Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Profª Ligia Maria Bueno Pereira Bacarin 2 CONVERSA INICIAL Iniciaremos esta aula com informações contextuais e conceituais básicas sobre a temática, tendo em vista que os profissionais que desenvolvem ações nessa área compõem um corpo diversificado, destacando-se a área clínica, institucional e a de prestação de serviços a domicílio. Usaremos como referencial teórico e metodológico uma abordagem multidisciplinar do TEA, uma vez que não há possibilidade de compreensão desse transtorno sem envolver todos os aspectos que o compõem. De forma geral, o TEA, conforme a Organização Mundial da Saúde (1993, p. 246), conceitua-se como [...] conjunto heterogêneo de síndromes clínicas, tendo em comum a tríade de comprometimentos da interação social recíproca, comunicação verbal e não verbal e comportamentos repetitivos e estereotipados, variando num continuum, desde as formas mais severas até as mais brandas. Quanto à nomenclatura hoje conhecida como TEA (estabelecida pelo DSM V e em uso corrente), esta foi precedida por outras duas: Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD (CID 10) Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – TID (DSM IV) De forma geral, o indivíduo afetado pelo TEA apresenta: Comprometimento em habilidades de interação social recíproca; Comprometimento em habilidades de comunicação; Presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas. Nesse sentido, para iniciarmos academicamente nosso estudo, devemos nos indagar: Os comportamentos são comuns a todos os indivíduos do TEA? Ou o que muda é a intensidade das manifestações e a gravidade do acometimento? Serão essas as questões norteadoras deste nosso primeiro módulo. TEMA 1 – FUNDAMENTOS CONCEITUAIS E TEÓRICOS Aparentemente, os debates acerca do TEA são atuais — pois foi na primeira década do século XX que o conceito se firmou cientificamente —, mas sua trajetória histórica é longa. Passamos agora a uma breve retomada dessa caminhada. 3 A palavra autismo deriva do grego “autos”, que significa “voltar para si mesmo”. Isto é, os indivíduos que possuem autismo passam por um estágio em que se fecham em si mesmos, perdendo o interesse pelo mundo exterior e a tudo o que a ele é inerente (Morais, 2012). Tomando o que é produzido na lei, percebemos que antes da conceituação do espectro do autismo como transtorno existiu uma problematização que classificava o autismo segundo diversos modelos, fato que dificultava a precisão do diagnóstico clínico. Atualmente, reconhece-se no âmbito científico que todos os indivíduos que desde a infância apresentam características autísticas são pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. Tal fator — as características autísticas que se manifestam desde a infância — é o mais característico no âmbito do quadro autístico. É possível observar muitas crianças com autismo com características diversas, reconhecendo-se assim que existem grande diferenças entre um autista e outro. Por exemplo: existem autistas que não falam, mas também há os que se comunicam normalmente; existem crianças com autismo que apresentam imensas dificuldades de aprendizagem na escola, outras que não passam pelo mesmo problema; existem aquelas que irão desenvolver um quadro de regressão com 2,5 a 3 anos de idade, e aquelas que desde o nascimento apresentam as características. O TEA apresenta diferentes intensidades, classificadas como suaves – ou leves –, moderadas e severas. Faz-se importante questionar: o que separa uma condição da outra? Diversos elementos, quais sejam: a intensidade do sintoma; o grau de compreensão observado na comunicação social e se há comunicação e expressão nas mais diversas linguagens (verbais ou não verbais); a intensidade das estereotipias, manias e repetições; a intensidade dos interesses restritos e, por fim, o grau de dependência que a criança possui em relação aos responsáveis. O diagnóstico clínico necessariamente precisa ser realizado por um médico especializado. Em síntese, o TEA é tipificado por condições caracterizadas por prejuízos significativos na comunicação, no comportamento e na interação social, que se iniciam no período compreendido pelos três primeiros anos de vida e que têm causas multifatoriais. 4 1.1 Perspectiva histórica do autismo Até a primeira metade do século XX, o autismo era confundindo com esquizofrenia. No ano de 1943, Leo Kanner (1894-1981) escreveu um artigo intitulado “Distúrbio Autista do Contato Afetivo”, em que discorreu acerca da descrição de 11 crianças que possuíam o diagnóstico prévio de esquizofrenia. Por esse motivo, compreendemos que Kanner foi o primeiro a descrever clinicamente o autismo, que a partir de então passou a ser denominado Síndrome de Kanner. Morais (2012, p. 6) não dialoga com esse recorte histórico: O termo “autismo” foi introduzido pela primeira vez pelo psiquiatra Eugen Bleuler, em 1911, com o intuito de descrever um tipo de sintoma que ele considerou ser um sintoma secundário das esquizofrenias, ou seja, como sinônimo da perda do contato com a realidade que se produz no processo do pensamento na síndrome de esquizofrenia do adolescente e adultos. Esta desordem origina grande dificuldade ou impossibilidade de comunicação e contato com as pessoas. Segundo Ambady e Rosenthal (1993), o conceito autista foi a princípio usado em psiquiatria para explicar o indivíduo “retraído” ou “fechado em si mesmo”, e se estendeu para todos aqueles que fossem retraídos por qualquer motivo, incluindo, por exemplo, uma depressão severa, tumores cerebrais ou simplesmente personalidade tímida e distante. Independente do recorte histórico, o termo descreve condições de pessoas que se removem da interação social. Na década de 1940, o psiquiatra americano Leo Kanner e o pediatra austríaco Hans Asperger (1906-1980) descobriram o distúrbio de desenvolvimento que afeta milhares de crianças no mundo. Foi uma descoberta isolada, ou seja, nenhum dos dois sabia o que o outro pesquisava. Por uma dessas coincidências inacreditáveis, ambos deram o mesmo nome à síndrome. O termo é relevante levando-se em consideração que o traço mais marcante do transtorno é o isolamento do mundo exterior, deixando de formar uma interação social. O termo hoje adotado pelos médicos é Transtornos de Espectro Autista (TEA) ou Perturbações do Espectro do Autismo (PEA): Desde o século XIX a concepção de autismo infantil sofreu várias alterações, e a literatura já vem descrevendo casos isolados de crianças com severos distúrbios mentais. Distúrbios esses decorrentes de importantes desordens do desenvolvimento que, em concordância com a atual terminologia, preencheram critérios diagnósticos de crianças portadoras do espectro do autismo (Morais, 2012, p. 6). 5 É de se observar que, na história do autismo, desde os primeiros estudos sobre o tema até o conjunto de entendimento do que atualmente se constitui como Transtorno do Espectro Autista, o caminhar no reconhecimento desses sintomas e diagnósticos foi percorrido com muitas reviravoltas. Dentre elas, destacaremos algumas a seguir. 1.2 Marcos pontuais da história do autismo no século XX Conforme Silva e Gaiato (2012), é por meio do resgate histórico que se identificam as principais transformações as quais o TEA sofreu para que se estabelecessem as considerações científicas que existem atualmente acerca do tema. 1.2.1 Kanner, Asperger e Rutter No ano de 1940, Kanner desenvolveu em sua obra Autistic Disturbances of Affective Contact uma narrativa acerca de crianças que aparentemente viviam em um “mundo particular”, ou seja, que não interagiam com as outras crianças. Para tanto, Kanner valeu-se da mesma nomenclatura utilizada por Bleuer em 1911. A importância desse pesquisador, à luz da sua época, se deve ao conceito de “mães geladeiras”, utilizado por ele para se referiràs mães de crianças com autismo. Na perspectiva de Kanner, as crianças teriam desenvolvido os sintomas apontados porque suas mães assumiram postura muito fria e de pouca interação. No entanto, o cientista posteriormente fez autocrítica publicamente, compreendendo que essas mães possivelmente se relacionam com maior distanciamento de seus filhos porque estes não conseguiam corresponder efetivamente a elas. Esse conceito ainda permanece no discurso do senso comum (Silva; Gaiato; Reveles, 2012). Gadia et al. (2004) apontam, que um ano após a publicação de Kanner, Hans Asperger delineou episódios que exibiam semelhanças aos apresentados no estudo anterior. Em seus estudos, as crianças mantinham preservação cognitiva, porém apresentavam dificuldades de comunicação social. Conforme Morais (2012, p. 8): Os artigos de Kanner foram mais citados na literatura sobre o autismo em relação aos de Asperger, que sendo escritos em Alemão e durante a Segunda Guerra Mundial, foram em grande parte ignorados, segundo relata Frith (1993). Asperger considerava que existia, desde o nascimento, e coincidindo com Kanner, um transtorno essencial que 6 daria origem a diversas alterações muito características. Quando se faz referência à síndrome de Asperger esta costuma estar focalizada num escasso número de autistas que apresentam boas capacidades intelectuais assim como um aceitável desenvolvimento da linguagem. Também Frith (1993) salienta que o termo “Síndrome de Asperger” tende a reservar-se para os poucos autistas quase normais, que possuem boas capacidades intelectuais e bom desenvolvimento da linguagem. Morais (2012, p. 8) também observa que, nos anos 1970, surgiram no debate científico questionamentos acerca dos critérios utilizados para o diagnóstico clínico desses sujeitos, tanto no que concerne às propostas de vários esquemas, questionários e tabelas quanto aos “conhecimentos fundamentais sobre fatores etiológicos, efeitos neuroquímicos, influências genéticas, tratamento farmacológico, entre outros”. Para a autora, foi Rutter quem, em 1978, conseguiu elaborar critérios que foram um contraponto aos anteriores. Com essa nova concepção, a Síndrome conquistou aceitação acadêmica e científica. Morais (2012) afirma que Rutter assinalou quatro critérios para diferenciar as crianças autistas de outras crianças excepcionais: 1º Deficiência grave no relacionamento com os pais, membros da família e outras pessoas. 2º Desenvolvimento atrasado e deficiente da linguagem, caracterizado pelo uso inadequado da linguagem. 3º Comportamento estereotipado e 4º Esses comportamentos aparecem cedo e apresentam-se desde o início da vida, geralmente antes dos três anos de idade [...] (Morais, 2012, p. 8). TEMA 2 – MANUAL DIAGNOSTICO ESTATÍSTICO DE SAÚDE MENTAL (DSN) Em 1952, o Manual Diagnóstico Estatístico de Saúde Mental – DSM, livro em que se baseia o diagnóstico de todos os transtornos mentais e até hoje conhecido como “enciclopédia” da área, trouxe o conceito de autismo pela primeira vez incorporado de forma consensual pela comunidade médica. Entretanto, o conceito que ele apresentava relacionava sintomas da esquizofrenia a sintomas do autismo. A partir de 1980, com a publicação do DSM 3, ocorreu uma mudança significativa no conceito de autismo, uma vez que seus sintomas foram definitivamente separados daqueles da esquizofrenia. Isto é, as características das crianças autistas que “falam sozinhas” não são sinônimos às alucinações típicas da esquizofrenia, mas, sim, dizem respeito às repetições ou à ecolalia. No DSM 4 se configurou a definição de autismo com a tríade de dificuldades: socialização, comunicação e interesses restritos 7 estereotipados. Por outro lado, ainda existiam diversas possibilidades de classificação e categorização, quais sejam: a Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Síndrome de Asperger, entre outras várias possibilidades. Em 2013, com a mais recente versão do DSM — de número 5 —, essas várias possibilidades de classificação diagnóstica foram extintas. A única classificação passou a ser a do Transtorno do Espectro do Autismo. Desde então a Síndrome de Asperger não é mais um diagnóstico possível, porque todas as pessoas que têm dificuldades de comunicação e interação social ou interesses restritos e estereotipados são classificadas como pessoas com o transtorno do espectro autista. A mudança da classificação se justifica porque nos Estados Unidos o tratamento é financiado pelo governo, e todos os pormenores são elementos usados para não disponibilizar a gratuidade do tratamento ou a inclusão do sujeito em um plano de saúde. O diagnóstico de Síndrome de Asperger não cobria os mesmos direitos contidos no diagnóstico de autismo, por exemplo. Para resolver o problema e propiciar o direito desses sujeitos a serem acompanhados nas clínicas e nas instituições escolares, uniformizou- se todos como pessoas com TEA. O DSM 4 considerava o autismo como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento e incluía os quadros de Transtorno de Rett, Transtorno de Asperger e Transtorno Desintegrativo da Infância, já não representando mais o entendimento e a classificação dos “autistas”. Na compreensão de Buoro (2015, p. 14): [...] como a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), dos quais foram extraídos conceitos importantes para a realização deste trabalho, e que são manuais utilizados por profissionais da área médica e da saúde mental. Para concluir o processo histórico desta doença, vemos que o Autismo vem sendo reconhecido pelo mundo todo, prova disso foi o ocorrido de 2007 quando a ONU decretou o dia 2 de abril como sendo o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, e com isso percebemos os avanços desta patologia durante as últimas décadas. Para a OMS (1993, p. 246): Essas anormalidades qualitativas são um aspecto invasivo do funcionamento do indivíduo em todas as situações, embora possam variar em grau. Na maioria dos casos, o desenvolvimento anormal é desde a infância [...]. É usual, mas não invariável, haver algum grau de comprometimento cognitivo, mas os transtornos são definidos em termos de comportamento que é desviado em relação à idade mental (seja o indivíduo retardado ou não). 8 À vista disso, é possível inferir que existe uma conjunção desses dois documentos — a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID 10) e o Manual Diagnóstico estatístico de Transtornos Mentais —, pois ambos descrevem o autismo como um transtorno global do desenvolvimento. Os autores desses documentos dialogam no processo de elaboração dos textos, consequentemente, estes são totalmente ajustados entre si. Um dos aspectos significativos dessa versão atualizada dos manuais é que eles classificam os transtornos, não as pessoas. Conforme Pablo de Assis, no seu texto Um breve manual dos transtornos mentais (2010, p. 3), evita-se utilizar expressões como “o esquizofrênico” ou “o alcoólatra”, e utilizam-se termos como “a pessoa com esquizofrenia” ou “o paciente que sofre de alcoolismo”. Para o neurologista infantil Clay Brites (2019), o DSM-5 representa um salto de qualidade nos critérios de diagnósticos do autismo, pois flexibiliza e amplia a identificação dos sintomas, “levando a uma maior sensibilidade na observação do desenvolvimento do comportamento social e comunicativo da criança”. Para o neurologista, esta alteração permitiu que mais profissionais pudessem compreender melhor os sintomas autísticos e a ampliar sua identificação. Nas palavras de Brites (2019): “sabe-se hoje, pelas evidências científicas, que o diagnóstico precoce é fundamental e que somente esta medida pode alterar o prognóstico futuro e corrigir os atrasos mais profundos”.9 Tabela 1 – Parece autismo, mas não é Fonte: Revista Ler & Saber – Edição: Autismo. A Tabela 1 demonstra que facilmente é possível confundir o diagnóstico de TEA. Para evitar erros, usa-se a Tríade de Lorna Wing, que estabelece os problemas comuns no TEA, quais sejam: incapacidades ao nível da comunicação verbal e não verbal, e a relação com os outros e das atividades lúdicas e imaginativas. Entretanto, Marques (2000) realça um conjunto de outras características e patologias que, em associação, vão desencadear uma sintomatologia muito específica e peculiar, que se traduz em quadros diferentes em termos de características, capacidades/incapacidades e comportamentos, as quais tipificam as crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). TEMA 3 – CONCEITO GERAL DE TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) Para ser compreendido, o TEA precisa ser muito bem estudado. Segundo Morais (2012, p. 1), “parece ser uma perturbação da qual nem sempre se têm certezas absolutas”. Isto é, para a autora o conjunto de perturbações do desenvolvimento que estão no âmbito do TEA “não são totalmente compreendidas 10 quer ao nível do diagnóstico quer ao nível da abordagem terapêutica” (Morais, 2012, p. 1). Conforme Silva e Gaiato (2012), o Transtorno do Espectro do Autismo é considerado um transtorno de neurodesenvolvimento no qual a criança tem dificuldade na comunicação social e mantém um interesse restrito e estereotipado. Isso significa que se trata de uma alteração ocorrida dentro do cérebro, em que as conexões entre os neurônios se dão de forma diferente, ocasionando dificuldade em interagir com as outras pessoas de maneira adequada. Grosso modo, os TEA são considerados atualmente como transtornos de desenvolvimento de causas variadas. Entretanto, ao se fazer o levantamento acerca de como o TEA se apresenta legalmente, é possível observar que, antes do conceito de autismo, existiu termo muito difundido, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)1. Para Morais (2012, p. 9): Atualmente e contrariando a perspectiva inicial das concepções sobre a perturbação, não se define o autismo enquanto “psicose” infantil (Rutter, 1972). Esta síndrome é entendida como uma das perturbações contínuas e gerais, designadas de “perturbações globais do desenvolvimento”. O autismo caracteriza-se pela existência de disfunções sociais, perturbações na comunicação e no jogo imaginativo, tal como por interesses e atividades restritas e repetitivas. O autismo, para ser considerado em termos de diagnóstico, tem de ter presentes estas manifestações, desde o nascimento até aproximadamente aos 36 meses de idade, persistindo e evoluindo de diferentes maneiras, ao longo da vida. Nesse sentido, quando o docente, o pedagogo ou a equipe escolar solicitar um laudo diagnóstico em decorrência das limitações e especificidades dessas profissões, geralmente a escola só consegue entender que naquele laudo se apresenta uma criança com características autísticas quando se faz referência, nesse documento, ao termo Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Assim sendo, é preciso questionar: o que especificamente significa dizer que uma criança tem TGD? Ao observar o organograma a seguir, inferem-se alguns pontos para essa problemática: 1 Morais (2012) lembra que, desde o século XIX, a concepção de autismo infantil sofreu várias alterações, e a literatura já vem descrevendo casos isolados de crianças com severos distúrbios mentais, decorrentes de importantes desordens do desenvolvimento que, em concordância com a atual terminologia, preencheram critérios diagnósticos de crianças portadoras do espectro do autismo. 11 Figura 1 – Alteração cognitiva no TEA 3.1 A alteração em comunicação social A alteração em comunicação social no TEA apresenta ou pode apresentar os elementos listados a seguir, de acordo com Silva e Gaiato (2012): Dificuldade no contato visual; Dificuldade no uso de gestos e expressões faciais; Dificuldades em fazer amizades e no brincar, entender emoções e sentimentos relacionados ao outro; Falta de interesse por coisas ou atividades que as outras crianças propõem; Foco em brinquedos ou brincadeiras apenas que sejam do seu interesse; Aproximação com os demais de uma forma artificializada, robotizada ou “aprendida” e fracasso nas conversas interpessoais; Demonstrações de pouco interesse no que outra pessoa está dizendo ou sentindo; Dificuldade em iniciar ou responder a interações sociais; Dificuldade de entender a linguagem não verbal das outras pessoas; Dificuldade em se adaptar a diferentes situações sociais. 3.2 Interesse restrito e estereotipado O interesse restrito e estereotipado pode aparecer, de acordo com Silva e Gaiato (2012), nas seguintes situações: Movimentos repetitivos ou estereotipados com objetos e/ou fala; 12 Na fala, repetições de trechos de filmes ou desenhos, falando sozinhos numa linguagem “própria”, sem função de interação social; Insistência em rotinas, rituais de comportamentos padronizados, fixação em temas e interesses restritos; Hiper- ou hiporreação a estímulos do ambiente, como sons ou texturas; Estereotipias motoras, movimentos repetitivos com o corpo ou com as mãos; Extrema angústia com pequenas mudanças na rotina; Forte apego a objetos, gastando muito tempo observando ou usando um mesmo brinquedo ou segurando o dia todo algo que caiba nas mãos; Sensibilidade a barulhos, cheiros, texturas de objetos ou extremo interesse em luzes, brilhos e determinados movimentos repetitivos; Alteração na sensibilidade à dor. As autoras ressaltam que, em decorrência das individualidades, as crianças com TEA podem apresentar especificidades diversas quanto à alteração em comunicação social e ao interesse restrito e estereotipado. Acerca dessa questão, Morais (2012, p. 11) observa que: Ao nível comportamental as características que distinguem as crianças com autismo das que sofrem de outro tipo de perturbações do desenvolvimento baseiam-se sobretudo na sociabilidade, no jogo, na linguagem, na comunicação a nível global, a nível de atividade, do repertório de interesses, e as atitudes dos demais não assumem para elas a mesma importância que por norma assume para outras crianças, deste modo as crianças autistas representam um grande desafio para os profissionais, pelas vastas características que reúnem. É importante e significativo entender que o autismo é uma disfunção no desenvolvimento cerebral que tem origem na infância, que persiste ao longo de toda a vida e que pode dar origem a uma grande variedade de expressões clínicas (Morais, 2012, p. 12). TEMA 4 – ALTERAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL Foram apresentados no tópico anterior uma série de possíveis gatilhos que representam a alteração em comunicação social no TEA. Essas alterações estão inseridas no que se conhece como Transtorno do Processamento Sensorial (TPS). O TPS é definido por Lázaro (2016, p. 38) como: a presença de uma alteração em detectar, modular, interpretar ou responder ao estímulo sensorial, anteriormente descrita na literatura 13 como disfunção de integração sensorial. Trata-se de um transtorno apresentado por um grupo heterogêneo de crianças caracterizadas pelas variadas experiências de limitações na participação e realização das atividades. Dados na literatura científica demonstram que cerca de 78 a 90% dos indivíduos com TEA são acometidos por essas disfunções. Tal condição pode trazer prejuízos associados às habilidades sociais, ao controle postural, à coordenação motora, ao uso e manuseio dos objetos, assim como ao desempenho nas atividades de vida diária, a exemplo da alimentação, e à imaturidade no brincar. Pode ainda estar associada aos prejuízos nas atividades escolares, aos problemas de atenção, alémde ser risco para dificuldades de aprendizagem. A classificação do TPS, conforme pesquisa desenvolvida por Lázaro (2016, p. 38-39, grifos da autora) sobre os estudos de Ayres, subdivide-se em: 1) Transtornos de Modulação Sensorial: dificuldade em regular grau, intensidade e natureza das respostas aos estímulos sensoriais, podendo ser classificados em: a) hiporresponsividade sensorial, com pobre reação aos estímulos relevantes do ambiente como, por exemplo, dor, movimentos ou cheirar; b) hiperresponsividade sensorial, com maior tendência a se orientar e a responder a determinados estímulos, como toques, movimentos, luzes, sons, apresentando, por exemplo, respostas aversivas ou intolerância ao movimento, com reação de enjoo, mal-estar e náuseas diante de mínimos estímulos; c) busca sensorial, com procura constante de estímulos intensos, seja vestibular, proprioceptivo e outros. 2) Transtornos de Discriminação Sensorial: dificuldades em interpretar a qualidade ou a singularidade de cada estímulo, perceber suas diferenças e semelhanças, podendo apresentar diferentes graus de dificuldades nas diversas modalidades sensoriais, como visual, tátil, auditivo, vestibular, proprioceptivo, gustativo e olfativo. 3) Transtornos Motores com Base Sensorial: dificuldades em integrar as informações do próprio corpo e movimentar-se de maneira eficiente no ambiente, sendo os problemas mais comuns: a) distúrbio postural, com dificuldade em estabilizar o corpo durante o movimento ou retificar a postura quando solicitado pelo movimento; b) dispraxia, com dificuldade em idealizar, criar, iniciar, planejar, sequenciar, modificar e executar as ações. O sujeito autista possui bastante resistência a frequentar lugares muito “barulhentos”, com muitos estímulos visuais e auditivos, muitas pessoas em trânsito, como shoppings, festas de aniversário ou até mesmo o intervalo entre as aulas. Estes são lugares de maior ansiedade, que fazem com que a criança com o transtorno do espectro autista se comporte tentando bloquear o estímulo colocando as mãos nos ouvidos, andando na ponta dos pés, girando ao redor do próprio corpo e até mesmo correndo em círculos. Quais serão os motivos desse comportamento? Conforme pesquisas realizadas por Posar e Visconti (2018), esses comportamentos se explicam pelo Transtorno de Processamento Sensorial ou Disfunção Sensorial. Quase 14 todos os indivíduos com TEA apresentam esse comportamento, que pode estar relacionado diretamente aos tópicos dispostos a seguir: Estereotipias; Problemas de comportamento; Dificuldades de adaptação em determinados ambientes (escolar, familiar, sociais, locais públicos e também em contextos terapêuticos); Dificuldades de aprendizagem. Posar e Visconti (2018) analisam que os nossos estímulos sensoriais possuem a função de captar os estímulos do ambiente e reportá-los ao sistema nervoso, para que retornem ao ambiente sob a forma de comportamentos e aprendizagens. Por exemplo, um estudante que apresenta hipersensibilidade ou/e hiperresponsividade aos estímulos auditivos da sala de aula e do ambiente que o cerca — que acarretam problemas de concentração, ansiedade ou até mesmo problemas com agressividade — na realidade passa por uma sobrecarga sensorial. Para Corrêa (2015), outro fator comum que por vezes aparece como sintoma em crianças com TEA é a questão da seletividade alimentar, que pode estar relacionada tanto com hipossensibilidade como com hipersensibilidade sensorial. No que tange a tal aspecto, faz-se importante o papel do terapeuta e do professor em adaptar os ambientes de contato, haja vista uma possível dificuldade da criança frente aos possíveis estímulos por ela captados. A reação a tais estímulos pode muitas vezes ser confundida como uma simples aversão, quando na realidade é apenas uma resposta aos sentidos absorvidos. Tais respostas podem se manifestar, por exemplo, conforme Corrêa (2015), em um tipo de apatia por parte da criança em situações que por ventura levem-na a machucar o próprio corpo, em acidentes corriqueiros ou propositadamente. É possível que ela esteja relacionada a outras características do TEA, como as estereotipias já mencionadas. No que diz respeito ao sentido vestibular — produzido pelo aparelho vestibular, que trabalha na manutenção do equilíbrio corporal —, os indivíduos com TEA que apresentam hiporresponsividades podem buscar estímulos que não são sentidos por pessoas que não apresentam o transtorno, quais sejam balançar a cabeça ou girar sobre o próprio corpo. 15 É importante que esses aspectos sejam levados em consideração em sala de aula, visto que podem ser confundidos com uma possível sobrecarga sensorial, mau comportamento ou até mesmo uma necessidade de conforto sensorial, quando na verdade são apenas consequências da hipossensibilidade ou da hiporresponsividade características dos distúrbios sensoriais TEMA 5 – INTERESSE RESTRITO E ESTEREOTIPADO A estereotipia é um dos fatores do TEA que mais causa estresse, tanto aos profissionais quanto ao próprio indivíduo. Para que se possa entender melhor o tema, é importante que se faça tal indagação: Como lidar com esses sintomas? Os comportamentos estereotipados causam grandes restrições sociais, uma vez que interferem no funcionamento e convívio na estrutura familiar. Muitas vezes a própria família do indivíduo, ao passar por essas situações estressantes, hesita em manter relações de convívio com outras pessoas. O estresse é significativo, pois a administração desses comportamentos demanda uma supervisão ininterrupta por parte dos responsáveis, tendo em vista os perigos que podem causar à criança autista. Nesse sentido, é importante que se entenda: O que significa a estereotipia? É um modo recorrente de agir e se comportar em determinado contexto, de se comunicar com outrem e de manusear objetos sem intuito funcional ou de interação social. É um sinal clínico muito comum no TEA, que mais o representa e causa preocupação do ponto de vista terapêutico, tendo em vista a dificuldade em termos sociais e comunicativos — fatores cruciais para o desenvolvimento da criança. As pessoas com o transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem a repetir comportamentos, o que causa um distanciamento da realidade que se observa em determinado contexto. Ademais, a repetição acarreta dificuldades em começar e manter diálogos e realizar tarefas simples do cotidiano e da escola. Além disso, a rotina se torna algo fragmentado, o que prejudica tanto a alimentação quanto o sono. As estereotipias podem reduzir o desenvolvimento da criança em intervenções tanto médicas quanto não médicas. Elas são multiformes, fontes de grande parte do estresse do indivíduo. Algumas delas podem ser elencadas conforme relação a seguir: 16 Estereotipas de fala e com objetos; Com rituais de movimentos; Estereotipias de rotinas individuais (manias, compulsões e formas de agir previsíveis). Devido a tais fatores, o tratamento requer vários eixos de intervenção: Uso de medicação: tanto para reduzir os sintomas principais do TEA como para auxiliar na redução das suas hipersensibilidades auditivas ou táteis, que podem induzir a determinadas estereotipias. Buscar abordagens comportamentais: fundamentais na administração desses comportamentos. Reduzir fatores que intensificam estereotipias: por exemplo alguns barulhos, mudanças súbitas de rotina, dores pelo corpo (sobretudo dor de dente, ouvido e barriga), problemas de sono. Outros fatores médicos também podem influenciar este quadro, como alergias, infecções ou intolerâncias alimentares. Dessa forma, a atenção quanto a essas manifestações ajuda a aliviar a intensidade e a frequência desses comportamentos destrutivos e/ou restritivos do indivíduo com TEA. Isto é, meios para controlar essas estereotipias envolvem métodos de controle comportamental baseados em técnicade Reforçamento Positivo: 1. Usar os brinquedos preferidos da criança e propor um acordo de redução de suas atitudes repetitivas durante um determinado período. Objetivo: proporcionar o brinquedo à criança, com mais momentos programados, como se fosse uma recompensa pela conquista de uma nova atividade. 2. Reduzir estímulos indesejáveis do ambiente para a criança com TEA. Observação importante Nem toda criança com TEA tem as mesmas estereotipias e os mesmos fatores hiperestressantes que desencadeiam essas estereotipias. Dessa forma, o elemento determinante e necessário é a avaliação da criança com TEA. 3. Aumentar paulatinamente o tempo de exposição da criança àquilo que ela mais gosta. Motoras; 17 Objetivo: aproveitar esses momentos para a introdução de pequenos conteúdos, o que proporcionará que a disposição da criança para refazer estereotipias diminua. Os métodos e as técnicas utilizados para estimular comportamentos desejáveis e reduzir comportamentos indesejáveis em crianças com TEA serão abordados em outro momento, de maneira conceitual. Conforme Lampreira (2007, p. 106): “a formulação e a adoção de um programa de intervenção precoce se dá sempre dentro de um referencial teórico que lhe dá coerência e organicidade. Dessa maneira, para melhor compreendê-lo e adotá-lo, é importante conhecer esse referencial”. Por sua vez, Lázaro (2016, p. 15) ressalta que: A manifestação de outros distúrbios neurobiológicos, a exemplo do Transtorno do Déficit de Atenção Hiperatividade (TDAH) e do Transtorno Desafiante Opositor (TDO), Epilepsia, deficiência intelectual, distúrbios do sono, hiperatividade, auto e heteroagressividade e complicações genéticas (especialmente a síndrome do X-Frágil), podem piorar significativamente o prognóstico do TEA. Ao avaliar a frequência dos sintomas de TDAH no TEA, outros autores observaram maior comprometimento funcional nos autistas que preencheram os critérios para o diagnóstico de TDAH. Os sintomas do Transtorno Desafiante Opositor, a exemplo de agressividade, desafio e recusa a obedecer às solicitações e regras, quando associados ao autismo parecem indicar um fenótipo distinto, exigindo medidas terapêuticas específicas. Essas alterações de conduta também interferem no acesso às medidas socioeducativas e principalmente na adaptação social. Já os comportamentos auto e heteroagressivos parecem associados ao déficit cognitivo e têm pior prognóstico no que se refere à adaptação social. Além dos fatos citados, a irritabilidade e as agressões, geram riscos físicos para a criança, e exigem intervenções farmacológicas para a contenção destes comportamentos. Prezados cursistas, neste nosso primeiro módulo foram elencados, a partir da fundamentação inicial do TEA, alguns dos pressupostos acerca desse transtorno tão multifacetado. Para sintetizar esse debate, faz-se necessário retomar as questões que orientaram a trajetória neste módulo: Os comportamentos são comuns a todos os indivíduos do TEA ou o que muda é a intensidade das manifestações e a gravidade do acometimento? É possível entender, baseando-se nas problemáticas que orientam este primeiro módulo, que o TEA não é um transtorno individualizado com características e propriedades inerentes à patologia. Ao contrário: possui uma extensão sindrômica que varia tanto na intensidade da sintomatologia central como na presença de sintomas associados, que apresentam variações nas manifestações clínicas. Com isso, as causas do TEA se consideram diferentes apresentações fenotípicas e neurobiológicas. Desse modo, destaca-se a 18 importância dos instrumentos de avaliação que identifiquem e monitorem os sintomas centrais do TEA e os sintomas comórbidos repetidamente associados. LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica SILVA, A. B. B; GAIATO, M.B; REVELES, L.T. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. O diferencial desse texto é que, mesmo desenvolvendo os referenciais teóricos acerca do TEA, apresenta-se com uma linguagem clara e objetiva no que concerne à sistematização dos pressupostos básicos desse transtorno: sintomas, diagnósticos e tratamento. Texto de abordagem prática APA – American Psychiatric Association. DSM-V: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. Totalmente reformulado, o DSM-V reúne o resultado de mais de 10 anos de trabalho de uma equipe de especialistas internacionais. A nova edição apresenta a síntese atual em termos de classificação e diagnóstico na área da saúde mental, tornando-se assim recurso indispensável a estudantes, clínicos e pesquisadores. Saiba mais ASSIS, P. de. Um breve manual de transtornos mentais: um guia introdutório à psicopatologia e os sistemas diagnósticos de classificação. 2010. Disponível em: <http://pablo.deassis.net.br/wp-content/uploads/2010/02/Transtornos- Mentais.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019. O autor desenvolveu uma espécie de enciclopédia compacta acerca dos transtornos mentais. 19 REFERÊNCIAS AMBADY, N.; ROSENTHAL, R. Half a minute: Predicting teacher evaluations from thin slices of nonverbal behavior and physical attractiveness. Journal of personality and social psychology, v. 64, n. 3, p. 431-441, 1993. APA – American Psychiatric Association. DSM-IV: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. _____. DSM-V: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014. ASSIS, P. de. Um breve manual de transtornos mentais: um guia introdutório à psicopatologia e os sistemas diagnósticos de classificação. 2010. Disponível em: <http://pablo.deassis.net.br/wp-content/uploads/2010/02/Transtornos- Mentais.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019. BRITES, L.; BRITES, C. Como saber do que seu filho precisa? 1. ed. São Paulo: Gente, 2018. BRITES, C. Quais os critérios de diagnóstico do autismo? Disponível em: <http://entendendoautismo.com.br/artigo/quais-os-criterios-de-diagnosticos-do- autismo/>. Acesso em: 22 jan. 2019. BUORO, L. Autismo: Aspectos cognitivos, educacionais e neurobiológicos com base na análise dos livros Mundo singular: entenda o autismo e Os gatos nunca mentes sobre o amor e na literatura especializada. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2015. CORRÊA, M. M. Inclusão de crianças com PEA: e agora? Porto: Escola de Educação de Paula Frassinetti, 2015. GADIA, C. A. et al. Autismo e Doenças Invasivas de Desenvolvimento. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n 2, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n2s0/v80n2Sa10.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019. LAMPREIA, C. A perspectiva desenvolvimentista para a intervenção precoce no autismo. Estudos de psicologia, Campinas, v. 24, n. 1, p. 105-114, 2007. 20 LÁZARO, C. P. Construção de escala para avaliar o comportamento alimentar de indivíduos com transtorno do espectro do autismo (TEA). Tese (Doutorado em Medicina e Saúde Humana) – Escola de Medicina e Saúde Pública, Salvador, 2016. MARQUES, C. E. Perturbações do Espectro do Autismo, Ensaio de uma Intervenção Construtivista Desenvolvimentista com Mães. Coimbra: Quarteto Editora, 2000. MENDES, J. I.; COSTA, J. R. Integração sensorial em crianças com transtorno do espectro autista. Cadernos da Escola de Saúde, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 1-3, 2018. MORAIS, T. L. de C. Modelo teacch: intervenção pedagógica em crianças com perturbações do espetro do autismo. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Escola superior de Educação Almeida Garrett, Lisboa, 2012. OMS – Organização Mundial Da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID-10. 1993. Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/cid10.htm>. Acesso em: 22 jan. 2019.POSAR, A.; VISCONTI, P. Sensory abnormalities in children with autism spectrum disorder. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 94, n. 4, p. 342-350, 2018. SCHWARTZMAN, J. S.; ARAÚJO, C. A. de. Transtornos do espectro do autismo. São Paulo: Memnon, 2011. SILVA, A. B. B; GAIATO, M.B; REVELES, L.T. Mundo singular: entenda o autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Compartilhar