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Realização: Maringá 2018 Quantas vezes você já leu um texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e, mesmo assim, ainda ficou com um nó na cabeça? Eu mesma já fiquei assim muitas vezes! Pensando nisso, listamos 4 técnicas para fazer de você um mestre na interpretação! A Hermenêutica, a área da filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto: a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do 3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura. b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto. c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos. 1) Leia com um dicionário por perto Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de leituras. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só para isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora. 2) FAÇA PARÁFRASES Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema. – Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras- chave que identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito. – Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção, justificando o porquê. – Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto! 3) Leia no papel Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas para a frente e para trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro, fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda. 4) RESERVE UM TEMPO DO SEU DIA PARA LER DEVAGAR https://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/anotar-mao-melhor-memorizar-usar-computador-aponta-estudo-782668.shtml https://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular-enem/anotar-mao-melhor-memorizar-usar-computador-aponta-estudo-782668.shtml Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos. Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração! Consultoria: Livro Redação de textos dissertativos – Concursos, vestibulares e Enem Luiz Ricardo Leitão (Org.), Manoel de Carvalho Almeida, Manuel Ferreira da Costa Editora Ferreira O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade ideias ou fatos essenciais contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades como leitura competente, análise detalhada das ideias do autor, discriminação e hierarquização dessas ideias e redação clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a técnica de fazer resumos é de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva seleção e apresentação de fatos, processos, ideias, etc. COMO ELABORAR UM RESUMO: O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o texto a uma fração da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais. Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com uma frase do tipo: "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/ analisa/ critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a vantagem de dar ao leitor uma visão prévia e geral, orientando, assim, a compreensão de que segue. Este tipo de síntese pode, se for pertinente, vir acompanhada de comentários e julgamentos sobre a posição do autor do texto e até sobre o tema desenvolvido.1 Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a essência do texto e manter-se fiel às ideias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma "colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às ideias do autor nãoé permitido, pois o resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re) elaboração de quem resume. Se for conveniente utilizar excertos do original (para reforçar algum ponto de vista, por exemplo), esses devem ser breves e estar identificados (autor e página). Uma sequência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte: a. Ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as ideias que forem parecendo significativas à primeira leitura; b. Identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc. c. Identificar a ideia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...); d. Identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o modo como as ideias secundárias se ligam logicamente à principal); e. Identificar as ideias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas); f. Identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário); g. Esquematizar o resultado desse processamento; h. Redigir o texto. Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não muito longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará poucas dificuldades a quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse domínio só se adquire na prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de texto. Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos escritos. Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de ideias significativas ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir uma versão resumida de um texto oral. COMO ELABORAR UMA RESENHA: 1. Definições RESENHA-RESUMO: É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor. É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica. 2. Quem é o resenhista A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente. 3. OBJETIVO DA RESENHA O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros, filmes peças de teatro, etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa. 4. VEICULAÇÃO DA RESENHA A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas. RESENHA-CRÍTICA: 5. EXTENSÃO DA RESENHA A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas. 6. O QUE DEVE CONSTAR NUMA RESENHA Devem constar: O título A referência bibliográfica da obra Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada O resumo, ou síntese do conteúdo A avaliação crítica 7. O TÍTULO DA RESENHA O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir: Título da resenha: Astro e vilão. Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson Livro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995. Título da resenha: Com os olhos abertos Livro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995 Título da resenha: Estadista de mitra Livro: João Paulo II - Bibliografia (Tad Szulc) - Veja, 13 de março, 1996 8. A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DO OBJETO RESENHADO Constam da referência bibliográfica: Nome do autor Título da obra Nome da editora Data da publicação Lugar da publicação Número de páginas Preço Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço. Os dados da referência bibliográfica podem constar destacados do texto, num "box" ou caixa. Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, o novo livro do escritor português José Saramago (Companhia das Letras; 310 páginas; 20 reais), é um romance metafórico (...) (Veja, 25 de outubro, 1995). 9. O RESUMO DO OBJETO RESENHADO O resumo que consta numa resenha apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral. Pode-se resumir agrupando num ou vários blocos os fatos ou ideias do objeto resenhado. Veja exemplo do resumo feito de "Língua e liberdade: uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (Celso Luft), na resenha intitulada "Um gramático contra a gramática", escrita por Gilberto Scarton. "Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, a inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português". O velho pesquisador apaixonado pelos problemas de língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e lingüística;o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante". Pode-se também resumir de acordo com a ordem dos fatos, das partes e dos capítulos. Veja o exemplo da resenha "Receitas para manter o coração em forma" (Zero Hora, 26 de agosto, 1996), sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", produzido pela LDA Editora, com o apoio da Beal. RECEITAS PARA MANTER O CORAÇÃO EM FORMA "Na apresentação, textos curtos definem os diferentes tipos de gordura e suas formas de atuação no organismo. Na introdução os médicos explicam numa linguagem perfeitamente compreensível o que é preciso fazer (e evitar) para manter o coração saudável. As receitas de Cozinha do Coração Saudável vêm distribuídas em desjejum e lanches, entradas, saladas e sopas; pratos principais; acompanhamentos; molhos e sobremesas. Bolinhos de aveia e passas, empadinhas de queijo, torta de ricota, suflê de queijo, salpicão de frango, sopa fria de cenoura e laranja, risoto com açafrão, bolo de batata, alcatra ao molho frio, purê de mandioquinha, torta fria de frango, crepe de laranja e peras ao vinho tinto são algumas das iguarias". 10. COMO SE INICIA UMA RESENHA Pode-se começar uma resenha citando-se imediatamente a obra a ser resenhada. Veja os exemplos: "Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (L&PM, 1995, 112 páginas),do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de ideias que subvertem a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veementemente, o ensino da gramática em sala de aula. Mais um exemplo: "Michael Jackson: uma Bibliografia Não Autorizada (Record: tradução de Alves Calado; 540 páginas, 29,90 reais), que chega às livrarias nesta semana, é o melhor perfil de astro mais popular do mundo". (Veja, 4 de outubro, 1995). Outra maneira bastante frequente de iniciar uma resenha é escrever um ou dois parágrafos relacionados com o conteúdo da obra. Observe o exemplo da resenha sobre o livro "História dos Jovens" (Giovanni Levi e Jean-Claude Schmitt), escrita por Hilário Franco Júnior (Folha de São Paulo, 12 de julho, 1996). O QUE É SER JOVEM Hilário Franco Júnior Há poucas semanas, gerou polêmica a decisão do Supremo Tribunal Federal que inocentava um acusado de manter relações sexuais com uma menor de 12 anos. A argumentação do magistrado, apoiada por parte da opinião pública, foi que "hoje em dia não há menina de 12 anos, mas mulher de 12 anos". Outra parcela da sociedade, por sua vez, considerou tal veredito como a aceitação de "novidades imorais de nossa época". Alguns dias depois, as opiniões foram novamente divididas diante da estatística publicada pela Organização Mundial do Trabalho, segundo a qual 73 milhões de menores entre 10 e 14 anos de idade trabalham em todo o mundo. Para alguns isso é uma violência, para outros um fato normal em certos quadros sócio-econômico-culturais. Essas e outras discussões muito atuais sobre a população jovem só podem pretender orientar comportamentos e transformar a legislação se contextualizadas, relativizadas. Enfim, se historicizadas. E para isso a "História dos Jovens" - organizada por dois importantes historiadores, o modernista italiano Giovanno Levi, da Universidade de Veneza, e o medievalista francês Jean-Claude Schmitt, da École des Hautes Études em Sciences Sociales - traz elementos interessantes. Observe igualmente o exemplo a seguir - resenha sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", LDA Editores, 144 páginas (Zero Hora, 23 de agosto, 1996). RECEITAS PARA MANTER O CORAÇÃO EM FORMA Entre os que se preocupam com o controle de peso e buscam uma alimentação saudável são poucos os que ainda associam estes ideais a uma vida de privações e a uma dieta insossa. Os adeptos da alimentação de baixos teores já sabem que substituições de ingredientes tradicionais por similares light garantem o corte de calorias, açúcar e gordura com a preservação (em muitos casos total) do sabor. Comprar tudo pronto no supermercado ou em lojas especializadas é barbada. A coisa complica na hora de ir para a cozinha e acertar o ponto de uma massa de panqueca, crepe ou bolo sem usar ovo. Ou fazer uma polentinha crocante, bolinhos de arroz e croquetes sem apelar para a frigideira cheia de óleo. O livro Cozinha do Coração Saudável apresenta 110 saborosas soluções para esses problemas. Produzido pela LDA Editora com apoio da Becel, Cozinha do Coração saudável traz receitas compiladas por Solange Patrício e Marco Rossi, sob orientação e supervisão dos cardiologistas Tânia Martinez, pesquisadora e professora da Escola Paulista de Medicina, e José Ernesto dos Santos, presidente do departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Os pratos foram testados por nutricionistas da Cozinha Experimental Van Den Bergh Alimentos. Há, evidentemente, numerosas outras maneiras de se iniciar um texto-resenha. A leitura (inteligente) desse tipo de texto poderá aumentar o leque de opções para iniciar uma recensão crítica de maneira criativa e cativante, que leva o leitor a interessar-se pela leitura. 11. A CRÍTICA A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estar presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram. O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo, etc. Deve ser lembrado que os resenhistas - como os críticos em geral - também se tornam objetos de críticas por parte dos "criticados" (diretores de cinema, escritores, etc.), que revidam os ataques qualificando os "detratores da obra" de "ignorantes" (não compreenderam a obra) e de "impulsionados pela má-fé". 12. EXEMPLOS DE RESENHAS Publicam-se a seguir três resenhas que podem ilustrar melhor as considerações feitas ao longo desta apresentação. Atwood se perde em panfleto feminista Marilene Felinto Da Equipe de Articulistas Margaret Atwood, 56, é uma escritora canadense famosa por sua literatura de tom feminista. No Brasil, é mais conhecida pelo romance "A mulher Comestível" (Ed. Globo). Já publicou 25 livros entre poesia, prosa e não-ficção. "A Noiva Ladra" é seu oitavo romance. O livro começa com uma página inteira de agradecimentos, procedimento normal em teses acadêmicas, mas não em romances. Lembra também aqueles discursos que autores de cinema fazem depois de receber o Oscar. A escritora agradece desde aos livros sobre guerra, que consultou para construir o "pano de fundo" de seu texto, até a uma parente, Lenore Atwood, de quem tomou emprestada a (original? Significativa?) Expressão "meleca cerebral". Feitos os agradecimentos e dadas as instruções, começam as quase 500 páginas que poderiam, sem qualquer problema, ser reduzidas a 150. Pouparia precioso tempo ao leitor bocejante. É a história de três amigas, Tony, Roz e Charis, cinqüentonas que vivem infernizadas pela presença (em "flashback") de outra amiga, Zenia, a noiva ladra, inescrupulosa "femme fatale" que vive roubando os homens das outras. Vilã meio inverossímel - ao contrário das demais personagens, construídas com certa solidez -, a antogonista Zenia não se sustenta, sua maldade não convence, sua história não emociona. A narrativa desmorona, portanto, a partir desse defeito central. Zenia funcionaria como superego das outras, imagem do que elas gostariam de ser, mas não conseguiram, reflexo de seus questionamentos internos - eis a leitura mais profunda que se pode fazer desse romance nada surpreendente e muito óbvio no seu propósito. Segundo a própria Atwood, o propósito era construir, com Zenia, uma personagem mulher "fora-da-lei", porque "há poucas personagens mulheres fora-da-lei". As intervenções do discurso feminista são claras, panfletárias, disfarçadas de ironia e humor capengas. A personagem Tony, por exemplo, tem nome de homem (é apelido para Antônia) e é professora de história, especialista em guerras e obcecada por elas, assunto de homens: "Historiadores homens acham que ela está invadindo o território deles, e deveria deixar as lanças, flechas, catapultas, fuzis, aviões e bombas em paz". Outras alusões feministas parecem colocadas ali para provocar riso, mas soam apenas ingênuas: "Há só uma coisa que eu gostaria que você lembrasse. Sabe essa química que afeta as mulheres quando estão com TPM? Bem, os homens têm essa química o tempo todo". Ou então, a mensagem rabiscada na parede do banheiro: "Herstory Not History", trocadilho que indicaria o machismo explícito na palavra "História", porque em inglês a palavra pode ser desmembrada em duas outras, "his" (dele) e story (estória). A sugestão contida no trocadilho é a de que se altere o "his" para "her" (dela). As histórias individuais de cada personagem são o costumeiro amontoado de fatos cotidianos, almoços, jantares, trabalho, casamento e muita "reflexão feminina" sobre a infância, o amor, etc. Tudo isso narrado da formamais achatada possível, sem maiores sobressaltos, a não ser talvez na descrição do interesse da personagem Tony pelas guerras. Mesmo aí, prevalecem as artificiais inserções de fundo histórico, sem pé nem cabeça, no meio do texto ficcional, efeito da pesquisa que a escritora - em tom cerimonioso na página de agradecimentos - se orgulha de ter realizado. ESTADISTA DE MITRA Na melhor bibliografia de João Paulo II até agora, o jornalista Tad Szulc dá ênfase à atuação política do papa Ivan Ângelo Como será visto na História esse contraditório papa João Paulo II, o único não italiano nos últimos 456 anos? Um conservador ou um progressista? Bom ou mau pastor do imenso rebanho católico? Sobre um ponto não há dúvida: é um hábil articulador da política internacional. Não resolveu as questões pastorais mais angustiantes da Igreja Católica em nosso tempo - a perda de fiéis, a progressiva falta de sacerdotes, a forma de pôr em prática a opção da igreja pelos pobres -; tornou mais dramáticos os conflitos teológicos com os padres e os fiéis por suas posições inflexíveis sobre o sacerdócio da mulher, o planejamento familiar, o aborto, o sexo seguro, a doutrina social, especialmente a Teologia da Libertação, mas por outro lado, foi uma das figuras-chave na desarticulação do socialismo no Leste Europeu, nos anos 80, a partir da sua atuação na crise da Polônia. É uma voz poderosa contra o racismo, a intolerância, o consumismo e todas as formas autodestrutivas da cultura moderna. Isso fará dele um grande papa? O livro do jornalista polonês Tad Szulc João Paulo II - Bibliografia (tradução de Antonio Nogueira Machado, Jamari França e Silvia de Souza Costa; Francisco Alves; 472 páginas; 34 reais) toca em todos esses aspectos com profissionalismo e competência. O autor, um ex-correspondente internacional e redator do The New York Times, viajou com o papa, comeu com ele no Vaticano, entrevistou mais de uma centena de pessoas, levou dois anos para escrever esse catatau em uma máquina manual portátil, datilografando com dois dedos. O livro, bastante atual, acompanha a carreira (não propriamente a vida) do personagem até o fim de janeiro de 1995, ano em que foi publicado. É um livro de correspondente internacional, com o viés da política internacional. Szulc não é literariamente refinado como seus colegas Gay Talese ou Tom Wolfe, usa com frequência aqueles ganchos e frases de efeito que adornam o estilo jornalístico, porém persegue seu objetivo como um míssil e atinge o alvo. Em meio à política, pode-se vislumbrar o homem Karol Wojtyla, teimoso, autoritário, absolutista de discurso democrático, alguém que acha que tem uma missão e não quer dividi-la, que é contra o "moderno" na moral, que prefere perder a transigir, mas é gentil, caloroso, fraterno, alegre, franco ... Szulc, entretanto, só faz o esboço, não pinta o retrato. Temos, então, de aceitar a sua opinião: "É difícil não gostar dele". Opus Dei - O livro começa descrevendo a personalidade de João Paulo II, faz um bom resumo da História da Polônia e sua opção pelo Ocidente e pela Igreja Católica Romana (em vez da Ortodoxa Grega, que dominava os vizinhos do Leste), fala da relação mística de Wojtyla com o sofrimento, descreve sus brilhante carreira intelectual e religiosa, volta à sua infância, aos seus tempos de goleiro no time do ginásio ""um mau goleiro", dirá mais tarde um amigo), localiza aí sua simpatia pelos judeus, conta que ele decidiu ser padre em meio ao sofrimento pela morte do pai, destaca a complacência de Pio XII com o nazismo, a ajuda à Opus Dei (a quem depois João Paulo II daria todo o apoio), demora-se demais nos meandros da política do bispo e cardeal Wojtyla, cresce jornalisticamente no capítulo sobre a eleição desse primeiro papa polonês, mostra como ele reorganizou a Igreja, discute suas posições conservadoras sobre a Teologia da Libertação e as comunidades eclesiais de base, CEBs, na América latina, descreve sua decisiva atuação na política do Leste Europeu, a derrocada do comunismo, e termina com sus luta atual contra o demônio pós- comunista. Agora o demônio, o perigo mortal para a humanidade, é o capitalismo selvagem e o "imperialismo contraceptivo" dos EUA e da ONU. Szulc, o escritor-míssil, não se desvia do seu alvo nem quando vê um assunto saboroso como a Cúria do Vaticano, que diz estar cheia de puxa-sacos e fofoqueiros com computadores, nos quais contabilizam trocas de favores, agrados, faltas e rumores. O sutil jornalista Gay Talese não perderia um prato desses. Entretanto, Szulc está sempre atento às ações políticas do papa. Nota que João Paulo II elevou a Opus Dei à prelatura pessoal enquanto expurgou a Companhia de Jesus por seu apoio à Teologia da Libertação; ajudou a Opus Dei a se estabelecer na Polônia, beatificou rapidamente seu criador, monsenhor Escrivã. Como um militar brasileiro dos anos 60, cassou o direito de ensinar dos padres Küng, Pohier e Curran, silenciou os teólogos Schillebeeckx (belga), Boff (brasileiro), Häring (alemão) e Gutiérrez (peruano), reduziu o espaço pastoral de dom Arns (brasileiro). Em contrapartida, apoiou decididamente o sindicato clandestino polonês, a Solidariedade. Fez dobradinha com o general dirigente polonês Jaruzelski contra Brejnev, abrindo o primeiro país socialista, que abriu o resto. O próprio Gorbachev reconhece: "Tudo o que aconteceu no Leste Europeu nesses últimos anos teria sido impossível sem a presença deste papa". Talvez seja assim também com relação ao que acontece com as religiões cristãs no nosso continente. Tad Szulc, com cautela, alerta para a penetração, na América Latina, dos evangélicos e pentecostais, que o próprio Vaticano chama de "seitas arrebatadoras". A participação comunitária e o autogoverno religioso que existia nas CEBs motivavam mais a população. Talvez seja. Acrescentando-se a isso o lado litúrgico dos evangélicos que satisfaz o desejo dos fiéis de serem atores no drama místico, não tanto espectadores, tem-se uma tese. O perfil desenhado por Szulc é o de um político profundamente religioso. Um homem que reza sete horas por dia, com os olhos firmemente fechados, devoto de Nossa Senhora de Fátima e do mártir polonês São Estanislau e que acredita no martírio e na dor pessoais para alcançar a graça. UM GRAMÁTICO CONTRA A GRAMÁTICA Gilberto Scarton Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português". O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e linguística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos linguistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante. Essa fundamentação linguística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializadopara o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si. Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula. Referencia: https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-4-tecnicas-para-virar-um- especialista-em-interpretacao-de-texto/ Acesso: 03/11/2017. http://pucrs.br/manualred/resumos.php Acesso:03/11/2017. TCC ou Monografia? Os termos TCC e monografia muitas vezes são usados como sinônimos. Monografia é um TCC, mas um TCC não é necessariamente uma monografia. O TCC como já vimos anteriormente é o Trabalho de Conclusão de Curso. E todo aluno universitário, deve desenvolver para demonstrar o conhecimento cientifico adquirido ao longo de sua graduação ou pós-graduação. Entretanto, o TCC pode ser apresentado de várias formas. As principais são: monografia, ARTIGO CIENTIFICO, relatório de estágio, tese para doutorado e dissertação para mestrado. Enfim, existem esses e vários outros tipos de trabalhos que são aceitos como TCC, a decisão de qual tipo deve ser feito depende do curso e da instituição de ensino. Projeto: descrição escrita e detalhada de um empreendimento a ser realizado; plano, delineamento, esquema. Como escolher o orientador para o seu trabalho? É preciso ter cuidado com as sugestões apresentadas pelos professores para o tema de sua monografia, uma vez que alguns deles desejam que os alunos pesquisem algo que eles tem em mente e não o que o aluno precisa, sobrecarregando-os com informações que nem sempre são aquilo que eles desejaram pesquisar no início do trabalho. Por isso, preze sempre por aquilo que você quer escrever, sugira o tema ao professor e tente convencê- lo de que sua ideia é mais apropriada para o trabalho. DICA: Escolha um professor que você tenha bom relacionamento, mas principalmente, que seja capaz de auxiliá-lo da melhor forma possível. Acredite, ter um professor ao seu lado que não lhe dá a devida atenção é a pior coisa que existe. Por isso, não se deixe levar apenas pela amizade que você tem com ele, pese também a qualidade do acompanhamento que ele pode lhe oferecer. Como escolher o tema para TCC? https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-4-tecnicas-para-virar-um-especialista-em-interpretacao-de-texto/ https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/veja-4-tecnicas-para-virar-um-especialista-em-interpretacao-de-texto/ http://pucrs.br/manualred/resumos.php Sem dúvida alguma, o momento mais tenso na elaboração de uma monografia é a escolha do tema por parte do aluno. Há sempre muitas opções a serem escolhidas, muitos caminhos a seguir e poucas certezas. Por isto, neste momento é importante parar e pensar no que realmente você gosta de escrever. Escrever sobre algo relativo à sua formação e que, ao mesmo tempo, seja um tema que lhe seja agradável e desperte o interesse em pesquisar, investigar e saber mais sobre ele. Existe bibliografia suficiente para embasar suas pesquisas? Você possui experiência profissional para falar sobre o tema? Se não, você conhece bastante sobre o tema? Seu orientador será capaz de ajudá-lo nestas pesquisas? Qual a disponibilidade dele? Você conseguirá chegar até o fim da pesquisa? Está pronto para desenvolver o tema sem ter que voltar atrás e mudar tudo que já foi feito? Você estará preparado para defender o seu trabalho frente à banca examinadora? Muitos alunos e professores, no ímpeto de criar um trabalho grandioso, acabam por querer escrever sobre todos os aspectos de um tema, gerando assim um trabalho gigantesco, cheio de variáveis analisadas, questionários, gráficos etc. Isto é um grande erro! Faça somente aquilo que você pode dar conta, dentro do tempo estipulado para a pesquisa, senão certamente você se perderá no meio da execução da monografia. Outra dica importante é: procure evitar temas muito polêmicos, que gerem muita discussão ou que “ofendam”, de certa forma, alguma pessoa ou classe. A menos que você tenha total domínio do tema e esteja preparado para algumas horas de debate com sua banca. Por isso, escolha bem o seu orientador, faça uma lista dos temas que mais gosta de escrever, ou aqueles que tem alguma afinidade. A organização nesta etapa é fundamental para que o restante do trabalho saia exatamente como planejado. Depois de criada a lista, sente com o professor e discuta sobre os temas indicados, encontre a melhor opção e comece já o seu trabalho. Mesmo não estando no ano da conclusão do curso, comece a decidir coisas sobre seu TCC: vá juntando a bibliografia que será utilizada, troque informações com pessoas da área, use a internet a seu favor nas buscas, deixe a preguiça de lado e vá a uma boa biblioteca. Linguagem Científica Um relatório ou trabalho científico deve ter uma linguagem técnica, de tal maneira que seja a característica fundamental do texto. Deve-se evitar ao máximo o uso de termos imprecisos, vagos e ambíguos, ainda que tenha que utilizar a linguagem natural. Tempo verbal – Quando você relata fatos científicos, ou trabalhos publicados, use presente do indicativo; – Quando você explicar o que fez ou que obteve, use passado; – Use presente na Introdução e na Revisão Bibliográfica; – Use passado em Materiais e Métodos nos Resultados. Exceções: se você atribui uma afirmativa a alguém , use passado; se você apresenta, na análise estatística , use o presente. O TCC deve transmitir com rigor formal as reflexões e considerações finais do(s) seu(s) autor (es). Para isso deve possuir: – Clareza, precisão objetividade e consistência: utilização correta de terminologia e apresentação clara das ideias; – Concisão: observação da objetividade na escrita, evitando-se repetições e abordagem direta do assunto. Lembrar que os parágrafos devem ser curtos (em torno de 7 a 14 linhas) e que exprimem uma unidade de raciocínio e quando esta muda deve-se abrir um novo parágrafo; – Impessoalidade: elaboração do texto utilizando-se de preferência a terceira pessoa no singular e verbo na voz ativa (sabe-se, entende-se, recomenda-se). O estudante deve produzir seu texto na primeira pessoa do plural (“nós pensamos que”). O mais adequado é construí-la com o “nós” ou utilizar-se de recursos que tomem o texto impessoal. Assim, por exemplo, as seguintes expressões: “conclui-se que”, “percebe-se pela leitura do texto”, “é válido supor”, “ter-se-ia de dizer”, “verificar-se-á”, entre outros. Não é necessário, portanto, dizer: “conforme vimos no item anterior”. Diz-se: “conforme visto no item anterior”, ou, em vez de “dissemos que”, diz-se “foi dito que”. Exemplos da correta utilização dos verbos A linguagem científica caracteriza-se por ser impessoal, informativa e técnica. O correto é escrever: este trabalho procura demonstrar / este trabalho procura abordar / esta monografia tem como objetivo / o objetivo deste trabalho / este trabalho tem o intuito de / o presente trabalho visamostrar / este trabalho foi elaborado para testar / o capitulo I descreve / mostra / analisa / examina / investiga / procura demonstrar. Relação de verbos classificados de acordo com a ideia que se quer exprimir – Conhecimento: definir, dizer, enunciar, citar, nomear, relatar, redefinir, expor, detalhar, identificar, assinalar, marcar, sublinhar, listar, registrar, especificar, mostrar, repetir, distinguir, reconhecer, recordar, definir. – Compreensão: deduzir, codificar, converter, descrever, identificar, definir, demonstrar, distinguir, ilustrar, interpretar, explicar, expor, exemplificar, parafrasear, concretizar, narrar, argumentar, decodificar, relacionar, extrapolar, opinar, inferir, predizer, generalizar, resumir, induzir, organizar, compreender, codificar, converter. – Aplicação: resolver, interpretar, dizer, expor, redigir, explicar, usar, manejar, aplicar, empregar, utilizar, comprovar, demonstrar, produzir, aproveitar, praticar, relacionar, dramatizar, apresentar, discriminar, traçar, localizar, operar, ilustrar. – Análise: identificar, distinguir, descrever, diferenciar, relacionar, isolar, separar, fracionar, desarmar, decompor, examinar, localizar, abstrair, discriminar, detalhar, detectar, omitir, dividir, seccionar, especificar, descobrir. – Síntese: narrar, expor, explicar, sumariar, esquematizar, compilar, construir, formular, compor, organizar, projetar, simplificar, inventariar, classificar, agrupar, distinguir, reconstruir, modificar, recompor, combinar, gerar, reorganizar, estruturar, planejar, conceber, programar, produzir. – Avaliação: sustentar, justificar, criticar, valorizar, escolher, selecionar, verificar, contatar, comprovar, estimar, medir, revisar, eleger, decidir, concluir, precisar, provar, comprovar, avaliar, categorizar, fundamentar, opinar, demonstrar, contrastar, julgar. Regras de formatação Numeração da página: a contagem começa na folha de rosto, mas só aparece a partir da introdução. Os algoritmos devem aparecer sempre no canto superior direito, a 2 cm da borda. Margens: a superior e a esquerda devem ter 3cm de distância da borda. Já a inferior e a direita devem apresentar margem de 2cm. Títulos: é importante que sejam escritos no tamanho 12, usando Arial ou Times New Roman (fontes adotadas por uso comum). Texto: o texto do TCC deve ser escrito com fonte Arial ou Times, com as letras no tamanho 12 e espaçamento de 1,5 entre as linhas. Notas de rodapé: letras com tamanho 10 e espaçamento simples. Citações e Referências (a frente). Estrutura do projeto de TCC Estrutura do trabalho Capa: deve conter o nome da instituição, curso, autor, título do trabalho, cidade e ano. Folha de rosto: apresenta nome do autor, título, cidade e ano e uma breve nota descritiva, que deve conter o objetivo do trabalho e o nome do orientador. Resumo: é um texto, de 150 a 500 palavras, que sintetiza em um único parágrafo as ideias do trabalho. Sumário: serve para apresentar as enumerações das páginas e as respectivas seções do trabalho. O alinhamento é à esquerda, sem recuo. Introdução: deve conter os temas que serão tratados no trabalho, além da justificativa e do objetivo do TCC. Desenvolvimento: a principal parte do trabalho, que deve conter a exposição do assunto tratado de forma detalhada e completa. Conclusão: é a finalização do trabalho, onde o autor recapitula o assunto e fala um pouco sobre os resultados. Capa Folha de rosto Resumo ABNT define resumo: “Uma apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, fornecendo uma visão clara e rápida do conteúdo e das conclusões do trabalho” (ABNT, 2011, p.4). Passo 1: O que é (contexto) Para iniciar o resumo, apresente ao leitor do que se trata seu trabalho, ou seja, qual problema você está investigando e a sua relevância. Logo aqui, nas primeiras linhas, você precisa criar um contexto que desperte a curiosidade e o interesse para a leitura. Passo 2: Por quê? (Descreva o objetivo do trabalho) Com base no problema ou situação investigada, seu trabalho já precisa dizer a que veio. A forma de descrever um objetivo varia de acordo com o estudo realizado. Seu trabalho pode se propor a analisar diferentes aspectos de um mesmo problema, a compreender um fenômeno, ou então, a “apresentar uma solução para reduzir a produção de energia não renovável”, por exemplo. Em resumo, você conta o porquê do seu TCC existir. Passo 3: Como? (Método utilizado) Você deve explicar rapidamente como seu trabalho foi feito, quais métodos utilizou. Conte ao seu leitor se você realizou um estudo de caso, um experimento, uma pesquisa quantitativa e/ou qualitativa etc. Passo 4: Resultados Apresente os resultados mais relevantes do seu estudo, sejam eles positivos ou negativos. Descreva-os de forma sucinta, e que despertem curiosidade e interesse em quem lê. Passo 5: Conclui-se que… Por fim, seu resumo deve trazer as principais conclusões sobre tudo o que você leu, pesquisou e desenvolveu. Aqui, também é possível mencionar como o seu trabalho poderá contribuir para o entendimento do objeto ou fenômeno estudado, ou como servirá de base para pesquisas futuras. Objetivos Objetivo geral O objetivo geral do TCC pode ser o “problema de pesquisa” na afirmativa. Para quem não sabe, a problemática nasce a partir de uma questão de pesquisa, ou seja, o que você quer investigar com o trabalho. Na hora de formular um objetivo geral, o estudante deve sempre iniciar o parágrafo com um verbo no infinitivo. Identificar, Descobrir e Investigar são boas opções. O seu objetivo geral está muito semelhante ao problema de pesquisa? Não se preocupe, isso é normal. Só tome cuidado para não colocar esse componente como uma interrogação. Verbos para objetivos gerais que se focam em conceitos conhecer; compreender; entender; identificar; reconhecer; generalizar. Verbos para objetivos gerais que se focam em procedimentos desenvolver; estabelecer; organizar; capacitar; demonstrar. Verbos para objetivos gerais que se focam em atitudes contribuir; colaborar; valorizar; interiorizar; mostrar Objetivos específicos Com o objetivo geral já definido, chegou o momento de elencar os objetivos específicos da pesquisa. Esses componentes podem ser definidos como “as fases do estudo para alcançar o objetivo geral”. Cada objetivo específico também deve ser iniciado com verbo no infinitivo. A lista de objetivos específicos deve servir de guia para definir o conteúdo do trabalho de conclusão de curso. Somente após definir esses tópicos é possível buscar informações nas bases de dados, relacioná-las e escrever analisar; investigar; comprovar; classificar; comparar; contrastar; diferenciar; distinguir. avaliar; pesquisar; selecionar; precisar; decidir; estimar; medir; validar. concluir; inferir; deduzir; interpretar; determinar; descrever; ilustrar. registrar; definir; identificar; nomear; especificar; exemplificar; enumerar; citar. esquematizar; organizar; constituir; estruturar; generalizar; documentar; desenvolver. aplicar; praticar; empregar; operar; Sumário Introdução Quando a introdução deve ser feita? A introdução deve ser elaborada ao longo de todo o trabalho. O ideal é começar a escrever o texto no início da elaboração do TCC e termina-lo na reta final, quando a pesquisa estiver pronta. Não dá para fazer toda a introdução logo no começo do trabalho porque é impossível prever todas as linhas de investigação que serão abordadas. Uma boa introdução é aquela que consegue abordar, em um texto de no máximo 10 parágrafos, os principais elementos que compõem o TCC, como o tema delimitado, o problema e o objetivo. Veja a seguir um passo a passo bem simples de como fazer a introdução do TCC: Apresente o temaLogo no primeiro parágrafo da introdução, apresente o tema do seu TCC e explique o que ele significa. Escreva de maneira superficial e objetiva, afinal, o aprofundamento será realizado ao longo do desenvolvimento. Deixe clara a delimitação Quem faz um trabalho acadêmico precisa se preocupar em delimitar bem o tema escolhido, até mesmo na hora de escrever a introdução. Deixe clara a delimitação, ou seja, a questão que será investigada no TCC. Uma forma de delimitar o tema é apresentar a problemática do trabalho. Faça isso elaborando uma pergunta, ou seja, um questionamento que motivará a investigação. Apresente hipóteses, objetivos e justificativas Apresente os objetivos do TCC na sua introdução, ou seja, as etapas fundamentais para resolver o problema de pesquisa. Também é interessante tratar, de forma superficial, algumas hipóteses levantadas. As abordagens dos capítulos No final da sua introdução, vale a pena falar um pouco sobre as intenções de cada capítulo. A estrutura deve ser abordada de forma direta e resumida para não deixar o texto muito longo. Mostre a relevância do trabalho O conteúdo deve mostrar, de forma resumida, porque a sua questão de pesquisa é importante e porque ela deve ser investigada. Quando falamos sobre relevância do tema, estamos tratando das justificativas do trabalho. Responda a seguinte pergunta: Por que esse TCC é importante? 1º e 2º parágrafo: apresentação do tema dentro de um contexto. 3º parágrafo: delimitação do tema, apresentado através do problema de pesquisa do seu TCC. 4º parágrafo: apresente possíveis respostas para o problema de pesquisa levantado, ou seja, as hipóteses. 5º parágrafo: em poucas palavras, fale sobre o objetivo geral do trabalho e também dos específicos. Eles são ingredientes fundamentais para o trabalho. 6º parágrafo: apresente a relevância do seu trabalho acadêmico, identificando a importância dele para a sociedade ou comunidade científica. Isso é o que chamamos de justificativa. 7º parágrafo: apresente a estrutura do trabalho, ou seja, como ele está dividido em capítulos. Lembre-se de falar, resumidamente, sobre o que se trata cada capitulo. Metodologia Entender que a Metodologia do TCC é a descrição do seu processo de pesquisa, ou seja, COMO você pretende fazer a sua pesquisa. 1) Definição do tipo de pesquisa quanto à abordagem. Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, as informações podem ser traduzidas em números para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de técnicas estatísticas. O instrumento para a coleta de dados é sempre um questionário bem estruturado. Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito. Identifica e analisa dados não mensuráveis numericamente, como sentimentos, sensações, percepções, intenções. Não utiliza recursos estatísticos. 2) Definição da população/amostra Descreve a população que é o objeto do estudo. Se o levantamento for amostral, identificar o método de amostragem: se probabilístico ou não probabilístico. a) Amostragem não probabilística: existe uma escolha deliberada dos elementos que irão formar a amostra. Pode ser: – por conveniência (ou acidental): a escolha depende da facilidade de acesso. por exemplo, as pessoas que estão passando em determinada esquina; – intencional (ou por julgamento): existe uma intenção na escolha. escolhem-se indivíduos que podem contribuir significativamente para a pesquisa porque já conhecem o assunto; – por cotas: a escolha é feita dentro de grupos previamente formados como sexo, idade, renda. Não existem critérios ou fórmulas matemáticas para determinar o tamanho da amostra não probabilística. O pesquisador deve usar o bom-senso. O tamanho da amostra depende da variabilidade na população (caso exista muita diversidade, maior deve ser a amostra); depende do tipo de pergunta (muita dificuldade na compreensão, maior a amostra). Muitas vezes a decisão é tomada no momento da coleta dos dados. Se algumas perguntas não são respondidas adequadamente ou deixadas em branco, deve-se selecionar um grupo maior de respondentes. b) Amostragem probabilística (ou aleatória): é aquela que garante probabilidades iguais para todos os elementos da população. Pode ser: aleatória simples; sistemática; estratificada ou de conglomerados. É o único método de amostragem que permite generalizações para a população de onde a amostra é proveniente. 3) Técnicas e procedimentos de coleta No caso de pesquisa quantitativa, pode-se usar: Entrevista: envolve o entrevistador e o entrevistado. O contato pode ser face a face ou à distância (ex.: telefone, e-mail, chat). Questionário: as perguntas são respondidas sem a presença do pesquisador. Podem ser entregues pessoalmente ou pelo correio, e-mail, etc. Nas entrevistas e questionários, é recomendável fazer um pré-teste do instrumento de coleta, aplicado a 2-3 pessoas que não farão parte da amostra, mas com características tão semelhantes a esta quanto possível. Lembrando que nas pesquisas quantitativas este número deve ser bem mais elevado, dependendo do tamanho e da variabilidade da amostra, do tipo de perguntas, etc. Já no caso de pesquisa qualitativa, pode-se fazer uso de entrevista em profundidade, observação, discussão em grupos focais, documentos, história de vida, etc. 4) Técnicas e procedimentos de análise No caso de uma pesquisa quantitativa, permite-se o emprego de análises estatísticas como, por exemplo, distribuições de frequência, medidas de tendência central, medidas de dispersão, correlações e representações gráficas. Para pesquisas qualitativas, aplica-se a análise de conteúdo, que é utilizada principalmente para análise qualitativa das entrevistas, das observações, das questões abertas em questionários etc., buscando o significado dos dados coletados. Reduz a complexidade e a extensão dos conteúdos através de alguma classificação (categorias) apresentada de forma sistematizada e/ou contagem de unidades (palavras ou termos) contidas nas respostas ou texto. Quando a coleta é guiada por alguma estrutura ou modelo teórico, seus elementos são as categorias. Comitê de Ética em Pesquisa O Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) é um colegiado interdisciplinar e independente, com “munus público”, que deve existir nas instituições que realizam pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil, criado para defender os interesses dos sujeitos em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro dos padrões éticos (Normas e Diretrizes Regulamentadoras da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos – Resolução CNS 196/96, II.4). O CEP é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. Este papel está bem estabelecido nas diversas diretrizes éticas internacionais (Declaração de Helsinque, Diretrizes Internacionais para as Pesquisas Biomédicas envolvendo Seres Humanos – CIOMS) e Brasileiras (Resolução CNS 196/96 e complementares), diretrizes estas que ressaltam a necessidade de revisão ética e científica das pesquisas envolvendo seres humanos, visando a salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar do sujeito da pesquisa. Desta maneira e de acordo com a Resolução CNS 196/96, “toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa” e cabe à instituição onde se realizam as pesquisas a constituição do CEP. Desenvolvimento Revisão de Literatura ou Fundamentação Teórica. Resultados e Discussões. Citação conforme ABNT. Revisão de Literatura Propósitos de revisão de literatura num estudo de investigação: a) Delimitar o problema de investigação: muitos estudos falham porque o investigador não delimitou bem o problema. A revisão da literatura mostra-nos como outros investigadores formularam as suas perguntas de investigaçãonum campo de interesse tão alargado; b) Procurar novas linhas de investigação: Fazendo a revisão da literatura, você deve determinar que investigação já foi feita na sua área de interesse. Também deve ficar atento(a) para áreas que foram pouco investigadas. A sua experiência única pode também mostrar-lhe uma nova faceta que não foi contemplada por outros investigadores. Acontece mais em áreas pouco investigadas mas pode acontecer em áreas bastante investigadas aparecendo uma abordagem criativa e única; por exemplo, uma aluna de mestrado queria estudar a liderança escolar; começando a rever a literatura verificou que a liderança escolar nos diretores do 1º ciclo ainda não fora estudada o que despertou o seu interesse uma vez que era professora do 1º ciclo. c) Ganhar perspectivas metodológicas. Um erro que por vezes se faz é rever apenas os resultados do estudo ou relatório. A leitura geral pode dar-nos ideias para o nosso desenho metodológico. Qual a extensão da revisão da literatura? Quando sabe que já tem o suficiente? Não há uma resposta precisa mas podemos dizer que você sabe que é tempo de parar quando começar a encontrar repetidamente as mesmas referências e não encontra novos recursos. É costume dizer-se que se pode parar quando se atingiu o “ponto de saturação”, isto é, quando já não se encontram ideias nem resultados novos, pois isso significará que já se domina bem o assunto em estudo. Uma revisão abrangente envolve essencialmente quatro passos: 1º Identificar palavras-chave ou descritores. A primeira coisa a fazer é constituir uma série de descritores ou lista de palavras-chave relacionadas com o seu tópico para fazer a pesquisa nas bases de dados e nos motores de busca. 2º Rever fontes secundárias. Fontes secundárias são aquelas que são escritas por autores que interpretam os trabalhos de outros. Incluem resumos, enciclopédias, dicionários temáticos e manuais. São importantes porque combinam conhecimento a partir de várias fontes primárias e dão uma visão geral rápida sobre o assunto. 3º Recolher fontes primárias. Nesta fase determine quais livros e artigos são mais relevantes para o seu estudo e recolha cada uma das fontes primárias. As fontes primárias contêm os trabalhos originais de autores e investigadores. Recolher literatura primária consiste em localizar, ler na diagonal e fotocopiar livros e documentos relacionados com o seu estudo. Dois tipos de literatura 3 que deve rever: literatura teórica e literatura empírica. A maioria das dissertações contêm a base teórica, por isso deve conhecer as áreas conceptuais relacionadas com ao seu estudo. Adicionalmente, deve familiarizar-se com a investigação prévia na sua área científica. Nesta fase deve ser seletivo(a). Lembre- se sempre do seu propósito de estudo. Ao recolher e organizar a sua literatura pergunte- se a si próprio: Como é que isto se relaciona com o meu estudo? Uma estratégia é classificar cada recurso como “Muito importante”, “Moderadamente importante” e “Algo importante”. 4º Ler criticamente e resumir a literatura. Uma vez recolhida a literatura é necessário lê-la criticamente. Isto envolve questionar, especular, avaliar, repensar, e sintetizar o que lê. Que perspectivas originais pode você reunir acerca do seu tópico e não abordadas em nenhuma das referências? Que aspectos importantes, factos e opiniões se relacionam com o seu estudo? Há questões importantes que não foram bem abordadas? À medida que for lendo, procure temas, questões, e pontos comuns entre os vários autores. Antes de escrever uma síntese coerente da literatura, você deve ter uma perspectiva tão boa da floresta como das árvores Anotando e resumindo as referências: 1. Leia aprofundadamente as suas publicações que classificou como “Muito importantes” primeiro, de forma a compreendê-las bem. Sublinhe as partes mais importantes e escreva ideias, visões ou questões que surjam enquanto lê. Pode tomar notas nas margens. 2. Para cada livro ou artigo que leia, escreva um breve resumo em suas próprias palavras que ilustram os pontos essenciais. Inclua também inferências que pode fazer acerca do seu estudo e conclusões que pode retirar do livro ou artigo. 3. Registe exatamente a referência bibliográfica. 4. Desenvolva um sistema de codificação de forma a poder identificar cada tipo de material contido em cada uma das folhas de resumos. Normalmente, isto é feito pelas suas variáveis, tópicos chave, ou pelos descritores usados na localização das referências. Escreva o nome no topo da folha. 5. Á medida que vai lendo, preste atenção a citações que podem ser importantes na apresentação da sua revisão. Se encontrar uma citação importante, coloque-a entre aspas e inclua a página donde foi retirada. Isto evita a que inadvertidamente, plagie as ideias de outros. Tente limitar as suas citações. 6. Coloque os seus resumos numa pasta de computador e depois faça uma cópia deixando margens largas. Agora você tem um registo completo do que a literatura afirmou acerca das variáveis ou palavras-chave do seu estudo. 7. Leia todos os resumos e procure temas importantes, grandes questões, convergências e divergências. Tome notas nas margens das suas folhas de resumo. Isto dá-lhe uma base para desenvolver um esboço lógico e coerente da sua revisão de literatura. Resultados e Discussões Existem diversos textos acadêmicos que separam o resultado e a discussão em seções distintas. Outros já unem as duas seções em uma só. A decisão sobre qual dessas duas formas usar para seu texto vai depender, geralmente, do tipo de resultados a serem apresentados e de como você acha que será mais claro discuti-los. Em uma pesquisa quantitativa, os resultados geralmente incluem: -apresentação dos resultados de estatística descritiva de suas análises (podem-se usar números, tabelas e/ou gráficos); -apresentação dos resultados de estatística inferencial de suas análises (podem-se usar números, tabelas e/ou gráficos)*; -explicação sobre os seus resultados, indicando (sem números) como eles podem ser interpretados com relação às perguntas de pesquisa e/ou hipóteses. O exemplo** abaixo, retirado de um estudo quantitativo-qualitativo sobre violência urbana e capital social em uma cidade do sul do Brasil, ilustra bem esses passos, ao mostrar seus dados quantitativos: As prevalências de violência referida nos últimos 6 meses foram: discussão violenta (17,1%; IC95%: 15 a 19,4), roubo ou assalto (42,8%; IC95%: 39,9 a 45,7), caso com drogas (32,4%; IC95%: 29,7 a 35,2) e homicídio (8,4%; IC95%: 6,9 a 10,2) (tabela 1). Em uma pesquisa qualitativa, os resultados geralmente incluem: temas ou tópicos recorrentes encontrados na análise dos dados; números e/ou porcentagens identificando o quão representativos são esses temas ou tópicos (exemplo: quantos participantes falaram sobre determinado assunto); exemplos ilustrando cada um dos temas (exemplo: incluir uma citação direta de algum participante sobre determinado tema encontrado); representações gráficas dos resultados (exemplos: tabelas, mapas conceituais, etc.), em alguns casos; indicações sobre como os dados podem ser interpretados. Veja o exemplo a seguir, do mesmo estudo citado anteriormente (agora mostrando os resultados qualitativos): Entre as 11 pessoas selecionadas, cinco pertenciam ao local com maior capital social e seis ao local com menor capital social (tabela 3). Os resultados qualitativos foram agrupados por semelhança e também divergências de informações. Por exemplo, a confiança e o controle social informal ambos estabeleceram relações de proximidade; por isso, os dois construtos puderam ser analisados tanto separadamente quanto em conjunto. Os participantes demonstraram haver uma aproximação entre cuidar do bem material privado, como a casa, por exemplo, com o sentido de controle social informal. Na discussão,procura-se explicar os motivos que levaram aos resultados observados e suas implicações, assim como a maneira como eles contribuem para a literatura acadêmica na área. O exemplo abaixo, mais uma vez do mesmo estudo já citado, ilustra um trecho de uma discussão bem elaborada: Ex: Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que quem mais buscava melhorias para seu local de moradia e possuía maior ação social referiu mais violências. O espaço da micropolítica é o espaço comunitário que, através das relações sociais, possibilita o empoderamento dos sujeitos e a construção de redes sociais. Isso indica que quem participa mais tende a ter um grau de empoderamento maior, pois a participação permite um olhar crítico da realidade, um saber pronunciar-se a respeito de questões sociais como, por exemplo, a violência. É possível afirmar, nesse sentido, que o empoderamento seria a primeira condição para que a pessoa se aproprie da importância do viver em sociedade. Citação conforme ABNT 1 – Como Fazer Citação direta curta / Variação 1: Citar o autor fora de parênteses em minúscula; Colocar ano da obra e número da página que o trecho foi tirado. Essas informações devem estar em parênteses; O trecho retirado do livro deve ser idêntico, ou seja, não se pode alterar nenhuma palavra. Ele deve vir entre aspas e ocupar, no máximo, três linhas; Exemplo: Conforme Fulano (2004, p. 21) “Aqui vai o texto idêntico do livro ao qual foi retirado. Ele deve ter, no mínimo, o espaço de três linhas”. Continue o parágrafo se desejar. 2 – Como Fazer Citação Direta Curta / Variação 2: Igual ao exemplo de cima, só que nesse caso o nome do autor, data e número da página vem no final da citação. Exemplo: “Aqui vai o texto idêntico do livro ao qual foi retirado. Ele deve ter, no mínimo, o espaço de três linhas”. (Fulano, 2004, p.21). 3 – Como Fazer Citação Direta Longa Citar o autor em minúscula, fora de parênteses e no início do parágrafo; Informar data e número da página; Essas informações citadas acima devem vir no parágrafo de cima, pois no debaixo virá o trecho idêntico ao do livro do qual foi retirado; O trecho virá sem aspas com no máximo 8 linhas; Recuo de 4 cm e tamanho 10 da fonte Arial. Exemplo: Fulano (2004, p.21) define o assunto (…) Aqui vai o trecho retirado do livro. Deve ser idêntico e ocupar no máximo 8 linhas. 4 – Como Fazer Citação Indireta O trecho será citado com as palavras do aluno, com base no conteúdo do autor; O nome do autor virá no início do parágrafo em minúscula, com a data da obra em parênteses; Exemplo: Segundo Fulano (2004), o processo de fala depende dos ensinamentos predispostos pela família…. 5- Citação de citação Ao elaborar o seu trabalho acadêmico, você pode fazer citação da citação, ou seja, citar o trecho de um autor “X” que se encontra na obra de um autor “Y”. Nesse caso, é preciso utilizar a expressão apud, que, por sua vez, tem o mesmo sentido de “citado por”. No exemplo abaixo não foi lida a obra do sociólogo húngaro, mas sim a de Sarmento, que citou o autor em seu texto. Exemplo: Nos anos 20, o sociólogo húngaro Manheim (apud SARMENTO, 2005, p.364) definiu geração como um “grupo de pessoas nascidas na mesma época, que viveu os mesmos acontecimentos sociais e partilha de uma mesma experiência histórica, sendo esta significativa para todo o grupo, o que gera a consciência de cada geração”. 6- Citações de vários trabalhos Na hora de elaborar o TCC, pode acontecer de autores diferentes defenderem um mesmo conceito. Nesse caso, é possível fazer a citação em ordem cronológica ou alfabética. Essa formatação deverá ser seguida em todo o trabalho. Exemplo: Rocha (1998); Trigo (2002); Goldstein (2003) e Badaró (2003). 7- Citações de vários autores Quando há de dois a três autores, a formatação pode ser assim: Silva e Santos (2011) Ou assim: Nonon … (SILVA e SANTOS, 2011) Mais de três autores é preciso utilizar a expressão et al. Veja: Silva et al. (2010) nonon … Nonon … (SILVA et al., 2010) Conclusão ou Considerações Finais Deve-se usar considerações finais para a pesquisa de natureza bibliográfica (revisão de literatura) e conclusão para a pesquisa de campo ou experimental. As considerações finais devem ser redigidas sem subdivisões. Devem contemplar: uma recapitulação sumarizadora dos capítulos; o relacionamento entre as principais informações apresentadas na revisão de literatura e os objetivos da pesquisa; sugestões ou recomendações de temas e aspectos que podem ser explorados em relação ao objeto estudado. A conclusão deve ser redigida sem subdivisões. Deve contemplar: uma recapitulação sumarizadora dos capítulos; as conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses; os desdobramentos relativos à importância, síntese, projeção, repercussão, encaminhamento e outros; Explicite se os objetivos foram alcançados, se as hipóteses foram confirmadas ou rejeitadas. Caso os assuntos abordados e os resultados obtidos não possibilitem um fechamento objetivo do trabalho, sugere-se que este item seja substituído por considerações finais. Conclusão A conclusão é a seção em que você fecha seu trabalho. Geralmente ela inclui os seguintes itens: breve resumo dos resultados do seu estudo, atentando para as perguntas de pesquisa e/ou hipóteses levantadas na introdução; reflexão a respeito de como o estudo contribui para a sua área de pesquisa; discussão sobre a importância do estudo e de suas implicações práticas (se houver); apresentação de limitações do estudo e sugestões para pesquisas futuras. A conclusão geralmente é curta, podendo variar entre algumas páginas (em dissertações, teses, monografias e trabalhos de conclusão de curso) a um ou dois parágrafos (em artigos de periódicos). É sempre bom ver como autores de sua área concluem seus textos e tentar seguir seus estilos de conclusão como possíveis modelos. Referências Bibliográficas 1. Dicionário – Exemplo: GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri (Org.). Dicionário técnico jurídico. 8.ed. São Paulo: Rideel, 2006. 554 p. ISBN 85-339-0662-5. 2. Folheto – Exemplo: BRASIL. Superior Tribunal Militar. Regulamento da ordem do mérito judiciário militar: aprovado na 79ª sessão extraordinária do Conselho da Ordem em 07 de agosto de 1991. Brasília, DF, 1991. 34 p. 3. Livro, Manual, etc. – Exemplos: BRASIL. Ministério Público Federal. Procuradoria-Geral da República. Bibliografia dos membros do Ministério Público Federal. Brasília, 2005. 493 p. NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal militar comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. 510 p. ISBN 978-85-203-4759-1. VIEIRA, Diógenes Gomes. Manual prático do militar: direito militar, penal, administrativo, constitucional, previdenciário e processual: (destinado a militares, estudantes e advogados). Natal, RN: D&F Jurídica, 2009. 529 p. ISBN 978-85-62862- 00-7. 4. Livro publicado em volumes – Exemplos: ASSIS, Jorge César de. Código de processo penal militar anotado: 1° volume (artigos 1º a 169). 3.ed. Curitiba: Juruá, 2010. v. 1. ISBN 978-85-362-2954-6. ASSIS, Jorge César de. Código de processo penal militar anotado: 2° volume (artigos 170 a 383). Curitiba: Juruá, 2008. v. 2. ISBN 978-85-362-2033-8. 5. Tese, Dissertação e Trabalho de Conclusão de Curso – Exemplos: BRAVO, Otávio Augusto de Castro. O caso Pinochet e o direito internacional penal. 2002-2003. 267 f. Dissertação (Mestrado em Direito Internacional)-Faculdade de Direito, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002-2003. GORRILHAS, Luciano Moreira. A importância da inteligência no âmbito do Ministério Público Militar. 2009. 51 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização)-Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais em parceria com o Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, 2009. 6. Capítulo de livro – Exemplos: LOBÃO, Célio. Crime militar. In:______. Comentários ao código penal militar: parte geral. Rio de Janeiro: Forense, 2011. v. 1. ISBN 978-85-309-3952-6. NEVES, Cícero Robson Coimbra. Crimes militares contra a administração militar como antecedentes ao delito de lavagem de dinheiro. In: RAMOS, Dircêo Torrecillas; ROTH, Ronaldo João; COSTA, Ilton Garcia da (Coord.). Direito militar: doutrina e aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 551-571 p. 7. Livro online – Exemplo: BRASIL. Superior Tribunal Militar. Cartilha institucional da Justiça Militar da União (JMU). Brasília, 2013. 37 p., il. color. Disponível em: < www.stm.jus.br/documentos/cartilha_institucional_jmu.pdf >. Acesso em: 4 jun. 2014. 8. Capítulo de livro online – Exemplo: IMPORTÂNCIA das contratações de TI na Administração Pública Federal. In: CRUZ, Cláudio Silva da; ANDRADE, Edméia Leonor Pereira de; FIGUEIREDO, Rejane Maria da Costa. Processo de contratação de serviços de tecnologia da informação para organizações públicas. [Brasília]: MCT/Secretaria de Política de Informática, 2011. 16- 18 p. Disponível em: < http://www.mct.gov.br/upd_blob/0216/216919.pdf >. Acesso em: 4 jun. 2014 Anexos O anexo pode ser um texto que tenha sido escrito por outra pessoa e que o autor ache importante acrescentar ao seu trabalho, para que sirva como ilustração ou como complemento. Pode ser, por exemplo, uma cópia do material utilizado em uma pesquisa realizada. Enfim, todo e qualquer material que agregue valor ao material que está sendo produzido. Pelas normas da ABNT, o anexo deve vir na parte pós-textual, ou seja, ao final do texto ou ao final do trabalho, juntamente com o apêndice e com o glossário. Como deve ser identificado os anexos? Os anexos devem ser identificados por letras maiúsculas, localizadas na região central da página, sempre acompanhados pela palavra ANEXO e com as letras do alfabeto colocadas de forma subsequente, por exemplo, se você possui 3 anexos, eles devem ser identificados por: ANEXO A, ANEXO B e ANEXO C. Além disso, os anexos devem sempre estar em folhas separadas. Não importa se o anexo possui apenas 1 parágrafo ou meia página. Se houver mais de um anexo, cada um deve ocupar uma página individual para facilitar sua localização. Os anexos, bem como todos os componentes da parte pós-textual, devem ter suas páginas enumeradas seguindo a ordem do trabalho realizado. Eles também devem constar no sumário, identificados como estão na página, isto é, identificados como ANEXO A, ANEXO B, etc., seguidos de suas respectivas páginas. Por isso a importância de que cada anexo esteja em uma página individual. Apêndices O apêndice, assim como o anexo, é um elemento opcional, isto é, que pode ser adicionado ou não ao trabalho. Mas ao contrário do anexo, o apêndice é um texto ou documento elaborado pelo próprio autor do trabalho, a fim de complementar a sua argumentação. Como utilizar o apêndice na ABNT Pelas normas da ABNT, o apêndice deve vir na parte pós-textual, ou seja, ao final do texto ou ao final do trabalho, juntamente com o anexo e com o glossário Os apêndices devem ser identificados por letras maiúsculas, localizadas na região central da página, sempre acompanhados pela palavra APÊNDICE e com as letras do alfabeto colocadas de forma subsequente, por exemplo, se você possui 3 apêndices, eles devem ser identificados por: APÊNDICE A, APÊNDICE B e APÊNDICE C. Os apêndices, bem como todos os componentes da parte pós-textual, devem ter suas páginas enumeradas seguindo a ordem do trabalho realizado. Eles também devem constar no sumário, identificados como estão na página, isto é, identificados como APÊNDICE A, APÊNDICE B, etc., seguidos de suas respectivas páginas. Por isso é importante que cada apêndice esteja em uma página individual. Além de identificar o apêndice com letras maiúsculas do alfabeto colocadas de forma subsequente, é possível também escrever o nome do documento, por exemplo: APÊNDICE A – Exemplo de apêndice. Neste caso, o nome do documento não precisa estar em caixa alta. Referências
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