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SÍFILIS NA GESTAÇÃO

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FEFB
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
FABIANA RODRIGUES
SÍFILIS NA GESTAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS À SÍFILIS CONGÊNITA NO SUDOESTE DO PARANÁ
Francisco Beltrão - PR
2020
FABIANA RODRIGUES.
SÍFILIS NA GESTAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS À SÍFILIS CONGÊNITA NO SUDOESTE DO PARANÁ
Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado ao curso de Farmácia como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Farmácia.
Orientador (a): Iara Emanoely Francio.
Francisco Beltrão–PR
2020
RESUMO
1RODRIGUES, Fabiana 
2FRANCIO, Iara Emanoely 
.
Máximo 250 palavras
Palavras-chaves: 
1 Acadêmica do curso de Farmácia da UNISEP (União de Ensino do Sudoeste do Paraná) em 2020.
² Orientador……., docente do curso de Farmácia da UNISEP\FEFB (União de Ensino do Sudoeste do Paraná\ Faculdade Educacional de Francisco Beltrão) desde …….
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – 
Figura 2 - 
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO
9
1.1 Tema
10
1.2 Problema
10
1.3 OBJETIVOS
10
1.3.1 Geral
10
1.3.2 Específicos
10
1.4 Justificativa
11
2. REFERENCIAL TEÓRICO
12
2.1 Definição
12
2.2 Incidência e epidemiologia
12
2.3 Fisiopatologia e, sinais e sintomas
13
2.4 Evolução e complicações
13
2.4.1 Evolução
13
2.4.2 Complicações
14
2.5 Tratamento
14
3. METODOLOGIA
22
3.1 Tipologia de Pesquisa
22 
3.2 População e amostra
22
3.3 Instrumentos de Coleta de Dados
22
3.4 Procedimentos
23
4.0 CRONOGRAMA
27
5.0 ORÇAMENTO
27
6.0 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
29
APÊNDICES
32
1. INTRODUÇÃO
A sífilis é causada pela Treponema pallidum, que são bactérias espiroquetas espiraladas que possuem o gênero humano como seu único hospedeiro. A sífilis pode ser transmitida por contato sexual, congenitamente por via hematogenica transplacentaria ou até mesmo pelo canal do parto, sendo que, raramente é transmitida por objetos cortantes contaminados e por tatuagens (NETO, 2018).
O pré-natal é o principal fator para o controle da sífilis congênita, em que é acompanhado com exames a cada trimestre de gestação sendo possível acompanhar a doença desde o início. Deste modo, pode-se tratar a doença adequadamente, pois a falta da assistência pré-natal resulta em um tratamento inadequado, que é o grande responsável pelas mortes fetais e mortes neonatais (NONATO; MELO; GUIMARAES, 2015).
A sífilis é uma doença que sem o tratamento adequado pode afetar qualquer órgão do corpo resultando em problemas neurológicos, cardiovasculares ou ósseos. Possui três estágios de doença: a primaria que se caracteriza pelo surgimento do cancro duro, a secundária caracteriza-se pelos sintomas cutâneos, mucosos e sistêmicos e a terciária pode haver o comprometimento nervoso central (SOUZA, 2017).
O diagnóstico da sífilis é feito através de testes lipídicos e treponêmicos, por meio de reação de floculação dos lipídios. Os testes mais utilizados é o VDRL e os testes rápidos; os treponêmicos são altamente sensíveis, identificam anticorpos específicos IgM e IgG, os mais utilizado é o FTA-abs (ROTTA, 2005).
Sendo assim como justificativa essa pesquisa busca a importância em aprofundar os estudos sobre sífilis em gestantes e sífilis congênita, principalmente a fim de se trazer a importância do pré-natal e do tratamento adequado.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
· O presente trabalho tem como objetivo fazer o levantamento de dados da sífilis na gestação e fatores associados a sífilis congênita no sudoeste do Paraná. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Levantar o numero de casos no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020, analisando as notificações registradas na 8° regional de saúde;
· Averiguar o numero de gestantes fizeram acompanhamento pré-natal; 
· Determinar por idade da paciente, e quantos RN nasceram com sífilis congênita.
3. REVISÃO DA LITERATURA 
3.1 MAGNITUDE DA SÍFILIS NO BRASIL
As doenças sexualmente transmissíveis ainda são um grande problema na saúde pública, e com isso trazem problemas econômicos, sociais e sanitários além de possuir maior impacto feminino e infantil no Brasil. A sífilis é uma doença antiga bem conhecida pela humanidade, embora tenha diagnóstico e tratamento eficaz e de baixo custo, continua sendo negligenciada na atenção à saúde (MAGALHAES et al,2013). 
Em 1986, no Brasil começou a ser notificado a sífilis congênita (Portaria nº 542, de 22/12/86 - Ministério da Saúde), além de sífilis em gestantes no ano de 2005 (Portaria nº 33, de 14/07/2005); e a sífilis adquirida, no ano de 2010, (Portaria nº 2.472, de 31/08/2010) (BARSANTI et al,1998).
 Os dados do SINAN mostram que foram notificados no ano de 2018 158.051 casos de sífilis adquirida, 62.599 casos de sífilis em gestantes, 26.219 casos de sífilis congênita no Brasil (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE | MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
Com a comercialização da penicilina à qual o Treponema pallidum é suscetível, acreditou-se, no ano de 1940, na possibilidade de sua extinção da sífilis. Isso não aconteceu, pois a partir do ano de 1980 os casos de sífilis retornam em grande quantidade através de novos fatores: drogas ilícitas, prostituição, atendimento limitados nas unidades de saúde e gravidez na adolescência (FERNANDES; FERNANDES; NAKATA, 2007).
3.2 A SÍFILIS 
Entre as doenças sexualmente transmissíveis (DST), a sífilis ganha destaque pois é uma patologia infecciosa e sistêmica, com uma evolução crônica, causada pela espiroqueta Treponema pallidum, tendo como único hospedeiro o homem, sendo também seu transmissor, a qual pode ocorrer de forma sexual ou vertical (MAGALHAES et al,2013). 
Sua transmissão por via sexual é através do contato íntimo, já que a espiroqueta Treponema pallidum se penetra na pele ou mucosas devido à fibronectina que está presente nas superfícies das células do homem. Mas, raramente é possível a transmissão por transfusão sanguínea ou por via indireta por meio de tatuagem, objetos contaminados ou verticalmente via placenta (BERTUSSO et al.2018). a bactéria pode também se penetrar através de ferimentos, pois o T. pallidum possui uma enzima chamada de Hialuronidase que pode destruir o ácido hialurônico dos tecidos humanos (OLIVEIRA, 2011).
Esta é uma doença que se não tratada tem períodos sintomáticos e assintomáticos, e possui evolução lenta apresentada em três estágios: a sífilis primária, secundária e a sífilis terciária (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Por ser uma patologia que muitas vezes não apresenta sintomas, pode ocorrer a transmissão a outros parceiros sexuais sem que a pessoa saiba. Muitos casos de transmissão ocorrem quando o paciente abandona o tratamento por não ter mais sintomas e acreditar estar curado, vindo ser um agente transmissor da patogenia (NASCIMENTO, 2018).
3.2.1 O agente etiológico 
Em 1905, os zoologistas Fritz Schaudin e Paul Erich Hoffman descobriram o agente etiológico da sífilis, o Treponema pallidum. Sua origem, até os dias atuais, continua desconhecida (SOUZA,2005).
 O Treponema pallidum tem forma morfológica espiral fina com espiras regulares e pontas afiladas, que variam entre 10 e 15 espiras, seu tamanho é aproximadamente de 8 micrômetros de comprimento. O T. pallidum tem baixa resistência ao meio ambiente, ressecando-se rapidamente, muito sensível ao sabão e desinfetantes, e sobrevive no máximo dez horas em superfícies úmidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Esta é uma bactéria gram negativa, tipo espiroqueta, seus flagelos é quem auxilia na movimentação, apresenta um envelope externo composto por peptidioglicano, mucopeptídio e fosfolipídeo não possui membrana celular, a espiroqueta Treponema pallidum é a que mais acomete o homem (NASCIMENTO, 2018).
Sua reprodução é por divisão transversa, apresenta motilidade ativa, por suas espirais serem bastante ativa não são fáceis de ver no microscópio, sendo necessária uma coloração imunofluorescente (fluorosceína) ou microscopia de campo escuro (OLIVEIRA, 2011).
3.2.2 Etiologia e patogenia
A Sífilis Congênita é concomitante da transmissão materno-fetal por gestante infectada, em qualquer fase da doença, com infecção pelo Treponema palllidum. A via transplacentária é a mais comum em qualquer estágio da doençamaterna, geralmente no terceiro trimestre, onde o fluxo placentário está mais desenvolvido. Há menor mortalidade quando a infecção se dá nos últimos meses, em decorrência da maior imunocompetência do feto. Quanto mais recente a infecção materna, maior o número de espiroquetas na corrente sanguínea o que vai aumentando o risco de transmissão e gravidade (FEITOSA, ROCHA; COSTA; 2016). 
Ocorre geralmente na faixa etária de 20 a 40 anos, em que as mulheres estão sexualmente ativas. A partir do contato infeccioso, o período de incubação do Treponema pallidum é de 21 dias em média, e dependendo da resposta imunológica do hospedeiro o Treponema pallidum não é reconhecido, pois tem uma superfície celular lipídica para se mascarar dos leucócitos (OLIVEIRA, 2011).
 A penetração do T. pallidum, ocasiona uma resposta à defesa desenvolvendo uma lesão no local de inoculação, pois a imunidade não tem capacidade de proteção permitindo assim ao T. pallidum multiplicar-se e sobreviver por longos períodos depositados em qualquer órgão (MACHADO; TERRA, 2016).
3.2.3 Fase clinica da doença 
Sífilis primária 
Ocorre assim que há infecção pelo Treponema pallidum. Em torno de três semanas surge o cancro duro ou protossifiloma, primeiramente surge no local de inoculação do agente uma pápula rosada que logo irá evolui para um vermelho intenso, indolor com bordas endurecidas, com fundo liso e limpas. Recobertas por material seroso, geralmente é o único sintoma e muitas vezes passa despercebido, pois poderá estar localizado no colo uterino ou nas paredes vaginais, já no homem é mais frequente no prepúcio, sulco balanoprepucial e meato uretral, sendo que raramente também pode acometer intra-uretral. O cancro duro regride sem deixar cicatrizes (AVELLEIRA; BOTTINO. 2006). 
Caracteriza-se por uma lesão altamente infecciosa, rica em treponemas, e podem ser visualizados no microscópio em campo escuro. Normalmente nesta fase os testes não treponêmicos podem se tornar falso negativo. Sendo indicados nesta fase os testes treponêmicos, os quais se tornam positivos de 4 a 8 dias após o aparecimento do cancro, o tratamento indicado é penicilina benzatina 2.400.000 UI, intramuscular, em dose única (KALININ, NETO, PASSARELLI, 2015).
• sífilis secundária 
A doença volta à ativa após o período de latência que ocorre entre 6 a 8 semanas, acometendo desta vez os órgãos internos sendo caracterizada pela sífilis secundária, ocorre o acometimento das regiões palmares, plantares e na face, envolta do nariz e boca, apresentam-se como maculas eritematosas de curta duração regride espontaneamente em torno de 2 a 6 semanas, esta fase da doença pode apresentar alguns sintomas, como febre, fadiga, adenopatia, perda de peso e cefaleia (COSTA et al, 2017).
As manifestações clínicas são generalizadas tendo uma explosão de sinais e sintomas, pois as espiroquetas já se espalharam pelo corpo atingindo a pele e diversos órgãos, nesta fase os testes sorológicos tornam-se sempre positivos. Se a doença não for tratada pode evoluir para a fase de latência, o tratamento nesta fase da doença é a penicilina benzatina duas doses de 2.400.000 UI, intramuscular, com intervalo de uma semana entre cada dose, totalizando uma dose de 4.800.000 UI (KALININ, NETO, PASSARELLI, 2015).
• sífilis terciária 
 A sífilis tardia, também chamada de terciária, ocorre após o primeiro ano de evolução, chegando nesta fase às pessoas que foram tratadas inadequadamente ou não tratadas. A patologia se manifesta após o período de latência acometendo formas cutâneas, óssea, cardiovascular, neural (SANTOS, TERRA, 2019). 
É a fase mais grave da doença, geralmente ela se manifesta depois de anos, comprometendo a pele, sistema cardiovascular, nervoso, mucosas e as articulações. Os testes treponêmicos tendem a dar positivo nessa fase já os não treponêmicos tendem a dar falso-negativo. O tratamento nesta fase é penicilina benzatina 2.400.000 UI, intramuscular semanal, por três semanas, sendo a dose total de 7.200.000 UI (KALININ, NETO, PASSARELLI, 2015).
3.2.4 Diagnóstico da sífilis 
A principal forma de se estabelecer o diagnóstico da sífilis permanece sendo feito com a utilização de testes sorológicos, os quais são divididos em técnicas diretas que buscam identificar a bactéria, e técnicas indiretas, as quais buscam identificar respostas dos anticorpos ao corpo do hospedeiro no patógeno. A técnica indireta ainda é dividida em não treponêmicos (VDRL, RPR) e treponêmicos (TPHA, FTA-Abs, ELISA) (MESQUITA et al, 2012).
As técnicas diretas são utilizadas para fase precoce, sífilis primária e sífilis secundária, em que os cancros estão presentes, pois a técnica busca identificar a bactéria ou parte dela. Os testes diretos são: microscopia de campo escuro, Imunofluorescência Direta e Reação em Cadeia da Polimerase (NASCIMENTO, 2018).
Técnicas indiretas são classificadas em testes treponêmicos e não treponêmicos. Os Testes não treponêmicos podem ser qualitativos, o que indica a presença ou ausência de anticorpo na amostra, e quantitativos, que determina o título de anticorpos. É importante para o diagnóstico e para monitorar se o tratamento está sendo eficaz que o teste quantitativo deve ser feito quando o teste qualitativo der resultado reagente. Os testes não treponêmicos estão disponíveis nos laboratórios, apresentam baixo custo e possibilitam monitorar o tratamento da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).
Os testes treponêmicos identificam anticorpos específicos IgM e IgG contra componentes celulares do T.pallidum, que identificam a bactéria. São testes mais específicos que os não treponêmicos para diagnósticos, o teste treponêmico mais utilizado para diagnostico é o FTA abs (AVELLEIRA; BOTTINO. 2006). Em recém-nascidos não deve ser feito os testes treponêmicos (FTA-Abs, técnica de anticorpos fluorescentes), pois podem resultar em falso negativo (MACHADO et al, 2013).
Os testes FTA-abs e VDRL na sífilis primária só se tornam positivo após duas semanas ao surgimento do cancro, é uma reação de floculação muito sensível com possibilidade de 85%. O VDRL utiliza a cardiolopina que se encontrara elevada na presença da sífilis e leva a formação de flocos sendo visível no microscópico ótico, (PINHEIRO, 2011).
Nos recém-nascidos, quando as mães testarem positivo para a doença existem vários exames os quais o ministério da saúde recomenda para que ajudem no diagnóstico da sífilis congênita, sendo eles citados a seguir: hemograma completo, raios-X de ossos longos e pesquisa de outras infecções congênitas de transmissão sexual (SCHIMUNECK, 2017).
3.3 SÍFILIS CONGÊNITA 
A sífilis congênita é decorrente da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, vindo da gestante tratada inadequadamente ou não tratada, ao feto durante a gestação ou na hora do parto (FLORES, 2011).
A Sífilis Congênita ainda é uma das causas mais frequentes de morbimortalidade intra-uterina, por abortamento ou natimortos, e perinatal. Infelizmente resultando em complicações precoces tardias de nascidos vivos e óbitos infantis (SALGADO, 2019).
 A doença sífilis congênita apresenta dois estágios: a precoce surge até o segundo ano de vida e a tardia surge somente após o segundo ano de vida. Cerca de 70% dos casos de sífilis congênita precoce são assintomáticas, porém a criança pode nascer com prematuridade apresentando baixo peso, hepatomegalia, esplenomegalia, lesões cutâneas púrpuras, periostite, osteocondrite, pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório, icterícia, anemia, linfadenopatia generalizada, síndrome nefrótica, convulsão e meningite, trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia. Já na sífilis congênita tardia, as manifestações clínicas são raras, porém pode envolver vários órgãos, podendo manifestar os sintomas somente na vida adulta (SECRETARIA DA SAUDE, 2008).
Se a sífilis for diagnosticada após dois anos de idade é caracterizada como sífilis congênita tardia e suas características clínicas são irreversíveis, podendo acometer a tíbia em forma de lâmina de sabre, mandíbula curta, surdez, fronte olímpica, dentes deHutchinson, ceratite intersticial, molares em amora e surdez causada por lesão neurológica. Destaca-se ainda que a sífilis congênita é a patologia que mais acomete recém nascidos (NASCIMENTO, 2018).
A doença sífilis congênita ocorre devido à presença da espiroqueta Treponema pallidum na corrente sanguínea da gestante, atinge o feto atravessando a placenta. Mesmo sendo uma doença de fácil diagnóstico, de tratamento simples e de baixo custo ainda continua sendo um grande problema de saúde pública (IZEL, 2019). 
Quando o diagnóstico se dá no início da gestação e o tratamento com penicilina é feito corretamente pelo tempo certo é grande a chance da infecção não atingir o feto. Porém, caso a gestação esteja de tempo avançado a penicilina também tratará o feto, pois apresenta passagem transplacentária (NASCIMENTO, 2018).
O recém-nascido deverá ter acompanhamento ambulatorial por no mínimo dois anos, tendo consultas mensalmente ate o sexto mês ou ate testar negativo para a doença, aos 18 meses devera ser feito o teste FTA-abs para confirmação ou não da doença, ao completar 24 meses os Exames Oftalmológico, Neurológico, Audiológico deverão ser feitos para evitar agravos (SCHIMUNECK, 2017).
3.3.1 Transmissão congênita da sífilis 
É considerada uma patologia infectocontagiosa sistêmica crônica, vindo do Treponema pallidum, por disseminação hematogênica, em qualquer momento da gestação por via transplacentária, ou por via direta no canal vaginal no momento do parto (FRANÇA et al, 2015)
A transmissão pode ocorrer diretamente no canal do parto, ocorrendo à transmissão da sífilis congênita. Aproximadamente 40% dos casos podem progredir para aborto espontâneo, natimorto e óbito perinatal em mães não tratadas. A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da gestação e qualquer estágio da doença por via transplacentária, as probabilidades de transmissão variam de 50% a 100% se tratando da sífilis primária e secundária, e até 40% na sífilis latente precoce e já na sífilis latente tardia apenas 10%. A transmissão para o feto é maior quando a maior bactéria circulando no sangue (AVELLEIRA; BOTTINO. 2006). Se houver gestações continuas e não tratadas, a tendência é de redução progressiva da gravidade dos casos (FEITOSA; ROCHA; COSTA; 2016).
Também pode ocorrer a transmissão direta do Treponema pallidum por contato da criança pelo canal vaginal no parto apenas se houver lesões genitais maternas. Raramente há a possibilidade de transmissão durante o aleitamento, porém apenas ocorrerá se houver lesão mamária por sífilis (MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2006).
3.3.2 Controle da doença e cuidados pré–natal 
De acordo com a Resolução SS nº 41 de 24 de março de 2005, a recomendação do Ministério da Saúde é que deverá ser oferecido na primeira consulta de pré-natal teste não treponêmico (VDRL) para todas as gestantes, obrigatoriamente no primeiro trimestre de gestação e no início do terceiro trimestre (MINISTERIO DA SAUDE, 2008).
Diversos estudos nos indicam que para diminuição da incidência de agravos como baixo peso ao nascer, prematuridade e óbito perinatal é importante um acompanhamento pré-natal adequado, para evitar tais desfechos é avultoso que a assistência pré-natal oferecida cumpra os requisitos mínimos que tem sido atribuído apenas ao número mínimo de consultas e à época de início de acompanhamento (MAGALHÃES et al, 2011).
Durante o pré-natal são feitos três exames VDRL: dois são feitos durante o pré-natal e um no momento do parto. Se o acompanhamento pré-natal for feito adequadamente, gestante e parceiro forem tratados, a chance de reduzir o agravo da sífilis congênita é de quase 1 caso para 1000 nascidos vivos, torna-se mais difícil o tratamento em gestantes as quais não tem parceiro fixo podendo ter agravo da doença (PINHEIRO,2011).
As gestantes reagentes para sífilis após o tratamento devem fazer o teste VDRL mensalmente durante seis meses e trimestralmente após o segundo ano ou até apresentar resultado não reagente. É de suma importância iniciar no primeiro trimestre o tratamento para gestante e parceiro, notificar na carteira de gestante e também no sistema de notificações (MACHADO; TERRA, 2016).
Ao se iniciar o tratamento é importante que seja feito corretamente e completo para evitar sequelas no feto, será adequado o tratamento realizado com penicilina e que acabe trinta dias antes do parto, e o parceiro tenha sido tratado simultaneamente com a gestante (BUENO et al, 2015).
Existem alguns fatores que infelizmente ainda contribuem para o insucesso da diminuição desse agravo no país, que é a falta de solicitação de exames sorológicos para as gestantes pelos profissionais de saúde e a falta de abordagem de tratamento de seus parceiros sexuais os quais devem tratar e acompanhar a doença adequadamente (FRANÇA et al, 2015).
O controle da doença somente será possível quando haver consciência da gestante e para isso, deve ter orientação, palestras que atinjam a todos os níveis de serviços as saúde, gestantes devem ser informadas da importância do tratamento no inicio da gestação e de seus parceiros, que o tratamento seja feito adequadamente em ambos, enfatizar que a prevenção da sífilis congênita se dá antes e durante uma gestação. Além disso, deve-se incentivar o sexo seguro protegido sendo a única forma de prevenir uma DST (MACEDO, 2017).
No Brasil, durante a ultima década cerca de 99% das gestantes passam por pelo menos uma consulta de pré-natal antes do parto e 90% delas por pelo menos quatro consultas. Esse cenário deveria trazer um resultado diferente que a realidade, com níveis elevados de mortalidade infantil e maternal causada pela sífilis congenital, a causa desse realidade poderá estar no tratamento inadequado entre outros fatores, existe também negligencia de profissionais na hora da triagem, por desconhecimento (MACEDO, 2015).
3.4 AÇÕES DE GOVERNO NA ATENÇÃO A SÍFILIS 
A sífilis congênita continua um grande desafio para a saúde pública no Brasil, mostra-se com grande magnitude, necessita prioridades politicas para seu controle. Temos em nosso país o estabelecimento de vigilância epidemiológica o qual faz o reconhecimento da evolução dos casos ao longo do tempo (TAYRA, 2007).
A lei orgânica da saúde nº 8080, operacionalizou e instituíram as três esferas de governo no SUS, com repasse de verbas aos municípios, pois os municípios são os principais gestores de saúde pública. Esta lei favoreceu o acesso da população ao diagnóstico e tratamento nas unidades básicas de saúde (UBS), (BAGATINI, 2014).
O governo tem ampliado o número de testes rápidos distribuídos aos estados e municípios a fim de tornar mais acessível à população, e que seja feito na primeira consulta de pré-natal, a fim de diagnosticar a tempo de tratar a doença no primeiro trimestre com objetivo de evitar a contaminação fetal. Campanhas são feitas com intenção de conscientizar gestantes e seus parceiros da importância do tratamento, o qual também é disponibilizado no SUS (MINISTERIO DA SAUDE, 2016).
O governo federal em 2011 criou o Programa Rede Cegonha, com objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil. Este programa trouxe a incorporação dos testes rápidos de sífilis e HIV na atenção primária à saúde com objetivo de diagnóstico precoce (MACEDO, 2015).
3.5 CENÁRIO DO ESTUDO 
No Paraná, a taxa de detecção de gestantes com sífilis, em 2015 foi de 11,7 por mil nascidos vivos, em 2018. No Paraná a detecção de sífilis em gestantes foi 5,96 casos por mil nascidos vivos, a maioria dos casos foi em adolescentes sem parceiros fixos (BERTUSSO et al.2018).
Os casos estão distribuídos nas regiões, Sudeste com 53,5%, na Região Sul 22,1%, o Nordeste com 12,9% dos casos, Centro-Oeste 6,5%, e Norte com apenas 4,9% dos casos notificados no SINAN (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE | MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
Sabe-se que a crescente de casos de sífilis congênita não vem somente no Brasil e sim em âmbito mundial, sendo que o maior índice vem da região sudeste (FRANÇA et al, 2015).

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