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Extração de DNA do Tomate

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL 
CAMPUS PAULISTA 
BACHAREL EM FARMÁCIA - NOTURNO 
 
 
 
 
 
EXTRAÇÃO DE DNA DE UM TOMATE 
 
 
 
Disciplina: Bioquímica 
Professor Responsável: Doutor Adriano Sartori 
 
Integrantes do Grupo (RGM) 
Dérick Carneiro Ribeiro (2184285-5) 
Giovanna Regiane Martins (2061230-3) 
Thais Dutine Vieira (2087368-9) 
 
 
 
São Paulo 
2020 
Resumo 
Atualmente, diversas técnicas de biologia molecular envolvem a extração do DNA a partir 
de diferentes amostras. Nesse relatório, discutem-se os aspectos e procedimentos para extração do 
DNA de um tomate. A partir dessa realização, será possível verificar alguns aspectos do DNA, 
observar que o mesmo pode ser encontrado em diversos tipos de células, debater e aprofundar 
questões científicas relacionadas à genética, e, também, elucidar sumariamente o que deve ser 
considerado ao elaborar-se um protocolo de extração de DNA. 
 
Introdução 
O DNA é conhecido como “molécula da vida” pois é a molécula que codifica as 
informações da maioria dos seres vivos, além de alguns vírus. A descoberta de sua estrutura e 
função é relativamente nova na história da ciência (feita a 65 anos, aproximadamente) mas já 
possibilitou uma grande revolução na área genética. 
Esta molécula é constituída por nucleotídeos, e cada nucleotídeo é formado por uma 
molécula de desoxirribose, uma molécula de fosfato e uma base nitrogenada que pode ser púrica ou 
pirimídica. As bases púricas encontradas no DNA são adenina e guanina; e as bases pirimídicas são 
citosina e timina, sendo que, para a formação da dupla fita, a adenina se liga à timina e a guanina 
liga-se à citosina através de pontes de hidrogênio. Essa composição será pormenorizada 
posteriormente 
 
Objetivos 
Espera-se testar e compreender uma técnica aplicada para a extração de DNA de partes do 
fruto do tomate, buscando-se entender como pode ser feita a separação de ácidos nucléicos com 
base nas suas características e verificar o comportamento de diferentes grupos de biomoléculas em 
diferentes soluções que são importantes nesse procedimento. 
 
1 
Materiais 
● Solução Lise: 
○ 50 ml de detergente líquido neutro incolor, 
○ duas colheres de sal, 
○ 900 ml de água mineral; 
● Recipiente com capacidade volumétrica de 1 L; 
● Saco plástico (tipo Ziploc); 
● Um Tomate; 
● Dois copos com a boca estreita (copo tipo americano); 
● Palito de madeira (um hashi, por exemplo); 
● Aparato de filtragem: 
○ Funil, 
○ Filtro de café; 
● Álcool 70% gelado (mantido no congelador durante 3h antes da experiência); 
● Haste metálica (Clips aberto); 
● Azul de metileno (opcional). 
 
Procedimentos (Método) 
No recipiente com capacidade volumétrica de 1 L, dissolveu-se duas colheres de sal nos 900 
mL de água, adicionou-se 50 mL de detergente de cozinha e agitou-se a mistura suavemente para 
homogeneizá-la, evitando a formação de bolhas e espuma. Essa mistura é o que denomina-se 
solução lise. 
Um tomate foi colocado no saco plástico e foi amassado ao máximo possível, em seguida, o 
produto desse processo foi transferido para um copo americano. 
2 
Adicionou-se suavemente a esse copo (contendo o tomate macerado), a solução lise, até que 
o volume da mistura fosse aproximadamente o dobro do ocupado pelo tomate amassado. O 
conteúdo foi agitado com o mínimo de vigor e periodicidade durante 30 minutos, a seguir, a 
mistura foi coada no aparato de filtragem devidamente montado, sendo transferida ao outro copo 
americano. 
Com a filtração concluída, o filtrado foi homogeneizado através de movimentos circulares e 
sutis do copo. 
Transferiu-se à mistura no copo, um volume de etanol gelado correspondente a 
aproximadamente ao dobro do volume de filtrado. Essa nova mistura foi deixada em repouso por 
15 minutos. 
Próximo a área onde a camada de filtrado e a de etanol se encontram (interface), houve a 
formação de uma camada esbranquiçada e levemente avermelhada na região da fase alcoólica, esta 
foi facilmente removida da solução com o auxílio da haste metálica. Antes da remoção, é possível 
corar a esta mistura com o azul de metileno. 
 
Resultados e Discussão 
I. Importância de cada etapa do procedimento 
A solução de lise é assim denominada devido a sua função de rompimento da membrana 
plasmática e outras membranas, desestruturando a organização das moléculas de lipídios presentes 
nas membranas celulares provocada pelo detergente, promovendo o rompimento celular (lise). O 
processo de desnaturação se dá devido à presença de um componente do detergente, o 
dodecilsulfato de sódio (SDS, um tensoativo). O sal (NaCl) proporciona o ambiente favorável para 
a extração de DNA, neutralizando a carga negativa dos grupos fosfatos dessa molécula, 
estabilizando as fitas simples de DNA. 
Quanto mais amassado estiver o material, maior será sua superfície de contato com a 
solução de lise e melhor será a ação dela sobre as células. Isto permitirá a liberação de uma maior 
quantidade de moléculas de DNA e, portanto, um melhor rendimento. 
O álcool gelado diminui a solubilidade do DNA com a ajuda do sal adicionado inicialmente 
(pela saturação da mistura). O DNA, menos solúvel em álcool, forma um aglomerado que precipita 
3 
junto com outras moléculas. Adicionar o álcool gelado em velocidade lenta auxilia na eficiência de 
precipitação do DNA. O álcool também desidrata as moléculas de DNA, fazendo com que elas se 
aglutinem formando um aglomerado visível. 
A constante agitação tem como função a separação das organelas membranosas de acordo 
com sua concentração na célula. 
Ao final do experimento, nota-se a formação de distintas fases: ao fundo do copo, um 
semi-sólido gelatinoso e esbranquiçado, levemente avermelhado, que pode ser as sobras do tomate 
usado; um líquido translúcido na parte superior, que provavelmente é o etanol; na transição dessas 
fases, há um formado semi-sólido, menos denso que o anterior, também de aspecto gelatinoso, com 
aspecto leitoso, mas quase incolor - este é o DNA. 
É possível adicionar o corante básico azul de metileno, e a fase superior seria corada devido 
à presença de moléculas ácidas, como os cromossomos e cloroplastos. O DNA submerso não seria 
corado. 
Este procedimento, muitas vezes é feito com cebola ao invés de tomate devido às 
dimensões de suas células (maiores, em geral), que quando picadas e/ou amassadas, rompem-se 
facilmente. 
Algumas fases do procedimento podem ser visualizadas na montagem fotográfica 1. 
Montagem Fotográfica 1: Fases do procedimento de extração realizado. Fonte própria. 
4 
II. Informações sobre a molécula de DNA e outros métodos para sua extração 
Atualmente, o DNA (sigla para ácido desoxirribonucleico, em inglês) é amplamente 
conhecido, científica e popularmente. Esta é a molécula por trás, por exemplo, dos exames de 
paternidade e das investigações criminais, em que a partir de um teste de DNA se identifica o 
infrator. No entanto, o entendimento da “molécula da vida” é relativamente recente na história da 
ciência. 
Em 1865, Gregor Mendel publicou seus dados obtidos pelo cruzamento de ervilhas, que 
deram subsídio para a proposição das teorias de hereditariedade e segregação de fatores.Hoje, 
refere-se a estas como “leis de Mendel”, base da genética moderna (BORGES-OSÓRIO & 
ROBINSON, 2013). Essas teorias, entretanto, ficaram esquecidas até meados do século XX, 
quando os cientistas da época retomaram os trabalhos de Mendel e concluíram que o DNA 
realmente estava relacionado à codificação de informações vitais. A partir de então, a busca pelo 
entendimento da molécula do DNA se intensificou e chegou ao ápice em 1953, quando Watson e 
Crick determinaram que a estrutura do DNA era uma “escada contorcida”, sendo os degraus 
formados pelas ligações entre purinas e pirimidinas (as bases nitrogenedas), inserindo o conceito 
de complementaridade, e as laterais constituídas de cadeias compostas por um grupo fosfato e um 
açúcar (desoxirribose) (NUSSBAUM et al., 2002). 
Assim, pode-se observar na Figura 1 a estrutura do DNA tal como se conhece atualmente: 
duas fitas poliméricas de nucleotídeos estão ligadas, por meio de pontes de hidrogênio, de forma 
complementar, ou seja, uma purina (adenina ou guanina) se liga a uma pirimidina (timina ou 
citosina). Estas fitas possuem uma sequência específica de nucleotídeos, maneira pela qual se 
codificam as informações. Para a replicação do DNA, as fitas se separam e, dada sua 
complementaridade, o resultado é de duas duplas hélices idênticas à original. Por meio dos genes, 
que são sequências específicas de nucleotídeos, são transmitidas as informações genéticas a cada 
divisão celular e, ainda, codificam-se todas as proteínas do organismo (NELSON & COX, 2002). 
Existem, ainda, sequências não codificadoras, que podem regular a expressão gênica. 
 
5 
 
Figura 1. Estrutura do DNA. Duas fitas formadas por pentoses e fosfatos, ligados a uma base nitrogenada, formam a 
dupla hélice. As bases nitrogenadas estão representadas de acordo com sua letra inicial (C: citosina, G: guanina, T: 
timina, A: adenina). As pontes de hidrogênio estão representadas por traços verticais azuis. Na figura, ilustra-se a 
replicação do DNA, em que cada fita dá origem a uma nova dupla hélice, idêntica à original. Extraído de NELSON & 
COX, 2002. 
Figura 2: Bases nitrogenadas. Fonte: adaptação de Khan Academy, 2020. 
6 
Em organismos eucariotos, o DNA encontra-se frequentemente no núcleo e na forma de 
cromatina, ou seja, associado a proteínas como as histonas, que funcionam como uma matriz na 
qual o DNA se enrola, diminuindo seu tamanho e permitindo que ele caiba no núcleo. As histonas 
também podem regular os genes ao sofrer modificações pós-traducionais, como metilação, 
fosforilação ou acetilação. 
Todas essas informações, no entanto, precisaram ser testadas em organismos que continham 
material genético e os organismos vivos compartilham algumas características biológicas e 
químicas, como a estrutura celular e os tipos de macromoléculas, seu estudo pode ser realizado de 
uma maneira mais simples. Por exemplo, uma vez que as células vegetais possuem uma 
organização relativamente parecida com as células animais, pode-se estudar métodos de extração 
de DNA em frutas e, com os devidos cuidados, adequá-los para células animais. 
A extração de DNA pode ser realizada para diferentes fins, como na biologia molecular e 
análises forenses, e a partir de diferentes amostras, como sangue, tecido, solo, vegetais etc. Assim, 
deve-se escolher o método de extração que mais se adequa à amostra, ao procedimento e ao 
objetivo do experimento. 
De maneira geral, os primeiros passos desta extração dizem respeito ao acesso à molécula 
de DNA, isto é, deve ocorrer a lise celular. Se for uma célula animal, essa lise pode ser facilmente 
obtida com o uso de um detergente, como o SDS; se a amostra for de células vegetais, deve haver a 
lise mecânica da parede celular, além do uso do detergente. Além disso, o detergente é útil para a 
remoção dos lipídios da amostra, o que também pode ser feito por centrifugação. 
Atualmente, existem diversos kits para extração de DNA que diferem-se entre si pelo 
método usado. 
No método de extração orgânica utilizam-se solventes orgânicos, como fenol e clorofórmio, 
para a precipitação e remoção de proteínas. Em seguida, realiza-se uma centrifugação para sua 
separação dos polinucleotídeos e o DNA pode ser obtido com o uso de etanol, uma vez que esse 
precipita em meio alcoólico, o que não ocorre com as pequenas cadeias de RNA. A desvantagem 
desse método é a utilização de reagentes perigosos que podem, além disso, estar presentes como 
resíduos no DNA extraído, prejudicando experimentos futuros com a amostra (DHALIWAL, 
2013). 
7 
Outra tecnologia utilizada atualmente é a baseada em sílica. Com uma solução de 
determinados sais no pH adequado, o DNA adsorve-se nas partículas de sílica. As impurezas são 
removidas por lavagens e este método é bem mais simples que o anterior. Um método semelhante a 
esse é o de separação magnética, em que as moléculas de DNA se ligam reversivelmente a 
partículas magnéticas. Após a purificação, o DNA é precipitado em etanol. Existe também o 
método de troca iônica, que é baseado na interação entre os grupos fosfato, que são carregados 
negativamente, e moléculas carregadas positivamente. Esta técnica é mais utilizada para o 
isolamento de plasmídeos (DHALIWAL, 2013). 
Conforme mencionado, o método a ser utilizado depende de vários aspectos, como origem 
e processamento da amostra bem como o objetivo da extração. Nota-se também, que a natureza e 
as propriedades físico-químicas da molécula de DNA (carga, local em que localiza-se na célula 
estudada, entre outros) são fatores chave para sua extração. 
III. RNA e a síntese de proteínas 
Assim como o DNA, o RNA (sigla para ácido ribonucleico, em inglês) também é uma 
molécula muito importante para a manutenção da vida de praticamente todos seres vivos, porém, 
sua função é diferente. Enquanto o DNA incube-se de armazenar informações, o RNA tem um 
papel mais importante na expressão dessas informações. 
O RNA também é composto de uma pentose (no seu caso, a ribose) uma base nitrogenada 
(Adenina, Uracila – pirimídica –, Guanina ou Citosina) e um grupo fosfato. É encontrado em fitas 
simples na células e existem alguns grupos de RNA diferentes entre si com atuações diferentes, 
alguns exemplos são: RNA mensageiro (RNAm); RNA ribossômico (RNAr); e RNAt transportador 
(RNAt). 
No início da síntese proteica, o gene codificador da proteína será ativado, isto é, uma enzima 
RNA polimerase fará uma cópia de uma fita de DNA em uma de RNA, este é processo denominado 
de transcrição do gene. A cópia carrega a mesma informação da sequência de DNA proveniente, no 
entanto, na molécula de RNA, a base Timina é substituída por Uracila. Essa fita produzida nesta 
etapa é o RNAm. 
O RNAm é produzido será associado a um ribossomo, que irá montar a proteína a partir da 
informação deste primeiro, fazendo a leitura de seus códons (sequências de três aminoácidos). Parte 
8 
dos ribossomos são formados por RNAr, estes podem atuar também como enzimas em outros 
processos.O RNAt também está envolvido na síntese proteica e age como carregador, transita com os 
aminoácidos ao ribossomo, assegurando que os que serão adicionados à cadeia em formação são os 
especificados pelo RNAm. O RNAt consiste em uma fita única de RNA específica e complementar 
para cada códon, formando uma região de fita dupla com os aminoácidos que irá carrear. 
Resumidamente, o RNAm é uma cópia de gene do DNA, que se conectará ao ribossomos, 
formados por RNAr, para a montagem de proteínas, o que leva os aminoácidos aos ribossomos é 
RNAt, que tem o “encaixe complementar” para as trincas de nucleotídeos requisitados pelo RNAm. 
Desta forma, o RNA está envolvido na síntese protéica e regulação gênica (KhanAcademy, 2020). 
 
IV. Carboidratos Interferentes – Amido, Celulose e Pectina 
Segundo Nelson & Cox (2002), carboidratos são moléculas biológicas feitas de carbono, 
hidrogênio e oxigênio em uma proporção de aproximadamente um átomo de um carbono para cada 
molécula de água. Essa composição dá aos carboidratos o seu nome. As cadeias de carboidrato 
podem variar de tamanho, e, os biologicamente importantes pertencem, geralmente, a três 
categorias: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. 
Os mesmo autores explicam que monossacarídeos (​mono = “um”; ​sacarídeo = “doce”) são 
açúcares simples e, normalmente, contêm de três a sete átomos de carbono, o mais comum é a 
glicose, contendo seis carbonos. Na maioria dos átomos de carbono dos monossacarídeos são 
encontrados grupos hidroxila, exceto em um deles em cada molécula, que conterá um grupo 
aldeído ou cetona, desta forma, os eles são classificados em aldoses (com um grupo aldeído) ou 
cetoses (com grupo cetônico). Muitos açúcares de cinco ou seis carbonos podem existir tanto em 
cadeia linear quanto em forma de anel, essas formas existem em equilíbrio umas com as outras, 
mas o equilíbrio favorece fortemente as formas cíclica. Na formação cíclica dessas moléculas o 
átomo de oxigênio da carbonila pode assumir diferentes posições, o que decorrerá nas formas alfa 
ou beta dos monossacarídeos, como evidencia-se na figura 3. 
 
9 
Figura 3: Glicose, formas linear e cíclica (alfa e beta). Fonte: adaptação de Khan Academy, 2020. 
 
É possível que ocorra uma reação de condensação ou síntese por desidratação entre dois 
monossacarídeos, em que o grupo hidroxila de um monossacarídeo combina-se com o hidrogênio 
de outro, liberando uma molécula de água e formando uma ligação covalente conhecida como 
ligação glicosídica, formando um dissacarídeo (​di = “dois”). Nesta mesma lógica, com sucessivas 
ligações glicosídicas, podem formar-se os polissacarídeos (​poli = “vários”) e a cadeia pode ser 
ramificada ou não-ramificada, podendo, também conter diferentes tipos de monossacarídeos, e, 
cada qual com sua função biológica. Amido, glicogênio, celulose e quitina são exemplos de 
polissacarídeos (NELSON & COX, 2002). 
O amido é uma mistura de dois polissacarídeos: amilose e amilopectina. A primeira é 
constituída de resíduos de D-glicopiranose, ligadas por pontes glicosídicas α-1,4, que conferem à 
molécula uma estrutura helicoidal, e a segunda é menos hidrossolúvel e constituí-se de resíduos de 
α-glicose ligadas por pontes glicosídicas α-1,4, ocorrendo também ligações α-1,6, compõe 80% dos 
polissacarídeos existentes no grão de amido (por isso ele é pouco solúvele em água) e é formada 
por moléculas de glicose. As plantas são capazes de sintetizar amido como reserva energética, 
armazenando a glicose não usada para geração de energia imediata a partir da fotossíntese. As 
estruturas de ambos compostos do amido visualizam-se na figura 4 (NELSON & COX, 2002). 
10 
Figura 4: Amilose e Amilopectina. Fonte: adaptação de Khan Academy, 2020. 
 
 
 
Diferentemente do amido, que é um polissacarídeo de armazenamento (reserva energética), 
a celulose é um polissacarídeo de estrutura, ou seja, confere forma e textura aos complexos de 
células vegetais. 
Conforme supracitado, células vegetais possuem, além da membrana plasmática, uma 
parede celular envolvendo as células, característica crucial para fornecer estrutura aos corpos 
vegetais. A Celulose, por exemplo, é um dos componentes principais nas paredes celulares das 
plantas, que são estruturas rígidas que rodeiam as células, ela é composta por cadeias 
não-ramificadas de monômeros de glicose unidos por ligações glicosídicas. Diferente da amilose, a 
celulose é composta de monômeros de glicose em sua forma β​, ​o que lhe proporciona propriedades 
muito diferentes, como sua maior rigidez, conforme demonstrado na figura 5 (KhanAcademy, 
2020). 
11 
Figura 5: Fibras e estrutura de celulose. Fonte: adaptação de Khan Academy, 2020. 
 
As pectinas apresentam-se como polissacarídeos complexos e de elevado peso molecular 
(figura 6). São formadas por cadeias de 150 a 500 unidades de ácidos galacturônicos que passaram 
por uma esterificação (figura 7). Segundo Bobbio (2002), há entre 5 a 10% de galactose, glicose, 
xilose e arabinose ligados à cadeia principal. 
 
 
 
Figura 6. Estrutura geral da pectina. Fonte: BOBBIO (2002). 
 
12 
 
Figura 7. Estruturas de unidades do ácido galacturônicos (a) e ácido galacturônico esterificado (b). Fonte: BOBBIO 
(2002). 
Estando presente em vários vegetais e em suas diferentes partes, as pectinas muitas vezes 
encontram-se próximas a celulose, preenchendo os espaços intercelulares e lamelas centrais dos 
tecidos vegetais e atuando como material estrutural das paredes celulares por meio de ligações 
covalentes. Em tecidos vegetais mais novos, principalmente em frutos, as pectinas se 
concentram em grande quantidade. De acordo com Canteri (2012), as razões que explicam a 
deposição de pectina na formação da parede celular ainda não foram elucidadas, mas sabe-se que 
estes polissacarídeos são necessários no controle da porosidade da parede, para a aderência das 
células subjacentes e no controle das trocas iônicas da estrutura. 
Para as experiências em que se necessita adquirir DNA sem resíduos desses polissacarídeos 
e outros contaminantes, como polifenóis (que escurecem a amostra), é possível utilizar 
técnicas de purificação. A necessidade de remoção das pectinas, amido e celulose, por exemplo, 
é importante para evitar a excessiva viscosidade que pode interferir em estudos eletroforéticos. Os 
detergentes do tipo CTAB também podem ser usados com essa finalidade, já que os 
polissacarídeos e os ácidos nucléicos têm solubilidade diferenciada. Esse é o método mais 
utilizado, pois solubilizam-se as membranas, formando com o DNA um complexo que facilita uma 
posterior precipitação. Além disso, estes polissacarídeos também podem ser removidos 
utilizando-se um gradiente de cloreto de césio (CsCl) ou por precipitação associado a acetato de 
amônio. Embora esta técnica seja mais rápida, é pouco aconselhável porque o DNA purificado é de 
pouca qualidade (ROMANO, 1999). 
O tomate possui pouca quantidade de pectina e celulose se comparado a outros vegetais 
(CANTERI et al, 1992; MAZZA et al, 2000), desta forma, a extração de DNA desse espécime tem 
13menos interferentes do que outros alimentos, a visualização da molécula que se procura ao fim do 
processo é facilitada. 
 
V. Membrana Plasmática – Colesterol e Lipídeos 
A membrana plasmática é conjunto que delimita o conteúdo celular, o modelo que explica 
sua estrutura aceito atualmente é chamado de “mosaico fluido”, proposto pela primeira vez em 
1972, passou por diversas modificações mas ainda é bem aceito para descrições básicas sobre 
estrutura e comportamento das membranas em muitas células. Os componentes deste mosaico são 
principalmente de fosfolipídios, colesterol e proteínas. Esta composição confere a característica da 
permeabilidade seletiva deste envoltório celular (Khan Academy, 2020). 
Um fosfolipídio é um lipídio composto por glicerol, duas extremidades de ácido graxo e 
uma ponta com um grupo de cadeias de fosfato, formando o desenho da letra “R”. São compostos 
anfifílicos, ou seja, eles têm regiões hidrofílicas e hidrofóbicas - figura 8. A parte hidrofílica, 
carregada negativamente com o grupo fosfato, fica voltada para a parte externa da membrana (para 
o meio extra e intracelular) e a parte hidrofóbica, com ácidos graxos, consiste na porção interna da 
membrana (Khan Academy, 2020). 
 
Figura 8: Fosfolipídeo. Fonte: adaptação de Khan Academy, 2020. 
14 
O colesterol, outro lipídio - figura 9 -, é encontrado ao lado dos fosfolipídios no núcleo da 
membrana e ajuda a minimizar os efeitos da temperatura na fluidez da mesma. Em temperaturas 
baixas, evita a aglomeração dos fosfolipídios, em altas temperaturas, ele reduz a fluidez. Desta 
forma, o colesterol aumenta a amplitude de temperaturas em que uma membrana mantém sua 
função fluida (Khan Academy, 2020). 
 
Figura 9: Molécula de colesterol. Fonte: BorisTM (domínio público). 
 
As proteínas das membranas podem se estender parcialmente pela membrana estão 
anexados a proteínas, formando glicoproteínas, ou a lipídios, formando glicolipídios. São “portas 
de entrada e saída” da célula, pois é por estas que a circulação de diversas substâncias é mediada 
(NELSON & COX, 2002). 
Segundo outrora citado, o componente SDS do detergente é capaz de interpelar essas 
ligações descritas, desfazendo a estrutura membranar, Isso ocorre pois este é um composto 
tensoativo - compostos que também porções solúveis em água e outras que não o são, 
possibilitando a quebra da tensão superficial de diversos compostos, neste caso, dos fosfolipídeos. 
O SDS é constantemente usado em laboratórios de biologia celular no processo de lise celular por 
conta dessa característica. 
 
 
15 
Conclusão 
Foi possível verificar a importância de cada etapa do procedimento: preparação e ação da 
solução lise, trituração da amostra, adição de etanol, etc., e como cada conceito de cada estágio 
pode ser adaptado para outro tipo de amostras ou objetivos. 
Demonstrou-se as características da molécula de DNA e RNA – como se estruturam e 
algumas de suas propriedade físico-químicas relevantes ao processo de extração das mesmas das 
em alguns tipos de células, pormenorizando e mostrando o que os nucleotídeos e os tipos de 
ligações químicas que sustentam fitas formadas. Também descreveu-se a síntese proteica, processo 
no qual a molécula de RNA e de suma importância, discorrendo-se sobre os papéis dos RNAm, 
RNAr e RNAt. 
Algumas outras biomoléculas também precisaram ser exploradas, pois interferem 
diretamente no resultado do procedimento, foi o caso do amido, celulose e pectinas, que são 
polissacarídeos de reserva energética, base e completo de estruturação das células vegetais, 
respectivamente. A membrana celular foi destrinchada ao se descrever sua formação por lipídios, 
colesterol e algumas proteínas. 
Portanto, foi possível testar e compreender a extração de DNA do tomate, como se pode 
adaptar os conceitos cá utilizados em outras extrações e quais outros tipos de substâncias devem 
ser consideradas ao se realizar este procedimento. 
16 
Referências 
BOBBIO, P. A.; BOBBIO F. O. Química do Processamento de Alimentos. 2 ed. São Paulo: 
Livraria Varela, 151p, 1992. 
BORGES-OSÓRIO M. R.; ROBINSON W. M. Genética humana [Recurso eletrônico]. 3 ed . 
Dados eletrônicos. Porto Alegre – Artmed, 2013. 
CANTERI, M. H. G.; MORENO, L.; WOSIACKI, G.; SCHEER, A. de P. Pectina: da 
matéria-prima ao produto final. Revista Polímeros, v.22, n.02. São Carlos, 2012. 
CARDOZO, D. M.; GUELSIN, G. A.; CLEMENTINO, S.; MELO, F. C. de; BRAGAI, M. 
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