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SÍFILIS CONGÊNITA ∎ C A D E I A D O P R O C E S S O I N F E C C I O S O ∎ D I S T R I B U I Ç Ã O D A D O E N Ç A ∎ N O T I F I C A Ç Ã O ∎ T R A T A M E N T O SÃO PAULO 2021 @e ste tot urq ue sa Brasil SÍFILIS CONGÊNITA ▪Como é a cadeia do processo infeccioso (ciclo epidemiológico)? ▪Como se dá a distribuição desta doença no Brasil e no mundo? ▪Como se dá a notificação? ▪Qual a profilaxia e tratamento no Brasil? SCAPS 3SCAPS 3 Notificação ---------------------------------------------------------------- Tratamento --------------------------------------------------------------- Profilaxia ------------------------------------------------------------------ Tratamento Medicamentoso ---------------------------------------- Recém-nascidos expostos ao Sífilis ------------------------------ Tratamento em Crianças com Cristalina e Benzilpenicilina-- Introdução --------------------------------------------------------------------- A persistência da Sífilis Congênita no Brasil ------------------------- Cadeia do Processo Infeccioso ------------------------------------------ Distribuição da doença no Brasil --------------------------------------- Vigilância Epidemiológica ------------------------------------------------- Bibliografia --------------------------------------------------------------------- Conclusão ----------------------------------------------------------------------- 1.1. Cadeia do processo infeccioso --------------------------------------- 2.1. Tríade Epidemiológica --------------------------------------------------- 3.1. Estudos de 23.894 mulheres infectadas ---------------------------- 4.1 Tratamento medicamentoso -------------------------------------------- Í N D Í C E F I G U R A S S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 página 5 página 6 página 7 página 7 página 5 página 6 página 7 página 8 página 9 página 9 página 9 página 9 página 10 página 11 página 11 página 13 página 13 Obs.: as mini figurinhas inseridas em títulos ou subtítulos são de acervo pessoal. T A B E L A S 4.1.Tabela (Protocolo de Profilaxia) -------------------------- página 12 G R Á F I C O S 2.1.Contágio da doença (Sífilis) ------------------------------------------- 3.1.Estudos de 23.894 mulheres infectadas --------------------------- página 7 página 8 Incidência da doença, tratamento, profilaxia, letalidade, persistência da doença. La sífilis es una ITS (infección de transmisión sexual) de nivel sistémico, puede considerarse curable y funciona en humanos. Su agente causal es Treponema pallidum, una bacteria gramnegativa del grupo de las espiroquetas, que fue descubierta a principios del siglo XX. Esta enfermedad es el resultado de la transmisión de la espiroqueta de Treponema pallidum desde el torrente sanguíneo de la gestante infectada al feto por vía transplacentaria y que, ocasionalmente, por contacto directo con la lesión en el momento del parto (transmisión vertical) también conduce a la infección del bebé. La transmisión vertical puede ocurrir en cualquier etapa del embarazo o de la enfermedad materna y puede ocurrir aborto, muerte fetal, prematuridad o una amplia gama de manifestaciones clínicas; sólo los casos muy graves son clínicamente evidentes al nacer, las lesiones pueden aparecer algún tiempo después. Tras la 1ª prueba del reactivo y la confirmación con la 2ª prueba, el inicio inmediato del tratamiento es fundamental y se incluye para los bebés infectados en los que la madre ha probado el reactivo. A sífilis é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) de nível sistêmico, pode se considerar curável e atua em humanos. Seu agente causador é pelo Treponema pallidum, uma bactéria Gram- negativa do grupo das espiroquetas, que fora descoberta no início do século XX. Esta doença é fruto do resultado da transmissão da espiroqueta do Treponema pallidum da corrente sanguínea da gestante infectada para o concepto por via transplacentária e que, ocasionalmente, por contato direto com a lesão no momento do parto (transmissão vertical) também leva a infecção do bebê. A transmissão vertical é passível de ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna e pode ocorrer aborto, natimorto, prematuridade ou um amplo espectro de manifestações clínicas; apenas os casos muito graves são clinicamente aparentes ao nascimento, podem aparecer as lesões algum tempo depois. Depois do 1º teste reagente e a confirmação com o 2º teste, se faz imprescindível o início imediato do tratamento e, inclui-se para bebês infectados em que a mãe testou reagente. epidemiologia do sífilis congênito, doença sexualmente transmissível, etiologia, contexto histórico da doença e tratamentos medicamentosos. sifilis, transmision, ITS, espiroqueta R E S U M O : PALAVRAS CHAVE: A B S T R A C T O : INDEXAÇÃO: PALABRAS CLAVE: @e ste tot urq ue sa A sífilis é uma IST de nível sistêmico, pode se considerar curável e exclusivamente uma doença que aparece no ser humano. Seu agente causador é pelo Treponema pallidum, uma bactéria Gram-negativa do grupo das espiroquetas, que fora descoberta no início do século XX, em 1905. A sífilis Congênita (SC) é resultante da transmissão da espiroqueta do Treponema pallidum da corrente sanguínea da gestante infectada para o concepto por via transplacentária e que, ocasionalmente, por contato direto com a lesão no momento do parto (transmissão vertical) também leva a infecção do bebê. A transmissão vertical é passível de ocorrer em qualquer fase gestacional ou estágio da doença materna e pode ocorrer aborto, natimorto, prematuridade ou um amplo espectro de manifestações clínicas; apenas os casos muito graves são clinicamente aparentes ao nascimento, podem aparecer as lesões algum tempo depois. A OMS estima que a ocorrência de sífilis atinja um milhão de gestações por ano em todo o mundo, acarretando a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais e colocando em risco de mor te pré-matura mais de 200 mil crianças. No Brasil, nos últimos cinco anos, foi observado um aumento constante no número de casos de sífilis em gestantes, sífilis congênita e sífilis adquirida. A atribuição pode ser pela elevação nos números de testagem, decorrente da disseminação dos testes rápidos, mas também à diminuição do uso de preservativos, à redução na administração da penicilina na Atenção Básica e ao desabastecimento mundial de penicilina, entre outros. Entre mulheres com sífilis precoce não tratada, 40% das gestações resultam em aborto espontâneo. A infecção congênita tem sido diagnosticada em apenas 1% a 2% das mulheres tratadas adequadamente durante a gestação, em comparação com 70% a 100% das gestantes não tratadas. Estima -se que, na ausência de tratamento eficaz, 11% das gestações resultarão em morte fetal a termo e 13%, em partos prematuros ou baixo peso ao nascer, além de pelo menos 20% d e recém-nascidos que apresentarão sinais sugestivos de SC. Os profissionais de saúde devem estar aptos a identificar as manifestações clínicas e classificar os estágios da sífilis, assim como a interpretar os resultados dos testes que desempenham função importante no controle do agravo, permitindo a definição do diagnóstico e o monitoramento da resposta terapêutica. A prevenção, o diagnóstico e o tratamento de gestantes e parcerias sexuais com sífilis deve m ser priorizados, principalmente, n a Atenção Básica. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. Se a doença não for tratada, a mesma pode evoluir para fases que comprometem a pele e órgãos internos como o coração, fígado e sistemanervoso central. A sífilis congênita é dividida em dois períodos: a precoce (até o segundo ano de vida) e a tardia (surge após o segundo ano de vida). Introdução 5 S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 @e ste tot urq ue sa Em tempo: Referido: Joshua M. Cooper, Ian C. Michelow, Phillip S. Wozniak, Pablo J. Sánchez pesar de décadas e décadas em que há experiência epidemiológica e clínica com sífilis materna e congênita, é sabido muito sobre a doença, porém, qualquer estágio/ fase da doença é importante para que problemas de saúde pública no Brasil e no resto das Américas podem enfim serem melhor controladas. Em meados de 2010, através da Organização Mundial de Saúde (OMS), aprovou-se uma "Estratégia e Plano de Ação para a Eliminação da Transmissão Materno-infantil do HIV e da Sífilis Congênita", objetivando a redução da incidência de sífilis congênita para ≤0,5 casos para 1.000 nascidos vivos (meta até 2015). Quatro anos após o início da estratégia visualizada (2014), 17.400 casos (1,3/1.000 nascidos vivos) de sífilis congênita foram de fato notificados em todas as Américas e em 17 países e com a persistência do trabalho, houve redução da transmissão materno-infantil da sífilis. No Brasil o processo e o decorrer da estratégia não se cumpriu, acarretando ao não cumprimento da eliminação ou erradicação da sífilis congênita, mas, ao contrário, a epidemia continua e resulta em mortalidade neonatal e fetal significativa. A sífilis congênita é uma doença evitável e não se pode abrir precedentes para sua ocorrência, mesmo que seja um caso apenas, já representa uma falha do sistema público de saúde. Os profissionais de saúde em educação continuada, podem auxiliar a população para que seja feito a prevenção necessária. Orientar sobre as complicações, o que incluem natimorto , prematuridade, hidropisia fetal não imune e mortalidade A neonatal . Além disso, menos assistência pré-natal foi associada a maior risco de morte e, mais importante, 59% das mortes ocorreram por volta de 31 semanas de gestação. Obviamente que, gestantes precisam ter acesso a cuidados pré-natais durante toda a idade gestacional e serem testadas sorologicamente para sífilis na primeira consulta pré-natal e, em áreas de alto risco, novamente com 28-32 semanas de gestação e parto. A OPAS esclarece que, 94% das mulheres grávidas em todas as Américas compareceram pelo menos uma consulta pré-natal durante a gravidez e quase 80% fizeram o teste de sífilis em algum momento durante a gravidez. No Brasil, foram entrevistadas 23.894 mulheres no pós-parto e relataram que 98,7% fizeram pelo menos uma consulta pré- natal, 89% tinham documentação de pelo menos um teste de sífilis nas fichas de pré- natal, mas apenas 41% adicionais fizeram um segundo teste. Portanto, entre 2011 a 2014, a OPAS demonstrou um aumento de 81% para 86% em mulheres infectadas com sífilis que tinham documentação de tratamento adequado, embora ainda estivesse abaixo de sua meta de 95%. Conclui-se que, não é de se espantar que a sífilis congênita continue sendo um grande problema no Brasil e no restante das Américas. 6 A persistência da sífilis congênita no Brasil Ref: https://doi.org/10.1016/j.rppede.2016.06.004 Figura 1.1 acervo pessoal - Romera, Natalia (2021), Desenvolvimento Fetal. S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 Capitulo 1 @e ste tot urq ue sa https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/congenital-syphilis https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/stillbirth https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/hydrops-fetalis https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/newborn-mortality https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/newborn-mortality https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/newborn-mortality https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/syphilis https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/congenital-syphilis https://doi.org/10.1016/j.rppede.2016.06.004 GORDIS, L. Epidemiology. W . B. Saunders Company, Philadelphia , 1996. Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Manual. Organização PanAmericana da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. É através de transmissão placentária. O agente infeccioso se determina por ser a bactéria Treponema pallidum e o hospedeiro reservatório é a mãe infectada. O modo de transmissão da doença é vertical transplacentária. A porta de saída é indicada por meio do sangue materno e a porta de entrada é através do sangue fetal. E o seu hospedeiro definitivo é apontado pelo feto. A cadeia do processo infeccioso incide em hospedeiro, infectividade, patogenicidade e virulência e estão conceituadas respectivamente em: Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes que, em circunstâncias naturais, permite a subsistência e o alojamento de uma gente infeccioso. Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder alojar-se e multiplicar- se dentro de um hospedeiro, ocasionando a infecção. Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em pessoas infectadas em maior ou menor proporção. Virulência: à medida da virulência é o número de casos graves e fatais em proporção ao número total de casos aparentes. Cadeia do processo infeccioso (ciclo epidemiológico) - geral Como é a cadeia do processo infeccioso (ciclo epidemiológico na SÍFILIS )? É o modelo tradicional de causalidade das doenças transmissíveis. A doença é o resulta do da interação, veja a figura: 7 Capitulo 2 Figura 2.1 Romera, Natalia (2021) - Tríade Epidemiológica S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 Tríade Epidemiológica Hospedeiro Vetor agente ambiente 70% Gráfico 2.1 Romera, Natalia (2021) - Contágio da Doença Contágio da Sífilis nas fases primárias e secundárias Nas fases primárias e secundárias (via transplacentária e canal de parto há de 70% a 100% de contágio, trazendo a ressalva que em 30 % dos casos pode ocorrer contágio na fase tardia da sífilis (terciária) a exemplo: a amamentação nestes casos. @e ste tot urq ue sa ALMEIDA FILHO, N. e M. Z. Rouquayrol. Introdução à Epidemiologia Moderna. Salvador, Apce Produtos do Conhecimento e ABRASCO, 1990. Diretrizes do OPAS A sífilis congênita no mundo, em 2010 através da "Estratégia e Plano de Ação para a Eliminação da Transmissão Materno-infantil do HIV e da Sífilis Congênita", visualizou através da OMS (Organização Mundial da Saúde) que, até o ano de 2015, seria viável uma redução significativa que erradicasse ou eliminasse a doença e a estratégia viabilizava que deveriam ser 0,5 casos para cada 1000 nascidos vivos e em 2014, os dados foram de 1,3 para 1000 nascidos vivos, isto é, que foram notificados em todas as Américas e mais 17 países. No Brasil foi diferente, a meta não atingida e a menor assistência pré-natal foi associada a maior risco de morte e, mais importante, 59% das mortes ocorreram por volta de 31 semanas de gestação. Obviamente que, gestantes precisam ter acesso a cuidados pré-natais durante toda a idade gestacional e serem testadas sorologicamente para sífilis na primeira consulta pré-natal e, em áreas de alto risco, novamente com 28-32 semanas de gestação e parto. A OPAS esclarece que, 94% das mulheres grávidas em todas as Américas compareceram pelo menos uma consulta pré-natal durante a gravidez e quase 80% fizeram o teste de sífilis em algum momento durante a gravidez. A dificuldade foi incentivar essas mulheres a fazerem o segundo teste, sendo mais de 40% delas resistentes. A eliminação está longe de se findar, mas todas as orientações feitas pelos profissionais da saúde são bem-vindas e podem de alguma maneira suprimir os resultados futuros. Distribuição da doença no Brasil e no mundo 8 Figura 3.1 acervo pessoal - Romera, Natalia (2021).Foram 23.894 mulheres infectadas por sífilis que parte delas não fizeram o segundo exame. S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 Capitulo 3 3.2 - A OPAS demonstrou um aumento de 81% para 86% em mulheres infectadas com sífilis que tinham documentação de tratamento adequado, embora ainda estivesse abaixo de sua meta de 95%. A sífilis congênita é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo, antes somente da malária. No dia 28 de fevereiro de 2019 novas estimativas publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostraram que, em 2016, havia mais de meio milhão (cerca de 661 mil) de casos de sífilis congênita no mundo, resultando em mais de 200 mil natimortos e mortes neonatais. É visto que cerca de 86% dos registros de sífilis congênita na América Latina acontecem no Brasil. No Brasil a doença se agrava mais no Sudeste com 42,5% dos casos, em seguida se determina por ser o Nordeste com 30,0% casos, o Sul com 13,5% dos casos, Norte com 8,4% dos casos e por último Centro Oeste com 5,6% dos casos. Como é a cadeia do processo infeccioso (ciclo epidemiológico na SÍFILIS )? Figura 3.1 acervo pessoal - Romera, Natalia (2021). Segundo teste de Sífilis e teste rápido para sífilis. Estudo que demonstrou a evolução da doença no Brasil @e ste tot urq ue sa https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/syphilis Tayra, A. P Sistema de Vigilância Epidemiológica da Sífilis Congênita no Estado de São Paulo [Dissertação de Mestrado]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2001. http://www2.ebserh.gov.br/documents/219273/1426440/sifilis_adquirida.pdf/3f5a68d8-3439-4a89-ae5b- 35c3ca48de63 Vigilância Epidemiológica Como se dá a notificação da SÍFILIS? A notificação compulsória e a vigilância epidemiológica devem ser consolidadas e expandidas, visando a conhecer a magnitude e medir a tendência dos agravos para o planejamento das ações de controle. O sistema de saúde precisa estar preparado para implementar estratégias de prevenção e de intervenção terapêutica imediata, garantindo também a disponibilização de insumos, a confidencialidade e a não discriminação. A notificação é obrigatória no caso de sífilis adquirida, sífilis em gestante e sífilis congênita em gestantes, parturientes ou puérperas e a criança exposta ao risco de complicações, conforme a Portaria vigente. Essa notificação compulsória é à nível nacional desde o ano de 1986, sendo a manifestação da sífilis em gestante, desde 2005; e a sífilis adquirida, desde 2010. 9 Ficha de Investigação da Sífilis S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 Capitulo 4 A notificação é dada de acordo com a Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. A sífilis é uma doença de notificação imediata (24h) tanto por transmissão horizontal quanto vertical. @e ste tot urq ue sa Berman, SM. Maternal Syphilis: Pathophysiology and Treatment. Bull World Health Organization 2004, 82(6): 433- 438. A testagem para sífilis está preconizada na gestação e na 1ª consulta de pré-natal, que seja feito no 1º trimestre, no início do 3º trimestre (a partir da 28ªsemana), no momento do parto ou em caso de aborto, exposição de risco e violência sexual. Em todos os casos de gestantes, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponênico ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste. A penicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para tratamento adequado das gestantes. Embora outros antibióticos (como as tetraciclinas orais e os macrolídeos) tenham sido utilizados para tratamento de sífilis em adultos, estes não são recomendados no período da gestação por causa da toxicidade ao feto, ou por não atravessarem a barreira placentária. Há ainda relatos de resistência do Treponema pallidum aos macrolídeos. Profilaxia e tratamento da SÍFILIS A profilaxia inicia com a conscientização da população sobre ISTs, uso de preservativos, acompanhamento da gestante no pré-natal e do seu parceiro e diagnóstico precoce. O tratamento é realizado com a administração de penicilina benzatina, com início até 30 dias antes do parto, respeitando os intervalos recomendado das doses e dias, com esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis. Comumente conhecido como o grupo de antibióticos que tiveram a eritromicina como único representante de uso clínico geral por 40 anos. O termo “macrolídeo” está relacionado com a estrutura – um anel de lactona, de vários membros, ao qual se ligam um ou mais desoxi-glicóis. 1 0 S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 MacrolídeosMacrolídeos Não existem estudos controlados em gestantes que tenham determinado a eficácia da ceftriaxona no tratamento do feto, e por isso esta não é uma medicação recomendada para o tratamento de sífilis na gravidez. Segundo protocolo da OMS, para gestante com sífilis latente recente, em situações especiais como o desabastecimento, pode-se utilizar ceftriaxona 1g, via intramuscular, por dez a 14 dias. Mas será necessário notificar/investigar e tratar a criança para sífilis congênita. Para os casos de sífilis tardia ou de duração desconhecida, não existem outras opções terapêuticas na literatura. Qual a profilaxia e tratamento da SÍFILIS no Brasil? Ceftriaxona Figura 4.1 acervo pessoal - Romera, Natalia (2021). Tratamento Medicamentoso. @e ste tot urq ue sa Para as crianças com sífilis congênita que apresentam neurossífilis, a cristalina é o medicamento de escolha, sendo obrigatória a internação hospitalar. Na ausência de neurossífilis, a criança com sífilis congênita pode ser tratada com benzilpenicilina procaína fora da unidade hospitalar, por via intramuscular, ou com benzilpenicilina potássica/ cristalina, por via endovenosa, internada. A benzilpenicilina benzatina é uma opção terapêutica, mas restrita às crianças cuja mãe não foi tratada ou foi tratada de forma não adequada, e que apresentem exame físico normal, exames complementares normais e teste não treponêmico não-reagente ao nascimento. A única situação em que não é necessário tratamento é a da criança exposta à sífilis (aquela nascida assintomática, cuja mãe foi adequadamente tratada e cujo teste não treponêmico é não-reagente ou reagente com titulação menor, igual ou até uma diluição maior que o materno). O tratamento apropriado de sífilis congênita dentro dos primeiros três meses de vida é capaz de prevenir algumas manifestações clínicas (mas não a todas). A ceratite intersticial e as deformidades ósseas, com o a tíbia em “lâmina de sabre”, podem ocorrer ou progredir mesmo com terapia adequada. Stoll BJ, Lee FK, Larsen S, cols.. Clinical and serologic evaluation of neonates for congenital syphilis: a continuing diagnostic dilemma. J Infect Dis 1993; 167:1093-9 A avaliação inicial da criança exposta à sífilis ou com sífilis congênita é realizada especialmente na maternidade/casa, considerando os seguintes aspectos: diagnóstico da infecção na criança. Assim, esse diagnóstico exige uma combinação de avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. É essencial garantir o seguimento de todas as crianças expostas à sífilis, excluída ou confirmada a doença em uma avaliação inicial, na perspectiva de que elas podem desenvolver sinais e sintomas mais tardios, independentemente da primeira avaliação e/ou tratamento na maternidade. O referenciamento da criança exposta no momento da alta compete à maternidade ou casa d e parto. Tratamento em crianças com Cristalina e Benzilpenicilina Crianças diagnosticadas com sífilis congênita após um mês de idade e aquelas com sífilis adquirida deverãoser tratadas com benzilpenicilina potássica/cristalina. Tratamento da Sífilis Congênita no período pós-natal 1 1 Bebês expostos ao Sífilis ao nascer Histórico materno de sífilis quanto ao tratamento e seguim ento na gestação; Sinais e sintomas clínicos da criança (na maioria das vezes ausentes ou inespecíficos); Teste não treponêmico periférico da criança comparado com o da mãe. Não existe uma avaliação complementar que determine com precisão o S Í F I L I S C O N G Ê N I T A S C A P S 3 @e ste tot urq ue sa CDC – Centers for Disease Control and Prevention. Congenital syphilisNew York City, 1986-1988. MMWR 1989;38(48):825-9. 1 2 Prevenir IST em mulheres em idade fértil Protocolo profilático: A prevenção combinada da IST especificamente, como a sífilis, contempla diversas ações de prevenção e assistência, distribuídas em três áreas estratégicas com componentes específicos, conforme sintetiza o quadro: P A R T O O U C U R E T A G E M G E S T A Ç Ã OA N T E S D A G E S T A Ç Ã O Evitar a transmissão para o concepto Reduzir a morbomortalidade População geral Gestantes no pré-natal Recém-nascidos VDRL no 1º e 3º trimestre da gestação; Tratar a gestante e parceiro. VDRL em parturientes, se positivo, investigar o recém-nascido e efetuar o tratamento. Diagnóstico e tratamento precoce. Uso de preservativo. Objetivos gerais Grupo alvo Principais atividades QUADRO 4.1 - O diagnóstico deve ser precoce e o tratamento imediato, com o menor tempo de espera possível, podendo este ser aproveitado para a realização de ações de informação/educação em saúde individual e coletiva. Estudos de análise de fluxo de pacientes apontaram que a maior parte do tempo em que pessoas permanecem nos serviços de saúde não representa uma interação produtiva. O atendimento imediato de uma pessoa com IST não é apenas uma ação curativa, mas também visa à interrupção da cadeia de transmissão e à prevenção de outras IST e complicações decorrentes das infecções. S C A P S 3S Í F I L I S C O N G Ê N I T A @e ste tot urq ue sa S C A P S 3S Í F I L I S C O N G Ê N I T A CONCLUSÃO A sífilis é uma doença cujo tratamento e controle é imprescindível para romper-se a cadeira de transmissão do treponema. São necessárias mais políticas públicas que incentivem o uso do preservativo, o cuidado com materiais perfuro cortantes e o acompanhamento do pré-natal para que maiores complicações sejam evitadas. Também se faz necessário o aconselhamento do paciente procurando mostrar a importância da comunicação com o parceiro e a preparação e planejamento das equipes de saúde no combate a esta doença. MÉTODO Foram conduzidas análises descritivas de incidência e prevalência da doença em epidemiologia, o que auxilia a delinear indivíduos que negligenciam otratamento mesmo após a detecção da doença. Muitas mulheres fazem o tratamento após o agravamento ou surgimento dela. A configuração do trabalho se deu a partir do autor Robbins, Stanley L. (2013) Patologia Básica para tratar especificamente do tema da doença, sistema imunológico e a evasão imune e sua patogenia, conforme a etiologia da doença e um artigo científico que tratava da persistência da doença no Brasil. ACESSO DA WEB: https://doi.org/10.1016/j.rpped.2016.06.001 BIBLIOGRAFIA 1.ROBBINS, Stanley L (2013); Patologia básica; 17:673, 674; 2.Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010 -2013. Nonato. S.; A.; et al.; publicado na revista de epidemiologia e serviços de saúde, Brasília, 2015; 3.Aspectos Imunopatogênicos da Sífilis Materno-Fetal: Revisão de Literatura. Casal, C.; A.; D.; et al; Universidade Federal do Pará (UFP), 2012; 1 3 4.Atenção a Saúde do Recém-nascido, Guia para os Profissionais em Saúde, Intervenções Comuns, Icterícia e Infecções. Capítulo 16, volume 2, Brasília (DF), 2014; 5.Tratado de Pediatria, Sociedade Brasileira d e Pediatria (SBP), seção 14, capítulo 13, 4 edição 2017; 6.Princípios d e Farmacologia, A Base Fisiopatológica d a Farmacologia, Golan, 3 edição, 2013; 7.OPAS BRASIL. Organização Mundial da Saúde publica novas estimativas sobre sífilis congênita. 2019. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php? option=com_content&view=article&id=5879: organizacao-mundial-da-saude-publica- novas-estimativas-sobre-sifilis- congenita&Itemid=812. Acesso em: 13 de out. 2019 8.CDC – Centers for Disease Control and Prevention. Congenital syphilisNew York City, 1986-1988. MMWR 1989;38(48):825-9.@e ste tot urq ue sa https://doi.org/10.1016/j.rpped.2016.06.001 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5879:organizacao-mundial-da-saude-publica-novas-estimativas-sobre-sifilis-congenita&Itemid=812
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