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PROVA DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO E RURAL QUESTÃO 01 : Embora o foco seja a questão da retificação de área, quando falamos em erros, também nos reportamos a toda sorte de erros de registro que pode ser cometido, não somente em relação a área. O artigo 213 da Lei nº 6.015/73 (Lei de Registros Públicos), classificava os erros de registros em três categorias. Nesse sentido, sobre esses erros, é INCORRETO afirmar que: a) As 3 categorias são: o erro evidente (informal), o erro cuja retificação não acarrete prejuízo a terceiros (formalíssimo) e o erro que, se retificado, pode acarretar prejuízos a terceiros (formal); b) Erro evidente ou acidental: é aquele normalmente cometido pelo próprio registrador. É o erro percebido à primeira vista, não exigindo exame ou maior exame para sua constatação. É erro que pode ser corrigido de ofício pelo próprio oficial registrador ou mediante a apresentação de documento ou certidão expedida por autoridade competente, ou cópias reprográficas autenticadas de tais documentos ou certidões; c) São erros evidentes, e com os quais constantemente nos deparamos, a troca ou nome errado das partes, omissão do regime de casamento, estado civil de algumas partes, erro ou omissão do cadastro de pessoas físicas junto ao Ministério da Fazenda e outros; d) A retificação de tais erros normalmente era feita com a apresentação, novamente, do título já registrado, como Escritura Pública de Venda e Compra, Formal de Partilha ou Certidão, documento original ou cópia autenticada que comprove o erro; e) A retificação não é necessária, uma vez que na apresentação de um novo documento, constando os dados corretos, não terá acesso ao Registro em decorrência dos dados divergentes. QUESTÃO 02 : Considera-se transferido o domínio somente na data em que ocorrer a transcrição (registro), artigo 1.245, do Código Civil. O artigo 167 da Lei nº 6.015/73, no Inciso I, especifica todos os atos de registro, enquanto que o Inciso II, determina os atos sujeitos a averbação. O registro tem por finalidade assegurar a eficácia do ato contra terceiros, ou seja, “erga omnes”, cujos atributos são: a) Publicidade do ato, conferida pelo Estado, através do seu órgão competente, que é o registro imobiliário; b) Força probante, fundada na fé pública inerente ao registro, pois a lei presume pertencer o direito real à pessoa em cujo nome foi ele transcrito; c) Sua legalidade, decorrente do exame feito pelo oficial do registro de todos os documentos apresentados para a transcrição, opondo as dúvidas que caso ocorrerem; d) Sua obrigatoriedade, devendo ser efetuada no cartório da situação do imóvel; e) Todas as alternativas anteriores. QUESTÃO 03 : O parcelamento do solo tem como escopo o desenvolvimento de atividades urbanas, orientando o desenvolvimento urbano, sendo que a planta e o projeto devem ser antecipadamente aprovados. Sobre o parcelamento do solo, julgue as alternativas a seguir e marque a opção INCORRETA: a) Celso Antônio Pacheco Fiorillo (2003, p. 260) assevera que o parcelamento do solo, sob o aspecto urbanístico, “tem por finalidade efetivar o cumprimento das funções sociais da cidade, estabelecendo regramentos para o melhor aproveitamento do espaço urbano”. b) O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 6.766 determina onde não será possível o parcelamento do solo: Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal. c) Para que o parcelamento do solo urbano seja considerado regular, deve o projeto de sua constituição ser aprovado pelo Poder Público e haver o respectivo registro no Cartório de Registro de Imóveis competente (no caso de não ser respeitado um dos requisitos citados, este será considerado regular, aguardando o requisito). d) Carlos Alberto Dabus Maluf (2005, p. 183) afirma que era muito comum a empresa loteadora adquirir uma gleba bruta de terra, sem qualquer infraestrutura, e vendê-la como se já houvesse um loteamento aprovado pelo Poder Público; e) Conforme Washington Carlos De Almeida (2013), por meio da aplicação da legislação sobre parcelamento do solo, que é possível o desenvolvimento urbano com aproveitamento do uso do solo. QUESTÃO 04 : A Lei nº 6.766/79 foi inovatória ao determinar que as normas urbanísticas para aprovação dos parcelamentos fossem objeto de registro em órgão competente. O parcelamento ilegal engloba o parcelamento clandestino e o parcelamento irregular. Nesse aspecto, NÃO podemos aceitar a seguinte afirmativa: a) Segundo Diógenes Gasparini (1999), a diferença entre a clandestinidade e a irregularidade, encontra-se na existência ou não da aprovação do parcelamento do solo; havendo esta, tem-se um parcelamento irregular, inexistindo a mesma, tem-se um parcelamento clandestino; b) O parcelamento, loteamento ou desmembramento, é clandestino na medida em que o Poder Público competente (Município ou Distrito Federal) não tem, qualquer conhecimento oficial do plano de aprovação, ou seja, é clandestino quando da inexistência da aprovação, que pode decorrer tanto da omissão de solicitação, quanto em decorrência do indeferimento do pedido, que podem ser parcelamentos clandestinos executados e não executados, desde que, ausente à aprovação do Poder Público; c) Vicente de Abreu Amadei (1997, p. 65) infere que nossa doutrina distingue o parcelamento clandestino do parcelamento irregular, considerando a circunstância de que aquele foi implantado de fato sem aprovação urbanística, enquanto este não carece desse vício, mas sim de outro, sendo, ambas espécies, gênero do parcelamento ilegal; d) O parcelamento ilegal abrange duas categorias: a) Parcelamento aparente e substancialmente legal; b) Parcelamento ilegal, mas substancialmente ilegal. (AMADEI, 1997, p.65); e) O parcelamento aparentemente legal é aquele aprovado e registrado, porém com vício (substancialmente ilegal). Pode ser considerado um exemplo os loteamentos com registro, mas sem licença urbanística (AMADEI, 1997, p. 65). QUESTÃO 05 : O loteamento é regido pela Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, tendo como tipo mais comum de loteamento urbano, aquele destinado à construção de residências. Nesse sentido é correto afirmar, EXCETO: a) Para Helita Custódio Barreira (1977, p. 458), considera-se loteamento, o processo de divisão de terrenos rurais ou urbanos em lotes destinados à exploração ou à edificação de qualquer natureza, mediante a observância das formalidades legais e regulamentares, visando à saúde, ao bem-estar e à melhoria da vida humana; b) O loteamento forma-se por subdivisão de gleba e, lotes para a edificação urbana. A lei não faz distinção entre gleba e lote sendo de grande valia e importância para a interpretação e aplicação de seus dispositivos; c) A lei distingue o que significa lote de gleba. O lote “significa a utilização da característica da divisibilidade de uma coisa, para dela obter outras de tamanho ou área menor, visando, o loteador, lucro na venda dos lotes ou parcelas” (SODERO, 1977, v. 50, p. 457); d) O loteamento é um fato social, a par de ser operação de caráter econômico, sobre o qual incidem interesses públicos e particulares, que devem ser encarados com o máximo de cautela e respeito; e) Quanto à espécie, o loteamento pode ser urbano ou rural. O loteamento urbano se dá na divisão de terrenos em lotes destinados à construção, observadas as normas legais. O loteamento rural é o processo de divisão de terrenos em lotes destinados à exploração agrícola. QUESTÃO 06 : Uma retificação administrativa pode se converter em retificação judicial. Como exemplo, pode ser citado o caso da retificação de área de que trata o art. 213, inciso II, da Lei nº 6.015/73. A parte interessada na retificação de área a propõe ao registrador imobiliário da circunscrição do imóvel; este, por sua vez, exige, dentre outras providências, a anuênciaexpressa de todos os confrontantes do imóvel a ser retificado; não havendo a anuência de um deles, o registrador notifica o omisso para eventual impugnação, a ser apresentada perante o registro predial. Como prevê o § 6º do mesmo dispositivo, não havendo transação amigável e insistindo o notificado na manutenção da impugnação, não cabe mais ao registrador a conclusão do processo, devendo este efetuar a remessa ao juiz competente. A retificação, antes administrativa, passa, então, à esfera judicial. Retificação quanto ao promovente pode ser feita: a) Pelos confrontantes (213, II, in fine); b) Pelo terceiro prejudicado (CF 5, XXII, XXXIII, XXXV, XXXVI, LIV e LV)); c) De ofício, pelo Oficial de Registro de Imóvel (213, I, “a” e “e”); d) Pelo interessado, pessoa em cujo nome consta o registro (213, I, “a” a “g” e II); e) Por todas as alternativas anteriores. QUESTÃO 07 : O desmembramento constitui a divisão de terras, “desde que operado dentro do sistema urbanístico” (VIANA, 1985, p. 51). Os desmembramentos, em certos aspectos, tornam-se, mais problemáticos que os loteamentos, porque, dependendo da finalidade a que se destina a divisão da gleba, o vulto ou a densidade da ocupação futura poderá levar ao colapso do sistema viário ou dos serviços e equipamentos urbanos pré- instalados, eventualmente não dimensionados no uso futuro. Sendo assim, podemos afirmar, EXCETO: a) A Lei nº 6.766, de 1979, reza em seu parágrafo 2º: § 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes; b) A diferença entre loteamento e desmembramento é de grande importância, pois disto difere o tratamento legislativo. Para que haja o desmembramento, é necessário o requerimento do interessado, instruído com certidão da prefeitura; c) A legislação que rege os desmembramentos é a Lei Federal nº 6.766/1979 que, em seu § 2º, define o desmembramento: considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes; d) O desmembramento, pelas suas repercussões no meio urbano, passou a ser contemplado pela nova Lei como ato de urbanização, haja vista as várias regras que disciplinam essa forma de parcelamento urbano. Contudo, os efeitos jurídicos do desmembramento, previstos pela Lei, não são equiparados aos do loteamento; e) Com a Lei nº 6.766, de 19/12/1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urbanos, foram editadas normas urbanísticas para o loteamento e o desmembramento de glebas destinadas à urbanização, mas com a ressalva de que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais (art. 1º parágrafo único). QUESTÃO 08 : Para os efeitos da Lei nº 4.504/64, segundo consta no artigo 4º, I, define-se “Imóvel rural”, o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização que se destina à exploração de extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada. Sobre o desmembramento rural, NÃO podemos afirmar que: a) O desmembramento rural está disciplinado pelo art. 65 do Estatuto da Terra: “O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural”; b) O artigo 65 sofreu ampliação e foi complementado pelo art. 8º da Lei nº 5.868, de 12/12/1972: Art. 8º. Para fins de transmissão, a qualquer título, na forma do art. 65 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, nenhum imóvel rural poderá ser desmembrado ou dividido em área de tamanho inferior a do módulo calculado para o imóvel ou da fração mínima de parcelamento fixado no § 1º deste artigo, prevalecendo a de menor área; c) Após a complementação, houve a promulgação do Decreto nº 62.504, de 05/04/1968: Art. 1º. Os desmembramentos disciplinados pelo art. 65 Lei nº 4.504, de 30/11/1968; e pelo art. 11 do Decreto-lei nº 57, de 18/11/1966, são aqueles que implicam a formação de novos imóveis rurais; d) O Art. 2º. Trata dos desmembramentos de imóvel rural que visem a constituir unidades com destinação única como aquela referida no inciso I do artigo 4º da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, estando sujeitos às disposições do art. 65 da mesma lei e do art. 11 do Decreto-lei nº 57, de 18 de novembro de 1966; e) O Art. 2º. Trata dos desmembramentos de imóvel rural que visem a constituir unidades com destinação diversa daquela referida no inciso I do artigo 4º da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, não estão sujeitos às disposições do art. 65 da mesma lei e do art. 11 do Decreto-lei nº 57, de 18 de novembro de 1966, desde que, comprovadamente, se destinem a um dos seguintes fins: I - Desmembramentos decorrentes de desapropriação por necessidade ou utilidade pública (...). II - Desmembramentos de iniciativa particular que visem a atender interesses de Ordem Pública na zona rural (...). QUESTÃO 09 : Os imóveis rurais podem ser desmembrados para fins de projetos de colonização agrícola, formação de outros imóveis, execução de partilhas (DINIZ, 1998, v. 2, p. 100). Os imóveis rurais são diferenciados dos imóveis urbanos: a) Pela localização (urbanos são os prédios localizados no perímetro da cidade); b) Pelo estado (sendo urbano o terreno onde houver construção); c) Pela destinação econômica (considerando-se o imóvel rural o destinado à exploração rural, e o urbano à edificação); d) Somente pelas alternativas a e c; e) Pelas alternativas a, b e c. QUESTÃO 10 : Quanto ao foro, a retificação do registro pode processar-se: a) Diretamente no Cartório, perante o Oficial do Registro no foro da localização do imóvel; b) Perante o Juiz Corregedor ao qual está subordinado o respectivo Cartório Registral, quando a ele remetido pelo Oficial nas hipóteses previstas no art. 213 e seus §§; c) Na Justiça comum, perante o Juiz de Direito da Comarca onde se situa o imóvel referido no registro; d) Somente pelas alternativas a e c; e) Pelas alternativas a, b e c.
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