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Página 2 de 8 Dimensionamento de Cabos Trataremos, agora, do dimensionamento dos condutores em sistemas fotovoltaicos isolados. O dimensionamento de condutores, segundo a norma brasileira para instalações elétricas em baixa tensão, a NBR-5410/2008, é feito segundo seis critérios: 1 – Capacidade de condução de corrente (item 6.2.5); 2 – Queda de tensão (item 6.2.7); 3 – Seção mínima (item 6.2.6.1.1); 4 – Sobrecarga (itens 5.3.4 e 6.3.4.2); 5 – Curto-circuito (itens 5.3.5 e 6.3.4.3); 6 - Choques elétricos, (item 5.1.2.2.4). Em sistemas fotovoltaicos, seguramente, o método de queda de tensão é o que determina a seção mínima dos condutores, na maioria das vezes; por isso será esse o método aqui descrito. Devido à ausência, na norma brasileira, de especificidades para sistemas fotovoltaicos, adotamos aqui a norma europeia IEC 60364-7-712, para as definições e equações utilizadas no cálculo da secção mínima dos condutores em cada um dos trechos de ligação entre os componentes. Os condutores para sistemas fotovoltaicos devem possuir as seguintes características: Tensão Nominal: entre 300V e 1.000V (à temperatura de -10°C); Corrente Admissível: de acordo à IEC 60364-7-712, deverá ser maior ou igual que a corrente de curto circuito com um fator de segurança de 25% (Icondutor = ISC*1,25); Condições Ambientais: deverá suportar temperaturas até 75°C e ser resistente à radiação ultravioleta (se instalados expostos à intempérie); Quedas de Tensão: a tabela abaixo demonstra as quedas de tensão admissíveis em cada trecho, segundo a IEC 60364-7-712. Quedas de Tensão para Sistemas Fotovoltaicos Isolados Trecho de ligação QV% Painel fotovoltaico – Controlador 3% Controlador – Baterias 1% Baterias – Inversor 1% Controlador – Cargas CC 3% Inversor – Cargas CA 4% Os cabos para os trechos em corrente contínua deverão ser unipolares. Página 3 de 8 aetneo@hotmail.com Ronilson di Souza – Prof. Técnico Cabeamento para Sistemas Fotovoltaicos Isolados Em sistemas fotovoltaicos isolados, as ligações possíveis são: 1. Módulos/fileiras (strings) – Caixa de junção (junction-box)/controlador de carga; 2. Caixa de junção (junction-box) – Controlador de carga; 3. Controlador de carga – Banco de baterias; 4. Controlador de cargas – Cargas em CC; 5. Banco de baterias – Cargas CC (em caso de ligação direta, ou controle por relê comandado pelo controlador de carga); 6. Banco de baterias – Inversor autônomo; 7. Inversor autônomo – Cargas CA. Em todos os casos, podemos utilizar a equação abaixo: Onde: Smm² = Seção do condutor em milímetros quadrados. L = Distância entre o conector e a caixa de junção/conexão, em metros. Istring = Corrente amperes. σ = Condutibilidade do material condutor (Cobre = 56; Alumínio = 32). QV = Queda de tensão permitida, no trecho calculado, em decimal. V = Tensão em volts. Módulos/fileiras (strings) – Caixa de junção (junction-box)/controlador de carga O dimensionamento do cabo de ligação entre os módulos fotovoltaicos/fileiras (strings) até a caixa de junção (junction-box)/controlador de carga é feito segundo a equação abaixo: Página 4 de 8 Onde: Smm² = Seção do condutor em milímetros quadrados. L = Distância entre o conector e a caixa de junção/conexão, em metros. Istring = Corrente da fileira (string), em amperes. Istring = ISC * 1,25 ISC = Corrente de Curto Circuito do módulo fotovoltaico σ = Condutibilidade do material condutor (Cobre = 56; Alumínio = 32). QV = Queda de tensão permitida, no trecho calculado, em decimal (3% = 0,03). Vstring = Tensão em máxima potência da fileira (string), em volts. A tensão da fileira (string) é a soma da tensão individual de cada um dos módulos associados em série. Vstring = VMPP * “número de módulos em série” VMPP = Tensão de Circuito Aberto do módulo fotovoltaico (em Condições Padrão de Teste – STC). Caixa de junção (junction-box) – Controlador de carga O cabo de ligação entre a caixa de junção (junction-box) e o controlador de carga é feito segundo a equação abaixo: Onde: Smm² = Seção do condutor em milímetros quadrados. L = Distância entre o conector e a caixa de junção/conexão, em metros. Ipainel = Corrente de curto circuito das fileiras (strings) ligadas em paralelo, na caixa de junção (junction-box), em amperes. Ipainel = Istring * “número de fileiras (strings) em paralelo” Página 5 de 8 aetneo@hotmail.com Ronilson di Souza – Prof. Técnico Istring = Corrente da fileira (string), em amperes. Istring = ISC * 1,25 ISC = Corrente de Curto Circuito do módulo fotovoltaico σ = Condutibilidade do material condutor (Cobre = 56; Alumínio = 34). QV = Queda de tensão permitida, no trecho calculado, em decimal (1% = 0,01) Vstring = Tensão em máxima potência da fileira (string), em volts. A tensão da fileira (string) é a soma da tensão individual de cada um dos módulos associados em série. Vstring = VMPP * “número de módulos em série” VMPP = Tensão de Circuito Aberto do módulo fotovoltaico (em Condições Padrão de Teste – STC). Controlador de carga – Banco de baterias Para dimensionar o cabo de ligação entre o controlador de carga e o banco de baterias é necessário determinar qual é a maior corrente que circulará por este cabo. Em controladores de carga em que sejam ligados, também, os equipamentos consumidores, é preciso calcular a corrente de entrada (que vem do painel fotovoltaico e entra no banco de baterias) e a corrente de saída (que sai do banco de baterias e vai para as cargas). A maior corrente calculada será utilizada como referência para o dimensionamento do cabo de ligação entre o controlador de carga e o banco de baterias. Corrente de Entrada A corrente de entrada é a corrente do painel, e é dada pela seguinte equação: Ipainel = Corrente de curto circuito das fileiras (strings) ligadas em paralelo, na caixa de junção (junction-box), em amperes. Ipainel = Istring * “número de fileiras (strings) em paralelo” Istring = Corrente da fileira (string), em amperes. Istring = ISC * 1,25 ISC = Corrente de Curto Circuito do módulo fotovoltaico Corrente de Saída A corrente de saída é aquela que sai das baterias indo em direção às cargas, passando pelo controlador de cargas. Página 6 de 8 Devemos nos preocupar com a máxima corrente de saída, que alimenta os aparelhos (de corrente contínua) que funcionam simultaneamente. A corrente de saída máxima (IS) é dada pela equação abaixo. IS = * 1,25 Onde: CCsim = soma da potências das cargas em corrente contínua que funcionam simultaneamente, em watts. Vi = tensão nominal do sistema fotovoltaico autônomo, em volts. 1,25 = fator de segurança (constante). Para o dimensionamento dos cabos de ligação do controlador de cargas ao banco de baterias, deve-se escolher o maior valor, entre a corrente de entrada (Ie) e a corrente de saída (Is), utilizando-o na equação abaixo: Onde: Smm² = secção do condutor, em milímetros quadrados. L = distância entre os pontos de conexão, em metros. Imaior = maior valor, entre a corrente de entrada e a corrente de saída, em amperes. σ = condutibilidade do material condutor (cobre = 56; alumínio = 34) QV = porcentagem de queda de tensão admissível (1% = 0,01) Vi = tensão nominal do sistema fotovoltaico, em volts Página 7 de 8 aetneo@hotmail.com Ronilson di Souza – Prof. Técnico Controlador de carga – Cargas em Corrente Contínua A corrente que circula nesse trecho é a corrente de saída (Is) do banco de baterias, que já vimos como se considera/calcula, logo acima. A secção mínima do cabo de ligação desse trecho é dada pela equação abaixo: Onde: Smm² = secção do condutor, em milímetros quadrados.L = distância entre os pontos de conexão, em metros. Is = corrente de saída do banco de baterias, em amperes. σ = condutibilidade do material condutor (cobre = 56; alumínio = 34) QV = porcentagem de queda de tensão admissível (3% = 0,03) Vi = tensão nominal do sistema fotovoltaico, em volts Banco de baterias – Inversor Autônomo Antes de calcular a sessão mínima dos cabos que ligam o inversor autônomo ao banco de baterias, é preciso considerar a máxima corrente de entrada no dito inversor. A corrente máxima, de entrada, do inversor autônomo, é dada pela equação abaixo: Onde: Ient,inv = corrente de entrada do inversor autônomo Wmax = potência máxima que o inversor é capaz de controlar Vi = tensão nominal do sistema fotovoltaico ɳ = rendimento (eficiência) do inversor autônomo (90% = 0,9). Página 8 de 8 Inversor Autônomo – Cargas em Corrente Alternada O dimensionamento da secção mínima de cabeamento, para a ligação do trecho entre o inversor autônomo e as cargas em corrente alternada é feito segundo a equação abaixo: Onde: Smm² = Seção do condutor em milímetros quadrados. L = distância entre o inversor autônomo e as cargas em corrente alternada, em metros. ICA = Corrente máxima das cargas em corrente alternada, que funcionam simultaneamente, em amperes. cos ϕ = Fator de potência das cargas (se aplicável; nos demais casos = 1) σ = Condutibilidade do material condutor (Cobre = 56; Alumínio = 32). QV = Queda de tensão permitida, no trecho calculado, em decimal (4% = 0,04) VCA = Tensão de saída do inversor, em volts.
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