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6 Empresário individual e sociedades empresárias

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LEGISLAÇÃO 
EMPRESARIAL 
APLICADA
Tiago Ferreira 
Santos
Revisão técnica:
Miguel do Nascimento Costa 
Advogado
Graduado em Ciências Sociais
Especialista em Processo Civil
Mestre em Direito Público 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB 10/2147
L514 Legislação empresarial aplicada / Tiago Ferreira Santos... [et 
al.]; [revisão técnica: Miguel do Nascimento Costa]. – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. : il. ; 22,5 cm
ISBN 978-85-9502-437-3
1. Direito empresarial. 2. Direito comercial. I. Santos, 
Tiago Ferreira.
CDU 347.72
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 2 29/05/2018 15:27:33
Empresário individual e 
sociedades empresárias
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar o que é empresa, empresário e sociedade empresária.
  Distinguir empresa de empresário e empresário individual de socie-
dade empresária.
  Reconhecer esses institutos e sua correta regulamentação.
Introdução
Conhecer as possibilidades de formatação jurídica para quem quer empre-
ender é de fundamental importância para calcular os riscos do negócio. 
Assim, torna-se fundamental aprender quais são as distinções entre as 
diversas roupagens jurídicas para o negócio.
Neste capítulo, serão abordados a empresa, o empresário e a socie-
dade empresária e suas distinções conceituais.
Empresa, empresário e sociedade empresária
Uma das concepções tradicionais acerca do conceito de empresa é trazida por 
Alberto Asquini (1996, p. 109), para quem “é […] um fenômeno econômico 
poliédrico, o qual tem sob o aspecto jurídico, não um, mas diversos perfi s 
em relação aos elementos que o integram [...]”, os quais são o subjetivo, o 
funcional, o objetivo e o corporativo.
Pelo perfil subjetivo da empresa, ela se confunde com a figura do empre-
sário, o que não é um uso adequado, segundo a doutrina. De qualquer modo, 
o “Código Civil e as leis especiais consideram, com frequência, a organização 
econômica da empresa pelo seu vértice, usando a palavra em sentido subjetivo 
como sinônimo de empresário” (ASQUINI, 1996, p. 114).
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 31 29/05/2018 15:27:37
Diferentemente, “[...] sob o ponto de vista funcional ou dinâmico, a empresa 
aparece como aquela força em movimento que é a atividade empresarial dirigida 
para um escopo produtivo” (ASQUINI, 1996, p. 116). Essa é a noção preferida 
pela doutrina. Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 104) a adota, afinal, pois entende 
que essa “[...] expressão designará a atividade, e nunca a sociedade”. Assim, 
“[...] não há dúvida que o conceito da atividade empresarial tem uma notável 
relevância na teoria jurídica da empresa” (ASQUINI, 1996, p. 117), o qual é, 
também, chamado de aspecto dinâmico da empresa.
A perspectiva objetiva da empresa, por sua vez, designa o que o Código 
Civil (CC) chama de estabelecimento, o qual consiste em “[...] todo complexo de 
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade 
empresária” (Art. 1.142º) (BRASIL, 2002, documento on-line). Este também 
é chamado de aspecto estático da empresa.
O perfil corporativo da empresa implica em considerá-la “[...] aquela espe-
cial organização de pessoas que é formada pelo empresário e pelos empregados, 
seus colaboradores” (ASQUINI, 1996, p. 122). Esse é, sem dúvidas, um perfil 
anacrônico, ou seja, não se adequada à contemporaneidade.
Assim, dos quatro perfis da teoria poliédrica de Asquini, os mais relevantes 
para o Direito brasileiro são o subjetivo e o funcional, com destaque, espe-
cialmente, para o último, já que empresa, no sentido subjetivo, é tecnicamente 
descrita pelo termo empresário.
Não se duvida, entretanto, que esses estudos mais clássicos sobre a teoria 
da empresa são relevantes para entender o conceito de empresa, até mesmo 
para que se entenda, ao final, que prevalece a perspectiva funcional, consoante 
lição de Fábio Ulhoa Coelho.
Empresário, por sua vez, “[...] é a pessoa que toma a iniciativa de organizar 
uma atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços” 
(COELHO, 2017, p. 103). Ou, como dispõe expressamente o CC, no art. 
966, considera-se “empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de servi-
ços”, é, pois, a adoção da teoria da empresa de caráter subjetivo no Direito 
brasileiro. Em outros termos, conceitua-se a figura do empresário a partir 
do qual a doutrina e a jurisprudência depreendem o restante dos conceitos, 
a exemplo da empresa.
O conceito de empresário, bem como o de empresa, não é unívoco na dou-
trina, nem na legislação civil. Nesse sentido, inicialmente, a partir da leitura 
do art. 966 do CC, conclui-se que “[...] a palavra ‘empresário’ é gênero do qual 
o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de 
responsabilidade individual são espécies” (TEIXEIRA, 2018, p. 57).
Empresário individual e sociedades empresárias32
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 32 29/05/2018 15:27:37
Entretanto, tal concepção não é pacífica e sua oposição também encontra 
respaldo no próprio CC. Em outros trechos, ele menciona empresário e so-
ciedade empresária como se por aquele não estivesse já incluído este, bem 
ao contrário. Merece destaque especialmente o art. 982, cuja redação segue: 
“Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem 
por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); e, simples, as demais” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Nesse sentido, há adeptos à doutrina de que empresário é sempre o empre-
sário individual, sendo até mesmo redundância tal terminologia. Em outros 
termos, empresário não engloba a sociedade empresária. Segue opinião de 
Gladston Mamede (2018, p. 77):
[...] o empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a atividade 
econômica organizada (artigo 966 do Código Civil). Obviamente, a expressão 
empresário individual contém uma redundância, já que na palavra empresário 
já está expressada a ideia de indivíduo, opondo-se ao conceito sociedade 
empresária, própria da coletividade (universitas personarum).
Com o devido respeito às opiniões contrárias, uma vez que a atual 
legislação utiliza empresário, ora como gênero, ora como sinônimo de 
empresário individual, a constatação inevitável é que se trata de um con-
ceito não unívoco.
Assim, importa ressaltar que a “[...] atividade empresarial pode ser exercida, 
do ponto de vista de sua titularidade, basicamente sob duas formas distintas” 
(GOMES, 2017, p. 34), a saber: exercício individual da empresa e exercício 
coletivo da empresa.
O exercício individual da empresa pode ser de titularidade da pessoa 
natural, o que acontecerá com responsabilidade ilimitada, na área de atuação 
do empresário individual. Na verdade, não raro, o CC, ao tratar de empresário, 
na verdade está se referindo apenas a essa categoria, como já visto. Essa é, 
portanto, uma relevante figura no Direito Empresarial. Segue lição:
A expressão exercício individual da empresa sempre foi utilizada pela 
doutrina comercialista para identificar a situação em que uma pessoa na-
tural inscreve-se no registro de empresas a fim de que possam legalmente 
desenvolver, em seu próprio nome e sob sua exclusiva responsabilidade, uma 
atividade econômica de produção ou circulação de bens, ou ainda prestação 
de serviços, mediante organização empresarial, consoante disposto no art. 
966 do Código Civil. (MAMEDE, 2018, p. 34, grifo nosso).
33Empresário individual e sociedades empresárias
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 33 29/05/2018 15:27:37
O empresário individual não é pessoa jurídica, tendo, portanto, inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (CNPJ/MF) unicamente para 
que sejam recolhidos tributos pelas mesmas alíquotas asseguradas às pessoas físicas 
como forma de incentivo à atividade empresarial.
Entretanto, a responsabilidadeilimitada do empresário individual é um 
inconveniente. Para solucioná-lo, havia uma prática de constituição de socie-
dades limitadas de fachada para fins de segregar o patrimônio, limitando a 
responsabilidade. São conhecidas as sociedades empresárias formadas com 
a mera inclusão de sócios com participação de 1 ou 0,5% do capital social, 
sem qualquer participação na atividade.
Para solucionar essa situação, a “[...] empresa individual de responsabi-
lidade limitada” (EIRELI), consoante a legislação no art. 44, inciso VI, do 
CC (BRASIL, 2002, documento on-line), foi legalmente prevista, sendo uma 
forma de exercício da atividade empresarial de forma individual. Entretanto, 
em vez de pessoa natural, tal qual o empresário individual, há aqui uma 
pessoa jurídica.
É importante destacar que microempresa, empresa de pequeno porte e 
microempreendedor individual não são pessoas do ponto de vista legal, mas, 
sim, regimes diferenciados. Assim, apenas há pessoas naturais, regidas pelo 
Título I do CC, e pessoas jurídicas. Sobre essas últimas, importa analisar 
os incisos do art. 44, do CC, os quais podem ensejar a constituição de uma 
pessoa jurídica diretamente relevante para o Direito Empresarial. São eles: 
“[...] II - as sociedades; [...] VI - as empresas individuais de responsabilidade 
limitada”. (BRASIL, 2002, documento on-line).
Sobre a natureza jurídica das empresas individuais de responsabilidade 
limitada, há também aqueles que entendem ser uma espécie de sociedade 
empresária, como leciona Gladston Mamede (2018, p. 96):
[...] a empresa individual de responsabilidade limitada é uma sociedade unipes-
soal (sociedade de um só sócio), particularidade que justificou seu tratamento 
em separado, por meio do inciso VI, deixando claro que a ele se submetem 
os princípios que são próprios das pessoas jurídicas: personalidade jurídica 
distinta da pessoa de seu sócio (o empresário), patrimônio distinto da pessoa 
do empresário e existência distinta da pessoa do empresário.
Empresário individual e sociedades empresárias34
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 34 29/05/2018 15:27:37
Em outro giro, o Enunciado nº 3 da I Jornada de Direito Comercial do 
Conselho da Justiça Federal o trata como um novo ente distinto do empresário 
(individual) e da sociedade empresária, como segue: “A Empresa Individual 
de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas 
um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária” 
(BRASIL, 2012).
O que realmente importa é que a EIRELI, diversamente do empresário 
individual, constitui uma pessoa jurídica com patrimônio distinto da pessoa 
natural, bem como a limitação da responsabilidade, ou seja, seu regime jurí-
dico é similar ao das sociedades limitadas. Entretanto, a forma de exercer a 
atividade, no que se refere à titularidade, é individual.
Outra forma de exercício da titularidade da empresa é a coletiva, realizada 
por meio de sociedades: “No direito empresarial, sociedade significa um ente 
que tem natureza contratual, ou seja, sociedade é um contrato por meio do qual 
pessoas se agrupam em razão de um objeto comum” (TEIXEIRA, 2018, p. 117). 
Importa salientar que há uma distinção doutrinária acerca de sociedades 
contratuais, cuja figura central é a sociedade limitada e as sociedades insti-
tucionais representadas, principalmente, pelas sociedades anônimas. Afinal, 
naquela há um contrato social e nesta um estatuto social. Entretanto, como 
bem salienta Tarcísio Teixeira (2018, p. 117):
Ainda que alguns tentem estabelecer uma distinção entre sociedades contra-
tuais (como a sociedade limitada) e institucionais (a exemplo, da sociedade 
anônima), no fundo mesmo estas ainda que constituídas por estatuto social 
— e não por contrato social — têm sua natureza no instituto do contrato.
Sua lição é respaldada na legislação, especialmente, no art. 981 do CC: 
“Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam 
a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica 
e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Sobre as sociedades, este capítulo enfoca as duas modalidades que represen-
tam a quase totalidade da atividade empresarial regularmente exercida. Assim, 
nos investimentos elevados, encontra-se, geralmente, a sociedade anônima, 
ao passo que, nos empreendimentos menores, há a sociedade limitada. Para 
justificar essa limitação da análise sobre sociedades nesse momento, segue lição 
de Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 104), para quem a “[...] sociedade empresária 
assume, hoje em dia, duas das cinco formas admitidas pelo direito comercial 
em vigor: a de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada (Ltda.) 
ou a de uma sociedade anônima (S/A)”.
35Empresário individual e sociedades empresárias
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 35 29/05/2018 15:27:37
Distinção entre empresa e empresário, bem 
como entre empresário individual e sociedade 
empresária
No presente tópico, serão destacadas as diferenças conceituais trazidas até 
o momento pelo estudo comparativo de algumas terminologias já analisa-
das isoladamente. Assim, as distinções entre empresa e empresário, bem 
como entre empresário individual e sociedade empresária, serão apontadas. 
Espera-se que, dessa forma, os assuntos sejam revisados e aprofundados.
Por empresa, já foi visto que tradicionalmente havia quatro perfis. O perfil 
subjetivo da empresa é idêntico a uma das concepções de empresário, que é 
de titular de atividade empresarial (pessoa natural ou pessoa jurídica). Assim 
entendidos, nenhuma diferença é possível mencionar.
Entretanto, mesmo a empresa no perfil subjetivo não se confunde com outra 
concepção de empresário, ou seja, a que o iguala ao empresário individual. 
Nessa situação, trata-se de gênero (empresa em perfil subjetivo) em relação 
à espécie (empresário individual).
A doutrina contemporânea, entretanto, prefere o perfil funcional para 
definir empresa. Portanto, já que nesse aspecto ela consiste na atividade 
empresarial, empresário será, em princípio, aquele que a exerce, a menos 
que seja considerado o conceito de empresário trazido por Tarcísio Teixeira. 
Caso se entenda que empresário é sinônimo de empresário individual, então 
ele será, tão somente, um dos seus possíveis titulares, afinal, já foi estudado 
que os conceitos de empresa e empresário não são unívocos.
Do ponto de vista objetivo, empresa é o estabelecimento, dessa forma, a 
única possibilidade de aproximação entre essa perspectiva e o empresário 
consistente em entender que ele utilizará o complexo de bens organizados 
ou, no mínimo, será um dos que o utilizará.
Por fim, o perfil corporativo da empresa corresponde às relações entre 
empregadores e empregados. Nesse sentido, entendida a ressalva quanto às 
interpretações sobre a extensão de empresário, pode-se equivaler o empresário 
àquele que contrata os trabalhadores.
O registro, nos termos do CC, refere-se ao empresário, não à atividade empresarial, 
empresa.
Empresário individual e sociedades empresárias36
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 36 29/05/2018 15:27:37
Para deixar mais clara a ideia trazida neste capítulo, pode-se dizer que 
há dois conceitos diversos de empresário. Em uma perspectiva ampla, ele 
corresponde a todo aquele que titulariza uma atividade empresarial, ao passo 
que é, restritivamente, apenas relacionado com o empresário individual, não 
incluindo as sociedades empresárias:
Empresário em sentido restrito
Empresário em sentido amplo = 
quem titulariza uma empresa
Empresário individual  Empresário individual
  Sociedade empresária
  Empresa individual de 
responsabilidade limitada
Feitas as distinções acerca de empresa e empresário explicadas anterior-
mente, importa agora empreender as comparações entre empresário individual 
e sociedade empresária.
Como foi destacado, o empresário individual não cria, com o seu registro, 
uma pessoa jurídica, ou seja, trata-sede uma pessoa natural que titulariza uma 
empresa. O que gera algumas vantagens, algumas com repercussões jurídicas 
relevantes, outras não. Por exemplo, enquanto a pessoa natural tem a finitude 
inerente à mortalidade, tal não acontece com as jurídicas, sendo essa ideia de 
superar a morte uma das motivações que podem conduzir à instauração destas. 
Nessa perspectiva, a sociedade empresária é bem diversa da pessoa natural, 
afinal, é uma pessoa jurídica necessariamente formada por duas ou mais pessoas.
Nesse caso, se é assim, então há repercussões jurídicas razoáveis. Por 
exemplo, inexiste desconsideração de personalidade jurídica de empresário 
individual, apenas de pessoas jurídicas, especialmente aquelas de respon-
sabilidade limitada utilizadas em geral (sociedades limitadas e anônimas). 
Há outras modalidades societárias disponíveis no Direito, inclusive com 
responsabilidade mista, mas suas utilizações são muito pontuais, ou melhor, 
“[...] tais sociedades caíram em desuso, à semelhança das sociedades de 
responsabilidade ilimitada” (GOMES, 2017, p. 117).
Além disso, enquanto o empresário individual consiste em uma pessoa 
natural, na sociedade empresária, há uma pessoa jurídica, na qual podem 
constar como sócios as pessoas naturais ou jurídicas, desde que, no mínimo, 
duas, consoante diretriz do art. 981 do CC:
37Empresário individual e sociedades empresárias
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 37 29/05/2018 15:27:37
Empresário individual Sociedade empresária
Uma pessoa natural Duas pessoas ou mais
Ademais, a “[...] sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, 
no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos” (MAMEDE, 
2018, p. 92), situação bem diversa das pessoas naturais, as quais têm a sua 
personalidade jurídica a partir do nascimento com vida. À doutrina de Gladston 
Mamede (2018, p. 92):
[...] a empresa é apenas uma parte do patrimônio da pessoa natural; não há 
outra personalidade jurídica, nem outro patrimônio, ao contrário do que ocorre 
com a sociedade empresária, na qual a pessoa jurídica tem personalidade e 
patrimônio próprios, não se confundindo com a personalidade e o patrimônio 
de seus sócios.
A consequência dessa doutrina é o princípio da intangibilidade do capital, 
o que, se desrespeitado, pode gerar motivo para a desconsideração da perso-
nalidade jurídica nos termos da teoria maior prevista no CC:
Princípio da intangibilidade: o capital registrado deve ser preservado na em-
presa e usado exclusivamente na empresa. Não pode(m) o(s) responsável(is) 
pela empresa lançar mão desses valores para si ou para outras finalidades, o 
que caracteriza indevida confusão patrimonial (artigo 50 do Código Civil). 
(MAMEDE, 2018, p. 81).
Essa distinção entre empresário individual e sociedade empresária tem 
reflexos também no regramento da incapacidade, podendo-se falar em duas 
hipóteses diversas, cada uma com suas consequências, sendo elas a incapaci-
dade do empresário individual e a incapacidade do sócio. Estas acontecem nas 
hipóteses em que falta a capacidade civil da pessoa natural, entretanto, têm 
consequências diversas, afinal, não se confundem. Enquanto o empresário 
é aquele que titulariza a empresa, exercendo a atividade, o sócio é quem 
possui quotas ou ações em uma sociedade empresária.
Empresário individual e sociedades empresárias38
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 38 29/05/2018 15:27:37
Reconhecimento dos institutos e 
correlata regulamentação
Um dos principais instrumentos jurídicos distintivos dos empresários in-
dividuais e das sociedades empresárias, consoante visto anteriormente, é 
a possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica, dessa forma, 
pode-se explicá-la de forma mais acurada.
A legislação civil e, por consequência, o Direito Empresarial adotaram a 
teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica, consoante previsto 
no art. 50 do CC, com as consequências jurídicas que lhe são aplicáveis. É 
sabido que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e outras leis elegeram 
a teoria menor da desconsideração da personalidade jurídica, a qual é, por 
óbvio, inaplicável para regular as relações jurídicas empresariais, mas tão 
somente as de seus sistemas.
Entretanto, por haver uma menor proteção da limitação patrimonial nessa 
legislação consumerista e nas demais, havia juízes que a aplicavam de forma 
indevida, desconsiderando a personalidade jurídica em situação que não 
caberia. Tal a magnitude da situação que, na I Jornada de Direito Comercial 
da CJF, houve dois enunciados sobre a matéria.
Enunciado nº 9 da I Jornada de Direito Comercial da CJF
Quando aplicado às relações jurídicas empresariais, o art. 50 do Código Civil não pode 
ser interpretado analogamente ao art. 28, § 5º, do CDC ou ao art. 2º da CLT.
Enunciado nº 19 da I Jornada de Direito Comercial da CJF
Não se aplica o CDC às relações entre sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade.
Há, ainda, quem considere uma classificação mais precisa acerca da adoção 
da disregard teory no Direito brasileiro. Para seus adeptos, o abuso de direito 
pode acontecer por desvio de finalidade, hipótese decorrente da chamada teoria 
maior subjetiva da desconsideração, bem como por confusão patrimonial por 
meio da teoria maior objetiva da desconsideração.
Importa ressaltar que mesmo a chamada teoria maior subjetiva haverá de 
ser objetivamente demonstrada no processo por meio, inclusive, de provas. 
Afinal, não se adota, nessa seara, a teoria menor do CDC.
39Empresário individual e sociedades empresárias
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 39 29/05/2018 15:27:38
Enunciado nº 37 da I Jornada de Direito Civil
A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa e se 
fundamenta somente no critério objetivo-finalístico.
As consequências do casamento dos sócios das sociedades também recebe 
tratamento bem diverso daquele realizado pelo empresário individual, haja 
vista que o CC é expresso em facultar “[...] aos cônjuges contratar sociedade, 
entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comu-
nhão universal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002, 
documento on-line).
Já o empresário individual casado, nos termos do art. 978, “[...] pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar 
os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real” 
(BRASIL, 2002, documento on-line). Para não restar dúvidas sobre o des-
tinatário do referido dispositivo, segue o Enunciado nº 58 da II Jornada de 
Direito Comercial transcrito:
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CCB 
e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imó-
vel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de 
autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no 
cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem 
de sua inscrição no registro público de empresas mercantis. (BRASIL, 2015).
Por fim, há de se analisar a regulamentação da empresa individual de 
responsabilidade limitada (EIRELI), consoante designação legislativa, a 
qual alguns chamam de empresário individual de responsabilidade limitada. 
Importa destacar o art. 980-A, que o regula: “A empresa individual de 
responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da 
totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior 
a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País” (BRASIL, 2002, 
documento on-line).
Logo se vê que há apenas uma pessoa que é titular de todo o capital social. 
É, como já visto, uma modalidade de exercício individual da empresa. Há 
disposição legislativa ainda no sentido de que a EIRELI “[...] também poderá 
resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único 
Empresário individual e sociedades empresárias40
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb40 29/05/2018 15:27:38
sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração” (art. 
980-A, parágrafo primeiro) (BRASIL, 2002, documento on-line).
Importa ressaltar que o capital há de estar devidamente integralizado, 
ou seja, não se aceita a mera menção do instrumento a ser arquivo no órgão 
competente, sob pena, inclusive, de se considerar irregular a EIRELI.
Destaca-se que o capital social não pode ser, pela expressa previsão le-
gislativa, inferior a 100 vezes o maior salário mínimo. Há quem o considere 
inconstitucional. Primeiro, violaria a livre-iniciativa, segundo, há proibição 
constitucional de vinculação ao salário mínimo de índices. Há, até mesmo, 
ação de controle de constitucionalidade abstrato-concentrado no Supremo 
Tribunal Federal (STF) para questionar tal exigência.
Embora os argumentos sejam razoáveis pela inconstitucionalidade, há 
bons argumentos no sentido contrário também. Pode-se indicar que os princí-
pios fundamentais são relativos. Assim, mesmo que a ordem econômica seja 
fundada no trabalho e na livre-iniciativa, há de se considerar a finalidade 
de “[...] assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social” (BRASIL, 1988).
Entre os argumentos contrapostos para restringir a incidência da livre 
iniciativa está a necessidade de haver um capital social integralizado para 
assegurar o cumprimento das obrigações da EIRELI perante os credores que 
não poderiam incidir mais na pessoa natural, sendo, tal exigência, razoável 
para fins de assegurar a justiça social. Além disso, a limitação constitucional 
de indenixação ao salário mínimo não se aplica no caso, já que a sua utili-
zação é apenas para fins de parâmetro jurídico, não um reajuste apto a gerar 
consequências inflacionárias sistêmicas.
De qualquer forma, essa questão ainda está em aberto. Portanto, há de pre-
valecer a presunção de constitucionalidade dos atos legislativos, ou seja, exige-
-se esse capital social minimamente integralizado de 100 salários mínimos.
Imagine a seguinte situação: o capital social foi estabelecido no limite 
mínimo previsto pela legislação, entretanto, o salário mínimo, ao transcorrer 
dos anos, sofreu reajustes inflacionários ou ganhos reais de poder de compra. 
Logo, a EIRELI passou a titularizar um capital social inferior à exigência. 
Dessa forma, como resolver tal situação? Tem prevalecido a interpretação 
oferecida pelo Enunciado n. 4 da I Jornada de Direito Comercial do CJF: “Uma 
vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual 
de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de 
ulteriores alterações no salário mínimo” (BRASIL, 2012).
Além disso, o nome empresarial da EIRELI pode ser firma ou denominação, 
desde que seja incluído EIRELI ao final. O que não pode é o titular pessoa 
41Empresário individual e sociedades empresárias
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natural integrar mais de uma pessoa jurídica dessa natureza por expressa de-
terminação legal, a saber: “A pessoa natural que constituir empresa individual 
de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa 
dessa modalidade” (BRASIL, 2011).
Ainda não se estabeleceu, com segurança, a possibilidade de EIRELI, cujo 
titular é uma pessoa jurídica. Há pouco tempo se proibia, mas atualmente há 
essa possibilidade. Nessa circunstância, é possível a existência de múltiplas 
EIRELIs, porquanto ausente proibição.
Ademais, poderá ser atribuída
[...] à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da 
cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou 
voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade 
profissional (BRASIL, 2011).
Como exemplo, temos um cantor, um apresentador de televisão ou um ator, 
que são pessoas naturais e exercem atividades de pessoa naturais. Imagine a 
situação de que um destes é contratado sob uma dada remuneração para 
ceder seus direitos de imagem, nome, marca ou voz. Assim, por exemplo, uma 
emis-sora obterá lucros de atividade empresarial utilizando esses direitos, mas 
será obrigada a pagar uma porcentagem ao titular da EIRELI. Pois bem, é 
possível que tal valor seja destinado à pessoa jurídica, EIRELI, não à pessoa 
natural.
1. As atividades humanas encontraram, 
na pessoa jurídica, uma forte mola 
propulsora. Entre as vantagens 
de se criar uma pessoa jurídica, 
NÃO podemos considerar:
a) que a pessoa jurídica é uma 
criação do Direito para permitir 
um novo sujeito de direitos a 
partir da união de outras pessoas.
b) que o fundamento da existência 
da pessoa jurídica está ligado 
à finitude da vida humana.
c) que, uma vez que as pessoas 
naturais são finitas, ou seja, têm 
uma vida esgotável, as atividades 
exercidas por elas poderiam se 
extinguir com a sua morte.
d) que, quando se cria uma 
pessoa jurídica, esta tende a 
existir indeterminadamente e 
pode ser gerida por diversas 
pessoas, geração após geração.
e) que com a criação da pessoa 
jurídica, ocorre uma fusão entre 
Empresário individual e sociedades empresárias42
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os direitos e as obrigações 
de cada sócio, como pessoa 
natural, e os direitos e as 
obrigações da sociedade 
da qual eles são sócios.
2. Um dos benefícios da criação 
da pessoa jurídica é a distinção 
das obrigações da sociedade 
e da pessoa de cada sócio. Por 
isso, NÃO é correto afirmar:
a) que, em razão dessa distinção 
obrigacional entre sócios e 
sociedade, tem-se uma fácil 
identificação da pessoa com 
quem se está relacionando, 
a pessoa jurídica, ou a 
pessoa física dos sócios.
b) que a distinção obrigacional 
e, consequentemente, 
patrimonial revela um 
campo fértil para fraudes.
c) que, em razão de se 
permitir uma limitação da 
responsabilidade dos sócios 
em face das obrigações da 
pessoa jurídica, é difícil ocorrer 
o abuso dessa personalidade 
por parte dos sócios.
d) que, em razão das eventuais 
fraudes que podem e são 
cometidas, o legislador, em 
várias oportunidades, fez 
previsões da desconsideração 
da personalidade jurídica para 
responsabilizar, pessoalmente, 
os sócios por aquilo que, 
inicialmente, seria de 
responsabilidade da sociedade.
e) que a desconsideração da 
personalidade jurídica ocorre em 
caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial. Pode o 
juiz decidir, a requerimento da 
parte ou do Ministério Público, 
quando lhe couber intervir 
no processo, que os efeitos 
de certas e determinadas 
relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou 
sócios da pessoa jurídica.
3. Veja-se que o abuso da 
personalidade jurídica se caracteriza, 
como regra geral, pelo desvio 
de finalidade ou pela confusão 
patrimonial. São hipóteses bastante 
amplas, as quais permitem uma 
análise, caso a caso, pra a chamada 
disregard doctrine. Acerca dessa 
teoria, NÃO se pode afirmar: 
a) que é importante observar 
que a desconsideração da 
personalidade jurídica ocorre 
em juízo e não corresponde 
à anulação do contrato social 
que deu origem à sociedade.
b) que, em verdade, a 
desconsideração é genérica, ou 
seja, ocorre em relação a diversos 
atos praticados pela sociedade, 
subsistindo esta, mesmo que 
ocorra sua desconsideração.
c) que a desconsideração da 
personalidade jurídica (disregard 
doctrine) é amplamente usada e, 
em muitos casos, sem critérios 
rígidos, o que permite um 
excesso na desconsideração, 
que é, por natureza, uma 
exceção à regra da limitação da 
responsabilidade dos sócios.
d) que um dos grandes incentivos 
à iniciativa privada é a limitação 
da responsabilidade dos 
sócios, os quais constituem 
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uma sociedade para exercer 
determinadaatividade.
e) que, em regra, o sócio só 
investe parte do seu patrimônio 
para formar o capital social 
se ele tiver uma garantia de 
que o seu patrimônio pessoal 
não será afetado em caso 
de insuficiência de recursos 
por parte da sociedade.
4. Sobre a disregard doctrine, existem 
diversos posicionamentos, mas 
há uma certeza: trata-se de 
um importante instituto para 
coibir fraudes. Nesse sentido, 
NÃO se pode afirmar:
a) que a disregard doctrine, 
também conhecida como 
desconsideração da 
personalidade jurídica, poderá 
ser utilizada sempre que juízes 
entenderem por bem aplicá-la.
b) que o que vem acontecendo 
no Brasil é a utilização 
demasiada e sem critérios da 
teoria da desconsideração da 
personalidade jurídica, e isto tem 
afastando os empreendedores 
do setor produtivo, com a 
consequente migração desses 
profissionais e de seu capital 
para o setor especulativo.
c) que o setor produtivo é tão 
importante quanto o financeiro, 
mas é certo que a geração de 
empregos, tributos e tecnologia, 
entre outros, ocorre com maior 
intensidade no setor produtivo. 
Por isso, deve haver uma correta 
aplicação da desconsideração 
da personalidade jurídica.
d) que, ainda que se tenha 
uma desconsideração da 
personalidade jurídica da 
sociedade, com a consequente 
afetação do patrimônio pessoal 
dos sócios, a constrição dos 
bens dos sócios só ocorre 
depois de terem sido utilizados e 
esgotados os bens da sociedade.
e) que o benefício de ordem é 
bem acertado, pois não faz 
sentido buscar a satisfação 
de um crédito no patrimônio 
pessoal dos sócios se a 
sociedade tem bens suficientes 
para honrar suas obrigações.
5. O empresário individual sempre 
foi estudado fora do âmbito das 
sociedades, especialmente pelo 
fato de o exercício da empresa, 
por essa figura jurídica, ocorrer 
de forma solitária. Isso o retirava 
da classificação de sociedade, 
pois, para se caracterizar como 
tal, necessariamente devem estar 
presentes, no mínimo, duas pessoas, 
as quais, reciprocamente, obrigam-se 
a contribuir, com bens ou serviços, 
para o exercício de atividade 
econômica e para a partilha, entre si, 
dos resultados. Sobre essa roupagem 
jurídica, NÃO é correto afirmar:
a) que antes do advento da Lei nº. 
12.441/11, a responsabilidade 
do empresário individual 
era ilimitada em relação às 
obrigações contraídas no 
exercício da empresa. Isso 
criava embaraços para o 
empresário, o qual encontrava, 
na sociedade, uma forma 
mais adequada de separar 
o patrimônio afetado pela 
atividade do patrimônio pessoal.
b) que, em razão da Lei nº. 12.441/11, 
surgiu a possibilidade de limitar a 
responsabilidade, criando-se uma 
Empresário individual e sociedades empresárias44
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personalidade jurídica distinta 
da personalidade da pessoa 
física do empreendedor, o que 
permite distinguir o patrimônio 
afetado pela atividade e o 
pessoal de quem empreende.
c) que o empresário individual 
de responsabilidade limitada, 
para se valer das prerrogativas 
conferidas pela lei e ser 
caracterizado como tal, deve 
preencher alguns requisitos. O 
primeiro deles é integralizar o 
capital social no limite mínimo 
equivalente a 100 vezes o 
maior salário mínimo vigente 
no país. Contudo, uma vez 
efetivamente integralizado, o 
capital da empresa individual 
de responsabilidade limitada 
não sofrerá nenhuma influência 
decorrente de ulteriores 
alterações no salário mínimo.
d) que o nome empresarial deve 
ser formado pela inclusão da 
expressão EIRELI após a firma ou a 
denominação social da empresa 
individual de responsabilidade 
limitada. Uma exigência legal se 
refere ao fato de que a pessoa 
natural, para se valer dessa 
modalidade de exercício da 
empresa, somente pode figurar 
em um registro dessa natureza.
e) que o CC impede que, ao 
empresário individual de 
responsabilidade limitada, 
constituído para a prestação de 
serviços de qualquer natureza, 
seja atribuída a remuneração 
decorrente da cessão de direitos 
patrimoniais de autor ou de 
imagem, nome, marca ou voz, 
de que seja detentor o titular 
da pessoa jurídica, vinculados 
à atividade profissional.
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45Empresário individual e sociedades empresárias
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 45 29/05/2018 15:27:39
BRASIL. Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011. Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de respon-
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Empresário individual e sociedades empresárias46
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