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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Aparecida de Melo Cavalcanti 1 Edivânia Gonçalves da Silva 2 Patricia Tenório 3 (patriciatteenorio@gmail.com) RESUMO Este trabalho tem como objetivo a questão do brincar na educação infantil visando analisar a importância da brincadeira na vida das crianças desenvolvendo um papel melhor, a linguagem e a forma de interação social dessas crianças. Sendo assim o ato de brincar para o estudante passa a desenvolver a sua capacidades importantes como atenção, memória limitação e a imaginação dos seres e seu desenvolvimento afetivo e educativo. A brincadeira e de fundamental importância para que as crianças tenham um grande pensamento do futuro e a educação infantil passa a falar sobre a realidade e acultura a qual os mesmos estejam inseridos. Assim as crianças desenvolvem por meio dos jogos e de várias outras coisas a lidar com o lugar de sua realidade simbólica, aos ´poucas as crianças entendem o mundo em que estão e o valor que tem a aprendizagem. Palavras-chave: Brincadeira, Educação Infantil, Criança INTRODUÇÃO A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presenta na escola desde a educação infantil para que o estudante possa se colocar e se expressar através das atividades lúdicas considerando-se como tal: as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividade que mantenham a espontaneidade das crianças. A brincadeira é uma linguagem infantil e quando brinca a criança tem o domínio da linguagem simbólica desenvolvendo assim a imaginação. O lúdico na Educação Infantil tem por objetivo oportunizar ao professor e estudante a compreensão do significado e da importância das suas atividades. Os jogos e as brincadeiras têm especificidade diferente quando ocorrem na escola por serem mediados pelas normas institucionais, portanto, são recursos importantes para a eficácia do processo ensino e aprendizagem. 1 Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE 2 Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE 3 Professora Pesquisadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia (Parfor) da UPE (Campus Garanhuns) Ao recorre ao uso de jogos, o professor pode proporcionar uma atmosfera de motivação que permite os estudantes participar ativamente, assimilando experiências e informações. O jogo mobiliza os esquemas mentais de forma a acionar e ativar as funções psiconeurológicas, as operações mentais estimulam o pensamento que integram as dimensões afetiva, motora e cognitiva da constituição da personalidade. Por meio do jogar e do brincar a criança aprende a compreender e a lidar com o mundo na qual está inserida, criando um lugar simbólico: seu faz – de- conta. É brincando que aos poucos a criança entende seu mundo e aprende quais resposta pode proceder para cada situação. O professor, ao ter a possibilidade de entender um pouco mais sobre a importância do brincar e a oportunidade de utilizá-lo adequadamente, pois poderá aguçar o desejo da curiosidade na busca ao saber, do sentir e do agir. A brincadeira envolve o estudante nas atividades, pois ela é algo inerente na criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca. O brincar pode ser denominado como uma simples movimentação – envolve aspectos motores, cognitivos e afetivos, tornou- se objeto de curiosidade de sociólogos, antropólogos, professores e especialistas de outras áreas, e é considerado como uma das fontes inesgotáveis de investigação e descobertas ao lado de outras necessidades vitais da criança. Neste sentido, desenvolver atividades na Educação Infantil não é nada fácil em razão dos estudantes ainda não corresponderem de forma motora, cognitiva, social e afetiva a muitas atividades. Então, o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem oportuniza os jogos e brincadeiras, disponibiliza materiais e participar de forma ativa na construção dos espaços e tempos de atividades lúdicas, ou seja, proporciona a mediação na construção do conhecimento, observando e respeitando as diferenças de cada criança. A partir das indagações feitas por pessoas que não entendem a grande importância do brincar nas turmas de Educação Infantil, decidimos realizar essa pesquisa nos baseando em referenciais teóricos com o objetivo de esclarecer o quanto é importante valorizar as brincadeiras na fase da infância para o desenvolvimento da criança. As brincadeiras tradicionais estão cada vez mais ficando no passado, o pai não se tem mais tempo para brincarem com seus filhos, o convívio se restringindo as redes sociais, perdendo momentos de grande aprendizado proporcionado pelas brincadeiras, sendo assim neste projeto teremos um levantamento bibliográfico quanto a importância do brincar na Educação Infantil, mostrando o que de bom pode proporcionar a criança. Percebemos desse modo que brincando a criança aprende com muito mais prazer, é o caminho pelo qual as crianças compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É a oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e a capacidade de se tornar um ser humano criativo. As atividades lúdicas propiciam a criança à possibilidade de conviver com diferentes sentimentos os quais fazem parte de seu interior, a criança demonstra através da brincadeira como as suas preocupações e que problema a estão atormentando, ou seja, ela expressa na brincadeira o que tem dificuldade de expressar com palavras. Dessa maneira percebemos a necessidade do professor de pensar nas atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. A escolha desse tema se deu devido às indagações feitas por pessoas que não entendem a grande importância do brincar nas turmas de Educação Infantil. Por esse motivo, faremos um levantamento bibliográfico para que possamos embasar nossos argumentos evidenciando as práticas lúdicas como uma potente estratégia a ser utilizada pelos professores – educadores. O objetivo desse artigo e analisar a importância do brincar na educação infantil e apresentar as principais práticas que podem ser desenvolvidas nesse contexto. 1. REFERENCIAL TEORICO A infância é uma fase da vida que possui muitas particularidades. É possível encontrar ao longo da história que as especificidades infantis nem sempre foram consideradas, as crianças por muitos séculos eram tratadas como adultos em miniatura. Buscando entender melhor essa questão, esta seção apresenta um breve histórico acerca da infância com base na obra do francês Philippe Ariès. Segundo Ariès (2014, p. 17), “até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la”. Era difícil pensar a existência da infância na sociedade medieval. A criança era um ser misterioso sem humanidade, sem conceito social. No século XI, por exemplo, as crianças eram consideradas como adultos em miniatura. Ariès (2014, p. 17) afirma: “apenas seu tamanho os distingue dos adultos”. As crianças eram desenhadas em escala menor, com músculos e feições de adultos. Até o fim do século XIII não existia característica específicas para a criança e sim homens de tamanho reduzido. Neste período, a identidade da criança era definida pela falta do sentimento de infância, o que não quer dizer que não havia afeto pelas mesmas ou que eram desprezadas, mas que havia um desconhecimento das características infantis, não se diferenciava a criança do adulto. Por volta do século XIII, surgiram alguns modelos de criança um pouco mais próximos ao sentimento moderno. O primeiro modelo de criança que surgiu foi o de anjo. De acordo com Ariès (2014), esse modelo era representado sob o aspecto de umrapaz muito jovem, adolescente. O autor destaca que a idade nesta época “era a idade das crianças mais ou menos grandes, que eram educadas para ajudar na missa [...] espécie de seminarista” (ARIÈS, 2014, p. 18). O menino, mesmo já grande, era desenhado pelos artistas com ênfase nos traços arredondados, graciosos e femininos. O segundo modelo de criança foi o ancestral de todas as crianças pequenas da história da arte: representado pelo Menino Jesus ou Nossa Senhora menina. No início desse período Jesus era como as outras crianças, uma miniatura do adulto. É importante destacar que foi “com a maternidade da Virgem, que a tenra infância ingressou no mundo das representações” (ARIÈS, 2014, p.19). Esse mundo de representações é a forma que os artistas representavam a criança através da pintura. O sentimento elevado da delicada infância permaneceu limitado ao Menino Jesus até o século XIV. O terceiro modelo, segundo Ariès (2014), surgiu na fase gótica: a criança nua. O Menino Jesus na maioria das vezes aparecia enrolado, só se desnudou no final da Idade Média. Ariès (2014, p. 20) menciona que Depois, surgiram as outras infâncias santas: a de São João, o companheiro de jogos do Menino Jesus, a de São Tiago e a dos filhos das mulheres santas [...]. Uma iconografia inteiramente nova se formou assim, multiplicando cenas de crianças e procurando reunir nos mesmos conjuntos o grupo dessas crianças santas, com ou sem suas mães. O século XVIII foi marcado como uma época incomumente iluminada, um marco do surgimento de uma nova concepção de infância. O conceito de infância se destaca pelo novo valor do amor familiar. A criança passou para os cuidados e controle da família e, em seguida, para a escola (JARDIM, 2003). Jardim (2003, p. 28) ressalta que compreender a criança na contemporaneidade é “pensar a criança como devir é, portanto, vê-la dispor de um saber o qual ela mesma ajuda a 11 fabricar e que deve ser reconhecido nas suas experiências quotidianas, onde se subjetiva e encontra no seu brincar um campo para sua constituição”. A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica ou não, um ponto de referencia fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais (BRASIL, 2001, p. 21). As crianças da atualidade são ativas e críticas, preparadas para lidar com uma imensa quantidade de informações. Na educação, desde cedo, demonstram uma postura ativa e seus questionamentos são contínuos em sala de aula. Dessa maneira, elas não se veem satisfeitas em ser meras espectadoras sociais e cumpridoras de ordens (HAETINGER, 2006). A LDB de 1996 inseriu a educação infantil na educação básica como sua primeira etapa de formação – uma forma de reconhecer que a educação tem início nos primeiros anos de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, conforme o art. 22 do referido ditame, in verbis: Art. 22 – A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar – lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer – lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores. Na atual LDB, o destaque dado à educação infantil era inexistente nas legislações anteriores. Aqui, a temática é tratada na seção II, do capítulo II, nos seguintes termos: Art. 29 A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem com finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Art. 30 A educação infantil será oferecida em: I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré – escolas para crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31 Na educação infantil a avaliação fará – se – á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. As experiências vivenciadas de zero a seis anos de idade são fundamentais na formação do ser humano. O que se aprende na referida fase pode deixar marcas para o resto da vida. A educação infantil é o momento de interação da criança com o mundo, com todos os que a cercam e consigo mesma. Final do século XIX e começo do século XX, foi enfatizada a necessidade de se preservarem os costumes infantis e as coleções lúdicas eram tratadas como relíquias. O jogo tinha a característica universal de todas as culturas devido à difusão constante ou a unidade física do pensamento humano e ao conservadorismo de todas, correndo, porém o risco de transformar essas coleções de jogos em documentos mortos. Introduz a criança no grupo social com brincadeiras de grupo, iniciando a sua socialização (BRENELLI, 2003). Ainda e acordo com Brenelli (2003), na década de 1930 a 1950 acontece a socialização da criança, começando pelos jogos em que há a participação da criança, do professor e outras crianças. Ao se socializar, a criança entra em contato com outros amigos, habitua-se a considerar o ponto de vista de outra criança e isso estimula o pensamento. Essa troca leva à construção do desenvolvimento. De 1920 à década de 1960, o jogo era usado como contexto para a pesquisa de outras atividades. A observação do jogo espontâneo através do diário do jogo, assim como a utilização de fotografias e anotações simultâneas para registrar o comportamento de crianças e adultos foi feita através de inovações metodológicas importantes para o estudo de criança e de jogos. Nas décadas de 1950 a 1970 ressalta-se a importância da comunicação no jogo, distinguindo mensagens, regras, normas, respeito às mesmas e à conscientização da importância da ordem. O jogar é o brincar em um contexto de regras e com um objetivo predefinido. Para Almeida (2000, p.22) “o ato consiste em uma atividade livre, conscientemente tomada como não séria e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total”. Além desses critérios, o professor deve estar atento também à idade e auxiliar a criança na utilização do brinquedo até que esteja apta a brincar sozinha. O professor deve também participar das brincadeiras, demonstrando prazer e estimulando-as a participar. Para Kishimoto, (2005, p.18), “o jogo é para a criança um fim em si mesmo, ele deve ser para nós um meio (de educar), de onde seu nome - jogo educativo - que torna cada vez mais um lugar na linguagem da pedagogia maternal”. No jogo a criança se sente livre e se expressa facilmente. Para o professor o jogo é um instrumento para formar, criando um clima adequado para a investigação e a busca de soluções. Sua valorização, segundo Kishimoto (2005) na educação dá-se justamente pelo caráter sério que é a aquisição do conhecimento e o caráter não sério que dá espaço ao lúdico dando liberdade de ação para a criança. 14 A aprendizagem através da ludicidade possui maior possibilidade de ser canalizada pela criança e a escola é um dos locais para o desenvolvimento das atividades lúdicas proporcionando diversos benefícios aos alunos. Além disso, cada atividade tem seu significado próprio, único para cada um que brinca. O lúdico apresenta funções sociais e demonstra a apresentação que a sociedade tem da criança e quais os conceitos que possui acerca da infância. A criança evolui com o jogo e o jogo da criança, paralelamente, evolui com o seu desenvolvimento. Para quem trabalha com crianças, a brincadeira é uma fonte de prazer no dia-a-dia delas. Mas o brincar também tem outras importantes funções no desenvolvimento infantil,como por exemplo, contribuir com seu desenvolvimento físico e cognitivo nos estágios descritos por Piaget (1974, p.13) que configuram uma etapa de vida ao longo do desenvolvimento do indivíduo, levando em consideração que: O indivíduo tende a um equilíbrio, que está relacionado a um comportamento adaptativo em relação à natureza, que por sua vez sugere um sujeito de características biológicas inegáveis, as quais são fonte de construção da inteligência. O desenvolvimento e caracterizado por um processo de sucessivas equilibrações. O desenvolvimento psíquico começa quando nascemos e segue até a maturidade, sendo comparável ao crescimento orgânico: com este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. O lúdico é o adjetivo que significa e qualifica tudo o que se relaciona com o jogo ou brincadeira e, principalmente, entender que a criança é um ser feito para brincar. Com as atividades lúdicas, a criança adquire experiência, pois a brincadeira é uma parcela importante da sua vida e, também, evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e das intervenções de brincadeiras feitas por outras crianças e adultos (KISHIMOTO, 2005). A brincadeira é de fato um espaço de aprendizado sociocultural localizado no tempo e no espaço. A escola não é um local como outro qualquer é nela que a criança aprende a forma de se relacionar com o próprio conhecimento. De acordo com Aguiar (1998, p. 43), o jogo tem um poder excitador sobre a criança “e facilita tanto o progresso da personalidade integral da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais e morais”. As brincadeiras e os jogos têm uma especificidade quando ocorrem na escola, pois são mediadas pelas normas institucionais. Nesse contexto, Kishimoto (2005, p.33) afirma que as atividades lúdicas contribuem para o “desenvolvimento intelectual da criança sugere a utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de conceitos e para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas” como, por exemplo, memória, avaliação e resolução de problemas. 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A presente investigação trata-se de um estudo qualitativo. De acordo com Horn e Diez (2005), a pesquisa qualitativa é o estudo do fato em seu acontecer natural, defendendo uma visão holística, ou seja, que leve em consideração todos os componentes de uma situação em suas interações e influências recíprocas. Segundo Alves-Mazzotti (1991, p. 54): Esta abordagem parte do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores e seu comportamento tem sempre um sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato, precisando ser desvelado. Para Horn e Diez (2005, p. 77), a abordagem qualitativa tem origem teórica na fenomenologia. A fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano e preconiza que é preciso penetrar no universo conceitual dos sujeitos para poder entender como e que tipo de sentido eles dão aos acontecimentos e às interações sociais que ocorrem em sua vida de diária. Na pesquisa qualitativa os dados são representados por meio de relatórios, evidenciando os aspectos mais importantes que foram encontrados no processo de investigação. As pesquisas qualitativas têm um caráter descobridor, incentivando o pesquisador a pensar e refletir sobre o assunto abordado. Neste estudo foi feita uma pesquisa bibliográfica realizada por meio de material já apresentado, composto por livros e artigos científicos. Segundo Horn e Diez (2005, p. 73), na pesquisa bibliográfica “o objetivo é buscar compreender as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema-problema ou recorte, considerando-se a produção já existente”. Ademais, foi realizada uma pesquisa de campo para acessar, através de observações e entrevistas, informações de como o brincar é visto e desenvolvido por professores em suas práticas educacionais. Sobre as observações e entrevistas, Jardim (2003, p. 57) afirma: Instrumentos estes para descobrirem novos conceitos, novas relações, novas formas de entendimento da realidade, desvelando suas múltiplas dimensões, enfatizando seu movimento, apontando suas contradições, recuperando a força viva que nela está presente. A técnica de observação na pesquisa permite ao observador conhecer melhor o trabalho dos professores entrevistados, além de possibilitar um contato maior com a realidade pesquisada. No decorrer da observação foram registrados os dados de interesse da pesquisa. Segundo Alves (1999, p. 164), Os comportamentos a serem observados, bem como a forma de registro, são preestabelecidos. São geralmente usadas quando o pesquisador trabalha com um quadro teórico a priori que lhe permite propor questões mais precisas, bem como identificar categorias de observação relevantes para respondê-la. A pesquisa de campo foi realizada na Escola Municipal Luiza Maria Cândido (nome fictício) localizado na cidade de São João - PE. Essa escola atende a 120 crianças, com idades entre três e seis anos. A escolha dessa escola se deu devido à realização de estágio supervisionado na educação infantil, no 6º e 7° período de pedagogia, com observações, regências e projetos, em que se pôde observar, no período de seis meses, que a Instituição possui uma estrutura física muito estimuladora, contendo uma brinquedoteca que é um espaço importante para o desenvolvimento de atividades lúdicas. Para a realização da pesquisa foram realizadas observações em com três professoras que atuam na Escola Municipal Luiza Maria Cândido (Professora A, Professora B e Professora C), nas turmas de infantil . A escolha dessas professoras se deu no período de estágio, ao observar sua dedicação na prática docente e por verificar que as mesmas utilizam muito as atividades lúdicas em suas aulas. Em relação às crianças, optou-se por observar a faixa etária de três a cinco anos de idade, de ambos os sexos. 3. RESULTADOS ALCANÇADOS Partindo da análise dos resultados da pesquisa foi possível perceber que que a ludicidade e de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo infantil, desde que, trabalhado de forma conjunta com o conteúdo. Foram realizada observações junto as salas de educação infantil durante a realização do estagio supervisionado. Durante esse período escolhemos duas professoras para observar a dedicação de cada uma delas nas praticas docentes e verificamos que as mesma utilizam muitas atividades lúdicas em suas aulas. É possível entender que as atividades diversificadas contemplam um brincar com sua principal configuração. As instituições de educação infantil devem compreender o lúdico como uma atividade subjetiva e intrínseca, cuja aprendizagem está relacionada Às suas próprias características: participação voluntária e ativa, envolvimento de regras da imaginação, relacionada às experiências vividas por cada participante e ausência de finalidades externas. Após as observações, é possível constatar que na Educação Infantil, o brincar tem um papel de suma importância. É através dele que as crianças aprendem por meio de oportunidades que lhe são oferecidas em repetir o que já conhecem, de modo que ativam a memória de novas situações imaginárias. Assim, o brincar interpreta a realidade expressando suas fantasias, prazeres e saberes, dando chance para elas refletirem e solucionarem problemas diversos. A atividade lúdica é, então, uma das ações contribuintes para o desenvolvimento da autonomia e da sociabilidade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir de pesquisa bibliográfica vemos que a criança aprende enquanto brinca. De alguma forma a brincadeira se faz presente e acrescenta elementos indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Assim, a criança estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação natural e consegueextravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, é por meio da brincadeira que a criança se envolve no jogo e partilha com o outro, se conhece e conhece o outro. Além da interação, a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, são fundamentais como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir significamente para o importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno. Vemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, mas principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação integral da criança. Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem. Conclui-se que o aspecto lúdico voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, J.S. Jogos para o ensino de conceitos. Campinas: Papirus, 1998 ALMEIDA, M. T. P. Os jogos tradicionais infantis em brinquedotecas cubanas e brasileiras. São Paulo: USP, 2000. Disponível em: <http://marcosteodorico.blogspot.com.br/2008/06/artigo-publicado-in-1-congresso.html>. Acesso em: 25 maio. 2019. ALMEIDA, P.N. Educação Lúdica. São Paulo: Loyola, 2000. ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. O Planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Estado de São Paulo, maio 1991. ANTUNES, C. O jogo e a educação infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. Rio de Janeiro, Vozes, 2003. 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