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1 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Origem e Evolução da Indústria Durante toda a história até meados do século XVIII, as empresas se desenvolveram com impressionante lentidão. A partir de 1776 com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819), e sua consequente aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho, que veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política social que, em um período de aproximadamente um século, foram maiores que as mudanças ocorridas anteriormente. É o período da chamada Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e se alastrou por todo o mundo civilizado da época. A Revolução Industrial provocou a substituição do precário artesanato das oficinas e da industrialização, preparando caminho para o aparecimento das modernas empresas e dos desafios da sua administração. Influência da Revolução Industrial A Revolução Industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas: • 1780 a 1860: 1ª revolução industrial ou revolução do carvão e do ferro; • 1860 a 1914: 2ª revolução industrial ou revolução do aço e da eletricidade. Embora tenha se iniciado a partir de 1780, a revolução industrial não adquiriu todo o seu ímpeto antes do século XIX. Surgiu como uma bola de neve em aceleração crescente. A 1ª Revolução Industrial pode ser dividida em quatro fases: 1ª fase: Mecanização da indústria e da agricultura – no final do século XVIII, com o aparecimento da máquina de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do descaroçador de algodão, que vieram para substituir otrabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal ou ainda da roda de água. 2ª fase: Aplicação da força motriz à indústria – com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam- se as grandes transformações nas oficinas, que se converteram em fábricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura. 3ª fase: Desenvolvimento do sistema fabril – o artesão e sua pequena oficina patronal desapareceram para dar lugar ao operário, às fábricas e às usinas, baseadas na divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento das populações urbanas. 4ª fase: Grande aceleração dos transportes e das comunicações – a navegação a vapor surgiu nos Estados Unidos e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829). Esse novo meio de transporte propagou-se vertiginosamente. Outros meios de comunicação foram aparecendo com uma rapidez surpreendente: o telégrafo elétrico (1835), o selo postal na Inglaterra (1840) e o telefone (1876). Já se esboçam os primeiros sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade gradativamente maior. Com todos esses aspectos, define-se cada vez mais um considerável controle capitalista sobre quase todos os ramos da atividade econômica. A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em uma nova fase, profundamente diferente da primeira. É a chamada 2ª Revolução Industrial, provocada por três acontecimentos importantes: • Desenvolvimento do novo processo de fabricação do aço (1856); • Aperfeiçoamento do dínamo (1873); 2 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano • Invenção do motor de combustão interna (1873). A 2ª Revolução Industrial apresenta as seguintes características: • Substituição do vapor pelo aço; • Substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados do petróleo como principais fontes de energia; • Desenvolvimento de maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho; • Transformações radicais nos transportes e nas comunicações; • Crescente domínio da indústria pela ciência; • Desenvolvimento de novas formas de organização capitalista • Expansão da industrialização até Europa Central e Oriental e até o Extremo Oriente. Do artesanato, em que operários eram organizados por estatutos e corporações de ofício, onde todos se conheciam, passou o homem rapidamente para o regime da produção feita através de máquinas, dentro de grandes fábricas. Não houve uma gradativa adaptação entre as duas situações sociais. Houve, isto sim, uma súbita modificação de situação, provocada por dois aspectos, a saber: • Transferência da habilidade do artesão para a máquina, que passou a produzir com maior rapidez, quantidade, qualidade e menor custo. • Substituição da força animal ou do músculo humano pela maior potência da máquina a vapor e posteriormente pelo motor. O uso capitalista das máquinas leva a uma direção autoritária, à regulamentação administrativa sobre o operário, tendo em vista a extorsão de mais-valia pelos membros do quadro administrativo, executivos, diretores, supervisores, capatazes. Os patrões conseguem passar por simples regulamentação social que na realidade é o seu código autoritário. Direção autoritária é o objetivo capitalista que, pela chamada racionalização do trabalho e controle do comportamento do operário, define as garantias da cooperação. Para obter cooperação da indústria, as funções diretivas transformam-se em normas de controle, em normas de repressão. Para a Teoria Geral da Administração, a principal consequência disso tudo é que a organização e a empresa moderna, nasceram com a Revolução Industrial, graças a uma série de fatores, dentre os quais podemos destacar: • A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; • O avanço tecnológico, graças as aplicações dos progressos científicos à produção, com a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme ampliação de mercados. • A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção. Influência dos economistas e dos empreendedores Os economistas liberais (Adam Smith, James Mill, David Ricardo e outros) deram um razoável suporte para o aparecimento de alguns princípios da Administração que teriam enorme aceitação posteriormente. As ideias de Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do sindicalismo. A influência dos pioneiros e empreendedores foi fundamental para a criação das condições básicas para o surgimento da Teoria Administrativa. Teoria – conjunto de proposições gerais ligadas de forma lógica e ordenadas, visando explicar uma zona da realidade mediante a formulação de leis que a regem. Qual a importância de nutricionistas entender as teorias da administração? Como esse conhecimento poderia contribuir em nossa prática profissional? 3 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano • Interior dessas teorias está implícito um valor da natureza humana. • As ações dos nutricionistas sempre mediadas pelas formulações da administração, que podem afastar ou aproximar o profissional do seu objeto de trabalho. • Utilizar a administração para gerenciar atividades como: preparo de alimentos, controle higiênico-sanitário, relação com a equipe, controle do material, educação e avaliação. • O nutricionista pode e deve ser um agente de mudança e inovação. É necessário adquirir habilidades para fazer diagnósticos organizacionais e propor soluções para situações problemáticas e complexas para consolidar a nossa prática profissional. Os trabalhos pioneirosa respeito da Administração começaram a se desenvolver na América do Norte a partir dos livros de Frederick W. Taylor, Administração de Oficinas, em 1903 e Princípios da Administração Científica, em 1911. Na França, cabe assinalar a obra de Henri Fayol, Administração Industrial Geral, publicada em 1916, na qual predominava a atenção para as funções administrativas. A chamada Escola das Relações Humanas é uma reação à orientação da administração e sua concepção do ator social como homo economicus, a qual não considerava a realidade da organização informal. A publicação do livro Problemas Humanos de uma Civilização Industrial, de Elton Mayo, resultado das experiências de Hawthorne, chamou a atenção para os fatores sociais da empresa-organização e alertou que o rendimento não depende apenas de variáveis físicas, ou de uma especialização e controle de tarefas. A realidade do grupo ou de sua estrutura (organização informal) deve ser levada em conta para se obter maior eficácia. A Teoria dos Sistemas compreende a empresa como um todo organizado ou complexo; uma combinação de elementos ou partes que interagem e exercem influência entre si, considerando um ponto de vista holístico. O foco desta teoria é a interação da organização com o ambiente. A Teoria das Contingências propõe que variações nos fatores contingentes – tecnologia, situação mercadológica, diversidade e tamanho – conduzem a variações na estrutura organizacional. A estrutura e a dinâmica da empresa são, entre outros, meios para se obter a máxima eficácia da tecnologia adotada. Assim, “não existe uma única maneira certa de montar a estrutura organizacional; existem sempre várias alternativas, e a melhor depende de cada caso”. Administradores e organizações são resultados de seus tempos históricos e sociais. Assim, pode-se entender a evolução das Teorias da Administração em como as pessoas compreendiam o assunto em cada momento da história. Significados e abrangência da Teoria Geral da Administração (Segundo Oliveira, 2012). Teoria – conjunto de princípios e conhecimentos fundamentais e especulativos, mas racionais, de uma ciência – ou arte - gerando opiniões sistematizadas a respeito do assunto considerado. Geral – é o amplamente disseminado e comum à maior parte dos envolvidos no assunto, abrangendo um todo que pode ser melhor compreendido. Administração – é o sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto de princípios, processos e funções para alavancar, harmoniosamente, o processo de planejamento de situações futuras desejadas e seu posterior controle e avaliação de eficiência, eficácia e efetividade, bem como a organização – estruturação – e a direção dos recursos das organizações para os resultados esperados, com a minimização dos conflitos interpessoais. Teoria Geral da Administração (TGA) – é o conjunto de princípios e conhecimentos disseminados e comuns à prática administrativa quanto às atividades de planejamento, organização – estruturação - direção, avaliação e de melhor interação entre os profissionais 4 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano envolvidos, proporcionando otimização dos resultados das organizações. Escola da Administração – é a consolidação da concepção técnica e de conhecimentos inerentes a um conjunto de assuntos administrativos homogêneos, decorrentes da influência de uma ou mais teorias da administração. Existe uma interatividade entre a Teoria Geral da Administração e as escolas da administração que proporcionam sustentação para a TGA e, consequentemente, se consolida um processo gradativo, evolutivo e acumulativo. A administração é considerada uma tecnologia ou conhecimento em constante e sustentada evolução. Organização - é a instituição legalmente constituída, com a finalidade de oferecer produtos e/ou serviços para outras organizações e/ou para os consumidores do mercado em geral. Abrange as empresas lucrativas em geral, as ONG, as fundações, autarquias, as sociedades de economia mista, as cooperativas, as universidades, os hospitais, os bancos, as creches, as associações de classe, os sindicatos. Apresentam características administrativas específicas, mas os conceitos, metodologias e as técnicas administrativas, no geral, são os mesmos. Desenvolvimento Organizacional – envolve o estudo e prática da mudança (deliberada) nas organizações. Por Mudança Organizacional entende-se o conjunto de alterações na situação ou no ambiente (técnico, social e cultural) de uma organização. Ou seja em seus métodos, produtos, estrutura e ambiente de trabalho. De maneira que tais ações de mudança devem abranger tanto os aspectos formais com informais da organização, visando alterações estruturais e comportamentais. Administrador – todo e qualquer profissional que tenha estudado administração, formado ou não em cursos de administração. Responsabilidades: • Obter os resultados esperados por meio de atuação das pessoas; • Estabelecer prioridades (conhecer os resultados, sistema de informações, orientação do caminho, uso adequado da metodologia e técnicas, mecanismos de avaliação da tomada de decisão e capacitação e habilidade do administrador); • Interligar as atividades exercidas pelas organizações; • Ter bom senso e se possível, obter consenso; • Saber fazer acontecer. Perfil do Administrador • Formação humanística; • Visão global para identificar, compreender e agir em diversas situações; • Capacitação e habilidade para atuar de forma ativa na evolução e desenvolvimento das organizações; • Conhecimento dos conceitos, metodologias e técnicas administrativas diretamente correlacionadas à sua amplitude e área de atuação; • Busca da otimização dos resultados; • Percepção, entendimento, absorção e aplicação dos valores e dos princípios éticos e morais da organização. Recursos das Organizações: • Recursos Humanos • Recursos Financeiros • Recursos Informacionais • Recursos Tecnológicos • Recursos materiais • Recursos Administrativos Abordagens da Administração • Ciência – conhecimentos pela leitura, observação, metodologias e técnicas para a prática profissional; 5 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano • Arte – capacidade sustentada pelo conhecimento os conceitos, metodologias e técnicas de aplicar nas organizações; • Profissão – exercício das atividades visando satisfação e realização pessoal e profissional. Premissas da administração • Sustentação da Organização: Sustentar a constituição e a continuidade das organizações; • Aplicação da Administração: Equilíbrio da teoria e prática administrativa; • Qualidade da administração: estilo de atuação e nível de conhecimento dos executivos e funcionários. • Correta aplicação da administração: uso de modernas metodologias. Funções da administração Planejamento Função inicial do processo administrativo nas organizações. Orienta as atividades subsequentes da realidade administrativa das organizações. É a metodologia administrativa que permite diagnosticar e analisar situações atuais, de estabelecer resultados – objetivos e metas – a serem alcançados pelas organizações e delinear ações – estratégias – para alcançar esses resultados, bem como estabelecer leis e normas – políticas – que servem de sustentação a esse procedimento administrativo. Organização Metodologia administrativa que orienta a capacidade de ordenação, estruturação e apresentação de um sistema, projeta de um trabalho e dos recursos abortados, visando alcançar os resultados estabelecidos no planejamento. Direção Capacidade ehabilidade administrativa de supervisionar e orientar os recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, equipamentos – alocados nas atividades das organizações, visando otimizar o processo decisório direcionado ao alcance dos resultados estabelecidos no planejamento. Esta correlacionada àquele algo mais da atuação dos administradores nas organizações. Identificar “quem é quem” na organização. Controle Metodologia administrativa que, mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar com informações os tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho, para assegurar que os resultados estabelecidos pelo planejamento sejam alcançados. Níveis da Administração 1. Nível Estratégico – que consolida a interação entre os aspectos internos ou controláveis e os aspectos externos ou não controláveis das organizações. 2. Nível Tático – é o que trabalha com determinada área de resultado e não com toda a organização. Contribui para o desenvolvimento de metodologias e técnicas administrativas; isto porque o nível tático está no meio de campo entre os níveis estratégico e operacional. 3. Nível operacional – formaliza, através de documentos escritos, os processos administrativos estabelecidos para o desenvolvimento das organizações. Fatores de influência da administração 1. Eficiência – otimização dos recursos humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, equipamentos, para obtenção dos resultados esperados pelas organizações. • Fazer as coisas da maneira adequada; • Resolver os problemas que aparecem; • Salvaguardar os recursos aplicados; • Cumprir os deveres e as responsabilidades estabelecidas e; • Reduzir custos. É uma medida individual dos componentes da empresa. 2. Eficácia – Contribuição dos resultados obtidos para o alcance dos objetivos 6 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano estabelecidos pelas organizações em seus processos de planejamento. • Fazer as coisas certas, ou seja, fazer o que é preciso ser feito; • Produzir alternativas criativas para as várias situações; • Maximizar a utilização dos recursos; • Obter resultados esperados e estabelecidos no planejamento; • Aumentar o lucro da organização. É uma medida do rendimento global da organização. 3. Efetividade – é a relação equilibrada e otimizada entre os resultados alcançados e os objetivos propostos ao longo do tempo pelas organizações. • Manter-se no mercado ao longo do tempo; • Apresentar resultados globais positivos permanentemente. Representa a capacidade de a organização coordenar, constantemente, no tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos resultados globais e a manutenção da organização de uma forma permanente. É uma medida do nível de sustentação global da organização. Essências da Administração • Capacitação administrativa – competência sustentada de obter, deter e aplicar, de forma otimizada, um conjunto de conhecimentos e de metodologias e técnicas administrativas que se aplicam a uma área de atuação da organização. • Habilidade administrativa – processo de visualizar, compreender e estruturar as partes e o todo dos assuntos administrativos das organizações, consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os recursos disponíveis. • Papel administrativo – forma como as pessoas devem trabalhar e se relacionar entre si, bem como perante os públicos externos – clientes, fornecedores, governo etc., tendo como base os valores e os princípios éticos e morais da organização. • Inteligência administrativa – conjunto de processos analíticos que transformam dados e informações em conhecimentos administrativos relevantes, precisos e úteis na compreensão do ambiente competitivo em que as organizações atuam. EMPREENDEDORISMO Como transformar ideias em negócios??? Mortalidade das empresas • Altas taxas de mortalidade das empresas e a preocupação com a durabilidade das mesmas traz uma importância maior ao empreendedorismo no Brasil. • Taxa de Mortalidade das pequenas empresas em 2011 (Sebrae) foi de 26,9% para os dois primeiros anos de vida. • Os dois primeiros anos são os mais críticos para os empreendedores, já que é o momento de conquistar clientes e se consolidar como opção no mercado. • A região sudeste tem o índice mais alto de sobrevivência, 76,4%. “Quanto mais alta a escolaridade do empreendedor, mais chances ele tem no mercado”. Razões para criar o seu próprio negócio Alto índice de desemprego com recessão da economia as empresas grandes demitem; Ex-empregados usam suas verbas indenizatórias em seu próprio negócio. Alguns ficam na economia informal pela falta de créditos, excesso de impostos e pelas ainda altas taxas de juros. Herdam empresas dos pais; Dão continuidade a empresas já criadas; Querem extravasar sua criatividade; Não quer ser comandado; Não quer receber baixos salários; O mercado não é propício. 7 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Chave do Sucesso No Planejamento, no acompanhamento diário do negócio, nas oportunidades de cada momento e, principalmente, na inovação. Revolução do Empreendedorismo O Empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX” Jeffry Timmons,1990 Início do século - Racionalização do trabalho Década de 1930 – Movimento das relações humanas Década de 40 e 50 – Funcionalismo estrutural Década de 60 – Movimento dos sistemas abertos Década de 1970 – Movimento das contingências ambientais Mundo atual – mundo globalizado e competitivo onde as ideias inovadoras serão a chave da sobrevivência. Era do Empreendedorismo São os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. Mudança de perfil dos jovens que queriam um emprego fixo numa multinacional ou em emprego; hoje querem o seu próprio negócio, ousar e dar voos mais altos e diferentes. Educação Empreendedora Programas de Incubação de empresas e parques tecnológicos; Desenvolvimento de currículos integrados; Incentivos governamentais para criação empresas; Agências de suporte; Desburocratização para pequenas empresas; Instrumentos para fortalecer o reconhecimento da propriedade intelectual. Empreendedorismo no Brasil 1990 – Sebrae (pequenas empresas) Softex – incubadoras de cursos de informática Programa Brasil Empreendedor – Governo Federal Empretec e Jovem empreendedor do Sebrae Empreendedorismo Envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. A perfeita implementação leva a criação de negócios de sucesso. 8 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Algumas características da atividade empreendedora com foco no indivíduo foram propostas pela economista Edith Penrose em sua obra dedicada ao crescimento das organizações, e são elas: Versatilidade Engenhosidade no levantamento de fundos Capacidade de julgamento Ambição por empreender Já o pesquisador das organizações Danny Miller, propôs uma abordagem de mais alto nível tratando a atividade empreendera como uma função composta das seguintesvariáveis: Inovação Tomada de Risco Proatividade Lançando um olhar para o nível das decisões empreendedoras em relação a mercados e/ou produtos, uma ferramenta muito utilizada não só para a avaliação de novas empresas ou negócios, mas também para a renovação dos portfólios de organizações que já existem é a Matriz de Ansoff, abaixo: Empreendedor ou Entrepreneur Origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. Destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. Características do Empreendedor São visionários; Sabem tomar decisões; São indivíduos que fazem a diferença; Sabem explorar o máximo as oportunidades; São determinados e dinâmicos; São dedicados. São otimistas e apaixonados pelo que fazem; São independentes e constroem o próprio destino; Ficam ricos; 9 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano São líderes e formadores de equipes; São bem relacionados; São organizados; Planejam, planejam, planejam; Possuem conhecimento; Assumem riscos calculados; Criam valor para a sociedade Conhecimento o negócio em que atual (fator crucial para a manutenção das empresas) Tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. Utiliza recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive. Aceita assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Mito 1: Empreendedores são natos, nascem para o sucesso. A maioria nasce com certo nível de inteligência, mas o de sucesso acumulam habilidades relevantes, experiências e contatos com o passar dos anos. A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades se aprimora com o tempo. Mito 2: Empreendedores são jogadores que assumem riscos altíssimos. Tomam riscos calculados Evitam riscos desnecessários Compartilham o risco com outros Dividem o risco em partes menores Diferenciando ideias de oportunidades Mitos de que ideias são únicas Oportunidade geralmente é única Mais importante = como o empreendedor utiliza a ideia para transformar em um produto ou um serviço que faça a empresa crescer. Erros comuns do empreendedor: Ideia revolucionária e rara Produto único Não possui concorrente Ideias revolucionárias são raras Produto único não existe Concorrentes sempre existirão Atitude importante: Teste sua ideia ou conceito ou negócio junto a clientes em potencial; Com empreendedores mais experientes; Com amigos próximos. Ideia sozinha não vale, o que importa é saber... Saber desenvolvê-las Saber implementá-las Construir negócio de sucesso A paixão pela ideia pode cegar a visão analítica do negócio e levar a um erro. O que conta no empreendedorismo não é ter uma ideia revolucionária, mas sim o primeiro a identificar uma necessidade de mercado e saber como atendê-la antes que os outros façam. Por trás da ideia... Conhece o mercado onde está atuando Tem visão do negócio Ser pragmático no momento adequado, identificando suas deficiências, protegendo sua ideia e conhecendo sua concorrência. Ideia certa no momento certo Timing da ideia (momento em que a ideia foi gerada) Evolução do mercado 10 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano A Experiência no ramo como diferencial Criar negócios na área que você conhece Que já tenha experiência Que já trabalhou ou que tenha sócios que já trabalharam no ramo Não arrisque em negócios que não conheça a dinâmica de mercado ou só porque simpatiza ou ganhará muito dinheiro. Fontes de novas ideias Empreendedores estão sempre Atrás de novas Ideias de negócios e oportunidades de mercado. Atentos a tudo Curiosos, questionadores Será que é porque são criativos ou estão em busca de novas oportunidades? Novas ideias só surgem quando a mente da pessoa está aberta para que isto ocorra, ou seja, quando está preparada para experiências novas. TV, rádio, revistas, jornais, livros, internet, outras pessoas, a própria empresa, fornecedores, compradores, entidades de classe, governo, etc., Selecionar a informação relevante é o que realmente importa para identificar potenciais oportunidades. Identificando Oportunidades Oportunidades da web Modelos de negócios na web Modelos de negócios na web Intermediando negócios Aproxima compradores e vendedores: Business-to-business (empresas) Business-to-consumer (empresas e consumidores finais) Consumer-to-consumer (pessoas) Fonte de receita: cobrança de parte do valor das transações efetuadas. Portais verticais: Empresa cria ambiente que atrai compradores e vendedores de um segmento específico com conteúdo guia de produtos, notícias do segmento, produtos e fornecedores. Ex: leilão convencional e reverso. Compra coletiva: Unir compradores (PF ou PJ) aumentando volume e redução do custo. Receita do intermediador: parte do valor transacionado. Distribuidor: Criação e gerenciamento de catálogos de produtos de grandes fornecedores, disponibilizados aos revendedores. Facilidade e rapidez. Shopping virtual: Várias empresas que já realizam comércio na internet. Receita: tx da loja e quantia de manutenção caso a loja seja criada pelo shopping. Ex. Shopping UOL. Sites de comparação: Meta-sites – Ferramentas inteligentes especializadas em coletar e comparar preços de produtos e serviços. 11 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Ex: Buscapé / Bondfaro. Leilão: Automatiza leilão para vendedores (PF ou PJ) O site cobra uma taxa de sucesso do vendedor que varia com o preço do produto a ser leiloado. Pode cobrar para dar destaque a determinado produto. O produto tem um preço mínimo. Ex. Mercado Livre Leilão reverso: Comprador diz o que quer e quanto quer pagar pelo produto e o resto fica por conta do site. Receita: taxa fixa, pelo nº e-mails recebidos ou % sobre transações. Ex: Priceline e Wanted Classificados: Itens procurados e vendidos Ex. Lista on-line, Guia OESP. Sites de permuta: Compra sem dinheiro mas com troca de produtos. Normalmente pessoas físicas. Comercialização da propaganda Portais especializados que destacam propagandas em notícias especializadas. Grandes empresas de comunicação estão por trás. Ex: Google, UOL, Terra, Globo, Yahoo. Mercado Virtual Empresas puramente virtual Ex. Amazon, Submarino Brick-and-mortar (tijolo e cimento) Varejo com lojas que vendem virtualmente Ponto Frio, Casas Bahia, Ricardo Eletro, Americanas, etc. Empresarial - Empresas já existentes que comercializam também via web (e- commerce). Comunidades - Encontro de pessoas e realização de negócios. Avaliando a oportunidade Qual mercado ela atende? Qual o retorno econômico que ela proporcionará? Quais são as vantagens competitivas que ela trará ao negócio? Qual é a equipe que transformará oportunidade em negócio? Até que ponto o empreendedor está comprometido? Saber se a oportunidade é tentadora não é fácil. Envolve conhecimento no assunto ou ramo de atividade, mercado, diferenciais competitivos do produto/serviço para a empresa. Antes de fazer o plano de negócios, o empreendedor deve avaliar a oportunidade para não perder tempo e recursos. Análise do mercado Análise Econômica Vantagens competitivas Equipe gerencial Critériospermitem uma análise quantitativa do grau de oportunidade em relação ao mercado, questões de análise econômica, vantagem competitiva, habilidades e experiência das pessoas envolvidas com o negócio. Recomendações ao empreendedor Seed money (capital inicial) – uma das fases mais difícieis Fases da concepção da ideia e plano de negócios concluído – segurança da aplicação do capital Construir a empresa e fazê-la crescer (mais difícil) cumprindo as metas, gerando lucros, criando empregos, atendendo às necessidades dos clientes e recompensando o investidor conforme previsto. Cuidado com a paixão pelo negócio Reconhecer limitações e aprender com o erro Montar o time certo Profissionalização Empreendedor começa no chão de fábrica, mas depois precisa se desligar para a gestão do negócio Reconhecer quando o negócio não é mais lucrativo Tendências 12 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Internet com oportunidades de negócios para empresas de educação, treinamento, geração de conteúdo, websites, plataformas de comércio eletrônicos, meios de pagamento on-line, banco de dados, vídeos, som, etc. O Sucesso depende de você!!! PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Segundo Tavares (1991), Planejamento Estratégico é “...o processo de formulação de estratégias para aproveitar as oportunidades de neutralizar as ameaças ambientais utilizando os pontos fortes e eliminando os pontos fracos da organização para a consecução de sua missão. ” (p. 68). Alguns conceitos anteriores ajudam no sentido de formar de um entendimento mais amplo do campo de estratégia. São eles: Planejamento: “Conjunto previamente ordenado de ações com o fim de alcançar os objetivos, compreendendo a alocação de recursos humanos, materiais e financeiros, e procedimentos de avaliação” (TAVARES, 1991; p. 68). Estratégia: “Significa um padrão de objetivos e principais políticas para alcançá-los, expresso de maneira a definir em que negócio a empresa está ou deverá estar e o tipo de empresa que é ou deverá ser.” (ANDREWS, 1971). O Planejamento Estratégico é uma grande oportunidade para construir, rever ou desenvolver a leitura da realidade de uma organização, onde leitura deverá ser crítica, coerente, completa, inteira, sistemática e compreensível, devendo ainda gerar confiança, segurança e clareza ao papel que a empresa quer assumir no mercado. As empresas devem adotar o Planejamento Estratégico para implantar organização, direcionamento e controle; maximizar seus objetivos; minimizar suas deficiências e proporcionar a eficiência. Planejamento, conforme Lenzi (2009): 1. Estabelecimento de Metas Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que tem significado pessoal; Define Metas de Longo Prazo, claras e específicas; Estabelece metas de curto prazo, mesuráveis; 2. Busca de Informações Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes; Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. 3. Planejamento e monitoramento sistemáticos Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos; Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais; Mantém registros financeiros e os utiliza para tomar decisões. São etapas necessárias para se colocar em prática o Planejamento Estratégico (SEBRAE,2007): 1. Definir o negócio: dar um significado único para as suas atividades da empresa, a fim de evitar que ela seja percebida de maneira imprecisa; 13 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano 2. Definir a visão de futuro, com o propósito de criar a imagem da empresa em um estado futuro ambicioso e desejável, relacionado essa imagem com a máxima satisfação dos clientes; 3. Definir a missão. Missão tem como origem o vocábulo “mitere”, que significa, a que foi enviado. É a razão de ser da empresa; 4. Definir os valores ou princípios filosóficos que regem as ações e decisões da empresa, segundo os quais ela age. 5. Com base nas definições do negócio, visão, missão e princípios filosóficos da empresa, os seus Lideres, juntamente com sua equipe de colaboradores, realizarão uma análise do ambiente. 6. Inicialmente as equipes deverão avaliar os fatores internos do ambiente organizacional, segmentando‐os em pontos fortes e pontos fracos, avaliando, dentre outros aspectos: a estrutura organizacional; as práticas funcionais; os fluxos de Informações; a gestão financeira e o controle da gestão. 7. Considerando‐se que a empresa está inserida em um sistema mais amplo e é influenciada pelo entorno do qual faz parte, pois é afetada pelas transformações do entorno contribui também pelo processo de transformação deste entorno, após analisar o ambiente interno, a liderança e componentes da empresa, dentro de um processo de planejamento estratégico, deverá proceder à análise do seu ambiente externo, observando o seu macro‐entorno, constituído dos aspectos econômicos, sociais, políticos, legais, ecológicos, tecnológicos e culturais, bem como, o entorno da empresa, que são aspectos externos que influenciam o seu comportamento, composto por clientes, competidores e fornecedores. 8. Na análise do ambiente externo avaliam-se as ameaças e oportunidades. 9. Feitas as análises do ambiente interno e ambiente externo, devem‐se estabelecer estratégias de longo prazo: conjunto de ações que se pretende desenvolver num horizonte temporal acima de 02 anos; Planos de curto prazo: conjunto de ações que se pretende desenvolver num horizonte temporal de 01 a 02 anos; e as Metas: quantificação das ações dos planos para o cumprimento da missão da empresa. 10. Concluído o planejamento estratégico, resta monitorá‐lo sistematicamente para que as empresas não voltem a ser levadas ao cotidiano caracterizado pela urgência e pela realização de atividades que não dão sentido à sua existência e que ainda ameacem a sua permanência em um mercado altamente competitivo. Planejamento Estratégico (BALCHIUNAS, 2014) consiste na formulação / adoção de um método que torna possível uma determinada empresa obter vantagem competitiva para superar seus concorrentes. Para obter vantagem competitiva, uma empresa precisa buscar um fator diferencial que leve o cliente a preferir seu serviço em detrimento da concorrência. De fato, o administrador que não exerce a sua função de planejador acaba por concentrar-se excessivamente no operacional, atuando principalmente como um bombeiro que vive apagando incêndios, mas que não consegue enxergar onde está a causa deles. Conforme Tavares (1991), as principais funções do planejamento estratégico são: Proporcionar maior interação entre a organização e seu meio ambiente. Determinar instâncias e dar coerência ao processo decisório. Definir a direção, os objetivos e as linhas de ação mais oportunos e adequados. Viabilizar o desenvolvimento de modelos organizacionais mais adequados à demandas ambientais. Coordenar e otimizar a alocação de recursos. 14 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Estabelecer mecanismos de avaliação e controle voltados para a eficácia e eficiência da organização. Um passo importante do processo de planejamento é a definição dos objetivos da organização, que nortearão todo o desenvolvimento das estratégias. Todavia, é necessário que os objetivos sejam bem formulados. Para tanto, diz-se queeles devem ser “SMART”: Specific (Específico) Measurable (Mensurável) Attainable (Alcançavel) Realistic (Realista) Time Bound (Tempo Definido) Específico: devem ser claros, concisos e fáceis de entender (não devem ser generalistas) Mensurável: devem ser passíveis de avaliação através da definição de parâmetros (métricas) Alcançável: devem ser definidos de acordo com o momento da empresa e recursos disponíveis (metas) Realista: devem ser tangíveis e capazes de ser realizados Tempo: devem ser estabelecidos dentro de um limite temporal definido Stakeholders Conforme Chiavenato & Sapiro (2004), stakeholders são “...os públicos que têm algum interesse na empresa, ou seja, pessoas ou organizações que participam direta ou indiretamente do negócio. Assim, contribuem de alguma forma para o negócio e esperam retornos dessa contribuição. ” (p. 54). Ou seja, são todos os públicos que têm algum interesse na ou para a organização, de maneira que também faz parte do processo de planejamento estratégico levar esses grupos em consideração, principalmente quando da definição dos objetivos organizacionais. Nesse sentido, o conceito de Intenção Estratégica proposto por Chiavenato & Sapiro (2004) deve ser observado. Segundo estes autores, algumas perguntas ajudam a nortear a organização: Qual é o negócio da organização e como ele será no futuro? Quais são os clientes e o que eles consideram valioso na organização? Quais serão os resultados da organização? A quem interessa chegar nesses resultados? Missão A declaração de Missão de uma organização: Traduz as responsabilidades e pretensões da organização Define o “negócio”, delimitando seu ambiente de atuação Representa sua razão de ser e o seu papel na sociedade E seus principais aspectos são: Qual a razão de ser da organização Qual é o papel da organização Qual é a natureza do negócio da organização Quais os tipos de atividades que a organização deve concentrar seus esforços Uma declaração de Missão bem preparada, normalmente, apresenta indicativos das seguintes variáveis: Produto ou serviço Mercado Tecnologia Objetivos Filosofia Autoconceito Imagem Pública 15 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Visão A Visão de negócios de uma organização deve: Esclarecer a direção dos negócios Descrever uma condição futura Motivar os interessados e envolvidos a tomar as decisões necessárias Oferecer foco Inspirar as pessoas a trabalhar em uma direção única Algumas premissas devem ser consideradas, tais como: Aderência aos fatos reais (deve ser factível) Equilíbrio para todos os stakeholders Descrição concisa, porém, poderosa (foco) Valores Segundo Chiavenato & Sapiro (2004), “É o conjunto de conceitos, filosofias e crenças gerais que a organização respeita e emprega e está acima das práticas cotidianas, na busca de ganhos de curto prazo.” (p. 69) Os valores incidem nas convicções que fundamentam as escolhas por um modo de conduta tanto de um indivíduo quanto em uma organização. Richard Barrett, ex-diretor do Banco Mundial, declara que em uma organização os valores “dizem” e os comportamentos “fazem”. Assim sendo, os valores organizacionais podem ser definidos como princípios que guiam a vida da organização, tendo um papel tanto de atender seus objetivos quanto de atender às necessidades de todos aqueles a sua volta. Avaliação Externa Ameaças e Oportunidades no Ambiente Avaliação Interna Forças e Fraquezas da Organização Criação da Estratégia Fatores Críticos de Sucesso Competências Distintivas Avaliação e Escolha da Estratégia Implementação da Estratégia Responsabilidade Social Princípios e Valores 16 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano 1. AVALIAÇÃO EXTERNA O diagnóstico externo deve identificar oportunidades, problemas ou ameaças imediatas que exijam alguma resposta da organização; e localizar de futuras oportunidades, problemas ou ameaças que ainda não foram percebidas pela empresa (ou concorrentes). Alguns aspectos para análise do ambiente externo em alimentação merecem destaque: Socioculturais: preferências, hábitos alimentares, cultura, nível educacional, estilo de vida, distribuição etária e geográfica da população-alvo da empresa; Legais: impostos, taxas aplicáveis ao setor; Políticos/governamentais: expansão da classe C; Econômicos: juros, câmbio, renda, nível de emprego, inflação, preços; Tecnológicos: pesquisa e desenvolvimento de produtos da área, avanços tecnológicos e custos envolvidos. Todos os dados mapeados precisam ser tratados de maneira que se transformem em informações relevantes para a tomada de decisão em relação ao planejamento estratégico. O processo como um todo constitui- se das seguintes fases: Rastreamento: identificação de sinais e tendências Monitoramento: análise e avaliação de indicadores monitorados Previsão: projeção dos desdobramentos a partir da etapa anterior Avaliação: determinação dos impactos e tendências para o planejamento estratégico Um dos modelos mais comumente usados para esse tipo de avaliação é o das 5 Forças, desenvolvido por Porter (1986). De acordo com esse modelo, toda organização enfrenta cinco forças competitivas provenientes do ambiente: os concorrentes, os entrantes potenciais, os substitutos, os clientes e os fornecedores. 2. AVALIAÇÃO INTERNA O diagnóstico interno da organização está intimamente relacionado a identificação das Competências Essenciais da organização, que, segundo Chiavenato & Sapiro (2004) “É o conjunto de habilidades e tecnologias aplicadas de maneira, integrada e convergente. ” (p. 127). Ou seja, tratam-se de forças invisíveis das organizações geradas pelo seu conjunto de recursos disponíveis. De maneira que nunca está embasada no indivíduo, mas sim no conjunto. Tais competências geram os seguintes impactos: Valor Percebido: oferecimento de benefícios fundamentais para os clientes Diferenciação dos Concorrentes: habilidades e recursos únicos Capacidade de Expansão: abrem portas para novos segmentos Uma forma de se mapear a organização é através da utilização do Modelo dos 7S desenvolvido pela consultoria McKinsey: 17 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano Estrutura: como as pessoas e as tarefas estão organizadas. Políticas e procedimentos. Sistemas: processos e fluxos de informação que ligam organização. Estilo: como os gerentes atuam. Equipe: sucessão, treinamento e RH. Habilidades: atributos ou potencialidades dominantes – que habilidades os empregados têm para realizar a estratégia. Valores: dá forma à destinação da organização. Estratégia: maneira em que se deriva, articula, comunica-se e implementa-se a visão e direção. O entendimento do que, realmente, são os aspectos que diferenciam competitivamente a empresa está intimamente ligado ao conceito de Competências Essenciais: “É o conjunto de habilidades e tecnologias aplicadas de maneira, integrada e convergente. ” (CHIAVENATO & SAPIRO, 2004; p. 127). Ou seja, são forças invisíveis da organização que nunca estão embasadas apenas no indivíduo, mas sempre no conjunto da empresa e que impactam diretamente na demanda dos diferentes stakeholders. Seu poder para gerar vantagem competitiva para a organização advém das suas características: Valiosas: neutralizam ameaças e exploram oportunidades – geram valor Raras: nenhum oupoucos concorrentes possuem Difíceis de Imitar: outras empresas não conseguem desenvolver com facilidade ou rapidez Insubstituíveis: não possuem equivalentes ou não podem ser facilmente substituídas Quando do diagnóstico interno, tipicamente são consideradas as seguintes atividades: Logística Interna (gerência dos insumos) Operações (produção) Logística Externa (distribuição) Marketing e Vendas (comercialização) Serviço (valorização do produto) Aquisição (função de compra dos insumos) Tecnologia (know how, procedimentos ou tecnologia) Recursos Humanos (recrutamento, seleção, treinamento e compensação) Infraestrutura (gerência geral, planejamento, finanças, jurídico e qualidade De forma que uma análise das competências internas no ramo de alimentação deve conter: Identificação dos pontos fortes que deverão ser realçados pela administração, eventualmente usados como vantagem competitiva, e os possíveis pontos fracos que precisarão ser minimizados durante a gestão por meio do planejamento estratégico da organização; Competências do Serviço oferecido: ritmo para atender a demanda; ver a empresa como um todo; conhecer o mercado e a concorrência; gerenciar custos; Competências da entrada do cliente: vender; negociar; gerenciar riscos; filiais; faturamento; taxa de ocupação; Competências da gestão de pessoas: Liderança; comunicação com a equipe; capacidade de delegar; chefe educador; compartilhar missão e valores organizacionais. Competências do serviço percebido: Ouvir; comunicação com os clientes; resolução criativa de problemas; tomada de decisão; gerir resultado financeiro. 18 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano 3. FORMULAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS Um primeiro passo importante quando é chegado o momento de formular as estratégias, é posicionar a organização em relação a uma das estratégias genéricas propostas por Porter (1989). Tal procedimento visa definir o racional estratégico da organização para obtenção de vantagem competitiva, que, resumidamente, é a forma como a empresa compete no mercado. Pois, segundo Porter (1989), ser tudo para todos leva à mediocridade estratégica. As estratégias genéricas e suas principais características são: Liderança global em custos: Ganhos de escala e curva de experiência (custos decrescentes) Busca minimização de custos Foco em controle Geralmente, significa altas parcelas de mercado Importância dos preços das matérias primas Pode exigir investimentos iniciais pesados em tecnologia e processos, bem com para ganhar mercado Diferenciação: Diferencia o produto ao longo de diversas dimensões Custos, embora não possam ser ignorados, não são o alvo principal É mais difícil ter uma alta participação de mercado Apelo de exclusividade Enfoque (ou Nicho) Satisfação de um alvo específico através da diferenciação ou baixo custo, ou ambos Interessante para empresas pequenas ou médias – concentração em um segmento bem limitado (nicho) Requer criatividade e habilidade na segmentação do mercado Requer foco no mercado selecionado É importante salientar que a organização deve se engajar em apenas uma das abordagens evitando ficar “presa no meio”, ou seja, adotar parcialmente mais de uma das estratégias. Isto porque tal procedimento não permitirá a especialização, que por sua vez não gerará vantagem competitiva. Deve-se evitar a relutância e fazer uma escolha clara em relação à estratégia genérica a ser seguida. Análise SWOT Definida a estratégia genérica da organização, parte-se para a consolidação dos fatores mapeados nas análises externa e interna através da Matriz SWOT. 19 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano a) Pontos Fortes: são as variáveis internas e controláveis que propiciam uma condição favorável para a empresa, em relação ao seu ambiente; b) Pontos Fracos: são as variáveis que provocam uma situação desfavorável para a empresa, em relação ao seu ambiente; c) Oportunidades: são as variáveis externas e não controláveis da empresa que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que a mesma tenha condições e/ou interesse de usufruí-las; d) Ameaças: são as variáveis externas e não controláveis que podem provocar condições desfavoráveis. É importante frisar que a Matriz SWOT não é meramente uma ferramenta consolidadora dos mapeamentos externo e interno, mas que esse momento do processo de planejamento deve gerar implicações, que, subsequentemente, serão justamente os aspectos formuladores das estratégias. Ou seja • Onde a empresa é forte e existem oportunidades no mercado, deve-se aproveitar para explorá-las • Onde a empresa é forte e existem ameaças do mercado, deve-se enfrenta-las • Onde a empresa é fraca e existem oportunidades no mercado, deve-se buscar a melhorias dos aspectos internos que permitam a exploração das oportunidades • Onde a empresa é fraca e existem ameaças no mercado, deve-se evitar a competição devido ao alto risco de fracasso Um conceito muito utilizado durante a fase de formulação das estratégias é o de Ciclo de Vida. Trata-se de uma proposta “importada” da biologia e, por isso mesmo, de fácil compreensão, pois se baseia na noção de que empresas e/ou produtos se comportariam como todo organismo vivo. A saber, nascem, crescem, amadurecem e morrem. 20 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano No caso das organizações, cada fase significa uma dinâmica de mercado diferente: Introdução: altos investimentos em marketing / comercialização. Crescimento: aceitação do mercado, vendas e lucros aumentam, frequentemente, à taxas rápidas. Entrada de concorrentes. Maturidade: vendas ainda aumentam, mas a uma taxa decrescente. Lucros declinam por conta da concorrência de preços. Tentativas de extensão de linha. Declínio: de vendas e lucros por causa de um produto melhor ou menos caro. A necessidade pelo produto desaparece. 4. IMPLANTAÇÃO E CONTROLE DA ESTRATÉGIA O controle da implementação das estratégias pressupõe, antes de mais nada, que os administradores tenham clareza quanto aos resultados esperados. Conforme Certo et al. (2010), em linhas gerais, o processo de controle ocorre através de três etapas genéricas: Medição do desempenho Comparação com metas e padrões estabelecidos Determinação de ação corretiva Uma ferramenta comumente usada para implementação e controle da estratégia é o Balanced Socorecard (BSC) desenvolvido por Kaplan & Norton (1997). Trata-se de uma metodologia que assume que os indicadores financeiros não são os únicos que refletem perfeitamente a efetividade da organização, por isso se propõe a integrar outros tipos de objetivos de maneira concatenada de forma a permitir uma tradução da estratégia da empresa em relações de causa e efeito. A matriz BSC é formada por quatro perspectivas básicas. São elas: Financeira: reflete o ponto de vista dos acionistas ou donos, ou seja, dos resultados Clientes: como a organização é vista pelo cliente e como ela pode atendê-lo da melhor maneira possível Processos Internos: representa os processos nos quais a organização deve atingir excelência Inovação e Aprendizagem: capacidade da organização para melhorar continuamente e se preparar para o futuro – relação direta com os recursos humanos Tais variáveis são concatenadas e relacionadas com as estratégias definidas em uma relação de causa e efeito, conforme o exemplo genéricoabaixo sugerido por Chiavenato & Sapiro (2014): 21 Administração e Planejamento de Negócios Prof. Gustavo Americano REFERÊNCIAS ABREU, E. S. et al. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. São Paulo: Editora Metha, 2013. AGUIAR, O. B., KRAEMER, F. B., MENEZES, M. F. G. Gestão de Pessoas em Unidades de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2014. ANDREWS, K. R. The Concept of Corporate Strategy. New York: Dow-Jones Irwin, 1971. BALCHIUNAS. Gestão de UAN. Um resgate do Binômio Alimentação e Nutrição. São Paulo: Roca, 2014. CERTO, et al. Administração Estratégica – Planejamento e Implantação de Estratégias. São Paulo: Pearson, 2010. CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico – Fundamentos e Aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A Estratégia em Ação – Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. LENZI, F. C. A nova Geração de Empreendedores. Guia para Elaboração de um Plano de Negócios. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, D. Teoria Geral da Administração. Uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2012. PORTER, M. E. Estratégia Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1986. ____________. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1989. TAVARES, M. C. Planejamento Estratégico - A Opção entre Sucesso e Fracasso Empresarial. São Paulo: Ed. Harbra, 1991.
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