pos, segundo suas finalidades gerais: per- fume, produto de higiene, produto de uso infantil e cosmético. 4.1.2 Função Considerando-se sua função principal, os cosméticos podem higienizar, conservar, proteger, reparar, corrigir, maquilar e enfei- tar. Link No próximo link, você encontrará informações sobre formulações cosméticas contendo pante- nol. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/ teses/disponiveis/60/60137/tde-17012007- 143439/pt-br.php>. Acesso em: 12 dez. 2017. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética19/228 Há muito tempo, os produtos deixaram de ter uma única função, como sabonetes para higienizar, loções para tonificar e hidratan- tes para hidratar. Vive-se a era dos produ- tos multifuncionais, com atuação cada vez mais complexa e eficiente na pele. Assim, por exemplo, existem sabonetes que são esfoliantes e hidratantes, loções que equilibram o pH, hidratam, combatem os radicais livres ou têm ação adstringente associada à ação calmante. Há hidratantes que são, ao mesmo tempo, antienvelheci- mento, calmantes, antioxidantes e proteto- res solares. 4.2.3 Risco sanitário Indica o grau de risco que um produto pode oferecer ao usuário quando utilizado de for- ma adversa. Grau I (risco mínimo): pertencem a esse grau os produtos com propriedades básicas, sem necessidade de comprovação de eficá- cia e sem a necessidade de conter em seus rótulos informações detalhadas quanto a modo e restrições de uso. Exemplos são: sa- bonetes, xampus, cremes hidratantes, óle- os, perfumes e maquiagens sem proteção solar e sem ações específicas como efeito antisséptico, antiacne e antienvelhecimen- to. Grau II (risco máximo ou potencial): per- tencem a esse grau os produtos com indi- Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética20/228 cações específicas, com eficácia e segurança comprovadas. O rótulo deve conter informações detalhadas quanto a modo e restrições de uso. Exemplos são xampus tonalizantes, xampus anti- caspa, protetores solares, desodorantes antiperspirantes, esfoliantes químicos, tinturas capila- res, clareadores faciais e cosméticos antienvelhecimento. A classificação é baseada em fatores como composição química, local de aplicação do cosmé- tico, tempo de contato do produto com o local da aplicação e o usuário do cosmético. Em razão deste último fator, todos os produtos infantis são classificados como Grau II, já que a criança tende a utilizá-lo de forma incorreta. Para saber mais A Legislação Brasileira que rege a preparação e a comercialização de produtos cosméticos abrange alguns órgãos governamentais, como: • Ministério da Saúde: estabelece leis com o objetivo de regulamentar diversos segmentos ligados à Saúde Pública, incluindo a fabricação de produtos cosméticos. • Ministério da Justiça: regulamenta as informações que devem ser transmitidas ao consu- midor. • Ministério do Meio Ambiente: controla a poluição do ar e das águas, de que faz parte o tra- tamento de efluentes despejados pelas indústrias, incluindo a de cosméticos. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética21/228 Link No link a seguir, você encontrará informações so- bre a Legislação de Produtos cosméticos determi- nadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilân- cia Sanitária) e saberá distinguir os produtos de Grau I e Grau II. Disponível em: <http://portal. anvisa.gov.br/cosmeticos>. Acesso em: 6 set. 2017. http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética22/228 Glossário Grau de Risco I: produtos isentos de registro no Ministério da Saúde, que oferecem riscos míni- mos ao usuário. Grau de Risco II: produtos que devem ter segurança e eficácia comprovadas, além do registro no Ministério da Saúde. Cosméticos naturais: estendem seus efeitos por todo o organismo. As fases oleosas são feitas com ceras e esqualenos naturais, além de lanolina e ésteres, fosfolipídeos, derivados biológicos. Questão reflexão ? para 23/228 Prezado aluno, Conforme você viu na aula, as formas cosméticas são o modo como os cosméticos estão disponíveis para o consumidor. Faça uma revisão geral de todas as formas cosméticas e liste-as. Reflita se todas elas podem ser utilizadas em todos os tipos de pele. Se você achar que sim, explique; se discordar, justifique. 24/228 Considerações Finais • Cosmetologia é a ciência que trata da preparação, da estocagem e da apli- cação de produtos cosméticos, bem como das regras que orientam essas atividades – sejam elas de natureza física, química, biológica ou microbio- lógica. • Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo, nas diversas partes do corpo humano – pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais ex- ternos, dentes e membranas mucosas de cavidade oral. • Produtos de Grau I são aqueles que oferecem risco mínimo ao indivíduo, como xampus, sabonetes e outros sem filtro solar. Produtos de Grau II são aqueles que oferecem risco aos usuários, por exemplo: filtros solares, pro- dutos infantis e produtos antienvelhecimento. • A legislação brasileira que rege a preparação de produtos cosméticos abran- ge vários órgãos, como: Ministério da Saúde, Ministério da Justiça,Ministé- rio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ministério do Meio Ambiente. Unidade 1 • Introdução à Cosmetologia. Formas e Fórmulas Cosméticas. Legislação Cosmética25/228 Referências ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cosméticos. Disponível em: <http://portal.an- visa.gov.br/cosmeticos>. Acesso em: 6 set. 2017. CAMARGO JUNIOR, F. B. de. Desenvolvimento de formulações cosméticas contendo pantenol e avaliação dos seus efeitos hidratantes na pele humana por bioengenharia cutânea. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2006. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponi- veis/60/60137/tde-17012007-143439/pt-br.php>. Acesso em: 12 dez. 2017. HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M. M. Manual de cosmetologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Revin- ter, 1999. LACRIMANTI, L. M; VASCONCELOS, M. G; PEREZ, E. Curso didático de estética: volume 1. 2. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2014. REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 8. ed. São Paulo: Editora Senac, 2004. STREHLAU, V. I.; CLARO, D. P.; LABAN NETO, S. A. A vaidade impulsiona o consumo de cosméticos e de procedimentos estéticos cirúrgicos nas mulheres? Uma investigação exploratória. R. Adm. São Paulo, v. 50, n. 1, jan.-mar., 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rausp/v50n1/ 0080-2107-rausp-50-01-0073.pdf>. Acesso em: 7 set. 2017. http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos 26/228 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Introdução a Cosmetologia. Blo- co I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207>. Aula 1 - Tema: Introdução a Cosmetologia. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e- 0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f5c7829620f55eacd3a09cdd348db207 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/0e0c7b175552c4de2475f9992dbbbd49 27/228 1. Princípios ativos são substâncias químicas (sintéticas ou naturais) respon- sáveis pelo efeito que se deseja obter. Um exemplo de bioativo de origem animal utilizado como hidratante é o(a): a) Colágeno. b) Cloridróxido de alumínio. c) Flavonol. d) Matrixyl. e) Óxido de zinco. Questão 1 28/228 2. São produtos que têm a finalidade de afinar a capa córnea da epiderme, removendo as células mortas. Apresentam-se na forma de cremes, géis, sabonetes. A forma cosmética citada corresponde ao: a) Creme. b) Gel. c) Sérum. d) Esfoliante. e) Sabonete. Questão 2 29/228 3. Formas cosméticas que equilibram o pH da pele, devolvendo-lhe a nor- malidade que foi retirada com a utilização do higienizante. Podem ter ação adstringente, calmante, hidratante ou revigorante na pele, são os(as): a) Esfoliantes. b) Máscaras. c) Loções tônicas. d) Géis. e) Sabonetes. Questão 3 30/228 4. A forma cosmética que se apresenta como máscaras muito consistentes e pomadas capilares, que contêm elevados teores de cera e óleo é a: a) Sólida. b) Semissólida. c) Líquida. d) Gel. e) Sérum. Questão 4 31/228 5. As formulações cosméticas de origem animal ou sintética, que se desti- nam a produzir sensações visuais ao indivíduo, são os: a) Conservantes. b) Hidratantes. c) Corretivos. d) Corantes ou pigmentos. e) Veículos ou excipientes. Questão 5 32/228 Gabarito 1. Resposta: A. O colágeno é uma proteína que dá estrutu- ra, firmeza e elasticidade à pele, ele é produ- zido naturalmente pelo corpo, mas também pode ser encontrado em alimentos como carne e gelatina, em cremes hidratantes ou suplementos alimentares em cápsulas ou pó. Essa proteína é muito importante para manter as células firmes e unidas, não ape- nas da pele, mas também de outros teci- dos, como para conservar a integridade dos músculos, dos ligamentos, dos tendões e das articulações, melhorando a sua saúde. O colágeno é muito utilizado como bioativo de origem animal e um potente hidratante. 2. Resposta: D. Um esfoliante pode ter ação química na pele, como os chamados queratolíticos, substân- cias que reagem quimicamente com a pele, desfazendo a camada superficial de quera- tina. Pode também ter efeito físico ou me- cânico, para este último, os esfoliantes têm, em sua formulação, grânulos, que podem ser microesferas de polietileno, caroços de frutas triturados ou qualquer outra subs- tância capaz de gerar atrito na pele e remo- ver células mortas por ação mecânica. 33/228 Gabarito 3. Resposta: C. As loções tônicas têm a finalidade de equili- brar o pH da pele, devolvendo-lhe a norma- lidade retirada com a utilização do higieni- zante. Podem ter ação adstringente e cal- mante, hidratante ou revigorante na pele. 4. Resposta: B. Formas semissólidas são demasiadamente utilizadas, trata-se de máscaras muito con- sistentes e pomadas capilares, que contêm elevados teores de cera e óleo. 5. Resposta: D. Corantes ou pigmentos são formulações cosméticas de origem animal ou sintética, que se destinam a produzir sensações visu- ais no indivíduo. 34/228 Unidade 2 Permeação e absorção cutânea Objetivos 1. Compreender a estrutura da barreira epidérmica. 2. Entender o mecanismo de permeabi- lidade e absorção cutânea. 3. Conhecer as vias de entrada dos cos- méticos na pele. 4. Entender a permeação cutânea em relação ao subtipo ou tipos cutâneos. 5. Compreender os fatores que afetam a permeabilidade cutânea. 6. Conhecer os principais procedimen- tos estéticos que facilitam a permea- bilidade cutânea. Unidade 2 • Fitoterápicos35/228 Introdução A cosmética desenvolve fórmulas capazes de interagir cada vez mais com a estrutura da pele, promovendo mudanças fisiológi- cas, tratando um ou mais componentes da pele e corrigindo as desordens cutâneas. Já está comprovado que produtos de ação tó- pica, até mesmo a água, afetam a estrutura da pele. O uso desses produtos pode levar a um pro- cesso de penetração, ou até absorção, de- correntes da interação do tecido cutâneo com os produtos químicos. Exemplos disso são os tratamentos da camada lipídica com os antisseborreicos, do extrato córneo com hidratantes e/ ou renovadores celulares, das desordens envolvendo melanócitos (como manchas e hipercromias) com despigmen- tantes. A grande procura por tratamentos perso- nalizados e eficazes fez as empresas inova- rem suas tecnologias para oferecerem ao público ampla variedade de fórmulas com- patíveis com as necessidades dos diferentes tipos de pele. Sabe-se que a epiderme é praticamente impermeável a todas as substâncias não gasosas, e essa é uma característica de sua função protetora. Se não fosse assim, seria possível provocar fenômenos de sensibili- zação pela aplicação de algumas substân- cias, principalmente proteínas, ou seria fá- cil a penetração de microrganismo por meio dessa barreira que é a pele. Unidade 2 • Fitoterápicos36/228 1. A estrutura da barreira epidémica A pele é um órgão flexível e autorregenerativo que reveste e molda o corpo, atuando como uma barreira protetora que previne a pene- tração de irritantes e alérgenos do ambiente e que evita a perda de água do organismo, mantendo a homeostase interna. A pele tam- bém protege fisicamente os órgãos internos, limita a passagem de substâncias e contribui para a manutenção da temperatura corporal e dapressão sanguínea. Possui três camadas: a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo. A epiderme é responsável pela função de bar- reira da pele e é composta por uma camada de queratinócitos justapostos, que são formados no estrato basal (camada germinativa) por divisão celular. Conforme os queratinócitos se movem por meio das camadas espinhosas (camadas de células de Malpighi) e granulosa em direção ao estrato córneo, sofrem modifi- cações graduais em sua forma e composição química. Assim, é formada uma estrutura rígi- da de queratina, microfilamentos e microtú- bulos. Ao chegarem à camada córnea, essas célu- las diferenciadas estão mortas, achatadas e anucleadas e são ditas corneócitos. Entre os corneócitos existe uma camada de lipídeos e proteínas, que atuam evitando a perda de água. Os lipídeos são expelidos dos corpos la- melares, presentes nos estratos granuloso e espinhoso. Dessa maneira, o espaço intercor- neócito é formado por bicamadas multilame- lares altamente organizadas, sendo a camada lipídica o principal componente da barreira epidérmica. Unidade 2 • Fitoterápicos37/228 A camada córnea pode ser comparada a uma parede de tijolos e os lipídeos lamelares o ci- mento. O estrato córneo (EC) é um tecido bio- logicamente ativo que funciona como a pri- meira interface com o ambiente externo e é essencial para prevenir a desidratação e pro- teger contra agressões externas. A retenção de água na camada córnea é de extrema importância à manutenção da pele saudável. Os corneócitos contém uma subs- tância capaz de reter água em seu interior, o fator de hidratação natural (natural moisturi- zing fator – NMF). Assim, o grande volume de água retido faz com que inchem, prevenindo a formação de fissuras e fendas entre eles. Para saber mais A permeabilidade cutânea é a capacidade que a pele tem em deixar passar, seletivamente, cer- tas substâncias em função de sua natureza química ou de determi- nados fatores. Unidade 2 • Fitoterápicos38/228 A flexibilidade e a elasticidade da pele estão diretamente relacionadas com os conteú- dos de água. Tanto os lipídeos intercelulares, quanto as substâncias hidrossolúveis presen- tes no NMF contribuem efetivamente para o controle do conteúdo de água da pele. Na ca- mada córnea, o conteúdo hídrico médio é de 15% podendo aumentar por oclusão da pele ou por longa exposição a água. Para saber mais Ionoforese é o processo pelo qual se realiza a introdução de produtos cosméticos por meio de corrente galvânica (corrente elétrica contínua utilizada em tratamentos estéticos). Apenas substâncias iônicamente dissociadas ou substâncias covalen- tes podem ser introduzidas por esse método. A penetração desses íons se dá por meio do folículo piloso. Os fa- tores que influenciam a quantidade de penetração dos princípios ativos ionizados são: o tempo de passagem de corrente elétrica e a intensidade da corrente elétrica. Unidade 2 • Fitoterápicos39/228 2. Permeabilidade Cutânea Permeabilidade cutânea é a capacidade que a pele possui de deixar passar, seletivamente determinadas substâncias em função de sua natureza bioquímica ou de determinados fa- tores, como idade, sexo, patologias e gesta- ção. Foi visto que os cosméticos são formulações de uso tópico, sem penetração sistêmica, des- tinados a higienizar e embelezar a pele, pre- venindo, mantendo e melhorando suas ca- racterísticas básicas. Sabe-se também que a epiderme tem como função principal a prote- ção do corpo humano contra a ação de agen- tes externos. Essa função de barreira torna a epiderme quase totalmente impermeável a substâncias não gasosas. Dessa forma, um dos grandes desafios da in- dústria cosmética é formular produtos que consigam vencer essa barreira e sejam apro- veitados nas camadas cutâneas mais inter- nas. Alguns cosméticos, dependendo de suas pro- priedades físico-químicas conseguem. • Substâncias com maior capacidade de permeação (permeáveis): gases, princi- palmente O2 e CO2; etanol; água; molécu- las muito pequenas abaixo de 0,8 nanôme- tros; substâncias hidrossolúveis; e substân- cias lipossolúveis de baixo peso molecular. Os filamentos de queratina presentes na pele permitem a passagem de substân- cias hidrossolúveis, e os lipídeos existentes entre as camadas de queratina permitem a passagem de substâncias lipossolúveis. Uma boa hidratação cutânea facilita a en- trada dos ativos hidrossolúveis; já os lipos- Unidade 2 • Fitoterápicos40/228 solúveis devem possuir baixa volatilidade e viscosidade para que a entrada seja eficaz. • Substâncias com capacidade mediana de permeação (semipermeáveis): aminoácidos; glicose; nucleotídeos; íons (Ca2+, Na+, K+, Cl- ); vitaminas D e E; hormônios; anestésicos; re- sorcina; e hidroquinona. • Substâncias sem capacidade de permeação (impermeáveis): eletrólitos, proteínas e car- boidratos. A entrada dos eletrólitos só é con- siderável se estiverem ionizados. Proteínas e carboidratos são impermeáveis em razão do seu tamanho e da baixa lipossolubilidade. O colágeno e a elastina, em suas formas natu- rais, são utilizados em cosméticos por suas propriedades de umectância na superfície da pele, mas não conseguem agir em camadas mais profundas. Essa dificuldade pode ser mi- nimizada se o peso molecular for reduzi- do por meio de hidrólise e consequente ionização. 2.1 – Vias de entrada dos cos- méticos na pele • Transepidérmica – pode ser intercelular ou intracelular (transcelular). Na via in- tercelular, o cosmético entra através dos espaços vazios entre as células. Já na via intracelular, o cosmético entra na pele atravessando a célula. A entrada tran- sepidérmica é muito lenta, mas, por cau- sa da grande extensão da pele, é consi- derada a mais importante. Dessa forma, por terem superfície corporal geralmente maior, os homens têm melhor aproveita- mento dos produtos cosméticos do que Unidade 2 • Fitoterápicos41/228 as mulheres. • Transanexial – o cosmético entrará pelos orifícios pilossebáceos e folículos pilosos, sendo responsável por aproximadamen- te 1% da entrada de cosméticos na pele. Como parte da entrada dos produtos ocor- re através dos folículos pilosos, uma região com maior quantidade de pelos terá absor- ção cutânea maior do que uma região gla- bra, ou seja, que não possui pelos. 2.2 – Permeação cutânea em relação ao subtipo ou tipos cutâ- neos Peles hidratadas apresentam maior per- meabilidade cutânea, enquanto peles lipí- dicas ou acneicas demonstram dificuldade para a entrada de cosméticos, em razão da obstrução dos óstios (orifícios pilossebáce- os). Peles alípicas também tem menor per- meabilidade cutânea, decorrente do baixo número ou ausência de folículos pilossebá- ceos em algumas regiões. 2.3 – Fatores que afetam a permeabilidade cutânea 2.3.1 - Fatores biológicos • Espessura da epiderme: pele hiperquerati- nizada tem menor permeabilidade cutânea. Unidade 2 • Fitoterápicos42/228 • Idade: com o avanço da idade ocorre re- dução da hidratação natural, favorecendo o espessamento do estrato córneo e difi- cultando a entrada de cosméticos na pele. • Região anatômica: mucosas, regiões com grande número de orifícios pilossebáceos, ou áreas mais vascularizadas, têm maior permeabilidade cutânea. 2.3.2 – Fatores Fisiológicos • Fluxo sanguíneo: o aumento do fluxo san- guíneo provoca hiperemia, tornando a pele mais permeável. • Hidratação: peles hidratadas apresentam maior permeabilidade cutânea. • pH da pele: o pH fisiológico é de aproxi- madamente 5,0 (ácido). Um pH alcalino eleva a permeabilidade. 2.3.3 – Fatores cosmetológi- cos • Peso molecular baixo: quanto menor a molécula, mais fácil é sua entrada na pele. • Concentração: quanto maior a concen- tração do princípio ativo no cosmético, maior é a sua permeabilidade, pela ca- pacidade de difusão de substâncias. • Solubilidade: a permeabilidade aumen- ta com a lipossolubilidade do cosméti- co. Deve-se destacar que as emulsões Unidade 2 • Fitoterápicos43/228do tipo O/ A demonstram maior perme- abilidade cutânea quando comparadas com as A/ O, ou seja, o excesso de óleo pode dificultar a entrada do cosméti- co, enquanto uma pequena quantidade pode auxiliar. • Substâncias iônicas: essas substâncias atravessam a pele com maior facilidade. A entrada desses ativos, que ocorre atra- vés do folículo pilossebáceo, é influen- ciada pela intensidade e pelo tempo de passagem da corrente elétrica. Ativos ou substâncias ionizadas mais utiliza- das: colágeno, placenta, fator natural de hidratação cutânea (NMF), salicilato de sódio e uréia. • Tempo de exposição: quanto maior o tem- po de exposição, maior é a permeabilida- de cutânea. • pH do cosmético: deve estar de acordo com sua finalidade. Geralmente, encon- tra-se ácido. No entanto, para resultar em elevada permeabilidade, o pH pode ser al- calino. • Veículos: veículos vetoriais, como lipos- somas, nanosferas, ciclodextrinas e fitos- somas, facilitam a permeabilidade até as camadas mais profundas. 2.3.4 – Veículos Unidade 2 • Fitoterápicos44/228 2.3.4.1 - Lipossomas Estruturas unilamelares ou multilamelares com grande afinidade pelos fosfolipíde- os cutâneos, pois, geralmente, são feitos com fosfolipídeos (como a fosfatidilcolina com ou sem colesterol). Também podem ser feitos com éteres de poliglicerol ou ce- ramidas. Sua concentração usual é de 1 a 3% em cremes não iônicos e géis. Podem transportar ativos de diferentes finalidades (extratos vegetais, vitaminas, enzimas, fil- tros solares, entre outros). Ao se depararem com a membrana da célula, os lipossomas liberam ativos contidos em seu interior. 2.3.4.2 – Nanosferas São esferas poliméricas, microporosas de polietileno. Possuem elevada estabilidade em formulações com tensoativos. Liberam gradualmente os princípios ativos que con- tém em seu interior. Para saber mais Tensoativos são substâncias que, por possuírem em sua estrutura molecular grupos com afinidade pela água (hidro- fílicos) e por lipídeos (lipofílicos), têm a capacidade de diminuir a tensão super- ficial ou interfacial de um sistema. São os higienizantes, emulsificantes, condi- cionantes e antimicrobianos. Unidade 2 • Fitoterápicos45/228 2.3.4.3 – Ciclodextrinas Tha- lasphere São macrosferas de colágeno marinho, re- coberta por uma película de carboidrato da classe das glicosaminoglicanos (GAG). 2.3.4.4 – Fitossomas São quitossomas com extratos vegetais. Formados pela dissolução do extrato con- centrado da planta, ou do princípio ativo, em solução de quitosana em meio ácido, gerando um gel homogêneo. O gel pode ser transformado em microesferas pela técnica da emulsão em óleo ou pelo méto- do de spray em meio alcalino. Apresentam maior estabilidade e maior vida de pratelei- ra. Tem melhor quantificação do extrato e do princípio ativo. Seus princípios ativos são li- berados gradualmente. Possuem total com- patibilidade e fácil absorção pelo organismo. 2.3.4.5 – Silanóis São compostos a base de silício orgânico, que, por ter grande afinidade com a pele, possui alta capacidade de penetração cutâ- nea. O silício atua ainda como antioxidante, combatendo radicais livres e estimulando a síntese proteica. O silício é fundamental na formação do colágeno. Unidade 2 • Fitoterápicos46/228 2.3.5 – Principais procedi- mentos estéticos que facilitam a permeabilidade cutânea. • Higienização: primeira etapa de qualquer tratamento estético, visa tirar as impure- zas acumuladas na superfície cutânea. • Esfoliação: os esfoliantes físicos, químicos ou biológicos são capazes de remover im- purezas e células mortas do estrato cór- neo. • Tonificação: é um procedimento capaz de corrigir o pH cutâneo e, ainda, remover as impurezas que não foram retiradas nas etapas anteriores. Para saber mais O silício é um oligoelemento funda- mental para o desenvolvimento do ser humano. Faz parte da estrutura da elas- tina, do colágeno, das proteoglicanas e das glicoproteínas. A reposição do silí- cio no tecido dérmico é feita por meio dos silícios orgânicos, pois, dessa forma, são biologicamente ativos. Com o enve- lhecimento do indivíduo, o teor de silício diminui. Atua diretamente no metabo- lismo celular, estimulando a síntese das fibras de sustentação da pele (colágeno, elastina e proteoglicanas), conferindo firmeza e tonicidade aos tecidos. Unidade 2 • Fitoterápicos47/228 • Hidratação: pele hidratada tem melhor permeabilidade cutânea. • Massagem: é um procedimento que melhora o fluxo sanguíneo e aumenta a temperatura corporal local, facilitando a entrada dos cosméticos na pele. • Limpeza de pele profunda: promove a desobstrução dos óstios, facilitando a entrada dos cosméticos via transnexial. • Peeling: peelings físicos, químicos ou bio- lógicos reduzem a espessura do estrato córneo, ou seja, diminuem a hiperque- ratinização. Os peelings químicos ou biológicos também amolecem o cimen- to que une as células de queratina, faci- litando a entrada dos ativos pela via in- tercelular. • Alteração de pH: peles com pH alcalino demonstram maior permeabilidade cutâ- nea. Procedimentos, como aplicação de trietanolamina (substância quimicamen- te básica) com vapor de ozônio O3, ou com alta frequência durante três a cinco minu- tos, tornam a pele mais alcalina. • • Iontoforese: é um processo pelo qual se realiza a introdução de cosméticos ionto, por meio de corrente galvânica. • Cosméticos hiperemiantes: promovem vasodilatação, aumentando o fluxo san- guíneo e a temperatura corporal local, melhorando a permeabilidade da pele. • Equipamentos a vapor: promovem a dila- Unidade 2 • Fitoterápicos48/228 tação dos orifícios da pele e uma vasodi- latação, facilitando a entrada dos ativos cosmetológicos por meio da epiderme e dos anexos cutâneos. • Equipamentos de alta frequência: ge- ram gás O3 (ozônio) na superfície da pele e, ao mesmo tempo, apresentam ação bactericida, bacteriostática e ci- catrizante, provocam aumento de tem- peratura ao atravessar o organismo. Consequentemente, ocorre vasodilata- ção periférica local, aumentando o fluxo sanguíneo e, assim, o aporte de oxigê- nio, melhorando a oxigenação e o meta- bolismo celular. Unidade 6 • Abordagem Toxicológica de Produtos Cosméticos49/228 Glossário Silanóis ou silícios orgânicos: o silício faz parte das estruturas do colágeno, da elastina, das proteoglicanas e das gliproteínas, que formam as estruturas de sustentação da derme. Fator antirradical livre: é um complexo com extratos, vitaminas, ácidos graxos e flavonoi- des. Evita o envelhecimento dos tecidos causados pelo ataque de radicais óxidos e supe- róxidos e outros agentes citotóxicos formados pelo organismo. Tonificação: os tônicos são utilizados no tratamento facial após a limpeza da pele e antes da hidratação. Sua função é firmar a pele, reduzir o tamanho dos poros (ação adstringen- te), auxiliar a retirar eventuais resíduos dos leites ou loções cremosas de limpeza e, em geral, restabelecer o pH cutâneo. Questão reflexão ? para 50/228 É de extrema importância que, a fim de obter sucesso em tratamentos estéticos, a permeação dos ativos cos- méticos ocorra de forma íntegra e adequada. Reflita so- bre a permeação de ativos cosméticos em peles com pH ácido (em torno de 5,0) e em peles com pH alcalino. Qual dessas duas você acha que terá maior absorção de ati- vos cosméticos? Por que isso ocorre? 51/228 Considerações Finais • CA pele é o maior órgão do corpo humano e possui propriedades específicas de proteção e ação contra agentes alergênicos. É basicamente dividida em três partes: epiderme, derme e tela subcutânea. • Permeabilidade cutânea é a capacidade que a pele possui de deixar passar, seletivamente, determinadas substâncias em função de sua natureza bio- química ou de determinados fatores. • Peles hidratadas apresentam maior permeabilidade cutânea, enquanto pe- les lipídicas ou acneicas demonstram dificuldade para a entrada de cosmé- ticos. • Existem duas viasde entradas dos produtos cosméticos na pele: a via tran- sepidérmica, que pode ser intercelular ou intracelular; e a via transanexial, onde o cosmético entrará pelos orifícios pilossebáceos e folículos pilosos. Unidade 6 • Abordagem Toxicológica de Produtos Cosméticos52/228 Referências AHERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, MM. Manual de Cosmetologia. 3 ed. Rio de Janeiro, RJ: Revinter, 1999. KEDE, M.P.V; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009. LACRIMANTI, L.M; VASCONCELOS, M.G; PEREZ, E. Curso didático de estética: volume 1. 2 ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2014. REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 8ed. – São Paulo, SP: Editora Senac, 2004. 53/228 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Permeação e absorção cutânia. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c>. Aula 2 - Tema: Permeação e absorção cutânia. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/dc7ae51a4d15c07b52f09dcf43fc080c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e 54/228 1. A epiderme é responsável pela função de barreira da pele e é composta por uma camada de ________________ justapostos, que são formados no estrato basal (camada germinativa) por divisão celular. Assinale a alterna- tiva que preenche corretamente a lacuna: a) Corneócitos. b) Queratinócitos. c) Melanócitos. d) élulas ependimárias. e) Cimento celular Questão 1 55/228 2. Assinale a alternativa que apresenta as substâncias que atravessam a pele com maior facilidade. Substâncias iônicas. a) Substâncias iônicas. b) Substâncias catiônicas. c) Substâncias aniônicas. d) Substâncias anfóteras. e) Substâncias impermeáveis. Questão 2 56/228 3. Aminoácidos, glicose, nucleotídeos e íons, são classificados como subs- tâncias: a) Permeáveis. b) Impermeáveis. c) Semipermeáveis. d) Muito permeáveis. e) Totalmente impermeáveis. Questão 3 57/228 4. É um é um procedimento capaz de corrigir o pH cutâneo, e, ainda, re- mover as impurezas que não foram retiradas nas etapas anteriores. O texto acima refere-se a: a) Hidratação. b) Tonificação. c) Esfoliação. d) Nutrição. e) Higienização. Questão 4 58/228 5. Estruturas unilamelares ou multilamelares com grande afinidade pelos fos- folipídeos cutâneos, pois, geralmente, são feitos com fosfolipídeos (como a fosfatidilcolina com ou sem colesterol). Também podem ser feitos com éte- res de poliglicerol ou ceramidas. O texto acima refere-se a: a) Ciclodextrinas. b) Lipossomas. c) Nanosferas. d) Fitossomas. e) Silanóis. Questão 5 59/228 Gabarito 1. Resposta: B. A epiderme é responsável pela função de barreira da pele e é composta por uma ca- mada de queratinócitos justapostos que são formados no estrato basal (camada germinativa) por divisão celular. Conforme os queratinócitos se movem através das ca- madas espinhosas (camadas de células de Malpighi) e granulosa em direção ao estrato córneo, sofrem modificações graduais em sua forma e composição química. 2. Resposta: A. A entrada desses ativos, que ocorre através do folículo pilossebáceo, é influenciada pela intensidade e pelo tempo de passagem da corrente elétrica. Ativos ou substâncias io- nizadas mais utilizadas: colágeno, placenta, fator natural de hidratação cutânea (NMF), salicilato de sódio e uréia. 60/228 Gabarito 3. Resposta: C. São classificados como substâncias semi- permeáveis, pois podem não ser absorvidas por completo pelas células. 4. Resposta: B. Tonificação - os tônicos são utilizados no tratamento facial após a limpeza da pele e antes da hidratação. Sua função é firmar a pele, reduzir o tamanho dos poros (ação adstringente), auxiliar a retirar eventuais re- síduos dos leites ou loções cremosas de lim- peza e, em geral, restabelecer o pH cutâneo. 5. Resposta: B. Lipossomas são estruturas unilamelares ou multilamelares com grande afinidade pelos fosfolipídeos cutâneos, pois, geralmente, são feitos com fosfolipídeos (como a fosfa- tidilcolina com ou sem colesterol). Também podem ser feitos com éteres de poliglicerol ou ceramidas. Sua concentração usual é de 1 a 3% em cremes não iônicos e géis. Podem transportar ativos de diferentes finalidades (extratos vegetais, vitaminas, enzimas, fil- tros solares, entre outros). Ao se depararem com a membrana da célula, os lipossomas liberam ativos contidos em seu interior. 61/228 Unidade 3 Veículos utilizados para os tratamentos estéticos com recursos terapêuticos manuais e com o uso da eletroterapia. Objetivos 1. Conhecer os principais tipos de veículos e suas formas. 2. Identificar os principais veículos que compõem produtos cosméticos. 3. Reconhecer os principais veículos cha- mados de lipossomas. 4. Reconhecer os principais veículos cosmé- ticos chamados de polímeros e outros ti- pos de vetores cosméticos. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 62/228 nará a forma física do cosmético. Por exem- plo, no pó compacto o veículo é constituído por talco e calium; na loção após barba, é constituído por uma solução hidroalcoolica. A natureza física e química do veículo influi na estabilidade dos princípios ativos, na for- ma de liberação, na facilidade de aplicação do cosmético na duração da ação etc. Estes são agentes para espalhar os produtos, ne- cessário para a formulação de um cosméti- co. A água e os emolientes são exemplos de veículos. Lipossomas são esferas de lipídeos fecha- dos de camada dupla que encapsulam os ingredientes, direcionam seu transporte para tecidos específicos da pele e controlam sua liberação. A estrutura de camada dupla dos lipossomas é semelhante as membra- Introdução Em uma formulação, ou composição cos- mética, são encontradas substâncias, ou grupos de substâncias, que comporão as seguintes categorias: veículo ou excipiente, ativos ou princípios ativos, conservantes, corretivos, corantes, pigmentos, perfumes ou óleos essenciais. Neste material, abordaremos, principal- mente, os veículos ou excipientes, que são chamados de sistemas de transportes. Os sistemas de transportes são sistemas químicos que transportam os ingredientes para tecidos específicos da epiderme. Veí- culos, lipossomas e polímeros são tipos de sistemas de transporte. Os veículos, geralmente, constituem a maior parte da formulação e, portanto, determi- Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 63/228 nas das células e, portanto, são compatíveis com elas, diferentemente das emulsões de gotículas de água convencionais, que rom- pem e danificam as membranas. Os polímeros são compostos químicos for- mados por várias moléculas pequenas. São usados como veículos avançados que libe- ram as substâncias na superfície da pele em um ritmo microscopicamente controlado. Também são chamados de microesponjas. 1 Veículos cosméticos – quími- ca cosmética e suas formas de apresentação Cada ingrediente empregado na química cosmética cumpre uma função no produto finalizado. Esses ingredientes são divididos em dois tipos básicos: funcionais e de de-sempenho. Os ingredientes funcionais constituem a maior parte do produto. Permitem que os produtos sejam espalhados, fornecem cor- po e textura e sua mistura forma uma base específica, como loção, creme ou gel. Um conservante é um exemplo de um ingre- diente funcional. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 64/228 Os ingredientes de desempenho causam mudanças reais na aparência da pele. Os exemplos incluem a glicerina, que hidrata, os alfa-hidroxi-ácidos (AHAs), que esfoliam a camada córnea; e os lipídeos que ajudam a restaurar as barreiras da pele. Também são chamados de princípios ativos. 1.1 Água A água é o solvente mais utilizado em pro- dutos cosméticos e farmacêuticos, pois, além de dissolver inúmeras substâncias, é um constituinte normal dos tecidos, fisiolo- gicamente compatível e desprovida de toxi- cidade. Por possuir constante dielétrica e polaridade elevadas, a água é o solvente por excelên- cia dos compostos eletrovalentes, como os sais, bases e ácidos minerais. Dissolve tam- bém muitos compostos orgânicos, princi- palmente os que possuem radicais hidrófilo. Essa hidrossolubilidade geral dos compos- tos orgânicos varia bastante dentro de uma série homóloga. A hidrossolubilidade di- minui progressivamente com o aumento do peso molecular dos membros da série considerada, sendo os de cadeia ramificada mais solúveis que os de cadeia linear. Embora a água seja amplamente utilizada em preparações farmacêuticas e cosméti- cas, pode ocorrer que a dissolução comple- ta de todos os componentes da formulação, Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 65/228 em temperaturas normais de armazena- mento, não possa ser garantida. As subs- tâncias fortemente ionizadas tendem a ser solúveis em água em uma ampla faixa de pH. Já os ácidos e bases fracos podem ser ade- quadamente solubilizados em pH favorável. Ainda que esteja em solução, é importante garantir que a concentração de qualquer substância não seja próxima de seu limite de solubilidade, a fim de evitar que ocorra precipitação caso o produto seja resfriado ou ocorra a evaporação do veículo. Para ativos não ionizados ou eletrólitos fra- cos, em pH desfavorável para sua ionização, é possível melhorar a solubilidade por meio da adição de um co-solvente, como álcool, sorbitol, glicerina, propilenoglicol etc. Daí o emprego, na farmacotécnica, das misturas hidroalcoólicas, hidroglicerinadas, hidro- gliceroalcoólicas e outras, que permitem a obtenção de soluções de concentrações impossíveis de atingir utilizando unicamen- te a água como dissolvente. A água é o ingrediente cosmético usado com mais frequência e, muitas vezes, em maior quantidade em um cosmético. Como veículo, ajuda a manter outros ingredientes cosméticos na solução e a espalhar os pro- dutos. Como ingrediente de desempenho, recupera a umidade na superfície da pele. Quase todos os produtos de cuidados com a pele são misturas de óleo com água, ou seja, Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 66/228 emulsões. Os produtos que não contém água são cha- mados de anidros. Incluem os óleos; produ- tos à base de vaselina, como gloss para os lábios e silicones. Geralmente, os produtos anidros são designados para a pele muito seca, com deficiência de óleo. 1.2 – Emolientes Emolientes são ingredientes gordurosos usados para lubrificar e hidratar a pele. Po- dem agir como veículos ou ingredientes de desempenho. Como veículos, ajudam a aplicar, espalhar e manter os outros agentes na pele. Por exemplo, os emolientes do pro- tetor solar ajudam a espalhar o produto na pele e mantê-lo no lugar. Em um pó, ajudam o produto a deslizar uniformemente sobre a pele e aderir a ela. Como ingrediente de desempenho, os emo- lientes lubrificam a superfície da pele e for- mam uma proteção para a função de bar- reira. Ficam sobre a pele e impedem a de- sidratação porque aprisionam a água e di- minuem sua perda transepidérmica, o que aumenta a hidratação da epiderme. Essa técnica de hidratação é chamada de oclu- são. Os silicones e óleos são emolientes. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 67/228 1.3 – Óleos Muitos óleos são usados nos cuidados com a pele. Variam em densidade, teor de gordu- ra e espessura. Também variam em sua ten- dência de causar comedões na pele oleosa ou propensa a acne. Os óleos são derivados de muitas fontes, tanto de origens vegetal, animal e mineral. 1.3.1 – Óleo da terra O óleo mineral e a vaselina vêm da terra, especificamente das fontes de petróleo. Esses dois emolientes oferecem excelente proteção contra a desidratação. São com- pletamente não reativos e biologicamente inertes, o que significa que não reagem com outras substâncias químicas envolvidas na função da pele. Podem ser combinados com água e misturados com emulsificante para produzir uma emulsão (creme ou loção cre- mosa, veículos muito utilizados que promo- vem a espalhabilidade do produto cosméti- co na pele). O clássico cold cream, um dos primeiros hidratantes fabricados, era mis- turado com óleo mineral. O óleo mineral e a vaselina podem ser usados sem adição de conservantes porque não hospedam bac- térias e outros organismos. O óleo mineral também é lubrificante. Os lubrificantes co- brem a pele e reduzem a fricção. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 68/228 1.3.2 – Óleos vegetais Dezenas de óleos vegetais são usados nos produtos de cuidados com a pele. A maioria, por suas propriedades emolientes, mas al- guns, como os óleos essenciais aromáticos, são usados, principalmente, por suas fra- grâncias e sensação de bem-estar. Os óle- os vegetais contêm ácidos graxos, benéficos para a pele que não produz sebo suficiente, que ajudam a impedir que desidrate. Os óleos vegetais variam em seu teor de ácidos graxos e espessura. O óleo de coco e o de palma são dos mais gordurosos e espessos. Alguns óleos naturais mais leves e menos comedogênicos são os de linhaça, girassol, canola e jojoba. 1.3.3 – Outros emolientes Existem, literalmente, centenas de emolien- tes. Alguns vêm de fontes naturais e outros são sintetizados em um laboratório ou deriva- dos de outros óleos ou materiais gordurosos. 1.3.3.1 – Ácidos graxos São ingredientes lubrificantes derivados de óleos de plantas ou gordura animal. Embo- ra esses ingredientes sejam ácidos, não são irritantes. Os ácidos graxos são muito pare- cidos com os óleos. Os mais comuns são os ácidos oleico, esteárico e caprílico. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 69/228 1.3.3.2 – Álcoois graxos São ácidos graxos que foram expostos ao hi- drogênio. Não desidratam a pele; possuem uma consistência semelhante à de cera e são usados como emolientes ou agentes para espalhar o produto. Exemplos são os álcoois cetil, laurel e estearil. 1.3.3.3 – Ésteres Graxos São produzidos a partir dos ácidos e álcoois graxos. São fáceis de reconhecer nos rótu- los, porque quase sempre terminam em ato, como o palmitato de octila. Com frequência tem uma espessura melhor que a dos óleos naturais e lubrificam de maneira mais uni- forme. Os ésteres graxos usados com mais frequência são miristato de isopropila, pal- mitato de isopropila e estearato de glicerila. 1.3.3.4 – Silicones São um grupo de óleos quimicamente com- binados com silício e oxigênio, que deixam uma película protetora na superfície da pele. Também agem como veículos em alguns produtos, incluindo bases de maquiagens. Sãoexcelentes protetores, ajudando a man- ter a umidade na pele. Os silicones também podem acrescentar uma textura elegante e não gordurosa ao produto. Os exemplos são dimeticone, ciclometicone e feniltricometi- cone. S são usados com frequência em pro- tetores solares, bases e hidratantes. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 70/228 Para saber mais Emolientes são matérias-primas des- tinadas a evitar ou atenuar o resse- camento da pele. Essas substâncias exercem a ação de emoliência (do latim mollire – abrandar, suavizar). Encontra- mos dentro dessa categoria vários com- postos de funções orgânicas diversas. 2. Lipossomas e microencapsu- lados 2.1 – Lipossomas Lipossomas são pequenas vesículas consti- tuídas por um número variável de folhas ou pequenas lâminas bimoleculares de fosfoli- pídeos, separadas umas das outras por com- partimentos aquosos. Essa estrutura muito próxima daquela das membranas celulares, permite fusionar com ela, liberando os prin- cípios ativos que elas contêm no interior do citoplasma. Nos lipossomos podemos incluir os princípios ativos lipófilos na parede ou hidrófilos na ca- Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 71/228 vidade central. Classificamos os lipossomos em vários tipos, conforme seu tamanho e o número de compartimentos: • Os lipossomas multilamelares ou MLV (mul- tilamellar vesicle): são vesículas que com- portam várias paredes e vários comparti- mentos concêntricos. • Os pequenos lipossomas unilamelares ou SUV (small unilamellar vesicle): são vesículas que comportam uma só parede e uma só cavidade aquosa. • Os grandes lipossomas unilamelares ou LUV (large unilamellar vesicle): são vesículas maiores que as precedentes, mas do mes- mo tipo. Lipossomas tem dois inconvenientes impor- tantes: • Falta de especificação para a célula-alvo. • Oxidação e a instabilidade química dos fos- folipídeos. A indústria cosmética colocou no mercado os lipossomas não iônicos ou niossomos, cuja parede não é constituída por fosolipídeos, mas por lipídeos não iônicos. Vantagens da utilização dos niossomos: • São muito estáveis. • Sua similitude estrutural com os lipídeos intercorneocitários ou cimento intercelular permite restaurar o estrato córneo na sua Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 72/228 integridade ou coesão. 2.2 – Microencapsulados A história dos microencapsulados começa em 1954, por iniciativa da National Cash Register, nos Estados Unidos da América. Naquela épo- ca foi introduzido o papel autocopiativo, que, ao ser pressionado com uma caneta, reproduz cópias fiéis do riscado nas demais vias. Isso ocorre porque o verso da primeira via do for- mulário é revestido por camada de microcáp- sulas de tintas invisíveis a olho nu. Ao serem pressionadas tais microcápsulas arrebentam, liberando o pigmento que, por contato direto com o revestimento ácido aplicado na super- fície frontal da segunda via, muda de cor em função do pH, e propicia a obtenção da cópia. As microcápsulas são definidas como partí- culas de diâmetro que variam de 1 até 1000 micrômetros, contendo material de núcleo envolvido por membrana especial, liberando- -o no tempo desejado. O material do núcleo pode ser constituído por pequenas partícu- las sólidas, gotículas de líquido ou pequenas quantidades de gás, que no processo de en- capsulação são revestidas por um filme ou membrana. A substância encapsulada pode ser liberada por ação mecânica, isto é, por rompimento das cascas sob pressão ou por variações físico-químicas de temperatura ou pH no meio em que as cápsulas se encontram. Existem vários tipos de estrutura física de mi- Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 73/228 crocápsulas, como as esferas mononuclea- das ou multinucleares e partículas irregulares multinucleares. As condições de fabricação determinam o tipo de cápsula resultante, sen- do a esfera mononuclear mais comum. As microcápsulas têm várias utilidades. Por exemplo, o tempo de vida útil de um compos- to volátil pode ser bastante aumentado por microencapsulação, pois a membrana impe- de a sua evaporação. As microcápsulas po- dem também proteger um material de núcleo dos efeitos da radiação ultravioleta, umidade ou de contato com o oxigênio. Também as re- ações químicas entre duas espécies ativas po- dem ser evitadas pela separação física ofere- cida pela membrana. Pós muito finos podem ser encapsulados para reduzir sua tendência a aglomeração. A microencapsulação pode ainda modificar a cor, a forma, o volume ou a fotossensibilidade da substância encapsula- da. Graças a essas propriedades, as microcápsu- las encontram inúmeras aplicações, seja na área farmacêutica, odontológica, veterinária, alimentícia, indústrias de ração de animais, pesticidas, em publicidade nas indústrias de cigarros ou no setor que mais nos interessa nesse momento: o cosmético ou dermatoló- gico. Vários produtos para tratamento facial e ca- pilar usam as microcápsulas para, entre ou- tros benefícios, preservá-los. É o caso da vi- tamina C, usada nos produtos antienvelheci- Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 74/228 mento para combater os radicais livres. Nesse segmento, é mais comum o uso de partículas menores de 1 micrômetro, chamadas de na- nocápsulas, cujo diminuto tamanho permite uma penetração mais fácil na pele. Pigmentos também costumam ser microen- capsulados, com o objetivo de mascarar as propriedades do núcleo, como, por exemplo, controlar a mudança de cor em função da mudança de pH. O controle da liberação de odor é outra apli- cação das microcápsulas. O principal uso se dá em materiais de propaganda de perfumes. Nesse caso, a peça publicitária recebe uma camada de verniz incolor contendo microcáp- sulas com o perfume e invisíveis a olho nu. Para saber mais A nanotecnologia está relacionada às estruturas, propriedades e processos, envolvendo materiais com dimensões em escala nanométrica. Essas partícu- las são extensivamente investigadas por promoverem muitas vantagens em relação às formulações tradicionais. A nanotecnologia aplicada à cosmética refere-se à utilização de pequenas par- tículas contendo princípios ativos que são capazes de penetrar nas camadas mais profundas da pele, potencializan- do os efeitos do produto. Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geração e Protetor Solar 75/228 3. Outros tipos de vetores cos- méticos 3.1 – Biovetores Supramolecula- res (BVSM) Possuem uma estrutura próxima a dos li- possomas. Em vez de ser líquido, o núcleo possui uma estrutura polimérica sólida de natureza polissacarídea. Em torno desse núcleo, uma camada de ácidos graxos e fos- folipídeos é depositada. As partículas obti- das são então, hidrófilas no seu interior e lipófilas no exterior. 3.2 – Microesferas São de tamanho idênticos as microcápsu- las, mas são produtos sólidos, cheios e esfé- ricos. Os principais ativos são aí dissolvidos ou dispersados. 3.3 – Colaesferas São esferas ocas com membranas de co- lágeno e de glicosaminoglicano, que per- mitem veicular ativos muito diversos, tais como: soluções, suspensões hidrófilas, lipó- filas, emulsões etc. 3.4 – Nanocápsulas, nanopartí- culas São cápsulas ou partículas esféricas cujo di- âmetro é inferior ao micrômetro. Penetram no interior da célula por endocitose. São fei- Unidade 5 • Veiculação dos Princípios Ativos: Lipossomas, Nanosferas e Microesferas. Despigmentantes de Última Geraçãoe Protetor Solar 76/228 tas à base de polímeros naturais ou sintéti- cos e são mais estáveis que os lipossomas. 3.5 – Vetores magnéticos A inclusão de partículas de magnetita ul- trafina nas microesferas, sob ação de um campo magnético externo, poderá permitir atingir células específicas. Para saber mais Os veículos devem propiciar aos cosmé- ticos poder de penetração e liberação de ativos, entre os mais usados temos os lipossomas (já tratado anteriormen- te), a nanoesferas e fitossomas. As na- noesferas são polímeros elaborados de poliestireno, cuja estrutura matricial é microporosa. Apresenta liberação gra- dual de princípios ativos e são produtos estáveis na presença de tensoativos. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos77/228 Glossário Poder lipossolvente: o desengorduramento da pele pode melhorar a absorção percutâ- nea, pois retira a barreira lipídica. Fitossomas: são extratos de plantas ligados a fosfolipídeos. Ciclodextrinas: utilizadas no processo de encapsulação de princípios ativos que devem ser transportados para o interior da epiderme. Questão reflexão ? para 78/228 Os veículos cosméticos são de extrema importância dentro de uma formulação cosmética. Não devem inter- ferir na ação dos ativos e, além disso, devem liberar os princípios ativos de maneira sinérgica, gradual e devem ser estáveis em todas as formulações. Sendo assim, realize uma pesquisa bibliográfica sobre três tipos de veículos cosméticos que você acredite ser de extrema importância para seu conhecimento. Leve em consideração a tecnologia cosmética. 79/228 Considerações Finais • A água é o solvente mais utilizado em produtos cosméticos e farmacêuti- cos, pois, além de dissolver inúmeras substâncias, é um constituinte normal dos tecidos, é fisiologicamente compatível e desprovida de toxicidade. • Emolientes são ingredientes gordurosos usados para lubrificar e hidratar a pele. Podem agir como veículos ou ingredientes de desempenho. Como veí- culos, ajudam a aplicar, espalhar e manter os outros agentes na pele. • As microcápsulas são definidas como partículas de diâmetro que variam de 1 até 1000 micrômetros, contendo material de núcleo envolvido por mem- brana especial, liberando-o no tempo desejado. • Lipossomas são pequenas vesículas constituídas por um número variável de folhas ou pequenas lâminas bimoleculares de fosfolipídeos, separadas umas das outras por compartimentos aquosos. Unidade 3 • Cosmecêuticos, Nutricosméticos e Neurocosméticos80/228 Referências HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, MM. Manual de Cosmetologia. 3 ed. Rio de Janeiro, RJ: Re- vinter, 1999. LACRIMANTI, L.M; VASCONCELOS, M.G; PEREZ, E. Curso didático de estética: volume 1. 2 ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2014. REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 8 ed. São Paulo, SP: Editora Senac, 2004. 81/228 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Veículos utilizados para os tra- tamentos estéticos com recursos terapêuticos manuais e com o uso da eletroterapia. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60>. Aula 3 - Tema: Veículos utilizados para os trata- mentos estéticos com recursos terapêuticos ma- nuais e com o uso da eletroterapia. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c66f73c580a3bdf7e69885a5193ffe60 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/08382e5973627c23e4d93317f6b2c80f https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/f4bb0ac0c0acad999bb25031455aa05e 82/228 1. A água é o ingrediente cosmético usado com mais frequência, e muitas ve- zes, em maior quantidade em um cosmético. Como veículo, ajuda a manter outros ingredientes cosméticos na solução e a espalhar os produtos. Como ingrediente de desempenho, sua principal função é: a) Promover a espalhabilidade do produto. b) Recuperar a umidade da pele. c) Manter a emoliência da pele. d) Dar brilho ao tecido epidérmico. e) Promover a quebra de sujidades da pele. Questão 1 83/228 2. Dezenas de óleos vegetais são usados nos produtos de cuidados com a pele. A maioria, por suas propriedades _________________, mas alguns, como os óleos essenciais aromáticos, são usados, principalmente, por suas fragrâncias e sensação de bem-estar. Os óleos vegetais contêm ácidos graxos, que são be- néficos para a pele que não produz sebo suficiente. Ajudam a impedir que de- sidrate. Os óleos vegetais variam em seu teor de ácidos graxos e espessura. O óleo de coco e o de palma são dos mais gordurosos e espessos. Alguns óleos naturais mais leves e menos comedogênicos são os de linhaça, girassol, canola e jojoba. Leia atentamente o texto acima e preencha corretamente a lacuna: a) Esfoliantes. b) Hidratantes. c) Tonificantes. d) Higienizantes. e) Emolientes. Questão 2 84/228 3. Leia atentamente o texto abaixo: São um grupo de óleos quimicamente combinados com silício e oxigênio, que deixam uma película protetora na superfície da pele. Também agem como veículos em alguns produtos, incluindo bases de maquiagens. São ex- celentes protetores, ajudando a manter a umidade na pele. Também podem acrescentar uma textura elegante e não gordurosa ao produto. Os exemplos são dimeticone, ciclometicone e feniltricometicone. São usados com frequ- ência em protetores solares, bases e hidratantes. O texto acima refere-se ao veículo: a) Silicones. b) Nanoesferas. c) Lipossomas. d) Ácidos graxos. e) Óleos da terra. Questão 3 85/228 4. São esferas ocas com membranas de colágeno e de glicosaminoglicano, que permitem veicular ativos muito diversos, tais como: soluções, suspen- sões hidrófilas, lipófilas, emulsões etc. O texto acima refere-se a: a) Nanoesferas. b) Colaesferas. c) Silicones. d) Microencapsulados. e) Lipossomas. Questão 4 86/228 5. As nanocápsulas ou nanopartículas são cápsulas ou partículas esféricas, cujo diâmetro é inferior ao micrômetro. São feitas a base de polímeros natu- rais ou sintéticos e são mais estáveis que os lipossomas. Penetram no inte- rior da célula por: a) Clasmocitose. b) Fagocitose. c) Endocitose. d) Diferença de pH. e) Diferença de temperatura. Questão 5 87/228 Gabarito 1. Resposta: B. Como ingrediente de desempenho, a água deve recuperar a umidade da pele, dessa forma, a pele se torna mais hidratada. 3. Resposta: A. Os silicones são um grupo de óleos quimi- camente combinados com silício e oxigê- nio, que deixam uma película protetora na superfície da pele. Também agem como ve- ículos em alguns produtos, incluindo bases de maquiagens. São excelentes protetores, ajudando a manter a umidade na pele. Os silicones também podem acrescentar uma textura elegante e não gordurosa ao produ- to. Os exemplos são dimeticone, ciclometi- cone e feniltricometicone. São usados com frequência em protetores solares, bases e hidratantes. 2. Resposta: E. Os óleos possuem ações de emoliência sobre a pele, suavizando-a e melhorando a espalhabilidade dos produtos cosméti- cos sobre ela. Muito indicado para uso em peles secas. 88/228 Gabarito 4. Resposta: B. As colaesferas são esferas ocas com mem- branas de colágeno e de glicosaminogli- cano, que permitem veicular ativos muito diversos, tais como: soluções, suspensões
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