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Resenha Preconceito Liguistico

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Resenha
Livro: Preconceito Linguístico 
Autor: Marcos Bagno
Nome: Edson Victor
Preconceito é uma palavra cada vez mais constante no nosso dia a dia. Diariamente se ouve falar em alguma forma de preconceito, seja ele por questões raciais, sexuais, socioeconômicas, etc. Em seu livro “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz”, Marcos Bagno nos chama a atenção para outro tipo de preconceito, que em geral passa despercebido ou é ignorado pela maioria da população brasileira, é o que ele intitula como preconceito linguístico. Fascinado pela língua, Marcos Bagno poeta, tradutor, linguista e doutor pela Universidade de São Paulo, começa este trabalho, homenageando seus sogros e cunhado, cedendo-lhes a capa de sua importante obra marcada.
Bagno, neste livro passa pela mitologia do preconceito linguístico e em seguida reflete sobre os meios mais adequados para o combate deste preconceito dentro esfera escolar. Com vista na linguagem, Bagno desmistifica a norma padrão como língua única no Brasil, e reconhece a diversidade linguística que existe no nosso país. O fato de termos sido colônia de Portugal, surge à ideia de que no Brasil não se fala bem o português e sim em Portugal, a verdade é que o português falado aqui possui características particulares de nossa cultura. Na primeira parte do livro, Bagno fala alguns dos principais mitos que regem e mantém vivo o preconceito linguístico, ainda que feito de forma inconsciente. Durante a leitura, é impossível não se identificar com um ou com outro. Todavia, o autor se coloca a argumentar com base na ciência linguística, provando como a maioria dos mitos, muitos deles perpetuados por gramáticos famosos, são apenas falta de conhecimento sobre o que vem sido estudado pela linguística desde o final do século XIX e início do XX. Entre os mitos desmitificados pelo autor estão frases como “a língua portuguesa falada no Brasil é uniforme”; “Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”; “Português é muito difícil”; “O certo é falar assim porque se escreve assim”; “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”; entre outros.
Na segunda parte, Bagno elabora um modelo teórico para tornar claro o círculo vicioso que gera o preconceito linguístico. Tal modelo é composto pelos seguintes elementos: gramática tradicional, os métodos tradicionais de ensino, os livros didáticos e o que ele denomina de comandos para gramaticais. Para o autor, esses comandos para gramaticais são toda espécie de produtos que prometem uma execução perfeita do português na escrita e na fala (livros, manuais, colunas, e até mesmo consultorias), que geram uma comercialização da língua que já pertence a todos os seus falantes, com base apenas em um dos seus aspectos que é a gramática. A esse respeito, ele faz críticas a nomes como Napoleão Mendes de Almeida, Luiz Antônio Sacconi, Cândido Figueiredo, Dad Squarisi e outros que, segundo ele, foram grandes responsáveis por disseminar esse preconceito que dá sensação de superioridade a uns e inferioridade a outros.
Por fim, no trabalho de Marcos Bagno, além de evidenciar um discurso meramente político, assumido pelo próprio autor no inicio do livro, percebe nitidamente a preocupação com o ensino da língua portuguesa e sugere que a língua deve ser conduzida à reflexão de sua atribuição como forma de interação. Acreditando que a intenção do autor ao produzir este livro está ligado a tentativa de combater o preconceito linguístico.

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