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CURSO DE TOPOGRAFIA – E. CIVIL UNIP – 2020/1 PROF. CLÁUDIO TAVARES AULAS TRÊS E QUATRO – PLANIMETRIA ERROS DA MEDIÇÃO PLANIMÉTRICA, AS COORDENADAS TOTAIS E O CÁLCULO DE ÁREA I. ERRO ANGULAR (Ea): erro ocorrido durante a medição em campo de uma poligonal fechada, quando os ângulos geométricos (Ai, Ae e/ou Ad) foram medidos, lidos e/ou anotados erroneamente. Tal erro pode ser causado por falha humana e/ou falha instrumental (teodolito mal usado e / ou mal calibrado). Após a medição, normalmente no escritório, se faz a operação matemática de verificação dessas medidas, a que se dá a denominação CONTROLE ANGULAR, a partir do somatório dos ângulos medidos e compara-se esse valor com o resultado dado pela geometria, conforme o número de ângulos medidos, como segue: ∑Ai n = 180° (n - 2) Condição do não erro angular, (portanto , poligonal fechada) e Ea = zero: ∑Ai medidos – [∑Ai n = 180° (n - 2)] = zero Não sendo = zero, teremos um Ea, em que o valor será para mais ou para menos conforme o sinal que acompanha o valor em graus, minutos e segundos Como segue os valores da medição, teremos as coordenadas polares: E DH Ai Az Ru Q 0 42,7142 89°57’31” 321°39’16” 38°20’44” NW 1 40,5295 66°18’06” 207°57’22” 27°57’22” SW 2 29,6628 223°58’31” 251°55’53” 71°55’53” SW 3 39,4681 48°00’42” 119°56’35” 60°03’25” SE 4 50,3358 11°45’10” 51°41’45” 51°41’45” NE ∑ 202,7100 540°00’00” Neste caso, a poligonal se encontra sem Ea, pois ∑Ai medidos – [180° (n - 2)] = zero 540°00’00” - [180° (5 - 2)] = zero 540°00’00” - [180° (3)] = zero 540°00’00” - 540°00’00” = zero Mas, se ∑Ai medidos = 539°59’56”, teríamos um Ea = - 00°00’04” (faltou 04” de grau para a poligonal fechar) Então, será preciso avaliar se tal Ea é tolerável ou não, para essa poligonal (05 lados); 1. Tolerância angular (Ta): será o valor máximo, que a Topografia define, para um erro angular de medição. A Ta será data em graus, minutos e segundos como limite máximo de um Ea, conforme o número de ângulos medidos e a precisão do aparelho usado (teodolito), dita PA. Considerando que na medição usou-se um teodolito com PA = 10” e com 05 ângulos medidos (n), teremos: Ta = PA √n (para uma precisão angular alta) Ta = 2(PA √n) (para uma precisão angular média) Ta = 3( PA √n) (para uma precisão angular baixa) Voltando a nossa situação de EA = 04”, cabe-nos avaliar esse erro e sua tolerância (Ta), conforme a precisão exigida à medição, pela contratação dos serviços de topografia, pela E. Civil. Normalmente será exigido a precisão alta e com teodolito com PA ≥ 30” Então, calcula-se a Ta (alta): Onde, Ta = 00°00’10” √5 Ta = 00°00’22,36” ou seja, Ta = 22” Sendo o Ea = 04” dizemos que Ea < 22” “Dessa forma, o erro angular é tolerável para uma medição de alta precisão” Porém, deverá ser corrigido numericamente, sem a necessidade de refazer a medição. Caso estivesse fora da tolerância desejada, seria necessário refazer a medição para corrigir o Ea 2. A Correção do erro angular (Ea): numericamente poderá ser realizado de três (03) formas, a saber: Da menos correta à mais correta, como segue: a) Acertar todo o Ea no último ângulo medido; b) Acertar todo o Ea no meno lado; c) Distribuir o Ea, igualmente, em todos os ângulos medidos. Ao acertar o Ea, realiza-se novamente o Controle Angular para verificar se os resultados são simétricos, ou seja, Ea = zero. II. ERRO LINEAR (EL): erro ocorrido durante a medição em campo de uma poligonal fechada, quando as medidas dos lados (DH) foram medidas, lidas e/ou anotadas erroneamente. Tal erro pode ser causado por falha humana e/ou falha instrumental (teodolito mal usado e / ou mal calibrado). Após a medição, normalmente no escritório, se faz a operação matemática de verificação dessas medidas, a que se dá a denominação CONTROLE LINEAR, a partir do cálculo das coordenadas parciais dos lados (∆x e ∆y) , em que os seus somatórios (∑∆x e ∑∆y) = zero, sendo essa a Condição do não erro linear, (portanto, poligonal fechada) e EL = zero Porém, se (∑∆x ou ∑∆y) ≠ zero; Teremos erro linear (EL) e a poligonal não será fechada. Os valores das coordenadas parciais serão calculados por: ∆x = DH sen Az ∆y = DH cos Az Conforme planilha que segue: E DH Az ∆x ∆y 0 42,7142 321°39’16” -26,500 33,500 1 40,5295 207°57’22” -19,000 -35,800 2 29,6628 251°55’53” -28,200 -9,200 3 39,4681 119°56’35” 34,200 -19,700 4 50,3358 51°41’45” 39,500 31,200 ∑ 202,7100 zero zero Como se vê, (∑∆x e ∑∆y) = zero; portanto, a poligonal se apresenta fechada, sem erro linear (EL = zero) Caso uma das colunas ∑∆x ou ∑∆y mostrasse valor ≠ zero; teríamos o erro linear (EL), mostrando-nos que as DH medidas em campos trazem erro, seja apenas uma, algumas ou todas. Atribuindo-se um valor ≠ zero para uma coluna e a outra com valor = zero, por exemplo: ∑∆x = - 0,15 valor para ex (projeção do EL em x) ∑∆y = zero valor para ey (projeção do EL em y) Avalia-se então a situação criada, a partir do cálculo de Erro linear (EL), dado por Pitágoras, onde: 1. Cálculo do EL; EL = √(ex)² + (ey)² EL = √(- 0,15)² + (0)² EL = 0,15m A seguir será calculado o Erro Relativo (ER), para definir a Tolerância Linear (TL) ao se comparar o ER calculado com as faixas de tolerância (determinadas pela Topografia) e sua precisão linear. O ER é uma relação entre o EL em um perímetro medido (P = ∑DH) e o EL de 1m em um perímetro calculado, ou seja, é a relação de 1m : 1000m (1 metro por quilômetro de perímetro), dessa forma, teremos: ER = P : EL ou ER = ∑Dh : EL pois 1 : ER = EL : ∑DH 2. Cálculo do ER: ER = 202,7100 : 0,15 ER = 1.351,400m Isso significa que com o EL de 0,15m a um perímetro de 202,71m equivale a um erro (erro relativo ER) de 1m para 1,3514 Km. Então veremos em que faixa de Tolerância linear (TL) esse erro se enquadra e, portanto qual a precisão da medição com esse EL 3. FAIXAS DE TOLERÂNCIA LINEAR E PRECISÃO DA MEDIÇÃO: QUALIDADE DA POLIGONAL TOLERÂNCIA LINEAR PELO ER PRECISÃO BAIXA 1 : 500 a 1 : 1000 PRECISÃO MÉDIA 1 : 1000 a 1 : 10.000 PRECISÃO BAIXA 1 :10.000 a mais que 1 : 100.000 Obs.: valores em metros 4. Comparação do ER com as Faixas de TL: Teremos um EL que se enquadra na faixa de precisão média, pois o EL corresponde a um ER de 1 : 1.351,400 Assim, para as grandes obras da E. Civil, busca-se sempre as medições com precisão média a alta e, estando o EL dentro dessa precisão, será feito a correção desse erro (EL), de forma numérica, não havendo necessidade de refazer as medidas lineares em campo. Caso contrário, O EL está fora da TL desejada, será preciso refazer a medição, o que onera os serviços e de responsabilidade da empresa de Topografia (quando terceirizada) ou departamento de Topografia (quando empresa de E.Civil). 5. Correção do EL: será realizada de maneira proporcional em todos os lados da poligonal (nas projeções parciais), a partir de um fator de correção dado por: Cxn = [(ex : P) . DHn] ± ∆xn Cyn = [(ey : P) . DHn] ± ∆yn Então; E DH ∆x + Cxn ∆x Corrigida 0 42,7142 - 26,500 0,03161 - 26,46839 1 40,5295 - 19,000 0,02999 - 18,97001 2 29,6628 - 28,200 0,02195 - 28,17805 3 39,4681 34,200 0,02921 + 34,22921 4 50,3358 39,350 0,03724 + 39,38724 ∑ 202,7100 -0,15 + 0,15 zero Obs.: Não havendo erro (ey) não será feito, neste caso a correção. Lembrando que o erro em x (nas projeções ∆x) foi criado para exemplificar a operação aqui tratada. III. COORDENADAS TOTAIS (X e Y): Serão calculadas no escritório, para que se possa calcular o valor da área medida e realizar o desenho em escala. Parte-se de um valo X inicial e um valor Y inicial, em qualquer estaca, que pode ser aleatórioou um valor conhecida previamente. Partiu-se da estaca 3, com as coordenadas X = 10,800 Y = 28,500 (valores conhecidos previamente e, a partir desta estaca, calculamos as demais, conforme segue; Este cálculo se faz pelas fórmulas: Xn = Xn-1 ± ∆xn-1 Yn = Yn-1 ± ∆yn-1 Assim, teremos a continuação da planilha abaixo E ∆x ∆y X Y 0 - 26,500 + 33,500 84,500 40,000 1 - 19,000 - 35,800 58,000 73,500 2 - 28,200 - 9,200 39,000 37,700 3 + 34,200 - 19,700 10,800 28,500 4 + 39,500 + 31,200 45,000 8,800 ∑ 0 0 xxxxx xxxxx IV. CÁLCULO DA ÁREA: 1. Método da “Soma dos produtos cruzados”: a partir dos valores das Coordenadas Totais calculadas (Abcissas e Ordenadas dos vértices da poligonal) a) Realiza-se a operação à semelhança de um determinante, sendo o método mais usado, em que teremos a fórmula, que segue; XYn = Xn . Yn+1 YXn = Yn . Xn+1 Dessa forma retemos a planilha abaixo, com os valores calculados; E XY YX 0 6.210,750 2.320,000 1 2.186,600 2.866,500 2 1.111,500 407,160 3 95,040 1.282,500 4 800,000 743,600 ∑ 11.403,890 7.619,76 b) Após o cálculo XY e YX, realiza-se o somatório das colunas para o cálculo da área em que teremos: S = (∑XY - ∑YX) : 2 S = 1.892,065 m² 2. Método Mecânico: realizado sobre o desenho em escala, através do instrumento chamado “Planímetro”, que percorre o perímetro do desenho da poligonal e em função das escalas (do aparelho e do desenho) chega-se ao valor da área real. È prático e rápido, mas dependendo da veracidade do desenho, pode-se ter equívocos. 3. Método Geométrico: realizado sobre o desenho em escala, em que se divide a poligonal em várias áreas (áreas parciais) de geometria regular e conhecidas (triângulos, quadrados, trapézios, etc). Calcula-se geometricamente o valor dessas áreas parciais e então a soma delas será a área total do polígono. Esta submetida à escala, resultará na área total real. Método mais demorado e menos exato, pois se terá várias medidas em escala, que acabarão sendo aproximadas, gerando equívocos no valo final.
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