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Modelagemesimulacao_Monografia Destilação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UMA COLUNA DE DESTILAÇÃO 
PARA SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES REACIONAIS DO 
BIODIESEL EM MATLAB 
 
 
Autor: Maxwell Gomes da Silva 
Orientador: Domingos Fabiano de Santana Souza 
Coorientador: Jackson Araújo de Oliveira 
 
 
 
 
NATAL 
2015 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 
 
 
MAXWELL GOMES DA SILVA 
 
 
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UMA COLUNA DE DESTILAÇÃO 
PARA SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES REACIONAIS DO 
BIODIESEL EM MATLAB 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Química. 
Orientador: Domingos Fabiano de Santana 
Souza 
Coorientador: Jackson Araújo de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2015 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 
 
MAXWELL GOMES DA SILVA 
 
 
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE UMA COLUNA DE DESTILAÇÃO 
PARA SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES REACIONAIS DO 
BIODIESEL EM MATLAB 
 
 
Aprovada em: ____/____/____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Domingos Fabiano de Santana Souza 
Orientador 
 
_____________________________________________________ 
Jackson Araújo de Oliveira 
Coorientador 
 
_____________________________________________________ 
Maria de Fátima Dantas de Medeiros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado a Deus, 
único e suficiente salvador e dono 
de toda honra, glória e louvor. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Em primeiro lugar a Deus, por ter me guiado e me dado forças para lutar e alcançar os 
meus objetivos. 
A minha família, por todo o suporte que tive durante a minha caminhada, sem o qual 
não teria chegado a lugar nenhum. 
A minha amada namorada e futura esposa Elaine Kaline Abreu de Oliveira, por toda a 
paciência e compreensão durante os períodos de dificuldades e por ter sido, depois de Deus, a 
minha maior motivação de prosseguir. 
Aos meus orientadores Domingos Fabiano de Santana Souza e Jackson Araújo de 
Oliveira, por toda a orientação e ajuda durante a elaboração deste trabalho. 
A professora Maria de Fátima Dantas de Medeiros, por todos os conhecimentos 
passados que serviram de base para a elaboração deste trabalho. 
Aos meus amigos do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Levanta, resplandece, porque já vem a tua luz...” 
Isaias 60:1 
 
 
 
RESUMO 
 
 
A modelagem de processos é uma das áreas mais abrangentes e fascinantes da engenharia, uma 
vez que permite prever resultados de fenômenos físicos e químicos através de modelos 
matemáticos obtidos através de experimentos ou analiticamente. Este trabalho trata da 
modelagem e simulação de uma coluna de destilação multiestágios para separação da mistura 
de componentes reacionais do biodiesel em MATLAB. Os dados de equilíbrio líquido-vapor 
necessários para o cálculo das composições de equilíbrio na coluna são obtidos utilizando o 
método UNIQUAC para o cálculo dos coeficientes de atividade dos componentes da mistura, 
usando parâmetros obtidos experimentalmente para o sistema composto por água, etanol, 
glicerol e óleo de soja, sendo este último representado por um pseudo-componente formado 
por uma mistura de ácidos graxos. 
Palavras-chave: Modelagem; Coluna de destilação; Pseudo-componente; equilíbrio líquido-
vapor; UNIQUAC; MATLAB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Modelling is one of the most diverse and fascinating fields of engineering, since it is capable 
of predicting results related to physical and chemical phenomena through mathematical models 
derived from experimental data or analytically. This paper covers the modeling and simulation 
of a multistage distillation column for separating a mixture containing the biodiesel reactional 
components in MATLAB. The vapor-liquid equilibrium data necessary for the computation of 
equilibrium composition throughout the column are obtained using the UNIQUAC method for 
calculating the activities coefficients of components in mixture using experimental parameters 
available in literature for the system containing water, ethanol, glycerol and soybean oil, 
modeled as a pseudo-component consisting of a mixture of fatty acids. 
Keywords: Modelling; distillation column, Pseudo-component, vapor-liquid equilibria; 
UNIQUAC; MATLAB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1 
1.1 Motivação e Objetivos ............................................................................................................ 1 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 3 
2.1 Processos de Separação ........................................................................................................... 3 
2.2 Princípios da destilação ........................................................................................................... 3 
2.3 Colunas de Destilação ............................................................................................................. 4 
2.3.1 Partes Internas de uma Coluna de Destilação ............................................................... 5 
2.3.2 Condensador ................................................................................................................... 6 
2.3.3 Refervedor ....................................................................................................................... 6 
2.4 Termodinâmica da Coluna de Destilação ............................................................................... 7 
2.4.1 Equações de Estado ....................................................................................................... 8 
2.4.2 Entalpia e Capacidade Calorífica .................................................................................. 9 
2.4.3 Equilíbrio de fases ........................................................................................................ 11 
2.6 Considerações Finais ............................................................................................................ 13 
3. MODELAGEM MATEMÁTICA DA COLUNA .................................................................... 13 
3.1 Modelo Matemático da Coluna ............................................................................................. 14 
3.2 Modelagem dos Estágios da Coluna ..................................................................................... 15 
3.3 Modelo de Variação da Pressão na Coluna ........................................................................... 20 
3.5 Modelo de Eficiência de Pratos da Coluna ........................................................................... 21 
3.6 Modelo de Hidrodinâmica da Coluna ................................................................................... 21 
4. MODELAGEM TERMODINÂMICA ...................................................................................... 23 
4.1 Modelo de Equilíbrio Líquido-Vapor (ELV) ........................................................................ 23 
4.2 Modelagem do Óleo de Soja como Pseudo-Componente. .................................................... 25 
4.3 Pressão de Saturação dos Componentes ...............................................................................26 
4.4 Ponto de bolha da Mistura .................................................................................................... 27 
5. RESULTADOS ........................................................................................................................... 28 
5.1 Equilíbrio Líquido-Vapor do Sistema Binário Água/Etanol ................................................. 28 
5.2 Equilíbrio Líquido-Vapor de Sistemas Ternários ................................................................. 29 
5.2.1 Sistema Água/Etanol/Glicerol ....................................................................................... 29 
5.2.2 Sistema Óleo/Etanol/Glicerol ....................................................................................... 30 
5.3 Simulação da Coluna de Destilação Multiestágios ............................................................... 32 
5.3.1 Dados de Entrada da Coluna ........................................................................................ 32 
5.4 Discussões e Considerações Finais ....................................................................................... 36 
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 37 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 38 
ANEXO A – PARÂMETROS .............................................................................................................. 1 
ANEXO B – CÓDIGOS EM MATLAB .............................................................................................. 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 3. 1- Valores de q para diferentes condições da corrente de alimentação ..................... 16 
Tabela 4. 1- Composição química e massa molar dos constituintes do óleo de soja ................. 26 
Tabela 5. 1- Comparação dos dados de temperatura de equilíbrio do sistema 
água/etanol/glicerol ................................................................................................................... 
30 
Tabela 5. 2- Comparação dos dados de temperatura de equilíbrio do sistema óleo de 
soja/etanol/glicerol ................................................................................................................... 
32 
Tabela 5. 3- Dimensões e variáveis da coluna de destilação. ................................................ 
 
34 
Tabela 5. 4- Variáveis de entrada para simulação do modelo de coluna desenvolvido. .......... 
 
34 
Tabela 5. 5- Composição dos produtos de topo e calda da coluna após 10h. ......................... 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 3. 1- Esquema da coluna de destilação utilizada no trabalho ........................ 15 
Figura 3. 2- Esquema de prato da coluna e fluxos molares de líquido e vapor............. 16 
Figura 4. 1- Diagrama de blocos para o cálculo do ponto de bolha .............................. 28 
Figura 5. 2- Diagrama Txy para o sistema etanol/água gerados com dados obtidos (a) 
computacionalmente (MATLAB) e (b) experimentalmente. ........................................ 
29 
Figura 5. 1- Diagrama de pressão de saturação versus temperatura do ponto de bolha 
apara o sistema água/etanol/glicerol experimental e calculado. ................................... 
31 
Figura 5. 2- Diagrama de pressão de saturação versus temperatura do ponto de bolha 
apara o sistema óleo de soja/etanol/glicerol experimental e calculado. ......................... 
32 
Figura 5. 2- Variação da composição com o tempo no condensador. ......................... 35 
Figura 5. 3- Variação da composição com o tempo no refervedor. ......................... 35 
Figura 5. 4- Variação da composição com o tempo no estágio anterior ao 
condensador. ................................................................................................................ 
36 
Figura 5. 5- Variação da composição com o tempo no estágio acima do refervedor ... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
𝐶�̅� Capacidade calorífica molar à pressão constante (𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 𝐾) 
�̇�𝐶 Taxa de calor retirado no condensador da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑖𝑛) 
�̇�𝑅 Taxa de calor adicionado ao refervedor da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑖𝑛) 
ℎ𝐵 Entalpia molar da corrente de calda da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙) 
ℎ𝐷 Entalpia molar da corrente de topo da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙) 
ℎ𝑛 Entalpia da fase líquida no estágio 𝑛 da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙) 
ℎ𝑜𝑤 Altura do líquido sobre o vertedor 
Φ𝑖 Fração de área do componente 𝑖 para o método UNIQUAC. 
𝐴𝑖 Constante de Correlação 
𝐵𝑖 Constante de Correlação 
𝐶𝑃 Capacidade calorífica à pressão constante (𝑘𝐽/𝐾) 
𝐶𝑖 Constante de Correlação 
𝐸𝑀𝑉 Eficiência de prato de Murphree 
𝐹𝐿 Taxa de líquido sobre o vertedor 
𝐻𝑛 Entalpia da fase vapor no estágio 𝑛 da coluna (𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙) 
𝐿𝐷 Taxa de líquido que retorna ao topo da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝐿𝑅 Vazão molar de líquido na seção de retificação da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝐿𝑆 Vazão molar de líquido na seção de stripping da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝐿𝑤 Comprimento do vertedor 
𝑀𝑛 Acúmulo de líquido no estágio 𝑛 da coluna (𝑚𝑜𝑙) 
𝑁𝐹 Número do estágio da coluna que recebe a corrente de alimentação 
𝑁𝑃 Número de pratos da coluna 
𝑃𝐵 Pressão do refervedor (𝑘𝑃𝑎) 
𝑃𝐷 Pressão do condensador (𝑘𝑃𝑎) 
𝑃𝐿 Pressão da fase líquida (𝐴𝑡𝑚) 
𝑃𝑉 Pressão da fase vapor (𝐴𝑡𝑚) 
𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 Pressão de saturação da espécie 𝑖 
𝑃𝑘
𝑆𝑎𝑡 Pressão de saturação dos ácidos graxos que compõem o óleo de soja. 
𝑃𝑜𝑙𝑒𝑜
𝑆𝑎𝑡 Pressão de Saturação do óleo de soja 
�̅� Constante universal dos gases ideais (𝑘𝑃𝑎 𝑚³/𝑚𝑜𝑙 𝐾) 
𝑇𝐿 Temperatura da fase líquida (𝐾) 
𝑇𝑉 Temperatura da fase vapor (𝐾) 
�̅� Volume molar (𝑚³/𝑚𝑜𝑙) 
𝑉𝐵 Razão de boilup 
𝑉𝑅 Vazão molar de vapor na seção de retificação da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝑉𝑆 Vazão molar de vapor na seção de stripping da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
�̅� Parâmetro das equações de estado Volumétricas 
𝑎𝑖𝑗 𝑒 𝑎𝑗𝑖 Parâmetros ajustáveis de interação do método UNIQUAC. 
�̅� Parâmetro das equações de estado Volumétricas 
𝑓𝑖
𝐿 Fugacidade da espécie 𝑖 na fase líquida (𝐴𝑡𝑚) 
𝑓𝑖
𝑉 Fugacidade da espécie 𝑖 na fase vapor (𝐴𝑡𝑚) 
𝑞𝑖 Parâmetro de volume do componente puro 𝑖 para o método UNIQUAC 
𝑟𝑖 Parâmetro de área do componente puro 𝑖 para o método UNIQUAC. 
𝑥𝐵 Composição do componente mais volátil na corrente de calda da coluna 
𝑥𝐷 Composição do componente mais volátil na corrente de topo da coluna 
𝑥𝑖 Fração molar da espécie 𝑖 na fase líquida 
𝑦𝑖 Fração molar da espécie 𝑖 na fase vapor 
𝑦𝑛
∗ Composição da fase vapor em equilíbrio com o líquido no estágio 𝑛. 
𝑧𝐹 Composição do componente mais volátil na corrente de alimentação 
𝛾𝑖 Coeficiente de atividade da espécie 𝑖 
𝜃𝑖 Fração de segmento do componente 𝑖 para o método UNIQUAC. 
𝜏𝑖𝑗 𝑒 𝜏𝑗𝑖 Parâmetros ajustáveis por par binário do método UNIQUAC. 
𝜙𝑖 Coeficiente de fugacidade da espécie 𝑖 
∆𝐻 Diferença de entalpia (𝑘𝐽) 
𝐵 Vazão molar do produto de calda da coluna 
𝐷 Vazão molar do produto de topo da coluna 
𝐹 Corrente de alimentação da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝐻 Entalpia ( 𝑘𝐽 ) 
𝐿 Vazão molar de líquido no interior da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝑁 Número de estágios da coluna de destilação binária. 
𝑃 Pressão absoluta (𝐴𝑡𝑚) 
𝑅 Razão de refluxo 
𝑇 Temperatura absoluta (𝐾) 
𝑈 Energia interna (𝑘𝐽) 
𝑉 Vazão molar de vapor no interior da coluna (𝑚𝑜𝑙/𝑚𝑖𝑛) 
𝑎 Constante experimental 
𝑏 Constante experimental 
𝑐 Constante experimental 
𝑑 Constante experimental 
𝑞 Condição da alimentação da coluna de destilação
1 
 
 
1. INTRODUÇÃOA destilação é o processo de separação utilizado para promover a separação de misturas 
contendo diversos constituintes. A separação ocorre devido a diferença de volatilidade de 
cada espécie química presente na mistura. No processo, a fase líquida em contato com a 
fase vapor a uma dada temperatura e pressão, promove a transferência de massa simultânea 
entre as fases (FOUST et al., 1982). 
Com o passar do tempo a destilação de misturas passou a ser realizada em colunas 
verticais, operadas de forma contínua. Neste tipo de destilação, uma mistura de 
componentes químicos é alimentada em uma coluna contendo diversos pratos ou estágios 
de equilíbrio, promovendo o maior contato entre as fases, obtendo-se maior grau de pureza 
dos componentes mais voláteis na corrente que sai do topo da coluna. 
A separação de misturas através de processos envolvendo múltiplos estágios é 
largamente utilizada na indústria petroquímica na separação das diversas frações de 
hidrocarbonetos que constituem o petróleo. Neste processo, o consumo de energia 
necessário para promover a separação dos componentes na mistura pode ser relativamente 
alto, especialmente quando a volatilidade relativa dos componentes a serem separados é 
baixa (SEADER et al., 1998). 
 
1.1 Motivação e Objetivos 
 
O estudo da destilação em colunas é um clássico exemplo da aplicabilidade das 
diferentes áreas de conhecimento da Engenharia Química, uma vez que na modelagem 
matemática de uma coluna de destilação multiestágios diversas áreas de concentração 
abordadas ao longo do curso de graduação devem ser aplicadas simultaneamente, tais 
como, balanços de massa e energia, fenômenos de transporte, hidrodinâmica e equilíbrio 
líquido-vapor (ELV). 
 
 
2 
 
 
O presente trabalho tem como principais objetivos: 
 Demonstrar a aplicação simultânea de diferentes áreas da Engenharia Química a partir 
da modelagem e simulação dinâmica de uma coluna de destilação para separar uma 
mistura contendo os componentes reacionais do biodiesel: etanol, glicerol, água e óleo 
de soja; 
 Implementar uma sub-rotina computacional para o cálculo dos coeficientes de atividade 
dos componentes da mistura em estudo pelo método UNIQUAC utilizando parâmetros 
estimados experimentalmente; 
 Implementar uma sub-rotina computacional para o cálculo da temperatura e 
composição do ponto de bolha da mistura e comparar os valores calculados com valores 
obtidos experimentalmente. 
 
O modelo matemático da coluna de destilação bem como os programas computacionais 
para o cálculo dos coeficientes de atividade dos constituintes da mistura e para o cálculo da 
temperatura e composição de bolha foram implementadas utilizando-se o software MATLAB®, 
Este trabalho dividido em seis capítulos, dispostos da seguinte forma: 
O capitulo 1 aborda a introdução, motivação e os principais objetivos do trabalho. 
O capitulo 2 traz uma revisão bibliográfica sobre a destilação em colunas multiestágios 
tratando da fundamentação teórica envolvida no processo. 
No capítulo 3, é mostrado como a modelagem matemática da coluna de destilação de pratos 
é realizada, apresentando a modelagem matemática dos estágios através de balanços materiais 
e energéticos, modelo de equilíbrio líquido-vapor, hidrodinâmica e eficiência de pratos. 
O capítulo 4 trata da modelagem termodinâmica do processo, mostrando como as 
propriedades físicas, coeficientes de atividade e pressões de saturação para os componentes da 
mistura foram calculadas. 
No capítulo 5 é apresentado os resultados obtidos neste trabalho, trazendo uma comparação 
dos dados obtidos experimentalmente com os dados gerados pelas sub-rotinas implementadas. 
O capítulo 6 apresenta a conclusão e finalização do trabalho. 
3 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1 Processos de Separação 
 
Diversas substâncias com diferentes propriedades físicas e químicas são produzidas 
diariamente em processos que envolvem reações químicas nas indústrias farmacêuticas, 
químicas e petroquímicas. Grande parte dos processos geram produtos e subprodutos, muita 
das vezes indesejados, os quais devem ser separados por meio de processos de separação 
apropriados e economicamente viáveis, de forma a se obter um maior grau de pureza do produto 
principal. 
As várias técnicas de separação conhecidas atualmente são provenientes de estudos e 
observações experimentais visando a unificação e simplificação dos processos (MCCABE et 
al., 1993). Esses estudos se basearam no fato de que na grande parte dos processos, operações 
individuais ou operações unitárias são constantemente realizadas em processos químicos e 
físicos, tais como, a separação de um sólido presente em uma solução, a decantação de um 
sólido em suspensão, a transferência de calor de uma substância para outra, entre outras. 
 Na Engenharia Química as operações unitárias são divididas de acordo com os tipos de 
fenômenos de transporte envolvidos na operação, como por exemplo, transferência de 
quantidade de movimento, transferência de calor e transferência de massa, o qual tem como 
exemplos mais comuns os processos de secagem, absorção, extração líquido-líquido e 
destilação, sendo esta última uma das operações unitárias que possui uma série de trabalhos e 
estudos publicados, uma vez que apresenta grande complexidade no que diz respeito a 
modelagem, simulação e controle do processo. 
 
2.2 Princípios da destilação 
 
 A destilação de misturas é uma das operações unitárias mais conhecidas, e empregadas 
nos dias de hoje. Nas industrias, misturas contendo dois ou múltiplos componentes com 
diferentes pontos de ebulição ou volatilidade podem ser separados através do aquecimento e 
vaporização dos componentes presentes na mistura. 
4 
 
 Sabe-se que essa técnica vem sendo utilizada durante milhares de anos. A aplicação 
mais antigas e mais conhecida é a concentração do álcool em bebidas, processo bastante 
empregado no passado utilizando equipamentos grosseiros. Com o passar do tempo, a 
importância e efetividade da destilação ficou cada vez mais evidente, o que fez com que o 
processo de separação fosse levado a escala indústria, sendo utilizado também na separação de 
óleo cru em diferentes produtos (KISTER, 1992). 
 Como mencionando anteriormente, a destilação se baseia nos diferentes pontos de 
ebulição de cada composto presente na mistura. Uma vez que a pressão influencia diretamente 
na temperatura de ebulição de cada espécie, pode se dizer que o grau de separação alcançado 
na destilação de uma mistura depende diretamente da pressão na qual o processo será realizado. 
 Outro fator determinante do grau de pureza que será obtido na destilação de uma 
mistura de compostos químicos é a transferência de massa. Dado que a transferência de massa 
é favorecida pelo contato entre as fases, a interação entre as fases líquida e vapor deve ser a 
máxima possível, fato que raramente é obtido utilizando-se apenas um estágio (FOUST; 
CLUMP, 1982). Com a finalidade de elevar o contato interfásico e alcançar uma pureza 
elevada, vários estágios em série devem ser utilizados. Esse processo é conhecido como 
Destilação Multiestágios. 
 
2.3 Colunas de Destilação 
 
 A Destilação Multiestágios vem sendo bastante empregada na separação de compostos 
presentes em misturas, especialmente quando se deseja alcançar um elevado grau de 
recuperação de um determinado produto. A destilação fracionada do petróleo é um exemplo de 
aplicação direta desse tipo de operação. O petróleo, após ser extraído da natureza passa por 
processos de separação física para retirada de impurezas e, então, é separado em suas diferentes 
frações ao ser submetido a aquecimento em uma caldeira ligada a uma coluna de destilação 
contendo múltiplos estágios ou pratos. 
 Em virtude da larga aplicação industrial e da busca pelo aumento dos lucros, as colunas 
de destilação devem ser projetadas de modo a se obter a concentração desejada dos produtoscom o menor gasto possível. O projeto do equipamento é de suma importância nessa tarefa, 
uma vez que, o processo é altamente dependente de energia, especialmente quando a 
5 
 
volatilidade relativa dos compostos a serem separados apresentam valores baixos (SEADER et 
al., 1998). 
 Uma coluna de destilação é composta de um tubo cilíndrico vertical, cujo material 
utilizado em sua construção depende das substâncias a serem separadas, da pressão e 
temperatura do processo. A coluna é planejada de modo a promover maior contato e 
transferência de massa e calor entre as fases. 
 Além do cilindro vertical, um refervedor na base da coluna promove a vaporização da 
mistura e um condensador realiza a condensação do vapor que deixa o topo da coluna. Um 
tambor de refluxo também pode ser acoplado ao condensador para armazenar o vapor 
condensado e bombear parte dele de volta ao topo da coluna como refluxo. 
 
2.3.1 Partes Internas de uma Coluna de Destilação 
 
 Internamente, a coluna de destilação pode conter pratos ou bandejas com diferentes 
configurações, visando o maior contato interfásico e consequentemente maior separação. Outra 
possibilidade é uma coluna com enchimento, ou seja, a coluna é preenchida com algum 
material. Assim como os pratos, o material de enchimento deve aumentar o contato entre as 
fases líquida e vapor. 
 As colunas de enchimento são frequentemente utilizadas em processos que envolvem 
absorção. O enchimento da coluna permite o contato contínuo entre as fases líquida e vapor, 
fornecendo mais área superficial de contato. Em contrapartida, as bandejas de uma coluna de 
pratos permitem apenas o contato descontínuo, visto que os pratos apresentam diferentes 
configurações e perfurações. Os tipos de pratos mais comuns são: 
a) Pratos com borbulhadores: contém uma chaminé acoplada as perfurações do 
prato e um capacete sobre ela. A configuração desse tipo de prato é feita de forma 
que exista um espaço entre a chaminé e o capacete, de forma que, o vapor escoe 
pela chaminé e seja dirigido para baixo pelo capacete, sendo borbulhado no líquido 
presente na bandeja. 
b) Pratos com válvulas: nesse tipo de pratos, o capacete sobre as perfurações é 
elevado pelo vapor ascendente, fazendo com que este se mova horizontalmente em 
direção ao líquido possibilitando uma melhor mistura. 
6 
 
c) Pratos com peneiras: esse tipo de prato é o mais simples entre os citados 
anteriormente. O prato contém apenas perfurações para permitir que o vapor se 
mova através do líquido acumulado. 
 
2.3.2 Condensador 
 
 Os condensadores são trocadores de calor utilizados para resfriar o produto do topo de 
uma coluna de destilação. O vapor quente que deixa o topo da coluna passa pelo dispositivo de 
troca térmica e perde calor para a corrente de fluido de resfriamento que passa por tubos 
internos no equipamento. O fluido de resfriamento absorve o calor da corrente de vapor até que 
ela sofra condensação total ou parcial. 
 Os condensadores são geralmente tubulares contendo um certo número de tubos 
internos utilizados para a passagem do fluido de resfriamento que promoverá a transferência 
de calor e posterior condensação da corrente quente. Os fluidos de resfriamento comumente 
utilizados para realizar essa tarefa são a água e o ar, podendo ainda ser empregado diversos 
tipos de substâncias, a depender das condições do processo. 
 Devido a necessidade de manutenção e limpeza do equipamento, o condensador é 
geralmente posicionado o mais próximo do chão, porém, pode ser disposto acima da coluna de 
forma que o refluxo escoe por gravidade de volta para o prato do topo da coluna (TREYBAL, 
1981). No caso convencional, onde o condensador se encontra próximo ao chão, o refluxo deve 
ser dirigido ao prato do topo da coluna através de um sistema de bombeamento. 
 
2.3.3 Refervedor 
 
 O Refervedor tem o papel de fornecer calor para aquecer a corrente líquida proveniente 
da base da coluna e vaporiza-la. Assim como os condensadores, o refervedor também é 
considerado um trocador de calor, no qual, o líquido oriundo da base da coluna sofre 
vaporização total ou parcial ao ser aquecido pelo vapor utilizado pelo refervedor. 
7 
 
Como mencionado acima, o refervedor pode vaporizar o líquido de forma total ou 
parcial. No primeiro caso, todo o líquido que vem da base da coluna é transformado em vapor, 
e nesse caso, o refervedor é chamado de refervedor total. Quando o líquido é parcialmente 
vaporizado, forma-se uma mistura de líquido e vapor e o refervedor é chamado de refervedor 
parcial, geralmente considerado como um estágio ideal da coluna. 
Os tipos de refervedores mais comuns na indústria são os refervedores de circulação 
natural, circulação forçada e tipo kettle. Os refervedores de circulação natural e forçada diferem 
no fato de que no primeiro tipo, a circulação ocorre devido a diferença de densidade da mistura 
de líquido e vapor, no segundo caso, a circulação é realizada com a ajuda de uma bomba. No 
refervedor tipo kettle, o conjunto de tubos são submersos no líquido da base da coluna em um 
casco de grandes dimensões. Uma das limitações desse último tipo de refervedor está 
relacionada com a baixa taxa de transferência de calor, em virtude da não existência de 
circulação de líquido (KERN, 1965). 
O vapor gerado pelo refervedor que retorna para a base da coluna é comumente 
chamado de boilup. Assim como a vazão de alimentação, refluxo e vazão das correntes de 
produto, o boilup também se constitui um parâmetro importante para o ajuste do 
comportamento e perfil da coluna (LUYBEN, 1990), sendo diretamente relacionado pela taxa 
de adição de calor ao refervedor. 
 
2.4 Termodinâmica da Coluna de Destilação 
 
 No estudo de uma coluna de destilação, além do conhecimento concernente aos seus 
componentes internos e periféricos, bem como, das propriedades do sistema em estudo, é de 
suma importância o conhecimento dos fenômenos termodinâmicos relativos ao processo. A 
termodinâmica tem papel significativo quanto a análise da energia envolvida no processo para 
a realização da separação de uma mistura. 
 A partir dos estudos e da teoria sobre a termodinâmica de espécies puras e misturas, 
bem como da análise do equilíbrio de fases, é possível se prever o comportamento de 
determinadas substâncias químicas com base em dados experimentais obtidos em pesquisas 
realizadas ao longo do tempo. A fundamentação teórica sobre tais tópicos se faz importante 
para se obter um melhor entendimento do modelo que será empregado futuramente na 
modelagem e simulação da coluna de destilação proposta pelo trabalho. 
8 
 
 
2.4.1 Equações de Estado 
 
 Em uma coluna de destilação, diversos componentes presentes em uma mistura devem 
ser separados. Desta forma, se faz importante o conhecimento ou predição das propriedades 
físicas dos diferentes compostos. Equações matemáticas que relacionam as propriedades físicas 
das substâncias em termos de outras propriedades são chamadas de equações de estado. 
 Uma das equações de estado mais simples encontrada na termodinâmica é a equação 
dos gases ideais: 
 𝑃�̅� = �̅�𝑇 (2.1) 
 
onde �̅� é o volume molar, 𝑃 a pressão absoluta, 𝑇 a temperatura absoluta e �̅� a constante 
universal dos gases, cujo valor nas unidades do sistema internacional de unidades é 8.314 
𝑘𝑃𝑎 𝑚³/ 𝑚𝑜𝑙 𝐾. 
A equação dos gases ideais, como o próprio nome indica, pode ser aplicada somente a 
gases ideais, ou seja, gases em condições de baixa pressão onde a interação intermolecular pode 
ser desprezada. Segundo Sandler (1999), a aplicabilidade da equação a qualquer temperatura e 
pressão absoluta pode ser comprovada por meio da mecânica estatística ou experimentalmente. 
Os gases reais monoatômicos submetidos a baixas pressões e altas temperaturas são os que 
apresentam comportamento mais próximo de gases ideais. 
 
 Para representar substâncias reais submetidas a altas pressõese temperaturas, a equação 
de estado dos gases ideais se torna inaplicável, uma vez que, a dadas condições, as interações 
intermoleculares passam a ser consideráveis. Para solucionar tal problema, diversas equações 
de estado foram desenvolvidas a partir de resultados experimentais. Uma das primeiras 
equações de estado volumétricas aplicada a gases e líquidos reais foi desenvolvida por van der 
Waals em 1873: 
 
𝑃 =
�̅�𝑇
�̅� − �̅�
−
�̅�
�̅�2
 (2.2) 
 
9 
 
onde 𝑎 e 𝑏 são parâmetros ajustáveis encontrados a partir de dados experimentais. A equação 
de estado de van der Waals, como é conhecida a equação (2.2), foi a primeira equação de estado 
capaz de prever a transição entre vapor e líquido, mesmo que com pouca precisão (SANDLER, 
1999). A partir de melhorias dessa equação, diversas equações de estado foram desenvolvidas 
buscando maior precisão, entre elas as equações de Peng-Robinson e Redlich-Kwong, 
mostradas abaixo: 
Equação de estado de Peng-Robinson: 
 
𝑃 =
�̅�𝑇
�̅� − �̅�
−
�̅�(𝑇)
�̅�(�̅� + �̅�) + �̅�(�̅� − �̅�)
 (2.3) 
 
Equação de estado de Redlich-Kwong: 
 
𝑃 =
�̅�𝑇
�̅� − �̅�
−
�̅�
𝑇0.5 �̅�(�̅� + �̅�)
 (2.4) 
 
 O termo 𝑎(𝑇) na equação de Peng-Robinson mostrado na equação (2.3) indica que o 
parâmetro de ajuste 𝑎 é função da temperatura, sendo necessário uma expressão matemática 
para o cálculo de seu valor. 
 
2.4.2 Entalpia e Capacidade Calorífica 
 
 Assim como as equações de estado são importantes para o cálculo das propriedades 
físicas das substâncias presentes na mistura a ser separada na coluna de destilação, a análise da 
energia das espécies por meio de propriedades termodinâmicas também é relevante, uma vez 
que, o processo é extremamente dependente de energia. 
 A propriedade termodinâmica mais utilizada no estudo da energia envolvida em 
processos que envolvem adição ou desprendimento de calor é a Entalpia. Essa propriedade é 
amplamente utilizada em balanços de energia, em processos envolvendo turbinas, trocadores 
de calor, compressores e colunas de destilação (SMITH; VAN NESS; ABBOTT, 2005). A 
definição da Entalpia em termos da energia interna, volume e pressão do sistema é dada pela 
seguinte expressão matemática: 
10 
 
 𝐻 = 𝑈 + 𝑃𝑉 (2.5) 
 
onde 𝑈 é a energia interna e 𝐻 a Entalpia, ambas, em unidades de energia. Tanto a entalpia 
como a energia interna são funções de estado, ou seja, dependem apenas do estado atual do 
sistema e independe da maneira como o sistema atingiu aquele estado. Essa característica faz 
com que a variação da Entalpia possa ser calculada a partir de diferentes caminhos 
termodinâmicos, escolhidos de forma a facilitar os cálculos. 
 Para gases ideais, a entalpia e a energia Interna são funções apenas da temperatura, ao 
contrário das substancias reais, onde 𝐻 e 𝑈 são dependentes da temperatura, pressão e volume 
do sistema (SANDLER, 1999). A taxa de variação da Entalpia com a temperatura à pressão 
constante leva à definição de outra importante propriedade das espécies puras, a capacidade 
calorífica: 
 
𝐶𝑃 = (
𝜕𝐻
𝜕𝑇
)
𝑃
 (2.6) 
 
onde 𝐶𝑃 é a capacidade calorífica à pressão constante, cujas unidades no sistema internacional 
é 𝐽/𝐾. A capacidade calorífica representa a medida de energia requerida para aumentar a 
temperatura do sistema em 1℃. A partir da definição da capacidade calorífica, dada pela 
equação (2.6), pode-se calcular a diferença de Entalpia de um dado processo à pressão 
constante pela seguinte integral: 
 
∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑃
𝑇2
𝑇1
𝑑𝑇 (2.7) 
 
onde 𝐶𝑃 pode ser considerado constante ou função da temperatura. Para o caso em que a 
capacidade calorífica é dependente da temperatura, uma relação matemática de 𝐶𝑃 em termos 
de 𝑇 se faz necessária para realizar a integração da equação (2.7). Duas expressões para o 
cálculo da capacidade calorífica molar como função da temperatura são apresentadas por 
Felder e Rousseau (2005), uma delas é mostrado na equação (2.8) abaixo: 
 𝐶�̅� = 𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑐𝑇
2 + 𝑑𝑇³ (2.8) 
 
11 
 
onde 𝐶�̅� é a capacidade calorífica molar à pressão constante e os termos 𝑎, 𝑏, 𝑐 e 𝑑 são 
constantes tabeladas, encontradas experimentalmente para diferentes tipos de espécies 
químicas a uma dada faixa de temperatura. A equação (2.8) é geralmente utilizada para o 
cálculo do calor sensível, ou seja, o calor requerido para promover apenas uma variação de 
temperatura no sistema. 
 
2.4.3 Equilíbrio de fases 
 
 Outra área da termodinâmica que está estritamente ligada à análise de colunas de 
destilação é o equilíbrio de fases. As correntes de líquido e vapor que fluem em contracorrente 
no interior da coluna, estão continuamente em contato e submetidas a diferentes condições de 
temperatura e pressão, o que faz com que o equilíbrio de fases possa ser considerado na 
modelagem de colunas de destilação com pratos de alta eficiência. 
 O equilíbrio de fases ocorre quando as condições de equilíbrio térmico, mecânico e 
químico são alcançadas (SMITH; VAN NESS; ABBOTT, 2005). Para o caso específico do 
equilíbrio líquido-vapor de uma mistura contendo um certo número de componentes, a 
temperatura, pressão e fugacidade de cada espécie devem ser iguais em ambas as fases: 
 𝑇𝐿 = 𝑇𝑉 
𝑃𝐿 = 𝑃𝑉 
𝑓𝑖
𝐿 = 𝑓𝑖
𝑉 
(2.9) 
 
onde, 𝑓𝑖 é a fugacidade da espécie 𝑖, em unidades de pressão, e os sobrescritos 𝐿 e 𝑉 representam 
as fases líquida e vapor, respectivamente. A partir das condições de igualdade das fugacidades, 
temperatura e pressão para a ocorrência do equilíbrio químico, diversas formulações para o 
cálculo das composições de equilíbrio e fugacidades foram desenvolvidas. A formulação mais 
geral para o cálculo de equilíbrio líquido-vapor é chamada de formulação 𝛾 − 𝜙, descrita pela 
seguinte relação: 
 𝑦𝑖𝜙𝑖𝑃 = 𝑥𝑖𝛾𝑖𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 (2.10) 
 
12 
 
onde, 𝜙𝑖 é o coeficiente de fugacidade, 𝛾𝑖 o coeficiente de atividade, 𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 a pressão de 
saturação e 𝑥𝑖 e 𝑦𝑖 as frações molares das fases líquida e vapor, respectivamente. Os 
coeficientes de atividade e fugacidade podem ser entendidos como o afastamento da idealidade 
das fases líquida e vapor. Quando a fase líquida é considerada como uma solução ideal, o 
coeficiente de atividade assume o valor 1, da mesma forma, se a fase gasosa for considerada 
como ideal, o coeficiente de fugacidade também assume o valor unitário. 
 As duas considerações de idealidade das fases líquida e gasosa, quando aplicadas à 
equação (2.10) simultaneamente, resultam numa importante relação para o cálculo de equilíbrio 
líquido-vapor de espécies químicas que formam misturas ideais. Essa relação é conhecida como 
a lei de Raoult: 
 𝑦𝑖𝑃 = 𝑥𝑖𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 (2.11) 
 
 Como mencionado anteriormente, a lei de Raoult é aplicável somente a misturas com 
comportamento ideal, ou seja, misturas cuja fase vapor é um gás ideal e a fase líquida uma 
mistura ideal. As duas simplificações utilizadas na lei de Raoult fazem com que ela seja 
aplicável apenas quando o sistema é composto por espécies quimicamente semelhantes sob 
condições de baixa pressão (SMITH; VAN NESS; ABBOTT, 2005). Caso a pressão de 
saturação das espécies não sejam conhecidas, faz-se necessário o uso de correlações empíricas 
para auxiliar no cálculo dessa propriedade. Uma expressão comumente utilizada para estimar 
a pressão de saturação de espécies químicas em uma determinada faixa de temperatura é dada 
pela equação abaixo: 
 
ln 𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 = 𝐴𝑖 −
𝐵𝑖
𝑇 + 𝐶𝑖
 (2.12) 
 
A equação (2.12) é chamada de equação de Antoine, onde 𝐴𝑖, 𝐵𝑖, e 𝐶𝑖 são constantes obtidas 
experimentalmente para diferentes espécie químicas. Valores dessas constantes para diferentes 
substâncias em diferentes faixas de temperatura são apresentados por Smith, Van Ness e Abbott 
(2005). 
 Existem poucos exemplos de misturas que se comportam idealmente. Alguns dos 
exemplos mais conhecidos de misturas que possuem comportamento relativamentepróximo 
13 
 
do ideal são as misturas binárias compostas pelos pares hexano/heptano, 1-propanol/2-
propanol e benzeno/tolueno. 
 Para misturas cujo comportamento não pode ser considerado ideal, a utilização 
de modelos para o cálculo dos coeficientes de fugacidade e atividade são necessários. O 
coeficiente de fugacidade pode ser obtido através de equações de estado cúbicas em 
combinação com propriedades residuais (SMITH; VAN NESS; ABBOTT, 2005). Para o 
cálculo do coeficiente de atividade, os métodos mais conhecidos são o UNIFAC, UNIQUAC 
e NRTL. 
 
2.6 Considerações Finais 
 
 Como visto nesse capítulo, a destilação de misturas em colunas abrange uma 
diversidade de tópicos relacionados com a Engenharia Química, desde conceitos básicos como 
propriedades físicas e químicas das substâncias, até conhecimentos mais específicos como 
balanços de energia, equilíbrio de fases e transferência de massa. 
 A fundamentação teórica abordada até aqui traz as informações necessárias para a 
implementação de um modelo matemático que descreva de forma satisfatória a separação de 
misturas em uma coluna de destilação. 
 
3. MODELAGEM MATEMÁTICA DA COLUNA 
 
A modelagem matemática de uma coluna de destilação consiste em escrever as equações 
que descrevem o comportamento do equipamento com relação a perfis de temperatura, pressão 
e concentração da mistura processada. O equacionamento do modelo pode ser feito de forma 
rigorosa ou simplificada, dependendo do tipo de modelo adotado para descrever condições de 
equilíbrio de fases, fluxos molares no interior da coluna e tipos de balanços envolvidos na 
análise. 
 Este capítulo trata da modelagem matemática utilizada para descrever o comportamento 
dinâmico de uma coluna de destilação para separar uma mistura contendo água, etanol, glicerol 
e óleo de soja. 
14 
 
3.1 Modelo Matemático da Coluna 
 
O modelo de coluna utilizado nesse trabalho consiste de uma coluna de pratos 
perfeitamente isolada, de forma que a liberação de calor para as vizinhanças possa ser 
desprezada. Um condensador total, um refervedor parcial e um tanque de refluxo fazem parte 
dos equipamentos periféricos da coluna. As bombas, válvulas e controladores de nível e pressão 
não são considerados na modelagem. 
Os estágios da coluna são contados de baixo para cima, de forma que o refervedor é 
considerado como o estágio 1 e o condensador como o estágio N. Uma única corrente de 
alimentação entra na coluna. A Figura 3.1 mostra o esquema da coluna de destilação utilizada 
neste trabalho. 
 
Figura 3. 1- Esquema da coluna de destilação utilizada no trabalho. 
 
 
15 
 
No esquema acima, a corrente de alimentação entra na coluna no estágio 𝑁𝐹 . O 
refervedor utiliza vapor para aquecer o líquido originário da base da coluna, enquanto o 
condensador utiliza um fluido de resfriamento para condensar a corrente de vapor proveniente 
do topo da coluna. O líquido condensado é armazenado no tambor de refluxo para ser 
bombeado de volta ao topo da coluna. 
Duas correntes de produtos deixam a coluna de forma continua. A corrente de topo, 
deve conter uma elevada composição dos componentes mais voláteis da mistura, enquanto a 
corrente de calda deve ser rica nos componentes menos voláteis. Assume-se que a corrente de 
alimentação é perfeitamente misturada com o líquido e o vapor que cruzam o prato que a 
recebe, sendo levado em conta a contribuição para a fase líquida ou gasosa, dependendo da 
condição de entrada 𝑞 da corrente na coluna, como mostra a Tabela 3.1 abaixo: 
 
Tabela 3. 2- Valores de q para diferentes condições da corrente de alimentação. 
 
 
3.2 Modelagem dos Estágios da Coluna 
 
 No processo de obtenção das equações representativas do modelo matemático da coluna 
de destilação, o primeiro passo consiste na realização de balanços de massa e energia em cada 
estágio. Cada prato é cruzado por correntes de líquido e vapor provenientes de pratos superiores 
e inferiores da coluna. A Figura 3.2 mostra a representação de uma bandeja da coluna e seus 
respectivos fluxos molares. 
 
16 
 
 
Figura 3. 2- Esquema de prato da coluna e fluxos molares de líquido e vapor. 
 
 
 No esquema representado acima, o prato do estágio 𝑛 é cruzado pelos fluxos molares 
de líquido e vapor provenientes dos estágios acima e abaixo dele. A diferença entre as taxas de 
líquido e vapor que entram e saem de cada prato resultam em uma acumulação de líquido e 
vapor que varia em função do tempo. O acúmulo de líquido em cada prato é representado pelo 
termo 𝑀𝑛, comumente chamado de holdup de líquido ou retenção de líquido. 
 Em virtude da pequena densidade do vapor em comparação com a densidade do líquido, 
a quantidade de mols de vapor é muito menor do que a quantidade de mols de líquido em cada 
prato, motivo pelo qual a retenção de vapor pode ser desprezada em alguns sistemas 
(LUYBEN, 1990). Em sistemas operando a altas pressões, as considerações feitas sobre o 
acúmulo de vapor em cada prato não são aplicáveis, uma vez que a densidade do vapor é 
diretamente afetada pelo aumento da pressão do sistema. 
 Com base nas informações e simplificações mencionadas anteriormente, o modelo dos 
pratos da coluna de destilação, com exceção do prato que recebe a alimentação, são 
representados de forma geral pelas seguintes equações: 
 
Balanço molar total: 
 𝑑𝑀𝑛
𝑑𝑡
= 𝐿𝑛+1 + 𝑉𝑛−1 − 𝐿𝑛 − 𝑉𝑛 (3.13) 
 
17 
 
Balanço molar por componente: 
 𝑑(𝑀𝑛𝑥𝑛)
𝑑𝑡
= 𝐿𝑛+1𝑥𝑛+1 + 𝑉𝑛−1𝑦𝑛−1 − 𝐿𝑛𝑥𝑛 − 𝑉𝑛𝑦𝑛 
(3.14) 
 
Balanço de energia: 
 𝑑(𝑀𝑛ℎ𝑛)
𝑑𝑡
= 𝐿𝑛+1ℎ𝑛+1 + 𝑉𝑛−1𝐻𝑛−1 − 𝐿𝑛ℎ𝑛 − 𝑉𝑛𝐻𝑛 
(3.15) 
 
 
onde, ℎ é a entalpia molar da fase líquida e 𝐻 é a entalpia molar da fase vapor, cujas unidades 
no sistema internacional são 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙. 
 As equações do prato de alimentação 𝑁𝐹 apresentam a mesma estrutura das equações 
3.1 a 3.3 com a adição do termo referente a corrente de alimentação 𝐹 nos balanços de mols e 
energia: 
 
Balanço molar total no prato de alimentação: 
 𝑑𝑀𝑁𝐹
𝑑𝑡
= 𝐹 + 𝐿𝑁𝐹+1 + 𝑉𝑁𝐹−1 − 𝐿𝑁𝐹 − 𝑉𝑁𝐹 (3.16) 
 
Balanço molar por componente no prato de alimentação: 
 𝑑(𝑀𝑁𝐹𝑥𝑁𝐹)
𝑑𝑡
= 𝐹𝑧𝐹 + 𝐿𝑁𝐹+1𝑥𝑁𝐹+1 + 𝑉𝑁𝐹−1𝑦𝑁𝐹−1 − 𝐿𝑁𝐹𝑥𝑁𝐹 − 𝑉𝑁𝐹𝑦𝑁𝐹 (3.17) 
 
Balanço de Energia no prato de alimentação: 
 𝑑(𝑀𝑁𝐹ℎ𝑁𝐹)
𝑑𝑡
= 𝐹ℎ𝑁𝐹 + 𝐿𝑁𝐹+1ℎ𝑁𝐹+1 + 𝑉𝑁𝐹−1𝐻𝑁𝐹−1 − 𝐿𝑁𝐹ℎ𝑁𝐹 − 𝑉𝑁𝐹𝐻𝑁𝐹 (3.18) 
 
onde, 𝑧𝐹 é a composição de um componente da mistura na corrente de alimentação que entra 
na coluna no estágio 𝑁𝐹. 
 
18 
 
 Os balanços referentes ao condensador (estágio 𝑁) e refervedor (estágio 1) apresentam 
equações semelhantes às equações dos estágios da coluna obtidos anteriormente, a única 
diferença está nos termos relativos à remoção e adição de calor nos balanços de energia do 
condensador e refervedor. Os balanços são mostrados a seguir: 
 
Balanço Molar total no refervedor (estágio 1) e base da coluna: 
 𝑑𝑀1
𝑑𝑡
= 𝐿2 − 𝑉1 − 𝐵 (3.19) 
 
Balanço molar por componente no refervedor (estágio 1) e base da coluna: 
 𝑑(𝑀1𝑥1)
𝑑𝑡
= 𝐿2𝑥2 − 𝑉1𝑦1 − 𝐵𝑥𝐵 (3.20) 
 
Balanço de energia no refervedor e base da coluna: 
 𝑑(𝑀1ℎ1)
𝑑𝑡
= 𝐿2ℎ2 − 𝑉1ℎ1 − 𝐵ℎ𝐵 + �̇�𝑅 (3.21) 
 
Balanço molar total no condensador (estágio 𝑁) e tambor de refluxo: 
 𝑑(𝑀𝑁)
𝑑𝑡
= 𝑉𝑁−1 − 𝐿𝐷 − 𝐷 (3.22) 
 
Balanço molar por componente no condensador (estágio N) e tambor de refluxo: 
 𝑑(𝑀𝑁𝑥𝑁)
𝑑𝑡
= 𝑉𝑁−1𝑦𝑁−1 − 𝐿𝐷𝑥𝐷 − 𝐷𝑥𝐷 (3.23) 
 
Balanço de energia no condensador: 
 
 𝑑(𝑀𝑁ℎ𝑁)
𝑑𝑡
= 𝑉𝑁−1𝐻𝑁−1 − 𝐿𝐷ℎ𝐷 − 𝐷ℎ𝐷 − �̇�𝐶 (3.24) 
 
19 
 
onde, �̇�𝑅 é a taxa de calor adicionado ao refervedor e �̇�𝐶 é a taxa de calor retirado do 
condensador. Os subscritos 𝐷 e 𝐵 representam as propriedades nas correntes de topo e calda 
da coluna. 
 O termo 𝐿𝐷 nas equações do condensador representa a taxa de líquido que é bombeado 
de volta ao topo da colunacomo refluxo. Esse termo é de suma importância na simulação da 
coluna, uma vez que está diretamente ligado com a razão de refluxo. 
 As entalpias molares das correntes de produto ℎ𝐷 e ℎ𝐵, assim como as demais entalpias 
dos estágios da coluna, devem ser fornecidas ao modelo através de banco de dados ou 
calculadas a partir de correlações termodinâmicas que relacionam a entalpia da mistura em 
função da concentração, temperatura e pressão do sistema. 
 
 Além dos balanços mostrados anteriormente, equações de restrição das frações molares 
e condições de equilíbrio químico, mecânico e térmico devem ser considerados na modelagem 
de cada estágio: 
Equações de restrição das frações molares (N componentes): 
 
∑ 𝑥𝑛
𝑁
𝑛=1
= 1 (3.25) 
 
 
∑ 𝑦𝑛
𝑁
𝑛=1
= 1 (3.26) 
 
Equilíbrio químico, mecânico e térmico: 
 
 𝑓𝑛
𝐿 = 𝑓𝑛
𝑉 (3.27) 
 
 𝑃𝑛
𝐿 = 𝑃𝑛
𝑉 (3.28) 
 
 𝑇𝑛
𝐿 = 𝑇𝑛
𝑉 (3.29) 
20 
 
 
onde, 𝑓𝑛
𝐿 e 𝑓𝑛
𝑉 representam as fugacidades do componentes nas fases líquida e vapor em 
equilíbrio no estágio 𝑛. 
 
3.3 Modelo de Variação da Pressão na Coluna 
 
 Diferentes modelos de variação de pressão ao longo de colunas estão disponíveis na 
literatura, onde este deve ser escolhido de acordo com as propriedades da mistura que será 
separada, bem como das condições operacionais. Modelos onde a pressão da coluna é 
considerada constante são utilizadas com frequência, contudo, essa simplificação não é 
aplicável a todas as colunas, como por exemplo, nas colunas a vácuo. 
 Em muitos casos, é comum se considerar uma queda de pressão de aproximadamente 
0.1 psi (0.69 kPa) em cada prato da coluna quando se considera que apenas a pressão absoluta 
ao longo da coluna varia. Em modelos mais rigorosos em que há variação na pressão absoluta 
em cada prato, um modelo da hidrodinâmica do vapor deve ser considerado, e o problema se 
torna mais complexo. 
 Nesse trabalho, o modelo de variação da queda de pressão ao longo da coluna será 
escolhido como sendo um modelo linear, ou seja, a queda de pressão ao longo da coluna será 
descrita por uma função linear. A pressão do condensador e do refervedor é considerada 
constante, fornecendo a seguinte relação: 
 
Perfil de pressão linear: 
 
𝑃𝑛 = 𝑃𝑛−1 + (
𝑃𝐷 − 𝑃𝐵
𝑁𝑃
) (3.30) 
 
onde, 𝑃𝐵 é a pressão no refervedor, 𝑃𝐷 é a pressão no condensador, 𝑛 o número do prato e 𝑁𝑃 
o número de pratos da coluna. 
 
 
21 
 
3.5 Modelo de Eficiência de Pratos da Coluna 
 
 Um modelo mais realístico de colunas de destilação leva em consideração a eficiência 
dos pratos da coluna em questão. A eficiência do prato está relacionada com o grau de contato 
entre as fases líquida e vapor promovido por este, visto que quanto maior o contato interfásico, 
mais próximo a mistura estará do equilíbrio de fases. 
 O desvio do equilíbrio de fases em cada estágio da coluna será modelado utilizando-se 
a expressão da eficiência de prato de Murphree, dado pela seguinte equação: 
 
 𝐸𝑀𝑉 =
𝑦𝑛 − 𝑦𝑛−1
𝑦𝑛∗ − 𝑦𝑛−1
 (3.19) 
Onde: 
𝐸𝑀𝑉 Eficiência de prato de Murphree; 
𝑦𝑛 Composição da fase vapor que deixa o estágio 𝑛 da coluna; 
𝑦𝑛−1 Composição da fase vapor que entra no estágio 𝑛 da coluna; 
𝑦𝑛 Composição da fase vapor que deixa o estágio 𝑛 da coluna; 
𝑦𝑛
∗ Composição da fase vapor em equilíbrio com o líquido no estágio 𝑛. 
 
 A eficiência de Murphree pode assumir valores entre 0 e 1, sendo este último caso onde 
os pratos possuem 100% de eficiência e a mistura líquido-vapor está em equilíbrio de fases. 
Para pratos ineficientes (0 < 𝐸𝑀𝑉 < 1), o vapor e o líquido estão apenas em equilíbrio 
térmico, mas não em equilíbrio de fases. 
 
3.6 Modelo de Hidrodinâmica da Coluna 
 
 A hidrodinâmica de uma coluna de destilação estuda o comportamento dinâmico das 
taxas de líquido e vapor que se deslocam verticalmente ao longo da coluna. Essas variáveis 
estão intimamente ligadas com as concentrações finais de saída da coluna e com a energia 
envolvida no processo. 
22 
 
 Quando os calores de vaporização molar dos dois componentes da mistura são 
aproximadamente iguais, a quantidade de mols de vapor que condensa acaba sendo igual a 
quantidade de mols de líquido que vaporiza (LUYBEN, 1990). Quando a perda de calor e a 
variação de temperatura entre os pratos da coluna são desprezíveis, assume-se que o fluxo de 
vapor e líquido ao longo da coluna são constantes no estado estacionário. Essa simplificação é 
conhecida como fluxo equimolar. 
 Para a modelagem dinâmica da coluna de destilação, geralmente se considera 
um modelo de hidrodinâmica de pratos para modelar a taxa de líquido que se desloca ao longo 
da coluna. A acumulação de vapor é comumente desprezada, fazendo com que a taxa de vapor 
em cada prato seja a mesma, como discutido anteriormente. 
 
𝑉1 = 𝑉2 = 𝑉3 = 𝑉4 = ⋯ = 𝑉𝑁 = 𝑉 
 
 Para a hidrodinâmica do líquido, diversas equações que relacionam a taxa de líquido da 
coluna em função do acumulo de líquido nos pratos, bem como da geometria do prato são 
encontrados na literatura. Luyben (1990) apresenta uma relação simplificada que relaciona a 
taxa de líquido em função do acumulo pela seguinte expressão: 
 
 𝐹𝐿 = 3.33𝐿𝑤(ℎ𝑜𝑤)
3/2 (3.20) 
 
A equação acima é conhecida como formula simplificada de Francis, onde o termo 
𝐹𝐿 indica a taxa de líquido sobre o vertedor, 𝐿𝑤 o comprimento do vertedor e ℎ𝑜𝑤 a altura do 
liquido sobre o vertedor. Como mencionado anteriormente, diversas equação hidráulicas mais 
rigorosas podem ser encontradas, levando em consideração não apenas a geometria e o 
acumulo do liquido, mas também considerando efeitos de densidade e composição. Neste 
trabalho será utilizada a consideração de fluxo equimolar. 
 
 
 
23 
 
4. MODELAGEM TERMODINÂMICA 
 
A modelagem termodinâmica da coluna diz respeito a forma como as propriedades 
termodinâmicas dos componentes da mistura foram calculadas. Os modelos de coeficiente de 
atividade, pressões de saturação e cálculo do ponto de bolha da mistura utilizada neste trabalho 
são apresentados neste capítulo. 
 
4.1 Modelo de Equilíbrio Líquido-Vapor (ELV) 
 
 O modelo de equilíbrio líquido-vapor utilizado neste trabalho assume o comportamento 
da fase vapor como sendo ideal e o comportamento da fase líquida como real, ou seja, o 
coeficiente de fugacidade da mistura na formulação 𝛾 − 𝜙 é tomado como sendo igual a 1, 
enquanto o coeficiente de fugacidade deve ser calculado. 
 Como mencionado no capítulo 2, diversos métodos para o cálculo dos coeficientes de 
atividade estão disponíveis na literatura, os quais devem ser escolhidos de acordo com a 
aplicabilidade, disponibilidade de parâmetros e características dos componentes. 
 O modelo escolhido para o cálculo dos coeficientes de atividade da água, etanol, 
glicerol e óleo de soja para este trabalho foi o método UNIQUAC. Esse modelo considera que 
a energia livre de Gibbs é composta de duas partes: A contribuição dos diferentes tamanhos e 
formas das moléculas e a contribuição energética devido a interação entre os componentes da 
mistura, chamadas de parte combinatorial e residual, respectivamente (WALAS, 1985). 
As equações utilizadas para o cálculo dos coeficientes de atividade para uma mistura 
multicomponente são: 
𝑙𝑛𝛾𝑖 = 𝑙𝑛𝛾𝑖
𝐶 + 𝑙𝑛𝛾𝑖
𝑅 (4.1) 
 
Parte combinatorial: 
 𝑙𝑛𝛾𝑖
𝐶 = 𝑙𝑛 (
Φ𝑖
𝑥𝑖
) +
𝑍
2
𝑞𝑖𝑙𝑛 (
𝜃𝑖
Φ𝑖
) + 𝑙𝑖 − (
Φ𝑖
𝑥𝑖
) ∑ 𝑥𝑗𝑙𝑗
𝑁
𝑗=1
 (4.2) 
Onde: 
24 
 
𝑙 =
𝑍
2
(𝑟𝑖 − 𝑞𝑖) − 𝑟𝑖 + 1 (4.3) 
 
𝜃𝑖 =
𝑥𝑖𝑞𝑖
∑ 𝑥𝑗𝑞𝑗
𝑁
𝑗=1
 
 
(4.4) 
Φ𝑖 =
𝑥𝑖𝑟𝑖
∑ 𝑥𝑗𝑟𝑗
𝑁
𝑗=1
 
 
(4.5) 
𝑍 = 10 
 
 
 
 
Parte Residual: 
 𝑙𝑛𝛾𝑖
𝑅 = 𝑞𝑖 [1 − 𝑙𝑛 (∑ 𝜃𝑖𝜏𝑗𝑖
𝑁
𝑗=1
) − ∑ (
𝜃𝑖𝜏𝑖𝑗
∑ 𝜃𝑘𝜏𝑘𝑗
𝑁
𝑘=1
)
𝑁
𝑗=1
] 
 
(4.6) 
Onde: 
𝜏𝑖𝑗 = 𝑒𝑥𝑝 [−
𝑎𝑖𝑗
𝑇
] 
 
(4.7) 
𝜏𝑗𝑖 = 𝑒𝑥𝑝 [−
𝑎𝑗𝑖
𝑇
] 
 
(4.8) 
Os parâmetros de área, volume e interaçãodas equações do método UNIQUAC para a 
água, etanol, glicerol e óleo de soja utilizados para o cálculo dos coeficientes de atividade neste 
trabalho foram obtidos por Veneral (2010) e podem ser encontrados nas Tabelas A3 e A4 no 
anexo A. 
 
25 
 
 Os parâmetros de interação do método UNIQUAC foram estimados pela minimização da 
seguinte função objetivo: 
 
𝐹. 𝑂(𝑇) = ∑(𝑇𝑖
𝑐𝑎𝑙𝑐 − 𝑇𝑖
𝑒𝑥𝑝)
2
𝑛𝑝
𝑖
 
 
(4.9) 
onde 𝑇𝑖
𝑐𝑎𝑙𝑐 é a temperatura de bolha calculada, 𝑇𝑖
𝑒𝑥𝑝
 a temperatura de bolha experimental e 𝑛𝑝 
o número de pontos experimentais. 
 
4.2 Modelagem do Óleo de Soja como Pseudo-Componente. 
 
 O óleo de soja presente na mistura a ser processada na coluna é composto por uma 
mistura de ácidos graxos mostrados na tabela abaixo: 
 
Tabela 4. 2- Composição química e massa molar dos constituintes do óleo de soja. 
 
 
 A massa molar do óleo de soja foi obtida por Veneral (2010) como sendo igual a 
306.014 g/mol, considerando o óleo como um pseudo-componente formado apenas pelos 
ácidos palmítico, stearico, oleico e linoleico. 
 
 
26 
 
 
4.3 Pressão de Saturação dos Componentes 
 
 Os parâmetros da equação de Antoine para o cálculo das pressões de saturação dos 
componentes da mistura reacional de produção do biodiesel usados neste trabalho foram 
obtidos experimentalmente por Veneral (2010), onde seus valores podem ser encontrados nas 
Tabelas A1 e A2 no anexo A. O cálculo das pressões de saturação da água, etanol e glicerol é 
realizada utilizando-se a seguinte expressão: 
 
𝑙𝑜𝑔𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 = 𝐴 −
𝐵
𝑇 + 𝐶
 
 
(4.10) 
Onde 𝑃𝑖
𝑆𝑎𝑡 é a pressão de saturação do componente 𝑖 (𝑃𝑎), 𝑇 a temperatura do sistema (𝐾) e 
𝐴, 𝐵 𝑒 𝐶 são os parâmetros ajustáveis da equação. 
A pressão de saturação do óleo de soja é calculada pela média das pressões de saturação 
dos ácidos palmítico, stearico, oleico e linoleico, ponderadas pelas respectivas frações molares 
no óleo: 
𝑙𝑜𝑔𝑃Ó𝑙𝑒𝑜 
𝑆𝑎𝑡 = ∑ 𝑥𝑗𝑃𝑗
𝑆𝑎𝑡
𝑁
𝑗=1
 
 
(4.11) 
Onde 𝑃Ó𝑙𝑒𝑜 
𝑆𝑎𝑡 é a pressão de saturação do óleo de soja 𝑥𝑗 a fração molar dos ácidos graxos que 
constituem o óleo e 𝑃𝑗
𝑆𝑎𝑡 a suas respectivas pressões de saturação, calculadas pela equação 
(4.10). Os valores das constantes de Antoine para os ácidos palmítico, stearico, oleico e 
linoleico podem ser encontradas no anexo A. 
 
 
 
 
27 
 
4.4 Ponto de bolha da Mistura 
 
 A temperatura e a composição da fase vapor em equilíbrio com a fase líquida é 
calculada por cálculo de pontos de bolha. Para a realização deste cálculo, é comum a utilização 
de procedimentos iterativos onde a pressão e a composição da fase líquida dos componentes 
da mistura devem ser fornecidas juntamente com as respectivas constantes de Antoine para o 
cálculo das pressões de saturação. 
Neste trabalho, a temperatura e a composição do ponto de bolha são obtidos através de 
um processo iterativo representado pelo diagrama de blocos da Figura 4.1 abaixo: 
 
 
Figura 4. 2- Diagrama de blocos para o cálculo do ponto de bolha. 
 
A sub-rotina computacional implementada em MATLAB para o cálculo dos pontos de 
bolha da mistura a ser processada pela coluna de destilação podem ser encontrados no anexo 
B. 
 
 
 
 
28 
 
5. RESULTADOS 
 
Neste capítulo são apresentados os resultados referentes a simulação da coluna de 
destilação para o processamento da mistura quaternária contendo os componentes reacionais 
da produção de biodiesel obtidos no trabalho. 
Inicialmente, os resultados referentes aos dados de equilíbrio líquido-vapor obtidos pelas 
sub-rotinas implementadas em MATLAB serão comparados com dados experimentais de 
diferentes sistemas para validação dos modelos. Em seguida, os resultados referentes a 
simulação do modelo de coluna de destilação desenvolvido neste trabalho são apresentados. 
 
5.1 Equilíbrio Líquido-Vapor do Sistema Binário Água/Etanol 
 
Os dados de equilíbrio líquido-vapor obtidos pelas sub-rotinas computacionais 
implementadas em MATLAB para o sistema binário formado por água e etanol se mostraram 
em perfeito acordo com os dados disponíveis na literatura. A Figura 5.2 mostra um diagrama 
𝑇𝑥𝑦 gerado com dados calculados pelas sub-rotinas implementadas e outro gerado com dados 
experimentais, ambos a pressão atmosférica: 
 
 
Figura 5. 2- Diagrama Txy para o sistema etanol/água gerados com dados obtidos (a) computacionalmente 
(MATLAB) e (b) experimentalmente. 
 
29 
 
 
 Como mencionado no capítulo 4, os dados calculados pelas sub-rotinas utilizam o 
método UNIQUAC para o cálculo dos coeficientes de atividade da fase líquida e 
comportamento ideal para a fase vapor. Como pode ser visto pela Figura 5.2, o modelo 
termodinâmico do sistema água/etanol representa com precisão o comportamento de equilíbrio 
da mistura. 
 
5.2 Equilíbrio Líquido-Vapor de Sistemas Ternários 
 
Para validação dos modelos termodinâmicos de sistemas ternários, dados de temperatura 
de bolha para diferentes composições foram obtidos computacionalmente para os sistemas 
água/etanol/glicerol e água/glicerol/óleo de soja. 
 
5.2.1 Sistema Água/Etanol/Glicerol 
 
Os dados de temperatura de equilíbrio para o sistema água/etanol/glicerol a diferentes 
pressões para uma composição mássica de 20 % água, 20 % etanol e 60 %% glicerol foram 
calculados pelas sub-rotinas implementadas em MATLAB. A comparação com valores obtidos 
experimentalmente é apresentada na Tabela 5.1 abaixo: 
 
Tabela 5. 6- Comparação dos dados de temperatura de equilíbrio do sistema água/etanol/glicerol. 
 
 
 O maior erro absoluto encontrado nos valores das temperaturas de equilíbrio calculadas 
foi em torno de 1.5%, mostrando que o modelo termodinâmico de equilíbrio representa bem o 
comportamento termodinâmico de equilíbrio de fases do sistema ternário formado por 
30 
 
água/etanol/glicerol. A Figura 5.1 abaixo mostra o diagrama de Pressão de saturação versus 
Temperatura do ponto de bolha experimental e calculado para o sistema: 
 
 
Figura 5. 6- Diagrama de pressão de saturação versus temperatura do ponto de bolha apara o sistema 
água/etanol/glicerol experimental e calculado. 
 
 
5.2.2 Sistema Óleo/Etanol/Glicerol 
 
O segundo caso analisado foi o do sistema composto pelo óleo de soja, etanol e glicerol, 
sendo o óleo de soja modelado como um pseudo-componente formado por quatro ácidos 
graxos, como mencionado no capítulo 4. Assim como no caso binário e ternário anterior, os 
dados de equilíbrio líquido e vapor foram calculados e comparados com os valores 
experimentais disponíveis em Veneral (2010). A Tabela 5.2 apresenta a comparação das 
temperaturas de equilíbrio calculadas e experimentais para diferentes valores de pressões para 
a mistura ternária óleo de soja, etanol e glicerol, com as frações mássicas tendo os valores de 
0.025, 0.95 𝑒 0.025, respectivamente: 
 
 
 
31 
 
Tabela 5. 7- Comparação dos dados de temperatura de equilíbrio do sistema óleo de soja/etanol/glicerol. 
 
 
 De acordo com a Tabela acima, observa-se que mesmo depois de excluir quatro dos 
oito ácidos graxos constituintes do óleo de soja, o que representa em torno de 7% da 
composição total, os dados obtidos são praticamente idênticos aos valores experimentais, cujo 
maior erro relativo foi de 0.18% para a pressão de 200 𝑚𝑚𝐻𝑔. A partir desses resultados, fica 
evidente que os modelos termodinâmicos adotados para o cálculo das propriedades físicas, bem 
como a modelagem do óleo de soja como uma mistura de 4 ácidos graxos apenas, representam 
o comportamento de equilíbrio de fases para o sistema em estudo com excelente precisão. 
 A Figura 5.2 a seguir mostra o diagrama pressão de saturação versus pressão de vapor 
experimental e calculado para o sistema: 
 
 
Figura 5. 7- Diagrama de pressão de saturação versus temperatura do ponto de bolha apara o sistema óleo de 
soja/etanol/glicerol experimental e calculado.32 
 
5.3 Simulação da Coluna de Destilação Multiestágios 
 
Os resultados anteriores mostraram que os modelos termodinâmicos adotados para os 
componentes presentes na reação de produção do biodiesel representam o comportamento 
de equilíbrio de fases de forma precisa se comparados com dados experimentais. 
Sabendo-se da concordância dos dados calculados com os valores experimentais para 
diferentes sistemas, a mistura quaternária formada por água, etanol, glicerol e óleo de soja 
pode ser considerada para compor a corrente de alimentação do modelo da coluna de 
destilação implementada em MATLAB, tendo seus dados de equilíbrio líquido-vapor 
modelados pelas mesmas sub-rotinas utilizadas para geração dos dados mostrados nos 
resultados anteriores. 
As simulações realizadas neste trabalho partirão de condições iniciais pré-definidas, ou 
seja, não será feito o estudo de partida da coluna. Os resultados serão obtidos pela 
modificação de variáveis do processo, tais como razão de refluxo, razão de boilup, número 
de estágios e valores das correntes de alimentação e produtos. 
 
5.3.1 Dados de Entrada da Coluna 
 
Para iniciar a simulação do modelo de coluna proposto, faz-se necessário entrar com os 
dados referentes a condições iniciais, número de estágios da coluna, corrente de alimentação, 
número do estágio que receberá a corrente de alimentação, condição termodinâmica da 
alimentação, etc. As Tabelas a seguir mostram os dados de entrada da coluna de 12 estágios, 
bem como os dados do equipamento utilizados para a simulação: 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 Tabela 5. 8- Dimensões e variáveis da coluna de destilação. 
 
 
Tabela 5. 9- Variáveis de entrada para simulação do modelo de coluna desenvolvido. 
 
 
 Como mostrado pelas tabelas acima, o sexto estágio da coluna receberá a corrente de 
alimentação, a qual entra na coluna na condição de ponto de bolha (𝑞 = 1) com uma 
composição de 30 % água, 30 % etanol, 15 % glicerol e 25 % de óleo de soja. A coluna opera 
a pressão atmosférica e com uma razão de refluxo e de boilup igual a 2 𝑒 3, respectivamente. 
 Para um tempo de simulação de 10ℎ, as composições dos produtos de topo e de calda, 
bem como a variação da composição dos componentes com o tempo em estágios específicos 
da coluna são mostrados pela tabela e gráficos a seguir: 
 Tabela 5. 10- Composição dos produtos de topo e calda da coluna após 10h. 
 
34 
 
 
Figura 5. 2- Variação da composição com o tempo no condensador. 
 
 
Figura 5. 8- Variação da composição com o tempo no refervedor. 
 
35 
 
 
Figura 5. 9- Variação da composição com o tempo no estágio anterior ao condensador. 
 
 
Figura 5. 10- Variação da composição com o tempo no estágio acima do refervedor. 
 
 
 
36 
 
Os resultados obtidos pela simulação mostram que o etanol e a água foram recuperados 
na corrente de topo da coluna totalizando 97.3% da corrente, dos quais 59.5 % é composto por 
água. A corrente de calda da coluna é composta em grande parte por etanol e óleo de soja, 
totalizando 83.9% da corrente. 
Como mencionado anteriormente, os resultados calculados pela simulação foram 
obtidos partindo de condições iniciais pre-definidas de composição e holdup de líquido em 
cada estágio da coluna e não a partir do estudo de partida da coluna. 
 
5.4 Discussões e Considerações Finais 
 
Baseado nos resultados obtidos pela simulação, percebe-se que o modelo da coluna de 
destilação implementado neste trabalho, bem como os modelos termodinâmicos resultaram em 
dados relativamente coerentes com a realidade, uma vez que era esperado que a corrente de 
topo da coluna seria rica em etanol e água devido a apresentarem temperaturas de saturação 
mais baixas. 
Com relação a corrente de calda, esperava-se que fosse composta pelos componentes mais 
pesados, ou seja, glicerol e óleo. Segundo os resultados da simulação com os parâmetros 
escolhidos, a corrente de calda é constituída em maior parte por óleo, mas também por etanol 
e quantidades pequenas de água e glicerol, que aparentemente se acumulou nos pratos da 
coluna, visto que sua composição é baixa em ambas as correntes de saída da coluna. 
Uma possível melhoria do modelo de coluna apresentado neste trabalho seria a 
implementação dos balanços de energia em cada estágio da coluna, uma vez que a energia 
fornecida ao refervedor, e consequentemente ao processo, está intimamente ligada com o grau 
de separação possível de ser alcançado. 
 
 
 
 
 
37 
 
6. CONCLUSÃO 
 
A modelagem e a simulação da coluna de destilação desenvolvida neste trabalho 
exemplificaram a aplicabilidade simultânea de diversas áreas de conhecimento estudadas pelos 
alunos do curso de graduação em Engenharia Química, mostrando quão abrangente e 
desafiadora pode ser a profissão. 
 A comparação dos dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor com os dados 
calculados pelas sub-rotinas computacionais implementadas em MATLAB mostram que o 
método UNIQUAC, utilizado para o cálculo dos coeficientes de atividade da fase líquida, prevê 
com relativa precisão o comportamento de equilíbrio dos sistemas estudados ao longo do 
trabalho, utilizando parâmetros experimentais disponíveis na literatura. 
A simulação do modelo da coluna de destilação utilizada para processar a mistura dos 
componentes reacionais do biodiesel, pode ser visto como um estudo inovador, uma vez que o 
óleo de soja presente na mistura é modelado como um componente hipotético formado por uma 
mistura de ácidos graxos e teve seu comportamento termodinâmico modelado e validado por 
dados experimentais para sistemas ternários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
CHAMBERLAINE, Ben. Calculation of Murphree Efficiency in Distillation Column. 
Disponível em:<https://prezi.com/ryonm6iucv-h/calculation-of-murphree-efficiency-in-
distillation-column/>. Acesso em 23 de abril de 2015. 
 
CLARK, Jim. Raoult’s Law and an Ideal Mixtures of Liquids. Disponível em: < 
http://www.chemguide.co.uk/physical/phaseeqia/idealpd.html > Acesso em 23 de jul. de 
2015. 
CONDENSER AND REBOILER DESIGN. Disponível em:< 
http://www.nptel.ac.in/courses/103103027/module1/lec6/3.html >. Acesso em 20 de jul. de 
2015. 
 
FELDER, Richard M.; ROUSSEAU, Ronald W. Elementary Principles of Chemical 
Processes. 3. ed. New York: John Wiley & Sons, 2005. 
 
FOUST, Alan S.; CLUMP, Curtis W. Princípios das Operações Unitárias. 2. ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 1982. 
 
KERN, Donald Q. Process Heat Transfer. Int. ed. New York: McGraw-Hill, 1965. 
 
KISTER, Henry Z. Distillation Design. 1. ed. New York: McGraw-Hill, 1992. 
 
LUYBEN, William L. Process Modeling, Simulation, and Control for Chemical Engineers. 
2. ed. New York: McGraw-Hill, 1990. 
 
https://prezi.com/ryonm6iucv-h/calculation-of-murphree-efficiency-in-distillation-column/
https://prezi.com/ryonm6iucv-h/calculation-of-murphree-efficiency-in-distillation-column/
http://www.chemguide.co.uk/physical/phaseeqia/idealpd.html
http://www.nptel.ac.in/courses/103103027/module1/lec6/3.html
39 
 
MCCABE, Warren L.; SMITH, Julian C.; HARRIOTT, Peter. Unit Operations of Chemical 
Engineering. 5. ed. New York: McGraw-Hill, 1993. 
SANDLER, Stanley I. Chemical and Engineering Thermodynamics. 3. ed. New York: John 
Wiley & Sons, 1999. 
 
SEADER, J. D.; ROPER, D. Keither; HENLEY, Ernest J. Separation Process Principles: 
Chemical and Biochemical Operation. 3. ed. New York: John Wiley & Sons, 1998. 
 
SMITH, J. M.; VAN NESS, H. C.; ABBOTT, M. M. Introduction to Chemical Engineering 
Thermodynamics. 7. ed. New York: McGraw-Hill, 2005. 
 
TAM, M. T. Distillation in introduction. Disponível em: < 
http://lorien.ncl.ac.uk/ming/distil/distilint.htm >. Acesso em 16 de jul. de 2015. 
 
TREYBAL, Robert E. Mass Transfer Operations. 3. ed. Singapore: McGraw-Hill, 1981. 
 
VENERAL, J. G. Equilíbrio Líquido-Vapor a Baixas Pressões de Ésteres de ácidosGraxos 
e de Sistemas Relacionados à Produção de Biodiesel. Dissertação de Mestrado. Universidade 
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, Campus de Erechim. RS, Brasil 
(2010). 
 
WALAS, Stanley M. Phase Equilibrium in Chemical Engineering.1.ed: Singapore: 
Butterworth-Heinenmann, 1985. 
 
http://lorien.ncl.ac.uk/ming/distil/distilint.htm
 
ANEXO A – PARÂMETROS 
 
Tabela A1 – Constantes de Antoine da água, etanol e glicerol em Pa e K. 
 
 
Tabela A2 – Constantes de Antoine dos ácidos graxos que constituem o 
Óleo de soja 
 
 
Tabela A3 – Parâmetros de interação binário para (1) água, (2) etanol, 
(3) glicerol e (4) óleo de soja do método UNIQUAC. 
 
 
Tabela A4 – Parâmetros de área e volume da água, etanol, glicerol e 
óleo de soja do método UNIQUAC. 
 
 
 
 
ANEXO B – CÓDIGOS EM MATLAB 
 
PONTO DE BOLHA (ÁGUA/ETANOL) 
% SUBROTINA PARA CALCULO DA TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO DE VAPOR 
% A PARTIR DA PRESSÃO E COMPOSIÇÃO DA FASE LÍQUIDA PELO MÉTODO 
% UNIQUAC 
% 
% Criado por: MAXWELL GOMES DA SILVA 10/10/2015 S.G.A /RN 
BRASIL 
 
function Y = PONTO_DE_BOLHA(x1,P,NT) 
 
% x1 é um vetor linha assim como x2,x3 etc.. 
 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% VARIAVÉIS QUE RECEBERÃO OS VALORES CALCULADOS 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 T = zeros(1,NT); 
 PV1 = zeros (1,NT); 
 PV2 = zeros (1,NT); 
 Ptotal = zeros(1,NT)'; 
 y1 = zeros (1,NT); 
 y2 = zeros (1,NT); 
 x2 = 1-x1; 
 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% CONSTANTES DE ANTOINE (T(K) e P(Pa) log10(Psat) 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 %(1) Água: (2) Etanol 
 
 A=[10.1620 11.083500 ]; 
 B=[1718.3710 2085.8690 ]; 
 C=[-39.9580 -7.7520 ]; 
 
 
 
 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% CÁLCULO DA TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO DE BOLHA 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 
for i=1:NT 
 
%ESTIMANDO T 
 T(i)= x1(i)*((B(1)/(A(1)-log10(P(i)))-C(1))) + ... 
 x2(i)*(B(2)/(A(2) -log10(P(i)))-C(2)); 
 
 
 Tvelho = T(i) ; % GUARDANDO VALOR PARA FUTURA COMPARAÇÃO 
 
% CÁLCULO DAS PRESSÕES DE SATURAÇÃO E COEFICIENTE DE ATIVIDADE 
 
PV1(i) = 10^(A(1)-B(1)/(T(i) +C(1))); 
PV2(i) = 10^(A(2)-B(2)/(T(i) +C(2))); 
 
 
gamma = UNIQUAC_BIODIESEL(x1(i),T(i)); % Chama subrotina para 
 % cálculo dos coeficientes de 
 % atividade 
 
% CÁLCULO DE Ptotal 
 
Ptotal(i) = x1(i)*gamma(1)*PV1(i) + x2(i)*gamma(2)*PV2(i); 
 
% CORREÇÃO DO VALOR DA PRESSÃO A PARTIR DO COMPONENTE 2 
 
PV2(i) = (P(i)/Ptotal(i))*PV2(i); 
 
% CÁLCULO DA NOVA TEMPERATURA 
T(i)= (B(2)/(A(2)-log10(PV2(i))))-C(2); 
 
% COMPARAÇÃO DAS TEMPERATURAS NOVA E ANTERIOR COM TOLERANCIA DE 0.0001 
 
while (abs(T(i)-Tvelho))>= 0.0001 
 
 Tvelho = T(i); % GUARDANDO VALOR PARA FUTURA COMPARAÇÃO 
 
% CÁLCULO DAS PRESSÕES DE SATURAÇÃO E COEFICIENTE DE ATIVIDADE 
 
PV1(i) = 10^(A(1)-B(1)/(T(i) +C(1))); 
PV2(i) = 10^(A(2)-B(2)/(T(i) +C(2))); 
 
gamma = UNIQUAC_BIODIESEL(x1(i),T(i)); 
 
% CÁLCULO DE Ptotal 
 
Ptotal(i) = x1(i)*gamma(1)*PV1(i) + ... 
 x2(i)*gamma(2)*PV2(i); 
 
% CORREÇÃO DO VALOR DA TEMPERATURA 
 
PV2(i) = (P(i)/Ptotal(i))*PV2(i); 
 
% CÁLCULO DA NOVA TEMPERATURA 
T(i)= (B(2)/(A(2)-log10(PV2(i))))-C(2); 
 
end 
 
format short 
 
%CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO 
 
y1(i) = (x1(i)*PV1(i)*gamma(1))/P(i); 
y2(i) = 1 - y1(i); 
 
end 
 
 
Y = [y1' T']; 
 
 
 
PONTO DE BOLHA TERNÁRIO (ÁGUA/ETANOL/OLEO) 
% SUBROTINA PARA CALCULO DA TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO DE VAPOR 
% A PARTIR DA PRESSÃO E COMPOSIÇÃO DA FASE LÍQUIDA PELO MÉTODO 
% UNIQUAC 
% 
% Criado por: MAXWELL GOMES DA SILVA 10/10/2015 S.G.A /RN BRASIL 
 
function Y = PONTO_DE_BOLHA_oleo_etanol_glicerol(x1,x2,P,NT) 
 
% x1 é um vetor linha assim como x1,x2,x3 etc.. 
 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% VARIAVÉIS QUE RECEBERÃO OS VALORES CALCULADOS 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 T = zeros(1,NT); 
 PV1 = zeros(1,NT); 
 PV2 = zeros(1,NT); 
 PV3 = zeros(1,NT); 
 Ptotal = zeros(1,NT); 
 x3 = 1-(x1+x2); 
 y1 = zeros(1,NT); 
 y2 = zeros(1,NT); 
 y3 = zeros(1,NT); 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% CONSTANTES DE ANTOINE (T(K) e P(Pa) log10(Psat) 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 %(1) Óleo de Soja (2) Etanol (3) Glicerol 
 
 A=[10.1620 11.083500 8.7365]; 
 B=[1718.3710 2085.8690 1356.472]; 
 C=[-39.9580 -7.7520 -200]; 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
% CÁLCULO DA TEMPERATURA E COMPOSIÇÃO DE BOLHA 
%MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM 
 
for i=1:NT 
 
%ESTIMANDO T 
T_oleo_estimado = T4estimado(P(i)); 
 
 T(i)= x1(i)*T_oleo_estimado + ... 
 x2(i)*(B(2)/(A(2)-log10(P(i)))-C(2))+ ... 
 x3(i)*(B(3)/(A(3)-log10(P(i)))-C(3)); 
 
 
 Tvelho = T(i) ; % GUARDANDO VALOR PARA FUTURA COMPARAÇÃO 
 
% CÁLCULO DAS PRESSÕES DE SATURAÇÃO E COEFICIENTE DE ATIVIDADE 
 
PV1(i) = 10^(A(1)-B(1)/(T(i) +C(1))); 
PV2(i) = 10^(A(2)-B(2)/(T(i) +C(2))); 
PV3(i) = PV_OLEO(T(i)); 
 
gamma = UNIQUAC_oleo_etanol_glicerol(x1(i),x2(i),x3(i),T(i)); % 
Chama subrotina Gamma para 
 % cálculo dos 
coeficientes de 
 
 % atividade 
% CÁLCULO DE Ptotal 
 
Ptotal(i) = x1(i)*gamma(1)*PV1(i) + x2(i)*gamma(2)*PV2(i)+... 
 x3(i)*gamma(3)*PV3(i); 
 
% CORREÇÃO DO VALOR DA PRESSÃO A PARTIR DO COMPONENTE 2 
 
PV2(i) = (P(i)/Ptotal(i))*PV2(i); 
 
% CÁLCULO DA NOVA TEMPERATURA 
T(i)= (B(2)/(A(2)-log10(PV2(i))))-C(2); 
 
% COMPARAÇÃO DAS TEMPERATURAS NOVA E ANTERIOR COM TOLERANCIA DE 0.0001 
 
while (abs(T(i)-Tvelho))>= 0.0001 
 
 Tvelho = T(i); % GUARDANDO VALOR PARA FUTURA COMPARAÇÃO 
 
% CÁLCULO DAS PRESSÕES DE SATURAÇÃO E COEFICIENTE DE ATIVIDADE 
 
PV1(i) = 10^(A(1)-B(1)/(T(i) +C(1))); 
PV2(i) = 10^(A(2)-B(2)/(T(i) +C(2))); 
PV3(i) = PV_OLEO(T(i)); 
 
gamma = UNIQUAC_oleo_etanol_glicerol(x1(i),x2(i),x3(i),T(i)); 
 
% CÁLCULO DE Ptotal 
 
Ptotal(i) = x1(i)*gamma(1)*PV1(i) + ... 
 x2(i)*gamma(2)*PV2(i)+ ... 
 x3(i)*gamma(3)*PV3(i); 
 
% CORREÇÃO DO VALOR DA TEMPERATURA 
 
PV2(i) = (P(i)/Ptotal(i))*PV2(i); 
 
% CÁLCULO DA NOVA TEMPERATURA 
T(i)= (B(2)/(A(2)-log10(PV2(i))))-C(2); 
 
end 
 
%format short 
 
%CÁLCULO DA COMPOSIÇÃO 
 
y1(i) = (x1(i)*PV1(i)*gamma(1))/P(i); 
y2(i) = (x2(i)*PV2(i)*gamma(2))/P(i); 
y3(i) = (x3(i)*PV3(i)*gamma(3))/P(i); 
 
end

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