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SALTOS VERTICAIS

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SALTOS VERTICAIS 
Salto em Altura 
O salto em altura, prova muito praticada nas aulas de educação física escolar, é uma especialidade do atletismo que passou por constantes evoluções técnicas, principalmente a partir do ano de 1895, quando surgiu o chamado estilo do leste, usado pelo norteamericano Michael Sweeney, que alcançou a marca de 1,97 metros realizando uma corrida de frente para o sarrafo. Foi o início de uma história da modalidade, que passou por várias modificações em sua técnica e estilo.
Nesse meio tempo, surge uma técnica revolucionária nas Olimpíadas do México (1968) que surpreendeu o mundo do atletismo. Foi aplicada pelo norteamericano Richard Fosbury, que realizou uma corrida de impulsão para saltar de forma circular, elevando o corpo em rotação para se colocar de costas para o sarrafo e nessa posição efetuar a passagem do aparelho. 
Esse novo e surpreendente estilo passou a ser chamado de Fosbury Flop, apenas flop ou estilo de costas. A partir daí os recordes passaram a ser batidos constantemente, e os principais destaques ficaram por conta do alemão Gerd Wessig, com 2,36 metros – recorde olímpico e mundial; em seguida, no ano de 1988, o ucraniano Gennadi Avdeyenko, com 2,38 metros – Jogos de Seul. Entretanto, o grande nome dessa prova ainda é o cubano Javier Sotomayor, que desde 1993 detém a marca histórica de 2,45 metros.
Técnica de Salto
Para entender a técnica de salto em altura, analisaremos as duas técnicas hoje praticadas, que são o estilo rolo ventral e o flop.
O rolo ventral é aplicado nas escolas, já o flop é usado em diversos locais. Começamos pelo rolo ventral, analisando cada fase que compõe esse estilo. Usaremos como exemplo a figura a seguir, com suas respectivas letras quanto às posições dos atletas. 
Para melhor entender a técnica, devemos dividila em fases, com suas características particulares, que se unem como um todo para realizar o salto.
 • Corrida de impulso (a, b, c, d, e, f, g, h, i, j) Para que a corrida seja bem executada, devem ser observados alguns fatores importantes, como velocidade, direção e extensão. A corrida de impulso é feita em linha reta no sentido diagonal em relação ao sarrafo, com 7 a 11 passadas. 
Qualquer que seja a extensão e a velocidade empregada, é indispensável muita técnica e ritmo para efetivála. Em seu início, deve ser feita uma marca que permita ao saltador chegar próximo da barra no melhor ponto para fazer a impulsão. Alguns saltadores costumam partir com 3 a 4 passadas preliminares antes de tocar a marca inicial, para assim conseguirem desenvolvêla com mais exatidão. O ângulo ou direção da corrida é pessoal, variando de 30 a 40 graus.
 Quanto mais se aproxima da linha perpendicular do sarrafo, mais fácil se torna saltar verticalmente, porém isso dificulta a impulsão, porque a perna contrária se eleva estendida nesse estilo, o que pode fazer com que toque e derrube o sarrafo. Ao contrário, se o ângulo for mais aberto – com o saltador correndo mais paralelamente ao sarrafo –, será possível fazer uma impulsão mais distante, facilitando o chute, mas a impulsão vertical será executada com mais dificuldades.
A Impulsão (l, m, n, o) Determina a direção e a força ascendente do salto, combinando o ímpeto horizontal com a ascensão do corpo à vertical. Para isso, as três últimas passadas da corrida devem ser suaves e rápidas e cada vez mais amplas para provocar uma ligeira inclinação do corpo para trás e aproximar o centro de gravidade do chão, para que o pé de impulso se apoie à frente do corpo, colocandoo em uma posição favorável ao chute da outra perna na direção vertical. 
Feito o apoio do pé de impulso, começa a ação do chute da perna contrária, que deve ser lançada para cima, estendida e com muita explosão. Quanto mais estendida ela estiver, maior será a energia transmitida para o impulso e elevação ascendente do corpo.
• Elevação (p, q, r, s) corresponde à subida do corpo em direção ao sarrafo. Após o chute da perna livre, a perna de impulso se estende vigorosamente e assim o pé de impulso deixa o chão. Nesse momento se inicia a fase aérea do salto, com o corpo se elevando verticalmente na direção da barra (sarrafo). 
Todos os movimentos executados nessa fase têm sua origem ainda no solo. Desse modo, a perna de chute se mantém em extensão até sua chegada acima da barra, enquanto a perna de impulso vai se flexionando e afastando o joelho para fora, o que provoca um giro do corpo em torno do seu eixo longitudinal. 
O braço correspondente à perna de chute deve ser projetado juntamente com ela para o outro lado do sarrafo, enquanto o corpo vai se posicionando paralelamente a ele e, nessa posição, quando a perna de chute já estiver totalmente do outro lado da barra, termina a elevação com o corpo posicionado com o ventre e o peito voltado para ela. Assim, finalizase a fase da elevação.
• Suspensão (t) Concluída a fase da elevação, o corpo se encontra sobre a barra. Esse é o momento exato em que o corpo terminou a sua elevação e, como se estivesse parado no ar, começa a girar em torno do seu eixo longitudinal, que está paralelo ao sarrafo, iniciando a transposição.
 • Passagem sobre a barra (u, v, x, z) Com o corpo sobre e de frente para o sarrafo, com a perna de chute estendida e a de impulsão flexionada, começa o giro em torno do seu eixo longitudinal, que é provocado pelo afastamento do joelho da perna de impulsão para fora, o que faz o corpo girar para o outro lado da barra como se estivesse rolando para o outro lado. Daí o nome rolo ventral, que identifica esse estilo de salto. 
• Queda (z) Assim que o corpo contorna completamente a barra (v, x), com a barra ultrapassada, está encerrado o salto. O corpo, completamente relaxado, deixase cair naturalmente em direção ao colchão e finaliza a tentativa.
Rosbury Flop.
Salto com vara 
Assim como outras disciplinas do atletismo, o salto com vara não apresenta uma origem exata, pois acaba se confundindo com diversos movimentos usados para a sobrevivência de muitos povos na Antiguidade (FREITAS, 2009). Os primeiros relatos sobre o salto com vara provêm de várias partes do mundo, tendo funções e objetivos específicos, mas é na Grécia Antiga que são registradas as primeiras provas em que se utilizava uma vara para a execução de um salto em competições. Na Espanha destacase uma atividade muito semelhante aos saltos praticados pelos gregos. Todavia, em vez de cavalos, são realizados saltos sobre touros. Há informações de que são praticados desde o século XVIII e XIX, como podemos notar na imagem a seguir (FREITAS, 2009)
Esse tipo de exibição ainda ocorre no festival de San Firmin (São Firmino), juntamente com as touradas, em que os competidores saltam sobre os touros com auxilio ou não de uma vara. Além do intento esportivo ou para atividades como travessia de rios e lagos, o salto com vara era utilizado para fins militares (FREITAS, 2009). Segundo o autor, na Antiguidade o salto com vara poderia ser agrupado com as seguintes características e objetivos: 
• Primeiros relatos com os povos gregos e celtas como prática esportiva. 
• Com o fito de aspecto utilitário – para transpor obstáculos naturais como valas e rios. 
• Usados como forma de defesa ao ataque de animais ferozes ou em uma perseguição, além de exibição acrobática com animais. 
• Treinamento de jovens gregos, que utilizavam as próprias lanças como implemento para o salto – para ser usado com recurso em batalhas, tanto em fugas como em ataques. 
• Fazia parte de rituais religiosos do povo celta. 
• Aplicado pelos irlandeses para vencer distâncias como altura. Seguindo para a Idade Moderna, na Holanda havia um esporte chamado de fierljeppen, que pode ser considerado uma evolução do uso diário da vara para saltar lagos, muros e rios. Neste esporte, o objetivo é saltar sobre um canal com água, atingindo a maior distância possível (FREITAS, 2009). 
O atleta faz uma corrida sobre uma plataforma de madeira, sem a vara ou o implemento, que estava no fim da plataforma, já com sua ponta apoiada dentro da água. Então, com o impulso da corrida,o saltador tinha que tentar chegar até a outra margem. Eles poderiam alcançar distâncias de mais de 20 metros (FREITAS, 2009).
As primeiras menções ao salto com vara como uma prática esportiva mais organizada advêm da GrãBretanha e Escócia, no século XIX. As varas utilizadas por eles eram feitas de madeira, freixo ou de nogueira, o que tornava o artefato muito pesado, além de ter um suporte feito de metal na ponta para a fixação da vara no solo (FREITAS, 2009).
A técnica inglesa era um pouco diferente do que conhecemos hoje, o atleta se deslocava em baixa velocidade, e quando apoiava o implemento no solo, ele o escalava até transportar o sarrafo (obstáculo) por completo e jogava a vara para trás (FREITAS, 2009). Inicialmente as varas eram de madeira, o que as tornava muito pesadas, e carregálas tornavase um trabalho com muita dificuldade. Esse tipo de vara foi utilizado somente na primeira edição de Jogos Olímpicos (1896), pois nos Jogos de Paris (1900) passaram a ser de bambu (FREITAS, 2009). Na década de 1950, as varas de metal foram aplicadas. Não apresentavam uma melhora significativa nos resultados obtidos em comparação à vara de bambu, mas promoviam maior acessibilidade ao implemento aos atletas. Os materiais sintéticos surgem como opção para a substituição do metal nas varas, principalmente a fibra de carbono, fibra de vidro, epóxi ou uma combinação dessas substâncias, que começaram a ser usadas pelos americanos em 1956.
Esse material assegurou uma nova fase à disciplina. Observouse que não era necessário que somente atletas altos e velozes participassem da prova, pois o utensílio possuía flexão extraordinária, proporcionando uma espécie de efeito de estilingue, o que é explicado pela utilização da energia cinética produzida pelo movimento da vara.
6.2.1 Técnica de salto
 O salto com vara é uma modalidade do atletismo que possui técnica muito complexa, que é composta de várias fases e subfases que se interligam e apresentam uma estrutura rítmica (PEREIRA, 2002). Além do aspecto rítmico, o salto exige um conjunto de habilidades motoras e capacidades físicas, o que requer um equilíbrio entre tais faculdades e aptidões no mesmo indivíduo, que deve ter uma boa estrutura psicológica (MARTINS, 2007). 
Muitas vezes a disciplina de salto com vara é comparada às atividades desenvolvidas pela ginástica, ou seja, uma atividade gímnica, o que ocorre por conta das características do movimento que acontecem principalmente na fase aérea (MARTINS, 2007; FREITAS, 2009). De acordo com a literatura, não há um consenso a respeito de uma nomenclatura uniforme ou padronizada para essas fases.
Matthiesen (2014) considera que as fases do salto com vara são: empunhadura, corrida, preparação para o encaixe e o salto, que envolve as fases de impulsão, elevação, giro e transposição e, por último, a fase da queda. • Empunhadura: é preciso manter a vara na posição horizontal, com a ponta em ligeira elevação. O braço que está à frente deve estar em um ângulo de 90º, quase que paralelo ao solo, sendo que a mão apanha a vara por cima, principalmente utilizando o polegar e indicador (com a palma da mão voltada para baixo). O outro braço que estará atrás também apresenta uma flexão de 90º, com o cotovelo para cima, e segura firmemente bem próximo à extremidade da vara. A posição de mão de trás pode variar de acordo com o aluno ou atleta, e o ideal é que a palma da mão esteja voltada para cima. 
• Corrida: deve ter uma velocidade progressiva, e, quanto maior for a velocidade final, com maior altura será o salto. Contudo, mais difícil será o controle da impulsão. Com a vara posicionada do lado contrário à perna de impulsão, com a ponta da vara elevada, ela é abaixada à medida que vai se aproximando do encaixe para realizar esta próxima fase. 
• Preparação para encaixe: durante a corrida, ocorre a troca da posição da vara. Nos últimos três passos, a vara começa a ser abaixada suavemente em direção à área de encaixe. Um detalhe relevante é que a velocidade de corrida não pode ser diminuída nem haver nenhum tipo de frenagem, e sim o preparo para a impulsão. 
• Encaixe, impulsão e elevação: em relação ao encaixe, o principal é ter uma boa colocação da vara, com coordenação da movimentação de braços, deslocamento do peso do corpo e a velocidade sendo transferida para a vara com a menor desaceleração possível. Com a execução do encaixe, neste instante é realizada a elevação. Esta ação deverá ser feita de modo suave: a perna contrária da mão que está à frente deverá elevar o joelho, ou seja, a perna de impulsão é a que está do mesmo lado da mão que vai à frente
• Giro: vai ocorrer no fim da fase de impulsão, na qual o corpo executa uma rotação em 180º cruzando uma perna sobre a outra, não realizando nenhum tipo de movimento lateral. Com esse giro, é efetuado o último impulso para conseguir fazer a transposição da barra, estendendo os braços e dando um empurrão para cima. 
• Transposição: quando se solta a vara. Se todos os movimentos anteriores forem bem executados, o soltar a vara é simples e natural, empurrandoa na direção contrária ao salto para que ela não derrube a barra. Lembrando que a transposição é uma consequência da fase de giro, anteriormente descrita. Poderá ser feita de uma maneira lateral ou ventral (sobre o abdome). 
• Queda: operada após a transposição da barra, hoje é feita sobre um colchão, com isso os atletas caem de costas nele. No início da modalidade, a queda era feita em pé, pois não havia um colchão para cair, mas sim uma caixa de areia fofa.

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