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DIREITO ADMINISTRATIVO I
PROF. M.e JOSEMAR BRANCO

Teve origem na França no século XVIII, na época do Iluminismo, com a Revolução Francesa de1789. 
As ideias revolucionárias visavam a combater o poder absoluto do Rei, de modo a fazer com que o Estado respeitasse os direitos individuais. Buscava-se a submissão do Estado à lei e a separação de Poderes para combater os desmandos do governante e propiciar existência digna a todos.
ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Hely Lopes Meirelles – Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins desejados do Estado.
Celso Antônio Bandeira de Mello - Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina o exercício da função administrativa. 
Maria Sylvia Di Pietro – Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública 
NOÇÕES GERAIS CONCEITOS

É ramo do direito público;
É direito não codificado;
É direito não contencioso; 
Possui princípios Constitucionais(art. 37, CF\88) e Infraconstitucionais;
Objetiva o estudo da organização e estrutura da adm. Pública
Sinteticamente: É o conjunto de normas e princípios que disciplinam a administração pública
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAL

As Leis (fontes primarias);
A Doutrina(sistema teórico);
A Jurisprudência(reiterados jugados);
O Costumes(atos rotineiros e repetitivos).
FONTES DO DIREITO ADM.

É o Regime de Direito Público que está submetida a Administração Pública, observando de forma sine qua nom as normas de caráter público, onde o interesse da coletividade tem que prevalecer como escopo único dos atos administrativos praticados pelo Administrador Público 
REGIME JURÍDICO ADMIISTRATIVO

Prerrogativas - quando oferece ao Agente Público, dentre outras atribuições, o Poder de Policia, no qual há a utilização do poder imperativo.
Restrições - no que diz respeito à emissão dos atos administrativos, que devem estar sempre vinculados à finalidade pública, sob pena de serem declarados nulos de pleno direito, em virtude da presença de uma ilegalidade que causa um vício insanável na formulação do ato e compromete toda estrutura. 
NORMAS DE NATUREZA PÚBLICAS 

Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado
Ex. Nas desapropriações, onde o interesse público se sobrepõem ao direito de propriedade assegurado ao particular, ressalvando as indenizações previstas em Lei.
PRINCIPAL REQUISITO QUE COMPÕEM O REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

RELAÇÃO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO
 Direito Administrativo
Direito Constitucional;
Direito Tributário e Financeiro;
Direito Penal;
Direito Processual;
Direito do Trabalho;
Direito Econômico;
Direito Internacional;
Sociologia ;
Economia Politica;
Etc.

Conjunto de atividades preponderantemente executória de pessoas jurídicas de Direito Público ou delas delegatárias, gerindo interesses coletivos, na prossecução dos fins desejados, pelo Estado.(Diogo de Figueiredo Moreira Neto)
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Existe em todos os níveis das esferas do Governo, e em seus poderes. É em si, a própria adm. Pública;
É o próprio Governo que atua diretamente por meio dos seus Órgão, isto é, das unidades que são simples repartições interiores de sua pessoa e que por isto dele não se distinguem;
São órgão despersonalizados, ou seja, não possuem personalidade jurídica própria, portanto, não são capazes de contrariar direitos e obrigações por si próprio, são simples repartições de retribuições, e necessitam de um representante legal(agente público) para constituir a vontade de cada um deles. Trata-se da desconcentração do poder na Adm. Pública. 
O Estado é ao mesmo tempo o titular e o executor do serviço público;
Adm. Pública Direta\Centralizada

É a atuação estatal de forma indireta na prestação dos serviços públicos que se dá por meio de outra pessoas jurídicas, distintas da própria entidade politica, a qual recebe poderes de gerir áreas da Administração Pública por meio de outorga.
Outorga é quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere por Lei, determinados serviços públicos ou de utilidade pública
Adm. Pública Indireta\Descentralizada

OBS.: Nesta descentralização de poderes não há vinculo hierárquico entre a Adm. Central e as Entidades que receberam a titularidade e a execução destes poderes, portanto, as entidades não são subordinadas ao Estado. O que existe na relação entre ambas é um poder chamado de CONTROLE com atribuição de fiscalização.
Adm. Pública Indireta\Descentralizada

Controle é o poder que a Administração Central tem de influir sobre a pessoa descentralizada. Assim, enquanto os poderes do hierarca são presumidos, os do controlador só existem quando previsto em Lei e se manifestam apenas em relação aos atos nela indicado. (Celso Antônio Bandeira de Mallo)
OBS.: Estas Entidades são personalizadas, possuem vontade e capacidade de exercer direito e contrair obrigações por si próprios.
Adm. Pública Indireta\Descentralizada

Adm. Pública Indireta\Descentralizada
Entidades da Adm. Indireta
Autarquias
Empresas Públicas
Sociedades de Economias Mista
Fundações Públicas

Autarquia – Criada pelo próprio Governo, através de uma Lei Específica(trata de um tema pré-determinado), para exercer uma função típica, exclusiva do Estado.
Independem de registro e são organizadas por Decreto. Tem o seu fim específico voltado para a coletividade.
Ex. INSS na área de saúde, UFMG na área da educação,
IBAMA na área ambiental, etc. podendo ser ainda Federal, Estadual ou Municipal.
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

Autarquias “São pessoas jurídicas de Direito Público de capacidade exclusivamente administrativa, não tem autonomia politica não tem poderes para fazer Leis” (CELSO Antônio Bandeira de Mello) 
Regime Jurídico de Pessoal:
Estatutário, servidor público ocupa cargos públicos;
Celetista, empregado público ocupa emprego público(Leis trabalhistas, CLT).
OBS.: Tem patrimônio próprio. 
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

Empresas Públicas – São empresas com personalidades jurídicas de Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta que exercem função atípica. As normas que incidem nestas entidades são em sua maioria de direito privado, proveniente do Código Civil. São autorizadas por Lei especifica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades econômica. Também é necessário o registro dos seus estatutos sociais no cartório público competente
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

As prestadoras de serviços públicos exercem atividades essenciais(serviço de postagem e aéreos, CORREIOS e INFRAERO) para a coletividade.
As exploradoras de atividades Econômicas fornecem serviços não essenciais(serviços bancários, CAIXA ECONOMICA FEDERAL).
OBS.: 1. Seu capital é integralizado exclusivamente com recursos públicos(federal, estadual ou municipal);
2. Pode ser instituídas sobre qualquer forma de sociedade permitida em Lei, tem regime jurídico de pessoal celetista. 
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

Sociedade de Economia Mista – são empresas com personalidade jurídica de Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta que exercem função atípica. 
OBS.: 1. Suas normas são do Direito Privado;
2. Seu capital é constituído por recursos públicos e privados, sendo a maioria das ações do Estado(ao menos 51%)
3. São autorizadas por Leis Especificar a funcionar como prestadoras de serviços públicos (COMPESA,CHESF,CEMIG,etc.), ou exploradora de atividades econômica (BANCO do BRASIL) 
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

Fundação Pública –são entidades integrantes da Administração Pública Indireta, formadas por um patrimônio personalizados, destacados por um fundador(no caso da Fundação Pública, vinculado a uma das esferas de Governo), para uma finalidade específica. Não podem ter como fim o lucro, mas, nada impede que, pelos trabalhos desenvolvidos o lucro aconteça. Neste caso, esta receita não poderá ser repartida entre seus dirigentes, devendo, ser aplicada na função especifica para qual a entidade fora criada(art. 37, XIX, CF\88). 
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

OBS.: 1. quem destacou o patrimônio para a constituição da Fundação define o regime a ser seguido. Se foi um particular, temos uma Fundação Privada, se foi ente público, teremos uma Fundação Pública;
2. As Fundações Privadas não compõem a Administração Pública Indireta, pois seu capital é privado(ex. Fundação Roberto Marinho);
3. As Fundações Públicas compõem a Administração Pública Indireta, e quanto a sua natureza jurídica, temos divergências doutrinarias. Porém a posição majoritária é que as duas são possíveis, tanto a Fundação Pública com personalidade jurídica de Direito privado quanto a Fundação Pública com personalidade jurídica de Direito Público 
4. O Estado poderá criar Fundações regidas pelo Direito Público ou autorizar por Lei Fundações regidas pelo Direito Privado, devendo, em ambos casos, ser editada uma Lei Complementar para deferir suas áreas de atuação(Art. 37, XIX, CF\88) 
Entidades Integrantes da Administração Pública Indireta

Governo – é atividade política e discricionária; é conduta independente; comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade profissional pela execução.
Administração – é atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica; é conduta hierarquizada; executa sem responsabilidade constitucional ou política, mas com responsabilidade técnica e legal pela execução.
É o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções política de Governo
Direito Administrativo

Logo temos que o Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das Leis, atuam por intermédio de suas entidades(pessoas jurídicas), de seus órgãos(centro de decisões) e de seus agentes(pessoas físicas investidas em cargos e funções). 
Direito Administrativo

Entidades é pessoa jurídica.
Entidades Estatais – são pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos, tais como União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal.
Entidades Empresariais – são pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas sob a forma de sociedade de economia mista ou empresas públicas, com a finalidade de prestar serviço público que possa ser explorado no modo empresarial, ou de exercer atividade econômica de relevante interesse coletivo.
Entidades Paraestatais – são pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a prestar serviços ou realizar atividades de interesse coletivo\público, mas não exclusivo do Estado(ex SESI, SESC, SENAI, etc.), são autônomas, administrativa e financeiramente, têm patrimônio próprio e operam em regime de iniciativa particular, na forma de seus estatutos, ficando sujeitas apenas à supervisão do órgão central, são chamados de entes de cooperação com o Estado
 
Direito Administrativo

Órgãos Públicos – são centro de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. São unidades de ação com atribuições específicas na organização estatal. Cada órgão, como centro de competência governamental ou administrativo, tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica. Depende para sua criação ou extinção de Lei, de iniciativa privativa do Chefe do Executivo(CF\88, art. 48,XI, e 61, & 1º, “e”), observadas ainda as alíneas “a” e “b” do art. 84, VI, que lhe permite, privativamente, dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da administração, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Direito Administrativo

Classificação dos Órgãos Públicos
Órgãos Independentes, autônomos, superiores e subalterno: quanto à posição estatal, ou seja, relativamente à posição ocupada pelos órgãos na escala governamental ou administrativa;
Órgãos simples ou compostos: quanto à estrutura de funcionamento;
Órgãos singulares ou colegiados: quanto à atuação funcional;
Direito Administrativo

Órgãos Independentes ou Primários do Estado – são os originários da Constituição e representativos dos Poderes de Estado(Legislativo, Executivo e Judiciário). Ex Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, Chefias de Executivos, os Tribunais Judiciários e os juízos singulares, o Ministério Público, Tribunais de Contas, etc..
Direito Administrativo

Órgãos Autônomos – são os localizados na cúpula da administração, imediatamente abaixo dos órgão independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Ex os Ministérios, as Secretárias de Estado e de Município, a Advocacia-Geral da União, bem como todos os demais órgãos subordinados diretamente aos Chefes de Poderes, aos quais prestam assistência e auxílio imediato.
OBS. Seus dirigentes, em regra, não são funcionários, mas sim agentes políticos nomeados em comissão. 
Direito Administrativo

Órgãos Superiores – são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeito à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira, sua liberdade funcional restringe-se ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua área de competência, com responsabilidade pela execução, geralmente a cargo de seus órgãos subalterno. Ex Gabinetes, Secretárias –Gerais, Inspetorias-Gerais, Procuradorias Administrativas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões.
OBS. O nome dado ao órgão é irrelevante, o que importa para caracterizá-lo é a preeminência hierárquica na área de suas atribuições. 
Direito Administrativo

Órgãos Subalternos – são todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Destinam-se à realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos administrativos, cumprimento de decisões superiores e primeiras soluções em casos individuais, tais como os que, nas repartições públicas, executam as atividades-meios e atendem ao público, prestando-lhe informações encaminhando seus requerimentos, como são as portarias e seções de expedientes. 
Direito Administrativo

Órgãos Simples ou Unitário – são os constituídos por um só centro de competência. Essa unilateralidade tem levado alguns autores a identificar o órgão simples como o cargo de seu agente e com o próprio agente, o que é um erro; pois o órgão é a unidade de ação, o cargo é o lugar reservado ao agente, e o agente é a pessoa física que exercita as funções do órgão. 
Direito Administrativo

Órgãos Compostos – são os que reúnem na sua estrutura outro órgão menores, com função principal idêntica(atividade-fim realizada de maneira desconcentrada) ou com funções auxiliares diversificadas(atividades-meios atribuídas a vários órgão menores). 
Ex. Secretária de Educação(órgão composto, porém em sua estrutura tem varias unidades escolares) todas subordinadas hierarquizadamente ao órgão maior.
Direito Administrativo

Órgãos Singulares ou Unipessoais – são os que atuam e decidem através de um único agente, que é seu chefe e representante.
Ex. Presidência da República, as Governadorias dos Estados, as Prefeituras Municipais.
Direito Administrativo
Órgãos Colegiados ou Pluripessoais – são todos aqueles que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária da vontade de seus membros. Nestes órgãos não prevalece a vontade individual de seu chefe ou presidente, nem a de seus integrantes isoladamente, o que se impõe e vale juridicamente é a decisão da maioria, expressa na forma legal, regimental ou estatutária.
Ex. Corporações Legislativas, os Tribunais, as Comissões, etc..
Direito Administrativo

AGENTES PÚBLICOS -São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Os agentes normalmente desempenham funções do órgão, distribuídas entre os cargos de que são titulares, mas excepcionalmente podem exercer funções sem cargo.
 CARGOS - são os lugares criados no órgão para serem providos por agentes que exercerão as suas funções na forma legal.
Direito Administrativo

ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS
I. Agentes Políticos;
II. Agentes administrativos;
III. Agentes Honoríficos;
IV. Agentes Delegados;
V. Agentes credenciados.
Direito Administrativo

AGENTES POLÍTICOS - São os componentes do Governo nos primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. Têm normas específicas para sua escolha, investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que lhe são privativos.
EXEMPLOS: os Chefes do Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores, etc); os membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os representantes diplomáticos, etc.
Direito Administrativo

AGENTES ADMINISTRATIVOS - São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades autárquicas ou fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem. Os agentes administrativos não são membros de Poder de Estado, nem o representam, nem exercem atribuições políticas ou governamentais; são unicamente servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, encargos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou entidade a que servem, conforme o cargo, emprego ou a função em que estejam investidos, para efeitos criminais, são considerados funcionários públicos, nos termos do art. 327 CP.
EXEMPLOS: 1) servidores públicos concursados( art. 37, II); 
	 2) Servidores públicos exercentes de cargos ou empregos em comissão titulares de cargo ou emprego público(art. 37, V);
	 3) Servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público(art.37, IX)
 
Direito Administrativo

AGENTES HONORÍFICOS - São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado., em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração , são os serviços chamados de Múnus Público ou Serviços Públicos Relevantes.
EXEMPLO: Função de jurados; de mesário eleitoral, de comissário de menores. etc.
 OBS.: Os agentes honoríficos não são servidores públicos, mas momentaneamente exercem uma função pública e, enquanto a desempenham, sujeitam-se à hierarquia e disciplina do órgão a que estão servindo. Somente para fins penais é que esses agentes são equiparados a funcionários públicos quanto aos crimes relacionados com o exercício da função.
Direito Administrativo
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AGENTES DELEGADOS - São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem representantes do Estado.
 EXEMPLOS: Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os serventuários de ofícios ou cartórios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intérpretes públicos, etc.
Direito Administrativo

AGENTES CREDENCIADOS - São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.
Direito Administrativo
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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os princípios são idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de seu modo de organizar-se. Os princípios determinam o alcance e sentido das regras de um determinado ordenamento jurídico. 
 
Os princípios fundamentais informadores de toda a atividade da Administração Pública encontram-se, explícita ou implicitamente, insculpidos no texto da Constituição Federal. Dentre os princípios informadores da atividade administrativa, avultam em importância aqueles expressos no caput do art. 37 da Constituição Federal 88. Donde após a promulgação da Emenda Constitucional nº 19/98, cinco passaram a ser estes princípios explícitos, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado pela Emenda referida).
A Lei nº 9.784/99, que trata dos processos administrativos no âmbito federal, também incluiu, em seu art. 2º, a eficiência no rol dos princípios norteadores da Administração Pública, juntamente com os princípios da legalidade, da finalidade, da motivação, da razoabilidade, da proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica e do interesse público.
Direito Administrativo
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - A legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não pode se afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido.
A formulação mais genérica deste princípio encontra-se no inciso II do art. 5º da CF\88, onde se insculpem os direitos e garantias fundamentais em nosso ordenamento jurídico. Lemos, no dispositivo, que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Como o art. 5º trata de direitos individuais, voltados essencialmente, portanto, à proteção dos particulares contra o Estado, temos como corolário deste inciso II do art. 5º que aos particulares é lícito fazer tudo aquilo que a lei não proíba.
Direito Administrativo

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE(cont.)
Podemos de pronto perceber que a assertiva anterior é totalmente inaplicável à atividade administrativa, pois, enquanto para os particulares a regra é a autonomia da vontade, para a Administração a única vontade de que podemos cogitar é a VONTADE DA LEI, sendo irrelevante a vontade pessoal do agente.
O princípio da legalidade, devido a sua importância, encontra-se enunciado relativamente aos mais diversos ramos do Direito. Assim, exemplificando, para o Direito Penal, “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” (CF, art. 5º, XXXIX).
No que concerne ao Direito Administrativo, a Constituição Federal não estabeleceu um enunciado específico para o princípio em comento. Podemos, entretanto, afirmar que neste ramo do Direito Público, a legalidade traduz a idéia de que a Administração, no exercício de suas funções, somente poderá agir conforme o estabelecido em lei. Inexistindo previsãolegal para uma hipótese, não há possibilidade de atuação administrativa, pois a vontade da Administração é a vontade expressa na lei, sendo irrelevantes as opiniões ou convicções pessoais de seus agentes.
Assim, diz-se que a administração, além de não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a atividade administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas apenas secundum legem). Os atos eventualmente praticados em desobediência a tais parâmetros são atos inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela própria Administração que o haja editado ou pelo Poder Judiciário.
OBS.: Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade representa a consagração da idéia de que a Administração Pública só pode ser exercida conforme a lei.
Direito Administrativo
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PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE OU FINALIDADE
O princípio da impessoalidade expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal 88, apresenta dupla acepção em nosso ordenamento jurídico. Conforme sua formulação tradicional, a impessoalidade se confunde com o princípio da finalidade da atuação administrativa. De acordo com este, há somente um fim a ser perseguido pela Administração, fim este expresso ou implícito na lei que determina ou autoriza determinado ato. A finalidade de qualquer atuação da Administração é a defesa do INTERESSE PÚBLICO.
A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo ater-se à vontade da lei. Impede, o princípio, perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados. Qualquer ato praticado em razão de objetivo diverso da tutela do interesse da coletividade será inválido por DESVIO DE FINALIDADE.
OBS.: O princípio da impessoalidade por escopo, também, proibir a vinculação de atividades da Administração à pessoa dos administradores, evitando que estes utilizem a propaganda oficial para sua promoção pessoal.
Ex: Uma obra realizada, pelo Estado de Pernambuco, nunca poderá ser anunciada como realização de fulano de tal, governador.
 
Direito Administrativo

PRINCÍPIO DA MORALIDADE
O princípio da moralidade torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração. A denominada moral administrativa difere da moral comum, justamente por ser jurídica e pela possibilidade de invalidação de atos administrativos que sejam praticados com inobservância deste princípio. Para atuar em respeito à moral administrativa não basta ao agente cumprir a lei na frieza de sua letra, é necessário que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético. O paragrafo 4º do art. 37 da CF\88, cuida da lesão à moralidade, referindo-se à improbidade administrativa, nos seguintes termos:
“Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.
Com maior ênfase ainda, o art. 85, V, da CF\88 tipifica como crime de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a probidade administrativa.
Direito Administrativo

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
 
Refere-se o princípio à publicação oficial dos atos administrativos a fim de que eles possam produzir efeitos externos.
A exigência de publicação oficial dos atos externos da Administração NÃO É UM REQUISITO DE VALIDADE dos atos administrativos, mas sim PRESSUPOSTO DE SUA EFICÁCIA. Assim, enquanto não verificada a publicação do ato, não estará ele apto a produzir efeitos perante seus destinatários externos ou terceiros.
O outro aspecto do princípio da publicidade diz respeito à exigência de transparência da atividade administrativa como um todo.
Direito Administrativo

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
 
Este princípio constitucional expresso de Direito Administrativo foi acrescentado aos quatro anteriores, no caput do art. 37 da Constituição Federal, pela EC nº 19/98, conhecida como reforma administrativa.
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função administrativa já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
Para Maria Sylvia Di Pietro o princípio apresenta dois aspectos:
1 - relativamente à forma de atuação do agente público, se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;
2 - quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação da sociedade dos serviços públicos.
 
Direito Administrativo

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA(cont.)
 
O objetivo do princípio é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às necessidades da sociedade que os custeia. A idéia de eficiência aproxima-se da de economicidade. Visa-se a atingir objetivos traduzidos por boa prestação de serviços, do modo mais simples, mais rápido, e mais econômico, melhorando a relação custo/benefício do trabalho da Administração. O administrador deve sempre procurar a solução que mais bem atenda ao interesse público.
Alexandre de Moraes define o princípio da eficiência como aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia, e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitar desperdícios e garantir-se uma maior rentabilidade social.
 
Direito Administrativo
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PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
 
No âmbito do Direito Administrativo, os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade encontram aplicação especialmente no que concerne à prática de atos discricionários que impliquem restrição ou condicionamento a direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas. É diante de situações concretas, sempre no contexto de uma relação meio-fim, que deve ser aferido o critério da razoabilidade, cabendo ao Poder Judiciário apreciar se as restrições são adequadas e justificadas pelo interesse público: se o ato implicar limitações inadequadas, desnecessárias ou desproporcionais (não razoáveis) deverá ser anulado.
Essa imposição de limites ao poder discricionário visa a evitar o indevido uso da discricionariedade administrativa, como manto protetor de atos que, embora praticados sob o fundamento da discricionariedade, revestem-se, em verdade, de arbitrariedade. Por meio desses princípios, impõem-se limitações à discricionariedade administrativa, ampliando-se os aspectos de controle do ato administrativo realizado pelo Poder Judiciário.
O princípio da razoabilidade conduz às idéias de ADEQUAÇÃO e de NECESSIDADE. Assim, não basta que o ato da Administração tenha uma finalidade legítima. É necessário que os meios empregados pela Administração sejam adequados à consecução do fim almejado e que sua utilização, especialmente quando se trata de medidas restritivas ou punitivas, seja realmente necessária. Assim, o requisito ADEQUAÇÃO obriga o administrador a perquirir se o ato por ele praticado mostra-se efetivamente apto a atingir os objetivos pretendidos.
Já o requisito NECESSIDADE preocupa-se com a exigibilidade ou não da adoção das medidas restritivas: será que não haveria um meio menos gravoso à sociedade e igualmente eficaz na consecução dos objetivos visados (não está desmedida, excessiva, desnecessária, desproporcional, a medida adotada?). Os mesmos fins não poderiam ser alcançados com medida mais prudente, mais branda, menos restritiva?
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PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE(cont.)Sempre que a administração tiver à sua disposição mais de um meio para a consecução do mesmo fim deverá utilizar aquele que se mostre menos gravoso aos administrados.
O princípio da razoabilidade (citado por alguns autores como princípio da proibição de excesso) tem por fim aferir a compatibilidade entre os meios e os fins de um ato administrativo, de modo a evitar restrições desnecessárias, arbitrárias ou abusivas por parte da Administração Pública.
Trata-se da aferição da adequação da conduta escolhida pelo agente público à finalidade que a lei expressa.
 
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PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Representa uma das vertentes do princípio da razoabilidade. Isso porque a razoabilidade exige, entre outros aspectos, que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador público e os fins que ele pretende alcançar. Se o ato administrativo não guarda uma proporção adequada entre os meios empregados e o fim almejado, será um ato desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade visada.
Segundo o princípio da proporcionalidade, a Administração não deve restringir os direitos do particular além do que caberia, do que seria necessário, pois impor medidas com intensidade ou extensão supérfluas, desnecessárias, induz à ilegalidade do ato por abuso de poder.
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PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
 
O princípio da supremacia do interesse público é um princípio implícito. Embora não se encontre expressamente enunciado no texto constitucional, esse princípio é decorrência natural das instituições adotadas em nosso País. Com efeito, por força do regime democrático e do sistema representativo, presume-se que a atuação do Estado sempre tenha por finalidade a TUTELA DO INTERESSE PÚBLICO.
O princípio da supremacia do interesse público informa todos os ramos do Direito Público e possibilita que, nas relações jurídicas nas quais figure o Estado como representante da sociedade, seus interesses prevaleçam contra interesses particulares. Sempre eu existir conflito entre o interesse público e o interesse particular, deverá prevalecer o interesse público, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais expressos na Constituição.
O Estado, portanto, embora tenha assegurada pela ordem constitucional a prevalência dos interesses que apresenta, está adstrito aos princípios constitucionais que determinam a forma e os limites de sua atuação, como o princípio do devido processo legal, do contraditório e ampla defesa, etc.
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PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO(cont.)
 
Do princípio decorrem diversas prerrogativas características da atuação da Administração, como são exemplos:
as diversas formas de intervenção na propriedade privada, como a desapropriação (assegurada justa e prévia indenização); a requisição administrativa, em que o interesse público autoriza o uso da propriedade privada, sem remuneração, só havendo indenização ulterior, se houver dano; o tombamento de um imóvel de interesse histórico etc.;
II. a existência das denominadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, possibilitando à Administração, por exemplo, modificar ou rescindir unilateralmente o contrato;
III. as diversas formas de exercício do poder de polícia do Estado. A própria definição de poder de polícia já traduz a idéia de limitação ou condicionamento do exercício de direitos individuais em prol do interesse público.
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PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
 
No Brasil, vigora o princípio da INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO, ou sistema de jurisdição única, segundo o qual a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal). Ao lado dessa possibilidade absoluta de apreciação pelo Poder Judiciário, quando provocado, de atos que possam implicar lesão ou ameaça a direito, existe o poder-dever administrativo de autotutela. 
O poder-dever de autotutela possibilita à Administração controlar seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade. O controle da legalidade efetuado pela Administração sobre seus próprios atos, evidentemente não exclui a possibilidade de apreciação desses pelo Poder Judiciário.
O princípio da autotutela instrumentaliza a Administração para a revisão de seus próprios atos, assegurando um meio adicional de controle da atuação da Administração.
	
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PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA(cont.)
A Administração Pública, no desempenho de suas múltiplas atividades, está sujeita a erros; nessas hipóteses, ela mesma pode (e deve) tomar a iniciativa de repará-los, a fim de restaurar a situação de regularidade e zelar pelo interesse público.
Não precisa, portanto, a Administração ser provocada para fim de rever seus atos ilegais. Pode fazê-lo de ofício. Nesse aspecto, difere do controle judicial o controle administrativo decorrente da autotutela, uma vez que para a realização daquele o Poder Judiciário necessita sempre ser provocado.
Não é somente em relação a atos ilegais que a Administração exerce o poder-dever de autotutela, anulando-os. Os atos válidos, sem qualquer vício, que, no entender da Administração, se tornarem inconvenientes ao interesse público também podem ser retirados do mundo jurídico em decorrência da autotutela. Nessa hipótese, de revogação de um ato válido que se tornou inconveniente, somente a própria Administração que editou o ato tem a possibilidade de controle. Vale dizer, o Poder Judiciário não pode retirar do mundo jurídico atos válidos editados por outro Poder.
 
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PRINCÍPIO DA CONTITUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
 
Os serviços públicos, como seu nome indica, são prestados no interesse da coletividade. Por esse motivo, sua prestação deve ser adequada, não podendo sofrer interrupções. A interrupção de um serviço público prejudica toda a coletividade, que dele depende para satisfação de seus interesses e necessidades. A aplicação desse princípio implica restrição a determinados direitos dos prestadores de serviços públicos e dos agentes envolvidos em sua prestação.
É exemplo dessas limitações a restrição ao direito de greve dos servidores públicos. Outro exemplo é a impossibilidade de o particular prestador de serviço público por delegação interromper sua prestação, mesmo que a administração descumpra os termos do contrato que tenha celebrado com ele.
No caso da prestação de serviços públicos, o particular prejudicado pela administração somente poderá rescindir o contrato e ter ressarcidos seus prejuízos mediante sentença judicial transitada em julgado. Enquanto isso não ocorrer, se paralisar a prestação do serviço, estará cometendo falta administrativa sujeita às sanções contratuais e legais.
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Principio da Motivação 
Este princípio é reconhecido na Lei 9.784/99 e impõe aos a Administração Pública a obrigação de justificar seus atos. É tão importante que está ligado diretamente a validade do ato administrativo, e sua ausência implica na nulidade do ato. A motivação difere da fundamentação, sendo a primeira mais profunda, devendo o Estado amplamente explicar de forma motivada em qual norma a decisão foi motivada para a defesa do interesse coletivo.
Motivação é a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato; é a exteriorização dos motivos que originaram a prática do ato. Formalmente, definimos motivação como sendo a exposição da situação de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. 
Todos os atos administrativos válidos possuem um motivo, porém, a motivação não será obrigatória quando a lei dispensar ou se a natureza do ato for com ela compatível. Nesses casos, o motivo não será expresso pela Administração, ou seja, embora o motivo exista, não haverá motivação do ato. 
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Principio da Probidade Administrativa 
A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. Ganhou statusconstitucional com a atual Constituição de 1988. O art. 37, §4º traz as consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de responsabilidade do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a probidade administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei 8.428/92. 
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Princípio da Segurança Jurídica
Este princípio está ligado a obrigatoriedade da administração em respeitar o direito adquirido e as normas impostas aos súditos que refletem no Estado de alguma forma. Este princípio tem a mesma origem do direito privado, e neste caso está almejando alcançar a própria administração, evitando com que esta faça algo em nome do bem coletivo que retire de algum indivíduo ou de algum inocente direito já adquirido. Visa este princípio manter segura as relações entre o Estado e os jurisdicionados de forma que se o ato deve ser desconstituído este será anulado ou revogado, mantendo as obrigações e direitos ex-tunc ou Ex-nunc.
O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada anteriormente sobre determinada norma administrativa, porém, veda que a Administração aplique retroativamente essa nova interpretação. 
Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um prazo decadencial de 5 anos para anular atos administrativos que beneficiem os seus destinatários, salvo se comprovada a má-fé do administrador público. 
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Principio da Indisponibilidade do Interesse Público 
Os bens de interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão em prol da coletividade. Vedada ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia de direitos da Administração ou que, injustificadamente, onerem a sociedade. 
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Princípio da Ampla defesa
Seguindo o conceito do direito privado, este princípio implícito constitucional prevê o direito da pessoa se defender de acusações imputadas em virtude de ato ilícito cometido pelo sujeito apontado. No caso de acusação deve existir um processo formado e que seja oferecido o direito de resposta antes de qualquer decisão gravosa ao sujeito, podendo ainda recorrer as decisões tomadas. 
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Princípio do Contraditório
Como a própria nomenclatura indica, é a oportunidade necessária dada ao sujeito de tomar conhecimento sobre os fatos alegados em seu desfavor. No processo administrativo deve-se existir a alternância das manifestações deixando clara a acusação e a defesa onde a decisão final deve apontar a base legal considerando o avençado nas manifestações. Para muitos autores, não se trata de princípio, pois o conceito desta já está implícito a manifestação de todas as partes.
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Regime Jurídico Administrativo 
É o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e que não são encontradas nas relações entre particulares. Tal expressão abrange o conjunto de regras que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição de supremacia em relação aos particulares, demonstrando o desequilíbrio na relação jurídica existente, característica dos diversos ramos do Direito Público. 
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, o regime jurídico administrativo pauta-se em dois princípios básicos: a legalidade e a supremacia do interesse público sobre o particular. “Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à observância da lei; é a aplicação, ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o particular.” 
Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, acompanhado da doutrina majoritária, o estudo do regime jurídico administrativo se delineia em função da consagração de dois princípios: supremacia de interesse público sobre o particular e a indisponibilidade, pela Administração Pública, dos interesses públicos. 
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Regime Jurídico Administrativo 
Em suma, o necessário, parece-nos é esclarecer que na administração os bens e os interesses não se acham entregues à livre disposição da vontade do administrador. Antes, para este, coloca-se a obrigação, o dever de curá-los nos termos da finalidade a que estão adstritos. É a ordem legal que dispõe sobre ela. 
Maria Sylvia Di Pietro – legalidade e supremacia do interesse público sobre o particular. 
Celso Antônio Bandeira de Mello – supremacia do interesse público sobre o particular e indisponibilidade, pela Administração Pública, dos interesses públicos. 
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PODERES ADMINISTRATIVOS
	Os poderes administrativos representam instrumentos que, utilizados isolada ou conjuntamente, permitem à Administração cumprir suas finalidades, sendo, por isso, entendidos como poderes instrumentais, ou seja, adequados à realização das tarefas administrativas. 
	Diferem dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos, porque compõem a estrutura do Estado e integram a organização constitucional (Legislativo, Judiciário e Executivo).
	Poderes administrativos podem ser conceituados como o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
Os principais poderes administrativos comumente descritos pela doutrina são os seguintes:
 
I. Poder vinculado
II. Poder Discricionário
III. Poder Hierárquico
IV. Poder Disciplinar
V. Poder Regulamentar
VI. Poder de Polícia
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER VINCULADO O denominado poder vinculado (em contraposição a poder discricionário) é aquele de que dispõe a Administração para a prática de atos administrativos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação, ou seja, é o poder de que se utiliza a Administração quando pratica atos vinculados.
	Devemos lembrar que todos os atos administrativos são vinculados quanto aos requisitos competência, finalidade e forma.
	Os atos ditos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e objeto, ou seja, não cabe à Administração tecer considerações de oportunidade e conveniência quanto a sua prática e nem escolher seu conteúdo.
	O Poder vinculado apenas possibilita à Administração executar o ato vinculado nas estritas hipóteses legais e observando o conteúdo rigidamente estabelecido na lei.
	O ato que se desvie minimamente dos requisitos minuciosamente previstos na lei será nulo e caberá à Administração ou ao Poder Judiciário declarar sua nulidade.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DISCRICIONÁRIO - É aquele em que a Administração dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato discricionário, estabelecendo o motivo e escolhendo, dentro dos limites legais, seu conteúdo.
	Como se vê, conveniência e oportunidade formam o núcleo do chamado poder discricionário. Esses elementos é que permitem ao administrador público eleger, entre as várias condutas previstas na lei, a que se traduz como mais conveniente e oportuna para o interesse público.
	O ato discricionário implica liberdade de atuação administrativa, conforme o poder discricionário, sempre dentro dos limites previstos na lei.
Por exemplo: Se uma lei prevê a suspensão punitiva de uma atividade por um mínimo de 30 (trinta) e um máximo de 90 (noventa) dias, claro está que uma suspensão de 120 (cento e vinte) dias será puramentearbitrária, não sendo cabível aqui falar-se em utilização do poder discricionário e sim em arbitrariedade, resultante de desvio ou excesso desse poder.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER HIERÁRQUICO - Hierarquia caracteriza-se pela existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos e agentes do Executivo. É o poder hierárquico que permite à Administração estabelecer tais relações, distribuindo as funções de seus órgãos e agentes conforme o escalonamento hierárquico. Como resultado do poder hierárquico, a Administração é dotada da prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades de seus órgãos e agentes no seu âmbito interno.
	Do exercício do poder hierárquico decorrem as prerrogativas, do superior para o subordinado, de dar ordens, fiscalizar, rever, delegar e avocar. Os servidores públicos têm o dever de acatar e cumprir as ordens de seus superiores hierárquicos, salvo quando manifestamente ilegais.
	Pelo poder-dever de fiscalização, compete ao superior estar permanentemente atento aos atos praticados pelos subordinados, a fim de corrigi-los sempre que se desviem da legalidade. A revisão hierárquica é a prerrogativa conferida ao superior para, de ofício ou mediante provocação do interessado, apreciar todos os aspectos de um ato de seu subordinado, no intuito de mantê-lo ou reformá-lo, a revisão hierárquica só é possível enquanto o ato não tenha se tornado definitivo para a Administração.
Delegação de competência é a atribuição temporária, e revogável a qualquer tempo, do exercício de algumas atribuições originariamente pertencentes ao cargo do superior hierárquico a um subordinado.
Avocação consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execução de atribuições cometidas originariamente a seus subordinados.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DISCIPLINAR - O poder disciplinar está intimamente relacionado com o poder hierárquico e traduz-se na faculdade que possui a Administração de punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração (como, por ex: a punição do particular contratado por execução inadequada de contratos administrativos).
	Não se deve confundir o poder disciplinar da Administração com o poder punitivo do Estado, realizado através da Justiça Penal. Este não é um poder de expressão interna, pelo contrário, é realizado pelo Poder Judiciário e diz respeito à repressão de crimes e contravenções tipificados nas leis penais.
 
	A aplicação da pena disciplinar tem para o superior hierárquico o caráter de um poder-dever, uma vez que a condescendência na punição é considerada crime contra a Administração Pública.
Direito Administrativo
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PODER DISCIPLINAR
As penas disciplinares elencadas no art. 127 da Lei nº 8.112/90, são as seguintes:
 
I. advertência;
II. suspensão;
III. demissão;
IV. cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V. destituição de cargo em comissão;
VI. destituição de função comissionada.
 
OBS.: O ato de aplicação da penalidade deverá sempre ser motivado, conforme estabelece o art. 128, parágrafo único, da Lei nº 8.112/90.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER REGULAMENTAR - O denominado Poder Regulamentar decorre de competência diretamente haurida da Constituição Federal, por meio da qual é conferida ao Poder Executivo a prerrogativa de editar atos normativos gerais e abstratos.
	O Poder Regulamentar, em sentido estrito, consubstancia-se na autorização, ao Chefe do Poder Executivo, para a edição de decretos e regulamentos.
A doutrina costuma classificar esses atos em duas distintas categorias:
1) decreto ou regulamento de execução;
2) decreto ou regulamento autônomo;
 
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PODER REGULAMENTAR
DECRETOS DE EXECUÇÃO - Costumam ser definidos como regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais, editadas em função de uma lei, concernentes à atuação da Administração, possibilitando a fiel execução da lei a que se referem.
	A Constituição federal expressamente prevê a edição de regulamentos de execução em seu art. 84, inciso IV. Segundo esse dispositivo, compete privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis.
	A edição de decretos de execução, embora decorra de competência constitucional expressa, tem como pressuposto a edição de uma lei, que é o ato primário a ser regulamentado. O decreto de execução deve restringir-se aos limites e ao conteúdo da lei, explicitando-o detalhando seus dispositivos.
 
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PODER REGULAMENTAR
DECRETOS AUTÔNOMOS - 	A partir da EC 32/2001, passou a existir autorização expressa na Constituição (art. 84, VI) para que o Presidente da República disponha sobre a organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e proceda à extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, diretamente mediante decreto.
	Os decretos previstos nessa Emenda (art. 84, VI, da Constituição Federal) são atos de efeitos internos, dispondo sobre a organização e o funcionamento da Administração e a extinção de cargos vagos, embora, indiretamente, tenham reflexos para os administrados em geral. A EC 32/2001 criou duas hipóteses de edição de decretos autônomos pelo Presidente da república, quais sejam, para dispor sobre organização e funcionamento da Administração Federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e para extinguir cargos ou funções públicas, quando vagos.
	Em síntese, a partir da EC 32/2001, as matérias descritas no art. 84, VI, da Constituição Federal passam a ser disciplinadas mediante decretos autônomos. A edição de decretos autônomos somente é admitida, em nosso ordenamento, no que respeita àquelas matérias.
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CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DE POLÍCIA - Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
	A Administração exerce o poder de polícia sobre todas as atividades que possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade. O poder de polícia é exercido por todas as esferas da federação, sendo, em princípio, da competência da pessoa política que recebeu da Constituição a atribuição de regular aquela matéria, cujo adequado exercício deve ser pela mesma pessoa fiscalizado.
	Devemos distinguir a polícia administrativa da polícia de manutenção da ordem pública e da polícia judiciária.
	A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, enquanto as outras atuam sobre as pessoas.
Direito Administrativo
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PODER DE POLÍCIA
	A polícia administrativa é exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador, integrantes dos mais diversos setores da Administração Pública como um todo, ao passo que a polícia de manutenção da ordem pública e a polícia judiciária são executadas especificamente por órgãos de segurança (polícia civil ou militar).
	Quando agentes administrativos estão executando serviços de fiscalização em atividades de comércio, ou em locais proibidos para menores, ou sobre as condições de alimentos para consumo, ou ainda em parques florestais, essas atividades retratam o exercício de polícia administrativa. Se, ao contrário, os agentes estão investigando a prática de crime e, com esse objetivo, desenvolvem várias atividades necessárias à sua apuração, como oitiva de testemunhas, inspeções e perícias em determinados locais e documentos, convocação de indiciados etc., são essas atividades caracterizadas como polícia judiciária.
Direito Administrativo
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PODER DE POLÍCIA
A doutrina tem dividido os meios de atuação da polícia administrativa em dois grupos: poder de polícia originário e poder de polícia delegado.O poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), alcançando os atos administrativos provenientes de tais pessoas.
O poder de polícia delegado (outorgado) é aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado, integrantes da chamada Administração Indireta. Diz-se delegado porque esse poder é recebido pela entidade da Administração Indireta, por delegação legal (outorga), da entidade estatal a qual pertence.
A polícia administrativa pode agir preventiva ou repressivamente.
No primeiro caso ela atua por meio de normas limitadoras ou sancionadoras da conduta dos que utilizam bens e exercem atividades que possam afetar a coletividade, outorgando alvarás aos particulares que cumpram as condições e requisitos para o uso da propriedade e exercício das atividades que devam se policiadas.
Direito Administrativo
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PODER DE POLÍCIA
O alvará poderá ser de licença ou autorização.
Licença é o ato administrativo vinculado e definitivo pelo qual a Administração reconhece que o particular detentor de um direito subjetivo preenche as condições para seu gozo. Dizem respeito a direitos individuais, como o exercício de uma profissão ou a construção de um edifício em terreno do administrado.
Autorização é ato administrativo discricionário em que predomina o interesse do particular. É, por isso, ato precário, não existindo direito subjetivo para o administrado relativamente à obtenção ou manutenção da autorização, a qual pode ser simplesmente negada ou revogada, mesmo que o pretendente satisfaça as exigências administrativas. 
Ex: o uso especial de bem público, o trânsito por determinados locais etc.
A outra forma de atividade de polícia, a repressiva, consubstancia-se na fiscalização das atividades e bens sujeitos ao controle da Administração. Verificando a existência de infração, a autoridade fiscalizadora deverá lavrar o auto de infração pertinente e cientificar o particular da sanção a ser aplicada.
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LIMITES
 
	A discricionariedade, que informa o poder de polícia da Administração, não é ilimitada. A atuação da polícia administrativa só será legítima se realizada nos estritos termos jurídicos, respeitados os direitos do cidadão, as prerrogativas individuais e as liberdades públicas asseguradas na Constituição e nas leis.
	Caso a Administração aja além desses mandamentos, ferindo a intangibilidade dos direitos individuais, sua atuação será arbitrária, configuradora de abuso de poder, corrigível pelo Poder Judiciário.
 
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
 
A doutrina tradicionalmente aponta três atributos ou qualidades características do poder de polícia e dos atos administrativos resultantes de seu regular exercício: discricionariedade, auto-executoriedade e coercibilidade.
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PODER DE POLÍCIA
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DISCRICIONARIEDADE - A discricionariedade no exercício do poder de polícia significa que a Administração, quanto aos atos a ele relacionados, regra geral, dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e escolher, dentro dos limites legais, seu conteúdo. 
	A finalidade de todo ato de polícia, como a finalidade de qualquer ato administrativo, é requisito sempre vinculado e traduz-se na proteção do interesse da coletividade.
	A Administração pode, em princípio, determinar, dentro dos critérios de oportunidade e conveniência, quais atividades irá fiscalizar num determinado momento e, dentro dos limites estabelecidos na lei, quais sanções deverão ser aplicadas e como deverá ser feita a graduação destas sanções. De qualquer forma, a sanção sempre deverá estar prevista em lei e deverá guardar correspondência e proporcionalidade com a infração verificada.
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AUTO-EXECUTORIEDADE - A auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial.
	É atributo inerente ao poder de polícia, sem o qual este sequer faria sentido. A Administração precisa possuir a prerrogativa de impor diretamente, sem necessidade de prévia autorização judicial, as medidas e sanções de polícia administrativa necessárias à repressão da atividade lesiva à coletividade que ela pretende impedir.
	A obtenção de prévia autorização judicial para a prática de determinados atos de polícia é uma faculdade da Administração.
	Ela costuma recorrer previamente ao Judiciário quando tenciona praticar atos em que seja previsível forte resistência dos particulares envolvidos, como na demolição de edificações irregulares, embora seja, como dito, facultativa a obtenção de tal autorização.
OBS.: Excluem-se da auto-executoriedade as multas, ainda que decorrentes do poder de polícia, que só podem ser executadas por vida judicial.
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COERCIBILIDADE - Informa que as medidas adotadas pela Administração podem ser impostas coativamente ao administrado, ou seja, sua observância é obrigatória para o particular. Quando este resistir ao ato de polícia, a Administração poderá valer-se da força pública para garantir seu cumprimento.
	A imposição coercitiva dos atos de polícia também independe de prévia autorização judicial estando, entretanto, sujeita à verificação posterior quanto à legalidade e ensejando declaração de nulidade do ato e reparação ou indenização do particular pelos danos sofridos sempre que se comprove ter ocorrido excesso ou desvio de poder.
 
ABUSO DE PODER - Os poderes são prerrogativas conferidas ao administrador público para a consecução dos fins públicos. Enfim, o agente público é investido de certos poderes para o desempenho de suas atribuições, visando sempre à satisfação dos interesses coletivos. O uso desses poderes – segundo os termos e limites da lei, a moral da atividade administrativa, a finalidade e as exigência públicas – constitui atuação normal e legítima do administrador público.
	Acontece, porém, que nem sempre o poder é utilizado de forma adequada pelos administradores públicos. O seu emprego pode ser desproporcional, sem amparo da lei, sem utilidade pública. Essa atuação ilegítima é chamada ABUSO DE PODER.
Assim, ABUSO DE PODER ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se desvia das finalidades administrativas.
Direito Administrativo
PODER DE POLÍCIA
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O ABUSO DE PODER PODE DECORRER DE DUAS CAUSAS:
a) ação do agente fora dos limites de sua competência (excesso de poder);
b) ação do agente, embora dentro de sua competência, afastada do interesse público (desvio de poder).
Ocorre EXCESSO DE PODER quando o agente age fora dos limites de sua competência administrativa, invadindo competência de outros agentes ou praticando atividades que a lei não lhe conferiu. A autoridade, embora competente para praticar o ato, vai além do que lhe permitiu a lei, exorbitando no uso de sua competência. Nesse caso, há violação ao requisito competência, tornando o ato administrativo arbitrário, ilícito e nulo.
Ocorre DESVIO DE PODER (ou desvio de finalidade) quando o administrador pratica o ato buscando alcançar fim diverso daquele que lhe foi determinado pela lei. Nesse caso, embora atue nos limites de sua competência, o agente pratica o ato por motivos ou com fins diversos daqueles estabelecidos na lei ou exigidos pelo interesse público.
Sempre que o administrador público pratica um ato, o fim visado deverá ser o mesmo: o interesse público, expressa e implicitamente previsto na lei. Se age em descompasso com esse fim, desvia-se de seu poder e pratica conduta ilegítima, denominada desvio de poder ou desvio de finalidade. Diversamente do excesso de poder, que decorre de violação ao requisito competência, o desvio de poder deriva de ofensa ao requisito finalidade.
Direito Administrativo
PODER DE POLÍCIA
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A finalidade é requisito sempre vinculado e é idêntico paratodo e qualquer ato administrativo, vale dizer, o fim almejado por qualquer ato administrativo é o interesse público.
O abuso de poder tanto pode resultar de uma ação positiva do administrador, quanto de uma omissão ilegal.
A inércia da autoridade administrativa deixando de executar determinada prestação de serviço a que por lei está obrigada, lesa o patrimônio jurídico individual. É forma omissiva de abuso de poder, quer seja doloso ou culposo.
Direito Administrativo
PODER DE POLÍCIA
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CONCEITO
 
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquiri, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria,
 
Devemos ressaltar que no exercício da atividade pública geral três distintas categorias de atos podem ser reconhecidas, cada qual sendo o ato por excelência de um dos Poderes do Estado:
 
1. atos legislativos (elaboração de normas primárias);
2. atos judiciais (exercício da jurisdição);
3. atos administrativos.
 
Embora estes últimos sejam atos típicos do Poder Executivo no exercício de suas funções próprias, nunca se deve olvidar que os Poderes Judiciário e Legislativo também editam atos administrativos, principalmente relacionados ao exercício de suas atividades de gestão interna, como atos relativos à contratação de seu pessoal, à aquisição de material de consumo, etc.
 
REQUISITOS OU ELEMENTOS
 
O ato administrativo possui 05 (cinco) requisitos ou elementos que jamais podem faltar, sob pena de nulidade.
Constituem esses elementos os denominados REQUISITOS do ato administrativo. São requisitos de validade, pois o ato que desatenda a um deles, ou seja, praticado em desacordo com o que a lei estabeleça para cada requisito, será NULO.
Os requisitos são: competência, objeto, motivo, finalidade e forma (COMFF).
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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COMPETÊNCIA
 
É o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo. Nenhum ato (discricionário ou vinculado) pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para praticá-lo.
Pode, entretanto, ser delegada e avocada, desde que o permitam as normas reguladoras da Administração.
A regra geral é a possibilidade de delegação de competência, a qual somente não é admitida se houver impedimento legal. A delegação deve ser feita por prazo determinado. O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
Avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz para si o exercício temporário de parte da competência atribuída originariamente a um subordinado. A avocação não é possível quando se tratar de competência exclusiva do subordinado.
A competência, quando é exercida além dos limites estabelecidos na lei, dá lugar a uma das modalidades de abuso de poder, denominada excesso de poder (a outra é a denominada desvio de poder).
Ocorre o excesso de poder quando o agente público excede os limites de sua competência; por exemplo, quando a autoridade, competente para aplicar a pena de suspensão, impõe penalidade mais grave, que não é de sua atribuição; ou quando a autoridade policial se excede no uso da força para praticar ato de sua competência.
Maria Sylvia aponta, ao lado do excesso de poder, duas outras espécies de vícios relacionados ao elemento competência: a usurpação de função e a função de fato.
Usurpação de função é crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função. Não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a Administração.
Função de fato: a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função, mas há alguma irregularidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato. E: falta de requisito legal para a investidura, como certificado de sanidade vencido; inexistência de formação universitária para a função que a exige, idade inferior ao mínimo legal, etc.
O vício de competência, dependendo da hipótese, pode ensejar a obrigatória declaração de nulidade do ato ou pode permitir sua convalidação.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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FINALIDADE
 
A finalidade também é requisito sempre vinculado e é idêntico para todo e qualquer ato administrativo, vale dizer, o fim almejado por qualquer ato administrativo é o fim de interesse público. 	Assim, o objeto mediato de atuação da Administração é a tutela do interesse público. Esta finalidade, elemento vinculado de qualquer ato administrativo, pode estar expressa ou, o que é mais comum, implícita na lei.
O que importa é que não existe qualquer liberdade do administrador, e a busca de fim diverso do estabelecido na lei implica nulidade do ato por desvio de finalidade.
	O desrespeito a esse elemento conduz ao vício conhecido como abuso de poder, na modalidade DESVIO DE FINALIDADE.
	A forma clássica de ofensa ao elemento finalidade é a prática de atos não dirigidos à satisfação do interesse público, como, por exemplo, a desapropriação pelo Estado de propriedade de desafeto do Chefe do Executivo, com o fim de prejudicá-lo; a concessão de vantagens apenas a servidores apaniguados, etc.
Há, porém, outro sentido em que pode ser violado o requisito finalidade, que é o desatendimento da finalidade específica, prevista em lei, na prática de determinado ato. Ou, em outras palavras, a prática de um ato visando a finalidade diversa daquela prevista em lei. 
Ex: a remoção ex officio de servidor, como forma de punição. A lei prevê a remoção como modalidade de deslocamento do servidor para atender necessidade de serviço e não para ser utilizada como punição.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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FORMA
 
É o revestimento exteriorizador do ato administrativo, constituindo requisito vinculado e imprescindível à validade do ato.
Todo ato administrativo é, em princípio, formal e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita.
A forma normal do ato administrativo é a escrita, embora atos existam consubstanciados em ordens verbais e até mesmo em sinais convencionais.
Apenas excepcionalmente admitem-se ordens não-escritas, como são exemplos: ordens verbais do superior ao seu subordinado; gestos, apitos e sinais luminosos na condução do trânsito; cartazes e placas que expressam uma ordem da Administração Pública, como as que proíbem estacionar, proíbem fumar, etc.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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MOTIVO
O motivo ou causa é a situação de direito e de fato que determina ou autoriza a realização do ato administrativo. O motivo pode vir expresso na lei como condição sempre determinante da prática do ato ou pode a lei deixar ao administrador a avaliação quanto à existência do motivo e a valoração quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato.
Ex: na concessão de licença paternidade, o motivo será sempre o nascimento do filho do servidor; na punição do servidor, o motivo é a infração por ele cometida, no tombamento, o motivo é o valor histórico do bem etc.
Quando o ato é vinculado, a lei descreve, completa e objetivamente, a situação de fato que, uma vez ocorrida, determina, obrigatoriamente, a prática de determinado ato administrativo cujo conteúdo deverá ser exatamente o especificado na lei. Ex: a lei diz que o servidor que tenha filho tem direito a licença-paternidade, com duração de cinco dias. Se um servidor faz um requerimento perante a Administração provando o nascimento de seu filho, a Administração, verificando que a situação fática se enquadra na hipótese descrita na norma legal, terá que praticar o ato, exatamente com o conteúdo descrito na lei: concessão da licença pelo prazo de cinco dias.
Quando se trata de um ato discricionário, a lei autoriza a prática do ato, à vista de determinado fato. Nesses casos, constatado o fato, a Administração pode, ou não, praticar o ato, ou pode escolher seu objeto, conforme critérios de oportunidade e conveniência, e sempre nos limites da lei. Por exemplo, a lei diz que o servidor que não esteja em estágio probatório podepedir licença não remunerada para tratar de interesses particulares, que poderá ter a duração de até 03 (três) anos, e será concedida, ou não, a critério da Administração.
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ATO ADMINISTRATIVO
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MOTIVO E MOTIVAÇÃO
 
O motivo não deve ser confundido com a motivação do ato administrativo.
O MOTIVO é a situação de fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato. A situação de direito é aquela, descrita na lei, que serve de base para a prática do ato. A situação de fato corresponde ao conjunto de circunstâncias que levam a Administração a praticar o ato.
A MOTIVAÇÃO vem a ser a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato, a declaração escrita desses motivos. Enfim, é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos autorizadores da prática do ato realmente aconteceram.
Na demissão de um servidor, por exemplo, o elemento motivo seria a infração por ele praticada, ensejadora dessa modalidade de punição; já a motivação seria a exposição de motivos, a exteriorização, por escrito, do motivo que levou a Administração a aplicar a penalidade.
O fundamento da exigência de motivação é o princípio da transparência da Administração Pública.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
 
A motivação (declarar, por escrito, o motivo que ensejou a prática do ato), como regra, é elemento obrigatório dos atos administrativos. Assim, a regra geral para qualquer ato administrativo é a declaração por escrito dos motivos que justificaram sua prática, regra esta que não encontra nenhuma exceção relativamente aos atos vinculados.
No tocante aos atos discricionários, somente muito excepcionalmente pode ser dispensada sua motivação escrita. 
Hoje é difícil encontrarmos exemplos de atos em que a Administração esteja dispensada de motivar a sua prática.
O exemplo mais tradicionalmente citado é a nomeação e a exoneração ad nutum de servidor ocupante de cargo comissionado. Com efeito, para tais atos de nomeação e exoneração fica a Administração dispensada da motivação expressa. Não significa isso que não exista o motivo, o qual é requisito indispensável para a validade de qualquer ato e é a causa justificadora de sua prática, mas sim que, nestes casos, excepcionalmente, fica o administrador dispensado de declarar expressamente esse motivo.
Segundo a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES, quando a Administração declara o motivo que determinou a prática de um ato discricionário que, em princípio, prescindiria de motivação expressa, fica vinculada à existência do motivo por ela, Administração, declarado. Esse motivo indicado, entendido como justificativa da realização do ato, deve existir e ser legítimo.
Exemplificando: a nomeação e a exoneração do comissionado independe de motivação declarada. O administrador pode, assim, nomear e exonerar sem estar obrigado a apresentar qualquer motivação; no entanto, caso ele decida por motivar seu ato, ficará vinculado à existência e validade do motivo exposto. A autoridade competente pode exonerá-lo livremente, sem dar qualquer justificativa a ninguém; agora, se ela exonera e afirma no ato da exoneração que o está fazendo por que o servidor, por exemplo, é inassíduo, é possível ao servidor contestar este motivo perante o Judiciário, comprovando, se for o caso, sua inexistência. Assim, se o servidor não possuía nenhuma falta nem atrasos ao serviço durante o período em eu esteve comissionado, clara ficaria a inexistência do motivo declarado como determinante do ato de exoneração. Esse ato, portanto, será inválido e esta nulidade poderia ser declarada ou pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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OBJETO
 
É o seu próprio conteúdo, por meio do qual a administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes. 
O objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta o seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes.
Assim, é objeto da concessão do alvará a própria concessão do alvará; é objeto do ato de exoneração a própria exoneração; é objeto do ato de suspensão do servidor a própria suspensão.
Nos atos vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o motivo, a prática do ato é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a Administração considerá-lo oportuno e conveniente, e com conteúdo escolhido pela Administração, nos limites da lei.
Nos atos vinculados, motivo e objeto são vinculados, ao passo que nos atos discricionários, motivo e objeto são discricionários.
Portanto, são os elementos motivo e objeto que permitem verificar se o ato é vinculado ou discricionário.
Nos atos discricionários, o binômio motivo-objeto determina o denominado mérito administrativo.
Direito Administrativo
ATO ADMINISTRATIVO
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MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO
 
O mérito administrativo consiste, no poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei. Só existe mérito administrativo em atos discricionários.
	Nos atos denominados vinculados, aqueles onde a liberdade de atuação do administrador é rigorosamente restrita ao expressamente previsto na lei, todos os elementos encontram-se minuciosamente estipulados no texto legal e devem ser estritamente observados pelo administrador.
Nos atos discricionários – aqueles em que a lei confere certa margem de liberdade à atuação do administrador, possibilitando-lhe decidir sobre a oportunidade e conveniência da prática do ato, por meio da escolha de seu objeto e valoração de seus motivos – nem todos os requisitos de validade são estritamente vinculados.
Nestes atos discricionários, vinculam-se, invariavelmente, à expressa previsão da lei:
 
1) a competência;
2) a forma;
3) a finalidade (será sempre o interesse público).
 
Nos atos discricionários os requisitos motivo e objeto são requisitos não vinculados, ou seja, há certa liberdade de atuação do agente em sua prática.
Esses dois requisitos – motivo e objeto -, especificamente considerados quanto aos atos administrativos, formam o núcleo do que costuma ser denominado pela doutrina de mérito administrativo.
O mérito administrativo consiste no poder conferido pela lei ao administrador para que ele, nos atos discricionários, decida sobre a oportunidade e conveniência de sua prática.
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ATO ADMINISTRATIVO
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ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
 
Atributos são as qualidades dos atos administrativos. Enquanto os requisitos dos atos administrativos constituem condições que devem ser observadas para sua válida edição, seus atributos podem ser entendidos como as características inerentes a estes atos administrativos.
Os atributos dos atos administrativos descritos pelos principais autores são:
 
1. a presunção de legitimidade;
2. a imperatividade;
3. a auto-executoriedade;
4. a tipicidade.
 
Os atributos imperatividade e auto-executoriedade são observáveis somente em determinadas espécies de atos administrativos.
 
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ATO ADMINISTRATIVO
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RESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
 
A presunção de legitimidade é qualidade inerente a todo ato da administração Pública, qualquer que seja sua natureza. O fundamento da presunção de legitimidade dos atos administrativos é a necessidade que possui o Poder Público de exercer com agilidade suas atribuições, especialmente na defesa do interesse público. Portanto, regra geral, o ato administrativo obriga os administrados por ele atingidos, ou produz os efeitos que lhe são próprios, desde o momento de sua edição, ainda que apontada a existência de vícios em sua formação que possam acarretar a futura invalidação do ato.
Esse requisito autoriza, portanto,

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