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Resenha Crítica - Filme Parasita

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INSTITUTO EDUCACIONAL SANTO AGOSTINHO
LEINA GABRIELLE ALMEIDA
RESENHA CRÍITICA
FILME: PARASITA
Trabalho apresentado no curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto Educacional Santo Agostinho, orientado pela professora Anne Caroline Almeida. 
 
MONTES CLAROS
2020
Resenha Crítica
Filme: Parasita
“O verdadeiro horror em ‘Parasita’ é que não fala apenas de como a situação atual está ruim, mas de como ela só vai piorar”, disse Bong Joon-ho.
Parasita é um filme coreano de suspense, drama e comédia, dirigido por Bong Joon-ho. O filme retrata as ações de uma família pobre (os Kim), que manipula uma família rica (os Park) para arrumar trabalho. Representa um retrato crítico da realidade sul-coreana, destacando as desigualdades econômicas que dividem aquele país. Seu tema central é a desigualdade de classes, é uma história sobre o capitalismo.
Em dois lados opostos, as famílias Kim e Park simbolizam dois modos de vida totalmente diferentes: uma família vive abaixo do nível da pobreza em um porão e a outra é milionária.
Os Kim trabalham todos juntos e vão inventando vários jeitos para sobreviver. Por outro lado, os Park são menos unidos, o pai que passa muito tempo fora e a mãe vive preocupada com tudo, os filhos são muito protegidos e dedicados aos estudos.
Os Kim se unem para dar o golpe na família Park, tudo começa quando o amigo de Ki-woo propõe que ele se passe por professor e o substitua no trabalho como tutor da filha dos Park, como foi militar, o jovem sabe falar inglês e a sua irmã falsifica um diploma de uma Universidade conceituada.
Nos tempos livres, os Kim vão elaborando um esquema e chegam mesmo a treinar as mentiras, com um roteiro, para tudo sair perfeito de modo que todos consigam trabalhar e terem acesso a mansão.  Em pouco tempo, os quatro passam a conviver na mesma mansão, usufruindo de todo o conforto, e agindo como desconhecidos.
Percebemos que, no fundo, o filme mostra o modo como algumas pessoas desfavorecidas acabam se infiltrando nas casas dos ricos, como medida desesperada para sobreviver.
Com o passar dos dias os Kim encontram uma porta que da para um local confortável e luxuoso, bem diferente da realidade deles. Assim, quando os patrões viajam, eles ficam sozinhos e aproveitam a mansão. É nesse momento que a antiga empregada surge, e os Kim descobrem a existência de um bunker (cômodo subterrâneo) que abriga Geun-sae (marido da ex-empregada) há anos. A mulher explica que o seu marido vive ali trancado porque corria risco de vida. Assim como os protagonistas, estes dois personagens estavam desesperados e encontraram refúgio na mansão, sem que os donos percebessem.
Quando descobrem o esquema da família, a ex-empregada e o marido se envolvem numa luta com os Kim e acabam perdendo, ficando presos no bunker. No fundo, os dois grupos estão batalhando pelo lugar de "parasita" da casa, de invasores, porque sabem que não poderão permanecer juntos ali sem que os patrões reparem.
Quando os Park voltam da viagem, a mansão está arrumada e os funcionários estão escondidos em vários locais, sem que eles percebam, os Kim acabam fugindo da mansão, no meio de uma tempestade. Quando chegam no seu apartamento, tudo está alagado e destruído. Enquanto isso, a casa dos Park está sem problema algum sem inundações, o que parece metaforizar o privilégio.
Sem rumo, sem trabalho, sem dinheiro e sem uma moradia digna aquilo que motiva estes personagens se torna mais compreensível: eles estão lutando por um teto.
O que parece estar em jogo é a nossa capacidade de sentir empatia, ou não, por essas pessoas e os atos criminosos que eles cometem. À primeira vista, os Kim são claramente os vilões da história: uma família manipuladora, que invade a vida de uma família rica e ameaça a sua segurança.
Como eu disse nessa análise, Parasita é um filme que fala sobre dinheiro: a sua abundância, mas também a sua ausência. Podemos perceber como vive a sociedade coreana e as suas desigualdades, considerando que estes sujeitos mentem e dão golpes por necessidade, por sobrevivência.
O mesmo teria acontecido com o marido da ex-empregada que sem outra saída, se escondeu no bunker para não ser assassinado. O que estes personagens têm em comum é a falta de opções, a vida miserável que não oferece muitas saídas.
Numa sociedade capitalista que se caracteriza por uma divisão extrema da população, os funcionários observam o cotidiano dos Park e percebem como a vida deles é mais fácil, mais agradável, mais feliz. A família Kim procura justificar os seus atos egoístas e criminosos, alegando que estão cuidando de si mesmos, porque precisam viver mais um dia.
Em certo momento os Kim escutam em um tom de superioridade, o patrão mencionando que as roupas do motorista têm sempre um cheiro ruim e não esconde o seu nojo. Ki-taek fica ofendido com o comentário e a sua revolta aumenta pelo fato da sua moradia esta inundada pela chuva.
É interessante repararmos na relação de Geun-sae (marido da ex empregada) com o patriarca dos Park. Durante os anos que passa trancado naquele local, ele começa a idolatrar o dono da casa, rezando para uma foto sua todas as noites, no entanto, ele consegue ser libertado e invade a mansão, o motorista, que parece estar em surto, escuta as ordens que o patrão está gritando, e vê a sua expressão de nojo perante o cheiro e a imagem de Geun-sae. É aí que ele pega a faca e, acaba matando o patrão e se escondendo na casa.
No seu momento final, Dong-ik não é apenas um homem, mas parece representar algo muito maior: o privilégio de classe, a injustiça de um sistema com tantos contrastes.
Nos últimos momentos do filme, o filho dos Kim promete que vai estudar enriquecer e comprar a casa. As imagens finais, no entanto, mostram o rapaz no pequeno apartamento subterrâneo. Não existe mais esperança. Apesar de todos os planos e os crimes, a família Kim voltou ao ponto de partida, a miséria.
‘‘É muito cruel e triste, mas eu pensei que estava sendo real e honesto com o público. Você sabe e eu sei - todos sabemos que esse garoto não conseguirá comprar aquela casa. Eu apenas senti que a franqueza era a coisa certa para o filme, mesmo que seja triste’’, disse Bong Joon-ho.
É um filme crítico, real, cruel até, porem preciso. Achei genial e merecedor de todos os prêmios. Retrata claramente a desigualdade de classes na Coreia do Sul.

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