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NUTRIÇÃO ANIMAL Metabolismo dos carboidratos 1 Prof. Dr. Cláudio Henrique de Almeida Oliveira Curso: Medicina Veterinária Carboidratos O termo derivado da terminologia • “Hidratos de carbono” São compostos por: • Carbono • Hidrogênio • Oxigênio –Encontrados em diversos alimentos. 2 Carboidratos Os CHO são sintetizados na natureza pelas plantas, através do processo: • Fotossíntese –A partir do dióxido de carbono e água. 3 Carboidratos Com ajuda da energia solar, os vegetais verdes tomam o anidro carbônico da atmosfera e a água do solo, produzindo: • Carboidratos • Através da seguinte reação: –CO2 + H2O 6 HCHO + O2 4 Dentre os seis grupos químicos dos nutrientes: Carboidratos • Representa na alimentação animal: –70 a 80 % da dieta –São fundamentais para atender as exigências dos animais 5 Principais Funções: 6 7 Principais Funções: Principais Fontes • Amido Carnívoros e onívoros • Celulose Ruminantes • Amido e celulose Herbívoros de estômagos simples Substância de reserva energética Amido/celulose = vegetais Glicogênio = animais Principais Funções: Fornece energia • Cada grama fornece em média 4 Kcal. Síntese de proteína microbiana Produção de leite e de carne Manutenção da saúde dos animais. 8 9 Base da classificação Número de moléculas de açúcar no composto • Monossacarídeos –1 unidade de açúcar • Oligossacarídeos –di, tri, tetrassacarídeos –Acima de 5 unid. de açúcar Classificação quanto as características estruturais da planta: Carboidratos estruturais (CE): • Presentes na parede celular –Celulose Carboidratos não estruturais (CNE): • Presentes no conteúdo celular –açúcares, amido e a pectina. 10 Classificação em termos nutricionais: Carboidratos fibrosos (CF): • Frações degradadas mais lentamente: –Celulose e hemicelulose • Ocupam espaço no trato gastrintestinal (TGI). Carboidratos não fibrosos (CNF): • Frações degradadas mais rapidamente: –Açúcares, amido e a pectina. 11 12 Os ENN da dieta são constituídos: Açucares e amido. A FB é composta: Celulose Hemicelulose Lignina. 13 14 Metabolismo dos carboidratos 15 O Metabolismo dos carboidratos é o conjunto de reações químicas que se processam no organismo visando: Armazenamento e o consumo de energia para as atividades biológicas dos animais. O metabolismo pode ser dividido em duas "fases": Catabolismo Anabolismo 16 O metabolismo pode ser dividido em duas "fases": Catabolismo • Etapa destrutiva, que implica quebra ou desdobramento de moléculas com liberação de energia e eliminação de substâncias de excreção. 17 O metabolismo pode ser dividido em duas "fases": Anabolismo • Etapa construtiva, na qual os nutrientes são assimilados e utilizados nas sínteses de novas substâncias indispensáveis: –Crescimento –Manutenção –Produção –Regeneração do organismo. A energia liberada no catabolismo é utilizada nos processos de anabolismo.18 Metabolismo de carboidratos em não ruminantes 19 Digestão Os CHO da ração podem iniciar a degradação pela boca. Posteriormente não serão digeridas no estômago: • Ação do suco gástrico No intestino delgado –Encontra-se o principal sítio de digestão e absorção dos monossacarídeos. 20 21 22 1º fase da Digestão: Fase Luminal A digestão da fase luminal resulta na formação de polímeros de cadeia curta das macromoléculas originais. Embora o amido seja geralmente tratado como unidade simples, na realidade existem duas formas químicas, conhecidas: • Amilose • Amilopectina. 23 1º fase da Digestão: Fase Luminal Atuação de enzimas produzidas pelo pâncreas: • Alfa amilase pancreática. –Maior atuação no Duodeno Amido – principal fonte de carboidratos para os monogástricos • Amilose e Amilopectina 24 1ª etapa – digestão luminal 1º fase da Digestão: Fase Luminal Alfa amilase pancreática – atua somente na ligação α (1→4) 25 1º fase da Digestão: Fase Luminal Alfa amilase pancreática – atua somente na ligação α (1→4) Como a amilopectina tem ligações α (1→6) – originam também a isomaltase e as dextrinas limites. • Maltose – dissacarídeo com ligações α (1→4) • Maltriose – trissacarídeo com ligações α (1→4) 26 α (1→4) α (1→6) 1º fase da Digestão: Fase Luminal Todos os produtos não serão mais hidrolisados no lúmen do TGI, seguindo para a segunda etapa da digestão 27 2º fase da Digestão: Membranosa Os di e trissacarídeos produzidos na digestão luminal dos carboidratos não podem ser absorvidos pela mucosa intestinal. Precisam ser degradados em monossacarídeos antes de serem transportado para dentro das células epiteliais. 28 2º fase da Digestão: Membranosa O processo de digestão se completa devido à ação hidrolítica das enzimas de membrana. • As enzimas da fase membranosa estão quimicamente ligadas à membrana superficial do intestino (borda em escova) • E o substrato deve entrar em contato com o epitélio antes que a hidrólise possa ocorrer • Os carboidratos são digeridos no momento em que entram em contato com essas enzimas 29 2º fase da Digestão: Membranosa A hidrólise da maltose e dextrina é realizada pelas enzimas entéricas: • maltase e dextrinase. Outras enzimas: • Isomaltase (isomaltose) • Sacarase (glicose e frutose) • Lactase (lactose). 30 2º fase da Digestão: Membranosa 31 2º fase da Digestão: Membranosa A maioria dos produtos dessa fase nunca se difunde para fora do ambiente superficial no sentido do lúmen intestinal. • São absorvidos imediatamente pelas células epiteliais adjacentes. 32 2ª etapa – digestão membranosa 2ª etapa – digestão membranosa Lúmen Processo de Absorção Enterócitos • Existe 2 formas de absorção – Difusão facilitada »Sem gasto de energia – Transporte ativo »Com gasto de energia 33 Processo de Absorção Enterócitos • Difusão facilitada – simples difusão – Rota de absorção passageira para glicose – Em função do gradiente de concentração – Absorção principalmente frutose – Proteínas responsáveis – GLUT 5 / GLUT 2 34 Processo de Absorção Enterócitos • Transporte ativo – Absorção mesmo contra o gradiente de concentração – Absorção sódio dependente – Rota de absorção para glicose e galactose – Proteína responsável – SGLT 1 35 Processo de Absorção Enterócitos • Produtos finais da digestão – Glicose – Proteína SGLT 1/GLUT 5 – Galactose – SGLT 1 – Frutose – GLTU 5 36 SGLT 1 – GASTANDO ENERGIA GLUT 5 – SEM GASTO DE ENERGIA 37 38 Metabolismo de carboidratos em ruminantes 39 Em geral os microrganismos realizam primeiramente a digestão de carboidratos: Celulose, hemicelulose, pectina, amido e açucares. Transformados em glicose Convertidos a piruvato Transformados em AGVs 40 A população microbiana presente no rúmen/retículo: Extremamente diversificada e constituída: • Bactérias • Protozoários • Fungos –Sendo as bactérias os mais numerosos: »Organismos desta massa microbiana. 41 O Sistema CNCPS (Sistema de Carboidratos e Proteínas Líquidas de Cornell) divide o ecossistema dos microrganismos ruminais em dois grupos: Microrganismos que fermentam carboidratos não estruturais Microrganismos que fermentam carboidratos estruturais Esta separação reflete a diferença: Utilização de N e eficiência no crescimento Utilização da fonte de energia.42 Microrganismos que fermentam carboidratos não estruturais As bactérias fermentadoras dos CNE: • Streptococcus bovis • Ruminobacter amylophilus • Lactobacillus sp –Utilizam amônia, peptídeos ou AA como fonte de N –Podem produzir amônia –Maior atividade de bactérias: »Amilolíticas e/ou proteolíticas 43 Microrganismos que fermentam carboidratos estruturais As bactérias fermentadoras dos CE: • Ruminococcus albus • Ruminococcus flavefaciens • Fibrobacter succinogenes – Fermentam apenas carboidratos da parede celular –Utilizamapenas amônia como fonte de N –Não fermentam peptídeos ou aminoácidos –Maior atividade de bactérias: »Celulolíticas e sacarolíticas 44 Assim, a fermentação de carboidratos no rúmen leva à produção: Ácidos graxos voláteis (Energia) • Acetato, butirato e propionato Precursores de gordura • Ácido acético e butírico Precussores de glicose • Ácido propiônico 45 Assim, a fermentação de carboidratos no rúmen leva à produção: Produção de calor • Pode degradar parte dos nutrientes ingeridos Liberação de gases • Dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) Boa síntese de proteína microbiana Manutenção da função ruminal. 46 O tipo de substrato presente no rúmen influencia: Desenvolvimento da população microbiana Alterando os produtos gerados pela fermentação Condições do ambiente ruminal A depender da fonte de carboidrato presente na dieta, haverá: Alterações no pH Disponibilidade de energia e nitrogênio • Afetando o desenvolvimento da microbiota ruminal. 47 Animais consumindo dietas ricas: Açúcares solúveis e amido • Maiores concentrações de ácido propiônico no rúmen Animais consumindo dietas ricas: volumosos • Maiores concentrações de ácido acético no rúmen 48 Forragens: 65% acético; 25% de propiônico; 10% de butírico. Grãos: 50% acético; 40% de propiônico; 10% de butírico. 49 Polissacarídeos • convertidos Açúcares solúveis • perdem íons hidrogênio Piruvato • Acetato • Propionato • Butirato • Ác. lático Os AGVs são absorvidos por: Difusão passiva pelas papilas ruminais. 50 Os carboidratos não estruturais (CNEs) são fontes: Concentradas de energia de rápida disponibilidade Quando se pretende elevar o teor de energia das dietas • Se aumenta a inclusão de fontes destes CHOs –Pode levar a aumento no desempenho animal. 51 Todavia, havendo intensa produção de ácidos graxos de cadeia curta pela fermentação dos CNEs, pode levar: Sobrecarga ao sistema tampão ruminal Promovendo uma redução do pH ruminal Afetando as bactérias celulolíticas • São extremamente sensíveis a redução no pH abaixo de 6,0 • Cessam crescimento em pH abaixo de 5,5 Assim, os CNEs podem reduzir a degradação da fibra principalmente pela redução do pH ruminal. 52 Para que o efeito da fermentação dos CNE não venha a causar: Problemas metabólicos • É preciso que haja carboidratos estruturais (CE) –Quantidade e no tipo que garanta a estimulação: »Ruminação »Salivação »Motilidade ruminal. 53 A propriedade de troca catiônica da fibra: Também é importante na capacidade de tamponamento do rúmen. Portanto, os carboidratos estruturais são importantes também para: Manutenção da saúde do animal. 54 O desafio é usá-los de maneira a aproveitar sua energia Sem atrapalhar a degradação do restante da dieta • Particularmente da fibra. Na verdade, em dietas fibrosas, a inclusão: Pequenas quantidades de CNEs pode ser: • Benéfica para a degradação da fibra • Fornecendo energia que ajuda os microrganismos –Diminuírem o tempo de colonização das partículas fibrosas. 55 Metabolismo dos carboidratos na mucosa intestinal 56 Os carboidratos não estruturais Que não foram degradados no rúmen • São desdobrados pela α-amilase pancreática –Produzindo glicose Essa glicose será utilizada: Fonte de energia • Manutenção –Produção –Reprodução 57 58 Metabolismo dos carboidratos em equinos e coelhos 59 Equinos e coelhos são animais que possuem microrganismos: Ceco e no cólon capazes de fermentar os alimentos, produzindo: • Ácidos graxos voláteis (AGVs) como fontes de energia. 60 A atividade fermentativa no ceco e cólon ventral ocorre pela ação: Bactérias e protozoários, sendo que, nestas regiões • Não há eliminação de enzimas, mas apenas de muco. Principais microrganismos do IG: ceco > cólon Bactérias celulolíticas • Ruminococcus spp. e Fibrobacter succinogenes bactérias fibrolíticas Clostridium sp., Ruminococcus sp., Butyrivibrio sp. e Eubacterium sp. 61 O teor de fibra bruta das refeições deve estar acima de 8 a 10%: Teores reduzidos podem: • Atrapalhar a motilidade gastrointestinal • Causar diarreias –Pois o teor de fibra está diretamente relacionado com distúrbios digestivos nestes animais. 62 As partículas de alimentos (CHO) que escapam da fermentação do intestino delgado podem ser degradada: Intestino grosso, gerando: • Ácidos graxos voláteis (AGVs) • Representando um importante suprimento de energia para o animal 63 Obrigado pela atenção!!! 64 Contato: claudiohao@hotmail.com https://www.youtube.com/watch?v=ucrEGVXrDAw
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