Questionário Técnicas Retrospectivas

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Questão 1:
Como Leonardo Castriota define a dialética lembrar-esquecer na construção da identidade nacional?
 Leonardo Castriota demonstra que é no âmbito da modernidade que será possível pensar a categoria patrimônio cultural, numa relação reflexiva com o passado, com a tradição. Este debate é tratado, por exemplo, na questão do monumento intencional (ou seja, para fazer lembrar) e monumento histórico, este como objeto de saber, devendo ser estudado, registrado, preservado.
 As políticas do patrimônio trabalham, via de regra, com essa dialética (lembrar-esquecer); para se criar uma memória nacional, privilegiam-se certos aspectos em detrimento de outros, iluminam-se certos momentos da história, enquanto outros permanecem na obscuridade. Esse processo – marcado por seleção e escolhas sempre discricionárias – parece oferecer um terreno ideal para se perceber o caráter de construção social das memórias nacionais, foco de interesse desses estudos recentes. E aqui cabe notar que essas análises críticas a que tem sido submetido o campo do patrimônio fazem-se mais factíveis exatamente devido a intensa revisão historiográfica que ele tem sofrido nos últimos anos, quando se tem examinado, em profundidade e por diversos ângulos, a sua gênese social e ideológica nos diversos países.
Questão 2:
Quais são os três modelos que correspondem a três posturas diferentes em relação a gestão patrimonial no Brasil, que foram identificados por Leonardo Castriota?
Preservação, conservação e reabilitação/revitalização
Questão 3:
As consequências da gestão da cidade de Ouro Preto pelo viés estético são as descaracterizações, a falsificação e o hibridismo. Descreva como esses processos se deram na cidade. 
 A descaracterização está ligada ao uso do solo e do regime de propriedade. A falsificação de deu em razão da persistência no controle das fachadas para manutenção do estilo e da estética colonial. E o hibridismo surgiu com a mistura dos estilos preexistentes e novo sugeridos.
Questão 4:
Defina patrimonialização?
Patrimonialização do patrimônio é a institucionalização de mecanismos de proteção do chamado patrimônio cultural, material e imaterial. Segundo Claudino, esse processo busca fomentar mecanismos afirmativos da cultura e do patrimônio cultural.
Questão 5:
Defina despatrimonialização?
Desparimonialização é o processo inverso da patrimonialização, onde o objeto em questão deixa de exercer o papel de referência cultural. A sociedade deixa de enxergar o bem cultural como imutável. Portanto, entende-se como despatrimonialização quando o bem é desconfigurado ou destruído pela comunidade detentora deixa ou não considera aquele bem como um patrimônio ou referência cultural em alguns casos.
Questão 6:
Como o processo de despatrimonialização pode ser observado no Espírito Santo? 
No Espírito Santo é observado que os sítios históricos não tem uma comunicação efetiva entre a população e o governo em relação aos patrimônios tombados, consequentemente haverá uma descaracterização e até a destruição desses patrimônios.
Questão 7:
De que maneira o pensamento de Quatremère de Quincy antecipa preocupações que temos hoje com o patrimônio? “O verdadeiro museu de Roma, aquele de fato, compõe-se, é verdade, de estátuas, colossos, templos, obeliscos, colunas triunfais, termas circos, anfiteatros, arcos de triunfo, túmulos, estuques, afrescos, baixos-relevos, inscrições, fragmentos de ornamentos, materiais de construção, móveis, utensílios, etc., mas ele não se compõe menos de lugares, sítios, montanhas, pedreiras, rotas antigas, posições respectivas de cidades arruinadas, de relações geográficas, relações de todos os objetos entre si, de lembranças, tradições locais, de usos ainda existentes, de paralelos e de aproximações que só podem ser feitos no próprio lugar.”.
Antecipa de maneira quase profética dois perigos para os monumentos e para a arte: A comercialização e fetichização. E define o verbete restauro: Ato visando reestabelecer partes degradadas de um edifício para deixa-lo em bom estado, buscando, ainda, reencontrar a sua disposição original ao reintegrar partes faltantes.
Questão 8:
De que maneira o pensamento intervencionista de Viollet-le-Duc interferiu na descaracterização de importantes elementos dos centros históricos europeus? 
Viollet-le-Duc foi protagonista do que hoje conhecemos como “restauração estilística”, ou seja, um processo que, baseado na unidade formal e estilística das edificações buscava criar um modelo idealizado na “pureza” de seu estilo.
Viollet-le-duc concebeu um sistema teórico ideal entre os elementos da forma, estrutura e função, buscando a lógica do conjunto arquitetônico. Este sistema proporcionou a formação de um “tipo” característico que seria o “modelo” base para seus projetos de intervenção e restauração.
Viollet-le-Duc não se contentava unicamente em fazer uma reconstituição hipotética do estado de origem, mas procurava fazer uma reconstituição daquilo que teria sido feito se, quando da construção, detivessem os conhecimentos e experiências de sua própria época, ou seja, uma reformulação ideal de um dado projeto. Desenvolveu uma metodologia de trabalho onde, muitas vezes, o resultado final da intervenção proporcionava uma obra completamente diferente da original.
Viollet-le-Duc acreditava que dominando o sistema construtivo da edificação e conhecendo profundamente seu estilo arquitetônico, conseguiria atingir plenamente os objetivos de um processo de restauração. Dizia que se as formas do passado fossem compreendidas em suas instâncias formais e espaciais, serviriam de base para esclarecer os problemas da arquitetura do presente.
Baseado em seu sistema de ação, Viollet-le-Duc formulou o seguinte postulado: “Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado que pode não ter existido nunca em um dado momento”. Este pensamento fundamentou sua prática profissional mais intensa e inspirou as ações de intervenção de muitos países europeus.
Questão 9:
Quais são as principais características do movimento anti-restauração liderado por John Ruskin? 
 O movimento Anti-restauração tem suas bases mas ideias contidas na Lâmpada da Memória, de John Ruskin. Portanto alicerçado em todas as Lâmpadas da Arquitetura, porém mais especificamente vinculado à Lâmpada da Memória, o movimento - como seu nome já indica - coloca-se radicalmente contra a restauração, advogando em contrapartida o cuidado e a manutenção constantes aos monumentos, como se vê no trecho a seguir:
 “ Cuide bem de seus monumentos, e você não precisará restaurá-los. Algumas chapas de chumbo colocadas a tempo num telhado, algumas folhas secas e gravetos removidos a tempo de uma calha, salvarão tanto o telhado como as paredes da ruína. Zele por um edifício antigo com ansioso desvelo; proteja-o o melhor possível, e a qualquer custo, de todas as ameaças de dilapidação. Conte as suas pedras como se fossem as jóias de uma coroa; coloque sentinelas em volta dele como nos portões de uma cidade sitiada; amarre-o com tirantes de ferro onde ele ceder; apóie-o com escoras de madeira onde ele desabar; não se importe com a má-aparência dos reforços: é melhor uma muleta do que um membro perdido; e faça-o com ternura, e com reverência, e continuamente, e muitas gerações ainda nascerão e desaparecerão sob a sua sombra. Seu dia fatal chegará finalmente; mas que chegue declarada e abertamente, e que nenhum substituto desonroso e falso prive o monumento das honras fúnebres da memória. (1989:196-197)”.
Questão 10:
Defina o conceito de restauro de Camillo Boito?
Camillo Boito acreditava que o restauro é um mal necessário, defendendo que as intervenções deviam preservar o seu aspecto artístico no monumento, concebendo isso a respeito à sua história, retomar peças com defeitos ou em falta, mas que não conduza a um falso histórico. “Os completamentos de partes deterioradas ou faltantes deveriam, mesmo se seguissem a forma primitiva, ser de material diverso ou ter incisa a data de sua restauração.”Camilo Boito conceitua a restauração arquitetônica como uma ação eminentemente cultural, que se transforma em um ato critico alicerçado na análise da relação dialética entre fatores estéticos e históricos de uma obra.
 Boito classifica a restauração arquitetônica em 3 tipos de intervenção de acordo com o estilo e a idade dos edifícios: 
a) Restauração arqueológica: para os edifícios da antiguidade. Deve buscar a exatidão científica; 
b) Restauração Pitoresca: para os edifícios góticos. Deve se concentrar principalmente no esqueleto (ossatura) do edifício, deixando a carne (estatuária e decoração) em deterioração;
c) Restauração Arquitetônica: para os monumentos clássicos e barrocos. Deve levar em conta os edifícios em sua totalidade.
Questão 11:
Como os ensinamentos de Boito podem ser aplicados em uma intervenção em um centro histórico?
Para aplicar os ensinamentos de Boito em um centro histórico é necessário seguir seus critérios de intervenções nos monumentos, que são: Ênfase no valor documental dos monumentos, evitar acréscimos e renovações, os completamentos de partes deterioradas ou faltantes deveriam, mesmo se seguissem a forma primitiva, ser de material diverso ou ter incisa a data de sua restauração, as obras de consolidação deveriam limitar-se ao estritamente necessário, respeitar as várias fases do monumento e registrar as obras através do uso de fotografias.
Questão 12:
Interprete o seguinte pensamento de Max Dvořák: “Os monumentos históricos não são apenas uma lembrança do passado, mas garantem às sociedades atuais o sentido de pertencimento, tão fundamental para a existência social. [...] o efeito dos antigos monumentos sobre a fantasia e o sentimento não depende de uma lei estilística, mas é acionado através da visão concreta que nasce quando as formas artísticas universais se unem com as características locais e individuais, com todo o ambiente e com tudo o que ao longo do devir histórico transformou o monumento histórico em símbolo desse ambiente.”
Para Max os monumentos históricos são mais do que lembranças do passado, os monumentos garantem sentido para a sociedade, que contam a história local e das várias ligações criadas a partir dela são heranças e cultura de uma sociedade que devem ser preservados.
Questão 13:
Explique a técnica do desbastamento defendida por Gustavo Giovannoni. 
Giovannoni entende como um organismo complexo que deve ser em sua inteireza, sua técnica desbastamento é: melhorar a salubridade, a habitabilidade, a circulação e demolições pontuais para criar pequenos largos para melhorar a insolação e ventilação das edificações existentes e melhorar a visibilidade dos edifícios excepcionais.
Questão 14:
Interprete a seguinte frase de Cesare Brandi: “A restauração constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consciência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas à sua transformação para o futuro.”
Brandi afirma que o processo de restauro é necessário, pois representa o reconhecimento da obra de arte, por valores estético e histórico, defende o restauro apenas da matéria da obra de arte, para não cometer falso histórico.
Questão 15:
Em que momento o patrimônio deixa de ser visto como objeto individual para ser visto como elemento integrante de um conjunto?
A partir de 1972, depois da Convenção Sobre a Proteção Mundial, Cultural e Natural que foi realizado em Paris, quando foi avaliado que os patrimônios culturais e naturais estão prejudicados tanto pela evolução da sociedade e sua economia como por agentes habituais de degradação. 
Questão 16:
Qual é o limite da restauração estabelecido pela Carta de Veneza?
Carta de Veneza 1964 - Art.9 - O restauro é um tipo de operação altamente especializado. O seu objetivo é a preservação dos valores estéticos e históricos do monumento, devendo ser baseado no respeito pelos materiais originais e pela documentação autêntica. Qualquer operação desse tipo deve terminar no ponto em que as conjecturas comecem; qualquer trabalho adicional que seja necessário efetuar deverá ser distinto da composição arquitetônica original e apresentar marcas que o reportem claramente ao tempo presente. O restauro deve ser sempre precedido e acompanhado por um estudo arqueológico e histórico do monumento.
Questão 17:
Quais foram as principais contribuições das Normas de Quito para a preservação dos centros históricos? 
As principais contribuições das Normas de Quito são a sugestão de um zoneamento de proteção de centros históricos, que são: zona de proteção rigorosa, zona de proteção ou respeito e zona de proteção da paisagem urbana, também sugere uma isenção de impostos para edificações com interesse de preservação privadas.
Questão 18:
Analisando os dados da Unesco de 2019, quando eram reconhecidos como patrimônio da humanidade 1.121 sítios e bens localizados em 167 países do mundo, podemos observar a grande concentração na Europa. Por que esta concentração se dá neste continente? Que aspectos da política internacional este fato traz à tona?
Após a segunda guerra mundial, a Europa se viu a necessário reconstruir, restaurar e preservar seus monumentos que sofreram algum tipo de dano para a preservação de sua história. Depois da guerra foi exposta a necessidade da criação de regulamentos para a preservação de seus patrimônios.
Questão 19:
Quais são as medidas administrativas defendidas pela Declaração de Amsterdã que podem auxiliar no planejamento físico-territorial dos centros históricos? De que maneira essas medidas estão sendo aplicadas nos centros históricos do Espírito Santo?
A declaração de Amsterdã defini medidas de preservação de patrimônio como a designação e à delimitação dos conjuntos arquitetônicos, a delimitação das zonas periféricas de proteção e dos locais de utilidade publicas serem previstos e a elaboração dos programas de conservação integrada e à inserção das disposições desses programas no planejamento. No Espírito Santo estão sendo aplicadas em formas de leis através de órgãos como IPHAN e a Secult, que incentivam a fiscalização e proteção dos centros históricos.
Questão 20:
Quais são as medidas jurídicas e administrativas relacionadas à gestão do espaço urbano previstas na Carta de Nairóbi de 1976?
Em relação às medidas administrativas e Jurídicas previstas as políticas são globais, com princípios válidos para cada país em sua totalidade, se necessário adaptando as disposições de acordo com as diretrizes, para assegurar a salvaguarda dos conjuntos históricos.
As medidas tratada na legislação deve ser respeitado por todos, desde a parte públicas, quanto às particulares.  As leis deveriam ter qualquer medida preventiva contra infrações à regulamentação da salvaguarda e contra qualquer alta especulativa dos valores imobiliários nas zonas protegidas para intervir no preço dos terrenos, sendo necessário estabelecer um mecanismo contra decisões ilegais, injustas ou arbitrárias.
É ressaltado no documento as penas que devem ser instituídas por parte do governo, quando os proprietários descumprem as leis, como suspenção de obras e multas.
Questão 21:
Quais são as consequências que o turismo pode trazer para um centro histórico? Relacione os pontos positivos e os pontos negativos do turismo.
O turismo nos centros históricos torna o patrimônio como marco e referência da humanidade, possibilitando conhecer mais sobre as atividades e costumes típicos da região proporcionando maior visibilidade e reconhecimento ao patrimônio. Dessa forma, o comércio local é impulsionado devido ao alto fluxo de pessoas, e sua infraestrutura é valorizada pelo Estado, tornando o local atraente e convidativo para as pessoas.
As consequências negativas podem ser tanto para a população, quanto para o espaço físico. Em relação a população, pode ocorrer o processo de gentrificação, este processo se dá quando o local é valorizado, aumentando a especulação imobiliária e o custo de vida da região. Dessa forma, muitos moradores precisam se deslocar, por não conseguirem manter umpadrão mais elevado no custo de vida. Além disso, o alto fluxo de pessoas, se dá apenas em determinadas épocas comemorativas ou período de férias, deixando a cidade vazia nas demais datas, oscilando a economia local o qual prejudica a renda dos moradores locais.  Há também destruição e deterioração do espaço físico e patrimônios contidos na região proveniente da exploração excessiva do turismo, e dependendo do Bem, a manutenção e restauração podem ser dificultadas aos proprietários por questões burocráticas, e por consequência torna um local menos frequentado e propicio a mais assaltos afastando os turistas do local por falta de segurança.
Questão 22:
Numa intervenção em um jardim histórico, quais são os principais elementos a serem considerados?
Serão empreendidas após um estudo aprofundado, que vá desde as escavações até a coleta de todos os documentos referentes ao respectivo jardim e aos jardins análogos, suscetível de assegurar o caráter científico da intervenção. Antes de qualquer execução, esse estudo deverá resultar em um projeto que será submetido a um exame e a uma aprovação colegiados.
A intervenção de restauração deve respeitar a evolução do respectivo jardim. Em princípio, ela não deveria privilegiar uma época à custa de outra, salvo se a degradação ou o definhamento de certas partes puderem, excepcionalmente, dar ensejo a uma reconstituição fundada sobre vestígios ou sobre uma documentação irrecusável. Poderão ser, mais particularmente, objeto de uma reconstituição eventual as partes do jardim mais próximas do edifício a fim de fazer ressaltar sua coerência.
Quando um jardim houver desaparecido totalmente ou quando só se possuírem elementos conjeturais de seus estados sucessivos, não se poderia empreender uma reconstituição relevante da noção de jardim histórico. Os trabalhos que, nesse caso, se inspirariam em formas tradicionais sobre o terreno de um jardim antigo, ou em lugar onde nenhum jardim tenha previamente existido, constituiriam, então, noções de evocação ou de criação, excluída qualquer qualificação de jardim histórico.
A proteção dos jardins históricos exige que eles sejam identificados e inventariados. Impõe intervenções diferenciadas que são a manutenção, a conservação, a restauração. Pode-se eventualmente recomendar a reconstituição. A autenticidade diz respeito tanto ao desenho e ao volume de partes quanto ao seu cenário ou à escolha de vegetais ou de minerais que os constituem.
Qualquer operação de manutenção, de conservação, restauração ou reconstituição de um jardim histórico ou de uma de suas partes deve considerar simultaneamente todos os seus elementos. Separar-lhes os tratamentos alteraria os laços que os unem.
Questão 23:
Em que aspectos Carta de Washington de 1986 complementa a Carta de Veneza de 1964?
Complementa realizando um novo texto, que define os princípios e os objetivos, os métodos e os instrumentos de ação apropriados a salvaguardar a qualidade das cidades históricas, a favorecer a harmonia da vida individual e social e a perpetuar o conjunto de bens que, mesmo modestos, constituem a memória da humanidade.
Questão 24:
Em que aspectos a Conferência de Nara de 1994 alarga os conceitos da Carta de Veneza de 1964?
A conferencia de Nara, amplia o documento da Carta de Veneza alargando os conceitos referentes ao escopo do que é patrimônio cultural e seus interesses em nosso mundo contemporâneo.
Questão 25:
A Declaração de Xi’an de 2005 considera o entorno um atributo da autenticidade como esta questão tem sido trabalhada nos centros históricos brasileiros? Levando-se em consideração este aspecto, podemos considerar o centro histórico de Paraty, estado do Rio de Janeiro, autêntico?
A declaração de Xi’na, 2005, destaca a importância das delimitações de zonas a respeito do entorno, trazendo maior autenticidade do patrimônio.
A definição do entorno necessita compreender a história, a evolução e o caráter dos arredores do bem. Os elementos que compõem esta paisagem provêm da percepção de seus valores sociais, espirituais, históricos, artísticos, estéticos, naturais e científicos.
A cidade de Paraty, foi considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, em 2019. A Cidade garante sua autenticidade histórica e cultural por meio da manutenção de suas práticas culturais tradicionais e da preservação da sua paisagem natural e sua paisagem urbana histórica, mantendo-os bem conservados.
Questão 26:
Continuando a questão anterior, quais foram os valores considerados na atribuição do título de patrimônio cultural da humanidade a Paraty? 
Paraty foi fundada em 1667 e é considerada uma das cidades mais importantes do período colonial, por estar na rota de escoamento do ouro minerado em Minas Gerais. O conjunto arquitetônico da cidade foi tombado pelo Iphan em 1958.
Os critérios reconhecidos pelo Comitê que levaram à inserção do sítio Paraty: cultura e biodiversidade na Lista do Patrimônio Mundial foram:
 
Critério V — Ser um excelente exemplo de assentamento humano tradicional, uso da terra ou uso do mar que é representativo de uma cultura (ou culturas) ou interação humana com o meio ambiente, especialmente quando ele se torna vulnerável devido ao impacto de mudanças irreversíveis.
Segundo a candidatura, o quinto critério é observado fortemente no sítio, pois grupos humanos, em diferentes momentos históricos de Paraty, viveram ao lado da paisagem exuberante e exploraram os recursos naturais, terrestres e aquáticos, formando uma interação entre a cultura e a natureza. As comunidades tradicionais de Paraty baseiam suas atividades na utilização da terra e do mar, sendo a pesca artesanal uma atividade intensa, especialmente nas comunidades caiçara e em torno do centro histórico. Ainda nos dias de hoje, paralelamente aos processos de pesca com embarcações modernas e motorizadas, existem práticas e instrumentos tradicionais herdados das culturas indígena, africana e europeia, que são utilizados pelas comunidades tradicionais.
Critério X – Conter os habitats naturais importantes e significativos para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles que possuem espécies ameaçadas de valor universal do ponto de vista científico ou de conservação.
O sítio misto está localizado em um dos centros endêmicos da Mata Atlântica e representa uma das áreas de maior diversidade biológica para este local. A biodiversidade acentuada reconhecida nesta área deve-se a fatores históricos e evolutivos associados a fatores geográficos, que criaram uma diversidade única de paisagens com um conjunto de altas montanhas e forte variação latitudinal, onde seus ecossistemas ocupam áreas desde o nível do mar até cerca de 2 mil metros de altura. Esta seção da Mata Atlântica representa a maior riqueza de endemismo para plantas vasculares ao longo deste local e também apresenta 57% do total de aves endêmicas da região, o maior percentual encontrado entre as áreas mais importantes para a conservação de aves identificadas na Mata Atlântica.
Questão FORUM:
     Quais são as principais características do “Modelo de Preservação”? 
a. Concepção de patrimônio
R: Coleção de objetos, excepcionalidade, valor histórico e/ou estético, cultura erudita;
b.    Tipo de objeto
 R: Edifiações, estruturas e outros artefatos individuais;
c.    Marco legal
 R: Tombamento
d.    Atores/ações
 R: Estado, relações e casos excepcionais;
e.    Profissionais envolvidos
 R: Arquitetos e Historiadores;
Questão FORUM:
 Quais são as principais características do “Modelo de Conservação”? 
a. Concepção de patrimônio
R: Ampliação, Patrimônio Ambiental Urbano, Valor Cultural/ambiental, Cultura em sentido amplo/processo;
b.    Tipo de objeto
 R: Grupos de edificações históricas, paisagem urbana e espaços públicos;
c.    Marco legal
 R: Áreas de conservação;
d.    Atores/ações
 R: Estado, Parte integral do planejamento urbano;
e.    Profissionais envolvidos
 R: Arquitetos, historiadores e Planejadores Urbanos;
Questão FORUM:
  Quais são as principais característicasdo “Modelo de Reabilitação / 
 revitalização”? 
a.    Concepção de patrimônio
R: Ampliação, Patrimonio ambiental urbano, valor cultural/ambiental, cultural em sentido amplo/processo;
b.    Tipo de objeto
R: Grupos de edificações históricas, paisagem urbana e espaços públicos;
c.    Marco legal
R:Novos Instrumentos urbanísticos (TDC,operações urbanas, etc);
d.    Atores/ações
R: Papel decisivo da sociedade e da iniciativa privada – parcerias;
e.    Profissionais envolvidos
R: Arquitetos, historiadores, planejadores urbanos e Gestores;
Questão FORUM:
"As consequências da gestão da cidade de Ouro Preto pelo viés estético são as descaracterizações, a falsificação e o hibridismo". Descreva como esses processos se deram na cidade de Ouro Preto na visão de Lia Mota.
Segundo a arquiteta Lia Mota em seu artigo defino o processo de descaracterização urbanística de ouro preto, como um problema ligado ao uso do solo, sendo isento o patrimônio ser responsabilizado.