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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS CINOBELINA ELVAS – BOM JESUS (PI) CURSO: BACHARELADO EM ENGENHARIA FLORESTAL DISCIPLINA: SECAGEM PROFº : MARCELO XISTO RIBEIRO SECAGEM DA MADEIRA ACADÊMICAS: ALDENORA ALVES DENIZANGELA SANTOS RAFAELLA KAREM VANESSA P. Z.FERRARI BOM JESUS, PI. JULHO DE 2017 1.0. INTRODUÇÃO Segundo Klitzke (2002), a secagem da madeira de pinus no Brasil é recente. Surgiu no início da década de 80, justamente com o desenvolvimento de indústrias de produtos de madeira sólida de pinus, particularmente a industria de móveis e produção de maior valor agregado (blocks, blancks, molduras, portas e outros) instalada na região sul do país. Tal processo de desenvolvimento foi impulsionado basicamente pela maturação dos reflorestamentos de pinus implantados durante a vigência dos incentivos fiscais nos anos 60 e 70. Aliada ao fenômeno da globalização quando alguns produtores nacionais identificaram oportunidades de negócios vislumbrando o mercado internacional. Nas últimas três décadas, o uso e a aplicação da madeira do gênero Pinus sofreu acréscimo expressivo, tornando-a matéria-prima fundamental para movimentar um setor produtivo cuja importância é relevante para a economia do Brasil. Atualmente, o gênero Pinus caracteriza-se como espécie sustentadora de uma cadeia produtiva importante para a região Sul e para o país. Em qualquer processo de transformação da madeira em produtos, a secagem é a fase intermediária que mais valor agrega ao produto final. Para Martins (1988) a secagem da madeira trata-se de uma técnica que visa à redução no teor da umidade com o objetivo de leva-la a um determinado ponto, com o mínimo de defeitos, no menor tempo possível. É necessária uma técnica de secagem da madeira que seja economicamente viável tendo-se em mente o que para o qual a peça de madeira se destina. O teor de umidade existente no material influência nas suas propriedades físicas e mecânicas, bem como a possibilidade de ser atacada por insetos xilófagos, comprometendo muitas vezes o seu uso. “Deve-se considerar que a secagem controlada, efetuada em secadores ou estufas, proporciona vários benefícios para a madeira”. (GALVÃO, JANKOWSKY, 1985, p.12) No Brasil a secagem da madeira ainda é uma pratica pouco utilizada por quem vive do ramo madeireiro, são raras as serrarias que apresentem pátios para secagem adequada das madeiras e quando possui são de baixa frequência. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o teor de umidade de 4 peças de madeira de Pinus, sendo essas submetidas a diferentes métodos de secagem. 2.0. MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no laboratório de tecnologia e manejo florestal da Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas- Bom Jesus PI, como parte da exigência da disciplina de Secagem de Madeira, foram utilizadas 4 peças da espécie de Pinus, coletadas na serraria na rua Quintino Rocha do município de Bom Jesus PI, as peças foram imersas em agua após a coleta passando as mesmas por uma semana dentro de uma bacia com água, antes disso calculamos seu peso de cada uma das peças. Utilizamos 4 diferentes fórmulas de secagem da madeira, a 1ª peça foi seca ao ar livre, a 2ª na sala de climatização, a 3ª peça seca na estufa em 15% de umidade, com a temperatura de 50 a 60º C e a 4ª foi colocar a peça na estufa para proporcionar a indução de defeito. Procedimentos realizados conforme figuras abaixo: Emerção do corpo de prova na bacia d’água: Obs: Todos os corpos de prova foram submetidos á emersão na água. Medição do volume do corpo de prova com utilização do paquímetro : Tara da balança: Peso da amostra seca: Peso da amostra com água: Toda vez que foi feito o procedimento, foi pesado o corpo de prova seco e depois úmido, e depois quando ficou estabilizado foi passado parafina nas pontas do corpo de prova para que não houvesse alterações no teor de umidade. Estabilização do corpo de prova, com parafina: Observe que a amostra 1 e 2 foram estabilizadas no dia 13/06/2017 para que as mesmas não perdessem mais umidade. Foi feito a determinação do teor da umidade de cada corpo de prova, em todas as etapas de medições. Tu inicial da amostra: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 3.0. RESULTADOS E DISCURSÕES 3.1. 1ª Peça da madeira de Pinus secagem ao ar livre. A primeira peça foi submetida à secagem ao ar livre pressupondo que a madeira atinja a umidade de equilíbrio lenta e suavemente. O tempo da secagem até o ponto predeterminado, onde a madeira se estabilizara, vai varia em função das condições climáticas de cada região. As condições climáticas do município favoreceram com que a peça passasse somente 15 dias para a retirada da água e seu estabelecimento. A secagem ao ar livre é muito utilizada, pois é um dos métodos feitos logo a partir do corte da arvore, seu principal objetivo é fazer com que a maior quantidade possível de água evapore utilizando-se das forças da natureza. A velocidade de secagem é afetada, também, pelo modo como as peças são empilhadas, por exemplo: quando são deixados vazios entre as tábuas de uma mesma espécie, estas secam mais rapidamente do que se colocadas juntas. A localização das pilhas no pátio também influencia a velocidade da secagem, por exemplo: pilhas colocadas nas margens do pátio secam mais rapidamente do que as colocadas no meio. A distância entre o solo e a base das pilhas deve ser de aproximadamente 30 cm para permitir o livre movimento do ar, e criar condições de renovação de ar sob as mesmas. A superfície do pátio também influência, de certa forma, a velocidade de secagem ao ar. Um pátio bem plano, drenado, sem vegetação, coberto por materiais escuros secará a madeira mais rapidamente. Poças d’água ou terreno não drenado aumentam a umidade do ar, e, consequentemente, diminui a velocidade de secagem; vegetação, detritos e outros obstáculos impedem ou dificultam a circulação do ar entre as pilhas; materiais escuros na superfície do solo absorvem mais energia solar, tornando-se mais aquecido do que os materiais claros, e aumentando a temperatura do ar, diminui a umidade relativa com o consequente aumento na velocidade de secagem, por esses motivos alguns cuidados durante a secagem da peça de Pinus foram tomados, como á escolha do pátio de secagem. O pátio de secagem foi montado em um local da área da Universidade Federal do Piauí onde tomamos cuidado para ser um local alto e plano. Também foi levando em conta o espaçamento predeterminado entre as espécies, pois esse espaçamento proporcionara a livre circulação do ar que permitirá a remoção da água. Vantagens da secagem ao ar livre Aumenta a resistência mecânica da madeira; Reduz alterações dimensionais; Reduz os riscos de ataques de fungos; O peso diminui, reduzindo os custos de transporte; Melhora as propriedades de impregnação da madeira por tintas, verniz cola e substancia preservantes. Desvantagens da secagem ao ar livre Controle limitado ou inexistente; Tempo de secagem maior; Capital imobilizado devido ao estoque; Manutenção frequente; Não destrói fungos e insetos; Teor de umidade mais alto que secagem artificial. A figura abaixo demonstra o pátio de secagem onde foi feito o trabalho de secagem com o corpo de prova 1: Observe que neste pátio foram colocados todos os corpos de prova dos outros grupos de trabalho, obedecendo o critério de deixar espaços entre as amostras para a circulação do ar. TABELA1 : TEOR DE UMIDADE DO CORPO DE PROVA 1 O corpo de prova 1 se instabilizou no dia 10/05/2017,com o teor de 25%.O desejado nesse estudo era 25%, então satisfez o estudo inicial.Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPI UMIDADE Responsável: Espécie: Pinus Dimensões nominais do C. P.01 Comprimento: 100,72 cm; largura: 89,40 cm; Espessura: 20,47 cm Tu inicial da amostra: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,95)/(1,50*0,95)}*100= 66,6%U 0,28+{(1,50-0,97)/(1,50*0,97)}*100= 64,4%U 0,28+{(1,50-1,06)/(1,50*1,06)}*100= 55,7%U 0,28+{(1,50-1,40)/(1,50*1,40)}*100= 32,8%U N°C.P Data Dia Peso Úmido mu (g) Peso Seco ms (g) U(%) Tu = mu – ms/ms*100 1 24/04 1° 179,695 176,180 179,695-176,180/176,180*100 = 1,99% 1 25/04 2° 176,180 170,01 176,180-170,01/170,01*100 = 3,63 % 1 04/05 3º 170,01 166,875 170,01-166,875/166,875 *100= 1,88% 1 09/05 4° 166,875 150,01 166,875-150,01/150,01 *100 = 11,24% 1 12/05 5° 150,01 120,02 150,01-120,02/ 120,02 *100= 25% 3.2. 2ª Peça da madeira de Pinus secagem na sala de climatização. A madeira é um material higroscópico, sendo capaz de absorver ou perder água para o meio ambiente. Essa característica é explicada pela constituição química da madeira, composta pelos polímeros de celulose, hemiceluloses e lignina. Dentre essas substâncias, a hemicelulose é a mais hidrófila, contribuindo para a variação dimensional da madeira em função da troca de água com o meio. A variação de umidade dentro das peças de madeira promove defeitos quando a peça atinge um teor de umidade inferior ao ponto de saturação das fibras ― PSF (em torno de 28% de umidade). Desse modo, a variação dimensional pode ser controlada se os constituintes hidrófilos da madeira alterarem sua afinidade pela água. Através do tratamento térmico, essa higroscopicidade pode ser reduzida devido à degradação da hemicelulose e demais modificações na estrutura da madeira. O teor de umidade da madeira interfere nos tratamentos, como curvamento, preservação, secagem, colagem, fabricação de compensados e aglomerados, produção de carvão vegetal, processamento mecânico, entre outros (GALVÃO & JANKOWSKY, 1985). O estudo do comportamento das variações dimensionais da madeira é essencial para a sua utilização industrial. A secagem artificial ou controlada de madeira é um processo conduzido em câmaras, secadores ou estufas que operam em temperaturas variando entre 40 e 90 °C (Simpson, 1991). Secagem propriamente dita – é a etapa em que a madeira irá perder água. Nessa fase, ocorre a elevação lenta da temperatura e diminuição gradativa da umidade do ar dentro da estufa. É necessário o monitoramento para melhor controle da secagem visando a adequação ao programa previamente estabelecido, determinado pelas características da madeira, pois estas influenciam na secagem; uniformização e condicionamento .Nessa última fase, o objetivo é homogeneizar a umidade dentro e entre as peças, tais como: fatores ligados as características da madeira: a espécie, o tipo de corte, a espessura da peça, o teor de umidade inicial, a relação cerne e alburno; fatores do processo de secagem: a temperatura, a umidade relativa do ar e a velocidade de circulação do ar. A importância para que se possa obter um bom desempenho da secagem obedecendo-se os critérios básicos, pode-se conseguir ao final da secagem, madeira sem empenamentos, com menores tensões de secagem, mais uniformes e possivelmente um processo de secagem mais rápida. Para a realização da secagem da madeira deve- se considerar os diversos fatores que influenciam no processo: Fatores ligados ás características da madeira: a espécie, o tipo de corte, a espessura da peça, o teor de umidade inicial, a relação cerne e alburno. Fatores do processo de secagem: a temperatura, a umidade relativa do ar e a temperatura, e a velocidade de circulação do ar. Vantagens em relação a secagem de outros métodos: processo flexível, aplicável a diferentes tipos de madeiras; maior controle sobre os defeitos da secagem; possibilidade de eliminar fungos e insetos; redução da umidade da madeira a teores desejados; processo de secagem artificial mais utilizado no mundo Desvantagens em relação á secagem de outros métodos: Custo maior, em relação ao secagem de ar livre. Nem sempre é possível ter acesso á casa de climatização. O corpo de prova 2 foi submetido á sala de climatização com temperatura de 17 º C, 60%TU, no dia 24/04/2017. Era pra ter sido colocado na bomba vácuo e esperar para saturação ,porém a bomba não funcionou no dia do procedimento. Como o pinus é uma espécie de fácil deslocamento da água, apenas medimos, pesamos e colocamos o corpo de prova 2 em cima de uma grade, para que a circulação de ar não ficasse comprometida, dentro da sala de climatização. No dia 12/06/17 foi retirado da sala de climatização. Utilizamos o método de passar parafina nas extremidades do corpo de prova, para impermeabilizar. Para assim estabilizar o corpo de prova 2. Corpo de prova 2 Corpo de prova impregnado com parafina TABELA 2 :TEOR DE UMIDADE DA MADEIRA AMOSTRA 2 Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPI UMIDADE RESPONSAVEL: Espécie: Pinus Dimensões nominais do C. P.2 Comprimento: 100,40 cm; largura: 88,71cm; Espessura: 21,15 cm Tu inicial da amostra: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,95)/(1,50*0,95)}*100= 66,59%U 0,28+{(1,50-0,93)/(1,50*0,93)}*100= 63,34%U 0,28+{(1,50-1,29)/(1,50*1,29)}*100= 38,85%U 0,28+{(1,50- 1,32)/(1,50*1,32)}*100= 37,10%U N°C.P Data Dia Peso Úmido Pu (g) Peso Seco Po (g) U(%) Tu = mu – ms/ms*100= 2 24/04 1º 250,10 220,876 250,10-220,876/220,876*100= 13,23 % 2 04/05 2º 220,876 210 220,876-210/210*100= 5,18% 2 08/05 3º 210 200 210-200/200*100 = 5% 2 12/06 4º 200 124,50 200-124,50/124,50*100 = 60,64% 3.3. 3ª Peça da madeira de Pinus secagem estufa. A secagem artificial ou controlada de madeira é um processo conduzido em câmaras, secadores ou estufas que operam em temperaturas variando entre 40 e 90 °C (Simpson, 1991). As estufas possuem um sistema de aquecimento, um sistema de umidificação do ar, um conjunto de janelas que permitem a renovação do ar do interior da estufa através da admissão de ar externo e um sistema de circulação de ar. Um programa de secagem pode ser divido em três partes: aquecimento, secagem propriamente dita e condicionamento. Na fase de aquecimento o ar que esta no secador é aquecido até chegar a temperatura do bulbo seco desejado, e a queda da umidade relativa é compensada por intensa umidificação, porém nessa fase ainda não é iniciada a secagem. Um bom operador de secadores tratará de fazer suas próprias modificações e adaptações, a partir de um programa básico, de maneira a obter uma secagem mais econômica e eficiente em sua própria estufa. Na secagem propriamente dita retira-se a água de capilaridade, nessa fase deve- se usar baixa temperatura e alta umidade relativa para prevenir os defeitos, nessa fase é retirada a água higroscópica. Na uniformização ou condicionamento se homogeneiza a umidade em todas as peças e elimina suas tensões internas, mediante o reumedecimento das camadas superfíciais. (ANDRADE, 2000) Um fator que influi muito na velocidade da secagem é o clima da área ou região na qual o pátio está localizado. Talvez o mais importanteseja a temperatura, mas o índice pluviométrico tem também efeito significativo. A temperatura e a umidade relativa do ar são os principais fatores de equilíbrio da madeira. A medida que se aumenta a temperatura de secagem, diminui-se a higroscopicidade da madeira. O teor de umidade de equilíbrio diminui com o aumento da temperatura, principalmente quando consideradas temperaturas acima de 100ºC. Esta redução na higroscopicidade da madeira é provavelmente resultante de pequenas modificações químicas, em especial a degradação parcial das hemiceluloses. O processo com a 3 peça é reduzir o máximo de umidade do corpo de prova com temperatura inicial de 84°c. O peso inicial no dia do procedimento era de 216,891g, após os primeiros trinta minutos foi retirado com temperatura 0,62°c e peso 209,850g, a peça foi colocada novamente por mais trinta minutos depois retirado com temperatura de 0,52°c e com peso de 205,479, ou seja, houve saída de água significativa. Vantagens em relação à secagem de outros métodos: Redução do período de tempo de secagem, possibilitando um maior giro de capital; maior controle sobre os defeitos de secagem; possibilidade de eliminar ataques de fungos e insetos; redução da umidade da madeira a teores pré-determinados, em qualquer época do ano; e dispensar a utilização de grandes pátios necessários para secagem natural de grandes volumes de madeira. Desvantagens em relação à secagem de outros métodos: Maior custo implantação desse sistema, operação do equipamento. No dia 12/06 colocamos o corpo de prova para secagem na estufa. Determinamos o TU (max) da madeira, de acordo com os procedimentos anteriores. Para iniciar esse processo de secagem, colocamos o termostato da estufa na posição 4, esperamos meia hora e colocamos o corpo de prova dentro da estufa e esperamos por mais meia hora. Pesagem da amostra 3 Marcações determinação do TU (máx) TABELA 3: TEOR DE UMIDADE DA AMOSTRA 3: Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPI UMIDADE Responsável: Espécie: Pinus Dimensões nominais do C. P.03 Comprimento: 109,21 cm; largura: 89,81 cm; Espessura: 21,84 cm Tu inicial da amostra: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,92)/(1,50*0,92)}*100= 42,30%U 0,28+{(1,50-0,81)/(1,50*0,81)}*100= 57,0%U 0,28+{(1,50-1,09)/(1,50*1,09)}*100= 25,35%U 0,28+{(1,50-0,91)/(1,50*0,91)}*100= 43,50%U N°C.P Data Dia Peso Úmido Pu (g) Peso Seco Po (g) U(%) Tu = mu – ms/ms*100 3 24/04 1° 220,00 216,891 220-216,891/216,891*100=1,43% 3 04/05 2° 216,891 203,00 216,891-203/203*100= 6,84% 3 08/05 3° 203,00 197,00 203-197/197*100= 3,045% 3 12/06 4° 1°peso Estufa 209,850 2°peso Estufa 205,479 Valores secagem controlada 209,850-205,479/205,479*100=2,12% 3.4. 4ª Peça da madeira de Pinus indução de defeitos. A movimentação interna da água ocorre nas fases de líquido, vapor e como água higroscópica. Assim como a movimentação na fase líquida é fundamentalmente um fenômeno de capilaridade, sendo afetada pela estrutura anatômica da madeira, a movimentação nas outras fases é basicamente um fenômeno difusivo, afetado não só pelas condições termodinâmicas da corrente de ar como também por características da própria madeira, principalmente a massa específica. A influência do material na taxa de secagem passa a ser significativa. No estagio final de secagem (segunda fase de taxa decrescente), iniciado quando a linha de evaporação de água fica restrita ao centro da madeira, não há mais água livre no material. A continuação da secagem fica sendo controlada pela resistência interna da madeira até o teor de umidade de equilíbrio ser alcançada. Após o processo de secagem, podem ser diagnosticados alguns defeitos, dentre eles empenamentos rachaduras superficiais e de topo. As rachaduras de topo aparecem, geralmente, nos raios, que são constituídos por células parenquimáticas de reduzida resistência mecânica. São consequência da diferença entre as retrações tangencial e radial. É bastante difícil a secagem de seções transversais de toras sem que apareçam rachaduras de topo. Como resultado, tem-se a ocorrência das rachaduras de topo e de superfície (devido ao gradiente de umidade); defeitos cuja incidência tende a aumentar com o aumenta da temperatura de secagem. Na secagem as rachaduras superficiais podem aparecer quando as condições são muito severas, isto é, baixas umidades relativas provocando a rápida secagem das camadas superficiais até valores inferiores ao PSF, enquanto as camadas internas estão ainda com mais de 30% de umidade. Como as camadas internas impedem as superficiais de se retraírem, aparecem tensões que, excedendo a resistência da madeira à tração perpendicular às fibras, provocam o rompimento dos tecidos lenhosos. Normalmente, a ruptura ocorre nos tecidos que compõem os raios, constituídos de células parenquimáticas. Esses defeitos ocorrem pelas mudanças bruscas entre as fases da secagem, por armazenamento inadequado das peças, por utilização de temperaturas elevadas no início da secagem, enfim, pela elaboração de um mau programa. Pfeil e Pfeil (2013) define rachadura como sendo uma abertura nas extremidades da peça, consequência da secagem rápida na superfície da madeira, elas atravessam os anéis de crescimento e ficam situadas em planos longitudinais radiais. Para Jankowsky (2013) a diferença de retração nas direções radial e tangencial da madeira e a diferença de umidade entre regiões contíguas de uma peça são os fatores que causam rachadura. “A redução da pressão no interior do secador permite realizar uma secagem rápida e a baixa temperatura, vantajoso para a secagem de madeiras susceptíveis a apresentar defeitos de secagem como rachaduras de superfície, colapso e rachaduras internas. ” (JANKOWSKY; SANTOS; ANDRADE, 2013. P. 7) Para Jankowsky (2013) ondulações nas superfícies da madeira são definidas como colapso, ocorre através do movimento da água capilar. O colapso ocorre no momento em que a saída de água capilar supera a resistência da madeira a compressão, os principais fatores que influenciam na formação do colapso são altas temperaturas no início da secagem, pequeno diâmetro dos capilares, baixa densidade da madeira e alta tensão superficial do líquido que é removido da madeira. E um fator que diminui o colapso é a presença de bolhas de ar na água capilar. Coelho (2010) afirma que as rachaduras aparecem na madeira pós-seca devido à secagem rápida na parte externa da peça, esse fato ocorre quando o esforço de tensão na superfície supera a resistência a tração perpendicular do material. Há vários tipos de rachaduras, que podem ser classificadas da seguinte forma: de topo, superficiais e internas. A velocidade da secagem é um dos principais fatores que causam defeitos, quando a madeira é seca rapidamente pode causar defeitos mecânicos devido às tensões na madeira o que pode causar rachas, colapsos e empenamentos. Por outro lado se a madeira for seca lentamente, ela ficará exposta por mais tempo e pode haver contaminação por fungos. (SIMPÓSIO FLORESTAL DO RIO GRANDE DO SUL, 1992). Para a eleboração desse trabalho de indução de defeito, no dia 12 de junho , no laboratório de tecnologia da madeira, pesamos o corpo de prova 4 ,obtemos um valor de 162g, posicionamos na posição 6 da estufa, aferimos a temperatura e colocamos o corpo de prova 4 para secar por 60 minutos ou até que apareça o defeito. Observamosque como o ar condicionado da sala estava ligado, estava demorando mais que esses 60 minutos para a indução do defeito, então desligamos o ar condicionado e assim conseguimos obter o defeito desejado após mais 60 minutos, e obtemos um peso de 148,662 g. Estufa termostato posição 6 Medidor de temperatura da estufa Observe que o medidor de temperatura fica na parte superior da estufa, onde quando fecha a porta, da pra verificar a temperatura pelo lado de fora. Os defeitos obtidos são esses demonstrados na figura abaixo: Figura: Rachaduras na amostra 4 Com a passagem do tempo ,houve rachaduras na amostra 4.Observa se que a rachadura se deu mais na parte perto da parte escura da madeira. Figura: Balança digital peso amostra 4 após estufa O peso depois da amostra ficar na estufa por 60 minutos, e depois mais 60 minutos; ficou variando por alguns minutos, devido ao calor que ficou dentro da balança. Uma vez finalizado o processo de secagem não se deve abrir imediatamente as portas do secador, já que isso provocaria um forte choque térmico na madeira que poderia produzir trincas superficiais nas peças, porém mesmo sendo a finalidade de induzir defeitos, esperamos uns minutos para abrir a estufa, para não receber aquele vapor quente em nossas mãos. TABELA 4: TEOR DE UMIDADE DA AMOSTRA 4: Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPI UMIDADE Responsável: Espécie: Pinus Dimensões nominais do C. P. 4 Comprimento: 99,73 cm; largura: 89,69 cm; Espessura: 19,18 cm Tu inicial da amostra: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,97/(1,50*0,97)}*100= 64,46 %U 0,28+{(1,50-1,00)/(1,50*1,00)}*100= 61,33%U 0,28+{(1,50-1,04)/(1,50*1,04)}*100= 57,48%U 0,28+{(1,50-1,049)/(1,50*1,049)*100= 56,66%U N°C.P Data Dia Peso Úmido Pu (g) Peso Seco Po (g) U(%) Tu = mu – ms/ms*100 4 24/04 1° 178,51 173,19 178,51-173,19/173,19*100= 3,07% 4 04/05 2° 173,19 172,00 173,19-172,00/172*100= 0,69% 4 08/05 3° 172,00 168,10 172,00-168,10/168,10*100=2,32% 4 09/05 4º 168,10 162,00 168,10-162,00/162,00*100=3,76% 4 12/06 5º 162,00 148,66 162,00-148,66/148,66*100= 8,97% 4.0. CONCLUSÃO Não existe um método de secagem que possa ser recomendado para todas as condições. Há uma série de alternativas disponíveis para cada tipo ou tamanho da madeira e localização da operação. O que vai diferenciar o modelo do método pode ser o objetivo da secagem, o recurso disponível e a viabilidade do projeto. O método ideal para uma empresa iniciar a prática de secagem de madeira quando não se tem muitos recursos é o método ao ar livre. Este também é o método ideal para as pequenas serrarias que, na maioria das vezes, secam a madeira para diminuir o peso e deixá-la resistente aos fungos. Caso a madeira não seja seca adequadamente ou com pouco controle de umidade, estará sujeita a grandes variações dimensionais e ao ataque de agentes xilófagos, (agentes deterioradores). Seu uso comercial é restringido para determinados fins, sendo comercializada no mercado com menor valor do que poderia ser. Nunca deve secar tipos diferentes de madeira, para não comprometer o trabalho, pois diferentes espécies ,ou diferentes idades não secam na mesma proporção. A secagem ao ar livre também é recomendada para pré-secagem, isto é, a madeira é seca ao ar livre até alcançar um certo teor de umidade e, depois, completada por outro método mais rápido. O grande desafio é buscar alternativas de processo e técnicas que sejam economicamente viáveis, objetivando madeira e produtos derivados com razoável padrão de qualidade, bem como a redução nos custos de beneficiamento. Em qualquer processo de transformação da madeira em manufaturados, a secagem é a fase intermediária que mais agrega valor ao produto final; pois tornará o material o mais estável possível e facilitará o acabamento mecânico da superfície, a aplicação de adesivos, tintas e vernizes, dentre outros benefícios 5.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ANDRADE, Ariel de. INDICAÇÃO DE PROGRAMAS PARA A SECAGEM CONVENCIONAL DE MADEIRAS. 2000. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de :ciência e Tecnologia de Madeiras, Departamento de Ciências, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2000. COELHO, César Augusto Schimulfening. Qualidade da madeira serrada de Eucalyptus grandis, procedente da região Sul do Rio Grande do Sul. 2010. 71 f. Monografia (Engenheiro Industrial Madeireiro.) - Curso de Engenharia Industrial Madeireira, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010 . GALVÃO,A; JANKOWSKY,I. Secagem racional da madeira. São Paulo: Nobel, 1985. 112p. JANKOWSKY, Ivaldo Pontes; SANTOS, Gilson Roberto Vasconcelos dos; ANDRADE, Ariel de. Secagem da madeira serrada de eucalipto. Disponível em: <http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br>. Acesso em: 18 nov. 2013. JANKOWSKY, Ivaldo Pontes. Defeitos na Secagem de Madeiras. Disponível em: <www.ipef.br>. Acesso em: 18 nov. Martins,V.A. Secagem de madeira serrada Brasília: IBDF,1988,56.p. PFEIL, Walter; PFEIL, Michele. Estruturas da Madeira. 6. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2013. 224 p. REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°109 - DEZEMBRO DE 2007. REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°127 - MARÇO DE 2011. SANTINI, E. J. Alternativas para monitoramento e controle do processo de secagem de madeira serrada em estufa. 1996, 198 p. Tese (doutorado)- Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1996. SIMPÓSIO FLORESTAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2., 1992, Rio Grande do Sul. SECAGEM DE MADEIRA. Es. ANEXO TABELA ÚNICA COM TODOS OS DADOS Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPI UMIDADE Responsável: Espécie: Pinus Dimensões nominais do C. P.01 Comprimento: 100,72 cm largura: 89,40 cm Espessura: 20,47 cm Dimensões nominais do C. P.2 Comprimento: 100,40 cm largura: 88,71cm Espessura: 21,15 cm Dimensões nominais do C. P.03 Comprimento: 109,21 cm largura: 89,81cm Espessura: 21,84 cm Dimensões nominais do C. P. 4 Comprimento: 99,73 cm largura: 89,69 cm Espessura: 18,18 cm Tu inicial da amostra 1: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,95)/(1,50*0,95)}*100= 66,6%U 0,28+{(1,50-0,97)/(1,50*0,97)}*100= 64,4%U 0,28+{(1,50-1,06)/(1,50*1,06)}*100= 55,7%U 0,28+{(1,50-1,40)/(1,50*1,40)}*100= 32,8%U Tu inicial da amostra 2: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,95)/(1,50*0,95)}*100= 66,59%U 0,28+{(1,50-0,93)/(1,50*0,93)}*100= 63,34%U 0,28+{(1,50-1,29)/(1,50*1,29)}*100= 38,85%U 0,28+{(1,50- 1,32)/(1,50*1,32)}*100= 37,10%U Tu inicial da amostra3 :U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,92)/(1,50*0,92)}*100= 42,30%U 0,28+{(1,50-0,81)/(1,50*0,81)}*100= 57,0%U 0,28+{(1,50-1,09)/(1,50*1,09)}*100= 25,35%U0,28+{(1,50-0,91)/(1,50*0,91)}*100= 43,50%U Tu inicial da amostra 4: U max: 0,28+{(1,50-Ro)/(1,50*Ro}*100 0,28+{(1,50-0,97)/(1,50*0,97)}*100= 64,42%U 0,28+{(1,50-1,00)/(1,50*1,00)}*100= 61,33%U 0,28+{(1,50-1,04)/(1,50*1,04)}*100= 57,48%U 0,28+{(1,50-1,049)/(1,50*1,049)*100=56,66%U N°C.P Data Dia Peso Úmido mu (g) Peso Seco ms (g) U(%) Tu = mu – ms/ms*100 1 24/04 1° 179,695 176,180 179,695-176,180/176,180*100 = 1,99% 2 24/04 1º 250,10 220,876 250,10-220,876/220,876*100= 13,23% 3 24/04 1º 220,00 216,891 220-216,891/216,891*100= 1,43% 4 24/04 1º 178,51 173,19 178,51-173,19/173,19*100= 3,07% 1 25/04 2° 176,180 170,01 176,180-170,01/170,01*100 = 3,63 % 2 04/05 2º 220,876 210,00 220,876-210,00/210,00*100= 5,18% 3 04/05 2º 216,891 203,00 216,891-203,00/203,00*100= 6,84% 4 04/05 2º 173,19 172,00 173,19-172,00/172*100= 0,69% 1 04/05 3º 170,01 166,875 170,01-166,875/166,875 *100= 1,88% 2 08/05 3º 210,00 200,00 210,00-200,00/200,00*100= 5% 3 08/05 3º 203,00 197,00 203,00-197,00/197,00*100= 3,045% 4 08/05 3º 172,00 168,10 172,00-168,10/168,10*100=2,32% 1 09/05 4° 166,875 150,01 166,875-150,01/150,01 *100 = 11,24% 2 12/06 4º 200,00 124,50 200,00-124,50/124,50*100= 60,64% 3 12/06 4º 209,850 205,479 209,850-205,479/205,479*100= 2,12% 4 09/06 4º 168,10 162,00 168,10-162,00/162,00*100=3,76% 1 10/05 5° 150,01 120,02 150,01-120,02/ 120,02 *100= 25% 4 12/06 5 162,00 148,66 162,00-148,66/148,66*100= 8,97% CONCLUSÃO Todas as amostras obtiveram uma porcentagem aproximadamente igual no inicio, porém depois houve uma variação. As amostras representam no gráfico,que a amostra 1 estabilizou primeiro, uma vez que foi retirado o corpo de prova da bacia de água. No entanto demonstra a amostra 4 com um maior teor de umidade ,devido o corpo de prova ter ficado mais tempo que os demais imerso na bacia d’água. 0 20 40 60 80 1 2 3 4 T U I N % AMOSTRA 1 0 20 40 60 80 1 2 3 4 T U I N % AMOSTRA 2 0 20 40 60 80 1 2 3 4 T U I N % AMOSTRA 3 0 20 40 60 80 1 2 3 4 T U I N % AMOSTRA 4 Os valore da U(%) variou muito entre as amostras.A amostra 1 teve uma porcentagem pequena no primeiro dia, e no ultimo chegou á 25%. A amostra 4, teve um percentual de 3,07 no inicio, de no ultimo dia ficou em 8,97, após ter ficado na estufa, por quase duas horas. A amostra 2 teve um aumento muito grande no teor de umidade, demonstra que na casa de climatização a secagem ocorre mais lentamente. A amostra 3 teve a menor variação, entre todas as amostras. 0 10 20 30 0 10 U % AMOSTRA 1 Série1 Série2 0 20 40 60 80 0 10 U % AMOSTRA2 Série1 Série2 0 2 4 6 8 0 10 U % AMOSTRA3 Série1 Série2 0 5 10 0 5 10 U % AMOSTRA4 Título do Gráfico Série1 Série2
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