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Historia_da_Lingua_Portuguesa

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Rio de Janeiro / 2008
Todos os direiTos reservados à 
Universidade CasTelo BranCo
VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
HISTÓRIA DA LÍNGUA 
PORTUGUESA
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou 
por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo 
Branco - UCB.
Universidade Castelo Branco - UCB
Avenida Santa Cruz, 1.631
Rio de Janeiro - RJ
21710-250 
Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696
www.castelobranco.br
Un3h Universidade Castelo Branco
História da Língua Portuguesa / Universidade Castelo Branco. – Rio de 
Janeiro: UCB, 2008. - 36 p.: il.
ISBN 978-85-86912-95-5 
1. Ensino a Distância. 2. Título.
CDD – 371.39
HISTÓRIA DA
LÍNGUA PORTUGUESA
Conteudista
Antônio Carlos Siqueira de Andrade
Apresentação 
Prezado(a) Aluno(a):
 
É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação, 
na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando oportunidade 
para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docente esperam retribuir a 
sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e 
criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento 
teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.
Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Auto-Estudo 
O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos e 
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam 
atingidos com êxito.
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades com-
plementares.
As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.
 Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o 
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.
A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com 
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que 
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros 
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.
Bons Estudos!
 
Dicas para o Auto-Estudo 
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja 
 disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.
2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite 
interrupções.
3 - Não deixe para estudar na última hora.
4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.
5 - Não pule etapas.
6 - Faça todas as tarefas propostas.
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
 da disciplina.
8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.
9 - Não hesite em começar de novo.
SUMÁRIO
Quadro-síntese do conteúdo programático ................................................................................................. 11
Contextualização da disciplina ................................................................................................................... 12
 
UNIDADE I
ORIGENS DA LÍNGUA PORTUGUESA
1.1 – Introdução .......................................................................................................................................... 13
1.2 – Fases da língua .................................................................................................................................. 13
1.3 – Características do português arcaico ................................................................................................. 17
UNIDADE II
FONÉTICA HISTÓRICA
2.1 – Vocalismo ........................................................................................................................................... 21
2.2 – Consonantismo ................................................................................................................................... 21
2.3 – Leis Fonéticas .................................................................................................................................... 21
2.4 – Metaplasmos ...................................................................................................................................... 22
UNIDADE III
A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DO SÉCULO XVI
3.1 – Considerações .................................................................................................................................... 25
Glossário ..................................................................................................................................................... 32
Gabarito ....................................................................................................................................................... 33
Referências bibliográficas ........................................................................................................................... 34 
11
I – ORIGENS DA LÍNGUA PORTUGUESA
1.1 – Introdução
1.2 – Fases da língua
1.3 – Características do português arcaico
 UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS
II – FONÉTICA HISTÓRICA
2.1 – Vocalismo
2.2 – Consonantismo
2.3 – Leis Fonéticas
2.4 – Metaplasmos 
III – A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DO 
SÉCULO XVI
3.1 - Considerações
• Situar a formação da língua;
Apresentar os períodos que compõem a história da língua;
Definir os documentos escritos da língua.
• Detalhar a natureza das transformações; Apresen-
tar os casos de mudanças fonéticas.
• Apresentar as principais mudanças na fase mo-
derna da língua.
Quadro-síntese do conteúdo 
programático
12 Contextualização da Disciplina
Para entender a língua portuguesa atual, é necessário voltar até as suas origens, que remontam ao latim vulgar, 
e iniciar um longo trajeto de análise de suas transformações.
A língua atual é resultado de mudanças fonéticas, morfológicas e sintáticas, bem como reflexo de seu percurso 
histórico.
13UNIDADE I
 
ORIGENS DA LÍNGUA PORTUGUESA
1.1– Introdução 
Apresentar o conteúdo gramatical de Língua Portu-
guesa V – história da língua – sem uma ancoragem, 
na realidade, seria, até certo ponto, uma atitude ir-
responsável.
O nosso objetivo é ilustrar as transformações da lín-
gua através de um enfoque diacrônico, não apenas por 
meio de exemplos isolados, mas apoiado por textos de 
épocas em que se verificaram os fenômenos analisados. 
Assim, apresentamos, sempre que possível, os casos 
estudados em passagens escritas onde eles ocorrem.
Valorizamos também o entendimento do texto, a sua 
compreensão como meio de se chegar à sua estrutura 
(plano sincrônico), bem como à língua encarada como 
processo em suas múltiplas possibilidades de transfor-
mação (plano diacrônico).
É possível estudar a língua sob duas perspectivas 
históricas – a interna e a externa.
A externa é a história da cultura e da sociedade e sua 
influência na língua. A interna trata das transformaçõesfonéticas, morfológicas, sintáticas e semânticas.
A seguir, iremos examinar as duas perspectivas. 
A nossa língua origina-se do galego-português, ini-
cialmente falada no norte de Portugal e, com a guerra 
da Reconquista, foi disseminada pelo resto do país. 
Normalmente, a história da língua se divide em três 
fases:
• Pré-histórica – das origens da língua até o século IX, 
data dos primeiros documentos latino-portugueses;
• Proto-histórica – do século IX ao século XII. Época 
em que aparecem textos redigidos em latim bárbaro, 
geralmente de natureza forense, com inserções de pa-
lavras da língua falada. No final desse período, floresce 
em Portugal e Galícia a poesia trovadoresca.
• Histórica – subdivide-se em Arcaica e Moderna.
Arcaica – do século XII ao século XVI – fase carac-
terizada por transformações no léxico, na fonética, na 
morfologia, na sintaxe.
Moderna – do século XVI até o século atual – a língua 
adquire um padrão que chega até os nossos dias, com 
poucas mudanças profundas. 
1.2 – Fases da Língua 
Línguas Românicas 1 
São aquelas que derivam do latim. As principais são:
• Português
• Espanhol
• Italiano
• Francês
 
O latim era a língua oficial do Império Romano e, 
com as conquistas realizadas, era imposta aos povos 
subjugados.
Com o passar do tempo e em contato com culturas 
e povos diversos, foi se transformando em línguas 
diferentes, embora guardem uma certa similaridade 
entre si:
1 Outras denominações: Neolatinas, Novilatinas ou Latinas.
14
A origem das línguas neolatinas está no latim vulgar, 
a língua falada, e não na língua escrita ou literária 
(latim clássico).
Antes do domínio romano, vários povos habitaram 
a Península Ibérica: os próprios iberos, depois gregos 
e fenícios.
Mais tarde, vieram os celtas, povo de origem ger-
mânica. Da fusão desses povos, surgem os celtiberos, 
que foram finalmente dominados pelos romanos.
A língua do povo dominado constitui-se em substrato 
da língua do dominador.
Outro domínio que se observou após os romanos foi 
o de povos bárbaros (vândalos, suevos e visigodos) 
a partir do século V. Mais tarde – século VIII – os 
árabes invadem a península e a língua árabe passa a 
ser utilizada junto com o romanço. 
Palavras de Origem
• Árabe:
Muitas delas começam com al, que é o artigo árabe 
aglutinado à palavra: álcool, alfazema, alface, alcacho-
fra, alfândega, algema, azeite, arroz; xarope, tarefa, 
tarifa, algarismo, enxaqueca.
• Ibérica:
Baía, balsa, barro, bezerro, cama, esquerdo, garra, 
manto, sapo.
• Céltica:
Bico, cabana, caminho, camisa, carpinteiro, carro, 
cerveja, duna, gato, gordo, lança, peça.
• Grega:
Bolsa, cara, corda, calma, anjo, bispo, bíblia.
• Germânica:
Agasalho, barão, banco, banho, brasa, guerra, lata, 
roupa, sopa.
A Reconquista
Até mais ou menos o ano 1000, os árabes dominam 
a península.
Os árabes (muçulmanos) e os cristãos vão se enfrentar 
em inúmeras batalhas, até que aqueles sejam vencidos e 
expulsos por estes. É o período chamado Reconquista, 
que só termina efetivamente com a tomada do reino de 
Granada pelos reis católicos (1492). Mas é no século 
XII que nasce o reino independente de Portugal.
Galego-Português
A nossa língua surge no norte de Portugal e na Galícia, 
região politicamente ligada à Espanha.
Os primeiros textos escritos aparecem no século XIII.
Testamento (1193)
In Christi nomine. Amen. Eu Eluira Sanchiz offeyro 
o meu corpo áás virtudes de Sam Saluador do moens-
teyro de Vayram, e offeyro co, no meu corpo todo o 
herdamento que eu ey en Centegãus e as tres quartas 
do padroadigo d’essa eygleyga e todo hu herdamento 
de Crexemil, assi us das sestas como todo u outro 
herdamento: que u aia u moensteyro de Vayram por 
en saecula saeculorum. Amen.
Fecta karta mense Septembri era MCCXXXI.
Menendus Sanchiz testes. Stephanos Suariz testes. 
Vermúú Ordoniz testes. Sancho Diaz testes. Gonsaluus 
Dias testes.
Ego Gonsaluus Petri presbyter notauit.
(apud LEITE DE VASCONCELOS. Os Textos Arcaicos. 14-15)
Observe:
Tanto a invocação quanto o desfecho é ainda em latim.
Grafia:
- confusão entre u e v: Eluira = Elvira;
- a semivogal i é grafada com y: offeyro = ofereço;
- crase: com a dobrado e acento grave: áás = às;
- representação fonética: Sanchis = Sanches. 
Auto de Partilha (1192)
In Christi nomine amen. Hec est notitia de partiçon, 
e de devison, que fazemos entre nos dos erdamentus, 
e dus Coutos, e das Onrras, e dous Padruadigos das 
Eygreygas, que forum de nosso padre, e de nossa ma-
dre, en esta maneira: que Rodrigo Sanches ficar por sa 
partiçon na quinta do Couto de Viiturio, e na quinta do 
Padroadigo dessa Eygreyga en todolos us herdamentus 
do Couto, e de fora do Couto: Vasco Sanchiz ficar 
por sa partiçon na Onrra Dulveira, e no Padroadigo 
dessa Eygreyga, en todolos herdamentos Dolveira, e 
en nu casal de Carapezus de Vluar, e en noutro casal 
en Agiar, que chamam Quintaa: Meen Sanchiz ficar 
por sa partiçon na Onrra da Carapezus, e nus outros 
herdamentos , e nas duas partes do Padroadigo dessa 
Eygreyga; e no Padroadigo da Eygreyga de Treysemil, 
e na Onrra e no herdamento de Darguiffe, e no herda-
mento de Lavorados, e no Padroadigo dessa Eygreyga; 
Elvira Sanchez ficar por sa partiçon nos herdamentos 
de Centegaus, e nas três quartas do Padroadigo dessa 
Eygreyga, e no herdamento de Treyxemil, assi us das 
sestas, como noutro herdamento. Estas partições, e 
15
divisões fazemos antre nos, que vallam por em secula 
seculorum amen. Facta Karta mensse Marcii, Era 
MCCXXX. Vaasco Suariz testis – Vermuu Ordoniz 
testis – Meen Fanrripas testis – Gunsalvu Vermuiz 
testis – Gil Dias testis – Dom Minon testis – Martim 
Pariz testis – Dom Minon testis – Martim Periz testis 
– Dom Stephani Suariz testis – Ego Johanes Menendi 
Presbiter notavit.
(apud RIBEIRO, João Pedro. Dissertações Cronológicas e Críti-
cas. vol. I, pp. 284-285).
Os textos acima são considerados os primeiros escri-
tos em língua portuguesa. Na verdade, são traduções 
feitas do latim para o galego-português quase cem 
anos depois, já no final do século XIII (TEYSSIER, 
2001: 126).
Os primeiros textos escritos em galego-português são 
Notícia de Torto (1214-1216) e o Testamento de D. 
Afonso II, datado com segurança (1214). O primeiro 
é reproduzido a seguir:
Notícia de Torto
... E d’auer que ouerũ de seu pater nu [n] qua li ĩde 
derũ parte. Deo Dũ Gõcauo a Laurẽco Fernãdiz e 
Martĩ Gõcaluiz XII casaes por arras de sua auóó, e 
filarũ-li illos inde VI casales cũ torto. E podedes saber 
como mando Dũ Gõcauo a sua morte: e XVI casales 
de Veracin que fructarũ e que li nunqua ide derũ quin-
nõs; e de VII e médio casaes antre Goina e Bastuzio 
unde li nunqua derũ quinõ; e de tres ĩ Tefuosa unde li 
nunqua ar derũ nada; e Ilos ĩ Figeerecdo unnde nũqua 
li derũ quinõ; e Ilos ĩ Tamal ũde li ñ ar derũ quinõ; e 
da senara de Coina ũde li ñ ar derũ quinõ; e de uno 
casal de Coina que leuarũ ĩde III anos o fructo cũ 
torto. E por istes tortos que li fecerũ tem qua seu plazo 
quebrãtado, e qua li o deuẽ por sanar...
(apud LEITE DE VANCONCELOS. Os Textos Arcaicos. pp. 15-16.) 
Na mesma época, a poesia lírica da península tam-
bém se manifesta através do galego-português. É a 
poesia trovadoresca, compilada nos Cancioneiros. 
Eram cantigas de amor (em que o homem expressa 
a sua “coita” de amor), cantigas de amigo (a voz é 
feminina) e as cantigas de escárnio e maldizer (poesia 
de cunho satírico).
Muitas palavras de origem provençal entram para 
a língua nessa época: alegre, anel, jogral, rouxinol, 
viagem.
A seguir, exemplos da poesia trovadoresca. Para 
entendê-las melhor, faça a leitura consultando o vo-
cabulário e as informações que vêm após.
No primeiro exemplo, a palavra amigo deve ser en-
tendida como amado.
Observe, entreoutras, as formas verbais vejades, 
possades, vivede, dos verbos ver, poder e viver.
Cantiga D’Amigo (D. Dinis)
- Non poss’eu, meu amigo,
com vossa soidade1
viver, bem vo-lo digo,
e por esto morade2,
 amigo, u mi possades3
 falar e me vejades.
Non poss’, u vos non vejo,
viver, bem o creede4,
tan muito5 vos desejo,
e por esto6 vivede,
 amigo, u mi possades
 falar e me vejades.
Naci em forte ponto7:
e, amigo, partide
o meu gran mal sen conto,
e por esto guaride8,
 amigo, u mi possades
 falar e mi vejades.
- Guarrei9, ben o creades,
senhor, u me mandades10.
1 soidade: saudade. Leia-se soi-i-da-de.
2 morade: moral.
3 u mi possades: onde me possais.
4 creede: crede.
5 tan muito: tanto. Compare-se com o inglês so much.
6 esto: isto
7 em forte ponto: em má hora, em dia aziago.
8 guaride: guari (= “morai”).
9 Guarrei: Guarirei (= “morarei”).
10 mandades: mandais.
(apud LINS, Álvaro & HOLANDA, Sérgio Buarque de. Roteiro 
Literário do Brasil e de Portugal. Rio, 1955, página 12)
Na cantiga de amor a seguir a palavra senhor (senhora) 
ainda era uniforme, isto é, servia para o gênero masculino 
e para o gênero feminino. Note também a forma como 
o minha era representado: mha. Val significa vale; ledo 
significa feliz, alegre. 
Cantiga D’Amor (Paio Soares de Taveirós)
Como morreu quen nunca ben
ouve da ren que mais amou1
e quen viu quanto receou
d’ela e foi morto por en2,
Ay, mha senhor3, assi moyr’eu!4
Como morreu quen foy amar5
quen lhe nunca quis bem fazer6,
e de que[n] lhe fez Deos ueer7
de que foy morto com pesar8,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu!
1616
Com’ome que ensadeçeu,
senhor, co gran pesar que uiu,
e nõ foy ledo, nen dormiu
depois, mha senhor, assi moyr’eu!
Como morreu quen amou tal
dona que lhe nunca fez bem
e quen a uiu leuar a quen
a nõ ualia, nen a ual,
Ay, mha senhor, assi moyr’eu! 
(apud LINS, Álvaro & HOLANDA, Sérgio Buarque de. Roteiro 
Literário Do Brasil e de Portugal. Rio, 1955, página 16).
1Como morreu quen nunca bem / ouve da ren que 
mais amou: como morreu aquele que nunca obteve o 
bem-querer da pessoa a quem mais amou. Ren (forma 
alterada do acusativo rem, de res) = “coisa” e também 
“pessoa”. Neste último sentido, que é o da palavra 
no trecho acima, empregou-a, por exemplo, Camões: 
“Transforma-se o amador na cousa amada”. É de uso 
atual e corrente a palavra objeto na mesma acepção: 
objeto amado (= “pessoa amada”).
2 por en: por isso. 
3 mha senhor: minha senhora, minha amada. Os 
substantivos em -or eram, em geral, invariáveis em 
gênero na língua antiga. Entretanto, da forma senhora, 
como observa Augusto Magne (A Demanda do Santo 
Graal, III, 365), há exemplos, embora raros raros, nos 
próprios cancioneiros.
4 moyr’eu: moiro eu, morro eu. Moiro ou mouro, 
moira ou moura: formas que sobrevivem um pouco ao 
período arcaico da língua: “Mas moura enfim nas mãos 
das brutas gentes” (Camões, Os Lusíadas).
5 quen foy amar: quem se aventurou a amar. Observa-
se ainda hoje esse emprego, talvez sobretudo na lingua-
gem popular: Ele foi insultar o outro, e saiu-se mal. 
6 ben fazer: fazer bem (= “querer bem, amar”).
7 ueer = veer: ver. Vedere > veer > ver. Quanto ao u pelo 
v, note-se adiante, também, uiu, leuar, ualia, ual.
8 de que foy morto com pesar: Neste verso, suben-
tenda-se antes do de a palavra cousa.
No exemplo abaixo, trobar significa cantar. 
Cantiga de Escárnio e Maldizer
Ai dona fea! fostes-vos queixar
porque vos nunca louv’ en meu trobar
mais ora1 quero fazer un cantar
en que vos loarei tôda via2
e vêdes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia3!
Ai dona fea! se Deus me perdon!
e pois havedes tan gran coraçon
que vos eu loe en esta razon,
vos quero já loar tôda via;
e vêdes qual será a loaçon4:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei
en que vos loarei tôda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
1 – mas agora
2 – sempre, inteiramente
3 – louca
4 – louvor
(SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa: era 
medieval. p.56)
 
Exercícios de Auto-avaliação (sobre a Can-
tiga de Escárnio)
Observação: Antes de fazer o exercício a seguir, 
leia, com atenção, na Unidade II, a parte sobre Meta-
plasmos.
1. Na passagem de fea para feia que metaplasmo ocorre?
2. Ha mais dois casos na mesma estrofe. Indique-os.
3. Se (primeiro verso da segunda estrofe) equivale a 
que conjunção?
4. Havedes > haveis (segundo verso, segunda estrofe) 
é um metaplasmo chamado: __________________.
5. Na terceira estrofe, a posição do pronome não 
é comum atualmente. Aponte os casos e indique a 
ordem atual.
 
Os Novos Rumos da Língua
A escola literária galego-portuguesa, da qual os poemas 
acima fazem parte, termina por volta de 1350.
Separados politicamente Portugal e Galícia, a língua 
começa a traçar trajetórias diferenciadas. O desloca-
mento do centro de poder do Norte para o Sul, ora 
Lisboa, ora Coimbra, também contribuiu para fixar a 
norma da língua que conhecemos hoje.
17
• Vocabulário 
Mudança na forma das palavras fremosa (formosa) e 
também no sentido – fazenda (façanha).
• Fonética 
Hiatos que se transformam em crase: maa > má; seer 
> ser; e ditongo: meo > meio; feo > feio.
• Morfologia 
Nomes terminados em -nte, -or, -ês eram uniformes: 
a infante, mha senhor, lingoa português;
Flexionavam no plural: ourives: ouriveses; simples: 
simpleses;
Gênero diferente: fim, planeta, mar, cometa (femini-
nos); tribo, coragem, linguagem (masculinos);
Particípio passado em UDO: perdudo, conhoçudo, 
escondudo (permanece em conteúdo).
• Sintaxe
Pronome reto em função de objeto: “E o senhor disse 
que enforcariam ell”(Coutinho, 1971);
Verbos de movimento seguidos de EM: “Veerom da 
Gallia Gótica em Espanha.”(idem, ibidem);
Pleonasmos: “oje em este dia”, boas bondades;
Períodos muito extensos;
Pontuação escassa;
Colocação mais livre de palavras na frase;
Predomínio da ordem inversa.
O texto a seguir é um perfil do rei D. Pedro, filho 
de D. Afonso. É de natureza histórica, mas devido à 
maestria como foi produzido, passou a ser considerado 
um documento de valor literário.
Fernão Lopes, narra/descreve a vida do rei imprim-
indo vivacidade ao relato.
Retrato de D. Pedro
Êste Rei D. Pedro era muito gago, e foi sempre grande 
caçador e monteiro1, em sendo infante e depois que 
foi rei, trazendo grande casa2 de caçadores e moços 
de monte, e de aves, e cães, de tôdas as maneiras que 
para tais jogos eram pertencentes3.
Êle era muito viandeiro4, sem ser comedor mais 
que outro homem; que suas salas5 eram de praça6 em 
1.3 - Características do Português Arcaico
todos os lugares por onde andava, fartas de vianda, 
em grande abastança.
Êle foi grande criador7 de fidalgos de linhagem, 
porque naquele tempo não se costumava ser “vassalo”, 
senão filho, e neto, ou bisneto de fidalgo de linhagem; 
e por usança haviam então a quantia que ora chamam 
maravedis8, dar-se no berço, logo que o filho do fidalgo 
nascia, e a outro nenhum não.
Êste Rei acrescentou muito nas quantias dos fidalgos, 
depois da morte de el-Rei seu padre; ca, não embar-
gando9 que el-Rei D. Afonso fôsse comprido de ardi-
mento10 e muitas bondades, tachavam-no, porém, de 
ser escasso, e de apertamento de grandeza11. E el-Rei 
D. Pedro era em dar mui ledo; e tanto, que muitas vêzes 
dizia que lhe afrouxassem a cinta, que então usavam 
não mui apertada, para que se lhe alargasse o corpo, 
para mais espaçosamente poder dar, dizendo que o dia 
que o rei não dava, não devia ser havido por rei.
Era ainda de bom desembargo12 aos que lhe re-
queriam bem e mercê; e tal ordenança tinha nisto, 
que nenhum era detido e sua casa por cousa que lhe 
requeresse.
Amava muitofazer justiça com direito. E, assim 
como quem faz correição13, andava pelo Reino; e, 
visitada uma parte, não lhe esquecia de ir ver a outra; 
em guisa que poucas vêzes acabava um mês em cada 
lugar da estada.
Foi muito mantenedor de suas leis, e grande execu-
tor das sentenças julgadas; e trabalhava-se14 quanto 
podia das gentes não serem gastadas15 por azo16 de 
demandas e prolongados pleitos.
E se a Escritura17 afirma que, por o Rei não fazer 
justiça, vêm as tempestades e tribulações.
1- monteiro: caçador de monte
2- grande casa: grande quantidade
3- pertencentes: próprios
4- viandeiro: apreciador de carnes
5- salas: banquetes
6- de praça: franqueados a todos
7- criador: protetor
8- maravedis: soldo dado pelos reis aos fidalgos que 
o serviam
9- não embargando: não obstante
10- comprido de ardimento: bem dotado de coragem, 
de intrepidez
11- apertamento de grandeza: mesquinhez
12- de bom desembargo: rápido, expedito no despacho
13- correição: visita do corregedor à comarca, para 
emendar os danos e fazer justiça
18
14- trabalhava-se: esforçava-se
15- gastadas: prejudicadas
16- por azo: por causa
17- Escritura: Bíblia
(SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa I – era 
medieval. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1971.)
Exercícios de Auto-avaliação
1. A abordagem histórica da época girava em torno de um reinado: o rei era a figura central, a partir da qual os 
fatos eram descritos, a chamada abordagem regiocêntrica. Indique, no texto, pistas dessa abordagem.
2. A maioria das palavras numeradas e depois definidas é de arcaísmos ou palavras que assumiram outros 
significados. As definições são tiradas de um livro de mais ou menos 40 anos atrás e já não são tão precisas 
para traduzir os seus significados atuais. Escreva, ao lado de cada definição, a palavra que você usaria para 
defini-la.
Salas (5) banquetes -___________________.
De praça (6) – franqueada a todos - ________________.
Criador (7) – protetor - ___________________.
Maravedis (8) – soldo dado pelos reis aos fidalgos que o serviam - __ _________________.
Não embargando (9) – não obstante - ________________.
Comprido de ardimento - bem dotado de coragem - ___________.
Apertamento de grandeza (11) – mesquinhez - ______________.
Bom desembargo (12) – rápido, expedito no despacho - ____________.
3. Observe o uso do verbo haver no último parágrafo e dê a acepção com que foi utilizado:
Houve amigas -_________________.
Houve filhos - ________________.
Houve nome - ________________.
4. Para a interpretação de um texto, é preciso estar atento ao contexto histórico e cultural da época, pois isso 
evita conclusões equivocadas. Observe, no quarto parágrafo, o emprego do verbo “dar”, que no sentido vulgar 
atual, levaria a uma interpretação desastrosa. Que palavra ou expressão você usaria para evitá-la?
5. No sexto parágrafo, que palavra pode substituir direito?
6. Indique um equivalente atual para “gentes” (sétimo parágrafo).
7. No último parágrafo, dormiu e pariu, hoje, seriam substituídas porque a natureza formal do texto o exige. 
Que termos você usaria?
Dormiu -
Pariu -
8. Reescreva o trecho a seguir, tendo em vista a sintaxe e o padrão atual:
“E mandou-o el-Rei criar, enquanto foi pequeno, a Lourenço Martins da Praça, um dos honrados cidadãos 
dessa cidade, que morava junto com a igreja catedral, onde chamam a Praça dos Canos; e depois o deu, que 
o criasse, a D. Nuno Freire de Andrade, Mestre da Cavalaria e da Ordem de Cristo.”
O trecho a seguir faz parte da crônica acima, embora seja reprodução de uma edição crítica, em que se respeita 
a grafia original, na época, vacilante, imprecisa, confusa. Observe:
Vijnda = vinda
Sahiu = saiu
Arreçeber = a receber (a recebê-los)
Maão = mão
Contreelle = contra ele
Quamdo = quando
Amdavom = andavam
Nenhuum = nenhum
Çebola = cebola 
Himdo = indo
19
Algumas palavras sofreram as transformações conhecidas como metaplasmos:
Tragidos = trazidos: sonorização
Alvoro = Álvaro: assimilação (regressiva) 
Feas = feias: epêntese 
Rostro = rosto: dissimilação
De como foram mortos Álvaro Gonçalves e Pero 
Coelho
A Purtugal22 forom23 tragidos24 Alvoro25 Gomçallvez 
e Pero Coelho, e chegarom a Samtarem omde elRei 
Dom Pedro era 26, e el Rei com prazer de sua vijinda, 
porem mal magoado por que Diego Lopez fugira, os 
sahiu fora arreçeber27, e sanha cruel sem piedade 
lhos fez per sua maão meter a tormento28, queremdo 
que lhe confessassem quaaes forom na morte de Dona 
Enes culpados, e que era o que seu padre trautava 
contreelle, quamdo amdavom29 desavijndos por aazo 
da morte della; e nenhuum delles respomdeo a taaes 
preguntas cousa que a elRei prouvesse; e elRei com 
queixume dizem que deu huum açoute no rostro30 a 
Pero Coelho, e elle se soltou emtom comtra elRei em 
desonestas e feas pallavras, chamamdo-lhe treedor31, 
fé periuro, algoz e carneçeiro32 dos homeens; e elRei 
dizemdo que lhe trouxessem çebolla pêra o coelho, em-
fadousse delles e mandouhos matar. A maneira de sua 
morte, seemdo dita pello meudo, seria muj estranha 
e crua de comtar, ca mandou tirar o coraçom pellos 
peitos a Pero Coelho, e a Álvoro Gomçallvez pellas 
espadoas; e quaaes palavras ouve, e aquel que lho 
tirava que tal officio avia pouco em costume, seeria 
bem doorida cousa douvir, emfim mandouhos queimar; 
e todo33 feito ante os paaços omde el pousava, de guisa 
que comendo oolhava quamto mandava fazer. Muito 
perdeo elRei de sua boa fama por tal escambo como 
este, o qual foi avudo34 em Purtugal e em Castella por 
muj grande mal, dizemdo todollos boons que o ouviam, 
que os Reis erravom muj muito35 himdo comtra suas 
verdades, pois que estes cavalleiros estavom sobre 
segurança acoutados em seus reinos.
(LUIS, Alvaro & HOLANDA, Sérgio Buarque de. Antologia – Roteiro 
Literário de Brasil e de Portugal. Rio, 1943, cap. XXI, pp. 84-85)
22Purtugal: Portugal
23forom: foram. A desinência verbal om (=”am”), do 
português antigo, acusa-se ainda hoje na pronúncia 
popular: eles fôro, dissero, fizero, etc., forma em que 
apenas se verificou a desnasalização. V. nota 29.
24tragidos: trazidos.
25Alvoro: Álvaro. Caso de assimilação regressiva.
26era: estava.
27 os sahiu fora arreçeber: saiu fora a recebê-los. 
Observar, além da colocação do pronome, a energia 
do pleonasmo saiu fora.
28 tromento: tormento. Matátese ainda hoje observada 
na pronúncia popular.
29 amdavam: andavam. Na pronúncia do povo esta 
última forma é a que persiste, desnasalada – andava 
–, no plural como no singular.
30 rostro (do lat. rostru-): rosto. Esta última forma 
constitui um caso de dissimilação eliminatória.
31 treedor: traidor
32 carneçeiro: carniceiro.
33 todo: tudo isso
34 avudo: havido, tido. Os verbos em –er tinham 
outrora o part. Em –udo ou –eúdo: havudo, sabudo, 
temudo, teúdo. Desse velho uso ficou a expressão teúda 
e manteúda, e o adj. manteúdo, usado em regiões do 
Brasil em relação ao cavalo forte, de boa aparência.
35 muj [mui] muito: muitíssimo
Exemplo de lirismo, o poema a seguir é de uma fase 
posterior ao Trovadorismo. É a época em que a poesia 
se dissocia da música, o trovador dá lugar ao poeta, e 
a poesia adquire maior musicalidade e ritmo.
Cantiga Sua Partindo-se (João Ruiz de Castelo Branco)
 Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes, 
outros nenhuns por ninguém.
 Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida, 
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
em mil vezes que da vida.
 Partem tão tristes os tristes,
tão fora d’esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
 (SPINA, Segismundo. Presença da Literatura Portuguesa I – era 
medieval. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1971, p. 128)
20
Exercício de Auto-avaliação
1. A palavra olhos só ocorre uma vez.Já os termos que se referem ao estado do poeta se repetem, intensificando 
o que ele sente. Indique o local das elipses (supressões) de olhos: 
Conforme exposto acima, o português se separou do galego ainda na Idade Média.
Até o século XIX, o galego foi apenas uma língua falada. A partir daí, foi codificada em gramáticas e atual-
mente é não só a língua oficial da Galícia como também a língua oficial do ensino.
A língua galega, além de veículo da cultura, é também possuidora de uma rica literatura contemporânea e não 
perdeu os vínculos com a nossa língua, pois há o Núcleo de Estudos Galegos, da UFF (Universidade Federal 
Fluminense), responsável pelo intercâmbio entre as duas línguas.
A título de ilustração, segue uma passagem escrita em galego atual. Descontadas as diferenças de natureza 
ortográfica: x pelo j: xa (primeira linha), resultado do ensurdecimento: /j/ (sonora) passa a /x/ (surda), a pontuação 
e a acentuação, o galego e o português atualmente guardam entre si uma incrível semelhança:
O artifício da morte na versión erótica do amor cortés
A Función de Sublimación.
Xá nos referimos é función de sublimación do amor 
Cortés, pero gustaríanos deternos nesta noción inau-
gurada por Freud e retomada por Lacan. Para Freud a 
sublimación é unha forma de satisfacción das pulsións 
parciais sem haber represión, porque se dá un desvío 
no circuíto pulsional em canto ó seu ranço. ¿Como se 
compreende isto? Para Lacan trátase de dúas cousas: 
primeira, nom se debe confundi-la noción de branco 
coa de sublimación. Se Freud nos ensinou que non 
pode Haber represión sen retorno do reprimido, cabe 
indagar aquí de que represión se trata. Para darse 
conta da sublimación, o que entra en escena non 
son as represións secundárias, ata porque estas xa 
son efectos dunha Represión Orixinal. É a entrada 
do significante na vida o que promova a acción da 
primeira represión. Alá, nun anaco de carne viva, 
onde se presupón unha substancia goante, algunha 
cousa deste gozo é arrancada para que o significante 
se instale. Alá, onde nada había, pasa a existir algunha 
cousa. E a primeira represión incide xustamente so-
bre este nada. É este baleiro o que insiste no retorno 
do reprimido e que de novo será reprimido para ser 
esquecido. Cando un suxeito se identifica imaxinari-
amente cun obxecto, idealizándoo, o que é reprimido é 
xustamente este baleiro que só pode comparecer baixo 
a forma de falta simbólica. Desta idealización brota 
unha paixón que eleva o obxecto á categoría de Ben. 
Noi hai amor-paixón sen a ilusión fálica de encontro 
coa Felicidade. Na sublimación non se dá a represión 
deste nada que antecede – o aparecemento de toda 
vida, xa que el reaparece baixo a forma dun baleiro 
que ten que ser contornado. É nese sentido no que se 
fala de sublimación do amor cortés. A Dama, en canto 
obxecto imposible, é elevada á categoría de sublime 
para ser nomeada polo significante co valor de Cousa 
(Das Ding). Só pola via do significante é como se pode 
nomear, non o que falta, senón a existencia da propia 
falta. Se a través da palabra se apunta a unha falta sen 
poder significala, logo, entre a nomeación e a apar-
ición do ebxecto instaurase unha separación. A Cousa 
como significante é efecto da existencia da linguaxe 
e a Cousa como obxecto pertence ó rexistro do real 
e, como tal, está máis alá da linguaxe. A sublimación 
non ten outra función que permitir ó home referirse à 
Cousa, isto é, colocalo entre o real e o significante. O 
que permanece no centro deste intervalo é un vacio.
O obxecto amado no amor cortés, ó contrario do 
romantismo, non é abordado para o casamento, senón 
para situar un desexo ó nivel da mirada da Cousa. 
Por isto Lacan di que a Cousa pola súa estructura só 
pode ser representada por Outra Xousa. A Outra Coua 
é a Cousa. A Cousa non se busca, atópase, pero está 
claro, dinos Lacan, no Seminario VII, esta busca só 
pode ser feita polas vías do significante, cando o home 
se volve un verdadeiro artesán do significante. Neste 
sentido, a Cousa é a Dama que os poetas atoparon 
para trobar.
(Actas da II Xornadas. UFF de Cultura Galega) 
21UNIDADE II
FONÉTICA HISTÓRICA
A língua sofre mudanças contínuas, embora seja 
difícil observá-las. É um paradoxo – nós modificamos 
a língua, mas não percebemos as modificações.
Todavia, quando observamos um período da língua 
bem distante no tempo, as mudanças ficam patentes.
As transformações mais visíveis são de natureza 
fonética, morfológica, sintática e semântica e, entre 
essas, as mais estudadas são as fonéticas.
Fonética Histórica
Tem por objetivo levantar, analisar e classificar todas 
as mudanças observadas na pronúncia das palavras, 
tomando por base duas ou mais épocas distanciadas 
no tempo.
As mudanças se distribuem entre aquelas de natureza 
vocálica (vocalismo) e as de natureza consonantal 
(consonantismo).
2.1 - Vocalismo
O português herdou do latim as vogais a, é, ê, i, ó, ô, u. 
Ditongos – do latim para o português:
ae pretônico > i: aequale > igual
ae tônico > e: caelu > céu
oe > ê: foedu > feo > feio
au > ou: auru > ouro 
Ditongos românicos:
ai > ei (lacte) - laite > leite
au > ou (pauco) - pouco
ui > u (fructu) – fruito > fruto
Hiatos
A tendência à eliminação de hiatos é uma característica 
que o português herdou do latim vulgar. Pode ser:
1. Transformação de vogal que forma hiato em semi-
vogal, depois, em som palatal: vinea > vinia > vinha.
2. Ditongação (epêntese do i): cea > ceia.
3.Crase: dolore > dolor > door > dor.
2.2 - Consonantismo
As mudanças ou alterações que se observam nos 
fonemas consonantais podem ser no início, no meio 
ou no final das palavras. Tais mudanças podem ser de 
trocas de fonemas, acréscimo, supressão ou mudança 
de sílaba.
Ex.: citu > cedo
 mediu > meio
 mare > mar
Todos os casos de alterações vocálicas e consonantais 
serão detalhados na seção sobre metaplasmos.
2.3 - Leis Fonéticas
Algumas transformações estão sujeitas a certos 
princípios regulares em dada época e sob determinadas 
situações. Entre eles, os mais comuns são as chamadas 
Leis Fonéticas, que são: 
1. Lei do Menor Esforço – tendência a simplificar, 
reduzir e facilitar a pronúncia de certos fonemas: dolore 
> door > dor;
2. Lei da Persistência da Consoante Inicial – talvez, 
por ser melhor percebida por estar no início: persona 
> pessoa > pessoa;
3. Lei da Persistência da Sílaba Tônica – a sílaba 
tônica, por ser a de maior relevo, é poupada das trans-
formações: legale > leal.
As leis acima não são aplicáveis a todos os casos, 
não são absolutas, pois algumas palavras sofrem 
transformações que contrariam, por exemplo, a Lei 
da Persistência da Sílaba Tônica. O caso a seguir é de 
deslocamento do acento tônico:
mulíere > muliére > mulher
 Cáthedra > cathédra > cadeira
22
2.4 - Metaplasmos
Em sua evolução histórica, as palavras podem sofrer 
transformações que recebem o nome genérico de meta-
plasmos. Dividem-se em:
1. Metaplasmos por Permuta 
troca de um fonema por outro:
1.1. Sonorização – substituição de um fonema surdo 
por um sonoro homorgânico: 
p > b: lupu > lobo
t > d: citu > cedo
c > g: acutu > agudo
f > v: profectu > proveito
1.2.Vocalização – substituição de um fonema con-
sonantal por um vocálico: as consoantes b, c, l, n, 
p, do grupos bs, ct, lc, lp, gn, pt passam a i ou u em 
português:
1.3. Consonantização – fonema vocálico passa a 
consonantal: i e u transformam-se, respectivamente, 
em j e v: 
ieiunu > jejum
uagare > vagar
1.4. Assimilação – substituição por um fonema igual 
ou semelhante ao que o segue ou ao que o antecede: 
inregular > irregular.
A assimilação é:
 Vocálica – quando o fonema assimilado é uma vogal:
 Novac(u)la > navalha
 Consonantal: quando o fonema assimilado éuma 
consoante:
 Persona > pessoa > pessoa
Pode ser:
1.4.l. Total – quando o fonema assimilado é igual ao 
assimilador:
 Saeta > seeta > seta
1.4.2. Parcial – quando há semelhança entre fonema 
assimilado e assimilador: tauru > touro
 1.4.3. Progressiva – o fonema assimilador vem antes 
do assimilado: nostru > nosto > nosso
1.4.4. Regressiva – o fonema assimilador vem depois 
do assimilado:
 persicu > pêssego
1.5. Dissimilação – queda ou transformação de um 
fonema quando já existe fonema igual ou semelhante 
na palavra:
calamellu > caramelo (transformação); cribru > crivo 
(queda)
A dissimilação ocorre com vogal: temoroso > temeroso 
ou com consoante: raru > ralo. Ela é:
1.5.1. Progressiva – o fonema dissimilador vem antes 
do dissimilado: prora > proa
 
1.5.2. Regressiva – o fonema dissimilador vem depois 
do dissimilado: 
horologiu > rologio > relógio
1.6. Nasalização – transformação de um fonema 
oral em nasal:
mihi > mim
sic > si > sim
 1.7. Desnasalização – transformação de um fonema 
nasal em oral: luna > lua
2323
1.8. Apofonia – troca de uma vogal por outra, na 
sílaba inicial de uma palavra, quando um sufixo é 
acrescentado: in + amigo = inimigo
 per + factum = perfeito
1.9. Metafonia – modificação do som de uma vogal 
por influência exercida por outra: tepidu > tíbio 
debita > dívida
2. Metaplasmos por Aumento
2.1. Prótese – acréscimo de fonema no início da 
palavra: 
stare > estar 
nanu > anão
2.2. Epêntese – aumento de fonema no interior da 
palavra:
area > areia
stella > estrela
2.3. Paragoge – aumento de fonema no final da 
palavra:
ante > antes
2.4. Anaptixe (ou suarabácti) – desmonte de um 
grupo consonantal pela interposição de uma vogal: 
blatta > barata
3. Metaplasmos por Subtração 
3.1. Aférese – perda de fonema no início da palavra:
Episcopu > bispo
3.2. Síncope – perda de fonema no interior da palavra 
– médio > meio.
3.3. Haplologia – supressão de uma sílaba por haver 
outra igual ou uma semelhante:
semimínima > semínima
bondadoso > bondoso
3.4. Apócope – queda de um fonema no fim da 
palavra:
servum > servo
regale > real
3.5. Crase – fusão de dois fonemas vocálicos iguais 
e contíguos:
videre > veer > ver
pede > pee > pé
3.6. Sinalefa – queda de um fonema no fim de uma 
palavra quando ela se junta a outra: 
de + este = deste
4. Metaplasmos por Transformação 
 Deslocamento de um fonema ou acento tônico de 
uma sílaba para outra. Pode ser:
 4.1. Metátese – deslocamento de fonema: pro > por; 
inter > entre.
4.2. Hiperbibasmo – deslocamento de acento tônico 
de uma sílaba para outra. Pode ser:
4.2.1. Sístole – deslocamento para a sílaba anterior:
pantánu > pântano
4.2.2. Diástole – deslocamento do acento tônico para 
a sílaba posterior:
júdice > juiz
íntegru > intégru > inteiro
Exercícios de Auto-avaliação
1. Identifique os metaplasmos abaixo:
1.1- persona > pessoa > pessoa
1.2- spiritu > espírito
1.3- masto > mastro
1.4- aratru > arado
1.5- Hieronymu > Jerônimo
1.6- Silvana > Silivana
1.7- octo > oito
1.8- attonitu > tonto
1.9- in + barba > imberbe
24
1.10- veritate > verdade
1.11- idodolatria > idolatria
1.12- feci > fiz
1.13- ipse > isse > esse
1.14- amare > amar
1.15- colore > coor > cor
1.16- mac(u)la > mancha
1.17- de + intro > dentro
1.18- semper > sempre
1.19- benção > bênção
1.20- mulíere > mulher
25UNIDADE III
A LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DO SÉCULO XVI
3.1 - Considerações
A partir do século XVI, o português vai adquirindo 
uma feição mais previsível, regular, menos sujeita a 
flutuações.
Vários fatores contribuíram.
O Renascimento, que trouxe uma atitude mais lógica em 
relação à língua: predomínio da subordinação, no lugar da 
coordenação. Também o resgate etimológico de palavras 
e a retomada da cultura clássica greco-romana vieram 
influenciar a língua, particularmente a escrita:
Como decorrência desse gosto da cultura clássica , nasce o desejo 
de disciplinar e aprimorar a língua portuguesa, numa tentativa de 
afeiçoá-la à mãe latina. Surgem assim as primeiras gramáticas e 
os primeiros dicionários (SPINA: 1987: 14).
A publicação de gramáticas veio referendar um desejo 
de codificar a língua numa modalidade de prestígio. 
Assim, a língua passa a ter um referencial a partir de re-
gras fonético-fonológicas, sintáticas e morfológicas.
A preocupação com a forma de representação gráfica 
que se observa nas ortografias que surgem na época 
completa, ao lado das gramáticas, a dupla responsável 
pela regulamentação da língua.
O sistema de impressão inventado por Gutem-
berg está na base dessas vitais iniciativas, isto é, as 
gramáticas e as ortografias, pois a crescente publica-
ção de livros veio revelar uma língua escrita cheia de 
hesitações gramaticais na sintaxe, na concordância, na 
morfologia, na grafia. O público leitor, logicamente, 
cobrava uma escrita mais coerente e menos sujeita a 
surpresas.
Todos os fatores citados acima contribuíram e fixaram 
uma língua escrita que vai prevalecer até os nossos 
dias, com poucas mudanças.
A sintaxe portuguesa atingiu um ponto de maior 
rigor e precisão a partir do século XVI. Antes era 
frouxa, repetitiva e imprecisa. O texto a seguir é do 
Padre Antonio Vieira, século XVII. Note a cadência, 
a subdivisão em partes iguais (estrutura trimembre), a 
arquitetura da frase, o jogo de palavras. 
Sermão da Primeira Dominga da Quaresma
Três foram as tentações, com que o demônio hoje 
acometeu a Cristo: na primeira ofereceu, na segunda 
aconselhou, na terceira pediu. Na primeira ofereceu: 
Dic ut lapides isti panes fiant, que fisesse das pedras 
pão. Na segunda aconselhou: Mitte te deorsum: que 
se deitasse daquela torre abaixo. Na terceira pediu: 
Sicadens adoraveris me, que caído o adorasse. Vede 
que ofertas, vede que conselhos, vede que petições! 
Oferece pedras, aconselha precipícios, pede caídas. 
E com isso ser assim, estas são as ofertas que nós 
aceitamos, estes os conselhos que seguimos, estas as 
petições que concedemos.
De todas estas tentações do demônio escolhi só uma 
para tratar, porque para vencer e convencer três ten-
tações é pouco tempo para hora. E quantas vezes para 
ser vencido delas basta um instante! A que escolhidas 
três, não foi a primeira, nem a segunda, senão a ter-
ceira e última; porque ela é a mais universal, ela é a 
mais poderosa, e ela é a mais própria desta terra em 
que estamos. Não debalde a reservou o demônio para 
o último encontro, como a lança de que mais se fiava; 
mas hoje lha havemos de quebrar nos olhos.
(SPINA, S. – Padre A. Vieira)
O resgate etimológico de que falamos anteriormente 
é o que alguns autores denominam de latinização da 
língua. 
Spina (1987: 10) observa que “...debruçados na leitura 
dos modelos clássicos, sobretudo latinos, os escritores 
portugueses foram naturalmente levados a introduzir na 
língua inúmeros latinismos, aportuguesando as formas 
importadas e refazendo as formas arcaicas.”
Sousa da Silveira (apud SPINA, 1987) cita exemplos 
extraídos de Os Lusíadas: 
- Gráficos: precepto (preceito)
nunqua (nunca)
- Fonéticos: defensa (defesa)
insula (ilha)
- Morfológicos: superlativos eruditos em –érrimo, 
ílimo: aspérrimo, humílimo.
- Léxicos: flama (chama), procela, plaga, sumo, 
canoro, etéreo, áureo, lácteo, pudico, diáfano.
A par de todas as mudanças operadas na língua, es-
critores do século XVI e XVII reproduziram em suas 
26
obras a linguagem simples e viva da época. Foi o caso 
de Gil Vicente e o próprio Camões, entre outros. É 
uma linguagem que refletia a fala popular, conhecida 
pelos seus arcaísmos, que são maioria nos exemplos 
a seguir:
- Fonéticos: crecer, nacer, fuito,geolho, giolho, 
honrrado, marteiro.
- Fonético-morfológicos: sento (sinto), dezia, vevia, 
vistida, poer.
- Morfológicos: praneta, guia, fim (femininos); 
aqueste, aquesta, aquisto (este, esta, isto).
- Sintáticos: emprego do indefinido homem com o 
valor de “uma pessoa”: “...ou por segredos que homem 
não conhece”.
- Léxicos: asinha (depressa), ca (porque), samicas 
(talvez).
A partir do Século XVI, o contato com outros povos, 
devido às descobertas marítimas, vai acrescentar novas 
contribuições ao léxico português.
Palavras de origem asiática:
• Chinês: chá, tufão.
• Japonês: biombo, quimono, samurai.
• Sânscrito: açúcar, gengibre.
O contato com os outros países europeus trouxe uma 
quantidade apreciável de palavras:
• Francês: chapéu, maré, assembléia, bilhete, chefe, 
dama, jóia.
• Inglês: bar, bife, futebol, clube, júri, lanche. A partir 
da Segunda Guerra Mundial, a quantidade de palavras 
acrescidas à língua é imensa, a maioria da área da 
ciência e da informática.
• Italiano: aquarela, camarim, cenário, maestro, 
serenata.
• Espanhol: bolero, castanhola, quadrilha, cavalheiro, 
rebelde, tiracolo.
Aqui no Brasil, as contribuições vieram das línguas 
africanas trazidas pelos escravos: Bangu, Guandu, 
muamba, batuque, moleque, macumba, marim-
bondo.
E das línguas indígenas: Guanabara, Iracema, Ubira-
jara, gambá, jibóia, maracanã, piranha, sabiá.
O texto a seguir é para você ler e fazer uma reflexão 
a respeito da língua, tendo em vista que a língua está 
em constante transformação e muitos dos casos que 
as gramáticas históricas dão como fatos passados 
continuam a acontecer nos dias de hoje. 
Texto Complementar
Gramática Histórica: O Passado no Presente
Antonio Carlos Siqueira de Andrade
A lingüística sincrônica se ocupará das relações lógicas e psi-
cológicas que unem os termos coexistentes e que formam sistema, 
tais como são percebidos pela consciência coletiva.
A lingüística diacrônica estudará, ao contrário, as relações que unem 
termos sucessivos não percebidos por uma mesma consciência 
coletiva e que substituem uns aos outros sem formar sistema entre 
si (Saussure, 1995: 116).
Desde Saussure, esses estudos ganharam autonomia 
e constituíram partes estanques do estudo da língua. 
Não há, portanto, como confundi-los. E o estudioso 
iniciante que consultar gramáticas históricas pode 
chegar à conclusão de que todos os casos de alterações 
fonéticas, entre outras, são fatos gramaticais confinados 
a uma dada época passada, uma mudança acabada e 
que não se repete na atualidade. Mais certeza terá se 
consultar as gramáticas dedicadas à sincronia da língua: 
nelas nada encontrará a respeito, o que só reforçará a 
sua convicção de que são mudanças gramaticais his-
toricamente conclusas.
Nos raríssimos casos em que se faz menção a um 
uso atual, o próprio contexto acaba por confundir o 
leitor/pesquisador. Seria essa a maneira de apresen-
tação diacrônica um compromisso exclusivo com a 
gramática histórica; uma desatenção ou um esqueci-
mento deliberado?
Esse trabalho sugere que a gramática histórica e 
gramática sincrônica devem ter um ponto de inter-
secção por conta dos casos que são co-ocorrentes, 
sincrônica e diacronicamente.
Se as gramáticas atuais expõem um conteúdo norma-
tivo e um conteúdo descritivo, não há por que ignorar 
alguns fatos da língua presentes, atuais e legítimos e 
que caberiam perfeitamente na parte destinada à des-
crição da língua, porquanto autores de formação mais 
conservadora já estão admitindo a variação lingüística, 
seja diatópica, diastrática ou diafásica.
Os casos examinados são: metátese, ditongação/mo-
notongação e assimilação.
27
I – Metátese
Silveira Bueno (1955) em seu livro A formação 
histórica da língua portuguesa conceitua metátese 
como a mudança de dois sons na mesma palavra, 
definição que não esclarece nada, apesar de os exem-
plos serem muito claros:
fermoso > fremoso; satisfeito > sastifeito; prateleira 
> parteleira (p. 106) 
 
No livro Novo Manual de Língua Portuguesa, com os 
subtítulos Curso complementar e grammatica histórica, 
da Editora Alves, 1926, autoria não impressa, consta a 
seguinte explicação:
Metathese – É a transposição de um phonema dentro da mesma 
syllaba: pro > por, preguntar = perguntar, purcissão = procissão, 
partelêra = prateleira. (p.43)
Serafim da Silva Neto em Introdução ao estudo 
da língua portuguesa no Brasil dá os exemplos lar-
gato e dromir na fala vulgar do brasileiro (1986: 27), 
embora seja um capítulo sobre as características da 
fala brasileira e não de transformações históricas em 
particular. Já à pág. 221 do seu História da Língua 
Portuguesa, o autor exemplifica com palude > padule 
e outros diacrônicos.
Said Ali (1965: 46) assinala que em português antigo 
era freqüente a metátese de r, “procurando este som 
a contigüidade de outra consoante...”. Os exemplos: 
trocer (torcer), graganta (garganta) competra > com-
preta (completa). Na pág. 25, afirma que a metátese 
é responsável pela formação de ditongo: contrairo 
(contrariu) primeiro < primairo (primariu).
Coutinho (1971: 149), depois de afirmar que “Metá-
tese é a transposição de fonema, que se pode verificar 
na mesma sílaba ou entre sílabas”, dá exemplos como 
semper > sempre, enter > entre, primariu > primairo 
> primeiro e outros, todos de mudanças já completadas 
em um ciclo histórico que começa no Latim.
Do texto de Silveira Bueno, os exemplos sastifeito 
e parteleira podem ser ouvidos hoje em variantes de 
pouco prestígio social.
O mesmo ocorre com os exemplos do segundo livro 
citado: preguntar, purcissão, partelêra, do livro de 
Serafim da Silva Neto, largato e dromir; do livro de 
Said Ali, trocer e graganta.
As gramáticas sincrônicas não deveriam ignorar essa 
realidade, mesmo que fosse através de suas precon-
ceituosas classificações ou prescrições.
II – Ditongo OU
Said Ali observa que comparado aos ditongos ae, 
oe do latim clássico, o ditongo au teve mais vitali-
dade, embora havendo sempre a tendência, em certas 
regiões, de transformá-lo em ou e simplificá-lo em o, 
constituindo um caso de monotongação. Os exemplos: 
Latim auru-, Português ouro; latim pauco, português 
pouco. (op.cit., p.24)
Machado (1967: 56) informa que o Latim Vulgar 
espalhou pela România o ditongo au. Mais tarde, 
na Hispânia e na Gália, passou para ou e depois o 
(au>ou>o).
O português seguiu essa tendência e em seus dialetos 
meridionais diz-se tôro, moro. Nos territórios galécios 
não houve monotongação, mantendo-se o ou.
Lausberg (1974: 146) diz que o ditongo latino au 
manteve-se em latim vulgar e em português passou a 
o (monotongação).
Silveira Bueno (op.cit., p.80) ao falar do ditongo 
ou indica a sua origem românica, com transformação 
natural em taurum/touro; laurum/louro e já devia estar 
monotongado em o, como em castelhano e português 
popular do Brasil: tôro, lôro, ôro.
Para Serafim da Silva Neto, o latim, depois da fase 
arcaica, ficou reduzido a três ditongos: au, ae e oe, 
o primeiro era o mais freqüente e, em certas regiões 
da Itália, com a sobreposição do latim aos falares 
itálicos, au se reduziu a o. Com a expansão romana, 
essa redução se espalhou pelo Império (Hist. Da L. 
Port., p.97).
Coutinho (op.cit., p.109) confirma a passagem do 
Latim au para o Português ou: thesauru > tesouro, 
tauru > touro, auro > ouro; também a redução a o já se 
verificava na “língua da plebe”, na época do Império, 
passando igualmente para o português: oric(u)la por 
aurícula > orelha.
 Portanto, todos os autores reconhecem a monoton-
gação em época pretérita do português. Dos assuntos 
aqui analisados, a referência a ditongos foi a única 
encontrada nas gramáticas atuais (sincrônicas). As 
gramáticas utilizadas foram as de Cunha & Cintra, 
Bechara e Rocha Lima. Isso nos dá uma base decomparação.
Rocha Lima, ao discorrer sobre o assunto aqui 
focalizado (ditongo ou), limita-se a exemplificação: 
Ditongo ou: sou, estouro, besouro, ou seja, só admite 
o que preconiza a norma. Bechara também apresenta 
o ditongo /ow/ com exemplos: vou, roubo estouro (p. 
68). A essa apresentação de cunho aparente descritivo, 
28
acrescenta uma observação de caráter prescritivo mais 
adiante: os ditongos ai, ei, ou devem manter a sua 
integridade na pronúncia cultivada – sem exageros na 
pronúncia do i e u e sem omissão: caixa, queijo, ouro. 
É bom que se diga: essa observação consta da parte 
destinada à ortoepia (p. 78).
Cunha e Cintra observam que na pronúncia normal de 
Portugal e Brasil já não aparece o ditongo [ow], que se 
mantém vivo em falares regionais do Norte de Portugal 
e no galego. Contudo, no português do Rio de Janeiro 
e de algumas regiões do Brasil o l final absoluto ou 
em final de sílaba se vocaliza, constituindo os ditongos 
[ow] gol, soltar e [ ⊃w] sol, molde.
Sintetizando:
Rocha Lima só admite o que a norma preconiza: a 
pronúncia ou.
Bechara idem, embora admita a existência do mono-
tongo na modalidade distensa.
Cunha & Cintra são descritivos e coerentes, comple-
tando o assunto com uma valiosa contribuição: o caso 
do l que vai recuperar o ditongo ow / ⊃w.
Assim, o caso do ditongo - monotongo é o único que 
gramáticas históricas e gramáticas sincrônicas apre-
sentam, o que nos fornece uma conclusão: é um fato 
comum na língua, diacrônica ou sincronicamente.
III – Assimilação
No capítulo que trata das causas da dialetação do 
latim vulgar, Rodolfo Ilari (1992: 137) destina uma 
parte às mudanças fonéticas devidas ao entorno. Foram 
elas estudadas pelos neogramáticos sob o nome geral 
de Fonética Histórica e se explicam pelo ambiente 
em que figuram os sons no corpo da palavra e, por 
resultarem principalmente de fatores articulatórios, são 
mais ou menos espontâneas: em línguas e épocas muito 
diferentes, podemos encontrar mudanças fonéticas 
semelhantes. O caso mais freqüente é a assimilação 
(assemelhação).
No Novo Manual de Língua Portuguesa (op. cit., 
p.37) a assimilação tem uma definição etimológica e 
abrangente:
assimilação (de ad + similare); ou atração (de ad + thrahere); ou 
alliteração (de ad + littera); - é a substituição intravocabular de 
um som consonantal, mais raro vocal, por outro diferente e igual 
do som vizinho que assimilou, attraiu, identificou o primeiro.
I - / -ps - / - um > i - / - ss- / - o
I - / - n + r - / - egularis > i - / - rr - / - egular
Lausberg é bem objetivo: assimilação é ajustamento 
de sons contíguos (op. cit., p.98). Para Coutinho (op. 
cit.; p. 143), “assimilação é aproximação ou perfeita 
identidade de dois fonemas, resultante da influência que 
um exerce sobre o outro”. Em todos os casos em que 
são divididas as espécies de assimilação, os exemplos 
são de formas latinas que sofreram o processo ao passar 
para o português.
Nas definições acima, a preocupação parece ser a 
de relatar um processo de transformação concluído e 
característico da época remota, o que é comum nesse 
tipo de livro: são obras de caráter eminentemente 
diacrônico. De qualquer maneira, alguns dicionários 
de lingüística e gramática nada acrescentariam, pois 
o enfoque é o mesmo.
A assimilação a ser tratada aqui, sincronicamente, 
tem suas origens documentadas por Menendez Pidal 
na região da Antiga Osca, na Itália; passou para o 
Espanhol e Português. Trata-se de mb > mm > m e nd 
> n (Machado, op. cit., p.59).
A visão de Silveira Bueno (op. cit.) não coincide 
totalmente porque exclui o caso de mb a m:
A assimilação de mb a mm e posterior simplificação das gemina-
das é fenômeno antes próprio do castelhano que do galego – por-
tuguês, pois, se podem citar exemplos: amos, ..., tamem, imora, 
por ambos. ..., tambem, embora. No Brasil, na fala rústica, é mais 
comum a assimilação do grupo nd a nn e posterior simplificação 
das geminadas: comeno, andano, dizeno, viveno por comendo, 
andando, dizendo, vivendo / quano por quando. Menendez Pidal 
oferece uns exemplos do latim: “a fronte amobus careat oculis”, 
em vez de ambobus (p. 87).
Certamente o ilustre estudioso Silveira Bueno ficaria 
surpreso se casos de assimilação de mb a m e nd a n 
fossem constatados na fala de pessoas que não são 
“rústicas”, mas “letradas” para usar de um termo de 
sua época.
Em 1990, o autor do presente trabalho (Andrade, 
1991) analisou entrevistas orais com informantes de 
grau universitário gravadas em fita, oriundas do Projeto 
NURC (Norma Urbana Culta). Das seis entrevistas, a 
metade pertencia à elocução formal e a outra, à infor-
mal. Segue o resultado:
29
Assim,
• A assimilação ocorre na linguagem utilizada pelos 
falantes cultos da língua portuguesa.
• A assimilação ocorre com mais freqüência na elocução 
informal.
• A velocidade de enunciação é fator determinante 
para que a assimilação ocorra.
• A consoante oclusiva bilabial sonora /b/ é assimilada 
pela consoante de transição /m/, de também, que passa 
a ter realização plena como nasal bilabial sonora /m/.
• A oclusiva linguodental sonora /d/ é assimilada pela 
consoante de transição /n/, que passa a ter realização 
plena como nasal linguodental sonora /d/.
Preferimos acreditar que foi um descuido das 
gramáticas sincrônicas não terem acatado os casos 
de metátese e assimilação nas suas seções desti-
nadas à descrição da língua, contemplando apenas 
o caso do ditongo/monotongo, pois seus autores 
atualmente têm uma visão mais nítida da diferença 
entre descrição e norma.
Se os casos aqui estudados se repetem, é porque 
seguem tendências lingüísticas exclusivas da língua, 
ou seja, fatores estruturais que vão favorecer seu 
aparecimento. Por isso, a norma gramatical não teve 
força suficiente para mudar uma inclinação natural do 
falante de língua portuguesa. E as gramáticas históricas 
deveriam considerar os processos que se repetem na 
última fase de sua evolução, pois a história de uma lín-
gua é a soma de todos os seus estágios. O modo como 
as gramáticas sincrônicas e diacrônicas se apresentam 
na atualidade requer um esforço de leitura, de saber 
ler nas entrelinhas.
Enfim, é uma aventura interessante a polarização de duas 
épocas, de duas concepções de estudo e da descoberta de 
fatos tão comuns a ambos os extremos. Nessa época da 
tecnologia, os estudos medievais despertam tanta paixão, 
o que é sensato do ponto de vista intelectual. Seria interes-
sante que aqueles que se ocupam da descrição da língua 
começassem a construção de uma ponte entre o português 
medieval e o português moderno.
30
Bibliografia (Leitura Complementar)
ANDRADE, Antonio Carlos S. Assimilação em falantes cultos. In: Revista de Letras, vol.1, nº 1. Rio de Janeiro: 
Ficab, 1991.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.
BUENO, Francisco da Silveira. A formação histórica da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1955.
CAMARA JR., J. Mattoso. História e estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Padrão, 1985.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. Rio de Janeiro: Padrão, 1971.
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1985.
ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1974.
LAUSBERG, Heinrich. Lingüística românica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1974.
LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
MACHADO, José Pedro. Origens do Português. Lisboa: Sociedade de língua portuguesa, 1967.
__________. Novo manual de língua portuguesa: gramática histórica. São Paulo: Alves, 1926.
SAID ALI, M. Gramática histórica da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1965. 
SAUSSURE, Ferdinand de. Princípiosde Lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 1995.
SILVA NETO, Serafim da. História da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Presença, 1979.
___________. Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil. Rio de Janeiro: Presença, 1986.
31
Se você:
1) concluiu o estudo deste guia;
2) participou dos encontros;
3) fez contato com seu tutor;
4) realizou as atividades previstas;
Então, você está preparado para as ava-
liações.
Parabéns!
32
Glossário
Diacrônico – diz respeito à língua encarada como processo, sujeita a transformações imperativas ao longo 
do tempo.
Latim vulgar – latim falado.
Romanço – dialeto originado do latim vulgar.
Sincrônico – é a perspectiva que entende a língua como um sistema.
Substrato – marcas de hábitos lingüísticos anteriores na língua que passam a utilizar.
33
Gabarito
Unidade I
• Página 16
1. Epêntese
2. Loarei e loar
3. Que
4. Vocalização
5. Nunca vos eu loei: nunca eu vos loei
Direi-vos: vos direi
• Página 18
1. Excetuando o antepenúltimo e o penúltimo parágrafos, todos os outros deixam claro quem é o tópico da 
narração: Este rei, Ele, Este rei, (Ele) era, (Ele) amava, (Ele) foi.
2. Sem gabarito, pois as respostas podem variar.
3. Houve amigas = teve
 Houve filhos = teve
 Houve nome = chamou-se, se chamou.
4. Ajudar (de todas as formas possíveis).
5. Imparcialidade.
6. Pessoas.
7. Dormiu = teve um relacionamento amoroso
 Pariu = teve um filho
8. Sem gabarito, pois a resposta pode variar.
• Página 20
Primeira estrofe: outros (olhos)
Terceira estrofe: tristes os (olhos) tristes...; outros (olhos) nenhum.
 
Unidade II
• Página 23 e 24
1.1. Desnasalização
1.2. Prótese
1.3. Epêntese
1.4. Dissimilação
1.5. Consonantização
1.6. Anaptixe
1.7. Vocalização
1.8. Aférese
1.9. Apofonia
1.10. Síncope
1.11. Haplologia
1.12. Metafonia
1.13. Assimilação
1.14. Apócope
1.15. Crase
1.16. Nasalização
1.17. Sinalefa
1.18. Metátese
1.19. Hiperbibasmo (sístole)
1.20. Hiperbibasmo (diástole) 
34
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Antonio Carlos S. Língua portuguesa: percurso e percalços. In: Cadernos de Língua Portuguesa, 
n. 3. Rio de Janeiro: UERJ, 1998.
______. Gramática histórica: o passado no presente. In: Cadernos de Língua Portuguesa, n. 6. Rio: UERJ, 2000.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976.
FERREIRA, Nadiá Paulo. A función da sublimación. In: Actas da II Xornadas, UFF de Cultura Galega. 
Niterói: UFF, 1994.
LINS, Álvaro & HOLANDA, Sérgio Buarque de. Roteiro literário do Brasil e de Portugal. Rio de Janeiro: 
José Olympio, 1955.
MELO, Gladstone Chaves de. Iniciação à filologia e à lingüística portuguesa. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1981.
PAIVA, Dulce de Faria. História da língua portuguesa II. São Paulo: Ática, 1988.
RESENDE, Garcia de. Cancioneiro geral. Lisboa: Centro do Livro Brasileiro, 1973.
SILVA NETO, Serafim da. História da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Presença/MEC, 1979.
SPINA, Segismundo. História da língua portuguesa III. São Paulo: Ática, 1987.
______. Presença da literatura portuguesa – era medieval. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1971.
TARALLO, Fernando. Tempos lingüísticos: itinerário histórico da língua portuguesa. São Paulo: Ática, 1990.
TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

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