Prévia do material em texto
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 1 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à primeira aula da disciplina Administração da Produção e Serviços! Você sabe quais são as definições de Organização, Administração e Produção? E Produção enxuta? Neste encontro, veremos conceitos relacionados a cada um desses termos e, ainda, abordaremos as funções gerenciais, a evolução dos sistemas produtivos e a distinção entre produtos. No material on-line, você irá conhecer a professora Gilvane Marchesi, que nos ensinará esses e outros importantes temas no decorrer de nossas aulas! Contextualizando O termo país desenvolvido é sinônimo de país industrializado. As nações que atingiram altos níveis de industrialização apresentam, também, as maiores rendas per capita, ou seja, são os países mais ricos, com condições de oferecer uma vida melhor para seus cidadãos em termos de saúde, educação e infraestrutura. A evolução não seria possível sem uma ordenação dos esforços coletivos de pessoas trabalhando com um objetivo comum, ou seja, por meio de uma organização. A mudança do trabalho individual realizado por um artesão, para um trabalho feito por um grupo de pessoas, trouxe importantes consequências: de um lado, o trabalhador é separado do produto de seu trabalho, de outro, acontece uma radical alteração na produtividade. Assim, pela associação de várias pessoas realizando parte de um todo, o custo do produto final fica reduzido a níveis que propiciam sua venda em massa. Acesse o material on-line para conhecer um pouco mais sobre os conteúdos que veremos neste encontro! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Pesquise Conceitos: Organização X Administração X Produção O mundo moderno é feito de organizações. Mas você sabe qual é a definição de organização? De acordo com David Hampton, é uma “combinação intencional de pessoas e de tecnologia para atingir um determinado objetivo”. Se este objetivo é atingido ou não, ou se foi eficientemente alcançado, isso dependerá da forma como esse esforço foi coordenado, fator que concerne à administração. Chiavenato afirma que a tarefa da administração é “interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis a empresa, a fim de atingir tais objetivos”. Petrônio (1999) comenta que a função produção é entendida como “um conjunto de atividades que levam a transformação de um bem tangível em outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem.". A produção, portanto, pode ser entendida como um conjunto de atividades que levam à transformação de uma ideia, objeto ou serviço em um bem com maior utilidade/valor. A Administração da Produção e Operações é o campo de estudo dos conceitos de técnicas aplicáveis à tomada de decisões na função de Produção (empresas industriais) ou Operações (empresas de serviços). A Administração da Produção pode ser definida como sendo o processo empresarial que administra o fluxo de recursos materiais, humanos e informacionais entre um sistema predefinido, no qual esses recursos são reunidos e transformados, de uma forma controlada, a fim de agregar valor, de acordo com os objetivos da organização. Este processo é mostrado na figura a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Tais atividades, na tentativa de transformar insumos em produtos acabados e/ou serviços, consomem recursos e nem sempre agregam valor ao produto final. O objetivo da Administração de Produção e Operações é a gestão eficaz dessas atividades. Assista à videoaula deste tema em seu material on-line, para conhecer aspectos relacionados ao conceito de Administração da Produção. Tema 2 – Funções Gerenciais em Produção A Administração da Produção e Operações preocupa-se com o Planejamento, a Organização, a Direção e o Controle das operações produtivas, de modo a se harmonizarem com os objetivos da empresa. O Planejamento dá as bases para todas as atividades gerenciais futuras ao estabelecer linhas de ação que devem ser seguidas para satisfazer objetivos estabelecidos, bem como estipula o momento em que essas ações devem ocorrer. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 A Organização é o processo de juntar (combinar) os recursos produtivos: pessoal (mão de obra), matérias-primas, equipamentos e capital. Os recursos são essenciais à realização das atividades planejadas, mas devem ser organizados coerentemente para um melhor aproveitamento. A Direção é o processo de transformar planos que estão no papel em atividades concretas, designando tarefas e responsabilidades específicas aos empregados, motivando-os e coordenando seus esforços. O Controle envolve a avaliação do desempenho dos empregados, de setores específicos da empresa e dela própria como um bloco, e a consequente aplicação de medidas corretivas se necessário. O Planejamento e as tomadas de decisão que lhes são inerentes podem ser classificados em três grandes níveis, segundo a abrangência que terão dentro da empresa, afetando fatias maiores ou menores da companhia: Nível Estratégico Neste nível, planejamento e tomada de decisões são mais amplos em escopo, envolvendo políticas corporativas (grandes políticas da organização), escolha de linhas de produtos, localização de novas fábricas, armazéns ou unidades de atendimento, projeto de processos de manufatura etc. Os níveis estratégicos envolvem, necessariamente, horizontes de longo prazo e altos riscos. Nível Tático Este nível é mais estreito em escopo que o anterior e envolve, basicamente, a alocação e a utilização de recursos. Em indústrias, o planejamento tático ocorre em nível de fábrica, envolve médio prazo e moderado risco. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Nível Operacional O planejamento e a tomada de decisões operacionais têm lugar nas operações produtivas, envolvem curtos horizontes de tempo e riscos relativamente menores. Para saber mais acerca das funções gerenciais da produção, não deixe de assistir à videoaula deste tema em seu material on-line! TEMA 3 – Evolução dos Sistemas Produtivos Antes do Século XVIII (até 1.764) A função produção acompanha o homem desde sua origem com a coleta de alimentos, passando pela caça, agricultura ou pastoreio. Quando polia a pedra a fim de transformá-la em utensílio mais eficaz, o homem pré-histórico estava executando uma atividade de produção. Nesse primeiro estágio, as ferramentas e utensílios eram utilizados por quem as produzia, não existindo o conceito de comércio. Com o passar do tempo, por meio da especialização de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 algumas pessoas na produção de um bem, a produção teve início conforme as solicitações e especificações apresentadas por terceiros. Surgiam, então, os artesãos como a primeira forma de produção organizada, que tinha as principais características de: Prazo de entrega Fixavam preços Especificações Davam preferência para clientes Revolução Industrial (Séculos XVIII E XIX) Com a descoberta da máquina a vapor em 1764 por James Watt, tem início o processo de substituição da força humana pela força da máquina. Os artesãos começaram a ser agrupados nas primeiras fábricas. Essa revolução trouxe drásticas mudanças sociais: Criação de fábricas Utilização intensiva de máquinas Movimentos sindicais Separação do trabalho manual do intelectual Problemas sociais Mudanças na maneiracomo os produtos eram fabricados Padronização de produtos Padronização de processos Treinamento e habilitação de mão de obra Hierarquias de comando interno Desenvolvimento de técnicas de administração CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Administração Científica de Taylor (Séc. XIX) No fim do século XIX surgiram, nos EUA, os trabalhos de Frederick W. Taylor, considerado o pai da Administração Científica. Surge, então, o conceito de produtividade, isto é, a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processo de produção, com o objetivo de se obter a melhoria da produtividade com o menor custo possível e a relação input/output. São ideias básicas do que ficou conhecido como Taylorismo: Administrar cientificamente Racionalização da produção Estudo dos tempos Divisão de trabalho Especialização Pagamento por peças Aborda aspectos principalmente de dimensão técnica Visão limitada do ser humano Na mesma época de Taylor, Fayol, na França, desenvolveu estudos que tinham foco nos aspectos administrativos e no processo, formulando os 14 princípios básicos que os norteiam. As teorias de Taylor e Fayol compõem o que ficou conhecida como a Teoria Clássica da Administração. 14 princípios universais: Divisão do trabalho Autoridade e responsabilidade Disciplina Unidade de comando Unidade de direção Subordinação Remuneração do pessoal Centralização de decisões CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Hierarquia Ordem Equidade Iniciativa Estabilidade do pessoal Início do Século XX Na década de 1910, Henry Ford cria a linha de montagem seriada, revolucionando os métodos e processos produtivos até então existentes. Surge o conceito de produção em massa caracterizada por meio da padronização de todos os elementos que envolvem o processo produtivo: máquinas, materiais, matéria-prima, equipamentos, mão de obra e produtos, tornando esses veículos acessíveis às classes populares no início do século XX. Para Ford, deveria haver uma economia de movimento e de pensamento do operador, onde deveria fazer somente uma coisa com um só movimento. Essa busca da melhoria da produtividade por meio de novas técnicas definiu o que se denominou engenharia industrial. Novos conceitos foram introduzidos, tais como: Linha de montagem Posto de trabalho Estoques intermediários Monotonia do trabalho Arranjo físico Balanceamento de linha Produtos em processo Motivação Sindicatos Manutenção preventiva Controle estatístico da qualidade Fluxogramas de processos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Modelo Japonês de Produção – Toyotismo (A partir da década de 50) Após o final da Segunda Guerra, o Japão saiu devastado, sem recursos para investimentos para produção em massa, tal qual o modelo de Henry Ford. Além disso, o mercado interno era pequeno e demandava uma grande variedade de veículos: grandes (autoridades), pequenos (cidades lotadas) e caminhões (agricultura e indústrias). O sindicato se organizou e se fortaleceu, exigindo garantias de emprego. Além disso, conseguiu restringir os direitos das empresas de demitir, fato que ocorria com frequência em uma produção em massa. Para conseguir competir, então, nos grandes mercados, a Toyota precisaria modificar e simplificar o sistema da empresa americana Ford. Na procura por soluções para esse encaminhamento, Toyota e seu especialista em produção, Taichi Ohno, iniciaram um processo de desenvolvimento de mudanças na produção. Técnicas foram desenvolvidas para que fosse possível alterar as máquinas rapidamente durante a produção, de modo a ampliar a oferta e a variedade de produtos, pois, para eles, era onde se concentrava a maior fonte de lucro. Obtiveram excelentes resultados com essa ideia e esta passou a ser a essência do modelo japonês de produção. A partir de então, regras criteriosas foram incorporadas gradativamente à produção, caracterizando o que passou a ser chamado Toyotismo, (ou Ohnismo, devido aos nomes Toyota e Ohno). Esse princípio parte da ideia de que qualquer elemento que não agregasse valor ao produto deveria ser eliminado, pois era considerado desperdício. Este foi classificado da seguinte maneira: Tempo que se perdia para consertos ou refugo Produção maior do que o necessário Produção antes do tempo necessário Operações desnecessárias no processo de manufatura Transporte Estoque Movimento humano e espera CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Esse modelo tem como características: Automatização Just-in-time Trabalho em equipe Administração por estresse Flexibilização da mão de obra Gestão participativa Controle de qualidade Subcontratação Para conhecer mais detalhes a respeito do sistema Toyota de produção e o histórico de produção, veja o texto indicado em seu material on-line, bem como a videoaula preparada pela professora Gilvane Marchesi! Produção enxuta Produção Enxuta (do original em inglês, “lean manufacturing”) é um termo cunhado no final dos anos 1980 por pesquisadores do MIT, para definir um sistema de produção muito mais eficiente, flexível, ágil e inovador do que a produção em massa fordista; habilitado a enfrentar melhor um mercado em constante mudança. Trata-se de um poderoso sistema de gerenciamento da produção, cujo objetivo é o aumento do lucro por meio da redução dos custos. Esse objetivo, por sua vez, só pode ser alcançado através da identificação e eliminação das perdas, isto é, atividades que não agregam valor ao produto. Em um mercado altamente competitivo, uma companhia não pode ter lucro, a menos que as perdas sejam absolutamente eliminadas. A Produção Enxuta introduziu, entre outros, os seguintes conceitos: a) Just-in-time: Processo que gerencia a produção, objetivando o maior volume possível, usando o mínimo de matéria-prima, embalagens, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 estoques intermediários, recursos humanos, no exato momento que requerido, tanto pela linha de produção, quanto pelo cliente. É necessário um controle rígido para que o abastecimento aconteça exatamente quando solicitado, com qualidade, evitando-se gerar estoque em excesso, escassez ou desperdício do produto. b) Engenharia Simultânea: Conceito que se refere à participação de todas as áreas funcionais da empresa no desenvolvimento do projeto do produto. Tanto os clientes quanto os fornecedores são também envolvidos, com o objetivo de reduzir prazos, custos e problemas na fabricação e comercialização. c) Tecnologia de Grupo: Uma filosofia de engenharia e manufatura que identifica as similaridades físicas dos componentes com roteiros de fabricação semelhantes agrupando-os em processos produtivos comuns. d) Células de Produção: Unidade de manufatura e/ou serviços que consiste em uma ou mais estações de trabalho, com mecanismos de transporte e de estoques intermediários entre elas. As estações de trabalho são geralmente dispostas em forma de “U”, com o objetivo de haver maior velocidade de produção. Exige que o funcionário seja polivalente, ou seja, participe de todo o processo com todos os funcionários estabelecendo a integração da equipe de trabalho. Visa à melhoria de controle da qualidade: o defeito pode ser detectado e corrigido na própria estação. e) Consórcio modular: É uma formatação de processo em que os diversos parceiros de uma indústria trabalham juntos dentro de uma planta, nos seus respectivos módulos, para a montagem do produto final. Ao trabalharem juntos, é necessário que haja uma padronização e especificação dos processos, uma vez que existem várias empresas com CCDD – Centro deCriação e Desenvolvimento Dialógico 13 culturas organizacionais distintas. Cada parceiro deve especificar os processos, prover recursos materiais, peças necessárias para a montagem, ferramentas e controles utilizados. Como principais vantagens, o consórcio modular permite a redução nos custos de produção e investimentos. Diminui, ainda, os estoques e o tempo de produção, aumentando a eficiência e a produtividade. f) TQC (Total Quality Control): O TQC (controle de qualidade total) tem como papel principal a satisfação total de ambas as partes. De um lado, fabricantes. De outro, os clientes, num ciclo mercadológico em que fatores diversos influirão neste ciclo de satisfação. O uso do TQC se dá em qualquer empresa ou estabelecimento que queira a otimização do serviço, por meio de técnicas de relacionamento, aperfeiçoamento, controle, padronização, entre outras que seguem no trabalho visando o aumento do lucro. g) Sistemas Flexíveis de Manufatura: Conjunto de máquinas de controle numérico interligadas por um sistema central de controle e por um sistema automático de transporte. Para saber mais sobre o sistema Lean Manufacturing e analisar exemplos da implementação de conceitos e ferramentas da produção enxuta, leia os textos indicados no material on-line desta aula. Aproveite para assistir à explicação deste tema com a professora Gilvane Marchesi! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Tema 5 – Distinção entre Produtos e Serviços A atividade industrial, em sua forma mais característica, implica na fabricação de um produto físico, tangível. Por sua vez, um serviço é prestado e implica em uma ação, embora meios físicos possam estar presentes para facilitar ou justificar o serviço. Para que produtos e serviços sejam oferecidos ao público, as atividades correspondentes devem ser planejadas, organizadas e controladas. Ramos tão diferentes podem ser estudados em conjunto. Em ambos os casos, é necessário determinar o tamanho da fábrica, do hospital ou da escola, a capacidade, o local e, finalmente, são comuns as atividades de programação da rotina diária e do seu controle. Algumas das diferenças mais marcantes entre produtos e serviços são: 1. A natureza do que se oferece ao cliente e do seu consumo A atividade de serviços obriga a um contato muito mais estreito com o cliente, se comparada à atividade industrial. A prestação de serviço pode se confundir com o seu consumo. No caso da indústria, existe, via de regra, uma separação maior entre a produção de um produto e o seu consumo. Produtos podem ser estocados, serviços não, embora os meios físicos para sua consecução possam implicando e haver uma distinção também nas técnicas de controle de estoque para cada tipo. 2. A uniformidade dos insumos necessários Na indústria, cada produto tem uma lista de insumos necessários, tais como matérias-primas e certas habilidades humanas e é possível controlar com algum rigor a qualidade desses insumos. Já nos serviços, com bastante frequência é muito variável dependendo da demanda do cliente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 3. As possibilidades de mecanização A área de serviços é caracterizada “intensiva em mão de obra”, ou seja, mais dependente do trabalho humano, com tarefas mais difíceis de serem mecanizadas. 4. O grau de padronização daquilo que é oferecido, independentemente do cliente considerado. O próprio fato de as indústrias serem mais passíveis de mecanização faz com que os produtos oferecidos sejam mais padronizáveis que serviços em geral. Por outro lado, não há grande possibilidade de se prestar duas vezes o mesmo serviço exatamente da mesma maneira. O sistema de operações de serviços, em comparação com o sistema de manufatura, apresenta dificuldades especiais, como exemplificadas a seguir: a) Quanto à intangibilidade do serviço: Pouca objetividade na avaliação da qualidade Baixa padronização Descrição dependente da comunicação verbal Forte influência da imagem do prestador do serviço Pouca segurança antes da aquisição CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 b) Quanto à necessidade de participação do cliente: Espera pelo serviço Eventuais deslocamentos do cliente Presença do cliente Eventual uso obrigatório de tecnologia c) Quanto à simultaneidade entre produção e o consumo do serviço: Impossibilidade de estocar o serviço Balanceamento da demanda com a capacidade Ações corretivas na qualidade Interação com os prestadores do serviço Estas dificuldades típicas das operações de serviços exigem cuidados especiais, tanto no projeto, quanto na operação do sistema de serviço. As operações de uma empresa possuem interfaces com as diversas áreas da empresa, não envolvem muita movimentação de materiais; por outro lado, elas exigem maior interação entre pessoas de áreas funcionais distintas. Reconhecer quais são essas interações facilitam o projeto e o controle da qualidade do serviço. Que tal, agora, aprofundar seus conhecimentos sobre a distinção entre produtos e serviços? Para isso, assista à explicação da professora Gilvane Marchesi em seu material on-line! Trocando ideias Acesse o fórum desta disciplina, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e compartilhe com seus colegas exemplos já vivenciados da aplicação dos temas que vimos nesta aula. Esta troca facilitará a fixação dos conteúdos e agregará mais conhecimentos sobre cada uma das temáticas! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Na Prática Acesse o material on-line para testar seus conhecimentos a respeito dos temas vistos nesta aula! Síntese Chegamos ao fim deste encontro! Hoje pudemos aprender as definições de Organização, Administração, Produção e Produção enxuta. Também estudamos as funções gerenciais, a evolução dos sistemas produtivos e a distinção entre produtos. Compartilhe com seus conhecidos os conteúdos vistos hoje e dissemine as informações que puder, para que todos conheçam a importância destes temas! Referências MARTINS, P. G.; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da Produção. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1 ed. Curitiba: Ibpex, 2007. SLACK, N.; CHAMBERSISON, S; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 2 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao segundo encontro da disciplina Administração da Produção e Serviços! Agora que você viu aspectos sobre as funções gerenciais e a produção enxuta, que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito dos sistemas de produção? Nesta aula, aprenderemos sobre suas variáveis, bem como questões concernentes à produtividade, tempos, movimentos e cálculos de tempos. Preparado para aprender mais sobre esses temas? Então, acompanhe a introdução de nossa aula com a professora Gilvane Marchesi no material on-line e bons estudos! Contextualizando Um controle eficaz dos processos produtivos é fator essencial para uma boa gestão de empresa. Desta forma, o estudo de tempos e métodos de trabalho está diretamente relacionado com a melhoria de qualidade, custos, cumprimento de prazos e outros fatores que uma organização necessita reunir. Quer saber como esse controle funciona na prática? Leia o artigo a seguir, que trata da aplicação do estudo de tempos dentro do âmbito de sistemas e métodos de trabalho: http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdfhttp://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2008_3_Juliana-Martins.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Tema 1 – Sistemas de Produção Sistemas de produção são aqueles que têm por objetivo a fabricação de bens manufaturados, a prestação de serviços ou o fornecimento de informações. Todo sistema compõe-se de três elementos básicos: entradas (inputs) saídas (outputs) funções de transformação Fonte: MARTINS, 2006. Os inputs são os insumos, ou seja, o conjunto e todos os recursos necessários, tais como instalações, capital, mão de obra, tecnologia, energia elétrica, informações e outros. Os outputs (no caso do sistema de produção) são os produtos manufaturados, serviços prestados ou informações fornecidas. Produto/Serviço é o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado, um serviço ou uma informação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Exemplos de Transformações nas Grandes Empresas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Insumos consistem na denominação mais usual entre economistas e administradores de empresas para representar todos os recursos usados na produção, sejam diretos – isto é, incorporam-se ao produto final – sejam indiretos, como máquinas, instalações, energia elétrica, tecnologia, entre outros. Sistema de Controle é a designação genérica que se dá ao conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam cumpridas, padrões sejam obedecidos, recursos estejam sendo usados de forma eficaz e que a qualidade desejada seja obtida. O sistema de controle promove a monitoração dos três elementos do sistema de produção (inputs, transformações e outputs). O sistema como um todo não funciona no vazio, isoladamente. Ele sofre influências, de dentro e de fora da empresa, que podem afetar seu desempenho. Ele sofre a influência de um ambiente externo e de um ambiente interno. O Ambiente interno é caracterizado quando o sistema encontra-se na esfera de influência das outras áreas funcionais da empresa (Marketing, Finanças, Recursos Humanos, etc.) e, para o qual, denominaremos subsistemas de controle, que você vê na figura a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Subsistemas de Controle Finanças são a Administração dos recursos financeiros da empresa. Seu envolvimento com a produção e planejamento e controle de produção é providenciar orçamento e o acompanhamento de receitas e despesas. Também deve administrar a provisão de fundos para atender este orçamento e a análise econômica dos investimentos produtivos. A função do Marketing é encarregada de abastecer a produção com informações sobre demanda, potenciais necessidades dos clientes visando desenvolvimento de novos produtos; vender e promover os produtos atuais, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. O envolvimento do Suporte com a produção e planejamento e controle de produção deve prover o sistema com infraestrutura necessária para a produção. Como funções de suporte, podemos citar: recursos humanos, telecomunicações, informática, manutenção, compras/suprimentos, etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Quatro dos mais importantes ambientes externos são: condições econômicas gerais do país; políticas e regulações governamentais; competição e a tecnologia. Os fatores econômicos incluem as taxas de juros, a inflação, maior ou menor disponibilidade de crédito, e assim por diante. Taxas de juros altas, bem como restrições ao crédito, tendem a inibir os investimentos e, consequentemente, o crescimento dos sistemas produtivos. As políticas de governo podem estimular ou coibir a produção, sejam elas a política fiscal, a política monetária, ou a cambial. Outra atuação do governo que causa influencia na produção são leis ambientais, como leis antipoluição. Outro fator altamente influenciador na produção é a fatia de mercado da empresa e como ela reage às estratégias competitivas dos concorrentes, que têm marcada influência nas linhas de produtos e nos processos afetos ao sistema de produção. Novas tecnologias em processos de manufatura, equipamentos e materiais podem afetar drasticamente projetos de produtos e métodos de produção. A busca por inovações e melhorias em produto e processo deve ser constante para a empresa se manter competitiva. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Na matéria a seguir, são retratadas a queda da produção industrial e suas causas. A baixa confiança dos empresários e consumidores, o aumento do desemprego e a queda de renda das famílias são alguns desses fatores. Leia e conheça esse cenário de modo geral e suas motivações: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3- no-1o-semestre-,1737725 Na videoaula deste tema, você verá a explicação preparada pela professora Gilvane Marchesi sobre os subsistemas de controle. Acompanhe no material on- line. TEMA 2 – Variáveis do Sistema de Produção Todo processo produtivo funciona como um sistema, em que agem e interagem muitas variáveis. Existem algumas delas que são comuns a todos os processos produtivos industriais e devem ser analisadas sempre que houver a ocorrência de um problema. Essa metodologia foi inicialmente proposta por Imai, como a lista dos 6Ms que são os seguintes: 1. Mão de obra: esta variável é frequentemente indicada como sendo a causa da maioria dos erros de operação. Todavia, um estudo mais profundo, para uma busca real da causa de problemas relacionados à mão de obra, leva-nos a considerar outras causas, como treinamento, adaptação, tipo físico, competência e habilidade. O operador é qualificado para executar o processo? Houve seleção adequada em função da complexidade da tarefa? O operador está treinado ou apenas foi colocado ao lado de um funcionário mais experiente para aprender a operar o equipamento. O operador possui a experiência necessária compatível com a tarefa? http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,producao-industrial-encolhe-6-3-no-1o-semestre-,1737725 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Os padrões de execução estão disponíveis de forma clara e o operador consegue entendê-las. As condições de trabalho são adequadas para a perfeita execução do processo? O operador sabe manejar os instrumentos de medida? 2. Material: esta variável aparece em todo processo de manufatura e é sempre motivo de muita atenção, pois existem muitos aspectos a serem considerados como qualidade, especificação, condições de armazenagem, entre outros. Existem erros de classificação? Existem erros de especificação? O material está em conformidade com o que foi especificado? O corte está correto? 3. Máquina: a variável máquina ou equipamento é mais fácil de ser identificada porque normalmente apresenta sinais visíveis quando há ocorrência de problemas. Atende às necessidades de tolerância? Atende a capacidade do processo? Está em perfeitas condições ou possui folgas que necessitam de compensações. Possui nível normal de vibração e de ruído? O layout é adequado com espaço para ser operado normalmente? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 4. Método: um método técnico bem estudado pode fazer a diferença para a qualidade de um processo e minimização de falhas. A sequência do método está correta? Os padrões estabelecidos estão claros? O método é seguro? O método garante a qualidade do produto e a eficiência do processo? O layout foi bem estudado? Os dispositivos e ferramentassão adequados à execução? 5. Meio Ambiente: o meio ambiente influi na operação, tanto nos aspectos físicos como o frio, ou calor, ventilação ou qualquer outra alteração física, quanto no sentido de clima organizacional. a) Meio ambiente físico: é o local onde acontece o processo. A temperatura ambiente afeta as peças que estão sendo executadas? A ventilação influi no processo? A iluminação é adequada? A umidade do ambiente afeta o produto? b) Meio ambiente organizacional: é a esfera de influência das outras áreas da empresa e da cultura organizacional. O gerente entende o processo como um sistema e está preparado para administrá-lo? O supervisor é qualificado para administrar pessoas e o processo? O clima organizacional é saudável? Os conflitos são resolvidos de forma justa? 6. Medição: são os padrões pré-estabelecidos para que o produto ou serviços seja processado sempre dentro de uma conformidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 As instruções de medição estão corretas? As instruções são compreendidas pelo operador? Os instrumentos estão de acordo com o projeto da peça? O erro do instrumento está de acordo com a tolerância do projeto? Os instrumentos estão calibrados e há um plano de calibração periódico? Que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito das variáveis do sistema de produção? Confira a videoaula com a professora Gilvane Marchesi, que explica detalhadamente este tema. Acesse no material on-line. TEMA 3 – Produtividade Dado um sistema de produção em que insumos são combinados para fornecer uma saída, a produtividade refere-se ao maior ou menor aproveitamento dos recursos nesse processo de produção. Um crescimento da produtividade implica um melhor aproveitamento de funcionários, máquinas, da energia e dos combustíveis consumidos, da matéria-prima, e assim por diante. A produtividade é a relação entre o volume de produção e o volume de recursos utilizados para obter esta produção. É, acima de tudo, uma medida de eficiência do processo de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Em 1950, a Comunidade Econômica Europeia apresentou uma definição formal de produtividade como sendo “o quociente obtido pela divisão do produzido por um dos fatores de produção”. Dessa forma, pode-se falar da produtividade do capital, das matérias-primas, da mão de obra e outros. a) Produtividade parcial: a relação entre o produzido, medido de alguma forma, e o consumido de um dos insumos (recursos) utilizados. Assim, a produtividade da mão de obra é uma medida de produtividade parcial. O mesmo é válido para a produtividade do capital. Exemplo: Determinar a produtividade parcial da mão de obra de uma empresa que faturou $ 70 milhões em certo ano fiscal no qual os 350 colaboradores trabalharam em média 170 horas/mês. Solução: Mão de Obra (input) = 350 homens. 170 horas/mês. 12mês/ano Input = 714.000 homens.hora/ano Output = $ 70.000.000,00/ano Produtividade = 70.000.000 / 714.000 homens.hora.ano = $ 98,04/ homem.hora b) Produtividade Total: a relação entre o output total e a soma de todos os fatores de input. Assim reflete o impacto conjunto de todos os fatores de input na produção do output. Exemplo: Determinar a produtividade total da empresa ABC, fabricante de autopeças, no período de um mês, quando produziu 35.000 unidades que foram vendidas a $ 12,00/unidade. Foram gastos $ 357.000,00 Solução: Output = 35.000/unidades x $ 12,00/unidade = $ 420.000,00 Input = $ 357.00,00 Produtividade = 420.000 / 357.000 = 1,18 ou 118% CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Por que monitorar a produtividade na empresa? As medidas de produtividade são usadas como ferramenta gerencial: mede-se a produtividade para se detectar problemas ou verificar o acerto nas decisões tomadas. Mede-se, também, para atestar a utilidade de programas de treinamento, o acerto na introdução de novos produtos e de políticas de investimentos. As medidas são um termômetro, tanto para auxiliar no diagnóstico, quanto para acompanhar os efeitos nas mudanças gerenciais e de trabalho. As medidas de produtividade podem ser usadas como instrumento de motivação. Tal fator faz com que as pessoas passem a incorporar a produtividade em suas preocupações rotineiras de trabalho. As medidas servem para comparar o desempenho de unidades da mesma empresa, quando há o caso de organizações que possuem lojas ou fábricas em cidades, estados ou países diferentes e desejam ter uma ideia global de desempenhos comparados. Indicadores de desempenho a) Eficácia – “Fazer a coisa certa” Mede o grau de atingimento das metas programadas. b) Eficiência – “Fazer certo a coisa” Mede o grau de acerto na utilização dos recursos empregados. É a relação do que se obteve (output) e o que se consumiu em sua produção (input) medidos na mesma unidade. c) Lucratividade Mede a relação entre o valor ($) obtido pelas SAÍDAS GERADAS e o valor ($) gasto com as ENTRADAS CONSUMIDAS. d) Efetividade É a razão de ser do empreendimento. Mede o grau de utilidade dos “RESULTADOS ALCANÇADOS”. Procura medir se está realmente “valendo a pena” ter qualidade no dia a dia, sendo eficaz, eficiente, produtivo, lucrativo e competitivo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fatores que determinam a produtividade de uma empresa Relação capital-trabalho: indicam o nível de investimento em máquinas, equipamentos, e instalações em relação à mão de obra. Escassez de recursos: este fator tem gerado problemas de produtividade como a energia elétrica em que o aumento de custos gera grande impacto nos processos industriais. Mudanças na mão de obra: decorrentes de alterações nos processos produtivos, há uma exigência de mão de obra especializada com maior grau de instrução. Inovação e tecnologia: são as grandes responsáveis pelo aumento da produtividade nos últimos anos. Investimentos em pesquisas e desenvolvimento são indicativos de produtividade. Restrições legais: tem imposto limitações a certas empresas, forçando-as a implantar equipamentos de proteção ambiental, com impactos na produtividade. Melhoria na qualidade: o aumento da produtividade está relacionado à satisfação do cliente, redução dos refugos e retrabalhos e redução nos estoques de matéria-prima. A administração da produtividade corresponde ao processo formal de gestão, envolvendo todos os níveis de gerência e colaboradores, a fim de reduzir os custos de manufatura, distribuição e venda de um produto ou serviço por meio da integração de todas as fases do ciclo da produtividade. As quatro fases que formam o ciclo da produtividade são: medida, avaliação, planejamento e melhoria. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Fonte: MARTINS, 2006. Você pode conferir uma análise sobre a evolução da produtividade industrial e do trabalho no Brasil no vídeo a seguir, em que a diretora da ABDI, Maria Luisa Leal e o consultor legislativo do Senado Federal, Luiz Ricardo Cavalcante, explanam sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ Na matéria a seguir, são mostrados pontos de um estudo que do IPEA, que fez a leitura do cenário econômico recente do Brasil para analisar os motivos pelos quais o país não obtém ganhos consistentes na produtividade da indústria. Acompanhe: http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada- produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html Quer saber mais sobre a produtividade de mão de obra, de máquina e de custos, além das razões pelas quais é necessário monitorar a produtividade? Confira a explicação da professora Gilvane Marchesi, que também aborda os fatores determinantes destatemática, no vídeo disponível no material on-line. https://www.youtube.com/watch?v=jiciKLaWgvQ http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html http://economia.ig.com.br/2014-11-20/sem-mao-de-obra-qualificada-produtividade-nao-avanca-no-brasil-mostra-ipea.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Tema 4 – Tempos e Movimentos O estudo de movimentos analisa o movimento do corpo humano ao realizar uma operação, com os objetivos de tornar o trabalho menos enfadonho, aumentar a produtividade, eliminar movimentos desnecessários ou danosos e visualizar maneiras de melhorar o processo. Estuda a economia de movimentos, que analisa os movimentos de três formas: Uso do corpo humano: movimentos em linha reta que evitam acelerações e desacelerações fortes. Ambas as mãos devem iniciar e terminar os movimentos ao mesmo tempo e organizar o trabalho de modo que o ritmo seja o mais natural possível. Organização do ambiente de trabalho: organizar de maneira a economizar deslocamentos, minimizar esforços e propiciar conforto ao trabalhador. Ex: dispor ferramentas de maneira visível e ordenada, manter o local de trabalho limpo e iluminado, ajustar a posição de trabalho para a comodidade do operário. Projeto de equipamentos, ferramentas e instalações: Sempre que possível, projetar instalações que tornem o trabalho menos cansativo ou danoso à saúde Ex: projetar botões ou alavancas que exijam o mínimo de esforço para sua utilização, combinar ferramentas, aproveitar a utilização do pé para aliviar o esforço com as mãos etc. Finalidade do estudo de tempos As medidas de tempos e padrões de produção são dados importantes para: Estabelecer padrões para os programas de produção, planejar a fábrica e avaliar o desempenho de produção. Fornecer dados para a determinação dos custos padrões para levantamento de custos de produção, determinação de orçamento budgets, e estimativa do custo de um produto novo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estrutura de produção, comparar roteiros de fabricação e analisar o planejamento da capacidade. O artigo a seguir apresenta um estudo de caso realizado em um salão de beleza para determinar a capacidade produtiva da atividade de parte de seus funcionários, por meio do estudo de tempos cronometrados. Confira: http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Dete rminao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_ de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf Metodologia e equipamentos para estudo de tempos Equipamentos mais utilizados: cronômetro, filmadora, folha de observação, prancheta. Etapas para Determinação do Tempo Padrão: cronometragem preliminar, tempo médio (TM), avaliar o fator de ritmo da operação, tempo normal (TN) e tolerâncias para fadiga. Divisão da operação em elementos: verificação de um método de trabalho com a obtenção de uma medida precisa. Determinação do número de ciclos a serem cronometrados: deve ser feita uma amostragem de 10 a 20 cronometragens. Avaliação da velocidade do operador: Operações onde se tenha convencionado o tempo que representa a velocidade normal 100. A velocidade http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf http://www.researchgate.net/profile/Vitor_Martins7/publication/269763032_Determinao_da_capacidade_produtiva_de_um_salo_de_beleza_atravs_do_estudo_de_tempos_cronometrados/links/5495a3140cf29b9448241165.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 do operador V é determinada pelo cronometrista e a denomina velocidade normal de operação. Tipos de tempos Tempo Real (TR): é aquele que decorre realmente quando é feita uma operação. É obtido por cronometragem direta do Operador em seu posto de trabalho e varia de Operador para Operador. Tempo Normal (TN): é o tempo requerido para um Operador completar a sua operação com velocidade normal. Velocidade normal é aquela que pode ser mantida por um Operador de eficiência média durante um dia típico de trabalho. Tempo Padrão (TP): é aquele requerido por uma operação quando as interrupções e condições normais de operação forem levadas em conta. São acrescentados ao tempo normal percentuais de Tempos, chamados tolerâncias, que ocorrem devido às condições com que o trabalho é realizado. Amostragem de trabalho A amostragem de trabalho foi introduzida na indústria em 1934 por Tippet e utiliza ferramentas mais simples de análise no chão de fábrica como grupos de círculo de controle de qualidade (CCQs), grupos-tarefa envolvidos em estudos de kaizen, etc., por ser uma avaliação mais simples. Conceito: Consiste em fazer observações intermitentes em um período consideravelmente maior do que no estudo de tempos por cronometragem. Envolve uma estimativa da proporção de tempo despendido em um dado tipo de atividade, em certo período, por meio de observações instantâneas intermitentes e espaçadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 O método tem as seguintes aplicações: Estimativa de tempo de espera inevitável, base de estabelecimento de tolerância e espera. Estimativa da utilização de máquinas em fábricas, equipamentos e transporte; Estimativa de tempos gastos em várias atividades Estimativa do tempo padrão pela combinação dos processos de avaliação e de amostragem do trabalho. Metodologia da amostragem do trabalho Estima-se ao acaso o tempo de que um grupo de trabalhadores gasta no trabalho e fora dele. Esse percentual é classificado em “trabalhando” ou “ocioso” e determina uma estimativa da taxa de desocupação do operário ou da máquina. A precisão da estimativa depende do número de observações e devem- se estabelecer limites de precisão e níveis de confiança. Agora é hora de aprofundarmos ainda mais a finalidade do estudo de tempos, sua metodologia e os equipamentos mais utilizados, que envolvem a determinação do tempo padrão, do número de ciclos e a avaliação da velocidade do operador. Pronto para saber mais sobre esses assuntos? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Acompanhe a videoaula disponível no material on-line. Tema 5 – Cálculo de tempos Determinação das tolerâncias Devem ser previstas interrupções no trabalho para as necessidades pessoais e para proporcionar um descanso. Necessidades pessoais: tempo entre 10 a 25 minutos por dia. Alívio da fadiga: resultam do trabalho realizado, condições ambientais no local de trabalho. A média de tolerância varia entre 15% e 20% do tempo, para trabalhos normais em ambientes industriais. Cálculo em função do tempo que a empresa se dispõe a conceder: determina-se a porcentagem do tempo p concedida em relação ao tempo de trabalho diário e calcula-se o fator de tolerâncias como sendo: FT = 1 / (1-p) Costuma-se adotar FT = 1,05 para escritórios e FT entre 1,10 a 1,20 em unidades industriais. Determinação do tempo padrão Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Tempo padrão com atividades acíclicas: Determinar o tempo padrão de cada operação em que a peçaé processada. Somar todos os tempos padrões. Verificar a ocorrência de setups e o tempo de finalizações. Setups ou preparação: trabalho feito para colocar um equipamento em condição de produzir uma nova peça com qualidade em produção normal. O tempo do setup é o tempo gasto na preparação do equipamento até o instante em que a máquina é liberada, inclui-se neste tempo o try-out, ou seja, a produção das primeiras peças para verificar se o equipamento pode ser liberado para produção normal. O setup é considerado atividade acíclica dentro do processo de produção por ocorrer cada vez que é produzido um lote de peças, e não somente uma peça. A seguir, você verá um interessante vídeo que mostra a perfeição com que é realizada a manutenção do carro de fórmula 1, no exato momento de um pit- stop, graças ao uso otimizado do tempo. Confira! https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE Leia o artigo que se segue, em que são apresentados os resultados obtidos por meio da aplicação da metodologia TRF na operação de setup de uma empresa do setor de bebidas: http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1- 2012.pdf https://www.youtube.com/watch?v=aHSUp7msCIE http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf http://www.revista-ped.unifei.edu.br/documentos/V10N01/04-1010-V10-N1-2012.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/L TS= tempo padrão de setup. q= quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi= tempo padrão da operação i. TF= tempo padrão das atividades de finalização. L= lote de peças para que ocorra a finalização. Os tempos de setups de finalização de uma operação devem ser separados do tempo de operação propriamente dito e devem ser objeto de cronometragem distintos. Tempo padrão para um lote da mesma peça Verificar o número de vezes que deve ser feito o setup e o número de finalizações que são feitas para o lote de peças. O Tempo padrão é: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (Σ X TSE) + (f X TF) n= número de setups que devem ser feitos. f= número de finalizações que devem ser feita. p= quantidade de peças do lote. Outra forma muito utilizada pelas empresas é o rateio do setup dividindo- o pela quantidade de peças para o qual o tempo de setup é valido. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Tempo padrão por peça X Tempo para o lote Tempos Históricos Denominamos tempos históricos àqueles derivados dos próprios estudos de tempos da empresa, registrados em arquivos e/ou relatórios. VANTAGEM: dispensa a necessidade de cronometragem e elimina a necessidade de avaliar a eficiência do Operador, já que o tempo do arquivo já está normalizado ou é uma média de muitos registros feitos por operadores lentos e rápidos. DESVANTAGEM: é o cuidado exigido para manutenção de tal arquivo e sua constante atualização; além disso, pode perpetuar medidas erradas feitas no passado. Tempos predeterminados ou sintéticos É possível calcular o tempo padrão para um trabalho ainda não iniciado. Existem dois sistemas principais de tempos sintéticos: Work-factor: Fator de trabalho. Methods-time measurement (MTM) ou métodos de medidas de tempo. Identificam os micromovimentos que um operador executa para fazer uma operação. Para cada micromovimento são determinados tempos em função da distância e da dificuldade do movimento que se encontram tabelados. Obtém-se o tempo padrão somando os tempos de todos os micromovimentos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Uma análise de tempo padrão de acordo com o MTM irá classificar os micromovimentos em: Alcançar: levar as mãos até um objeto. Movimentar: mover um objeto. Girar: girar as mãos Agarrar: agarrar um objeto Posicionar: montar um objeto ou posicioná-lo Soltar: soltar um objeto Desmontar: desmontar um objeto Tempo para os olhos; tempo para que os olhos se voltem para determinado ponto. Leia o artigo a seguir, que faz uma breve revisão histórica dos estudos que levaram à formação da ferramenta Methods-Time Measurement (MTM), e suas atuais aplicações na indústria, especialmente no que diz respeito à redução de custos de produção, sendo a sua aplicação uma decisão estratégica. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 Tempo Padrão – Exemplo Calcular a média das n cronometragens válidas, obtendo-se o tempo cronometrado (TC), ou tempo médio (TM); Calcular o tempo normal (TN): TN = TC X V Calcular o tempo padrão (TP): TP = TN X FT Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/1 TS = tempo padrão de setup. q = quantidade de peças para as quais o setup é suficiente. TPi = tempo padrão da operação i. TF = tempo padrão das atividades de finalização. 1 = lote de peças para que ocorra a finalização. http://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/606/645 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Exemplo: Um disco de freio é processado em 3 operações e que a soma dos tempos padrões é de 3,5 min. (TPi). O tempo padrão do setup é de 5,0 min. para 1000 peças (TS/q). As peças produzidas são colocadas em uma embalagem com capacidade para 100 peças, quando cheia é fechada e colocada ao lado. Gasta nesta atividade 1,50 min. (TF/1). Calcular o tempo padrão para o produto: (TS/q) + (soma TPi) + TF/1 (5,0/1000) + 3,5 + (1,5/100) = (0,005) + 3,5 + (0,015) = 3,52min.) Fórmulas: Tempo padrão lote = (n X TS) + p X (X TPi + (f X TF) n = número de setups que devem ser feitos f = número de finalizações que devem ser feita p = quantidade de peças do lote Para um lote de 1500 discos de freio são necessários 2 setups e 15 finalizações sendo: (n X TS) + p X ( X TPi + (f X TF) (2 x 5,0) + 1500 x (3,50) + (15 x 1,50) = (10) + 5250 + 22,5 = 5.282 min. Outra forma de cálculo: Tempo padrão por peça = 3,250 min./peça Tempo para o lote 1.500 peças = 1500 x 3,520 min. = 5,280 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Vamos aprender mais acerca dos setups e do tempo padrão do produto? Assista à videoaula deste tema disponível no material on-line, preparada pela professora Gilvane Marchesi. TROCANDO IDEIAS Agora é o momento de trocar informações sobre o seu aprendizado. Entre no fórum desta disciplina e responda: o que você entendeu sobre os fatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial? Participe através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! NA PRÁTICA Na sequência, aproveite para testar os conhecimentos adquiridos na aula de hoje! Caso fique com dúvidas, retorne ao conteúdo e às videoaulas e realize o teste novamente. 1. Descreva as funções de Produção, Marketing e Finanças para um sistema produtivo de bens (Malharia). Na função de Produção, descreva o processo colocando as Entradas, Transformações e Saídas. 2. Assinale a alternativa correta para a determinação com atividades acíclicas ou com setups do problema abaixo. Tempo padrão do produto = (TS/q) + (Σ TPi) + TF/ L Um produto industrial tem um tempo padrão do setup de 4,0 min para 1000 peças. O produto é processado em três operações corte =1 min, pintura =1,5 min, acabamento =1 min. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 As peças produzidas são colocadas em uma caixa com capacidade para 100 peças que, quando cheia, é fechada e colocada ao lado. O tempo necessário para essa atividade é de 1,20 min. Calcule o tempo padrão de cada peça. a) 3,504 minutos. c) 231,04 segundos b) 3,51 minutos. d) 7,51 minutos. SÍNTESEChegamos ao fim de nosso encontro! Na aula de hoje pudemos aprender os aspectos relacionados aos sistemas de produção, como os cálculos de tempos e os movimentos. Assim, vimos questões concernentes aos fatores de influência da produtividade nos âmbitos industrial e empresarial. REFERÊNCIAS MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999 MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2007 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 GABARITO 1. a) Sistema produtivo de bens: Malharia Função Produção A função Produção transforma insumos em roupas, por meio dos processos de conversão instalados. Função Marketing É responsável pela venda e divulgação do produto, tomando decisões sobre estratégias de publicidade e estimativas de preços. Também é encarregada de contatar o cliente e perceber as mudanças ocorridas no mercado, visando fornecer à Produção, a médio e curto prazo, informações sobre a demanda do produto, permitindo o planejamento e programação da produção, bem como, a longo prazo, buscar informações sobre futuras necessidades dos clientes, visando o projeto de novos produtos. Função Finanças Deve administrar os recursos financeiros e alocá-los onde forem necessários, bem como providenciar a orçamentação e acompanhamento de receitas e despesas, a provisão de fundos para atender a este orçamento, e a análise econômica dos investimentos produtivos. Periodicamente, junto com as funções Produção e Marketing, deve preparar um orçamento de longo prazo, considerando a necessidade de recursos para operacionalizar a capacidade produtiva projetada, além da provisão destes por meio de fontes de financiamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 2. O tempo de padrão para a produção deste produto, considerando os tempos de setup, estão nas alternativas B e C, estando ambas corretas. Uma está em minutos e a outra em segundos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração da Produção e Serviços Aula 3 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo ao segundo encontro da disciplina Administração da Produção e Serviços! Hoje vamos falar sobre os tipos de sistemas de produção, tipos de layout, arranjo físico e produção em massa. O objetivo desta aula é apresentar, de forma interligada, os tipos de sistemas de produção e como se moldam aos tipos de layout. Preparado para aprender mais sobre esses temas? Então, acompanhe a introdução de nossa aula com a professora Gilvane Marchesi no material on-line e bons estudos! Contextualizando Para o aprendizado dos temas desta aula, é importante lermos a respeito dos tipos de layout e suas definições. No texto disponível em seu material on-line, você poderá estudar sobre os objetivos, fatores de influência na produção e a relevância do arranjo físico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Tema 1 – Tipos e sistemas de Produção Os tipos de produção são classificados de acordo com a tecnologia empregada. Assim, podemos ter, para um mesmo produto, formas diferentes de fabricá-lo. Os produtos podem ser iguais e servir para a mesma finalidade, mas a tecnologia de produção pode ser diferente em função das quantidades a serem produzidas. O produto, o volume e a variedade requerida são condições primárias para definirmos que tipo de produção deve ser empregado. Além disso, temos algumas decisões a serem tomadas no momento da fabricação de um produto, as quais irão impactar no tipo de produção. Decisões em relação ao projeto do produto, volume e tecnologia de manufatura. Confira, na tela seguinte, quais são essas decisões: Projeto do produto: como será o produto, o seu projeto, de que materiais será composto, quais as tolerâncias de fabricação, quais normas deverão ser seguidas e que variedade de modelos serão ofertados. Volume: qual a quantidade de produtos a serem produzidos por unidade de tempo: dia, mês ou hora. Tecnologia de Manufatura: como será fabricado, que tecnologia de manufatura será empregada, que máquinas e quais processos serão utilizados na fabricação. Conheça as formas de classificação da produção mais usuais: Grau de padronização dos produtos: divide os produtos em: padronizados, quando existe um padrão para que um produto seja sempre idêntico aos outros, e sob encomenda, quando é específico para atender a uma necessidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Tipo de operação: Encontramos dois tipos de sistemas de produção: produção de produtos discretos que se constitui de unidades isoladas, como peças para uma geladeira, um veículo ou um sapato, os quais podem, ainda, ser subclassificados em processo repetitivo em massa, em lotes e por projeto, e outro processo é a produção de produtos de forma contínua que são produtos que no resultado não podem ser identificados individualmente, como por exemplo, produtos químicos, refrigerantes e papel. Natureza dos produtos: essa classificação considera dois tipos de produção: a de bens manufaturados ou tangíveis e a de serviços ou bens intangíveis. Assim, podemos generalizar, para melhor entendimento, os principais sistemas de produção, como na figura Classificação dos sistemas de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Para estudarmos os sistemas de produção, o tipo de produto a ser utilizado nesse processo precisa ser analisado. Quer saber mais sobre os tipos de produtos? Acompanhe, em seu material on-line, a explicação preparada pela professora Gilvane Marchesi. TEMA 2 – Classificação dos tipos de Produção Embora alguns autores, como Tubino, prefiram distinguir a produção em massa de produção por lotes repetitivos, neste estudo vamos considerar a produção em lotes como um caso particular da produção em massa para quantidades consideradas baixas, mas ainda feitas em série. Estudaremos a seguinte classificação dos tipos de produção: 1. Artesanal Nesse sistema o produto é fabricado um por vez, pode ser desenvolvido ou mesmo alterado à medida que é reduzido e, sendo específico para determinada utilização, o volume normalmente é unitário, portanto um produto sempre é diferente do outro. Ex: produção de roupa em alfaiate. Características: Mão de obra habilidosa. Utilização de máquinas de uso geral. Volume de produção unitário ou muito baixo. Não padronização de produtos. Alto custo do produto. 2. Produção sob projeto Difere da Artesanal por ter como base um projeto concebido para um produto, como um prédio, uma ponte ou uma estrutura metálica. A variedade na produção sob projeto é alta, pois o produto é função do projeto e, de acordo com todas as exigências solicitadas pelo usuário, sob medida para aquela aplicação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Podendo, por vezes, ser alterado durante a sua produção (até certo estágio) em razão de situações não previstas. Características: Os produtos são projetados para uma finalidade específica. São produzidos unitariamente na maioria dos casos ou em um lote realizado a partir do mesmo projeto. Emprega-se mão de obra especializada. Utilizam equipamentos de uso geral. Embora o produto em si não seja padronizável, pois ele tem uma aplicação única, muitas de suas partes podem ser comuns a outros produtos e muitas soluções podem ser iguais, se o conjunto possuir as mesmas funções. As possibilidades de arranjos físicos daprodução sob projeto são restritas, pois o pessoal da produção quase que obrigatoriamente atua em volta ou sobre o produto. A construção ou montagem é realizada no lugar definitivo, sendo impossível ou muito difícil removê-lo ou reaproveitá-lo por inteiro. Em alguns casos, partes podem ser reaproveitadas como as construções metálicas parafusadas. Os produtos discretos sob encomenda também podem ser de características precisas e de tamanho pequeno. Esses são produtos normalmente processados em equipamentos universais, os quais exigem alto nível de habilidade da mão de obra para sua operação. Um exemplo desse modelo de produção sob projeto e sob encomenda é o praticado pelas ferramentarias, em que, embora possuam itens padronizados, como colunas, pinos de fixação e bases, o produto é feito realmente de acordo com a aplicação específica do cliente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 3. Produção por processamento contínuo Ocorre quando o seu processamento se inicia em um equipamento e é transferido através de tubulações para o seguinte e assim sucessivamente. O material, quando líquido ou pastoso, flui por meio do sistema, sofrendo alterações em seu estado físico ou químico e sendo alterado por adição de componentes ou submetido a diferenças de temperaturas ou processos, como aeração, alta rotação e filtração. Um exemplo são as indústrias de processamento de produtos químicos como a produção de óleos, refrigerantes, detergentes, produtos para limpeza e papel. Em razão da característica de processamento contínuo, com menos necessidade de mão de obra e mais controle por instrumentação, a estrutura organizacional desse tipo de empresa apresenta grande quantidade de níveis e alta qualificação de técnicos. O controle de qualidade é geralmente automatizado, pois o controle do processo pode ser feito por instrumentos e análises de amostras da produção, sendo o planejamento relativamente simples, pois o número de itens para serem processados é baixo. Por sua vez a manutenção de uma planta de processamento contínuo é complexa, pois o sistema todo simplesmente não pode parar. Características: A fábrica é projetada para o produto. O arranjo físico já nasce com a fábrica. Os funcionários são qualificados para operar instrumentos. Há necessidade de laboratórios de análises de amostras da produção O alto nível de pessoal da manutenção tem relevância e importância na operação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Agora, acompanhe a explicação deste tema em seu material on-line, com a professora Gilvane Marchesi. TEMA 3 – Produção em massa Dando continuidade na explanação sobre tipos de produção, faremos uma explanação mais detalhada sobre a Produção em massa, pois, por todas as suas características, ficam evidentes os motivos que fizeram com que esse tipo de processo seja, destacadamente, o mais utilizado por toda indústria e responsável pela disponibilidade de produtos dos mais variados. A produção em massa tem como característica constituir-se de um sistema de produção de grandes volumes de produtos idênticos. Os processos são previamente estudados e padronizados, para exigir o mínimo possível de habilidade e esforço do profissional que irá executá-lo, permitindo, assim, a utilização de mão de obra pouco especializada na maioria das atividades da produção. Essa condição, aliada a outras como a padronização da matéria-prima e a utilização de máquinas de grande potencial de produção, permite que esse sistema facilite a minimização do custo do produto. Nesse processo, o posto trabalho pode ser minuciosamente projetado para uma única operação com equipamentos de auxílio, dispositivos, ferramentas, processos estudados e padronizados, além de layout (arranjo físico) adequado. Tudo isso com a única finalidade de montar um componente específico em determinada estação de produção. Nessa operação, o montador adquire o conhecimento de forma mais rápida, para poder executar uma função repetitiva de montagem simplificada. O custo da mão de obra pode ser, assim, drasticamente reduzido, pois um ajustador com muita habilidade pode ser facilmente substituído por um montador sem conhecimento ou experiência anterior. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Características: A fabricação intermitente realizada em lotes com montagem, na maioria das vezes, sequência e em linha. A exigência de mão de obra pouco habilidosa, treinada para a execução de tarefas repetitivas. A existência de uma evidente baixa motivação para o trabalho. A tendência à supervisão autoritária. A padronização das tarefas e dos processos. A padronização da matéria-prima. A padronização das peças. Os estudos de tempo e de métodos para cada micromovimento. A separação dos que pensam daqueles que fazem. As máquinas de uso geral são rápidas e por vezes dedicadas, em função dos volumes. Os altos volumes de estoques e os grandes lotes de fabricação. O desperdício excessivo no processo. A organização conta com muitos setores de apoio à produção. Um ferramental dedicado a cada operação. Produção em massa de baixo volume É uma produção intermitente de produtos padronizados, com média de 2.000 a 5.000 unidades por ano. A fabricação de colheitadeiras agrícolas, que gira em torno de 2.500 unidades/ano, servirá de exemplo desse volume. Uma operação de produção com esses volumes, embora em série, encontra dificuldades. Uma delas é a definição de seus equipamentos, que não podem ser dedicados, pois não justificariam os custos de aquisição do equipamento. Assim, são utilizadas máquinas universais (máquinas de uso geral, como centros de usinagem, tornos, furadeiras, etc.). Consequentemente, o tempo de execução é maior e o nível dos operadores é mais alto, por ser necessária habilidade de produção em diferentes peças. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Essas variáveis impactam diretamente na complexidade da manufatura e no custo do produto, além de existirem dificuldades, pelo mesmo motivo – o de baixo volume – com fornecedores que exigem lotes mínimos de matérias-primas ou de componentes mais custosos. Produção em massa de volume médio É a produção de produtos padronizados com 15.000 a 20.000 unidades por ano. A produção de tratores, por exemplo, opera com volumes acima de 10.000 unidades/na. Nesse caso, a empresa pode adotar lotes maiores, justificando-se, assim, economicamente a utilização de alguns equipamentos dedicados, de alta produção, para o fabrico de peças comuns a vários modelos. Assim, somados os volumes, eles atingem quantidades que justificam a automatização. Esses processos podem ser automatizados com vantagens, pois reduzem significativamente os custos. Os custos com fornecedores ainda são altos nessa proporção de volumes, existindo exigência de lotes mínimos que levam a quantidade de material em estoque, além das dificuldades, nesse caso específico, com os fornecedores que são comuns às indústrias de alto volume – os quais, normalmente, priorizam estas em detrimento de produções médias. Produção em massa de alto volume É a produção de produtos padronizados acima de 200.000 unidades por ano. A indústria automobilística é um exemplo desse tipo de produção, pois fabrica grandes volumes de produtos idênticos. Ela apresenta redução no custo unitário por produto, como consequência, principalmente, do grande volume de produção, o que justifica investimentos em máquinas dedicadas em todo o seu processo de fabricação. São equipamentos produzidos sob encomenda para a produção de componentes específicos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Por exemplo, os fabricantes de automóveis encomendammáquinas projetadas exclusivamente para a fabricação de uma peça ou família de peças (peças semelhantes que apenas diferem em algumas medidas). Essas máquinas não produzem outras peças, por isso são dedicadas, e, se o projeto da peça mudar, a máquina não servirá mais. Um componente produzido em uma máquina dedicada ou em uma linha dedicada, como as linhas transfer (sequência de máquinas em que a matéria- prima é alimentada no início da linha e automaticamente transferida de uma estação próxima até a peça ser finalizada), o componente pode ser produzido até dez vezes mais rápido do que se tivesse sido feito em equipamentos de utilização geral. O tipo de fábrica a que nos referimos na produção em massa com alto volume constitui-se de muitas linhas transfer e com movimentação de material automatizada, bem como de robôs para operações repetitivas como as de solda a ponto (na própria linha de montagem), e nos processos de pintura, as linhas são frequentemente automatizados por completo, correndo a grandes velocidades. Relação entre os tipos de produção Finalizando a apresentação dos tipos de produção, apresentamos as principais características de um sistema produtivo: O volume de produção: quanto maior o volume, maior a chance de redução de custo e maior a padronização do quadro e do processo. O grau de padronização: quanto mais padronizado o produto e o processo, mais facilitada a gestão da produção. A flexibilidade: quanto menor for o volume, mais fácil para mudar de um modelo para o outro, sendo, assim, mais flexível. O custo: o custo é a função direta da padronização e do volume. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 A figura a seguir demonstra a relação entre os tipos de produção, o volume, a flexibilidade e o custo. RELAÇÃO DOS TIPOS DE PRODUÇÃO X VOLUME X FLEXIBILIDADE X CUSTOS Fonte: PARANHOS FILHO, 2007. A competitividade entre as empresas torna cada vez mais necessária uma estrutura orientada a processos de negócios. Os modelos de referência, nesse sentido, tornam-se relevantes para o correto mapeamento e a documentação dos processos de negócios. No artigo sugerido em seu material on-line, é apresentado um modelo de referência para o processo de negócio de Gestão da Produção, para empresas que montam seus produtos finais sob encomenda. Não deixe de conferir! Que tal aprofundar seus conhecimentos a respeito das classificações do sistema de produção e da produção em massa? Confira a explicação da professora Gilvane Marchesi, disponível no seu material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Tema 4 – Layout/Arranjo Físico O arranjo físico de uma operação produtiva preocupa-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação e estabelece relações físicas das atividades da empresa, de modo a organizar ou reorganizar os recursos transformadores, ou seja, máquinas, equipamentos e mão de obra produtiva, para se obter uma disposição mais agradável e eficiente. Para Slack et. al. (2002), ao planejar um arranjo físico, também está se organizando empresa com um todo desde a localização de todas as máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de atendimento, áreas de armazenamento de materiais, corredores, banheiros, refeitórios e, ainda, padrões de fluxo de materiais e pessoas. Decidir como será o arranjo físico é uma importante e estratégica parte da operação. Um projeto bem elaborado de arranjo físico é capaz de refletir e alavancar desempenhos competitivos desejáveis. Alguns aspectos devem ser considerados para esta decisão: proporcionar um fluxo de comunicação entre as unidades organizacionais de maneira eficiente, eficaz e efetiva; tornar o fluxo de trabalho eficiente; proporcionar facilidade de coordenação; proporcionar situação favorável a clientes e visitantes; ter flexibilidade ampla, tendo em vista as variações necessárias com o desenvolvimento dos sistemas correlacionados. O arranjo físico tem por objetivo planejar taticamente melhorias no processo produtivo, utilizando-se melhor do espaço disponível, criando ou alterando uma estrutura já existente em benefício de maior eficiência na produção, redução do tempo de processamento e, consequentemente, de entrega de pedidos. Para que isso ocorra é necessário: melhorar a estrutura da empresa; diminuir o tempo de produção; estabelecer ao operador um posto de trabalho seguro e confortável; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 flexibilidade nas operações; utilização do espaço disponível da forma mais eficiente possível; diminuir o custo de tratamento do material; minimizar o investimento no equipamento; melhorar o processo de produção; diminuir a variação dos tipos de equipamentos de tratamento do material. O arranjo físico especifica a disposição dos processos, dos equipamentos e das áreas de trabalho, incluindo as áreas de atendimento aos clientes e as áreas de estocagem. Um bom arranjo físico otimiza o fluxo de materiais e de pessoas dentro e entre as áreas operativas. Um bom arranjo físico deve atender aos seguintes requisitos: 1. Disponibilidade de equipamentos para a manipulação de materiais. 2. Disponibilidade de espaço físico e de capacidade produtiva. 3. Respeitar a estética e o meio ambiente. 4. Dispor de um bom fluxo de informações. 5. Levar em conta os custos de movimentação. Na elaboração do layout, algumas considerações práticas devem ser feitas inicialmente, por exemplo, planejar o todo e depois as partes e planejar o ideal e depois o prático. Assim, após a determinação do local que será estudado, inicia-se o layout com uma visão global, que será detalhada posteriormente. Após a implantação do layout, este deve ser reformulado sempre que necessário segundo a regra descrita acima. O primeiro item a se determinar na elaboração de um layout é a quantidade que será produzida, a qual será importante par o cálculo do número de máquinas, da área de estoque, entre outros. Com o número de máquinas determinado, deve-se estabelecer o tipo de layout, considerando o processo e o tipo das máquinas que serão utilizadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 O edifício deverá ser planejado somente após a conclusão das etapas anteriores, permitindo o planejamento de um layout ótimo para as operações da empresa. A elaboração do layout é uma atividade multidisciplinar, que envolve diversas áreas da empresa. Por isso, é importante utilizar a experiência de todos na elaboração, na verificação e na determinação de soluções. Isso também facilitará a posterior “venda” do layout dentro da empresa. Concluídas as etapas acima, ele poderá ser implantado. Agora é o momento de entendermos mais profundamente a importância do layout em uma organização. Assista à videoaula deste tema disponível no material on-line, preparada pela professora Gilvane Marchesi. Tema 5 – Tipos de layout 1. Layout por processo ou funcional Todos os processos e equipamentos do mesmo tipo são desenvolvidos na mesma área. Operações ou montagem semelhantes também são agrupadas na mesma área. O material se desloca buscando os diferentes processos. O layout é flexível para atender a mudanças de mercado, atendendo a produtos diversificados em quantidades variáveis ao longo do tempo. Apresenta um fluxo longo dentro da fábrica, que é adequado a produções diversificadas em pequenas e médias quantidades. Este layout também possibilita uma relativa satisfação no trabalho. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 2. Layout em linha No layout em linha, as máquinas ou as estações de trabalho são colocadas de acordo com a sequência das operações e são executadas de acordo com a sequênciaestabelecida sem caminhos alternativos. O material percorre um caminho previamente determinado no processo. É indicado para produção com pouca ou nenhuma diversificação, em quantidade constante ao longo do tempo e em grande quantidade. Requer um alto investimento em máquinas e pode apresentar problemas com relação à qualidade dos produtos fabricados. Para os operadores costuma gerar monotonia e estresse. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 3. Layout celular O layout celular, ou célula de manufatura, consiste em arranjar em um só local (a célula) máquinas diferentes que possam fabricar o produto inteiro. O material se desloca dentro da célula buscando os processos necessários. Sua principal característica é a relativa flexibilidade quanto ao tamanho de lotes por produto. Isso permite elevado nível de qualidade e de produtividade, apesar de sua especificidade para uma família de produtos. Diminui, também, o transporte do material e os estoques. A responsabilidade sobre o produto fabricado é centralizada e enseja satisfação no trabalho. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 4. Layout por posição fixa No layout por posição fixa, o material permanece fixo em uma determinada posição e as máquinas se deslocam até o local executando as operações necessárias. É recomendado para um produto único, em quantidade pequena ou unitária e, em geral, não repetitiva. É o caso da fabricação de navios, grandes transformadores elétricos, turbinas, pontes rolantes, grandes prensas, balanças rodoferroviárias e outros produtos de grandes dimensões físicas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 As máquinas são levadas até o produto a ser montado. 4. Layout Misto ou Híbrido Utilizado para aproveitar vantagens dos layouts. Dependendo do tipo de produção, os três tipos básicos de arranjo físico são modelos ideais, porém, podem ser alterados para satisfazer as necessidades de determinada situação. Não é difícil encontrar arranjos físicos que representam alguma combinação desses tipos puros de arranjo físico. Os arranjos físicos por processo e por produto representam duas extremidades que vão desde o processamento de pequenos lotes até a produção contínua. O ideal seria um sistema flexível e eficiente que resulte em um baixo custo unitário de produção. A fabricação celular, a tecnologia de grupo e a fabricação flexível representam esforços de deslocamento em direção a este ideal. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Na figura a seguir podemos ver, de modo matricial, como se interligam os tipos de arranjo físico e o posicionamento na matriz Volume X Variedade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 A melhoria de processos produtivos é um fator essencial para tornar uma organização competitiva e adequá-la às demandas mercadológicas. O artigo sugerido em seu material on-line mostra um estudo de caso sobre como uma empresa privada do ramo gráfico pode reduzir custos de fabricação e obter vantagens competitivas por meio da melhoria do layout e do fluxo de processo. Quer saber como isso pode ser feito? Confira! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Não deixe de ver, também, um vídeo bastante ilustrativo, disponível em seu material on-line, demonstrando os exemplos básicos de layout de produção. Vamos aprender mais acerca dos tipos de layouts? Assista à videoaula deste tema disponível no material on-line, preparada pela professora Gilvane Marchesi. TROCANDO IDEIAS Agora é o momento de trocar informações sobre o que você aprendeu até aqui. Entre no fórum desta disciplina e responda: qual a importância da melhoria dos processos produtivos para a organização? Você acredita que essa melhoria consiste em um desafio? Por quê? Participe através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! NA PRÁTICA Na sequência, aproveite para testar os conhecimentos adquiridos na aula de hoje! Acesse seu material on-line para realizar a atividade. Caso fique com dúvidas, retorne ao conteúdo e às videoaulas e realize o teste novamente. SÍNTESE Chegamos ao fim de nosso encontro! Hoje falamos sobre os tipos de sistemas de produção, de layout, arranjo físico e produção em massa. Assim, pudemos compreender o funcionamento dos tipos de sistemas de produção e como se moldam aos tipos de layout. Não deixe de pesquisar outros artigos e vídeos a respeito desses importantes temas, para aprofundar ainda mais o seu aprendizado! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 REFERÊNCIAS MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999 MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2007 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração de Produção e Serviços Administração de Produção e Serviços Aula 4 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à quarta aula da disciplina Administração de Produção e Serviços! Você sabe qual é a função básica do Planejamento e Controle de Produção (PCP)? Ele dá suporte ao planejamento estratégico de produção, para garantir que as atividades sejam desempenhadas de maneira ideal. Hoje falaremos sobre esses temas, e também sobre a capacidade, o Planejamento Mestre de Produção (PMP) e o Planejamento e Controle de Produção (PCP). Contextualização Gerir o tempo e ter alta produtividade, além de ser uma das principais metas da administração de uma organização, é, também, um objetivo profissional e pessoal. Para darmos início a essa aula, vamos entender um pouco mais sobre a Produtividade? Assista ao vídeo indicado em seu material on-line! TEMA 1 – Planejamento Estratégico de Produção O planejamento estratégico define a filosofia básica da organização no que tange às suas atividades, determina os produtos e/ou serviços a serem oferecidos e trata do planejamento para a aquisição e alocação de recursos críticos, como tecnologia e pessoal, tanto para implementar os planos, quanto para avaliar os seus impactos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 O Planejamento Estratégico de Produção é o conjunto de objetivos e políticas de longo prazo, que dizem respeito à atividade de manufatura dentro da empresa e que servem como um guia para todas as decisões tomadas nesse setor. Conforme esquema a seguir: A missão corporativa é a base de uma empresa, é a razão de sua existência e constituição. Fazem parte desta questão as definições claras de qual é o seu negócio atual e qual deverá ser no futuro. Qual a essência, o escopo do negócio e como os clientes deverão ser atendidos. A estratégia corporativa define as áreas de negócios em que a empresa deverá atuar, e como deverá adquirir e priorizar os recursos corporativos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 A estratégia competitiva, ou estratégia da unidade de negócios, propõem a base na qual os diferentes negócios da empresa irão competir no mercado, suas metas de desempenho, e as estratégias que serão formuladas para as várias áreas funcionais do negócio, no sentido de suportar a competição e buscar tais metas. A escolha por uma determinada estratégia competitiva define a alocação de recursos e as habilidades organizacionais necessárias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao mercado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 O objetivo da estratégia de produçãoé fornecer à empresa um conjunto de características produtivas que deem suporte à obtenção de vantagens competitivas de longo prazo. O ponto de partida para isso consiste em estabelecer quais critérios ou parâmetros de desempenho são relevantes para a empresa e quais prioridades relativas devem ser dadas. É necessário se estabelecer metas de produção de curto e longo prazos, que deverão refletir as necessidades dos clientes que se busca atingir, para um determinado produto, de maneira a mantê-los fieis à empresa. Nesse contexto, é possível identificar alguns componentes fundamentais que devem compor o Planejamento Estratégico de Produção. Os mais importantes são apresentados na tela seguinte: a) Tecnologia do produto: Fatores como custo, qualidade, prazo de entrega, capacidade da empresa em se adaptar a novos projetos ou volumes de produção são potencialmente importantes, bem como os próprios ciclos de vida dos produtos, que podem ser renovados por meio de melhorias tecnológicas. A coordenação entre Marketing e Produção é vital na área de tecnologia. b) Tecnologia do Processo: liga-se diretamente à tecnologia do produto. Os movimentos na direção de maior automação costumam complicar as decisões, não só pelo alto custo e risco envolvidos, mas também pelas mudanças que acarretam na estrutura do sistema produtivos, nas necessidades de um novo perfil de mão de obra, no atendimento ao cliente, etc. c) Capacidade das instalações: as decisões estratégicas sobre capacidade envolvem a escolha inicial da capacidade, as mudanças e as épocas de mudanças posteriores, o tipo de capacidade (como, por exemplo, ter uma grande fábrica versus ter diversas fábricas menores) e a descoberta e o aproveitamento de economias de escala (possibilidade de redução de custos, se os produtos forem feitos em maior escala). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 d) Localização das instalações: envolve decisões como localizar a manufatura perto dos suprimentos ou dos mercados consumidores, a escolha da macrorregião (a grande área geográfica dentro da qual a empresa se instalará), a infraestrutura necessária, etc. e) Recursos Humanos: envolve decisões sobre políticas de formação e desenvolvimento de pessoal e suas relações com processos e produtos (assim, por exemplo, mais automação exige menor número de funcionários, mas melhor habilitados), formação de gerentes, políticas de promoção e carreira, etc. f) Suprimentos: envolve decisões estratégicas sobre políticas de compras, desenvolvimento de fornecedores, fabricação interna de peças e componentes, etc. A sequência a seguir é uma adaptação daquilo que foi proposto por Meredith e Gibbs (1984) como roteiro de desenvolvimento do Planejamento Estratégico de Manufatura. a) Escrever a estratégia de manufatura e as ações correspondentes de forma clara, evidenciando como isso será uma arma competitiva para a empresa. b) Estabelecer necessidades e restrições sobre a produção, derivadas da estratégia da empresa como um todo, das políticas de mercado e de finanças, da tecnologia e do meio econômico onde se insere a empresa. c) Determinar as implicações dessas necessidades e restrições sobre as principais variáveis de produção, tais como nível de investimento, riscos tempos de espera de matérias-primas e de entrega de produtos, programação e controle da produção, estoques, flexibilidade, qualidade, força de trabalho etc., bem como sobre os principais departamentos e funções. d) Estimar um prazo para a reavaliação da estratégia de manufatura. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 e) Estabelecer quais operações deverão desempenhar especialmente bem na produção para suportar a estratégia e como isso difere do usual até o momento. f) Definir os padrões (custo, qualidade, produtividade, etc.) pelos quais será julgado o desempenho da produção. g) Identificar as ações mais difíceis de serem cumpridas e seus principais impedimentos. h) Verificar e detalhar se alguma medida de desempenho deverá sofrer temporariamente para que ações necessárias sejam cumpridas. i) Identificar elementos dentro do sistema de produção que apresentem as maiores possibilidades de falhas, de maneira que recebam atenção especial. Que tal entendermos como o planejamento estratégico da produção funciona, na prática, na administração de uma organização? Acesse o material on-line e confira a videoaula e o texto sugerido para este tema! TEMA 2 – PCP (Planejamento e Controle de Produção) Uma das atividades desenvolvidas pelo PCP é a função de acompanhamento e controle da produção, dando suporte ao sistema produtivo no sentido de garantir que as atividades planejadas e programadas para o período sejam cumpridas. Objetivos do acompanhamento e controle da produção: • Fornecer uma ligação entre o planejamento e a execução das atividades operacionais • Identificar os desvios, sua magnitude. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 • Fornecendo subsídios para que os responsáveis pelas ações corretivas possam agir. Apesar do planejamento dos recursos necessários para execução dos planos de produção, na prática é comum ocorrerem desvios entre o programa de produção liberado e o executado. Quanto mais rápido os problemas forem identificados, ou seja, quanto mais eficientes forem as ações de acompanhamento e controle da produção, menores serão os desvios a corrigir, e menor o tempo e as despesas com ações corretivas. A questão da velocidade com que devemos obter o feedback das informações está associada ao tipo de processo produtivo. Em processos contínuos, ou de produção em massa, o feedback das informações deve ser rápido, com coletas de dados em tempo real. A eficiência de um sistema de acompanhamento e controle da produção é reflexo da elaboração pelo PCP de um Programa de Produção válido, baseado em um PMP real, e sustentado por recursos equacionados estrategicamente no Plano de Produção. O Programa de Produção deve ser realístico, as ordens devem ter grandes possibilidades de serem executadas, para evitar que os Programas de Produção fiquem desacreditados e o acompanhamento e controle da produção tenha como função “apagar incêndios”, o que é desestimulante e improdutivo. Um aspecto importante para a validade do Programa de Produção é a exatidão dos dados empregados para compor os planos produtivos. A partir deste ponto, o programa é emitido e acompanhado pelo PCP por meio das seguintes funções: Coleta e registro de dados sobre o estágio das atividades programadas. Comparação entre o executado e o programado. Identificação dos desvios. Busca de ações corretivas. Emissão de novas diretrizes com base nas ações corretivas. Fornecimento de informações produtivas as demais funções da empresa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Preparação de relatórios de análise de desempenho do sistema produtivo. Acompanhe um Programa de Produção, em longo, médio e curto prazo. Ambientes de Manufatura MTS: fabricação para estoque (make-to-stock); Produtos padronizados, baseados em previsões de demanda. Apresenta a vantagem da rapidez na entrega dos produtos, porém, costumam apresentar altos níveis de estoques de produtos acabados. ATO: montagem sob encomenda (assemble-to-order). Ocorrem quando a empresa conhece os subconjuntos, mas o produto final é configurado pelo cliente. As empresas costumam estocar subconjuntos e, após receberem o pedido do cliente, montam o produto solicitado. MTO: fabricação sob encomenda (make-to-order); Produto final desenvolvido a partir dos contatos com cliente, prazos de entregas longos, os produtos costumam ser projetados ao mesmo tempo em que estão sendo produzidos. ETO: engenhariasob encomenda (engineering-to-order). Produção de componentes e montagem finais feitos a partir de decisões do cliente. Não há possibilidade de estoques. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Atividades do PCP a) Previsão de Demanda As análises das futuras condições de mercado e previsão da demanda futura são da maior importância para a elaboração do Planejamento de longo prazo. Assim, previsões de demanda podem ser classificadas em: longo prazo, médio prazo e curto prazo. Curto prazo: estão relacionadas com a Programação da Produção e decisões relativas ao controle de estoque. Médio prazo: Planeja com mais detalhes e avaliam a demanda global que a operação deve atingir. O horizonte de planejamento varia aproximadamente de seis meses a dois anos. Longo prazo: o horizonte de planejamento se estende aproximadamente a cinco anos ou mais. Auxiliam decisões de natureza estratégica, como ampliações de capacidade, alterações na linha de produtos, desenvolvimento de novos produtos, etc. b) Planejamento de Recursos de Longo Prazo As empresas devem se preparar elaborando planos de longo prazo para dimensionamento de suas capacidades futuras, por meio de estudos de previsão de demanda e objetivos formulados pelo planejamento estratégico feitos pela alta administração, com a finalidade de se fazer a previsão dos recursos necessários (equipamentos, mão de obra especializada e capital para investimentos em estoque) que geralmente não são passíveis de aquisição no curto prazo. c) Planejamento Agregado de Produção: Dimensões da força de trabalho e níveis de estoque. O horizonte do Plano Agregado de produção pode variar de seis a 24 meses. Este planejamento normalmente é feito em termos de famílias de itens semelhantes. Particularidades de cada indústria, tais como previsibilidade da demanda e alto CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 nível de repetitividade dos produtos, fazem com que, muitas vezes, ela nem seja executada. Nesse caso, ela tende a ser absorvida pelo Planejamento Mestre da Produção, que é uma atividade subsequente e mais detalhada. d) Planejamento Mestre da Produção (PMP) O PMP é gerado a partir do plano agregado de produção. Desagregando-o em produtos acabados, guiará as ações do sistema de manufatura em curto prazo, estabelecendo quando e em que quantidade cada produto deverá ser produzido dentro de certo horizonte de planejamento, que pode variar de quatro a 12 meses, sendo que quanto menor for o horizonte de tempo, maior será a acuracidade do PMP. e) Planejamento de Materiais É o levantamento completo das necessidades de materiais para execução do plano de produção. A partir das necessidades vindas da lista de materiais, das exigências impostas pelo PMP e das informações vindas do controle de estoque (itens em estoque e itens em processo de fabricação), procura determinar quando, quanto e quais materiais devem ser fabricados e comprados. O Planejamento de Materiais tem como objetivo reduzir os investimentos em estoques e maximizar os níveis de atendimento aos clientes e produção da indústria. f) Programação e Sequenciamento da Produção Determina o prazo das atividades a serem cumpridas, ocorrendo em várias fases das atividades de planejamento da produção. De posse de informações como: disponibilidade de equipamentos, matérias-primas, operários, processo de produção, tempos de processamento, prazos e prioridade das ordens de fabricação; as ordens de fabricação poderão ser distribuídas aos centros produtivos onde será iniciada a execução do PMP. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Confira o material on-line para ver um interessante vídeo a respeito do controle de produção e suas influências para a administração de uma organização. Lá, você também encontrará um texto que destaca a importância do planejamento de produção para a empresa e, finalmente, estudará mais sobre o PCP, na videoaula preparada pela professora Gilvane Marchesi! TEMA 3 – Capacidade Capacidade é a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos, em condições normais de operação, em um dado intervalo de tempo. A capacidade depende do mix de atividades e, por isso, algumas organizações que possuem mix muito complexos, com tempos de processamento extremamente variáveis, expressam sua capacidade por meio de medidas de insumos. A Capacidade de Operação é o máximo de nível de atividade, de valor adicionado, em determinado período de tempo, que o processo pode realizar sob condições normais de operação. Há uma restrição na capacidade quando a demanda é insuficiente (a procura por determinado produto ou serviço ainda não justifica trabalhar com 100% da capacidade produtiva). A empresa pode optar por não utilizar sua capacidade total para poder trabalhar com determinadas contingências. O Planejamento da Capacidade é a determinação de qual nível de capacidade operar para satisfazer a demanda do cliente de acordo com a estratégia da empresa. A importância deste planejamento afeta diretamente o nível de serviços aos clientes e tem grande influência nos custos do produto final. Isso implica em decidir como a operação deve reagir a flutuações de demanda. Planejamento de longo prazo examina as mudanças na demanda e as estratégias alternativas de capacidade para lidar com estas mudanças. Estas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 estratégias dizem respeito a introduzir (ou eliminar) grandes incrementos de capacidade física. O planejamento de curto prazo atende às flutuações inesperadas da demanda (hotéis) ou mudanças repentinas no status da planta operacional (quebras). São objetivos do planejamento da capacidade: minimizar custos; maximizar receitas; decidir sobre a utilização do capital de giro; preservar a qualidade dos bens e serviços; assegurar a confiabilidade do fornecimento; busca por flexibilidade. 1. Capacidade do Projeto: Também denominada capacidade teórica. Aquela que o fornecedor ou fabricante dos equipamentos apresentam para o produto. 2. Capacidade Efetiva: É a que o equipamento apresenta após o desconto de todos os tempos de parada tecnicamente necessários para que o equipamento ou o sistema implantado funcionem adequadamente. Capacidade de projeto X Capacidade efetiva Utilização: volume de produção real capacidade de projeto Eficiência: volume de produção real capacidade efetiva 3. Volume de Produção Real: é importante não confundir capacidade com volume. O volume de produção é o que se produz atualmente, enquanto a capacidade é o máximo a ser produzido. Capacidade depende do mix de atividades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Nas etapas de planejamento e controle de capacidade, tipicamente, a gerência de produção depara-se com uma previsão de demanda para um período de tempo, que tem pouca probabilidade de ser precisa ou constante. A previsão das flutuações da demanda normalmente é responsabilidade dos departamentos de Vendas e de Marketing e devem ser expressas em termos úteis para o planejamento e controle da capacidade. São etapas deste planejamento: Medir a demanda e a capacidade agregada. Identificar as políticas alternativas de capacidade. Escolher as políticas de capacidade adequadas. Existem duas formas de se medir a capacidade de uma unidade produtiva: A capacidade é usualmente medida por uma das duas formas: com base nos insumos e com base nos produtos. A diferença entre esses dois tipos é exemplificada na tabela a seguir (indica a solução mais adequada). Em alguns casos, ambas as formas podem ser empregadas para medir a capacidade, mas, normalmente, adota-seaquela que já for mais aceita no mercado. Balanceamento entre demanda e capacidade Uma vez estimadas a demanda e a capacidade, busca-se um ajuste entre ambas. Por exemplo, pode-se produzir para atender a 100% da demanda, ou CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 para aproveitar 100% da capacidade disponível, ou para situações intermediárias. A análise desse problema é dificultada pelo fato de que a demanda usualmente apresenta flutuações sazonais ou irregulares, e de que a capacidade, geralmente, não pode ser modificada rapidamente para acompanhar a demanda. Assim, balancear a demanda com a capacidade é um desafio constante. No balanceamento entre demanda e capacidade podem ser empregadas medidas para influenciar a demanda ou a capacidade – ou ambas. As principais medidas para influenciar a demanda são: Política de preço: reduzindo-se o preço, busca-se vender mais o produto, conforme ilustram os descontos em passagens aéreas na baixa temporada e as reduções de tarifas telefônicas na madrugada. Publicidade: campanhas publicitárias podem incentivar a demanda em períodos de excesso de capacidade. Atraso deliberado na liberação do produto: pedidos de clientes podem ser deliberadamente retidos até que seja possível produzir (esta medida pode causar grande insatisfação ao cliente). Produção para estoques: produz-se além da demanda do período para suprir períodos futuros, em que a capacidade não consegue atender à demanda (por exemplo, na fabricação de artigos natalinos). Contudo, essa medida é caracterizada pelos altos custos financeiros de manter estoques, pela incerteza quanto às vendas reais e pelo longo período de investimento. E os fatores que afetam a capacidade são: Legislação governamental. Acordos com sindicatos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Projeto do produto e serviço. Mix de produtos. Capacidades dos fornecedores. Pessoal e empregos Arranjo físico e tecnologias de processo. Instalações e equipamentos. Habilidades gerenciais. Uma das formas de balancear a produção com demandas a médio prazo, é por meio do planejamento agregado. Dado um perfil de demanda agregada, existem vários planos alternativos que podem atendê-las. Analisaremos algumas alternativas para a demanda prevista no seguinte quadro: O Planejamento Agregado é o processo de balanceamento da produção com a demanda projetada para horizontes de tempo em geral de seis a doze meses. Este balanceamento pode ser feito atuando-se sobre os recursos produtivos. O que se procura é combinar esses recursos produtivos, de maneira a, simultaneamente, atender a demanda e conseguir o custo mínimo. Na produção mensal constante, os estoques absorvem as variações: (EI)n = estoque inicial do período n (EF)n = estoque final do período n (P)n = produção no período n (D)N = demanda no período n Valem as relações (EI) n+1 = (EF)n (EI)n + (P)n – (D)n = (EF)n CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Dimensões da Capacidade de Produção - Uma parte essencial do planejamento agregado é o entendimento abrangente de cada uma das capacidades do sistema de produção. É importante refletir sobre as seguintes questões: 1. Quanto de cada recurso de produção está disponível? A capacidade de produção em cada período de tempo pode ser restrita por fatores como o número de trabalhadores ou número de máquinas. 2. Quanta capacidade cada tipo de produto exige? A quantidade de recursos necessários para produzir um único produto permite a transformação da demanda em necessidades de capacidade de produção. 3. Em qual etapa de produção determinamos a capacidade? Na produção focalizada no produto, a capacidade pode ser determinada pela “operação de entrada” (Gateway), ou a primeira operação numa linha de produção. Na produção focalizada no processo, a capacidade pode ser determinada por uma “operação gargalo”, ou a operação que têm a menos capacidade por produto. Em outros tipos de produção, a capacidade pode ser determinada pelo número de horas de trabalho ou horas de máquina em um departamento de produção, em particular ou na fábrica inteira. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 4. Quanto custa ajustar a capacidade para cima ou para baixo? Custos de contratar, demitir e reconvocar empregados, por exemplo, pode afetar os planos para fornecer capacidade de produção. Essas complexidades da capacidade de produção levaram os sistemas de produção a identificar diversas fontes práticas de fornecimento de capacidade de produção de médio prazo. Uma vez que o planejamento abrange períodos menores que um ano, não há tempo suficiente disponível para aumentar a capacidade acrescentando prédios, máquinas e outros bens. Isso desvia o foco para outras fontes de capacidade de produção quando são desenvolvidos planos para sustentar as necessidades dos clientes. Diversas variáveis podem ser alteradas para mudar a capacidade de produção mês a mês. Veja quais são essas variáveis na tela seguinte: Fontes de Capacidade de Produção de Médio Prazo: • Trabalho em horas normais – produção por trabalhadores paga de acordo com taxas de trabalho em horas normais. As fontes de trabalho são os empregados que trabalham em tempo integral e parcial, novas contratações e trabalhadores demitidos que podem ser reconvocados. • Trabalho em horas extras – produção por trabalhadores paga de acordo com taxas de trabalho em horas extras. O trabalho em horas extras pode ser limitado por políticas sindicais ou da empresa, ou ainda, pela legislação vigente. • Estoques – produção de períodos anteriores é estocada para embarque em períodos posteriores. • Subcontratação – produção de produtos ou serviços por fornecedores. Alguns planos são comumente observados na administração de produção. O plano de acompanhar a demanda e o plano de nivelar a capacidade, usados em conjunto com estoques, backlog – pedidos em carteira, trabalho em horas extras, trabalho em tempo parcial ou subcontratação. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Acompanhar a demanda: Neste caso, a capacidade de produção em cada período de tempo é variada para coincidir exatamente com a demanda agregada prevista nesse período. Essa abordagem altera o nível de força de trabalho em cada período de tempo, o que implica em novas contratações ou demissões de trabalhadores. A grande vantagem desse plano é que quase nenhum estoque de produtos acabados é necessário, e, portanto, grande parte do custo de manter ou carregar estoques é evitado. Porém, os custos com contratações e demissões tendem a ser mais elevados. Nivelar a capacidade: a capacidade de produção é mantida constante ao longo do horizonte de tempo do planejamento. A diferença entre a taxa de produção constante e a taxa de demanda variável é composta por estoques, backlog, trabalho em tempo parcial ou subcontratações. Compensando com estoques: se uma empresa é de produção sob encomenda, o estoque de produtos acabados compensa a diferença entre a demanda variável e a capacidade de produção constante. A principal vantagem de nivelar a capacidade com estoques é que essa abordagem, normalmente, promove baixos custos de produção. Isso ocorre porque: 1- Os custos para contratar, treinar e demitir trabalhadores e usar trabalho em horas-extras são praticamente eliminados. 2- O custo para localizar e desenvolver novas fontes de suprimentos materiais é minimizado. 3- Somente a maquinaria de produção mais eficiente é usada. 4- Os custos de mão de obra e materiais por produto são baixos, uma vez que, com a produção constante, elimina-se o contínuo início e interrupção de operações.CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 5- A supervisão é simplificada e as taxas de sucatas são baixas porque os trabalhadores são experientes nas suas funções e não atingem o nível de fadiga, como em regime de horas-extras. 6 - A rotatividade e o absenteísmo tendem a ser mais baixos. Como desvantagem, podemos citar que os custos de manutenção em estoques são reais, e a resolução desse conflito normalmente depende do acerto (trade-off) entre os custos adicionais de manutenção em estoque e as economias em custos de mão de obra e materiais que resultam de nivelar a capacidade com um plano agregado. Qual é o melhor tipo de Plano Agregado? A reposta para esta pergunta é: depende. Vários fatores devem ser avaliados antes de a empresa tomar uma decisão e, entre eles, é essencial pensar em custos como: Custos de contratação: tipicamente, incluem os custos em que se incorre no processo de contratação, treinamento de novos trabalhadores e o custo de produtos descartados enquanto os trabalhadores estão aprendendo sua nova função. Custos de demissão normalmente incluem o pagamento e rescisão de contratos trabalhistas, benefícios empregatícios, etc. Custos de manutenção de estoques incluem todos os custos referentes à armazenagem dos produtos e os custos da imobilização de capital. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Como anda a sua produtividade pessoal e profissional? Vamos ver mais sobre o planejamento da capacidade de operações e outros aspectos que envolvem a capacidade produtiva? Então, leia o texto indicado em seu material on-line, e assista à videoaula deste tema, preparada pela professora Gilvane Marchesi! Tema 4 – PMP (Planejamento Mestre de Produção) ou MPS (Master Production Schedule) O Planejamento Agregado é o processo de balanceamento da produção com a demanda projetada para horizontes de tempo, em geral, de seis a doze meses. Este balanceamento pode ser feito atuando-se sobre os recursos produtivos. O que se procura é combinar esses recursos produtivos, de maneira a, simultaneamente, atender à demanda e conseguir o custo mínimo. Nos sistemas de manufatura, o PMP (Plano Mestre de Produção) contém os dados da quantidade e do momento em que os produtos finais devem ser produzidos, dando sentido em toda a operação. Ele é definido em termos de especificação de produtos porque é à base do planejamento e do cálculo dos componentes necessários para a manufatura, que são: mão de obra, equipamentos, provisão de materiais e capital (SLACK et. al., 2002; CORRÊA; GIANESI, 1993). Algumas diretrizes de PMP têm vasta aplicação. O processo de programação consiste na consolidação das necessidades brutas, deduzindo do estoque à disposição e agrupando as necessidades líquidas em pedidos planejados de tamanhos adequados de lotes. Os pedidos são, então, convertidos em relatórios de carga nos centros principais de trabalho, e as necessidades totais de materiais e capacidade são examinadas quanto à viabilidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Havendo um certo número de produtos que utilizam a mesma linha, a programação deve se preocupar com duas questões: a) quanto produzir de cada produto? b) em que ordem devem ser produzidos os produtos? A resposta à pergunta em que ordem produzir, é uma questão de sequenciamento. A resposta à pergunta quanto produzir pode ser dada de muitas maneiras. Dependem dos critérios específicos de cada empresa, baseados no bom senso ou em razões de ordem histórica. A teoria dos custos associados aos estoques fornece uma quantidade a fabricar que leva em conta, de um lado, os custos de preparo das máquinas para uma rodada de produção. De outro, os custos de se manter o produto em estoque. Esses dois custos são antagônicos: Para se gastar menos com a preparação de máquinas, é preciso diminuir o número de rodadas de produção, o que, para um determinado nível de demanda, leva a um aumento na quantidade fabricada de cada vez e, consequentemente, nos estoques mantidos. Esse aumento no estoque fará aumentar o custo de manutenção associado. Entretanto, se os dois custos – preparação de máquinas e manutenção de estoques – forem somados, é possível determinar uma quantidade a produzir que minimize esta soma. Esta quantidade é chamada Lote Econômico de Fabricação (LEF). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Custos Relacionados ao Tamanho do Lote Econômico de Fabricação (LEF) Existem três componentes de custos associados ao processo de reposição e armazenagem dos itens: custos diretos, custos de manutenção de estoques e os custos de preparação para reposição. O comportamento destes custos irá definir o tamanho do lote econômico de fabricação e armazenagem do item. Vamos equacionar cada um desses custos para um dado período de planejamento. Custo Direto: incorre diretamente com a fabricação do item. É proporcional à demanda para o período e aos custos unitários do item (aquisição de material, mão de obra direta, etc.). CD = Custo direto para o período. D = Demanda do item para o período. C = Custo unitário de fabricação do item. Custo de Preparação: são todos aqueles custos referentes ao processo de reposição do item pela fabricação do lote de itens. Fazem parte desses custos os seguintes elementos: mão de obra para emissão e processamento das ordens de fabricação e compra de materiais, materiais e equipamentos indiretos, custos de preparação dos equipamentos produtivos e demais custos indiretos envolvidos na fabricação dos itens. O custo de preparação é proporcional ao custo de uma preparação de fabricação do item e ao número de vezes que este item entrou em produção durante o período de planejamento. CP = Custo de Preparação N = Número de produções no período. Q = Tamanho do lote de fabricação. A = Custo unitário de preparação. CD = D x C CP = N . A N = D/Q CP = D . A Q CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 Custo de Manutenção de Estoques – são aqueles custos decorrentes do fato de o sistema produtivo necessitar manter itens em estoque para seu funcionamento. Isso implica em uma série de custos, tais como: mão de obra para armazenagem e movimentação dos itens, aluguel de armazém, seguro, sistemas de controle de estoques, custos de deterioração e obsolescência de produtos e, principalmente, o custo do capital investido. O custo de manutenção de estoques é proporcional à quantidade de estoques médio do período de planejamento, ao custo unitário do item, e à taxa de encargos financeiros que incidem sobre o estoque. CM = Custo de manutenção de estoque no período. Qm = Estoque médio durante o período. I = Taxa de encargos financeiros sobre os estoques*. *A taxa de encargos financeiros sobre o estoque pode ser obtida dividindo os custos totais de manutenção do estoque pelo valor do estoque médio mantido para o período. A partir da definição dos três custos que compões os custos relacionados ao tamanho do lote econômico de fabricação (LEF), obtemos uma equação para o custo total do sistema. Custos Totais = Custos Diretos + Custos de Preparação + Custos de Manutenção de Estoques. CM = Qm . C. I Custos Totais = D . C + D . A + Qm. C. I Q CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Acesse o material on-line e assista à videoaula deste tema, preparada pela professora Gilvane Marchesi, que fala sobre aspectos relacionados ao Plano Mestre de Produção (PMP)! Trocando Ideias Reflita: por que é importante se definir um Lote Econômico de Fabricação (LEF)? Entreno fórum desta disciplina e participe, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)! Na Prática Vamos falar sobre o que aprendemos até aqui? Vimos que há uma relação entre o plano de produção, o plano mestre de produção e o programa de educação. Mas qual é essa relação? E, de acordo com o que estudamos sobre o plano agregado de produção, você sabe quais são os principais fatores de se escolher este plano? Confira a nossa aula on-line para ver mais sobre esses conceitos! Síntese Chegamos ao fim do nosso encontro! Hoje falamos sobre o planejamento estratégico de produção, a capacidade e, por fim, as características do PCP e PMP. Não deixe de pesquisar outros artigos e vídeos que abordem essas temáticas, para aprofundar ainda mais o seu aprendizado! Agora, assista ao resumo dos conteúdos vistos hoje, com a professora Gilvane Marchesi, em seu material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 Referências MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2006. PARANHOS FILHO, M. Gestão da Produção Industrial. 1. ed. Curitiba: Ibpex, 2007. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Administração de Produção e Serviços Administração de Produção e Serviços Aula 5 Profa. Gilvane Marchesi CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá, caro aluno! Essa é a nossa quinta aula da disciplina Administração de Produção e Serviços! Todas as operações usam algum tipo de tecnologia de processo. Mas você sabe quais são as vantagens de seu uso? Neste encontro, além de falarmos sobre esse assunto, falaremos sobre o conceito e os tipos de automação, os sistemas flexíveis de manufatura, entre outros temas que envolvem a administração de produção e serviços. Pronto para aprender esses temas? Então, assista à introdução de nossa aula, com a professora Gilvane Marchesi, em seu material on-line! Contextualização A tecnologia de processo auxilia a produção a atender a uma clara necessidade do mercado; em outras ocasiões, torna-se disponível e uma operação escolhe adotá-la na expectativa de que possa explorar seu potencial, de alguma forma. Qualquer que seja a motivação, todos os gerentes de produção precisam entender o que as tecnologias emergentes podem fazer, quais vantagens podem ser dadas e que limitações ela pode impor à operação produtiva. O artigo indicado em seu material on-line aborda aspectos a respeito da tecnologia de processo, e de outros temas que veremos nesta aula. Não deixe de conferir! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 TEMA 1 – Conceito e tipos de Automação O conceito mais antigo de automação é a associação da substituição de mão de obra humana por máquinas. Dentro do ponto de vista estratégico de produção, em que a automação integra um leque de novas tecnologias no processo produtivo, sabemos que o domínio dessa nova tecnologia trará vantagens competitivas para quem adotá- la, pois é cada vez maior o nível de exigência do público alvo quanto à qualidade, preços e flexibilidade dos produtos. Ao contrário do que é pregado no conceito de produção em massa, a automação permite incorporar padrões de qualidade, bem como flexibilizar a produção com mais variações sobre o mix de produtos. Para atingir objetivos e agregar valor, a estratégia de produção utiliza tecnologias de processo, máquinas e equipamentos. Tipos de Automação Existem, b asica ment e, t rês ti pos d e a utom açã o: a) Automação fixa É assim chamada quando a configuração dos equipamentos obriga a uma determinada sequência de operações. Este tipo de automação tem como características o alto investimento inicial em equipamentos e o alto volume de produção, resultando, por outro lado, em pouca flexibilização nos produtos. b) Automação programável O equipamento tem a capacidade de mudar a sequência de operações para fazer diferentes configurações de produtos. A operação é controlada por um programa e este pode ser alterado para a produção de novos produtos. Também exige altos investimentos em equipamentos de uso geral com menores taxas de produção, mas pode lidar com mudanças nos produtos, adequando-se a produção em lote. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Para cada lote de um produto diferenciado, o sistema pode ser reprogramado, bem com a preparação física: novas ferramentas devem ser carregadas e novos acessórios devem ser fixados. O ciclo de produção do lote tem que incluir um período de preparação e a reprogramação que consumirá tempo. c) Automação flexível A automação flexível produz vários produtos ou peças com pouco tempo perdido na mudança de um produto a outro. Não se perde tempo na produção para reprogramar o sistema e a preparação física. É possível a produção de várias combinações e programações de produtos sem lotes separados. O investimento em equipamentos é bastante alto. Com taxas médias de produção, os sistemas flexíveis têm capacidade para produzir continuamente composições variáveis de produtos, pois conseguem lidar com variações no projeto. As principais razões para a automação são o aumento de produtividade e competitividade por meio de uma qualidade melhor dos produtos, com aproveitamento de matérias-primas, redução no ciclo de fabricação e redução nos estoques de material em processo, além da questão do alto custo da mão de obra ou a falta dela. Que tal entendermos como a automação funciona na prática? Acesse o material on-line e confira a videoaula e um vídeo muito interessante sugerido para este tema! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 TEMA 2 – Tecnologia de processo – Produto/Serviço Conforme SLACK (2006), as operações utilizam, no processo, algum tipo de tecnologia. Esta tem a função de ajudar a produção a atender a uma demanda do mercado. As tecnologias de processo (como máquinas, equipamentos e dispositivos) ajudam a produção a transformar os inputs, a matéria-prima e as informações, somando valor na busca pelos objetivos estratégicos da produção. Continuando neste tema, SLACK (2006) comenta que o desenvolvimento do produto pode ser visto como mais importante do que a tecnologia de processo ou o inverso. O ciclo de vida ou a maturidade do produto é um fator que influencia este desenvolvimento. Quando se está na fase de introdução do produto a tecnologia relacionada a ele é a mais requisitada, pois a taxa de inovação tem que ser alta e o desempenho do produto otimizado. SLACK (2006) explica que na maturidade do produto, o foco deve estar na tecnologia de processo, pois trata-se de uma etapa de inovação baixa, e o processo de produção precisa diminuir os custos e aumentar os lucros. Gerenciamento de operações e tecnologia de processo Conforme SLACK (2006, p. 181) “os gerentes de produção estão continuamente envolvidos com o gerenciamento de tecnologias de processos”. Para fazer isso, efetivamente, eles devem ser capazes de: articular como a tecnologia para melhorar a eficácia da operação; estar envolvidos na escolha da tecnologia em si; gerenciar a instalação e a adoção da tecnologia de modo que não interfira com as atividades em curso na produção; integrar a tecnologia com o resto da produção; monitorar continuamente seu desempenho. “atualizar ou substituir a tecnologia quando necessário”. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Ainda SLACK (2006) afirma que os gerentes de produção necessitam conhecer os princípios da tecnologia que será utilizada, para terem segurança na avaliação de alguma informaçãotécnica. Assim, poderão conversar com os especialistas na tecnologia para entendê-la da melhor forma possível . Há algumas questões fundamentais, que qualquer gerente de produção deve ser capaz de responder quando está na gestão de algum tipo de tecnologia. Qual a diferença de uma tecnologia para outras similares? Como ela faz isso? Para desempenhar suas funções, que características ela tem? Quais são os benefícios para a operação produtiva? Que limitações podem trazer para a produção? Vamos aprofundar nossos conhecimentos acerca da tecnologia de processo e conhecer mais da gestão da inovação no desenvolvimento de novos produtos? Acesse seu material on-line para ler um artigo a respeito deste tema, e para assistir à videoaula preparada pela professora Gilvane Marchesi! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 TEMA 3 – Manufatura auxiliada por computador – CAM Os sistemas CAM (Manufatura Auxiliada por Computador) foram desenvolvidos devido às necessidades de programação das máquinas CNC estudadas e lançadas na década de 1950 (PRADO e LARA, 2005, p. 20). A partir do desenvolvimento de máquinas comandadas por computador, os processos se tornaram mais precisos e mais complexos exigindo, assim, dos programadores, maior tempo e capacidade para a aplicação de mais ferramentas e estratégias de usinagem. Com o propósito de agilizar a programação das máquinas CNC e de outros processos de manufatura, os softwares de CAM ganharam mais atenção e pesquisa no seu desenvolvimento, o que os tornou sinônimo de programação prática e a solução mais eficiente para a programação das máquinas operatrizes na usinagem de peças/produtos com formas complexas. O CAM (Computer Aided Manufacturing) é definido como o uso efetivo da tecnologia do computador no planejamento, gerência e controle da função de produção. As aplicações do CAM podem ser assim divididas em duas grandes categorias, as quais representam dois diferentes níveis de envolvimento do computador nas operações de fábrica. Além disso, a utilização dos softwares de CAM possibilita o cálculo das trajetórias das ferramentas em tempos mínimos e do tempo real que seria gasto na usinagem do produto, conseguindo, assim, a acuracidade nas programações das ordens de produção. Também é capaz de extinguir os erros de programação cometidos pelos programadores nos programas manuais, que quase sempre levam a colisões e programar peças complexas que dificilmente a programação manual conseguiria fazer, como por exemplo, programas para centros de usinagem com quatro ou cinco eixos (PRADO E LARA, 2005, p. 22). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Os autores também apontam que o CAM suporta a gerência tanto no planejamento da produção quanto no controle da produção, por serem interligados e transferirem informações como estimativa de custos, mão de obra, planejamento do processo. Dentro deste planejamento, auxilia-se o sequenciamento das operações com informações como calcular tempos padrão, programar máquinas, controlar estoques, os sistemas flexíveis máquinas CNC, ou seja, sendo um sistema automatizado, pode-se controlar todas estas atividades. Agora, vamos ler um artigo que fala sobre os sistemas CAD e CAM específicos para o mercado joalheiro? Você entenderá como funciona o processo de criação e produção de joias, destacando os benefícios e aspectos envolvidos na tecnologia dessa produção. Leia o texto indicado em seu material on-line, e assista à videoaula deste tema, preparada pela professora Gilvane Marchesi! Tema 4 – Outras tecnologias de processo – CNC/Robótica/AGVs/FMS São também consideradas tecnologias de processo: Máquinas de controle numérico. Robótica. Veículos guiados automaticamente. Sistemas flexíveis de manufatura. Agora, vamos entender como funciona cada um desses processos na página seguinte. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 1) Máquinas-ferramentas de controle numérico (CNC) São máquinas que executam operações segundo as instruções de um computador. Máquinas com tais características são ditas de controle numérico (NC – Numerically Controled) quando as instruções ou programas são armazenados em fitas ou cartões perfurados (sistemas mais antigos). Quando as instruções são armazenadas em chips ou outro meio eletrônico, são ditas máquinas CNC (Computer Numerically Controled). As máquinas CNC podem ser programadas e reprogramadas de acordo com as necessidades do momento, já que cada uma dispõe de um computador. As denominadas máquinas DNC (Direct Numerically Controled) são controladas por um computador central e não individual. Por causa da rapidez de programação e preparação das ferramentas, estas máquinas proporcionam alta flexibilidade de produção e altos rendimentos, mostrando que são projetadas para atingir elevados rendimentos na produção. O operador que controlava a máquina manualmente é substituído por um computador com um conjunto de instruções codificadas, trazendo mais precisão e produtividade. Elimina erros com desenhos feitos em CAD e melhora a capacidade dos processos diminuindo refugos e com melhores índices de qualidade. Quer ver uma máquina CNC trabalhando? Assista ao vídeo indicado em seu material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 2) Robótica Para SLACK (2002), um robô pode ser definido como uma máquina controlada por computador. Complementa que robôs são também dispositivos especializados por meio de movimentos programados variáveis, para desempenho de uma variedade de tarefas. Algumas vezes tem braços, terminando em um pulso e usam elementos de memória e se necessário pode usar sensores e adaptação, que levam em conta o ambiente e as circunstâncias. Na prática usada para operações corriqueiras como: soldagem, pintura, empilhamento de contendores, esmerilhamento, embalagem ou carregamento e descarregamento de máquinas. Nessas tarefas, a habilidade dos robôs é de desempenhar tarefas repetitivas, monótonas e, algumas vezes, perigosas por longos períodos, sem variação e sem reclamação. Vem com um painel de controle e uma prancheta eletrônica para programação dos movimentos, que pode ser feita via computador. Conforme as aplicações, os robôs podem ser classificados como: robôs de manuseio; robôs de processo; robôs de montagem. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 3) Veículos guiados automaticamente (AGVs – Automated Guided Vehicles) Os AGVs (Automated Guided Vehicles – veículos comandados por computador) são pequenos veículos autônomos que movem materiais para operações agregadoras de valor como o transporte e a alimentação das máquinas. Conforme SLACK (2006), geralmente são guiados por meio de cabos enterrados no chão. Suas instruções vêm de um computador central, seus sistemas ou computadores. Automatiza-se a movimentação, porque esta atividade não agrega valor do produto. São vantagens do uso dos AGVs: Menor custo pela substituição de trabalho humano. Promovem entregas Just-in-time entre etapas do processo de produção. Podem ser usados como estações de trabalho móveis. Reduz o tempo em cada estágio do processo. Vamos ver como funciona o trabalho de um AGV em uma fábrica, bem como outros aspectos acerca das tecnologias CNC, robótica e FMS? Acesse o seu material on-line, assista ao vídeo indicado e à videoaula deste tema! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Tema 5 – Sistemas flexíveis de manufatura (FMS) Um FMS (Flexible Manufacturing Systems) pode ser definido como “uma configuração controlada por computador de estações de trabalho semi-independentes, conectadas por manuseio de materiais e carregamento de máquinas automatizadas”. Essa definição dá uma ideia das partes componentes de um FMS conforme explana Slack (2006 p. 185). São elas: Estações de trabalho CN: máquinas-ferramentas ou centros de trabalho mais sofisticados, automatizados ou máquinas ferramenta de controle numérico, que desempenham operações “mecânicas”. Instalações de carga e descarga: Frequentemente robôs, que movem peças de e para as estações de trabalho. Manuseio e estocagem de material: instalações de transporte e/ou manuseio de materiais, que movem peças entre estações de trabalho (podem ser AGVs ou esteiras ou trilhos transportadores ou, se as distâncias são pequenas, robôs), algumas vezes incorporando estocagem na função. Um sistema central de controle: por computador, que controla e coordena as atividades do sistema (estações de trabalho, AGVs, robôs), e também o planejamento e o sequenciamento de produção e o roteamento das peças através do sistema. ” Em seu material on-line, você pode assistir a um vídeo que explana o funcionamento dos componentes do FMS. Confira! Slack (2006) complementa que um FMS pode ser descrito como: a) Sistema flexível restrito: para a produção de uma quantidade pequena de configurações de peças. O p r o j e t o e s t á v e l c o m p o u c a s d i f e r e n ç a s e n t r e a s p e ç a s . Existem pequenas diferenças de geometria entre as peças e o projeto de produto está estabilizado. As peças têm uma sequência de produção quase igual ou igual. b) b) Sistema flexível de ordem aleatória: neste caso há muitas variações na configuração das peças, ou o projeto passa por alterações, inclusive, na programação. Processa peças em sequências variadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 SLACK (2006) explica que o FMS é uma “micro-operação” autocontida, que é capaz de manufaturar em componente completo do início ao fim. As facilidades de cada uma das tecnologias individuais são maximizadas para fazer de um FMS uma tecnologia de manufatura adaptável. Uma programação de produtos, todos diferentes, mas dentro do escopo de operações do sistema, pode ser processada em qualquer ordem, e sem demora para a troca. Qualquer conjunto de máquinas dentro de um FMS tem limitações no tamanho e na forma dos materiais que pode processar. A implicação disso é que os FMS são mais bem adaptados para aplicações de manufatura em que os projetos das peças são basicamente similares e, ainda, cujos tamanhos de lotes devam ser pequenos (talvez apenas um). Um FMS consiste de um grupo de unidades de processamento (predominantemente máquinas ferramenta de controle numérico computadorizado – MFCNC) interconectadas através de um sistema automatizado de estocagem e manuseio de material, controladas por um sistema integrado de computador. Os FMS variam consideravelmente em sua complexidade e tamanho, e o termo FMS é frequentemente usado para tecnologias que são bem pouco similares. Por exemplo, um FMS pode ser criado para produzir uma única peça. Outro, pode produzir um único produto por longos períodos, mas então mudar rapidamente para outro produto. Esta última situação é usualmente realizada pelo que é, algumas vezes, chamada linha transfer flexível (FTL – flexible transfer line). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Fatores a serem considerados na viabilidade de implantação de um FMS comentados por SLACK (2006): Utilização anterior de sistemas CNC. Ambiente econômico externo. Valor do investimento. Tempo de implantação. Treinamento dos trabalhadores. Apoio da alta Administração. Algumas possíveis vantagens do FMS Maior flexibilidade para iniciar ou fazer alterações nos produtos. Redução do processo produtivo. Economia de estoque de material entre um processo e outro com uma produção em fluxo. Tempo de utilização das máquinas otimizado. Redução no setup das máquinas. Redução de máquinas e processos. Melhoria na qualidade do processo e do produto. Menos utilização de espaço. Menos necessidade de mão de obra especializada. Melhor resposta ao consumidor. Mais qualidade e agilidade. Melhoria na produção de Protótipos. Acesse o seu material on-line, assista ao vídeo indicado e à videoaula deste tema! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Tema 6 – Manufatura integrada por computador – CIM Conforme Slack (2006), o CIM agrega as funções de engenharia do CAD/CAM aplicando a tecnologia do computador para as funções de operação e de processamento da informação no ambiente fabril. Isso começa na entrada do pedido, o projeto e produção até a expedição do produto. As funções da empresa que estão ligadas à produção são automatizadas e estão juntas num sistema integrado. Dessa forma, as saídas de uma atividade servem como entradas para a próxima. Esta sucessão de eventos começa com a venda e termina com a expedição do produto. Ainda Slack (2006) explica que o FMS integra somente as atividades ligadas diretamente com o processo de transformação e não com as atividades que a precedem. O sistema de manufatura, em si, é somente mais uma atividade entre muitas (apesar de estar no centro delas). Os sistemas na organização, como previsão de vendas, pedidos, controle de qualidade, planejamento de manutenção e assim por diante, acontecem simultaneamente ao projeto dos produtos e as atividades de planejamento da produção. Slack (2006 p. 188) cita: “Sabendo-se que todos esses sistemas de “contorno” utilizam computadores, pode existir potencial para uma integração com as tecnologias de processamento direto de materiais, como os FMS. Essa integração mais ampla é conhecida como manufatura integrada por computador. Ela pode ser definida como o monitoramento baseado em computador e controle de todos os aspectos do processo de manufatura, baseado num banco de dados comum e se comunicando através de alguma forma de rede de computador”. O objetivo geral do CIM é proporcionar às empresas uma visão ampla sobre o seu estado geral e uma maior rapidez e capacidade de reação e de adaptação, de uma forma coordenada, rápida e flexível, adequando-se com as características de duas fontes de informações: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 1. Externo: os pedidos e alterações oriundas do mercado/clientes. 2. Interno: os eventos previstos e os inesperados oriundos da empresa e do chão de fábrica. No sistema de produção automatizada há uma interligação de estações capazes de processar, de uma forma automática e simultânea, uma grande variedade de componentes sob comando computadorizado. O sistema é complementado e interligado por um subsistema de transporte de materiais, mas também por uma rede de comunicações responsável pela integração dos aspectos de fabricação. Isso é traduzido como flexibilidade no encaminhamento dos componentes do(s) produto(s), no processo produtivo, na coordenação e controle da manipulação dos materiais e na utilização das ferramentas apropriadas. Um sistema de produção automatizada tem as seguintes características: - alto grau de automatização; - alto grau de integração e interligação; - alto grau de flexibilidade e evolutibilidade. “A rede de comunicações não só é responsável pela transferência de informação, por exemplo, programas entre as estações de processamento, como também suporta a coordenação, monitoração, controle e gestão de todo o sistema (TOVAR, 1996)”. A tecnologia CIM junta e torna eficientes as operações de produção, com as de desenvolvimento, coordenação e planeamento, ou seja, todo o sistema de manufatura. A integração de tecnologias e sistemas, que ajudem a manter a produção é seuobjetivo final. Basicamente, esta integração tem duas partes principais: 1. Primeira fase de Integração: dão as tecnologias básicas que projetam produtos, controlam máquinas que conformam os materiais, transportam materiais e gerenciam alguns dos aspectos operacionais do processo de manufatura. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 2. Segunda fase de Integração: dão das atividades da organização que interagem com processos de fornecedores e consumidores. Acesse o seu material on-line, assista ao vídeo sugerido e à videoaula deste tema! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Trocando Ideias Pense um pouco sobre a automação. Como seria o nosso dia a dia no trabalho e não houvesse esse sistema? Após sua reflexão, acesse o fórum desta disciplina, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e cite, ao menos, três razões para uma empresa investir em automação. Não deixe de participar! Na Prática É importante que você se lembre de que a maioria dos robôs é controlada de maneira similar às máquinas-ferramentas CN, porém com mais liberdade. Dentre as aplicações em que podem trabalhar, eles podem ser classificados em robôs de manuseio, robôs de processo e robôs de montagem. Agora, que tal assistir ao processo em que um robô embala produtos de uma fábrica? Acesse seu material on-line e confira! Síntese Chegamos ao fim do nosso encontro! Hoje falamos sobre os conceitos e tipos de automação, a tecnologia de processo, a manufatura auxiliada por computador, outras tecnologias de processo, os sistemas flexíveis de manufatura e, finalmente, a manufatura integrada por computador. Não deixe de pesquisar outros artigos e vídeos que abordem essas temáticas, para aprofundar ainda mais o seu aprendizado! Agora, assista ao resumo dos conteúdos vistos hoje, com a professora Gilvane Marchesi, em seu material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Referências MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. MORAES, A. A.; KOBAYASHI, F. Comando Numérico Computadorizado. Apostila de Mecatrônica – São Paulo: SENAI, 2003, p. 113. PALOMINO, R.C. Uma Abordagem para a Modelagem, Análise e Controle de Sistemas de Produção Utilizando Redes de Petri. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, UFSC, 1995. PRADO, H. de S.; LARA, P. C. P. (Elaboração). Curso Técnico em Mecatrônica: Apostila Desenho Assistido por Computador. 3 ed. São Paulo: SENAI, 2005, p. 61. SLACK, N. Administração da Produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Administração de Produção e Serviços Aula 6 Professora Gilvane Marchesi 2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Conversa Inicial Olá, aluno! Chegamos na última aula da disciplina Administração de Produção e Serviços. Passou bem rápido, não é mesmo!? Para começar, anote aí os que vamos ver hoje: Organização do trabalho - Conceito Organização do Trabalho – Evolução dos conceitos Empowerment Trabalho em Equipe e Trabalho Flexível Ergonomia Preparados? Vamos começar... Antes, a professora Gilvane dá mais detalhes sobre esse nosso último encontro... Confira o vídeo no material on-line! 3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Introdução Você sabia que ser organizado pode melhorar seu desempenho? Para ilustrar, veja essa charge: Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_Gffg3gW7HDo/RvZ1Rie6rcI/AAAAAAAABRU/KGWH YCbE5kQ/s400/bagunca.gif E então? Entendeu agora? Se para uma simples “leitura de artigo” ser organizado já é importante, agora imagine para uma empresa! E é nisso que vamos focar o nosso estudo, na “Organização do Trabalho”. http://1.bp.blogspot.com/_Gffg3gW7HDo/RvZ1Rie6rcI/AAAAAAAABRU/KGWHYCbE5kQ/s400/bagunca.gif http://1.bp.blogspot.com/_Gffg3gW7HDo/RvZ1Rie6rcI/AAAAAAAABRU/KGWHYCbE5kQ/s400/bagunca.gif 4 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Tema 1: Organização do trabalho - Conceito Pode-se definir organização do trabalho como sendo a especificação do conteúdo, métodos e inter-relações entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo. A ênfase dos estudos está voltada para situações concretas de trabalho, em diferentes sistemas de produção, sendo o objetivo final o desenvolvimento de novas propostas de organização do trabalho, baseadas num quadro conceitual interdisciplinar que, em última instância, poderá não só melhorar a qualidade de vida no trabalho, como também a própria produtividade, considerada em termos técnicos (FLEURY e VARGAS, 1983). Alguns autores definem OT como Projeto do Trabalho. Veja o que Slack (1996) diz sobre o projeto do trabalho... “sendo a forma pela qual as pessoas agem em relação a seu trabalho. Posiciona suas expectativas de o que lhes é requerido e influencia suas percepções de como contribuem para a organização. Posiciona suas atividades em relação a seus colegas de trabalho e canaliza os fluxos de comunicação entre diferentes partes da operação. De maior importância, porém, auxilia a desenvolver a cultura da organização – seus valores, crenças e pressupostos compartilhados”. 5 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico As definições de OT englobam, desde uma abordagem mais convergente para a operação em si, como no clássico livro: Estudo de Movimentos e de Tempos – projeto e medida do trabalho, onde Barnes (1986) coloca uma visão bastante focada na tarefa/operação, definindo que o Projeto do Método de Trabalho consiste no estabelecimento da relação homem-tarefa, determinando como o operador executará a operação, o lugar de trabalho e medidas do fluxo produtivo (medidas do trabalho), até uma abordagem mais holística, mais sistêmica; conforme colocado por alguns autores contemporâneos. Mintzberg (2003), por exemplo, disserta sobre OT, em termos de Design – Configuração – Organizacional. Toda atividade humana organizada dá origem a duas exigências fundamentais: Divisão do trabalho em várias tarefas a serem executadas pelas pessoas Coordenação e controle dessas tarefas para a realização da atividade Os conceitos evoluíram com o passar do tempo e, segundo Kanawaty (1992), há diversas abordagens que podem ser dadas ao estudo do trabalho (organização do trabalho). Ao longo dos anos, diferentes abordagens têm influenciado diferentes momentos. Nenhuma dessas abordagens é mutuamente exclusiva em si, mas elas representam diferentes filosofias ou, pelo menos, enfatizam diferentes aspectos da organização do trabalho. Isto é devido principalmente ao fato dos avanços terem ocorrido em diferentes momentos da história da administração. A influência de todas essas abordagens ainda é evidente na forma como é hoje organizado, ou projetado, o trabalho. Em cada fase do desenvolvimento, cada abordagem acrescentou uma nova “camada” ou perspectiva na atividade de organizar, ou projetar, o trabalho. 6 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Resultado disto é a gradativa abrangência e complexidade do assunto em questão, que na sequencia procura-se, com base na literatura avaliada, sem uma rígida preocupação cronológica, esquematizar sua evolução e aspectos principais em várias fases: 1. Fase da Divisão do Trabalho. 2. Fase da Ênfase nas Tarefas Administração Científica – Taylorismo Produção em massa e linha de montagem (Fordismo e Sloan da GM) 3. Fase da Ênfase na Estrutura Organizacional Teoria Clássica deFayol 4. Fase da Ênfase nas Pessoas Escola das Relações Humanas Teoria Comportamental 5. Fase da Ênfase Sócio-Técnica Enriquecimento da Tarefa (Job Enrichment) Grupos Semi-Autônomos (GSA´s ) Envolvimento (Empowerment) 7 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Veja as fases demonstradas aqui: Ênfase na Divisão do Trabalho 1746: Adam Smith Ênfase nas Tarefas 1911: Admin. Científica - Taylor 1913: Fordismo - Ford 1920: General Motors - Sloan Ênfase na Estrutura Fayol – 1916: Teoria Clássica Ênfase nas Pessoas 1930 - Escola das Relações Humanas: Mayo / Maslow / Herzberg Abordagem Comportamental: McGregor / Argyris / Likert Ênfase Sócio-Técnica 1949: Tavistock Institute (Londres) Job Enrichment GSA´s 8 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Professora Gilvane, pode nos ajudar? Não deixe de assistir ao vídeo no material on-line! Dica de Leitura Leia o texto a seguir que fala sobre a “Organização do trabalho”. Acesse aqui: http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/organizacao-do- trabalho/1809/ Saiba Mais Assista ao vídeo “Relação de trabalho no mundo” que retrata o que estamos estudando. Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=rIcERYatrdo http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/organizacao-do-trabalho/1809/ http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/organizacao-do-trabalho/1809/ https://www.youtube.com/watch?v=rIcERYatrdo 9 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Tema 2: Organização do Trabalho – Evolução dos conceitos Divisão do Trabalho Logo que uma operacionalização atinge um porte tal que necessita empregar, ou utilizar, mais de uma pessoa, surge à questão, ou necessidade, da divisão do trabalho. Segundo Slack ET al (1996), a ideia de dividir o total de tarefas em pequenas partes, cada uma das quais desempenhadas por uma só pessoa é chamada divisão do trabalho. A divisão do trabalho é uma ideia que se tornou evidente no projeto do trabalho, desde os tempos iniciais da atividade organizacional (desde a Grécia no quarto século antes de Cristo). Um marco de relevância mais recente na abordagem da organização do trabalho foi o conceito de Divisão do Trabalho, formalizado em 1746 por Adam Smith em seu livro Wealth of Nations, que apresentava as seguintes vantagens na divisão do trabalho: Proporcionar aprendizado mais rápido Facilitar a automação Reduzir o trabalho não produtivo Tarefas Administrar e organizar o trabalho significa planejar e racionalizar as tarefas que devem ser executadas pelos subordinados ou operadores. A preocupação básica era exclusivamente metodizar e racionalizar o trabalho do operário, visando melhorar a eficiência do processo produtivo. Aqui, administrar é estabelecer a maneira pelas qual as pessoas vão executar o seu trabalho cotidiano (CHIAVENATO, 1987). 10 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Segundo Fleury e Vargas (1983), na última década do século dezenove, e nas primeiras duas do século vinte, alguns pensadores gerenciais (principalmente americanos) desenvolveram ideias e princípios de projeto do trabalho e negócio que, coletivamente ficaram conhecidos com “administração científica”. A expressão administração científica foi estabelecida em 1911 com a publicação do livro de mesmo nome por Frederick Winslow Taylor (na verdade, esta abordagem do projeto do trabalho algumas vezes é referida, pejorativamente, como Taylorismo). Nesse trabalho ele identificou o que entendeu como a doutrina básica da “administração científica”. Segundo Taylor (1986), a administração científica, em sua essência, consiste de certa filosofia que resulta em uma combinação de quatro grandes princípios: Desenvolvimento de uma verdadeira ciência Seleção científica do trabalhador Sua instrução e treinamento científico Cooperação íntima e cordial entre direção e trabalhadores Talvez o cume dessa fase da ênfase nas tarefas seja a produção em massa e a linha de montagem (de automóveis, na Ford e na General Motors - GM), onde os produtos movem-se ao longo de uma linha e são montados por operadores continuamente repetindo uma única tarefa (WOMACK et al, 1992). A grande façanha de Ford na primavera de 1913, em sua nova fábrica de Highland Park, em Detroit, foi a introdução da linha de montagem móvel, em que o carro era movimentado em direção ao trabalhador estacionário (WOMACK et al, 1992). 11 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Segundo Brites (2000), apesar de Ford ter sido extremamente bem-sucedido na montagem da linha de produção e nas estratégias de suprimentos, ele não se preocupou com a estrutura organizacional, atividades de engenharia e de marketing para administrar suas fábricas espalhadas pelo mundo. Assim como Taylor, Ford não estabeleceu proposições para organizar a empresa como um todo. Em 1920, Alfred Sloan foi designado para ocupar a presidência da General Motors (GM), tendo como meta superar a Ford. Womack et al (1992), cita o trabalho de Sloan na GM como um complemento à obra de Ford. Segundo este autor, Sloan estendeu a especialização das funções e o controle internalizado para toda a organização, com intensa departamentalização e administração por números, sendo o controle dos departamentos, ou unidades operacionais, realizados a distância através de relatórios de desempenho. Assim, os Princípios da Administração Científica de Taylor, o Sistema Ford de Produção em massa, e a Estrutura Organizacional de Sloan na GM, tornaram- se paradigmas da forma de Organização do Trabalho corporativo por mais de meio século, servindo de base e referencia, para empresas de todos os tipos em todo o mundo. Estrutura Organizacional A preocupação de Sloan da GM com a estrutura organizacional pode ter sido influenciada pela obra do engenheiro francês Henry Fayol. Em 1916, Fayol publicou, na França, seu livro Administration Industriale et Générale, onde expôs sua Teoria da Administração, dando origem à Teoria Clássica, caracterizada pela ênfase na estrutura (FERREIRA et al, 1997). Em paralelo aos estudos de Taylor, o engenheiro francês Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa. Porém, ao contrário de Taylor, Fayol procurou promover uma visão mais ampla e global, dando uma maior ênfase à estrutura organizacional. 12 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico A abordagem concebida por Fayol deu origem a Teoria Clássica da administração, que juntamente com a Administração Científica forma o que se denomina Abordagem Clássica da Administração. A abordagem centrada na estrutura organizacional representa um avanço no estudo das organizações, propiciando uma vasta análise do objeto de estudo. Quatro teorias são aqui relacionadas: Teoria Anatomista e Fisiologista Henry Fayol como enfoque principal a maior eficiência, conseguida através da forma e disposição dos órgãos que compunham a estrutura organizacional, assim como as relações e funções no contexto global. Fayol definiu, divisão do trabalho, autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação do interesse individual ao geral, remuneração do pessoal, centralização, cadeia escalar (hierarquia), ordem, equidade (igualdade de tratamento), estabilidade do pessoal, iniciativa e espírito de equipe. Teoria Burocrática Max Weber o termo burocracia, num sentido técnico, conceitua a existência de certas características da organização formal focadas exclusivamente para a racionalidade e para a eficiência. Formalização, divisão do trabalho, princípio da hierarquia, impessoalidade, ênfase em cargos, competência técnica, separação entre propriedade e administração, profissionalizaçãodo funcionário. 13 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Teoria Estruturalista A teoria estruturalista representa um período de transição e mudança no estudo das organizações. Desenvolvida a partir das limitações e rigidez do modelo burocrático. Veio com a proposta de compatibilizar as contribuições clássicas e humanistas na teoria da administração. O ambiente externo passou a ser considerado como uma variável a mais no estudo das organizações. Os objetivos organizacionais adquiriram significativo relevo e o conflito passou a ser considerado como sinal de vitalidade. Teoria Neoclássica Chamada de escola do processo administrativo. O enfoque principal reside na prática da administração, retomando os princípios da teoria anatomista e fisiologista, porém com ênfase nos objetivos e resultados. Destacam-se itens como: descrição de cargos, equivalência entre autoridade e responsabilidade e princípios de linha e “staff”. Comparativo entre as abordagens de Taylor e de Fayol Fonte: (adaptado de Ferreira et al, 1997) ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Administração Científica Teoria Clássica Precursor Frederick Taylor Henry Fayol Origem Chão de fábrica Gerência administrativa Ênfase Nas tarefas Nas estruturas Enfoque Operacional produção Gerencial administração 14 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Fase da Ênfase nas Pessoas Segundo Cherns (1979) e Chiavenato (1987), esta é a fase em que administrar é, sobretudo, lidar com pessoas. Esta abordagem da teoria da Administração, no que tange a Organização do Trabalho, procura enfatizar as pessoas dentro das organizações, deixando em segundo plano a estrutura, as tarefas e a tecnologia. É a chamada Abordagem Humanística e que pode ser desdobrada em duas escolas ou teorias. A Escola de Relações Humanas e a Teoria da Abordagem Comportamental. A tabela a seguir resume algumas considerações relevantes acerca da abordagem humanística. Clique aqui: http://ccdd.uninter.com/dev/designer/dilmar/ccdd_grad/logistica/admProd Servicos/a6/includes/pdf/abordagem_hum.pdf Sócio-Técnica Qualquer análise administrativa que se propusesse a estudar tanto os aspectos sociais de uma organização, quanto os seus aspectos técnicos, poderia ser chamada de uma abordagem sócio-técnica. A ênfase Sócio-técnica representa uma corrente de pensamento que procura oferecer uma alternativa ao Modelo Clássico e aos conceitos da Escola de Relações Humanas e Teoria Comportamental. Surge com base em estudos realizados por pesquisadores reunidos no Tavistock Institute of Human Relations de Londres que puderam ser testados e reavaliados em certos casos de aplicação prática pioneiros, como o das minas de carvão de Durham na Inglaterra (em 1949), de uma empresa têxtil em Ahmedabad na Índia (em 1952) e em diversas empresas norueguesas (em http://ccdd.uninter.com/dev/designer/dilmar/ccdd_grad/logistica/admProdServicos/a6/includes/pdf/abordagem_hum.pdf http://ccdd.uninter.com/dev/designer/dilmar/ccdd_grad/logistica/admProdServicos/a6/includes/pdf/abordagem_hum.pdf 15 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico torno de um projeto denominado Democracia Industrial, nas décadas de 60 e 70) (MARX, 1997). Enquanto na Administração Científica acredita-se que a maior eficiência leve ao aumento da satisfação no trabalho, através de um suposto aumento de salários, na Abordagem Humanística espera-se que a maior satisfação oriunda de melhores relações leve ao aumento de produtividade. Uma terceira linha de desenvolvimento, que começou a se delinear em meados do século XX, encara eficiência e satisfação no trabalho como questões não apenas causais, mas por vezes antagônicas, devendo ser tratadas conjuntamente, em uma abordagem dita “sistêmica”. É nesta linha que surge a Escola Sócio-Técnica, privilegiando o conteúdo das tarefas e tentando compreender as questões sociais, psicológicas e organizacionais na situação de trabalho juntamente com as questões tecnológicas (BIAZZI, 1993). Neste contexto, este trabalho destaca as seguintes técnicas de organização do trabalho: Enriquecimento da tarefa - Job enrichment Segundo Biazzi (1993), em função das abordagens defendidas pela Escolas de Relações Humanas e Teoria Comportamental, desenvolve-se o conceito de que a principal maneira de se ter pessoas satisfeitas no trabalho é estruturar os cargos de maneira adequada à personalidade das pessoas, adequada aos requisitos de pessoas maduras. Isto porque, quando se trata de satisfação, as principais variáveis influentes estão relacionadas intrinsecamente à situação do trabalho. 16 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico A solução proposta para a questão acima colocada é apresentada num conjunto de ideias que se convencionou chamar de Enriquecimento da Tarefa. Isto poderia ser alcançado através dos seguintes métodos (FLEURY E VARGAS, 1983): 1. Rotação de cargos: implica somente o revezamento entre as pessoas envolvidas nas tarefas de um processo produtivo. 2. Ampliação Horizontal: neste caso, agrupam-se diversas tarefas, de mesma natureza num único cargo; com isto se aumentaria o número de habilidades requeridas do operário. 3. Ampliação Vertical: é o caso em que se atribuem tarefas de diferentes naturezas para um cargo; com isto existiria maior autonomia e controle do operador sobre o conteúdo do cargo. 4. Enriquecimento da Tarefa: este é o caso em que a ampliação horizontal e a ampliação vertical seriam aplicadas a um único cargo; somaria, então, os efeitos benéficos das duas. Grupos semi-autônomos (GSA´s) Leed e Looise (1999) citam que o conceito de trabalho em grupo propõe os princípios de posse, comprometimento, empreendedorismo e relação direta entre cliente-fornecedor por parte dos indivíduos e grupos. Baseado nos princípios da escola sócio-técnica o desenvolvimento do trabalho em grupos semi-autônomos, está lado a lado com diversas características que sustentam a prática da melhoria contínua. Envolvimento (Empowerment) "descentralização de poderes" sugere uma maior participação dos trabalhadores nas atividades da empresa, as partir de que se libera maior autonomia de decisão e responsabilidades. Falaremos mais de Empowerment próximo tema! 17 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Para finalizar esse tema, a professora Gilvane está de volta! Lá no material on-line você confere o vídeo. Dica de Leitura Leia o artigo “Teoria das Relações Humanas: O Trabalho de Elton Mayo”, é bem interessante! Acesse aqui: http://www.webartigos.com/artigos/teoria-das-relacoes-humanas- o-trabalho-de-elton-mayo/95476/ Saiba Mais Assista ao vídeo que fala sobre a “Ênfase nas Pessoas”. Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=AoemJplmTI0 http://www.webartigos.com/artigos/teoria-das-relacoes-humanas-o-trabalho-de-elton-mayo/95476/ http://www.webartigos.com/artigos/teoria-das-relacoes-humanas-o-trabalho-de-elton-mayo/95476/ https://www.youtube.com/watch?v=AoemJplmTI0 18 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Tema 3: Empowerment O pensamento administrativo evoluiu para atender às necessidades da organização no competitivo mundo capitalista em que vivemos atualmente. A mudança da produção em massa para a produção enxuta leva as organizações a repensarem sua forma de administração para continuar competindo neste mercado dinâmico e mutável. Um ambiente competitivo dinâmico e complexo, onde a necessidade de inovação é fator determinante para o sucesso das organizações, exige que as pessoas estejam cada vez mais envolvidas em processos decisórios associados às estratégias empresariais. O empowerment que objetiva capacitar as pessoas para esses processos decisórios na organização é uma abordagem de projetodo trabalho resultante do processo de transformação das empresas para adequá-las a ambientes competitivos complexos e dinâmicos. Diferentes entendimentos do empowerment pode ser apresentados: Empowerment significa dar ao pessoal a autoridade para fazer mudanças no trabalho em si, assim como na forma ele é desempenhado (SLACK et al., 1997, p. 311); Empowerment é o reconhecimento e liberação dentro da organização do poder que as pessoas já possuem na riqueza de seus conhecimentos úteis e na motivação interna (RANDOLPH, 1995, p. 20); Empowerment significa conseguir o comprometimento dos empregados em contribuir para as decisões estratégicas com o objetivo de melhorar o desempenho da organização (CUNNINGHAM & HYMAN, 1999, p. 193); Empowerment é uma referência muito comum na década de 80 baseada na mudança de atitude voltada para o envolvimento dos funcionários nos processos de inovação (WILKINSON, 1997, p. 40); 19 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Empowerment consiste da capacitação e da valorização do funcionário para contribuir em inovação e resolução de problemas em seu local de trabalho (PFEIFFER & DUNLOP, 1990, p. 11-12). Segundo WILKINSON (1997, p. 41), o empowerment, associado à gestão de recursos humanos e gestão da qualidade total, é considerado como uma possível solução para o velho problema sobre ambientes tayloristas e burocráticos onde a criatividade é sufocada e trabalhadores sentem-se alienados e descontentes. A seguir você confere a evolução do envolvimento dos trabalhadores... Na década de 20, as ideias de Taylor, o pai da Administração Científica, influenciaram os administradores a pensarem nos melhores métodos para se executar o trabalho. Havia uma separação da decisão tomada pelos administradores da execução feita pelos trabalhadores de forma submissa. Enquanto apresentava sucesso em termos produtivos, gerava alienação, conflito e absenteísmo (WILKINSON (1997, p. 41). Elton Mayo e seus colaboradores criticaram o Taylorismo sugerindo que o envolvimento dos trabalhadores gerava um benefício moral. Na década de 60, o trabalho enriquecedor se transformara em uma alternativa de paradigma de trabalho, o qual também foi criticado como forma de persuasão implícita do trabalhador a partir de técnicas motivacionais. Na década de 70, houve um grande interesse na democracia industrial que enfatizava a participação dos trabalhadores. Em 1980, novas formas de participação davam maior ênfase no envolvimento dos trabalhadores em círculos de qualidade, na formação de equipes de trabalho e nos benefícios compartilhados como parte das reformas nos ambientes de trabalho. 20 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Ao final dos anos 80 o empowerment emerge na sua forma moderna. As discussões estão baseadas em conceitos atrelados a cultura de empresas empreendedoras e aos movimentos gerenciais como Total Quality Management – TQM e Human Resource Management – HRM. O termo TQM consiste de “um sistema de atividades direcionadas para o consumidor, dando poder aos funcionários, aumentando rendimentos e reduzindo custos” (JURAN, 1993, p. 12) e HRM está intimamente ligado com total Employee Involvement and Empowerment – TEIE – cuja principal ideia está centrada “na ajuda que os funcionários podem dar uns aos outros dentro da empresa (GOETSCHI, 1994, p. 157)”. “Produtividade através das pessoas” e o “consumidor é o rei” são frases que contextualizaram os movimentos. A mensagem era que o sucesso organizacional estava baseado na cultura administrativa. O novo paradigma está focado na desburocratização, na descentralização, na flexibilização e na inovação. Nos anos 90, a racionalização e o downsizing exigem que a organização seja mais ágil do que antes, fazendo com que o relacionamento entre administradores e trabalhadores se transforme. Neste contexto o empowerment é inevitável para alocar os sobreviventes na nova organização (WILKINSON, 1997, p. 2). As 4 Dimensões do Empowerment 1. A primeira dimensão do empowerment é a visão compartilhada. Como elementos desta dimensão têm-se: a clareza de metas, a consecução de metas e a orientação ao consumidor. “A clareza de metas está relacionada à presença de expectativas claras do desempenho do funcionário, às metas empresariais claras, e à consciência dos funcionários sobre onde à empresa pretende chegar. 21 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico A consecução de metas refere-se ao fato dos empregados sentirem responsabilidade por atingirem metas da empresa e se comprometerem com a organização. A orientação ao consumidor envolve o conhecimento do que os clientes da empresa esperam e o sentimento de responsabilidade de entregar resultados ao consumidor” (HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 375). 2. A segunda dimensão é a estrutura organizacional e o gerenciamento que apoiam a implementação do empowerment. Como elementos desta dimensão têm-se: o nível de responsabilidade, o trabalho em equipe, a tomada de ações de risco e a valorização dos funcionários pelos clientes. “Responsabilidade está relacionada ao nível da organização em que as decisões são tomadas, quem é responsável pelo bem-estar da organização. Equipes estão relacionadas à eficácia do trabalho em equipe e se as equipes são responsáveis pelas decisões sobre suas próprias atividades de trabalho. A tomada de ação de risco trata do entusiasmo em assumir riscos para melhorar o desempenho e se a organização apoia ou pune a tomada de ação de risco. Clientes valorizam os funcionários que são orientados para clientes e que se sentem responsáveis por eles” (HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 375-376). 3. A terceira dimensão da implementação do empowerment é a responsabilidade por conhecimento e aprendizagem. Os elementos desta dimensão são: a mudança em treinamento e desenvolvimento, a solução de problemas associada ao treinamento e desenvolvimento e a confiança mútua dos funcionários no processo de resolver problemas. “A mudança em treinamento e desenvolvimento exige que a organização encoraje os empregados a procurar conhecimento que melhore desempenho e que forneça oportunidades para aprendizagem, assim como os funcionários buscarem mudanças que beneficiem os clientes. 22 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico A solução de problemas está associada ao gosto por novos desafios, à aquisição de novas habilidades necessárias para executar seu trabalho. A confiança mútua implica que os funcionários estejam confortáveis ao discordarem dos outros, que sintam que se aprende com erros e que confiem que a falha não será indiscriminadamente punida” (HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 376). 4. A quarta dimensão é o reconhecimento institucional das realizações dos funcionários e a consequente demonstração de que eles são ouvidos. O conhecimento do sistema de recompensa relaciona-se à consciência dos funcionários do que a organização recompensa, aos fatos de que entregar valor ao consumidor é recompensado e de que todos na organização assumem responsabilidade por suas ações (HERRENKOHL, JUDSON & HEFFNER, 1999, p. 376). Sobre o Empowerment, a professora Gilvane faz mais alguns comentários! Confira no material on-line! Dica de Leitura Confira o texto a seguir: Empowerment delegando responsabilidades. Ele nos traz mais detalhes! Clique aqui: http://www.cimentoitambe.com.br/empowerment-delegando- responsabilidades/ http://www.cimentoitambe.com.br/empowerment-delegando-responsabilidades/ http://www.cimentoitambe.com.br/empowerment-delegando-responsabilidades/ 23 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Tema 4: Trabalho em Equipe e Trabalho Flexível Trabalho em Equipe Trabalho em equipe é quando um grupo ou uma sociedaderesolve criar um esforço coletivo para resolver um problema. O trabalho em equipe pode ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho, por obrigação, ou não. O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas. Nos esportes temos um ótimo exemplo da atuação de trabalho em equipe são os esportes, onde os atletas precisam uns dos outros para conseguir fazer gols ou pontos, a maioria dos esportes são formados por equipes, onde cada um desempenha um papel, para atingir o todo. Muitas pessoas dizem que trabalhar em equipe é mais divertido e fácil do que trabalhar individualmente, pois contribui muito para melhorar o desempenho de todos. Outro bom exemplo de trabalho em equipe é o das formigas e gafanhotos, que se dividem para pegar alimentos e se um não faz a sua parte, todo o resto fica comprometido, dando um modelo de união e força. Saber trabalhar em equipe é outro fator importante, e uma característica essencial para profissionais e estudantes, as empresas valorizam muito pessoas que não pensam apenas na sua própria tarefa, e sim naqueles que pensam nos colegas e na empresa em si. 24 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Um desenvolvimento de projeto de trabalho que é associado ao conceito de empowerment é a organização do trabalho baseado em equipe (algumas vezes chamado de equipes de trabalho autogeridas ou semi-autônomas). Isto ocorre quando os funcionários, normalmente com habilidades justapostas, desempenham coletivamente uma tarefa especificada e possuem alto grau de discrição sobre como de fato desempenhar a tarefa. Tipicamente, a equipe teria controle sobre ações como alocação de tarefas entre os membros da equipe, programação do trabalho, medida de qualidade e melhoria e, às vezes, sobre contratação de pessoal. De certa forma, a maior parte dos trabalhos sempre é uma atividade baseada em equipe. O conceito de trabalho em equipe, entretanto, é mais prescritivo e assume um conjunto de objetivos e responsabilidades. Os grupos são identificados como equipes quando as virtudes de se trabalhar junto estão sendo enfatizadas, como a capacidade de se fazer uso das múltiplas habilidades dentro da equipe. Trabalho Flexível A natureza da maior parte dos empregos mudou muito nos últimos anos, devido a novas tecnologias, mercados de trabalho mais dinâmicos, consumidores mais exigentes e uma mudança no entendimento de como os indivíduos podem contribuir para o sucesso competitivo. Mudou também nosso entendimento de como deve ser balanceada a vida social, familiar e profissional. Formas alternativas de organização e atitudes alternativas de trabalho estão sendo procuradas. Antes as pessoas possuíam uma única profissão ou ocupação e permanecia, atreladas a ela por toda a vida. Hoje as carreiras podem mudar, possivelmente, mais de uma vez. 25 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Sob a perspectiva da administração da produção, três aspectos do trabalho flexível são significativos: 1. Flexibilidade de habilidades: a força de trabalho que pode adaptar-se a muitas tarefas diferentes, o que corresponde a uma grande vantagem: se os funcionários puderem mover-se por diferentes e variados trabalhos eles podem ser empregados (ou empregar-se) em qualquer atividade cuja demanda esteja alta naquele momento; 2. Flexibilidade de tempo: nem todos os indivíduos desejam trabalhar em tempo integral. Por causa de responsabilidades familiares, desejam trabalhar somente uma parte de seu tempo (algumas horas por dia ou alguns dias da semana). Da mesma forma, empregadores podem não requerer o mesmo número de funcionários todo o tempo (podem necessitar de funcionários extras em períodos de demanda mais pesada). 3. Flexibilidade de localização – teletrabalho: muitos empregos podem ser desempenhados em qualquer localidade onde exista comunicação com o restante da Organização. Com a percepção deste fato, surgiu a ideia do teletrabalho, também conhecido como “locais de trabalho alternativos” (alternative workplaces – AW), “trabalho flexível”, “trabalho em casa” e “escritório virtual”. Os Profs. Davenport e Pearlson definem quatro estágios de arranjos alternativos de trabalho: telecomutação ocasional / hotelaria / trabalho em casa / mobilidade total. As diferentes abordagens práticas apresentadas anteriormente estão ainda presentes nos dias atuais. Há, todavia, claras diferenças entre as abordagens, tanto nos métodos como nas técnicas que elas adotam para projetar o trabalho e, mais importante, em suas metas e filosofias subliminares. A diferença mais óbvia entre as diversas abordagens apresentadas diz respeito à ênfase que colocam na necessidade de gerenciamento para controlar o trabalho e no desejo de obter o comprometimento do pessoal que desempenha o trabalho. O equilíbrio entre controle e comprometimento moveu-se com o surgimento de cada abordagem do projeto do trabalho ao longo do tempo. 26 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Para complementar, a professora Gilvane está de volta... Veja no material on-line o que ela diz! Dica de Leitura Leia o texto “6 mitos e verdades sobre trabalho em equipe”. É bastante interessante! Acesse aqui: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-mitos-e-verdades- sobre-trabalho-em-equipe Saiba Mais O vídeo a seguir tem o famoso Steve Jobs falando sobre o trabalho em equipe! Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Qdcqng0lYGQ http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-mitos-e-verdades-sobre-trabalho-em-equipe http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/6-mitos-e-verdades-sobre-trabalho-em-equipe https://www.youtube.com/watch?v=Qdcqng0lYGQ 27 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Tema 5: Ergonomia A ergonomia preocupa-se com os aspectos fisiológicos do projeto do trabalho, isto é, com o corpo humano e como ele ajusta-se ao ambiente. Isto envolve dois aspectos: como uma pessoa confronta-se com os aspectos físicos de seu local de trabalho e como uma pessoa relaciona-se com as condições ambientais de sua área de trabalho imediata. Entender como os locais de trabalho afetam o desempenho, a fadiga, o desgaste e os danos físicos são parte da abordagem ergonômica do projeto do trabalho. Conceito da Ergonomics Research Society (U.K.): “A ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução surgida neste relacionamento”. Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO): “A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano”. A ergonomia tem sido fator de aumento de produtividade e da qualidade do produto bem como da qualidade de vida dos trabalhadores, na medida em que a mesma é aplicada com a finalidade de melhorar as condições ambientais, visando à interação com o ser humano. Sabe quais são os objetivos da Ergonomia? Veja agora... 1. Redução dos acidentes de trabalho 2. Redução dos custos decorrentes de incapacidade dos trabalhadores 3. Aumento da produção 4. Melhoramento da qualidade do trabalho 5. Diminuição do absenteísmo 6. Aplicação das normas existentes 7. Diminuição das perdas de matéria-prima 28 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico De acordo com a ABERGO, os domínios de especialização da ergonomia são: Ergonomia física Está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria, fisiologiae biomecânica em sua relação à atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia cognitiva Referem-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. Ergonomia organizacional É a otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade. 29 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Professora Gilvane? Tem mais detalhes? Tem sim, no material on-line! Saiba Mais O vídeo a seguir fala sobre o tema 5: Ergonomia! Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=86Rs-bAioJs https://www.youtube.com/watch?v=86Rs-bAioJs 30 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Na Prática Leia o artigo sobre “Ergonomia é estratégica para a gestão nas empresas”. Ele está aqui: http://www.protecao.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/ergonomia_e_estr ategica_para_a_gestao_nas_empresas/A5y5AAjy/4265 Em seguida faça uma reflexão sobre ergonomia na empresa em que você trabalha e responda essas questões: Como tem sido aplicado a ergonomia? Como você trata a ergonomia durante seu trabalho? Quantas e quais são as dimensões do empowerment e quais os seus elementos? Síntese A professora Gilvane encerra a aula de hoje no vídeo que está no material on-line! http://www.protecao.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/ergonomia_e_estrategica_para_a_gestao_nas_empresas/A5y5AAjy/4265 http://www.protecao.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/ergonomia_e_estrategica_para_a_gestao_nas_empresas/A5y5AAjy/4265 31 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico Referências CARVALHO, Lucia Maria Gadelha de. Introdução à teoria geral da administração. Caderno Pedagógico para o curso Técnico em Administração. MARINGA, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Administração: teoria, processo e pratica. 4. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. CORREA, Henrique L.; CORREA, Carlos A. Administração da produção e operações manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LEED, J.; LOOISE, J. K. Continuous improvement and the mini-company concept. International Journal of Operations & Production Management. V. 19, n. 11, p. 1188, 1202, 1999. adm01 adm02 adm03 adm04 adm05 adm06