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ATIVIDADE 01 - OK

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1 
 
Atividades 01 
 
1. “ODORICO 
Eu sei. É um movimento subversivo procurando me intrigar com a 
opinião pública e criar problemas à minha administração. Sei, sim. É 
uma conspiração. Eles não queriam o cemitério. Desde o princípio 
foram contra. E agora que o cemitério está pronto caem de pau em 
cima de mim, me chamam de demagogo, de tudo...” 
 
(...) 
 
“ODORICO 
Pois eu quero que depois o senhor soletre esta gazeta de ponta a 
ponta. Neco Pedreira o senhor conhece? 
 
ZECA 
Conheço não sinhô. 
 
ODORICO 
É o dono do jornal. Elemento perigoso. Sua primeira missão como 
delegado é dar uma batida na redação dessa gazeta subversiva e 
sacudir a marreta em nome da lei e da democracia...” 
(Dias Gomes, O bem amado. 12.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014, p. 40 e 68.) 
 
A peça de Dias Gomes é uma crítica a um momento histórico e 
político da sociedade brasileira. Odorico Paraguassu tornou-se um 
personagem emblemático desse período porque por meio dele 
a) simbolizou-se a defesa da democracia a qualquer custo. Essa 
defesa resultou em uma sociedade cindida entre o respeito à lei e 
o seu uso particular, temas políticos comuns aos países latino-
americanos nos anos de 1970. 
b) representaram-se o atropelo da lei constitucional, a relativização 
da liberdade de imprensa e a construção de um inimigo interno 
que justificasse o arbítrio das decisões do executivo, próprios aos 
Anos de Chumbo. 
c) explicitaram-se as leis que regiam a vida política e social de uma 
nação subdesenvolvida da América Latina na década de 1970, 
marcada pela inércia e pela cumplicidade dos cidadãos com a 
corrupção sistêmica do país. 
d) fez-se a defesa da democracia e do respeito irrestrito à lei 
constitucional para um projeto de nação brasileira da década 
1970, que enfrentava o espírito demagógico dos políticos latino-
americanos. 
 
2. Leia, a seguir, um excerto de “Terrorismo Literário”, um 
manifesto do escritor Ferréz. 
 
A capoeira não vem mais, agora reagimos com a palavra, porque 
pouca coisa mudou, principalmente para nós. A literatura marginal 
se faz presente para representar a cultura de um povo composto de 
minorias, mas em seu todo uma maioria. 
A Literatura Marginal, sempre é bom frisar, é uma literatura feita 
por minorias, sejam elas raciais ou socioeconômicas. Literatura feita 
à margem dos núcleos centrais do saber e da grande cultura 
nacional, isto é, de grande poder aquisitivo. Mas alguns dizem que 
sua principal característica é a linguagem, é o jeito que falamos, que 
contamos a história, bom, isso fica para os estudiosos. 
Cansei de ouvir: – “Mas o que cês tão fazendo é separar a literatura, 
a do gueto e a do centro”. E nunca cansarei de responder: – “O 
barato já tá separado há muito tempo, foi feito todo um mundo de 
teses e de estudos do lado de lá, e do de cá mal terminamos o ensino 
dito básico.” 
(Adaptado de Ferréz, “Terrorismo literário”, em Ferréz (Org.), Literatura marginal: 
talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005, p. 9,12,13.) 
Ferréz defende sua proposta literária como uma 
a) descoberta de que é preciso reagir com a palavra para que não 
haja separação entre a grande cultura nacional e a literatura feita 
por minorias. 
b) comprovação de que, sendo as minorias de fato uma maioria, não 
faz sentido distinguir duas literaturas, uma do centro e outra da 
periferia. 
c) manifestação de que a literatura marginal tem seu modo próprio 
de falar e de contar histórias, já reconhecido pelos estudiosos. 
d) constatação de que é preciso reagir com a palavra e mostrar-se 
nesse lugar marginal como literatura feita por minorias que 
juntas formam uma maioria. 
 
3. Leia o poema “Um dia, de repente”, escrito pela poeta porto-
alegrense Lara de Lemos (1923-2010). 
 
Um dia, de repente, 
arrastam-nos à força 
para um lugar incerto. 
 
Um dia, de repente, 
desnudam-nos impudica/ 
mente. 
 
Um dia, de repente, 
é o duro frio 
do escuro catre. 
 
Um dia, de repente, 
somos apenas um ser vivo: 
verme ou gente? 
 
Considere as seguintes afirmações sobre o poema. 
I. O poema recupera o episódio de encarceramento, ocorrido com 
Lara de Lemos, durante a ditadura civil-militar no Brasil. 
II. O poema é construído na primeira pessoa do plural, reforçando a 
solidariedade do sujeito lírico com todos que viveram a mesma 
situação. 
III. A repetição de “Um dia, de repente” revive a arbitrariedade das 
prisões e da tortura. 
Quais estão corretas? 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I e III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 
 
4. Segundo quadro 
 
Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante a mutação, 
ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o prefeito” etc. Estão em 
cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, o vigário e Odorico. Este último, 
à janela, discursa. 
 
ODORICO – Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de 
Prefeito, aqui estou para receber a confirmação, a ratificação, a 
autenticação e por que não dizer a sagração do povo que me elegeu. 
 
Aplausos vêm de fora. 
 
ODORICO – Eu prometi que o meu primeiro ato como prefeito seria 
ordenar a construção do cemitério. 
 
Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena. 
 
ODORICO – (Continuando o discurso:) Botando de lado os 
entretantos e partindo pros finalmente, é uma alegria poder 
anunciar que prafrentemente vocês lá poderão morrer descansados, 
tranquilos e desconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados 
 
 
 
 2 
 
aqui mesmo, nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem 
votou em mim, basta dizer isso ao padre na hora da extrema-unção, 
que tem enterro e cova de graça, conforme o prometido. 
GOMES, D. O bem amado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2012. 
O gênero peça teatral tem o entretenimento como uma de suas 
funções. Outra função relevante do gênero, explícita nesse trecho de 
O bem amado, é a 
a) criticar satiricamente o comportamento de pessoas públicas. 
b) denunciar a escassez de recursos públicos nas prefeituras do 
interior. 
c) censurar a falta de domínio da língua padrão em eventos sociais. 
d) despertar a preocupação da plateia com a expectativa de vida dos 
Cidadãos. 
e) questionar o apoio irrestrito de agentes públicos aos gestores 
governamentais. 
 
5. PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra. 
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. 
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não 
quero falar com ele. 
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções. 
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não! 
BENONA: Isso são coisas passadas. 
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que 
Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era 
uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. 
Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem 
louco atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia. Vive 
farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, 
atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio 
há de proteger minha pobreza e minha devoção. 
SUASSUNA, A. O santo e a porca. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento). 
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro 
da molesta” contribui para 
a) marcar a classe social das personagens. 
b) caracterizar usos linguísticos de uma região. 
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens. 
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. 
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. 
 
6. Antiode 
 
Poesia, não será esse 
o sentido em que 
ainda te escrevo: 
 
flor! (Te escrevo: 
flor! Não uma 
flor, nem aquela 
flor-virtude – em 
disfarçados urinóis). 
 
Flor é a palavra 
flor; verso inscrito 
no verso, como as 
manhãs no tempo. 
 
Flor é o salto 
da ave para o voo: 
o salto fora do sono 
quando seu tecido 
se rompe; é uma explosão 
posta a funcionar, 
como uma máquina, 
uma jarra de flores.MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento). 
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, 
sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de 
Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a 
recriação poética de 
a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser 
comparada, a fim de assumir novos significados. 
b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas 
do início do século XX. 
c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem 
historicamente ligada à palavra poética. 
d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso 
técnico-científico pós-Revolução Industrial. 
e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos 
intrínsecos ao eu lírico. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
TEXTO I 
 
 A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-
feira, 9 de março. [...] E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco 
mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, 
da ilha de S. Nicolau [...]. E assim seguimos nosso caminho por este 
mar de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 
vinte e um dias de abril, estando da 8dita ilha obra de 660 léguas, 
segundo os pilotos diziam, 1topamos alguns sinais de terra, os quais 
eram muita quantidade de 5ervas compridas, a que os 4mareantes 
chamam 6botelho [...]. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos 
aves a que chamam 7fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera, 
2houvemos vista de terra! 
9Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo 
[...]; ao monte alto o capitão pôs o nome de 3O Monte Pascoal, e à 
terra, A Terra de Vera Cruz. 
Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal 
 
TEXTO II 
 
A descoberta 
 
Seguimos nosso caminho por este mar de longo 
Até a oitava Páscoa 
Topamos aves 
E houvemos vista de terra 
 
Oswald de Andrade, “Pero Vaz Caminha” 
 
7. Assinale a alternativa CORRETA acerca do texto I. 
a) No contexto em que se inserem, as expressões "topamos alguns 
sinais de terra" (ref. 1) "e houvemos vista de terra" (ref. 2) têm o 
mesmo sentido: "enxergamos o continente americano". 
b) As nomeações referidas na carta - "O Monte Pascoal" e "A Terra 
de Vera Cruz" (ref. 3) - refletem valores ideológicos da cultura 
portuguesa. 
c) "Os mareantes" (ref. 4), por influência da cultura indígena, 
apelidaram as "ervas compridas" (ref. 5) "de botelho" (ref. 6) e as 
aves de "fura-buxos" (ref. 7). 
d) A expressão "dita ilha" (ref. 8) indica que os navegantes 
portugueses confundiram a Ilha de S.Nicolau com o Brasil. 
e) Embora se apresente em linguagem objetiva, o trecho da carta 
revela, devido ao excesso de adjetivações (ref. 9, por exemplo), a 
euforia dos portugueses ao descobrirem o tão sonhado 
"Eldorado". 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
8. O texto II exemplifica a seguinte característica da poesia de 
Oswald de Andrade: 
a) uso de metáforas inusitadas e tematização do cotidiano. 
b) a síntese como expressão poética. 
c) linguagem subjetiva no registro das nossas origens heroicas. 
d) uniformidade métrica e rítmica em composição satírica. 
e) a exaltação nacionalista. 
 
9. Assinale a alternativa CORRETA acerca do texto I. 
a) Trata-se de documento histórico que inaugura, em Portugal, um 
novo gênero literário: a literatura epistolar. 
b) Exemplifica a literatura produzida pelos jesuítas brasileiros na 
colônia e que teve como objetivo principal a catequese do 
silvícola. 
c) Apesar de não ter natureza especificamente artística, interessa à 
história da literatura brasileira na medida em que espelha a 
linguagem e a respectiva visão de mundo que nos legaram os 
primeiros colonizadores. 
d) Pertence à chamada crônica histórica, produzida no Brasil 
durante a época colonial com objetivos políticos: criar a imagem 
de um país soberano, emancipado, em condições de rivalizar com 
a metrópole. 
e) É um dos exemplos de registros oficiais escritos por historiadores 
brasileiros durante o século XVII, nos quais se observam, como 
característica literária, traços do estilo barroco. 
 
10. As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão ligadas 
ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo peninsular. Assim, 
entre os anos de 1500 a 1600, encontram-se importantes 
produções, como as de José de Anchieta e a de Bento Teixeira, as 
quais marcam presença nas origens da literatura brasileira. 
 
Texto 1 
 
Primeiro Ato 
 
(Cena do martírio de São Lourenço) 
 
Cantam: 
 
Por Jesus, meu salvador, 
Que morre por meus pecados, 
Nestas brasas morro assado 
Com fogo do meu amor. 
 
Bom Jesus, quando te vejo 
Na cruz, por mim flagelado, 
Eu por ti vivo e queimado 
Mil vezes morrer desejo. 
 
Pois teu sangue redentor 
Lavou minha culpa humana, 
Arda eu pois nesta chama 
Com fogo do teu amor. 
 
O fogo do forte amor, 
Ah, meu Deus!, com que me amas 
Mais me consome que as chamas 
E brasas, com seu calor. 
 
Pois teu amor, pelo meu 
Tais prodígios consumou, 
Que eu, nas brasas onde estou, 
Morro de amor pelo teu. 
 
(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta) 
 
Texto 2 
 
PROSOPOPEIA 
 
I 
Cantem Poetas o Poder Romano, 
Sobmetendo Nações ao jugo duro; 
O Mantuano pinte o Rei Troiano, 
Descendo à confusão do Reino escuro; 
Que eu canto um Albuquerque soberano, 
Da Fé, da cara Pátria firme muro, 
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, 
Pode estancar a Lácia e Grega lira. 
 
II 
As Délficas irmãs chamar não quero, 
que tal invocação é vão estudo; 
Aquele chamo só, de quem espero 
A vida que se espera em fim de tudo. 
Ele fará meu Verso tão sincero, 
Quanto fora sem ele tosco e rudo, 
Que per rezão negar não deve o menos 
Quem deu o mais a míseros terrenos. 
 
III 
E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta 
A Estirpe d'Albuquerques excelente, 
E cujo eco da fama corre e salta 
Do Cauro Glacial à Zona ardente, 
Suspendei por agora a mente alta 
Dos casos vários da Olindesa gente, 
E vereis vosso irmão e vós supremo 
No valor abater Querino e Remo. 
 
IV 
Vereis um sinil ânimo arriscado 
A trances e conflictos temerosos, 
E seu raro valor executado 
Em corpos Luteranos vigurosos. 
Vereis seu Estandarte derribado 
Aos Católicos pés victoriosos, 
Vereis em fim o garbo e alto brio 
Do famoso Albuquerque vosso Tio. 
 
V 
Mas em quanto Talia no se atreve, 
No Mar do valor vosso, abrir entrada, 
Aspirai com favor a Barca leve 
De minha Musa inculta e mal limada. 
Invocar vossa graça mais se deve 
Que toda a dos antigos celebrada, 
Porque ela me fará que participe 
Doutro licor milhor que o de Aganipe. 
 
(Bento Teixeira) 
 
Sobre tais produções e seus autores, analise as proposições a seguir. 
 
I. Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade 
prestar serviço à Companhia de Jesus; assim, é intencional o 
caráter estético-doutrinário e pedagógico de suas obras. 
II. O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de 
empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência barroca, 
como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos 
sentidos. 
III. Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o 
Governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. 
 
 
 
 4 
 
IV. Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na forma como no 
estilo de Os Lusíadas, de Camões. 
V. Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, 
quando emprega um tom bajulatório no poemeto, apresentando 
pobre motivo histórico e inconsistência nos recursos nele 
utilizados. 
 
Estão CORRETAS apenas: 
a) I, II e IV. 
b) II, III e V. 
c) I, III e IV. 
d) IV e V. 
e) I, II, III e V. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Do Brasil descoberto esperavam os portugueses a fortuna 
fácil de uma nova Índia. Mas o pau-brasil, única riqueza brasileira de 
simples extração antes da “corrida do ouro” do início do século 
XVIII, nunca se pôde compararaos preciosos produtos do Oriente. 
(...) O Brasil dos primeiros tempos foi o objeto dessa avidez colonial. 
A literatura que lhe corresponde é, por isso, de natureza 
parcialmente superlativa. Seu protótipo é a carta célebre de Pero 
Vaz de Caminha, o primeiro a enaltecer a maravilhosa fertilidade do 
solo. 
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides − Breve história da literatura 
brasileira. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 3-4) 
 
11. Uma vez que se considere que o conceito de literatura, 
compreendida como um autêntico sistema, supõe a presença ativa 
de escritores, a publicação de obras e a resposta de um público, 
entende-se que 
 
I. ainda não ocorreu no Brasil a vigência plena de um sistema 
literário, capaz de expressar aspectos mais complexos de nossa 
vida cultural. 
II. os primeiros documentos informativos sobre a terra a ser 
colonizada devem ser vistos como manifestações literárias 
esparsas, ainda não sistemáticas. 
III. a carta de Caminha e os textos dos missionários jesuíticos fazem 
ver desde cedo a formação de um maduro sistema literário 
nacional. 
Atende ao enunciado o que está APENAS em 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
 
12. TEXTO I 
 
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco 
começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, 
quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam 
arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer 
coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão 
bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam. 
 
CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO II 
 
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz 
de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos 
portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que 
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras 
manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e 
preocupa-se apenas com a estética literária. 
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, 
cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica 
brasileira e a contestação de uma linguagem moderna. 
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do 
colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em 
primeiro plano, a inquietação dos nativos. 
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal 
e não verbal —, cumprem a mesma função social e artística. 
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos 
étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos 
histórico, retratando a colonização. 
 
13. Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim 
a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a 
pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre 
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou. 
[…] 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a 
escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de 
acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros 
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é 
um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o que 
estou escrevendo. […] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, 
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes. 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão 
gradual — há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os 
porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde 
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou 
lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo — como a 
morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os fatos 
antecedentes. 
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1988 (fragmento). 
 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória 
literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da 
estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-
se essa peculiaridade porque o narrador 
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, 
sendo indiferente aos fatos e às personagens. 
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os 
motivos que levaram aos eventos que a compõem. 
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e 
sobre a construção do discurso. 
 
 
 
 5 
 
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da 
complexidade para escolher as palavras exatas. 
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, 
incomuns na narrativa de ficção. 
 
14. Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta 
pernambucano, sobre a função de seus textos: 
 
"FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato 
denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO: a vida seca, áspera e clara do 
sertão; FALO SOMENTE POR QUEM FALO: o homem sertanejo 
sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA 
QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a situação da 
miséria no Nordeste." 
 
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, 
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve 
denunciar o fato social para determinados leitores. 
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor 
deve ser imparcial para que seu texto seja lido. 
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a 
perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. 
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o 
delator do fato social para todos os leitores. 
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta 
do escritor para convencer o leitor. 
 
15. Açúcar 
 
O branco açúcar que adoçará meu café 
Nesta manhã de Ipanema 
Não foi produzido por mim 
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. 
[...] 
Em lugares distantes, 
Onde não há hospital, 
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome 
Aos 27 anos 
Plantaram e colheram a cana 
Que viraria açúcar. 
Em usinas escuras, homens de vida amarga 
E dura 
Produziram este açúcar 
Branco e puro 
Com que adoço meu café esta manhã 
Em Ipanema. 
GULLAR, F. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1980 (fragmento). 
 
A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar 
reflexão sobre desigualdades sociais. No fragmento, essa reflexão 
ocorre porque o eu lírico 
a) descreve as propriedades do açúcar. 
b) se revela mero consumidor de açúcar. 
c) destaca o modo de produção do açúcar. 
d) exalta o trabalho dos cortadores de cana. 
e) explicita a exploração dos trabalhadores. 
 
16. TEXTO I 
 
A canção do africano 
Lá na úmida senzala. 
Sentado na estreita sala, 
Junto ao braseiro, no chão, 
entoa o escravo o seu canto, 
E ao cantar correm-lhe em pranto 
Saudades do seu torrão... 
De um lado, uma negra escrava 
Os olhos no filho crava, 
Que tem no colo a embalar... 
E à meia-voz lá responde 
Ao canto, e o filhinho esconde, 
Talvez p’ra não o escutar! 
“Minha terra é lá bem longe, 
Das bandas de onde o sol vem; 
Esta terra é mais bonita. 
Mas à outra eu quero bem.” 
ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (fragmento). 
 
TEXTO lI 
 
No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as 
reformas radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de 
movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de 
Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação 
radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico. 
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003 (fragmento) 
 
O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de 
João Cabral de Melo Neto porque 
a) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico 
retórico. 
b) canta a paisagemlocal, no entanto, defende ideais do liberalismo. 
c) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema 
amoroso. 
d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a 
injustiça social. 
e) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica 
da terra pátria. 
 
17. Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, 
assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, 
encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-
se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou na pedra o 
cachimbo. 
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia 
bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O 
senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque. 
TREVISAN, D. Uma vela para Dario. Cemitério de Elefantes. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1964 (adaptado). 
 
No texto, um acontecimento é narrado em linguagem literária. Esse 
mesmo fato, se relatado em versão jornalística, com características 
de notícia, seria identificado em: 
a) Aí, amigão, fui diminuindo o passo e tentei me apoiar no guarda-
chuva... mas não deu. Encostei na parede e fui escorregando. Foi 
mal, cara! Perdi os sentidos ali mesmo. Um povo que passava 
falou comigo e tentou me socorrer. E eu, ali, estatelado, sem 
conseguir falar nada! Cruzes! Que mal! 
b) O representante comercial Dario Ferreira, 43 anos, não resistiu e 
caiu na calçada da Rua da Abolição, quase esquina com a Padre 
Vieira, no centro da cidade, ontem por volta do meio-dia. O 
homem ainda tentou apoiar-se no guarda-chuva que trazia, mas 
não conseguiu. Aos populares que tentaram socorrê-lo não 
conseguiu dar qualquer informação. 
c) Eu logo vi que podia se tratar de um ataque. Eu vinha logo atrás. 
O homem, todo aprumado, de guarda--chuva no braço e 
cachimbo na boca, dobrou a esquina e foi diminuindo o passo até 
se sentar no chão da calçada. Algumas pessoas que passavam 
pararam para ajudar, mas ele nem conseguia falar. 
d) Vítima 
Idade: entre 40 e 45 anos 
Sexo: masculino 
Cor: branca 
Ocorrência: Encontrado desacordado na Rua da Abolição, quase 
esquina com Padre Vieira. 
 
 
 
 6 
 
Ambulância chamada às 12h34min por homem desconhecido. A 
caminho. 
e) Pronto socorro? Por favor, tem um homem caído na calçada da 
rua da Abolição, quase esquina com a Padre Vieira. Ele parece 
desmaiado. Tem um grupo de pessoas em volta dele. Mas parece 
que ninguém aqui pode ajudar. Ele precisa de uma ambulância 
rápido. Por favor, venham logo! 
 
18. Ouvir estrelas 
 
“Ora, (direis) ouvir estrelas! Certo 
perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, 
que, para ouvi-las, muita vez desperto 
e abro as janelas, pálido de espanto... 
E conversamos toda noite, enquanto 
a Via-Láctea, como um pálio aberto, 
cintila. E, ao vir o Sol, saudoso e em pranto, 
inda as procuro pelo céu deserto. 
Direis agora: “Tresloucado amigo! 
Que conversas com elas?” Que sentido 
tem o que dizem, quando estão contigo?” 
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! 
Pois só quem ama pode ter ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas”. 
BILAC, Olavo. Ouvir estrelas. In: Tarde, 1919. 
 
Ouvir estrelas 
 
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo 
que estás beirando a maluquice extrema. 
No entanto o certo é que não perco o ensejo 
De ouvi-las nos programas de cinema. 
Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo 
que mais eu gozo se escabroso é o tema. 
Uma boca de estrela dando beijo 
é, meu amigo, assunto p’ra um poema. 
Direis agora: Mas, enfim, meu caro, 
As estrelas que dizem? Que sentido 
têm suas frases de sabor tão raro? 
Amigo, aprende inglês para entendê-las, 
Pois só sabendo inglês se tem ouvido 
Capaz de ouvir e de entender estrelas. 
TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: 
Antologia. São Paulo: Brasiliense, 1961. 
 
A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que, 
a) no texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em 
linguagem denotativa, enquanto no de Tigre, em linguagem 
conotativa. 
b) no texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto 
de Tigre, são próximas, acessíveis aos que as ouvem e as 
entendem. 
c) no texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, 
como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” 
e “entendê-las”. 
d) no texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguística 
no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, 
assunto p’ra um poema.” 
e) no texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as 
estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema com a 
recomendação de compreensão de outras línguas. 
 
19. Fraudador é preso por emitir atestados com erro de 
português 
 
Mais um erro de português leva um criminoso às mãos da 
polícia. Desde 2003, M.O.P., de 37 anos, administrava a empresa 
MM, que falsificava boletins de ocorrência, carteiras profissionais e 
atestados de óbito, tudo para anular multas de trânsito. Amparado 
pela documentação fajuta de M.O.P., um motorista poderia alegar às 
Juntas Administrativas de Recursos de Infrações que ultrapassou o 
limite de velocidade para levar uma parente que passou mal e 
morreu a caminho do hospital. 
O esquema funcionou até setembro, quando M.O.P. foi 
indiciado. Atropelara a gramática. Havia emitido, por exemplo, um 
atestado de abril do ano passado em que estava escrito aneurisma 
“celebral” (com l no lugar de r) e “insulficiência” múltipla de órgãos 
(com um l desnecessário em “insuficiência” – além do fato de a 
expressão médica adequada ser “falência múltipla de órgãos”). 
M.O.P. foi indiciado pela 2ª Delegacia de Divisão de Crimes 
de Trânsito. Na casa do acusado, em São Miguel Paulista, zona leste 
de São Paulo, a polícia encontrou um computador com modelos de 
documentos. 
Língua Portuguesa, n. 12, set. 2006 (adaptado). 
O texto apresentado trata da prisão de um fraudador que emitia 
documentos com erros de escrita. Tendo em vista o assunto, a 
organização, bem como os recursos linguísticos, depreende-se que 
esse texto é um(a) 
a) conto, porque discute problemas existenciais e sociais de um 
fraudador. 
b) notícia, porque relata fatos que resultaram no indiciamento de 
um fraudador. 
c) crônica, porque narra o imprevisto que levou a polícia a prender 
um fraudador. 
d) editorial, porque opina sobre aspectos linguísticos dos 
documentos redigidos por um fraudador. 
e) piada, porque narra o fato engraçado de um fraudador 
descoberto pela polícia por causa de erros de grafia. 
 
20. O farrista 
 
Quando o almirante Cabral 
Pôs as patas no Brasil 
O anjo da guarda dos índios 
Estava passeando em Paris. 
Quando ele voltou de viagem 
O holandês já está aqui. 
O anjo respira alegre: 
“Não faz mal, isto é boa gente, 
Vou arejar outra vez.” 
O anjo transpôs a barra, 
Diz adeus a Pernambuco, 
Faz barulho, vuco-vuco, 
Tal e qual o zepelim 
Mas deu um vento no anjo, 
Ele perdeu a memória... 
E não voltou nunca mais. 
MENDES. M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1992 
 
A obra de Murilo Mendes situa-se na fase inicial do Modernismo, 
cujas propostas estéticas transparecem, no poema, por um eu lírico 
que 
a) configura um ideal de nacionalidade pela integração regional. 
b) remonta ao colonialismo assente sob um viés iconoclasta. 
c) repercute as manifestações do sincretismo religioso. 
d) descreve a gênese da formação do povo brasileiro. 
e) promove inovações no repertório linguístico. 
 
21. À curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista e 
domínio corresponde, inicialmente, o deslumbramento diante da 
paisagem exótica e exuberante da terra recém-descoberta, 
testemunhado pelos cronistas portugueses 
a) Gonçalves de Magalhães e José de Anchieta. 
b) Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa. 
c) Botelho de Oliveira e José de Anchieta. 
 
 
 
 7 
 
d) Gabriel Soares de Sousa e Gonçalves de Magalhães. 
e) Botelhode Oliveira e Pero de Magalhães Gândavo. 
 
22. Põe-me onde se use toda a feridade, 
Entre leões e tigres, e verei 
Se neles achar posso a piedade 
Que entre peitos humanos não achei. 
Ali, co'o amor intrínseco e vontade 
Naquele por quem morro, criarei 
Estas relíquias suas, que aqui viste, 
Que refrigério sejam da mãe triste. 
 
O trecho evidencia características: 
a) da poesia trovadoresca. 
b) do Barroco português. 
c) de um auto vicentino. 
d) da poesia lírica de Antero de Quental. 
e) da poesia épica camoniana. 
 
23. Considere as seguintes afirmações: 
I. A aculturação dos indígenas era um dos objetivos do Padre 
Anchieta. 
II. Em sua parte lírica, a poesia de Anchieta se manteve fiel às 
formas dos cancioneiros medievais. 
III. O objetivo da catequese jesuítica, no século XVI, era incutir no 
índio o sentimento de resistência às violências do colonizador. 
Está correto o que vem afirmado em 
a) II, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
24. Assinale a afirmativa INCORRETA. 
a) Enquanto a linguagem do historiador, do cientista se define como 
denotativa, a linguagem do autor literário se define como 
conotativa. 
b) A literatura não existe fora de um contexto social, já que cada 
autor tem uma vivência social. 
c) A obra literária não permite aos leitores gerar várias ideias e 
interpretações, pois trabalha a linguagem de forma 
exclusivamente objetiva. 
d) A linguagem poética é constituída por uma estrutura complexa, 
pois acrescenta ao discurso linguístico um significado novo, 
surpreendente. 
e) Para o entendimento de um texto literário, é necessário o 
conhecimento do código linguístico e de uma pluralidade de 
códigos: retóricos, míticos, culturais, que se encontram na base 
da estrutura artístico-ideológica do texto. 
 
25. No período compreendido entre o descobrimento do Brasil e o 
ano de 1601, produziu-se, no Brasil a literatura informativa, cuja 
temática está resumida na opção: 
a) a vida dos habitantes nativos. 
b) o perfil físico, étnico e cultural da nova terra. 
c) o modelo de catequese adotado pelos jesuítas. 
d) as aventuras do europeu descobridor. 
e) a política predatória de Portugal em relação ao Brasil. 
 
26. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir 
sobre a Literatura de Informação no Brasil. 
( ) A carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei D. Manuel I, 
circulou amplamente entre a nobreza e o povo português da época. 
( ) Os textos informativos apresentavam, em geral, uma estrutura 
narrativa, pois esta se adaptava melhor aos objetivos dos autores de 
falar das coisas que viam. 
( ) Os textos que informavam sobre o Novo Mundo despertavam 
grande curiosidade entre o público europeu, estando os de Américo 
Vespúcio entre os mais divulgados no início do século XVI. 
( ) Pero de Magalhães Gandavo é o autor dos textos "Tratado da 
Terra do Brasil" e "História da Província Santa Cruz a que 
Vulgarmente chamamos de Brasil". 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para 
baixo, é 
a) V - F - V - V. 
b) V - F - F - F. 
c) F - V - V - V. 
d) F - F - V - V. 
e) V - V - F - F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
Gabarito 
1. B 
2. D 
3. E 
4. A 
5. B 
6. A 
7. B 
8. B 
9. C 
10. E 
11. B 
12. 
13. C 
14. A 
15. E 
16. E 
17. B 
18. B 
19. B 
20. B 
21. B 
22. E 
23. B 
24. C 
25. B 
26. D

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