Buscar

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AV1

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Conjunto de regras e princípios que regulamenta a atuação do Estado no desempenho de sua 
função administrativa (serviço público). 
Função Típica: - Executivo e agentes públicos (particulares) 
Função Atípica: - Legislativo e Judiciário 
Ramo do Direito: Público 
Critério Funcional: Estado na função administrativa. 
 
Fontes: 
Primárias: - A Lei, norma, legislação 
Secundárias: Jurisprudência, doutrina e costumes. 
 
PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS – art. 37 
LEGALIDADE 
IMPESSOALIDADE 
MORALIDADE 
PUBLICIDADE 
EFICIÊNCIA 
• Legalidade: critérios de competência, o que tem previsão legal. O administrador público 
não pode fazer o que ele tem vontade de fazer. Ele está restringido apenas o que a lei 
determina, obriga ou especifica que ele possa fazer pela atribuição de seu cargo. 
• Impessoalidade: (princípio da finalidade): determina que quando o servidor público se 
encontrar numa situação de confronto entre o interesse público e o privado, ele sempre 
tem que tomar a medida e prol do interesse público. Art. 37, §1º, CF – veda a 
propaganda partidária de atos do governo e de atos pessoais. 
• Moralidade: Decreto 1171 – Tem que haver o perfeito equilíbrio entre a legalidade e a 
impessoalidade. 
• Publicidade: Publicado em meios oficiais (D.O.U.) 
Informação pública 
Meio de garantir a formalidade do ato administrativo 
Exceção de atos: - garantia da privacidade 
 - segurança nacional 
 - investigação policial 
 - interesse da adm. Pública 
• Eficiência: O servidor tem que prestar o serviço da forma eficiente seu trabalho. (relação 
custo benefício) – art 41, CF. 
 
 
 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
1- Supremacia do Interesse Público 
O interesse público deve prevalecer sobre o interesse privado, conforme o Princípio da 
Supremacia do Interesse Público porque o Estado não defende apenas direitos individuais, mas 
também os interesses coletivos, e os interesses coletivos serão sempre imperativos em relação 
aos interesses individuais. Entretanto a supremacia do interesse público deve conviver bem com 
os direitos fundamentais dos cidadãos, não os colocando em risco. 
 Citaremos a seguir algumas prerrogativas de direito público da Administração Pública derivadas 
diretamente do Princípio da Supremacia do Interesse Público: 
a) Intervenção na propriedade privada; 
b) Existência de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, as quais permitem à 
Administração modificar ou rescindir unilateralmente o contrato; 
c) Diversas formas de exercício do poder de polícia administrativa, traduzidas na limitação ou 
condicionamento ao exercício de atividades privadas, tendo em conta o interesse público; 
d) Presunção de legitimidade dos atos administrativos, que deixa para os particulares o ônus 
de provar eventuais vícios no ato, a fim de obter decisão administrativa ou provimento judicial 
que afaste a sua aplicação. 
Se a lei dá à Administração os poderes de desapropriar, de requisitar, de intervir, de 
policiar, de punir, é porque tem em vista atender ao interesse geral, que não pode ceder diante 
do interesse individual. Em consequência, se, ao usar de tais poderes, a autoridade 
administrativa objetiva prejudicar um inimigo político, beneficiar um amigo, conseguir 
vantagens pessoais para si ou para terceiros, estará fazendo prevalecer o interesse individual 
sobre o interesse público e, em consequência, estará se desviando da finalidade pública prevista 
na lei. Daí o vício do desvio de poder ou desvio de finalidade, que torna o ato ilegal. 
O princípio do interesse público está expressamente previsto no artigo 2º, caput, da Lei nº 
9.784/99, e especificado no parágrafo único, com a exigência de “atendimento a fins de 
interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo 
autorização em lei” (inciso II). Fica muito claro no dispositivo que o interesse público é 
irrenunciável pela autoridade administrativa. (DI PIETRO, 2003, p. 70-71) 
 
2- Presunção de Legitimidade ou Presunção de Legalidade 
 Esse princípio, que alguns autores chamam de Presunção de Legalidade, parte do 
pressuposto de que os atos administrativos praticados pelo Estado devem estar sempre de 
acordo com a lei. Sabe-se, contudo, que nem sempre essa é a realidade da vida prática, muitas 
vezes percebe-se que os atos administrativos são praticados em desacordo com os seus 
requisitos. 
Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade relativa. A presunção 
relativa, também conhecida como juris tantum, nos ensina que é possível uma realização de 
prova em contrário. O particular tem a possibilidade de provar, por meio da lei, que um ato 
administrativo foi realizado em desacordo com a legislação, sendo possível a correção desse ato 
administrativo. A ilegalidade pode levar à anulação do ato administrativo. 
 
3- Princípio da Continuidade do Serviço Público 
O Princípio da Continuidade do Serviço Público ensina que os serviços públicos 
oferecidos pela Administração Pública à coletividade devem ser prestados de maneira contínua, 
sem interrupções, não podendo ser suspensos sem a comunicação prévia das autoridades 
pertinentes aos administrados. 
Citaremos algumas consequências, decorrentes desse princípio, para quem realiza 
algum tipo de serviço público: 
a) Restrição ao direito de greve, art. 37, VII CF/88; 
b) Suplência, delegação e substituição – casos de funções vagas temporariamente; 
c) Impossibilidade de alegar a exceção do contrato não cumprido, somente em 
casos em que se configure uma impossibilidade de realização das atividades; 
d) Possibilidade da encampação da concessão do serviço, retomada da 
administração do serviço público concedido dentro do prazo da concessão 
quando o serviço não é prestado de forma adequada. 
 
4- Princípio da Isonomia ou da Igualdade 
 Esse princípio não deve ser compreendido como um princípio isolado em Direito, 
possuindo várias implicações nos institutos do Direito Administrativo que traduzem a 
importância desse princípio, quais sejam: licitação (art. 37, XXI, da CF/88), provimento de cargos 
mediante concurso público (art. 37, II, da CF/88). 
Segundo o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da igualdade impõe à 
Administração Pública a vedação de qualquer espécie de favoritismo ou desvalia em proveito 
ou detrimento de alguém. Segundo o autor, “não sendo o interesse público algo sobre que a 
Administração dispõe a seu talante, mas, pelo contrário, bem de todos e de cada um, já assim 
consagrado pelos mandamentos legais que o erigiram à categoria de interesse desta classe, 
impõe-se, como consequência, o tratamento impessoal, igualitário ou isonômico que deve o 
Poder Público dispensar a todos os administrados”. 
 
5- Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade 
Segundo Hely Lopes Meirelles, o Princípio da Razoabilidade visa a proibir o excesso, no sentido 
de aferir a compatibilidade entre meios e fins de modo a evitar restrições desnecessárias ou 
abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais. Dessa forma, 
veda a imposição pelo Poder Público, de obrigações e sanções em grau superior àquelas 
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Assim, se o administrador adotar 
medida manifestamente inadequada para alcançar a finalidade da norma, estará agindo em 
detrimento do princípio da razoabilidade. Embora a Lei nº 9.784/99 refira-se separadamente ao 
princípio da razoabilidade e ao da proporcionalidade, a ideia deste envolve a daquele e vice-
versa. 
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Princípio da Razoabilidade exige 
proporcionalidade entre os meios utilizados pela Administração e os fins que ela deve alcançar. 
A emissão de um ato administrativo que contenha razoabilidade e proporcionalidade está ligada 
aos atos de natureza discricionária (poder de escolha, opção, margem de oportunidade e 
conveniência oferecida pelo Estado ao Agente Público na prática de determinadosatos 
administrativos). 
 
6- Princípio da Motivação 
É necessária ao administrador público a indicação dos fundamentos de fato e de direito que 
motivaram suas ações. A Administração Pública está obrigada a agir na conformidade da lei, 
todos os seus atos devem trazer consigo a demonstração de sua base legal bem como das razões 
de fato que ensejaram a conduta administrativa. 
Trata-se, portanto, de formalidade essencial para permitir o controle da legalidade dos atos 
administrativos. Nesse sentido, é forma de salvaguardar os administrados do capricho dos 
governantes. 
De acordo com a professora Sylvia Zanella Di Pietro, sempre que se verificar que o 
comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, 
embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa 
administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará 
havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa. 
 
 
7- Princípio da Ampla Defesa e Contraditório 
É a proteção constitucionalmente consagrada no art. 5º, inciso LV, da C.F./88, que diz: “aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes.” 
Assim nas situações de litígio administrativo serão dados aos litigantes todos os meios e recursos 
de defesa, bem como o direito ao contraditório, que garante às partes a possibilidade do 
exercício do direito de resistir a uma dada pretensão, ou seja alegado algo contra a minha pessoa 
posso contraditar e alegar o contrário e vice-versa. 
 
8- Princípio da Indisponibilidade ou Poder-Dever 
As competências do cargo, função ou emprego público devem ser exercidas na sua plenitude e 
no momento legal. Não se satisfaz o direito com o desempenho incompleto ou a destempo da 
competência e, por ainda, com a omissão da autoridade. Não se compreende que o agente 
público pratique intempestivamente atos de sua competência, desde que ocorra a oportunidade 
para agir, como não se entende que só se desincumba de parte de sua obrigação ou se abstenha 
em relação a essa obrigação. A esse respeito ensina Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo, 
cit., p. 85) que, "se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador 
público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício 
da comunidade. 
O princípio da indisponibilidade estabelece, em síntese, que os agentes públicos tem a 
incumbência de apenas administrar ou zelar pelos bens ou interesse públicos, tendo em vista 
que não são, obviamente, seus proprietários. Assim, inadmissível qualquer ato tendente à sua 
disposição, salvo se autorizado pelo próprio Estado, através de lei. 
 
9- Princípio da Autotutela 
O Estado tem o dever de fiscalizar a emissão dos seus atos administrativos, para isto, conta com 
um mecanismo que possui três espécies de controle: a anulação, a revogação e a convalidação 
dos atos administrativos. Na anulação do ato administrativo, este se faz em virtude da existência 
de uma ilegalidade, uma ilicitude, ou seja, de um vício insanável, que não pode ser suprido, 
tendo em vista, a ausência de um requisito fundamental para a formação deste ato 
(competência, finalidade ou forma); quando a Administração Pública detectar a existência de 
um ato administrativo passível de ser anulado, este se fará de forma vinculada, obrigatória, por 
imposição legal. 
Caso a Administração Pública não anule o seu próprio ato ilícito, caberá ao Poder 
Judiciário fazê-lo, mediante ação judicial (Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil 
Pública), por provocação do interessado. 
Na revogação, a Administração Pública revoga um ato perfeito, mas, não mais 
conveniente e nem oportuno para esta; trata-se de um ato discricionário, com uma certa 
margem de poder de opção, escolha, faculdade; somente a própria Administração Pública 
poderá revogar os seus atos, não recaindo esta possibilidade sobre o Poder Judiciário. 
Na convalidação (convalidar é consertar, suprir uma ausência), a Administração Pública 
pratica um ato Administrativo que contém um vício sanável em um dos seus requisitos de 
formação do ato (motivo ou objeto), ou seja, comete uma ilicitude passível de ser suprida; a 
convalidação se faz de forma discricionária; somente a própria Administração Pública poderá 
convalidar os seus atos, não recaindo esta possibilidade sobre o Poder Judiciário. 
 
10- Princípio da Segurança Jurídica 
O princípio da segurança jurídica foi expressamente previsto como de observância 
obrigatória pelo Administrador Público com o objetivo de vedar a aplicação retroativa de nova 
interpretação de lei no âmbito da Administração, conforme disposto no inciso XIII do parágrafo 
único do art. 2º da Lei nº 9.784/99: 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
[...] 
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do 
fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação. 
Como lembra a autora, o princípio se justifica pelo fato de ser comum, na esfera 
administrativa, a mudança de interpretação de determinadas normas legais, afetando situações 
já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. E isso gera insegurança 
jurídica, pois os interessados nunca sabem quando sua situação será passível de ser contestada 
pela própria Administração. Este princípio se destaca no respeito que a Administração Pública 
deva ter quanto ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito praticados em 
defesa do Administrado. 
 
PODER DE POLÍCIA (art. 78, CTN) 
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou 
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em 
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 
31, de 1966) 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado 
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, 
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.” 
 
Fundamento: Supremacia do interesse público 
Poder de polícia adm.: Visa verificar infração administrativa, a qual reflete sobre bens e serviços; 
mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação de dívida 
Atributos do poder de Polícia: - Discricionário (juízo de conveniência e oportunidade) 
- Autoexecutório (independe de ordem judicial, ocorre por via 
administrativa 
- Coercitivo: particular é obrigado a cumprir o auto de infração. 
Prazo prescricional: 5 anos.

Continue navegando