Buscar

ARTIGO EDIVÂNIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 
Aparecida de Melo Cavalcanti
1 
Edivânia Gonçalves da Silva
2
 
Patricia Tenório
3
 
(patriciatteenorio@gmail.com) 
 
 
 
RESUMO 
Este trabalho tem como objetivo a questão do brincar na educação infantil visando analisar a 
importância da brincadeira na vida das crianças desenvolvendo um papel melhor, a linguagem e a 
forma de interação social dessas crianças. Sendo assim o ato de brincar para o estudante passa a 
desenvolver a sua capacidades importantes como atenção, memória limitação e a imaginação dos seres 
e seu desenvolvimento afetivo e educativo. A brincadeira e de fundamental importância para que as 
crianças tenham um grande pensamento do futuro e a educação infantil passa a falar sobre a realidade 
e acultura a qual os mesmos estejam inseridos. Assim as crianças desenvolvem por meio dos jogos e 
de várias outras coisas a lidar com o lugar de sua realidade simbólica, aos ´poucas as crianças 
entendem o mundo em que estão e o valor que tem a aprendizagem. 
Palavras-chave: Brincadeira, Educação Infantil, Criança 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presenta 
na escola desde a educação infantil para que o estudante possa se colocar e se expressar 
através das atividades lúdicas considerando-se como tal: as brincadeiras, os jogos, a música, a 
arte, a expressão corporal, ou seja, atividade que mantenham a espontaneidade das crianças. A 
brincadeira é uma linguagem infantil e quando brinca a criança tem o domínio da linguagem 
simbólica desenvolvendo assim a imaginação. 
 O lúdico na Educação Infantil tem por objetivo oportunizar ao professor e estudante a 
compreensão do significado e da importância das suas atividades. Os jogos e as brincadeiras 
têm especificidade diferente quando ocorrem na escola por serem mediados pelas normas 
institucionais, portanto, são recursos importantes para a eficácia do processo ensino e 
aprendizagem. 
 
1
 Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE 
2
 Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE 
3
 Professora Pesquisadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE (Campus Garanhuns) 
 
 
 Ao recorre ao uso de jogos, o professor pode proporcionar uma atmosfera de 
motivação que permite os estudantes participar ativamente, assimilando experiências e 
informações. O jogo mobiliza os esquemas mentais de forma a acionar e ativar as funções 
psiconeurológicas, as operações mentais estimulam o pensamento que integram as dimensões 
afetiva, motora e cognitiva da constituição da personalidade. 
 Por meio do jogar e do brincar a criança aprende a compreender e a lidar com o 
mundo na qual está inserida, criando um lugar simbólico: seu faz – de- conta. É brincando que 
aos poucos a criança entende seu mundo e aprende quais resposta pode proceder para cada 
situação. O professor, ao ter a possibilidade de entender um pouco mais sobre a importância 
do brincar e a oportunidade de utilizá-lo adequadamente, pois poderá aguçar o desejo da 
curiosidade na busca ao saber, do sentir e do agir. 
A brincadeira envolve o estudante nas atividades, pois ela é algo inerente na criança, é sua 
forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca. O brincar pode ser denominado 
como uma simples movimentação – envolve aspectos motores, cognitivos e afetivos, tornou-
se objeto de curiosidade de sociólogos, antropólogos, professores e especialistas de outras 
áreas, e é considerado como uma das fontes inesgotáveis de investigação e descobertas ao 
lado de outras necessidades vitais da criança. 
 Neste sentido, desenvolver atividades na Educação Infantil não é nada fácil em razão 
dos estudantes ainda não corresponderem de forma motora, cognitiva, social e afetiva a 
muitas atividades. Então, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem 
oportuniza os jogos e brincadeiras, disponibiliza materiais e participar de forma ativa na 
construção dos espaços e tempos de atividades lúdicas, ou seja, proporciona a mediação na 
construção do conhecimento, observando e respeitando as diferenças de cada criança. 
 A partir das indagações feitas por pessoas que não entendem a grande importância do 
brincar nas turmas de Educação Infantil, decidimos realizar essa pesquisa nos baseando em 
referenciais teóricos com o objetivo de esclarecer o quanto é importante valorizar as 
brincadeiras na fase da infância para o desenvolvimento da criança. As brincadeiras 
tradicionais estão cada vez mais ficando no passado, o pai não se tem mais tempo para 
brincarem com seus filhos, o convívio se restringindo as redes sociais, perdendo momentos de 
grande aprendizado proporcionado pelas brincadeiras, sendo assim neste projeto teremos um 
levantamento bibliográfico quanto a importância do brincar na Educação Infantil, mostrando 
o que de bom pode proporcionar a criança. 
 
 
Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais prazer, é o 
caminho pelo qual as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a 
mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, 
descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e 
a capacidade de se tornar um ser humano criativo. 
As atividades lúdicas propiciam a criança à possibilidade de conviver com diferentes 
sentimentos os quais fazem parte de seu interior, a criança demonstra através da brincadeira 
como as suas preocupações e que problema a estão atormentando, ou seja, ela expressa na 
brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras. Dessa maneira percebemos a 
necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu 
planejamento. 
A escolha desse tema se deu devido às indagações feitas por pessoas que não 
entendem a grande importância do brincar nas turmas de Educação Infantil. Por esse motivo, 
faremos um levantamento bibliográfico para que possamos embasar nossos argumentos 
evidenciando as práticas lúdicas como uma potente estratégia a ser utilizada pelos professores 
– educadores. 
O objetivo desse artigo e analisar a importância do brincar na educação infantil e 
apresentar as principais práticas que podem ser desenvolvidas nesse contexto. 
 
1. REFERENCIAL TEORICO 
 
A infância é uma fase da vida que possui muitas particularidades. É possível encontrar 
ao longo da história que as especificidades infantis nem sempre foram consideradas, as 
crianças por muitos séculos eram tratadas como adultos em miniatura. Buscando entender 
melhor essa questão, esta seção apresenta um breve histórico acerca da infância com base na 
obra do francês Philippe Ariès. 
Segundo Ariès (2014, p. 17), “até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia 
a infância ou não tentava representá-la”. Era difícil pensar a existência da infância na 
sociedade medieval. A criança era um ser misterioso sem humanidade, sem conceito social. 
No século XI, por exemplo, as crianças eram consideradas como adultos em miniatura. Ariès 
(2014, p. 17) afirma: “apenas seu tamanho os distingue dos adultos”. As crianças eram 
 
 
desenhadas em escala menor, com músculos e feições de adultos. Até o fim do século XIII 
não existia característica específicas para a criança e sim homens de tamanho reduzido. Neste 
período, a identidade da criança era definida pela falta do sentimento de infância, o que não 
quer dizer que não havia afeto pelas mesmas ou que eram desprezadas, mas que havia um 
desconhecimento das características infantis, não se diferenciava a criança do adulto. Por 
volta do século XIII, surgiram alguns modelos de criança um pouco mais próximos ao 
sentimento moderno. O primeiro modelo de criança que surgiu foi o de anjo. De acordo com 
Ariès (2014), esse modelo era representado sob o aspecto de umrapaz muito jovem, 
adolescente. O autor destaca que a idade nesta época “era a idade das crianças mais ou menos 
grandes, que eram educadas para ajudar na missa [...] espécie de seminarista” (ARIÈS, 2014, 
p. 18). O menino, mesmo já grande, era desenhado pelos artistas com ênfase nos traços 
arredondados, graciosos e femininos. 
O segundo modelo de criança foi o ancestral de todas as crianças pequenas da história 
da arte: representado pelo Menino Jesus ou Nossa Senhora menina. No início desse período 
Jesus era como as outras crianças, uma miniatura do adulto. É importante destacar que foi 
“com a maternidade da Virgem, que a tenra infância ingressou no mundo das representações” 
(ARIÈS, 2014, p.19). Esse mundo de representações é a forma que os artistas representavam a 
criança através da pintura. O sentimento elevado da delicada infância permaneceu limitado ao 
Menino Jesus até o século XIV. 
O terceiro modelo, segundo Ariès (2014), surgiu na fase gótica: a criança nua. O 
Menino Jesus na maioria das vezes aparecia enrolado, só se desnudou no final da Idade 
Média. 
Ariès (2014, p. 20) menciona que 
Depois, surgiram as outras infâncias santas: a de São João, o companheiro de 
jogos do Menino Jesus, a de São Tiago e a dos filhos das mulheres santas 
[...]. Uma iconografia inteiramente nova se formou assim, multiplicando 
cenas de crianças e procurando reunir nos mesmos conjuntos o grupo dessas 
crianças santas, com ou sem suas mães. 
O século XVIII foi marcado como uma época incomumente iluminada, um marco do 
surgimento de uma nova concepção de infância. O conceito de infância se destaca pelo novo 
valor do amor familiar. A criança passou para os cuidados e controle da família e, em seguida, 
para a escola (JARDIM, 2003). 
Jardim (2003, p. 28) ressalta que compreender a criança na contemporaneidade é 
“pensar a criança como devir é, portanto, vê-la dispor de um saber o qual ela mesma ajuda a 
11 
 
 
fabricar e que deve ser reconhecido nas suas experiências quotidianas, onde se subjetiva e 
encontra no seu brincar um campo para sua constituição”. 
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte 
de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma 
determinada cultura, em um determinado momento histórico. É 
profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também 
o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referencia 
fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece 
com outras instituições sociais (BRASIL, 2001, p. 21). 
As crianças da atualidade são ativas e críticas, preparadas para lidar com uma imensa 
quantidade de informações. Na educação, desde cedo, demonstram uma postura ativa e seus 
questionamentos são contínuos em sala de aula. Dessa maneira, elas não se veem satisfeitas 
em ser meras espectadoras sociais e cumpridoras de ordens (HAETINGER, 2006). 
A LDB de 1996 inseriu a educação infantil na educação básica como sua primeira 
etapa de formação – uma forma de reconhecer que a educação tem início nos primeiros anos 
de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, conforme o art. 22 do referido 
ditame, in verbis: 
Art. 22 – A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, 
assegurar – lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer – lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos 
posteriores. 
Na atual LDB, o destaque dado à educação infantil era inexistente nas legislações 
anteriores. Aqui, a temática é tratada na seção II, do capítulo II, nos seguintes termos: 
Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação 
da família e da comunidade. 
Art. 30 A educação infantil será oferecida em: 
I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; 
II – pré – escolas para crianças de quatro a seis anos de idade. 
Art. 31 Na educação infantil a avaliação fará – se – á mediante 
acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de 
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. 
As experiências vivenciadas de zero a seis anos de idade são fundamentais na 
formação do ser humano. O que se aprende na referida fase pode deixar marcas para o resto 
da vida. A educação infantil é o momento de interação da criança com o mundo, com todos os 
que a cercam e consigo mesma. 
 
 
Final do século XIX e começo do século XX, foi enfatizada a necessidade de se 
preservarem os costumes infantis e as coleções lúdicas eram tratadas como relíquias. O jogo 
tinha a característica universal de todas as culturas devido à difusão constante ou a unidade 
física do pensamento humano e ao conservadorismo de todas, correndo, porém o risco de 
transformar essas coleções de jogos em documentos mortos. Introduz a criança no grupo 
social com brincadeiras de grupo, iniciando a sua socialização (BRENELLI, 2003). 
Ainda e acordo com Brenelli (2003), na década de 1930 a 1950 acontece a 
socialização da criança, começando pelos jogos em que há a participação da criança, do 
professor e outras crianças. Ao se socializar, a criança entra em contato com outros amigos, 
habitua-se a considerar o ponto de vista de outra criança e isso estimula o pensamento. Essa 
troca leva à construção do desenvolvimento. De 1920 à década de 1960, o jogo era usado 
como contexto para a pesquisa de outras atividades. A observação do jogo espontâneo através 
do diário do jogo, assim como a utilização de fotografias e anotações simultâneas para 
registrar o comportamento de crianças e adultos foi feita através de inovações metodológicas 
importantes para o estudo de criança e de jogos. Nas décadas de 1950 a 1970 ressalta-se a 
importância da comunicação no jogo, distinguindo mensagens, regras, normas, respeito às 
mesmas e à conscientização da importância da ordem. 
O jogar é o brincar em um contexto de regras e com um objetivo predefinido. Para 
Almeida (2000, p.22) “o ato consiste em uma atividade livre, conscientemente tomada como 
não séria e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de 
maneira intensa e total”. 
Além desses critérios, o professor deve estar atento também à idade e auxiliar a 
criança na utilização do brinquedo até que esteja apta a brincar sozinha. O professor deve 
também participar das brincadeiras, demonstrando prazer e estimulando-as a participar. Para 
Kishimoto, (2005, p.18), “o jogo é para a criança um fim em si mesmo, ele deve ser para nós 
um meio (de educar), de onde seu nome - jogo educativo - que torna cada vez mais um lugar 
na linguagem da pedagogia maternal”. No jogo a criança se sente livre e se expressa 
facilmente. 
Para o professor o jogo é um instrumento para formar, criando um clima adequado 
para a investigação e a busca de soluções. Sua valorização, segundo Kishimoto (2005) na 
educação dá-se justamente pelo caráter sério que é a aquisição do conhecimento e o caráter 
não sério que dá espaço ao lúdico dando liberdade de ação para a criança. 
14 
 
 
A aprendizagem através da ludicidade possui maior possibilidade de ser canalizada 
pela criança e a escola é um dos locais para o desenvolvimento das atividades lúdicas 
proporcionando diversos benefícios aos alunos. Além disso, cada atividade tem seu 
significado próprio, único para cada um que brinca. 
O lúdico apresenta funções sociais e demonstra a apresentação que a sociedade tem da 
criança e quais os conceitos que possui acerca da infância. A criança evolui com o jogo e o 
jogo da criança, paralelamente, evolui com o seu desenvolvimento. 
Para quem trabalha com crianças, a brincadeira é uma fonte de prazer no dia-a-dia 
delas. Mas o brincar também tem outras importantes funções no desenvolvimento infantil,como por exemplo, contribuir com seu desenvolvimento físico e cognitivo nos estágios 
descritos por Piaget (1974, p.13) que configuram uma etapa de vida ao longo do 
desenvolvimento do indivíduo, levando em consideração que: 
O indivíduo tende a um equilíbrio, que está relacionado a um comportamento 
adaptativo em relação à natureza, que por sua vez sugere um sujeito de 
características biológicas inegáveis, as quais são fonte de construção da 
inteligência. O desenvolvimento e caracterizado por um processo de 
sucessivas equilibrações. O desenvolvimento psíquico começa quando 
nascemos e segue até a maturidade, sendo comparável ao crescimento 
orgânico: com este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. 
O lúdico é o adjetivo que significa e qualifica tudo o que se relaciona com o jogo ou 
brincadeira e, principalmente, entender que a criança é um ser feito para brincar. Com as 
atividades lúdicas, a criança adquire experiência, pois a brincadeira é uma parcela importante 
da sua vida e, também, evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das 
intervenções de brincadeiras feitas por outras crianças e adultos (KISHIMOTO, 2005). 
A brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sociocultural localizado no tempo e 
no espaço. A escola não é um local como outro qualquer é nela que a criança aprende a forma 
de se relacionar com o próprio conhecimento. De acordo com Aguiar (1998, p. 43), o jogo 
tem um poder excitador sobre a criança “e facilita tanto o progresso da personalidade integral 
da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e 
morais”. 
As brincadeiras e os jogos têm uma especificidade quando ocorrem na escola, pois são 
mediadas pelas normas institucionais. Nesse contexto, Kishimoto (2005, p.33) afirma que as 
atividades lúdicas contribuem para o “desenvolvimento intelectual da criança sugere a 
utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de conceitos e para o 
 
 
desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas” como, por exemplo, memória, 
avaliação e resolução de problemas. 
 
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
A presente investigação trata-se de um estudo qualitativo. De acordo com Horn e Diez 
(2005), a pesquisa qualitativa é o estudo do fato em seu acontecer natural, defendendo uma 
visão holística, ou seja, que leve em consideração todos os componentes de uma situação em 
suas interações e influências recíprocas. 
Segundo Alves-Mazzotti (1991, p. 54): 
Esta abordagem parte do pressuposto de que as pessoas agem em função de 
suas crenças, percepções, sentimentos e valores e seu comportamento tem 
sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo 
imediato, precisando ser desvelado. 
Para Horn e Diez (2005, p. 77), a abordagem qualitativa tem origem teórica na 
fenomenologia. 
A fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano 
e preconiza que é preciso penetrar no universo conceitual dos sujeitos para 
poder entender como e que tipo de sentido eles dão aos acontecimentos e às 
interações sociais que ocorrem em sua vida de diária. 
Na pesquisa qualitativa os dados são representados por meio de relatórios, 
evidenciando os aspectos mais importantes que foram encontrados no processo de 
investigação. As pesquisas qualitativas têm um caráter descobridor, incentivando o 
pesquisador a pensar e refletir sobre o assunto abordado. 
Neste estudo foi feita uma pesquisa bibliográfica realizada por meio de material já 
apresentado, composto por livros e artigos científicos. Segundo Horn e Diez (2005, p. 73), na 
pesquisa bibliográfica “o objetivo é buscar compreender as principais contribuições teóricas 
existentes sobre um determinado tema-problema ou recorte, considerando-se a produção já 
existente”. 
Ademais, foi realizada uma pesquisa de campo para acessar, através de observações e 
entrevistas, informações de como o brincar é visto e desenvolvido por professores em suas 
práticas educacionais. Sobre as observações e entrevistas, Jardim (2003, p. 57) afirma: 
 
 
Instrumentos estes para descobrirem novos conceitos, novas relações, novas 
formas de entendimento da realidade, desvelando suas múltiplas dimensões, 
enfatizando seu movimento, apontando suas contradições, recuperando a 
força viva que nela está presente. 
A técnica de observação na pesquisa permite ao observador conhecer melhor o 
trabalho dos professores entrevistados, além de possibilitar um contato maior com a realidade 
pesquisada. No decorrer da observação foram registrados os dados de interesse da pesquisa. 
Segundo Alves (1999, p. 164), 
Os comportamentos a serem observados, bem como a forma de registro, são 
preestabelecidos. São geralmente usadas quando o pesquisador trabalha com 
um quadro teórico a priori que lhe permite propor questões mais precisas, 
bem como identificar categorias de observação relevantes para respondê-la. 
A pesquisa de campo foi realizada na Escola Municipal Luiza Maria Cândido (nome 
fictício) localizado na cidade de São João - PE. Essa escola atende a 120 crianças, com idades 
entre três e seis anos. A escolha dessa escola se deu devido à realização de estágio 
supervisionado na educação infantil, no 6º e 7° período de pedagogia, com observações, 
regências e projetos, em que se pôde observar, no período de seis meses, que a Instituição 
possui uma estrutura física muito estimuladora, contendo uma brinquedoteca que é um espaço 
importante para o desenvolvimento de atividades lúdicas. 
Para a realização da pesquisa foram realizadas observações em com três professoras 
que atuam na Escola Municipal Luiza Maria Cândido (Professora A, Professora B e 
Professora C), nas turmas de infantil . A escolha dessas professoras se deu no período de 
estágio, ao observar sua dedicação na prática docente e por verificar que as mesmas utilizam 
muito as atividades lúdicas em suas aulas. Em relação às crianças, optou-se por observar a 
faixa etária de três a cinco anos de idade, de ambos os sexos. 
 
3. RESULTADOS ALCANÇADOS 
 
 Partindo da análise dos resultados da pesquisa foi possível perceber que que a 
ludicidade e de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo infantil, desde 
que, trabalhado de forma conjunta com o conteúdo. 
 Foram realizada observações junto as salas de educação infantil durante a realização 
do estagio supervisionado. Durante esse período escolhemos duas professoras para observar a 
 
 
dedicação de cada uma delas nas praticas docentes e verificamos que as mesma utilizam 
muitas atividades lúdicas em suas aulas. 
 É possível entender que as atividades diversificadas contemplam um brincar com sua 
principal configuração. As instituições de educação infantil devem compreender o lúdico 
como uma atividade subjetiva e intrínseca, cuja aprendizagem está relacionada Às suas 
próprias características: participação voluntária e ativa, envolvimento de regras da 
imaginação, relacionada às experiências vividas por cada participante e ausência de 
finalidades externas. 
 Após as observações, é possível constatar que na Educação Infantil, o brincar tem um 
papel de suma importância. É através dele que as crianças aprendem por meio de 
oportunidades que lhe são oferecidas em repetir o que já conhecem, de modo que ativam a 
memória de novas situações imaginárias. Assim, o brincar interpreta a realidade expressando 
suas fantasias, prazeres e saberes, dando chance para elas refletirem e solucionarem 
problemas diversos. A atividade lúdica é, então, uma das ações contribuintes para o 
desenvolvimento da autonomia e da sociabilidade. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca. De 
alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao 
relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança estabelece com os jogos e as 
brincadeiras uma relação natural e consegueextravasar suas tristezas e alegrias, angústias, 
entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança se 
envolve no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro. 
Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, são 
fundamentais como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a 
percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e 
jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura 
atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras 
habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir 
 
 
significamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do 
aluno. 
Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas 
principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas 
com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é 
construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a 
formação integral da criança. 
 Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito 
importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles 
estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de 
ensino e aprendizagem. 
Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o 
desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, 
desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o 
lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na 
aprendizagem da criança. 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AGUIAR, J.S. Jogos para o ensino de conceitos. Campinas: Papirus, 1998 
ALMEIDA, M. T. P. Os jogos tradicionais infantis em brinquedotecas cubanas e 
brasileiras. São Paulo: USP, 2000. Disponível em: 
<http://marcosteodorico.blogspot.com.br/2008/06/artigo-publicado-in-1-congresso.html>. 
Acesso em: 25 maio. 2019. 
ALMEIDA, P.N. Educação Lúdica. São Paulo: Loyola, 2000. 
ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. O Planejamento de pesquisas qualitativas em 
educação. Estado de São Paulo, maio 1991. 
ANTUNES, C. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. Rio 
de Janeiro, Vozes, 2003. 
 
 
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. 
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº. 
9394/196. Brasília: Senado Federal, 1996. 
BRENELLI, Rosely Palermo. O jogo como espaço para pensar: a construção de noções 
lógicas e aritméticas. São Paulo: Editora Papirus, 4ª edição, 2003. 
CARVALHO, A. M. A.; PONTES, F. A. R. Brincadeira é cultura. In: A.M.A. Carvalho; 
C.M.C. Magalhães, F. A. R. Pontes; I. D. Bichara (Orgs.). Brincadeira e cultura: viajando 
pelo Brasil que brinca.(pp.15-30). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
HAETINGER, Max Gunther. Movimento. Curitiba: IESDE, 2006. 
HORN, Geraldo Balduino; DIEZ, Carmem Lúcia F. Metodologia de Pesquisa. Curitiba: 
IESDE, 2005. 
JARDIM, Cláudia Santos. Brincar: um campo de subjetivação na infância. São Paulo: 
Annablume, 2003. 
JARDIM, Cláudia Santos. Brincar: um campo de subjetivação na infância. São Paulo: 
Annablume, 2003. 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 2 ed. São 
Paulo: Cortez, 1997. 
_____. Jogo, brincadeira e a educação. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
MACHADO, Marina M. O brinquedo-sucata e a criança: a importância do brincar, 
atividades e materiais. 4ª ed., São Paulo, SP: Loyola, 2001. 
PIAGET, J. Aprendizagem e conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974. 
SANTOS, Marli Pires dos (org). A criança, o adulto e o lúdico. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. 
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995.

Continue navegando