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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PRODUÇÃO ANIMAL – RUMINANTES Profa: Leni Rodrigues Lima Digestão e Metabolismo de Carboidratos Relembrando alguns termos em nutrição Alimento: Substância que ao ser ingerida, é capaz de fornecer nutrientes que contribuem para o ciclo regular da vida (mantença e desenvolvimento) e a sobrevivência da espécie a qual se destina. Nutrientes: Compostos químicos presentes nos alimentos, que podem ser digeridos, absorvidos e metabolizados para promover a manutenção da vida dos seres vivos. Classificados em grupos (características químicas e moleculares): Água, carboidratos, proteínas, lipídeos, minerais e vitaminas Ração: quantidade de alimento fornecido e consumido por um animal em um período de 24 horas. Digestão: compreende processos químicos e físicos responsáveis pela transformação do alimento em seus nutrientes. Absorção: processos químicos e físicos relacionados com transporte dos nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sanguínea ou linfática. Metabolismo: conjunto de reações catabólicas e anabólicas que permitem o funcionamento normal das células e consequentemente da vida do animal. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 Classificação dos Alimentos Volumosos: > 18% de FB (MS) > 35% FDN (MS) Baixa energia (<60% NDT) Concentrados: < 18% de FB (MS) < 35% FDN (MS) Alta energia (> 60% NDT) Alimentos Secos: fenos, palhas Úmidos: silagens, forragens Suplementos minerais Suplementos vitamínicos Aditivos Energéticos: milho, sorgo Proteicos: F. Soja, F. algodão http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 Volumosos Alimento que normalmente é rico em fibra. São formados por compostos não degradáveis pelas enzimas digestivas dos animais (celulose e hemicelulose). Necessitam da ação de enzimas produzidas por microrganismos anaeróbicos que vivem em simbiose no sistema digestivo dos herbívoros. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 Volumosos Forragens (gramíneas, leguminosas) Forragens Conservadas: feno, silagem Capineiras: capim elefante, cana de açúcar Fontes de fibra não forrageira: resíduos de cultura, palhas,... http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 Concentrados Apresentam alta densidade. Energéticos: menos que 20% PB Energéticos: Fontes de energia rica em CNF (amido, pectina, sacarose...) Cevada Sorgo Milho Aveia Trigo Apresentam alta densidade. Proteicos: mais que 20% PB Proteicos: Podem ser de origem vegetal, animal ou NNP (ureia) Farelo de soja Caroço de algodão Farelo de girassol Concentrados http://www.clicmercado.com.br/cotacoes/cotacoes2.asp?IDproduto=23 http://www.clicmercado.com.br/cotacoes/cotacoes2.asp?IDproduto=23 Carboidratos São compostos orgânicos constituídos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Alguns CHO contém, N, P ou S. A maioria, mas não todos, apresentam a fórmula empírica (CH2O)n. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.sct.embrapa.br/dctv/2007/img/23-Integracao_lavoura_pecuaria2.jpg&imgrefurl=http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2007/integracao-lavoura-pecuaria-maior-eficiencia-dos-sistemas-produtivos&usg=__dE6MKibnwh5TqNzKub4NM5EIgD4=&h=221&w=350&sz=25&hl=pt-br&start=3&zoom=1&itbs=1&tbnid=3QV5L8j8SQMk1M:&tbnh=76&tbnw=120&prev=/images?q=INTEGRA%C3%87%C3%83O+LAVOURA+PECU%C3%81RIA&hl=pt-br&sa=G&gbv=2&tbs=isch:1 Biomoléculas mais abundantes da Terra; Representam 70-75% do peso seco das plantas (fonte de C e energia mais abundante para uso na alimentação e nutrição animal); Constituem 70-80% das rações; Fundamentais para atendimento das exigências de energia, síntese de proteína microbiana e componentes do leite; Importância dos Carboidratos para Ruminantes Fibra Importância dos Carboidratos para Ruminantes Essencial para a manutenção da saúde dos animais. Manutenção da atividade de mastigação e motilidade ruminal. Carboidratos fibrosos insolúveis em detergente neutro (FDN – celulose e hemicelulose), fonte de energia paraa microbiota ruminal (para o animal são disponibilizados os produtos da fermentação) Fundamentais para a manutenção da função normal das câmaras de fermentação pré-gastricas (mastigação; ruminação; movimentação; salivação; pH ruminal entre 6,2 a 7,0; substratos para a população microbiana) Consequentemente – saúde animal Principal componente da dieta que afeta o consumo e a digestibilidade da mesma Importância dos Carboidratos para Ruminantes 1. Monossacarídeos (3 a 7 C): Não podem ser hidrolisados (enzimas) a moléculas menores. Constituem a estrutura básica dos carboidratos Principal representante: glicose Classificação dos Carboidratos 2. Oligossacarídeos: Agrupamentos curtos de monossacarídeos – principais representantes dissacarídeos 2.1. Sacarose: glicose+frutose, ligação α1- β2 (presente na cana-de-açúcar) 2.2. Maltose: glicose+glicose, ligação α1- α4 (produto da hidrólise do amido, pela amilase) 2.3. Isomaltose: glicose+glicose, ligação α1- α6 (produto da hidrólise do amido por enzimas α 1-6 glicosidades) 2.4. Lactose: galactose+glicose, ligação β1- α4 (principal componente do leite) 2.5. Celobiose: glicose+glicose, ligação β1- β4 (produto da hidrólise da celulose por celulases microbianas) Classificação dos Carboidratos 3. Polissacarídeos: constituem cadeias longas e algumas vezes complexas de monossacarídeos. Alto peso molecular, insolúveis em água Quanto à homogeneidade da cadeia 3.1.Homopolissacarídeos: Cadeias formadas por um único tipo de monossacarídeo Principais homopolissacarídeos: amido, glicogênio e celulose Classificação dos Carboidratos Amido: polissacarídeo composto exclusivamente de glicose encontrado em vegetais. Cadeia envolve ligações do tipo α[1-4] entre os monômeros. Forma linear (amilose) ou ramificada (amilopectina). Amilose (normalmente 20 a 30% do amido): cadeia linear α1- α4 (até 6.000 monômeros de glicose): em hélice Amilopectina (normalmente 70 a 80% do amido): cadeia linear (α1- α4) com ramificação (α1- α6) a cada 20-25 moléculas de glicose. Classificação dos CHOs - Homopolissacarídeos Amido: Fonte de CHO dietético que proporciona maior desempenho em animais ruminantes Maior custo econômico Consumo excessivo de amido degradado no rúmen Reduz o pH ruminal (abaixo da faixa ótima) Compromete a manutenção da microbiota ruminal Afeta desempenho e a saúde animal Classificação dos CHOs - Homopolissacarídeos Amilose: Amilopectina: Classificação dos CHOs - Homopolissacarídeos Glicogênio: semelhante ao amido, mas encontrado apenas em animais Cadeia linear (α1- α4) com ramificações (α1- α6) Sintetizado no fígado e utilizado com reserva energética (menos de 1% do corpo) Celulose: monômeros de glicose unidos por ligações β[1-4] encontrado em vegetais (10-15 mil unidades de D-glicose) Classificação dos CHOs - Homopolissacarídeos Celulose: Principal fonte de CHO nos vegetais (estrutura da parede celular) 20 a 50% do peso seco das forragens Somente a microbiota capaz de hidrolisar as ligações da celulose Principal fonte de CHO dietético utilizados pelos animais ruminantes Digestibilidade é afetada pelo teor de lignina na parede celular Insolúvel em detergente neutro Classificação dos CHOs - Homopolissacarídeos 3.1.Heteropolissacarídeos: Apresentam composição de cadeia heterogênea. Hemicelulose: polímero encontrado em vegetais. Constituído por xilanas, arabinose e ácido urônico, β[1-4] ligados. Componente da parede celular Microbiota capaz de hidrolisar as ligações da hemicelulose Se liga diretamente com a lignina (por meio de ligações tipo ésteres) Interage com a celulose por meio de ponte de H Digestibilidade é afetada pelo teor de lignina na parede celular Insolúvel em detergente neutro Classificação dos Carboidratos Pectina: Cadeia linear de ácido galacturônico, intercalada por unidades de ramnose e galactose. Componente da parede celular (lamela média) Solúvel em detergente neutro Somente a microbiota capaz de hidrolisar as ligações da celulose Não se liga diretamente com a lignina Digestibilidade não é afetada pelo teor de lignina na parede celular Altamente digestível no rúmen Classificação dos Carboidratos Quanto à funcionalidade 4.1. Reserva: armazenamento de energia Amido (vegetais) e glicogênio (animais) 4.2. Estruturais: função de estruturação celular Celulose e hemicelulose na parede celular vegetal Quitina, exoesqueleto de insetos Classificação dos Carboidratos Classificação dos Carboidratos - Agronômica Carboidratos estruturais (CE): Celulose: polímero formado de glicose β-1,4 ligada Hemicelulose: glicose, xilose, manose β-1,4 ligada Pectina: ácido galacturônico Carboidratos não estruturais (CNE): Amido: glicose com ligação α-1,4 Açúcares Ácidos orgânicos Classificação Nutricional Carboidratos Fibrosos (CF): Ocupam espaço no trato gastrintestinal e exigem mastigação para redução do tamanho e passagem Celulose e hemicelulose Carboidratos Não-Fibrosos (CNF): Frações degradadas rapidamente Pectina, amido e açúcares Fibras: Conceitos Aplicados à Nutrição Animal FIBRA: Fração indigestível ou de lenta digestão do alimento que ocupa espaço no TGI. Fração do alimento não digerido por enzimas de mamíferos. Fibra Insolúvel em Detergente Neutro (FDN): Fração do alimento não digerido por enzimas de mamíferos, lentamente digerida ou indigestível nas câmaras de degradação anaeróbica (rúmen-retículo; ceco e cólon) e que ocupa espaço TGI. Constituído principalmente por CHOs (celulose, hemicelulose), lignina, cutina, minerais e N aderidos à celulose, hemicelulose e à lignina. Lignina exerce efeito inibitório na digestão dos CHOs presentes nesta fração. Fibras: Conceitos Aplicados à Nutrição Animal Fibra Solúvel em Detergente Neutro (FSDN): Fração do alimento não digeridos por enzimas de mamíferos, rapidamente digerido nas câmaras de degradação anaeróbica (rúmen-retículo; ceco e cólon). A lignina não exerce efeito inibitório na digestão dos carboidratos presentes nesta fração, constituída principalmente por fructanas, β- glucanos, galactanas e substâncias pécticas. Carboidratos Não Fibrosos (CNF) – calculado por diferença: CNF = 100 – (cinzas + PB + EE + FDNcp)). Compostos por carboidratos com elevada digestibilidade em ruminantes. Composto por frações do alimento digeridas (amido, açúcares) e não digeridas por enzimas de mamíferos (fructanas, β-glucanos, galactanas e subtâncias pécticas). Padrão de Fermentação dos Carboidratos Glicose, Frutose, Sacarose: Imediata Maltose, Lactose, Galactose: Rápida Amido: Velocidade Intermediária (Processamento) Pectina: + digestível que a celulose e hemicelulose Celulose e Hemicelulose: Mais lenta e variável Lignina (não é carboidrato): Indisponível Fracionamento nutricional dos CHOs nas plantas Fracionamento dos CNF com base na digestão Fibra ou Carboidratos Fibrosos: Parede celular vegetal nas forrageiras Lenta digestão: 2-5%/h (20-50 g/h para cada kg) Incompleta digestão: 50% nas gramíneas tropicais Ocupa espaço no rúmen Causam grande variação no valor nutritivo das forrageiras Carboidratos Não-Fibrosos: Conteúdo celular Rápida digestão: 20-30%/h (200-300 g/h para cada kg) Praticamente completa digestão: 98% Gramíneas C3 e C4 - Digestão Lignina Não é um carboidrato. É um polímero amorfo de fenilpropanóide (composto fenólico). Presente na parede celular Concentração se eleva com a idade da planta Função nas plantas: *Crucial para manutenção da integridade estrutural da parede celular e da sustentação e fortalecimento do caule. *Devido à impermeabilidade da lignina na parede celular, permite eficiente transporte de água e nutrientes através do sistema vascular e ao mesmo tempo exerce uma importante função protetora contra a invasão de possíveis patógenos. Lignina Efeito negativo sobre a digestão da hemicelulose e celulose: Possíveis explicações: 1. Efeito tóxico de componentesda lignina aos microrganismos do rúmen (menos provável); 2. Impedimento físico causado pela ligação lignina-polissacarídeo, que limita o acesso das enzimas fibrolíticas ao centro de reação de um carboidrato específico; 3. Limitação da ação de enzimas hidrofílicas causada pela hidrofobicidade criada pelos polímeros de lignina. Parede Celular Vegetal - FDN Conteúdo Celular - CC PLANTA JOVEM (45 dias) PLANTA MADURA (80 dias) FDN – lenta digestão (2-5 %/hora) Incompleta digestão (50%) Ocupa espaço no TGI CC – rápida digestão (20-30%/hora) Digestão quase completa (90 – 98%) Digestibilidade Tempo Celulose Lignina Hemicelulose SiO2 Proteína ligada Teor de fibra da forrageira (% MS) Consumo de matéria seca 1 (kg / dia) 50 12,0 60 10,0 70 8,6 80 7,5 Efeito do teor de fibra da forrageira sobre o consumo de vacas leiteiras 11,2 % do PC (Mertens, 1987) Fibra x Consumo 0 10 20 30 40 50 60 200 300 400 500 600 700 800 Teor de Fibra, g kg-1 MS C M S , g k g -1 M d -1 4,5 kg/d 3,0 kg/d 1,5 kg/d I1 I2 I3 Fibra x Consumo Idade (dias) PB (%) FDN (%) Fração indigestível da FDN (%) 61 16,0 58,3 22,0 82 13,3 61,9 41,2 103 8,8 68,9 48,3 124 7,6 69,7 61,5 VIEIRA et al. (1997) Composição bromatológica do capim-elefante em diferentes idades de corte Composição x idade planta Pontos Negativos Relação negativa com o consumo (dietas % fibra) Relação negativa com a digestibilidade Quanto % Fibra na dieta: valor nutritivo energia disponível Pontos Positivos Fonte mais barata de energia na biosfera Estimula a ruminação: produção de saliva Mantém o pH ruminal próximo a neutralidade Previne a acidose ruminal Evita a queda na gordura do leite Fibra x Consumo Digestão ruminal da fibra Baixa concentração de oxigênio (anaeróbico); Constância de pH (6,0 a 7,0); Constância de temperatura (39 °C); Suprimento contínuo de sólidos e líquidos; Remoção dos produtos da fermentação: Digestão Ruminal de CHOs Fonte: Aulas Prof. Dr. André Soares de Oliveira (2013) Celulose Hemicelulose Pectina Amido Sacarose Hidrólise(digestão) Glicose Fermentação Glicólise Piruvato Metano AGV (1–7 carbonos) Maior fonte de energia dos ruminantes CO2 Acetato Butirato Propionato Extra- celular Intra-celular CELULOSE GLICOSE HEMICELULOSE PECTINA AMIDO AÇÚCARES Acético/ propiônico/butírico ÁCIDO LÁTICO Ácidos fracos 1 a 7 átomos de carbono Ácido fórmico Acético Propiônico Butírico Isobutírico Ácidos graxos voláteis Valérico Isovalérico 2-metilbutírico Hexanóico Heptanóico Atendem 60-80% das exigências diárias de energia do ruminante. Digestão da celulose no rúmen pelas bactérias 75% da energia dos carboidratos Produção de AGV 25% Ácidos graxos voláteis Perdidos na forma de CH4 Crescimento e manutenção microbiana Fermentação Fonte: Aulas Prof. Dr. André Soares de Oliveira (2013) Formação do Acetato Fonte: Aulas Prof. Dr. André Soares de Oliveira (2013) Formação do Propionato 2 VIAS: VIA DO SUCCINATO 1 mol de glicose 2 piruvato 2 propionato + 4 mol de ATP (microbiota) - 2H VIA DO ACRILATO 1 mol de glicose 2 piruvato 2 lactato 2 propionato + 2 mol de ATP (microbiota) - 2H Formação do Butirato Fonte: Aulas Prof. Dr. André Soares de Oliveira (2013) Formação do Lactato Fonte: Aulas Prof. Dr. André Soares de Oliveira (2013) Figura 3: Relação do pH do rúmen com as proporções ruminais de ácido acético, propiônico e lático. Fonte: Bergman, et. al. (1990) 65:25:10 Rações a base de forragem (acetato:propionato:butirato) 50:40:10 Rações a base de concentrado (acetato:propionato:butirato) Proporção dos ácidos graxos voláteis Relação inversa entre produção de metano e propionato. CO2 e H são subprodutos da fermentação de glicose em acetato e butirato. [ Propionato] [ Metano] Proporção de Metano (CH4) Epitélio dos pré-estomagos; Papilas; Efeito da dieta e [ ] de AGVs. Fonte da Figura: http://4.bp.blogspot.com Absorção de AGVs Taxa de absorção Butírico > Propiônico > Acetato Transporte da parede do rúmen para a corrente sanguínea - Butirato < propionato < Acetato 90% metabolizado pelo epitélio ruminal Gluconeogênico Lipogênico Absorção de AGVs Principal AGV produzido no rumen 75% (dietas ricas em volumosos) > 50% (dietas ricas em concentrado) A redução na proporção de acetato em dietas com alto concentrado é devida possivelmente a inibição do crescimento de microrganismos celulolíticos e protozoários (ambos produtores de acetato) associada a rápida taxa de fermentação dos carboidratos não fibrosos e queda no pH ruminal. Acetato 2/3 Oxidado Energia 1/3 Outros fins Lipogênese Tecido Adiposo ACETATO Metabolismo do acetato Em ruminantes apenas aproximadamente 2% do acetato absorvido é metabolizado no fígado. Atividade da acetil-CoA sintase no fígado de ruminantes A lipogênese em ruminantes acontece quase inteiramente no tecido adiposo. Metabolismo do acetato Os tecidos periféricos de ruminantes utilizam uma proporção substancial do acetato produzido endogenamente. Assim os principais tecidos envolvidos no metabolismo do acetato são o tecido adiposo e tecido muscular esquélético. Nos ruminantes, o carbono do acetato é incorporado nos ácidos graxos, pelo tecido adiposo ou pela glândula mamária muito mais rapidamente que o carbono da glicose. Metabolismo do acetato Ruminantes Baixa taxa de absorção de glicose. As necessidades glicolíticas devem ser satisfeitas pela glioconeogênese mesmo no estado alimentar. Metabolismo do propionato Substrato mais importante para síntese de glicose; Fígado: órgão mais importante para produção de glicose Alta atividade da enzima propionil-CoA sintetase. Propionato Propionil-coA D-metilmalonil-coA L-metilmalonil-coA Succinil-coA Oxaloacetato Glicose ----- Propionil-CoA sintetase Propionil-CoA carboxilase Metilmalonil-CoA racemase Metilmalonil-CoA mutase B12 Biotina Fonte: Bergman (1990) Metabolismo do propionato Acetato/butirato Glicose X A única rota para a conversão desses substratos a glicose é através do ciclo de Krebs, e para cada Acetil-CoA que entra no ciclo de Krebs são formados dois CO2 não permitindo um ganho líquido oxalacetato. Metabolismo do propionato 50 - 60 % ( Bergman,1990) 60% (Brockman,1993) 61,2% (Reynolds,1993) 30 a 76% (Seal e Reynolds (1993)) Contribuição do propionato para síntese de glicose Metabolismo do propionato o Metabolismo do butirato Processamento; Concentração de proteína na dieta; Efeitos associativos entre ingredientes da dieta. Fatores que afetam a digestibilidade e tem impacto sobre a energia metabolizável em ruminantes. Fatores que afetam a digestão de carboidratos fibrosos no rúmen Tamanho de partículas: Ao reduzir o diâmetro de uma partícula aumenta-se a área de superfície relativa e potencialmente aumenta o acesso microbiano a digestão. Processamento; Mastigação; Ruminação. Fatores que afetam a digestão de carboidratos fibrosos no rúmen Interações microrganismos-substratos: - Rações a base de forragem: pH 6,2 a 7,0. - Rações a base de concentrado: pH 5,5 a 6,5. Em pH abaixo de 6,0 a digestão da celulose é inibida por inibição microbiana. Fatores que afetam a digestão de carboidratos fibrosos no rúmen - Enzima Pancreática (α-amilase) - Enzimas Intestinais (maltase e isomaltase) O amido que escapa da digestão no intestino delgado pode ser fermentado até AGV’s no intestino grosso Digestão pós-ruminal dos carboidratos (Amido) - Não digeridos por enzimas do ruminante; - Intestino grosso (AGV’s) Devido as altas taxas de degradação ruminal da pectina podendo chegar até a 200%/h é esperado que a pectina seja completamente fermentada no rúmen. Digestão pós-ruminal dos carboidratos (Pectina, hemicelulose e celulose) ??? ??? PERGUNTAS/DÚVIDAS
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