Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
31/03/2017 1 MV. Raquel Guedes Ximenes Orientador: Prof. Dr. Almir Pereira de Souza Transfusão sanguínea Introdução Evolução da medicina transfusional O que é a transfusão? Transplante Orgânico Pôr o paciente em risco Salvar Vidas Com o intuito Aumentar a capacidade de oxigenação Reestabelecer os valores normais de proteínas e plaquetas Fonte: Arquivo Pessoal, 2016 Ganhar tempo Quando fazer uma transfusão? História clínica Severidade dos sinais clínicos Palidez de mucosa, dispneia, taquicardia, hipotensão, sinais de hemorragias superficiais e profundas Achados laboratoriais Hemoglobina crítica (gatilho) 3,5-4g/dL (anestesiado) Lactato Indicador de hipóxia Quando fazer uma transfusão? TODO paciente com o hematócrito abaixo de 10% Diminuição rápida do Ht para valores menos que 20% no cão e 12-15% no gato Animais muito debilitados com Ht entre 10-17% Em casos em que 30% do volume sanguíneo total foi perdido 30mL/kg-Cão 20ml/kg-Gato Falência medular Seleção dos doadores Adultos saudáveis 1-8 anos Peso mínimo 25-27kg Temperamento dócil Vacinação e vermifugação devem estar atualizadas Livres de ectopasitas 31/03/2017 2 Seleção dos doadores Livre de doenças vinculadas ao sangue Ehrlichia canis, Babesia canis, Dirofilaria immitis, Borrelia burgdorferi, Brucella canis e Leishmania sp Hemograma prévio Ht- 40% Plaquetas dentro dos valores de referência Doador felino Bom temperamento Adequado tamanho corpóreo Acima de 4,5kg Castrados Saudáveis Negativo para FIV e FeLV Controle parasitário Doador Os cães podem doar cerca de 15 a 20% do volume sanguíneo. Volume sanguíneo estimado (Litros) = 0,08 – 0,09 x peso (Kg); O máximo a ser doado é 16 a 18 mL/Kg. Se suplementado 22mL/kg (80mL/kg) em cães Os cães podem doar a cada 3 a 4 semanas, desde que recebam nutrição balanceada em quantidade adequada Doador Gatos, a cada 2-4 semanas (10 dias) Gato: 11-13mL/kg (20mL/kg) Repor 3 vezes o volume com Cristalóide Hemodiluição imediata Endovenosa e Subcutânea Objetivo Paciente anêmico Cão: 25-30% Ht Gato: 15-20% Ht (-25%) Paciente com distúrbio hemostático Controlar o sangramento Transfusão Sangue aquecido temperaturas entre 22°C e 37°C Exceção do plasma rico em plaquetas ↑37° Destruição dos fatores de coagulação estáveis e lábeis Precipitação do fibrinogênio e proteínas Auto aglutinação Eritrócitos pendem a capacidade de carrear oxigênio Deixar em temperatura ambiente 30-60 min. Paciente hipotérmico!!!! 31/03/2017 3 Transfusão Vias de administração EV Intra-óssea Anestesia local Intraperitoneal não é indicada Absorção lenta Risco de peritonite Equipo Filtro Cálculo do Volume a ser transfundido 10mL/kg de papa de hemácia ou 20mL/kg de sangue total para aumentar em 10% o Ht do receptor 2,2ml de sangue total (doador com Ht de 40%) para aumentar em 1% o Ht do receptor 10ml/Kg de sangue total para fornecer 1.000.000 de hemácias ao receptor Cálculo do Volume a ser transfundido Cão Peso x 90 (Ht desejado – Ht do receptor) Ht do doador Gato Peso x 70 (Ht desejado – Ht do receptor) Ht do doador Resultado: mL de sangue Tipagem Sanguínea VS Teste de compatibilidade Tipagem Sanguínea Eficaz na identificação dos antígenos presentes nas hemácias NÃO detecta anticorpo 31/03/2017 4 Teste de compatibilidade Um resultado compatível não significa que o doador e o receptor possuem o mesmo tipo sanguíneo Detecta anticorpos no soro do receptor contra as hemácias do doador Não detecta anticorpos contra plaqueta e leucócitos Reações Transfusional Hemolítica Aguda VS Reações Imunológicas Componentes Sanguíneos Sangue fresco total Sangue total estocado Papa de hemácia* Plasma rico em plaquetas Plasma fresco congelado* Plasma congelado Crioprecipitado Crioplasma pobre Hemoderivados Hemoterapia Seletiva- Terapia individual Sangue Fresco Total Rico em hemácias, proteínas plasmáticas, plaquetas viáveis, todos os fatores de coagulação Transfundir logo após a colheita Após 8h da colheita → Sangue total estocado Risco de sobrecarga de volume em animais normovolêmicos 20ml/kg para elevar em 10% o Ht Sangue Total Estocado 20ml/kg para elevar em 10% o Ht Contém hemácias, proteínas plasmáticas e fatores de coagulação estáveis Sangue total armazenado 2-4 horas de refrigeração→ plaquetas inviáveis Conservação : 28-35 dias (42)1°C e 6°C CPDA-1- citrato-fosfato-dextroseadenina Solucão antigoagulante preservativa Não preserva plaquetas e nem fatores de coagulação Papa de hemácia (concentrado) Concentrado de hemácia, com pouca quantidade ou ausência de plasma Centrifugação do sangue total ou repouso e separação Conservado 28-35 dias (20) entre 1°C e 6°C Ideal para pacientes normovolêmicos Diluição com NaCl aquecido 10ml/kg para elevar em 10% o Ht Velocidade de Administração A administração do sangue total deve ser feita em até 4 horas Diminuir o risco de contaminação e colonização bacteriana e perda funcional dos elementos sanguíneos (6 horas) 0,25-0,5ml/kg na primeira meia hora (1ͣ Hora) Reação transfusional imediata Gatos: 1mL/min 5-10mL/kg/h 31/03/2017 5 Taxa de administração recomendada 10 a 20ml/kg/h em pacientes normovolêmicos. 22ml/kg/h em pacientes hipovolêmicos (hemorragias agudas) 2 a 4 ml/kg/h em cardiopatas e nefropatas Risco de sobrecarga circulatória Não deve exceder 22mL/kg/ dia!! Plasma Congelado Contém todos os fatores de coagulação dependentes de vitamina K e proteínas estáveis Fatores II, VII, IX e X Centrifugação e separação em papa de hemácia e plasma, sendo o congelamento deste após 6 horas da colheita Conservação: Até cinco anos a -18 °C 10 a 30ml/kg, repetir, se necessário Plasma Fresco Congelado Rico em todos os fatores de coagulação e proteínas plasmática Centrifugação e separação em papa de hemácia e plasma, sendo o congelamento deste até 6 horas da colheita Conservação: 1 ano (4 anos) a -18°C Plasma congelado→↓ a atividade de alguns fatores de coagulação Múltiplas transfusões podem ser necessárias em razão da meia-vida reduzida dos fatores de coagulação 10 a 30ml/kg, repetir, se necessário 6 a 10 ml/kg Plasma Rico em Plaquetas Rico em plaquetas, fatores de coagulação e albumina Nova centrifugação do plasma fresco Conservação: 5 dias entre 20°C e 24°C, em constante movimentação Risco de sobrecarga de volume (180-250mL) Concentrado – dupla centrifugação do ST 1UI/10kg Crioprecipitado Maior concentração de fator V eVIII, fator de Von Willebrand e fibrinogênio Processamento do plasma fresco congelado após seu resfriamento, com a obtenção de um precipitado Conservação: 1-2 anos a -18°C 30 minutos antes de procedimentos cirúrgicos 1UI/10kg 12 a 20ml/ kg Crioplasma pobre Contém albumina, imunoglobulinas e alguns fatores de coagulação Processamento do plasma fresco congelado após seu resfriamento, com a obtenção de um sobrenadante Conservação: 1-5 ano a -18-30°C 31/03/2017 6 Qual Componente sanguíneo usar? Anemias Perda de mais de 30% do volume sanguíneo total Choque devido à perda sanguínea não responsivo ao tratamento convencional Hemorragia aguda maciça Sangue fresco total Sangue total estocado Qual Componente sanguíneo usar? Anemias Ht abaixo de 10% Htentre 10-17% com paciente muito debilitado Anemia não regenerativa Correção de anemia anterior à cirurgia Sangue fresco total Sangue total estocado Papa de Hemácia Qual Componente sanguíneo usar? Trombocitopenia Com sangramento ativo Antecedendo ou durante um procedimento cirúrgico Sangue fresco total Plasma rico em plaquetas Qual Componente sanguíneo usar? Trombocitopatia Com sangramento ativo Antecedendo ou durante um procedimento cirúrgico Sangue fresco total Plasma rico em plaquetas Plasma fresco congelado (repor fator DVW) Qual Componente sanguíneo usar? Coagulopatia Associada a sangramento severo Antecedendo ou durante um procedimento cirúrgico Coagulopatias dilucional após transfusão maciça Sangue fresco total Plasma fresco congelado Crioprecipitado 31/03/2017 7 Qual Componente sanguíneo usar? Hipoproteinemia Aguda Queimaduras severas Crônica Perdas hepáticas, renais ou intestinais Plasma fresco congelado Plasma congelado Qual Componente sanguíneo usar? Hipoglobulinemia Reposição de IgG Neonatos que não tomaram colostro Plasma fresco congelado Plasma congelado Qual Componente sanguíneo usar? Hipovolemia Necessidade de expansão aguda de volume Plasma fresco congelado Plasma congelado Mv. Raquel Guedes Ximenes Orientador: Prof. Dr. Almir Pereira de Souza Reações Transfusionais As reações transfusionais são, quaisquer intercorrência não desejáveis que ocorram no período trans ou pós-transfusional. Reações transfusio nais Imunoló gicas Não imunoló gicas Agudas Tardias 31/03/2017 8 Reações transfusionais Imunológi cas Não imunológi cas Agudas Tardias Reconhecimento Rápido tratamento Sobrecarregando um paciente debilitado Reações Transfusionais Aguda Ocorrem dentro de um período de 48 horas Após o início da transfusão Tardia Após 48 horas Refletir após anos Reações Transfusionais Imunológicas Ativações variadas do sistema imune Sistema complemento Opsonização Fagocitose Hipersensibilidade tipo I e II Injúria pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI) Doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) Reações Transfusionais Não-imunológica Manuseio inadequado dos hemocomponentes Iatrogênico Transfusão de concentrado de hemácia hemolisado Sobrecarga circulatória Hemossiderose em pacientes politransfudidos Sinais Clínicos e Manejo 31/03/2017 9 Sinais Clínicos e Manejo Iniciar antes da infusão do sangue Parâmetros a serem observados Frequência cardíaca Frequência respiratória Temperatura Pressão arterial Coloração da urina Histórico de transfusões prévias Reações transfusionais ocorridas Suspeita de doença hematológica imunomediadas Sinais Clínicos e Manejo Frequência respiratória Coloração da mucosa TPC A cada 15-30 min. Período pós- transfusional Tremores Causa Hipotermia Aquecer o paciente Intoxicação por citrato Hipocalemia Reduzir velocidade de transfusão Mensurar cálcio e corrigir o traçado eletrocardiográfico é útil na análise de arritmias Hipertermia Causa Reação febril não-hemolítica ou Reação de Sensibilidade Leucocitária/ Plaquetária Parar a transfusão Ao controlar temperatura, retomar a transfusão mais lenta. Se não houver melhora, parar transfusão e enviar o sangue do receptor e da bolsa para cultura Hipertermia Causa Por hemólise (incompatibilidade) Não-hemolítica Parar a transfusão Iniciar diurese do animal, controlar pressão arterial e demais manobras terapêuticas para o caso. Enviar sangue do receptor e da bolsa para cultura 31/03/2017 10 Hemoglobinúria Causa Hemólise intravascular Transfusão de hemocomponente hemolisado Parar a transfusão Iniciar diurese do animal, controlar pressão arterial e demais manobras terapêuticas para o caso. Enviar sangue do receptor e da bolsa para cultura Náusea/Êmese Causa Sobrecarga circulatória Parar a transfusão Reavaliar o cálculo de velocidade de infusão Aferir pressão arterial Retornar a transfusão mais lenta Administrar fármacos para controle de volume Hipotensão Causa Intoxicação por citrato Reduzir velocidade de transfusão Mensurar cálcio e corrigir o traçado eletrocardiográfico, útil na análise de arritmias Resposta inflamatória aguda Iniciar tratamento para incompatibilidade No caso de sepse, realizar tratamento específico Desconforto respiratório Causas Sobrecarga circulatória TRALI Acúmulo de leucócito nos pulmões Parar a transfusão Realizar radiografia torácica Edema Terapia de suporte → Oxigênio 50% de óbitos Paciente inflamado Sobrecarga Hipervolemia Administração de grandes volumes sanguíneos Infusão rápida de pacientes normovolêmicos Consequências Edema pulmonar agudo Taquicardia, taquipnéia,dispnéia, ortopnéia, cianose, hipertensão, tosse, êmese Pacientes com comprometimento da função Cardíaca, renal, pulmonar, anemia crônica Coagulopatia Transfusão de grandes volumes de sangue estocado Deficiência de plaquetas, fatores de coagulação (V, VIII e XI), fibrinogênio Coagulopatia dilucional → Sangramento Comum em pacientes trans-operatório que receberam fluidoterapia intensiva Hipotermia Prejudica a atuação dos fatores de coagulação 31/03/2017 11 Hipotermia A infusão de hemocomponentes em baixas temperaturas (<4º C) Filhotes e animais de pequeno porte. A hipotermia severa pode resultar Arritmias cardíacas, morte súbita Infusão seja realizada em rápida velocidade. O aquecimento do animal geralmente é suficiente para manutenção da temperatura. Aquecer a bolsa a 37°C Hiperamonemia No sangue estocado os níveis de amônia se elevam e eventualmente podem ser tóxicos para o paciente. 14 dias Esta complicação é rara Significante em animais com falência hepática Optar por sangue estocado por curto período de tempo Morte Súbita Como evitar? Como Evitar? Triagem dos doadores Técnicas de colheita Correta centrifugação e preparo dos produtos sanguíneos Forma de armazenamento Forma de administração Medicamentos Difenidramina 0,5mg/kg IM, 15 min. antes Prevenir uma Reação Transfusional Escolha correta do hemocomponente utilizado Escolha do doador com maior compatibilidade Tipagem sanguínea (?????) Prova de reação cruzada Tipo II e IV Maior e menor 3 temperaturas 20 a 50% dos cães possuem Anticorpos naturais contra antígenos eritrocitário 31/03/2017 12 ↑ 20 Grupos Sanguíneos Mais de um tipo sanguíneo Grupos sanguíneos Gatos possuem sangue do tipo A, B e AB Gatos não possuem doadores universais Tipagem sanguínea OBRIGATÓRIA e prova de reação cruzada Testados sempre antes de uma transfusão Antígeno capaz de produzir hemólise Grupo MIK. Bancos de Sangue Assegurar um direito Primordial Direito à vida Cabe a nós a decisão
Compartilhar