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Comércio Exterior
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1.
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Comércio Exterior
Autoria: Eline Fernanda de Santana
Como citar este documento: SANTANA, Eline Fernanda de. Comércio Exterior. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Fatores Econômicos para o Comércio Internacional 05
Assista a suas aulas 25
Unidade 2: Teorias Básicas do Comércio Exterior 32
Assista a suas aulas 56
Unidade 3: Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais 62
Assista a suas aulas 85
Unidade 4: Órgãos Reguladores do Comércio Internacional 91
Assista a suas aulas 114
2/238
3/2383
Unidade 5: Sistema de Solução de Controvérsias da OMC 121
Assista a suas aulas 144
Unidade 6: O Balanço de Pagamentos 149
Assista a suas aulas 170
Unidade 7: Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e Incoterms 176
Assista a suas aulas 203
Unidade 8: Principais Fontes de Dados sobre Comércio Exterior 208
Assista a suas aulas 231
Sumário
Comércio Exterior
Autoria: Eline Fernanda de Santana
Como citar este documento: SANTANA, Eline Fernanda de. Comércio Exterior. Valinhos: 2017.
4/238
Apresentação da Disciplina
Ao iniciar o estudo acerca de um determina-
do assunto, é necessário que sejam lança-
das as bases de compreensão do objeto da 
análise, para que assim fique assegurado 
que conceitos mais complexos sejam pos-
teriormente observados e percebidos cor-
retamente.
Esta disciplina tem a função de introduzir 
a discussão a respeito do Comércio Exteri-
or, abordando os fundamentos necessários 
para compreensão de sua existência, com-
plexibilidade e extensão. 
Por meio desta disciplina, você com-
preenderá as razões econômicas para a ex-
istência do comércio internacional, como 
as teorias das vantagens competitivas e 
das economias de escalas. A partir das te-
orias econômicas essências para o comér-
cio entre nações, perceberá como os fatores 
econômicos, culturais e políticos influen-
ciam no comércio internacional. Também 
conhecerá conceitos básicos relacionados à 
operacionalização das atividades de expor-
tação e importação, assim como os princi-
pais reguladores do comércio internacional. 
O alicerce conceitual fornecido por meio de-
sta disciplina será essencial para que você 
progrida no conhecimento e compreensão 
de temas mais complexos relacionados ao 
Comércio Exterior. 
As portas que se abrirão em sua mente, por 
meio da compreensão dos fundamentos do 
Comércio Exterior, incitarão sua curiosidade 
e seu interesse por esse tema que interliga 
nações, culturas e pessoas, promove mu-
danças estruturais na organização das em-
presas e movimenta milhares de milhões de 
dólares anualmente.
5/238
Unidade 1
Fatores Econômicos para o Comércio Internacional
Objetivos
1. Apresentar os principais fatores eco-
nômicos que influenciam na existên-
cia do comércio internacional. 
2. Entender os conceitos de economia 
de escala e concorrência imperfeita.
3. Conhecer o que é a prática de dum-
ping e entender suas implicações no 
comércio internacional. 
4. Compreender como os aspectos eco-
nômicos de economia de escala e 
concorrência monopolística se corre-
lacionam para criar ambientes favo-
ráveis ao comércio internacional.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional6/238
Introdução
Ao estudar o tema Comércio Exterior é ne-
cessário que, inicialmente, você compreen-
da o que leva as nações a vislumbrarem o 
comércio internacional como benéfico. 
Em suma, os principais motivos que levam 
ao engajamento no comércio internacional 
são de caráter econômico. As nações se re-
lacionam porque não conseguem produzir, 
dentro de suas fronteiras, todos os bens e 
serviços que são necessários para o bom 
funcionamento de sua economia, ou se os 
produzem, talvez não o faça com a eficiên-
cia e baixo custo que outros países podem 
fazer. 
Ao estudar as teorias econômicas que expli-
cam as razões para a existência do comércio 
internacional, você se deparará com duas 
principais explicações: vantagens compa-
rativas e economia de escala. 
Esta aula apresentará o conceito de econo-
mia de escala e esclarecerá como esse con-
ceito está intimamente relacionado à exis-
tência do comércio internacional.
Durante este módulo, você compreenderá 
o que é o conceito de economia de escala, 
seus tipos e suas implicações no comér-
cio internacional por meio da concorrência 
monopolística e da prática do dumping. 
A teoria das vantagens comparativas será 
abordada na próxima aula. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional7/238
1. Economias de Escalas 
Para compreender o conceito econômico 
de economia de escala é necessário enten-
der como a Economia interpreta o ambiente 
produtivo das empresas. 
Ao se analisar um ambiente produtivo a par-
tir da perspectiva econômica, você se depa-
rará com três possibilidades: rendimentos 
constantes, crescentes ou decrescentes.
A perspectiva de rendimentos constante, 
utilizada para compreender o conceito de 
vantagens comparativas, considera que a 
produção de uma determinada empresa é 
diretamente proporcional à quantidade de 
insumos utilizada, por exemplo, se a empre-
sa dobra a quantidade de horas de trabalho 
em seu processo produtivo, espera-se que 
a quantidade de mercadorias produzidas 
também seja o dobro, ou seja, o custo médio 
de produção não se altere com o aumento 
da quantidade de insumos. 
Já a perspectiva de rendimentos crescen-
tes, também conhecida como economia de 
escala, considera que ao se ampliar a pro-
dução por meio da utilização do dobro de 
insumos a empresa terá um ganho de pro-
dutividade e sua produção será ampliada 
em mais que o dobro, gerando assim uma 
redução do custo de produção. 
Por fim, a perspectiva de rendimentos de-
crescentes afirma que aumentando a quan-
tidade de um dos insumos, e mantendo os 
demais inalterados, a produção inicialmen-
te aumentará. No entanto, após a utilização 
de uma certa quantidade desses insumos, a 
produção crescerá a níveis cada vez meno-
res, até atingir taxas decrescentes. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional8/238
Como exemplo desse cenário, pode-se citar 
a utilização de terra e mão de obra na produ-
ção de um determinado alimento. Manten-
do-se o insumo terra e aumentando gradu-
almente a mão de obra, tem-se, inicialmen-
te, um aumento da produção. Contudo, se o 
insumo mão de obra continuar aumentando 
e os níveis de insumo terra forem mantidos 
nos mesmos patamares, a produtividade 
média da mão de obra e a produção total 
cairão.
Utilizando ainda o exemplo anterior, na eco-
nomia de escala, espera-se que ao dobrar a 
quantidade de horas de trabalho a empre-
sa mais que dobre a quantidade de unida-
des produzidas, dada uma maior eficiência 
produtiva, ou seja, quanto maior for a pro-
dução, menor será a necessidade de horas 
de trabalho, gerando assim um menor custo 
médio de produção. 
Um exemplo numérico pode ajudá-lo a me-
lhor compreender esse conceito. Imagine 
que uma determina empresa de pneus pro-
duza 10 pneus a cada 1 hora trabalhada, já 
para se produzir 20 pneus são necessárias 
1,5 horas de trabalho, ou seja, graças aos 
ganhos de produtividade, é possível pro-
duzir o dobro de pneus com menos que o 
dobro das horas trabalhadas, consequen-
temente, o custo de produção das 20 uni-
dades será menor que das 10 unidades, pois 
no segundo momento requereu menos ho-
ras trabalhadas. Ou seja, quanto maior for a 
produção, menor será o custo de produção 
e maiores os ganhos de escala. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional9/238
1.1 Economias de escala internas e externas
Na economia de escala, utilizar-se-á menos insumos quanto maior for a quantidade produzida. 
Nesse contexto, é relevante considerar o que gerou o aumento de produção, se as empresas sim-
plesmente passaram a produzir mais ou se houve um aumento de empresas produtoras naquele 
setor específico.
Para analisar o que gerou a redução do custo médio de produção numa economia de escala, 
deve-se entender o que geroutal redução. Partindo dessa perspectiva, as economias de escala 
podem ser classificadas como internas ou externas. Segundo Krugman (2001 p. 127): 
as economias de escala externas ocorrem quando o custo por unidade depen-
de do tamanho da indústria, mas não necessariamente do tamanho de qualquer 
firma (empresa). Já as economias de escala internas ocorrem quando o custo por 
unidade depende do tamanho de uma firma individual (empresa), mas não ne-
cessariamente de toda a indústria. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional10/238
1.2 Economias de escala e o co-
mércio internacional
Agora que você já compreende o conceito 
de economia de escala, poderá entender 
também como esse conceito influencia o 
comércio entre as nações. 
Imagine o mesmo exemplo hipotético dos 
pneus aplicados a dois países, Brasil e Ar-
gentina. Ambos teriam a mesma capacida-
de produtiva, 10 pneus por 1 hora trabalha-
da.
Em escala mundial, para termos 20 pneus 
fabricados, seriam necessárias duas horas 
de trabalho, 1 hora no Brasil e 1 hora na 
Argentina. Se apenas o Brasil se dedicasse 
à fabricação dos mesmos 20 pneus, ele in-
vestiria apenas 1,5 horas de trabalho para 
Para saber mais
Paul Robin Krugman é um destacado economis-
ta americano, vencedor do Nobel de Economia de 
2008 e professor de Economia e Assuntos Inter-
nacionais na Universidade de Princeton, nos Es-
tados Unidos. 
Krugman é reconhecido internacionalmente por 
seu trabalho nas áreas de Comércio internacional 
e Finanças, como cofundador da “Nova teoria do 
Comércio” que repensa o funcionamento do Co-
mércio Internacional. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional11/238
atender essa demanda, ou seja, teria um 
menor custo médio de produção. Isso repre-
sentaria um ganho para ambos países, que 
poderiam obter os pneus a preços mais bai-
xos em seus mercados, e a Argentina pode-
ria investir o capital e trabalho que investiria 
na fabricação de pneus em outros produtos 
que o Brasil não é competitivo. 
Compreende-se, então, que para obter van-
tagens das economias de escalas a nível do 
comércio internacional é necessário que os 
países se concentrem na produção de um 
número limitado de bens, e que, por meio 
do comércio com demais nações, obtenha 
a variedade de produtos e serviços que ne-
cessita para o funcionamento de sua eco-
nomia. 
De acordo com Krugman (2001), a economia 
de escala permite que cada país se especia-
lize na produção de uma variedade limitada 
de produtos, o que possibilita produzir es-
ses bens mais eficientemente do que se o 
país tentasse produzir por si mesmo, e a fim 
de atender à necessidade de variedades de 
produtos no mercado, essas economias co-
mercializam entre si. 
2. Economias de Escalas Interna
Como estudado no início desta aula, as eco-
nomias de escala interna são aquelas em 
que a redução do custo de produção depen-
de do tamanho da empresa. 
A fim de compreender melhor o conceito 
de economias de escala interna e seus 
efeitos, é necessário que você compreenda 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional12/238
também como as empresas se organizam 
no mercado quanto a sua estrutura. 
2.1 Estruturas de mercado 
Ao analisar as estruturas de mercado, você 
encontrará, simplificadamente, duas situa-
ções: 
1. Concorrência pura ou perfeita: um 
mercado altamente competitivo, onde 
há grande quantidade de comprado-
res e vendedores e nenhum deles é 
significativamente grande ao ponto 
de influenciar os níveis de oferta do 
mercado e o preço de vendas. Nesse 
contexto, as empresas são denomina-
das como tomadoras de preços.
2. Concorrência imperfeita: um merca-
do em que poucas empresas produ-
zem um determinado bem, e dentro 
desse contexto uma dessas empresas 
decide aumentar sua produção, isso 
implicará em uma consequente redu-
Para saber mais
Empresas tomadoras de preços (price takers) são 
aquelas que quando atuam num mercado com 
vários concorrentes estão sujeitas aos preços re-
sultantes das curvas de oferta e demanda do pro-
duto, ou seja, são definidos pelo mercado e a em-
presa não tem influência suficiente para alterar 
essas variáveis.
Um exemplo de tomadoras de preços são os mer-
cados de produtos hortifrutigranjeiros.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional13/238
ção de preços, nesse caso as empre-
sas são denominas como formadoras 
de preços.
Quando as empresas não são tomadoras de 
preços, existem outros mecanismos que de-
terminam como elas decidirão seus preços 
e quantidades a serem produzidas, e esses 
mecanismos dependerão da classificação 
que as empresas possuem quanto a sua es-
trutura de mercado, e podem se organizar 
como monopólios, oligopólios ou concor-
rência monopolísticas. 
2.2 Concorrência Monopolísti-
ca e o Comércio Internacional
No ambiente do comércio internacional, a 
estrutura de concorrência monopolística 
tem seu destaque. Ela se diferencia do mo-
nopólio por não ser constituída por uma úni-
ca empresa, mas um conjunto de empresas 
que atuam no mesmo ramo, mas apresen-
tam produtos diferenciados; e se diferencia 
ainda do oligopólio por não apresentar uma 
política de preços interdependentes, mas 
segue uma política de preços que ignora o 
impacto de seu próprio preço sobre o preço 
de seus concorrentes.
Esse modelo então assume que mesmo 
competindo com demais concorrentes em 
um determinado mercado, a empresa ainda 
se comporta como uma monopolista, por 
isso o modelo leva o nome de concorrên-
cia monopolística. De acordo com Krugman 
(2001, p. 137):
 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional14/238
Subordinada à aplicação do modelo de concorrência monopolística está a ideia 
de que o comércio aumenta o tamanho do mercado. Nas indústrias em que exis-
tem economias de escala, tanto a variedade dos bens que um país pode produ-
zir como a escala de sua produção são restringidas pelo tamanho do mercado. 
Comercializando entre si e, portanto, formando um mercado mundial integrado 
que é maior que qualquer mercado nacional individual, os países estão aptos a 
livrar-se dessas restrições.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional15/238
Vê-se, portanto, que o modelo de concor-
rência monopolística pode ser utilizado 
para demonstrar como o comércio melhora 
a opção entre escala e variedade que os pa-
íses individualmente possuem.
2.3 Dumping
Uma das consequências dos mercados de 
concorrência imperfeita para o comércio 
internacional é a discriminação de preços, 
através da prática do dumping.
De forma geral, o dumping ocorre quando 
uma empresa cobra pelos produtos expor-
tados um preço inferior ao que é praticado 
em seu mercado doméstico. Muitas vezes, 
também é necessária uma análise mais de-
talhada, envolvendo custos e outros fato-
res para determinar qual seria o preço ade-
quado (denominado de valor normal) deste 
produto no mercado exportador e, poste-
riormente, no mercado importador. 
Link
O que é Dumping? Artigo da Revista de informa-
ções e debates do Instituto de Pesquisa Econômi-
cas Aplicadas traz explicações acerca do conceito 
de dumping e as razões que levam algumas em-
presas à tal prática comercial.
Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/de-
safios/index.php?option=com_conten-
t&view=article&id=2090:catid=28&Ite-
mid=23>. Acesso em: 20 out. 2017.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional16/238
Tal prática é utilizada no mercado interna-
cional como uma estratégia de ganho de 
parcelas do mercado consumidor externo, 
já que nesse mercado reduções de preços 
podem gerar mais vendas que no mercado 
interno, onde a demanda já é mais sensível 
a reduções de preço, dada a menor parcela 
do mercado que a empresa domina interna-
cionalmente em comparação à porcenta-
gem do mercado local. 
Internacionalmente, essa prática não é vista 
com bons olhos, por promover um comércio 
desleal entre produtos nacionais e importa-
dos, gerando danos às indústrias locais. 
Odumping e as medidas implementadas 
pelos países para coibir sua prática serão 
abordados com mais detalhes em outra 
aula. 
3. Economias de Escala Externa
Como você viu no início desta aula, quando 
as economias de escalas ocorrem a nível de 
indústrias e não de empresas individuais te-
mos as chamadas economias externas. São 
frequentes os casos em que a redução de 
custos de produção seja fruto da concen-
Link
Polo Calçadista de Franca/SP. Informações do Sin-
dicato da Indústria de Calçados de Franca (Sin-
difranca) acerca de história do desenvolvimento 
de Franca como polo calçadista. Disponível em: 
<http://www.sindifranca.org.br/setor-cal-
cadista.html>. Acesso em: 8 nov. 2017.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional17/238
tração de uma indústria em uma determina 
localização, mesmo que as empresas que 
compõem essa indústria sejam pequenas e 
não influenciem isoladamente na formação 
dos preços ao consumidor.
Esse fenômeno dos “distritos industriais” 
foi objeto de estudo do economista britâni-
co Alfred Marshall há mais de um século, e 
alguns exemplos atuais de indústrias onde 
nota-se o modelo de economia externas é a 
indústria de semicondutores, localizada na 
Califórnia, conhecida como Vale do Silício; 
a indústria de montadoras de automóveis 
localizada no ABC Paulista; e a indústria de 
calçados, concentrada na cidade de Franca/
SP. 
Para Marshall (apud KRUGMAN, 2001), ha-
via três principais razões para um grupo de 
empresas ser mais eficiente do que cada 
uma delas isoladamente: desenvolvimento 
de fornecedores especializados, criação de 
Para saber mais
ABC Paulista é uma região tradicionalmente in-
dustrial do estado de São Paulo, parte da Região 
Metropolitana de São Paulo. A sigla vem das qua-
tro cidades, que originalmente formavam a re-
gião, sendo: Santo André (A), São Bernardo do 
Campo (B) e São Caetano do Sul (C). O ABC é mar-
cado historicamente por ser o primeiro centro da 
indústria automobilística brasileira. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional18/238
um mercado de trabalho comum e o trans-
bordamento de conhecimento. 
3.1 Fornecedores especializa-
dos
A proximidade física de empresas do mesmo 
ramo permite que tais empresas desenvol-
vam uma rede de fornecedores que estejam 
preparados a atendê-las de forma rápida e 
a baixo custo. 
Um exemplo disso são os distritos industriais 
do ABC Paulista, onde está concentrada boa 
parte das montadoras de automóveis do 
Brasil. Nessa região também se instalaram 
as principais empresas produtoras de auto-
peças, que são os principais fornecedores 
das montadoras. 
3.2 Mercado de trabalho comum
Uma vez que as empresas de uma mesma 
indústria estão geograficamente próximas, 
os profissionais especializados dessa 
indústria tenderão a estarem localizados 
próximos a essas empresas. 
Link
Campinas surpreendente. Vídeo de divulgação 
da Cidade de Campinas, elaborado pela elabo-
rado pela prefeitura da cidade. Traz informações 
relevantes acerca das características econômi-
cas e educacionais da cidade que é considera-
da como Vale do Silício brasileiro. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=6Ce-
Lz_wLlrg>. Acesso em: 21 out. 2017. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional19/238
Um exemplo dessa realidade é a cidade de 
Campinas, localizada no Estado de São Pau-
lo, conhecida como o Vale do Silício brasi-
leiro, dada a concentração de empresas do 
segmento tecnológico que fez com que a 
cidade apresentasse vários centros de pes-
quisa e desenvolvimento nas áreas tecno-
lógicas, além de grandes universidades, 
incentivando a formação de profissionais 
qualificados para tal indústria, evitando as-
sim a escassez de mão de obra. 
3.3 Transbordamento do co-
nhecimento 
A proximidade de empresas do mesmo ramo 
permite que exista uma maior troca de co-
nhecimentos entre os profissionais que as 
compõem. Essa troca, que pode ocorrer de 
maneira formal ou informal, é benéfica para 
as empresas onde tais profissionais atuam, 
por incentivarem a capacidade inovadora 
dos profissionais e manter as empresas atu-
alizadas acerca dos avanços tecnológicos 
em sua indústria. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional20/238
3.4 Economias externas e o co-
mércio internacional
Segundo Krugman (2001), as economias ex-
ternas desempenham um papel importante 
no comércio internacional, por criar condi-
ções favoráveis ao fortalecimento da indús-
tria local, permitindo que ela se desenvolva 
e vislumbre o mercado internacional como 
alternativa à expansão de mercados. 
No entanto, as economias externas podem 
também fazer com que os países estejam 
restritos a padrões indesejáveis de especia-
lização, levando a perdas no comércio in-
ternacional. Em casos onde um país possui 
uma forte indústria local que apresenta bai-
xos custos e economia de escala é provável 
que esse país não se abra ao comércio in-
ternacional nessa área específica, por mais 
que outros países possam fornecer o mes-
mo produto a um menor custo. 
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional21/238
Glossário
Economias de escala: são aquelas em que o aumento na produção resulta em uma queda do 
custo médio de produção.
Custo médio de produção: é a soma dos custos fixos e variáveis dividida pelo número de unida-
des produzidas.
Insumos: insumo é todo e qualquer elemento diretamente necessário em um processo de produ-
ção. Nesse grupo estão os itens utilizados na fabricação do bens, desde o maquinário, a energia 
elétrica, até a própria mão de obra empregada.
Monopólio: estrutura de mercado com uma única empresa, produto sem substitutos próximos, 
e em que existem barreiras à entrada de novas firmas. 
Oligopólio: estrutura de mercado com pequeno número de empresas que dominam o mercado, 
sendo que existem barreiras à entrada de novas empresas.
Questão
reflexão
?
para
22/238
Dentro do conceito de economias de escala, foram apre-
sentadas as economias externas, onde os ganhos de es-
cala são resultado do trabalho da indústria que a em-
presa está inserida. Além dos exemplos apresentados 
no texto de distritos industriais que podem ser classifi-
cados como economias externas, quais outros exemplos 
de sua região você poderia citar?
23/238
Considerações Finais
• Os países não são autossuficientes economicamente a fim de produzirem 
em seu território todos os produtos e serviços que são necessários para o 
funcionamento de sua economia. 
• O comércio entre países pode ser explicado por meio das teorias das vanta-
gens comparativas e economia de escala. 
• A economia de escala, que pode ser interna ou externa, é compreendida 
como aquela em que o aumento de produção gerará a redução nos custos 
de produção, ou seja, quanto maior o volume de unidades produzidas, me-
nor será o custo médio de produção. 
• O comércio internacional é impulsionado pela economia de escala ao in-
centivar que os países especializem suas produções em áreas onde podem 
apresentar as vantagens em relação a demais economias, fazendo com que 
exportem produtos nos quais são competitivos e importem produtos nos 
quais sua indústria local não é competitiva em comparação ao demais países.
Unidade 1 • Fatores Econômicos para o Comércio Internacional24/238
Referências
ALBERGONI, L. Fundamentos de Economia. Curitiba: IESDE, 2010. 236 p.
KRUGMAN, P. R. Economia Internacional - Teoria e Política. 5. ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2001. 797 p.
VASCONCELLOS, M. A; GARCIA, M. E. Fundamentos da Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
246 p.
25/238
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Fatores Econômicos para o Co-
mércio Internacional. Bloco I
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a3519fb77b8e76105b0a569b799200d7>.
Aula 1 - Tema: Fatores Econômicos para o Co-
mércio Internacional. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/48c68bfda4667d8275293f46180c0e03>.
26/238
1. Em uma economia de escala, pode-se dizer que os rendimentos são:
a) Constantes.
b) Crescentes.
c) Decrescentes.
d) Instáveis.
e) Nulos.
Questão 1
27/238
2. Quanto ao fator que gerou o aumento de escala e provocou a redução 
de custos, pode-se classificar as economias de escala em:
a) Concentradas ou dispersas.
b) Locais ou internacionais.
c) Crescentes ou decrescentes.
d) Internas ou externas.
e) Tomadoras ou formadoras.
Questão 2
28/238
3. A economia de escala, numa perspectiva internacional, incentiva as na-
ções a:
a) Especializar suas produções.
b) Produzir em suas fronteiras todos os bens que necessitam.
c) Promover barreiras à entrada de produtos importados.
d) Engajarem-se na redução de custos.
e) Promover políticas de incentivo à exportação.
Questão 3
29/238
4. Uma empresa exportadora realiza dumping quando:
a) Seus preços de venda praticados no mercado doméstico e internacional são iguais.
b) Seus preços de venda praticados no mercado doméstico são menores que no mercado inter-
nacional. 
c) Seus preços de venda praticados no mercado doméstico são maiores que no mercado inter-
nacional. 
d) Não há relação entre os preços e as vendas praticadas nas exportações e no mercado inter-
no. 
e) Os preços de compra dos insumos no mercado internacional são maiores que no mercado 
doméstico.
Questão 4
30/238
5. O Vale do Silício nos Estados Unidos, o ABC Paulista e o polo calçadista 
de Franca podem ser compreendidos como:
a) Economias de escala interna.
b) Economias de escala externa.
c) Fornecedores especializados.
d) Áreas de desenvolvimento econômico.
e) Áreas exportadoras.
Questão 5
31/238
Gabarito
1. Resposta: B.
No contexto de economia de escala, os ren-
dimentos são crescentes, ou seja, o aumen-
to de produção será maior que o aumento 
de insumos utilizados.
2. Resposta: D.
As economias de escalas podem ser clas-
sificadas como internas (custo por unidade 
depende do tamanho da empresa individu-
almente) ou externas (custos por unidade 
dependem do tamanho da indústria em que 
a empresa está inserida).
3. Resposta: A.
A economia de escala permite que cada país 
se especialize na produção de uma varieda-
de limitada de produtos, o que possibilita 
produzir esses bens mais eficientemente do 
que se o país tentasse produzir por si mes-
mo.
4. Resposta: C.
O dumping ocorre quando uma empresa 
cobra pelos produtos exportados um preço 
inferior ao que é praticado em seu mercado 
doméstico.
32/238
Gabarito
5. Resposta: B.
P A indústria de semicondutores, localiza-
da na Califórnia, conhecida como Vale do 
Silício; a indústria de montadoras de auto-
móveis localizada no ABC Paulista; e a in-
dústria de calçados, concentrada na cidade 
de Franca/SP são conhecidas como distri-
tos industriais, e representam exemplos de 
economias de escalas externas.
33/238
Unidade 2
Teorias Básicas do Comércio Exterior
Objetivos
1. Apresentar as principais teorias eco-
nômicas clássicas que explicam a 
razão para a existência do Comércio 
Exterior. 
2. Explicar as seguintes teorias sob a 
perspectiva do Comércio Internacio-
nal: Abordagem mercantilista; Teoria 
das vantagens absolutas; Vantagens 
comparativas; e Teoria de Heckscher 
e Ohlin. 
3. Demonstrar como a evolução do ra-
ciocínio econômico contribuiu para o 
Comércio Internacional.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior34/238
Introdução
Ao profissional que busca uma forma-
ção holística e generalista não basta saber 
como as operações são realizadas em seu 
contexto atual, o mesmo deve também de-
dicar-se a compreender a evolução de sua 
área de estudos, para que tenha a capaci-
dade de analisar e criticar as mais diversas 
realidades. Por esse motivo, dentro dos te-
mas abordados nesta disciplina de Comér-
cio Exterior, você também terá contato com 
as teorias que explicam o desenvolvimento 
do comércio entre nações. 
A evolução do Comércio Internacional está 
intimamente ligada à forma como a econo-
mia dos países organizou-se ao longo dos 
séculos. Por conta disso, para que você, es-
tudante da temática do Comércio Exterior, 
entenda as razões da existência da prática 
do comércio internacional é necessário que 
conheça a evolução das teorias econômicas 
e suas perspectivas em relação às importa-
ções e exportações.
Nesta aula você conhecerá as principais te-
orias econômicas clássicas que explicaram 
como os países, em suas respectivas épo-
cas, enxergavam e praticavam o Comércio 
Internacional. 
Você compreenderá como o pensamento 
econômico evoluiu para explicar o Comér-
cio Internacional, partindo da abordagem 
Mercantilista que vigorou do século XV ao 
século XVIII, passando pelas Teorias das 
Vantagens Absolutas e Comparativas, ela-
boradas no final do século XVIII e início do 
século XIX, até o desenvolvimento, no sécu-
lo XX, da Teoria de Heckscher e Ohlin. Esta 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior35/238
última conhecida também como teoria da 
dotação relativa dos fatores de produção, 
que se mostra atual e pode ser utilizada para 
compreender como os países se organizam 
atualmente para a efetivação do Comércio 
Internacional. 
1. Abordagem Mercantilista
O Mercantilismo, apesar de não ser consi-
derado uma teoria econômica, por não ter 
tido um representante que organizasse me-
todicamente seus princípios, trata-se do 
conjunto de práticas econômicas que vigo-
rou na Europa entre os séculos XV e XVIII. 
Durante esse período, vê-se, na Europa, a 
constituição e o fortalecimento dos Esta-
dos-nações, ou seja, os países começaram 
a se organizar como nações por meio das 
definições de fronteiras, formação de iden-
tidade nacional e fortalecimento do Estado 
através do acúmulo de riquezas. 
Para os mercantilistas, a acumulação de ri-
quezas necessárias para o fortalecimento 
do Estado ocorreria através do Comércio In-
ternacional. Algumas das práticas que jus-
tificam esse posicionamento foram: a busca 
por uma balança comercial superavitária, o 
protecionismo e o pacto colonial. 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior36/238
Na abordagem mercantilista, os países de-
veriam buscar que o comércio com outras 
nações fosse sempre superavitário, ou seja, 
o valor monetário de suas exportações fos-
sem maior que o de suas importações, pois 
isso permitiria a geração de riquezas. 
Para que o superávit fosse possível, os Es-
tados aplicavam medidas protecionistas, 
como aumento de tarifas de importação, a 
fim de dificultar a entrada de produtos im-
portados em seus territórios. 
Nesse contexto, as colônias eram vistas 
como fontes de riquezas naturais (ouro e 
minério) e matérias-primas para a produ-
ção fabril, além disso, por meio do pacto 
colonial, as metrópoles se beneficiavam dos 
produtos e da atividade econômica de seus 
territórios coloniais, já que as colônias eram 
obrigadas a ter relações comerciais exclusi-
vas com suas metrópoles. 
Essa postura mercantilista de ânsia pelo 
aumento de exportações e redução drás-
tica de importações mostra-se prejudicial 
ao Comércio Internacional, já que se todos 
Link
ARAUJO, Carlos. Brasil, o país do protecionis-
mo. Artigo que aprofunda o entendimento sobre 
protecionismo e apresenta a realidade brasileira 
quanto a essa prática. Disponível em: <http://
www.administradores.com.br/artigos/eco-
nomia-e-financas/brasil-o-pais-do-prote-
cionismo/35321/>. Acesso em: 27 out. 2017.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior37/238
os países se fecharem para as importações 
não haverá compradores para as exporta-
ções que todos almejam vender. 
Por compreenderem a nocividade do Mer-
cantilismo para o Comércio Internacional, 
vários pensadores criticaram seus princí-
pios, e um dos principais críticos desse mo-
delo foi Adam Smith, criador da Teoria das 
Vantagens Absolutas que se contrapõe ao 
modelo Mercantilista. 
2. Teoria das Vantagens Absolu-
tas
Como você viu no item anterior, o Mercan-
tilismo enxergava o ComércioInternacional 
como um jogo em que não era possível que 
todos se beneficiassem, para um ganhar, o 
outro deveria perder. Essa visão foi muito 
criticada por aqueles que, no século XVIII, 
influenciados pelas ideias do Iluminismo, 
rompendo com o pensamento medieval e 
mercantilista, e discordando da forte influ-
ência do Estado na economia. 
Para saber mais
O Iluminismo foi um movimento intelectual que 
surgiu durante o século XVIII na Europa, que de-
fendia o uso da razão (luz) contra o antigo regi-
me (trevas) e pregava maior liberdade econômica 
e política. Esse movimento promoveu mudanças 
políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ide-
ais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior38/238
Adam Smith, filósofo e economista escocês, 
foi um dos principais combatentes da abor-
dagem mercantilista. Em sua obra mais im-
portante Uma investigação sobre a natureza 
e as causas da riqueza das nações, mais co-
nhecida simplesmente como A Riqueza das 
Nações, publicada em 1776, Smith aborda 
como a economia de uma nação deveria ser 
conduzida, inspirado nos princípios ilumi-
nistas.
Suas contribuições foram tão relevantes 
para as ciências econômicas que o levaram 
a ser considerado o “pai da economia mo-
derna”.
Smith era crítico da intervenção do Estado 
na economia e acreditava que a economia 
deveria ser regida pelas forças de mercado, 
o que ele chamava de “mão invisível”. Em 
relação ao comércio internacional, contrá-
rio aos mercantilistas e suas ações prote-
cionistas, o economista defendia o livre-co-
mércio.
Link
BRAGA, Henrique P. A riqueza na Riqueza das 
Nações. Artigo que traz detalhamentos acerca 
dos conceitos apresentados na principal obra de 
Adam Smith: “A Riqueza das Nações” Disponível 
em: <http://www.secep.com.br/arquivos/A_
riqueza_na_Riqueza_das_Nacoes.pdf>. 
Acesso em: 28 out. 2017.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior39/238
 
A fim de exteriorizar seus pensamentos eco-
nômicos, Smith elaborou a teoria das van-
tagens absolutas, onde, por meio de uma 
simplificação da realidade, demonstrou seu 
entendimento de como o Comércio Interna-
cional pode ser benéfico para todos os en-
volvidos.
Para a construção de seu modelo, Smith ins-
pirou-se em um caso de sua época e con-
cebeu uma realidade em que haveria ape-
nas dois países: Portugal e Inglaterra; e dois 
bens: vinho e tecido. Nesse modelo, o cus-
to de um bem pode ser compreendido pela 
quantidade de horas de trabalho necessária 
para produzi-lo. 
A Tabela 2.1 traz um exemplo de repre-
sentação numérica baseado no modelo de 
Smith, onde você verá que a Inglaterra dis-
pende de 70 horas de trabalho para produ-
zir uma unidade de tecido, enquanto Portu-
gal necessita de 90 horas de trabalho para 
produzir a mesma quantidade desse bem. 
Já quanto à produção de vinho, você nota-
rá que Portugal gasta 60 horas de trabalho 
para produzir uma garrafa de vinho e a In-
glaterra investe 100 horas para apresentar 
a mesma produção desse bem. 
Para saber mais
Para Adam Smith, se o Estado deixasse de intervir 
na Economia, haveria uma força, uma “mão invisí-
vel” que regularia as atividades econômicas. Essa 
“mão” que Smith se referia, hoje conhecemos 
como “lei da oferta e procura”. Pode-se entender 
que essa foi uma alegoria utilizada por Smith para 
o sistema de formação de preços.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior40/238
Tabela 2.1| Horas necessárias para produzir tecido e vinho na Inglaterra e em Portugal 
Fonte: Adaptado de Tripoli e Prates (2016, p. 54).
Pode-se dizer, então, por meio da análise dos dados contidos na Tabela 2.1, que Portugal é mais 
produtiva que a Inglaterra na produção de vinhos e a Inglaterra é mais produtiva que Portugal 
na produção de tecidos. Portanto, seria mais saudável para o Comércio Internacional, segun-
do Adam Smith (apud TRIPOLIS; PRATES, 2016), que Portugal e Inglaterra especializassem suas 
produções nos bens que são mais competitivos, e abandonassem a produção dos itens que não 
apresentam vantagem e os obtenha por meio de importações. 
Outro ponto defendido por Smith é que, por meio do modelo de vantagens absolutas, perceber-
-se que o livre-comércio contribui para o bem-estar da sociedade. Através da especialização das 
produções dos países envolvidos é possível aumentar a quantidade de bens que a população dos 
países terá acesso em comparação a realidade em que cada país produza. Com o exemplo numé-
rico a seguir você poderá compreender mais claramente essa premissa. 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior41/238
Suponha-se que Portugal e Inglaterra estejam em situação de independência e autossuficiência 
econômica, conhecida como autarcia, e produzam em seus territórios todos os bens que neces-
sitam, dispensando assim a necessidade de bens importados. 
Nessa realidade, ambas nações dispõem de 15.200 horas de trabalho para produzir vinhos e 
tecidos, e dividem essas horas igualmente entre as produções, destinando 7.600 horas de tra-
balho para cada uma das produções. Ao dividir a quantidade de horas de trabalho disponíveis 
diariamente pela quantidade de horas que leva para produzir uma unidade, você identificará a 
produção diária de vinho e tecido em cada país. 
Tabela 2.2| Quantidade de bens produzidos em autarcia
Fonte: Adaptado de Tripoli e Prates (2016, p. 55)
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior42/238
Como você pode notar na Tabela 2.2, nesse contexto de autarcia, a produção total de vinho seria 
de 192 unidades de tecido e 202 unidades de vinho. 
Agora, na Tabela 2.3, considerando que os países se especializem na produção do bem que apre-
sentam maior vantagem absoluta, ou seja, a Inglaterra foque sua produção apenas em tecido; e 
Portugal em vinhos, nota-se que houve um aumento na produção total de vinhos e tecidos, pro-
movendo assim uma maior disponibilidade desses produtos para a população dos países consi-
derados. 
Tabela 2.3| Quantidade de bens produzidos no livre-comércio
Fonte: Adaptado de Tripoli e Prates (2016, p. 58).
Assim, de acordo com o exemplo estudado, seria mais vantajoso à economia mundial que Por-
tugal se especialize na produção de vinhos, e exporte tal bem para a Inglaterra, que por sua vez, 
especializar-se-ia na produção de tecidos e os exportaria para Portugal. 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior43/238
Um ponto importante a ser considerado so-
bre o modelo de Smith é que ele se aplica 
somente num contexto onde um país pos-
sui vantagens em um bem, e outro país 
em outro bem, ou seja, ele não considera 
a possibilidade de um país ser mais efi-
ciente na produção de todos os bens. 
Essa defasagem foi considerada pelo eco-
nomista David Ricardo quando desenvolveu 
sua teoria das vantagens comparativas, que 
pode ser considerada como um aprimora-
mento da teoria das vantagens absolutas 
criada por Adam Smith. 
3. Teoria das Vantagens Compa-
rativas
Ao lado de Adam Smith, David Ricardo é 
considerado um dos economistas clássicos 
mais influentes. Sua principal contribuição 
para as teorias do comércio internacional 
foi a elaboração da teoria das vantagens 
comparativas. 
Ricardo reafirma a importância da especia-
lização para o sucesso do comércio interna-
cional, já que será ela que permitirá que os 
países alcancem altos padrões de eficiência. 
Por meio de sua teoria das vantagens com-
parativas, formulada em 1817, o economis-
ta afirma que ainda que se um país tivesse 
o custo de produção mais baixo para to-
dos os bens que produz em relação aos 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior44/238
demais países, o comércio internacional ainda seria vantajoso, desde que as produtividades 
de cada um fossem relativamente diferentes. 
No exemplo construído por -David Ricardo, assim como no de Smith, existem dois países, dois 
produtos e apenas um fator de produção (mão de obra) que podem ser visualizados graficamen-
te na Tabela 2.4. 
Tabela 2.4| Quantidade de horas para a produção deuma unidade de mercadoria
Fonte: Adaptado de Tripoli e Prates (2016, p. 62).
Ao analisar os dados da Tabela 2.4, você notará que, em termos absolutos, Portugal é mais pro-
dutivo na produção de ambas mercadorias, o que nos levaria a concluir, pelo modelo de Smith, 
não ser possível o comércio entre esses dois países.
No entanto, se você analisar mais atentamente os dados, notará que, em termos relativos, o 
custo de produção de tecidos em Portugal é maior que o da produção de vinhos, e que na Ingla-
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior45/238
terra o custo de produção de vinho é maior que a produção de tecidos. Pode-se dizer então, que 
comparativamente, Portugal tem vantagem relativa para produção de vinho, e a Inglaterra na 
produção de tecidos. 
Os benefícios desse modelo podem ser percebidos quando se observa uma situação sem e com 
comércio internacional, conforme observa Vasconcellos e Garcia (2005, p. 164): 
Percebe-se, então, que para se compreender a teoria das vantagens comparativas temos que, 
inicialmente, entender o conceito de custo de oportunidade. Portanto, é necessário identificar 
quantas unidades de um produto A (nesse exemplo, o vinho) um país teria que deixar de produzir 
para passar a produzir o produto B (nesse caso, o tecido). 
Sem comércio internacional, na Inglaterra são necessárias 100 horas de trabalho 
para a produção de 1 unidade de tecido e 120 horas para a produção de 1 unida-
de de vinho. Desse modo, 1 unidade de vinho deve custar 1,2 unidade de tecido 
(120/100). Por outro lado, em Portugal, essa unidade de vinho custará 0,89 uni-
dade de tecido (80/90). Se houver comércio entre os países, a Inglaterra poderá 
importar 1 unidade de vinho por um preço inferior a 1,2 unidade de tecido, e Por-
tugal poderá comprar mais que 0,89 unidade de tecido vendendo o seu vinho.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior46/238
A partir do exemplo de Vasconcellos e Gar-
cia (2005) entende-se que os países devem 
se especializar na produção dos bens cujo 
custo for comparativamente menor em re-
lação àqueles existentes, para os mesmos 
bens, nos demais países exportadores, ou 
seja, onde apresentar menor custo de opor-
tunidade. 
Portanto, a Inglaterra deverá se especializar 
na produção de tecidos, exportando-os e 
importando vinho de Portugal, que, por sua 
vez, se especializou vinhos e passou a im-
portar tecidos da Inglaterra. 
A principal crítica à teoria ricardiana das 
vantagens comparativas é que ela consi-
dera apenas um fator de produção, que é 
o trabalho, é a partir dessa crítica que sur-
ge a teoria de dotação relativa dos fatores 
de produção, desenvolvida por Heckscher e 
Ohlin. 
Link
DENARDIN, Anderson Antonio. A Importância 
do Custo de Oportunidade para a Avaliação de 
empreendimentos baseados na criação de valor 
econômico (Economic Value Added - EVA). Nas 
páginas 1 a 6 do artigo o autor define o conceito 
de custo de oportunidade a luz de vários autores 
e exemplos. Disponível em: <http://seer.ufrgs.
br/index.php/ConTexto/article /downlo-
ad/11713/6916>. Acesso em: 24 nov. 2017.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior47/238
4. Teoria da Dotação Relativa dos 
Fatores de Produção
O mundo está em constante evolução e 
transformação em suas relações sociais, 
políticas e econômicas, por conta disso, te-
orias que se encaixavam na realidade dos 
séculos XVIII e XIX podem não se aplicar 
completamente a realidade existente a par-
tir do século XX. 
Nota-se essa inadequação de realidades 
quando buscamos aplicar a teoria de Ricar-
do à realidade do século XX, quando se con-
sidera que para produção de um determi-
nado bem se faz necessário um único fator 
de produção: o trabalho. 
Na época de Ricardo a economia baseava-se 
na produção advinda da agricultura e das 
manufaturas, onde realmente se aplicava o 
trabalho como fator de produção, mas com 
a evolução das indústrias de transformação 
essa realidade foi alterada, e a produção 
passou a incluir outros fatores além do tra-
balho, como o capital e os recursos naturais 
(terra). 
Essa alteração de cenário levou à necessi-
dade de reformulação da teoria das vanta-
gens comparativas, e esse trabalho foi rea-
lizado por Eli Heckscher e Bertil Ohlin, que 
em 1933 apresentaram seu modelo que in-
cluía um segundo fator de produção à teoria 
das vantagens comparativas. Esse modelo é 
conhecido como 2 x 2 x 2, já que considera 
dois países que produzem dois bens utili-
zando dois fatores de produção. Esses fa-
tores de produção podem ser a combinação 
de duas das três opções consideradas como 
existentes pela teoria: o trabalho, o capital 
e a terra. 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior48/238
 
O conceito central da teoria apresentada 
por Heckscher e Ohlin é que, em um am-
biente de livre-comércio cada país se es-
pecializará na produção do bem que requer 
a utilização mais intensiva do seu fator de 
produção abundante.
É importante destacar que o cenário con-
siderado para desenvolvimento dessa teo-
ria foi o de concorrência perfeita e que não 
existem diferenças entre as funções de pro-
dução, ou seja, tecnologia, entre os países 
analisados. Os custos de transporte e po-
líticas que restringem a movimentação de 
bens também não são considerados. 
Nota-se, portanto, que um ponto relevante 
agora é o fator de produção mais abundan-
te no país. Nessa equação, consideram-se 
como fatores de produção: o trabalho, o ca-
pital e a terra. 
Analisando alguns países quanto ao fator 
de produção que lhe é abundante, pode-se 
concluir que o Brasil, México e Argentina 
possuem abundância no fator terra, dada 
sua extensão territorial, condições climáti-
Para saber mais
Bertil Gotthard Ohlin foi um importante econo-
mista e político sueco que viveu entre os anos 
de 1899 e 1979. Foi reconhecido com o Prêmio 
Nobel de Ciências Econômicas em 1977, por sua 
contribuição pioneira para a teoria do comércio 
internacional e da movimentação internacional 
de capitais. 
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior49/238
cas e recursos naturais, já a China e a Índia 
seriam exemplos de abundância do fator 
trabalho, graças a suas grandes populações. 
Alemanha e Japão seriam países que se en-
caixariam em abundância de capital. 
Uma vez conhecendo o fator de produção, 
que é abundante no país, é necessário tam-
bém analisar se o bem em questão é inten-
sivo no fator de produção abundante, ou 
seja, demanda grande quantidade desse fa-
tor em sua produção. 
Um exemplo da aplicação da teoria da do-
tação relativa dos fatores de produção é a 
especialização do Brasil na produção e ex-
portação de soja e a especialização dos EUA 
na produção e exportação de processadores 
para eletrônicos. 
O Brasil é um país que possui ampla exten-
são territorial, ou seja, seu fator de produção 
abundante é a terra, e a produção de soja 
demanda uma grande extensão de áreas 
cultiváveis, ou seja, o bem (soja) em questão 
é intensivo no fator de produção abundan-
te (terra). Já os Estados Unidos são um país 
com abundância de capital e as indústrias 
de tecnologia demandam grande investi-
mento de capital, temos, portanto, um bem 
(processadores) que é intensivo no fator de 
produção abundante do país (capital). 
Visando confirmar as premissas da teoria de 
Hechscher e Ohlin, o economista russo, na-
turalizado estadunidense, Wassily Leontief 
realizou uma série de testes empíricos sobre 
o comércio internacional dos EUA, por meio 
da análise de dados de importações e ex-
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior50/238
portações do ano de 1947. 
Leontief obteve um resultado oposto ao es-
perado ao notar que, apesar dos Estados 
Unidos serem um país onde o fator capital 
esteja mais abundante, suas importações 
concentravam bens intensivos de capital e 
suas exportações, bens intensivos de mão 
de obra. Este resultado, que é contrário ao 
esperado pelo modelo de Heckscher-Ohlin, 
ficou conhecido como Paradoxo de Leon-
tief, e levou ao desenvolvimento deoutros 
estudos teóricos e análises empíricas para 
investigação do cénario de comércio inter-
nacional.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior51/238
Glossário
Autarcia: situação de independência e autossuficiência econômica de um Estado. Tem implícita 
a ideia de que um país deve produzir tudo aquilo de que necessita para consumir, não ficando 
dependente das importações.
Fatores de produção: são os recursos de produção da economia, constituídos pelos recursos 
humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. 
Livre-comércio: é um modelo de mercado no qual a troca de bens e serviços entre países não é 
afetada por restrições do Estado.
Questão
reflexão
?
para
52/238
Adam Smith defendeu que o livre-comércio pode pro-
mover o bem-estar da sociedade, no entanto não con-
siderou os efeitos que tal prática poderia ter sob países 
que possuem baixo desenvolvimento tecnológico. 
Considere quais seriam os principais pontos contra e a 
favor ao livre-comércio, levando em consideração a ex-
periência do Brasil, vivenciada nos anos 1990, com aber-
tura do mercado nacional à concorrência internacional.
53/238
Considerações Finais 
• Nesta aula, você pôde compreender a evolução das principais teorias sobre 
o comércio internacional. 
• As principais teorias que se dedicaram a explicar a razão do comércio entre 
nações são: a abordagem mercantilista, a teoria das vantagens absolutas, 
a teoria das vantagens comparativas e a teoria da dotação relativa dos fa-
tores de produção.
• A abordagem mercantilista acreditava que o comércio internacional era a 
chave para o fortalecimento do Estado. Para alcançar tal propósito utili-
zavam práticas como a busca por uma balança comercial superavitária, o 
protecionismo e o pacto colonial.
• Adam Smith, que se contrapunha aos ideais mercantilista ao pregar o li-
vre-comércio e a não intervenção do Estado, criou a teoria das vantagens 
absoluta. 
54/238
Considerações Finais 
• Essa teoria argumentava que cada país deveria se especializar na produ-
ção do bem que tivesse maior vantagem absoluta em comparação a outro 
país. Essa especialização geraria um aumento na quantidade total de bens 
produzidos, promovendo, consequentemente, o bem-estar das nações en-
volvidas.
• A teoria das vantagens comparativas, criada por David Ricardo, diz que o 
comércio entre países é vantajoso, ainda que um país seja mais eficiente 
que os demais na produção de todos os bens. Isso será verdadeiro, desde 
que as produtividades relativas sejam diferentes entre os países.
• Por fim, a teoria de Heckscher e Ohlin, conhecida como teoria da dotação 
relativa dos fatores de produção, afirma, num contexto de livre-comércio, a 
especialização dos países se dará de acordo com o fator de produção mais 
abundante no país e sua utilização na produção de determinado bem.
Unidade 2 • Teorias Básicas do Comércio Exterior55/238
Referências 
KRUGMAN, P. R. Economia Internacional - Teoria e Política. 5. ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2001. 797 p.
TRIPOLI, Angela C. K; PRATES, Rodolfo C. Comércio internacional: teoria e prática. Curitiba: In-
tersaberes, 2016. 325 p.
VASCONCELLOS, M. A; GARCIA, M. E. Fundamentos da Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
246 p.
56/238
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Teorias Básicas do Comércio Ex-
terior. Bloco I
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ab9f487f150fe53872896ac023c036ab>.
Aula 2 - Tema: Teorias Básicas do Comércio Ex-
terior. Bloco II
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d33522ad5c469b0ce0e594aa02606182>.
57/238
1. A balança comercial é superavitária quando:
a) O volume monetário das exportações é maior que o volume monetário das importações.
b) O volume monetário das importações é maior que o volume monetário das exportações. 
c) O volume monetário das importações é superior a 10 milhões USD. 
d) O volume monetário das importações é igual ao volume monetário das exportações.
e) O volume monetário das exportações é superior a 10 milhões USD.
Questão 1
58/238
2. De acordo com as ideias que Adam Smith defendia, no livre-comércio, a 
economia é:
Questão 2
a) Sempre superavitária.
b) Controlada pelo Estado.
c) Autorregulada por meio da “mão invisível”. 
d) Controlada pelo proletariado. 
e) Regulada pelos comitês econômicos governamentais.
59/238
3. A teoria desenvolvida por Smith para explicar a existência do comércio 
internacional é conhecida como:
Questão 3
a) Teoria das vantagens crescentes.
b) Teoria das vantagens absolutas.
c) Teoria das vantagens comparativas.
d) Teoria das vantagens relativas.
e) Teoria das vantagens intensivas.
60/238
4. Segundo teoria das vantagens comparativas de David Ricardo, caso um país 
seja eficiente na produção de todos os bens:
Questão 4
a) Não é necessário que ele se engaje no comércio internacional.
b) É impossível que esse país realize comércio com outras nações. 
c) O comércio com outros países ainda pode ser vantajoso.
d) O comércio com outros países não será vantajoso.
e) O comércio com outros países deve ser evitado ao máximo.
61/238
5. Os principais fatores de produção considerados na teoria de Heckscher e 
Ohlin são:
Questão 5
a) Capital, trabalho e tecnologia.
b) Tecnologia, pessoas e dinheiro.
c) Terra, tecnologia e trabalho.
d) Terra, capital e trabalho.
e) Tempo, terra e trabalho.
62/238
Gabarito
1. Resposta: A.
A balança comercial apresenta-se supera-
vitária quando o volume monetário das ex-
portações é maior que o volume monetário 
das importações.
2. Resposta: C.
Smith era crítico da intervenção do Estado 
na economia e acreditava que a economia 
deveria ser regida pelas forças de mercado, 
o que ele chamava de “mão invisível”.
3. Resposta: B.
A teoria econômica criada por Adam Smi-
th para explicar a existência do comércio 
internacional é conhecida como teoria das 
vantagens absolutas.
4. Resposta: C.
Segundo a teoria das vantagens compara-
tivas desenvolvida por David Ricardo, o co-
mércio entre nações é benéfico mesmo se 
um país for eminente na produção de todos 
os bens, desde que as produtividades relati-
vas sejam diferentes entre os países.
5. Resposta: D.
Os principais fatores de produção conside-
rados na teoria de Heckscher e Ohlin são 
terra, capital e trabalho.
63/238
Unidade 3
Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais
Objetivos
1. Conhecer os principais fatores, externos 
às empresas, que influenciam no comér-
cio internacional. 
2. Entender como os fatores culturais, eco-
nômicos, políticos e legais influenciam 
nos negócios internacionais. 
3. Correlacionar os fatores culturais, eco-
nômicos e políticos no contexto global de 
valorização dos clientes.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais64/238
Introdução
Quando uma empresa decide ampliar seus 
horizontes e enxerga o comércio exterior 
como uma possiblidade de ampliação de 
mercado consumidor, aumento de receitas 
e diversificação de fornecedores, é necessá-
rio que ela esteja também atenta a todas as 
variáveis que influenciarão suas atividades 
no âmbito internacional, já que apresenta 
maiores complexibilidades que o mercado 
doméstico. 
Além da preparação interna que a empresa 
precisa ter em termo de estratégias, opera-
ções e pessoas, precisa-se também com-
preender que o ambiente de negócios inter-
nacionais é composto de vários fatores que 
estão fora do controle das empresas, mas 
influenciam diretamente os resultados das 
operações internacionais.
Os principais fatores que interferem nos 
negócios internacionais são: os fatores cul-
turais, como a linguagem verbal e não ver-
bal, religiões e costumes; os fatores econô-
micos, representados pelas características 
dos mercados quanto à população, renda 
e padrão de consumo etc.; e fatores políti-
cos e legais, como as leis vigentes, contro-
les impostosà importações e exportações e 
outros. 
Considerando essa realidade, nesta aula 
você conhecerá como esses fatores exter-
nos às empresas influenciam os negócios 
internacionais e perceberá a importância de 
estar ciente de sua ação e preparado para 
lidar com eles. 
Dada a complexibilidade que esses fatores 
trazem aos negócios internacionais, é de 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais65/238
extrema importância que o profissional de 
comércio exterior tenha ciência dos mes-
mos e saiba se comportar diante deles, pois 
essa postura será o diferencial entre suces-
so e fracasso no ambiente internacional de 
negócios. 
1. Fatores Culturais 
Seria muita ingenuidade considerar que os 
consumidores ao redor do mundo são iguais 
e possuem o mesmo padrão de consumo. O 
advento da globalização, a partir do desen-
volvimento de novas tecnologias, permitiu 
a proximidade de pessoas e culturas, mas 
isso não significa que ele criou um consu-
midor global padronizado.
O sucesso das operações no contexto inter-
nacional depende da sensibilidade cultural. 
Essa competência é desenvolvida pela com-
preensão das motivações do consumidor 
em diferentes mercados, por meio do estu-
do dos hábitos e preferências das pessoas 
de diferentes países. 
A análise dos fatores culturais permite que 
a empresa se adapte ao modo de funciona-
mento de seu mercado-alvo, favorecendo 
assim a receptividade do mesmo aos seus 
produtos e serviços. 
Percebe-se, então, que a compreensão do 
fator cultural é essencial para o sucesso dos 
negócios internacionais. Ignorá-lo pode 
promover situações que gerem aversão dos 
consumidores ao produto ou empresa es-
trangeira, o que pode ser desastroso às or-
ganizações que buscam a inserção no mer-
cado internacional.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais66/238
1.1 Definição de Cultura
A cultura está associada ao conceito de identidade e à orientação de conduta do indivíduo den-
tro de uma determinada sociedade. Ela é apreendida, compartilhada e transmitida. 
Czinkota e Ronakainen (2008, p. 44) definem cultura como:
Diante dessa definição, percebe-se a importância de compreender o fator cultural de uma socie-
dade, já que ele determina seu modus operandi e influencia diretamente seus padrões de consu-
mo.
O respeito às diferenças culturais é indispensável para os profissionais que atuam ou pretendem 
atuar no âmbito internacional. A identificação de tais diferenças e a correta atitude dos profis-
sionais frente a elas determinará o sucesso das operações internacionais. 
um sistema integrado de padrões de comportamento apreendidos, que são ca-
racterísticas distintas dos membros de qualquer sociedade em particular. Inclui 
tudo o que um grupo pensa, diz, faz e realiza – seus costumes, idiomas, produtos 
manufaturados, e sistemas compartilhados de atitudes e sentimentos.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais67/238
1.2 Elementos da Cultura
Segundo Czinkota e Ronakainen (2008), a 
cultura é composta por um conjunto de va-
riáveis dinâmicas, ao qual eles denominam 
elementos da cultura. 
Os elementos da cultura compreendem: 
linguagem verbal e não verbal, religião, va-
lores e atitudes, maneiras e costumes, esté-
tica, educação e instituições sociais.
Linguagem - Envolve tanto os aspectos re-
lativos aos idiomas utilizados como a lin-
guagem não verbal, composta por gestos, 
postura corporal, contato visual e tom de 
voz. No âmbito da comunicação, a lingua-
gem refere-se ao que é dito e a forma que a 
mensagem é transmitida. 
Quanto a esse item, é importante ressaltar 
a importância do domínio de idiomas pelo 
profissional de comércio exterior. Esse deve 
ir além da competência técnica, já que co-
nhecer um idioma envolve também sua par-
te interpretativa aos olhos da cultura que 
Link
ARVATI, Mariana C. Diferenças Culturais e Nego-
ciações Internacionais: Brasil e Arábia Saudita. 
Artigo que apresenta um exemplo de como as di-
ferenças culturais afetam os negócios internacio-
nais, por meio da análise do case das exportações 
brasileiras de carne para a Arábia Saudita. Dis-
ponível em: <http://www.unimep.br/rni/n9/
RNI9_art03.pdf>. Acesso em: 1º nov. 2017.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais68/238
lhe representa. As diferenças entre o inglês 
falado nos EUA, na Inglaterra e na Austrália 
são exemplos de como a linguagem reflete 
a cultura da sociedade que representa.
Religião – Para muitos, a religião expressa 
o sentido para a vida, e compreendê-la tor-
na-se relevante, pois os ideais religiosos re-
fletem nos valores e nas atitudes das socie-
dades e dos indivíduos, influenciando seu 
comportamento, inclusive o de consumo. 
Aspectos religiosos intervêm em questões 
como o papel da mulher na sociedade e nos 
negócios, os calendários civis dos países e 
as próprias leis, como é o caso do islamismo. 
Valores e atitudes – Os valores compreen-
dem as crenças e os princípios que determi-
narão as atitudes de um indivíduo. Em al-
gumas culturas, a necessidade de estabele-
cer vínculos de confiança antes de iniciar a 
tratativa de assuntos comerciais demonstra 
como os valores podem influenciar os ne-
gócios internacionais. Ignorar essa necessi-
dade de laços mais próximos pode parecer 
ofensivo a ponto de impedir que as nego-
ciações prossigam. 
Maneiras e costumes – Compreender as 
maneiras e costumes do país que se pre-
tende atuar é relevante por evitar situações 
desconfortáveis que podem ser geradas por 
interpretações erradas frente a uma atitu-
de. Como exemplo temos a diferente forma 
como cada cultura compreende a troca de 
presentes no ambiente de negócios. Um 
presente que destoe dos costumes locais 
pode fazer com que a outra parte interprete 
como uma tentativa de suborno ou corrup-
ção. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais69/238
Elementos materiais – Trata-se da forma 
como uma sociedade organiza sua ativida-
de econômica, referindo-se a infraestrutu-
ras básicas econômicas sociais, financeiras 
e de marketing que essa sociedade possui. 
Inclui os sistemas de transporte, energia, 
comunicação, saúde, educação, bancário e 
demais sistemas que compõe a infraestru-
tura da sociedade em questão. 
Estética – Cada cultura tem suas definições 
de bom gosto e de belo. O que é aceitável ou 
não varia de acordo com a cultura de cada 
sociedade. Um exemplo dessa realidade é 
o valor simbólico que as cores têm em di-
ferentes países, a cor de luto nas Américas 
e na Europa é o preto, já no Japão e alguns 
países do Oriente o luto é simbolizado com 
a cor branca. 
Educação – Possui sua relevância por ter seu 
papel de transmissão e compartilhamento 
da cultura. O conhecimento dos níveis edu-
cacionais de um país pode influenciar sua 
atitude frente a um produto de alta tecno-
logia, por exemplo. 
Instituições sociais - Um exemplo dessa re-
alidade é como a unidade familiar pode ser 
compreendida em diferentes culturas. Há 
Link
Uma ilustração referente ao ciclo de refrigera-
ção por compressão pode ser vista no link indi-
cado. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=GOcYBE09BVE>. Acesso em: 
20 set. 2017.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais70/238
culturas em que as famílias são mais nume-
rosas, em outras elas se resumem ao casal 
que pode ter ou não um filho. Isso influencia 
no padrão de consumo dessas sociedades, 
já que a unidade familiar apresenta diferen-
tes tamanhos. 
Dada sua complexibilidade, a cultura é vista, 
por muitos, como um dos fatores mais desa-
fiadores dos negócios internacionais. Saber 
lidar com as diferenças culturais, apresen-
tando inteligência cultural, é essencial para 
o sucesso dos negócios internacionais.
2. Fatores Econômicos 
Ao considerar as possibilidades de atuação 
no mercado internacional, cabe à empresa 
se preparar e planejar sua atividade de co-
Para saber mais
A inteligência cultural engloba a capacidade de 
conhecer e entenderas diferenças culturais e de 
se adaptar aos diversos ambientes culturais, con-
forme requerido. Esse conceito é amplamente 
trabalhado por David Thomas e Kerr Inkson em 
seu livro Inteligência Cultural: Instrumentos para 
negócios globais onde os autores apresentam téc-
nicas que podem facilitar as relações com dife-
rentes culturas. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais71/238
mércio exterior por meio da obtenção do 
máximo de informações acerca do mercado 
que tem como alvo. Além dos aspectos cul-
turais, deve-se também buscar entender os 
fatores econômicos que influenciam esse 
mercado. 
A fim de conhecer as características eco-
nômicas do país que se pretende atuar, a 
empresa deve avaliar as principais variáveis 
econômicas relativas ao tamanho e à natu-
reza desse mercado. Essa análise permitirá 
a identificação do potencial do mercado es-
colhido e sua capacidade de compra. 
Publicações dos principais organismos 
mundiais relacionados ao comércio inter-
nacional, como do Banco Internacional para 
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) 
e da Organização Mundial do Comércio 
(OMC), são fontes confiáveis de informações 
econômicas dos países ao redor do mundo. 
Outra fonte também confiável são os dados 
publicados pelos próprios países e em seus 
institutos de pesquisas. No Brasil, o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(IPEA) são exemplos de fontes confiáveis de 
dados acerca da população brasileira. 
Link
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) - um dos principais fornecedores de dados 
organizados sobre a população brasileira. Dispo-
nível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso 
em: 2 nov. 2017.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais72/238
2.1 Características de mercado
De acordo com Czinkota e Ronakainen 
(2008), os principais dados econômicos que 
podem trazer informações relevantes acer-
ca de um mercado são aqueles referentes à 
sua população e diversidade, infraestrutura, 
características geográficas e envolvimento 
estrangeiro na economia. 
População
Informações sobre a população do país per-
mitem a empresa ter uma perspectiva acer-
ca da demanda potencial. Nesse item são 
relevantes informações como distribuição 
etária, expectativa de vida, distribuição ge-
ográfica, tamanho dos domicílios, grau de 
urbanização, pois permitem que se tenha 
detalhes sobre a quantidade de pessoas e 
característica que compõem o público-alvo. 
Um exemplo da aplicabilidade dessas infor-
mações é a definição do tamanho das em-
balagens de um determinado alimento que 
será exportado para um mercado interna-
cional. Ao estudar o tamanho dos domicílios 
pode-se perceber se o país tem domicílios 
com mais ou menos pessoas, o que pode 
influenciar na determinação da quantida-
de de porções que um produto alimentício 
deve ter. 
Renda
Variáveis relacionadas à renda per capita, 
PIB per capita, preços e poder aquisitivo po-
dem contribuir na compreensão do poder 
de compra de uma determinada população 
e auxiliar a empresa a determinar o nicho de 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais73/238
mercado que atuará. A distribuição da so-
ciedade quanto às classes econômicas de 
acordo com a renda também é significativa 
na análise de mercado. 
Nesse quesito, é importante também con-
siderar variáveis como inflação, variação 
cambial e taxa de juros. Tais itens influen-
ciam, direta ou indiretamente, o consumo 
das populações, dada sua relação com a 
formação do preço de venda de um produ-
to importado e a capacidade de compra do 
mercado. 
 Padrões de consumo
Os padrões de consumo de uma sociedade 
podem ser compreendidos por meio de da-
dos que revelam a porcentagem de gastos 
de acordo com a classe de bens, por exem-
plo, para uma indústria de chinelos, é rele-
vante saber quanto seu mercado-alvo in-
veste em produtos de vestuário e calçados. 
No caso de produtos eletroeletrônicos, da-
dos sobre a porcentagem de domicílios que 
apresentam aquele determinado produto 
podem apresentar oportunidades de ex-
pansão de vendas. 
Infraestrutura
Dados referentes à infraestrutura do país-
-alvo podem preparar a empresa quanto às 
dificuldades logísticas de distribuição de 
seu produto dada a insuficiência do sistema 
de transportes, o que pode encarecer o pre-
ço final do produto, tornando-o não atrati-
vo naquele mercado. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais74/238
 
3. Fator Político e Legal
Os fatores políticos têm papel crítico nas 
operações de comércio internacional, já 
que as empresas podem ter problemas tan-
to localmente quanto no país de destino, 
por conta de equívocos na interpretação e 
aplicação das regulamentações. 
Para compreender a dimensão da influência 
dos fatores políticos e legais nos negócios 
internacionais é importante considerar sua 
ação no país de origem, no país de destino e 
no ambiente internacional.
3.1 País de Origem
Onde quer que a empresa esteja localizada, 
ela estará sujeita às determinações políti-
cas e legais instituídas pelos governos. 
Em seu país de origem, é fundamental que a 
empresa considere as medidas legais locais 
que regulamentam o comércio internacio-
nal, já que elas podem interferir na compe-
titividade da empresa no mercado interna-
cional por meio do aumento de custos e in-
viabilização de negócios. 
Para saber mais
Infraestrutura é o conjunto de atividades e es-
truturas da economia de um país que servem de 
base para o desenvolvimento de outras ativida-
des. Fazem parte da Infraestrutura de um país: 
rodovias, usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, 
rodoviárias, sistemas de telecomunicações, ferro-
vias, rede de distribuição de água e tratamento de 
esgoto, sistemas de transmissão de energia etc.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais75/238
Em geral, os governos costumam incenti-
var as atividades exportadoras locais, pois 
compreendem os benefícios que essa prá-
tica traz ao seu país por meio da geração de 
riquezas e empregos à sua população. No 
entanto, em determinadas situações, por 
conta de interesses políticos e razões con-
correnciais, os países podem determinar 
ações que proíbam ou restrinjam as expor-
tações para determinados países. 
Alguns exemplos dessas ações restritivas e 
proibitivas que um país pode exercer sobre 
o comércio internacional são os embargos, 
sanções, controles de exportações e impor-
tações, e a regulamentação acerca da con-
duta comercial das empresas. 
Os embargos e sanções referem-se a ações 
governamentais que visam impedir o livre-
-comércio com determinados países por 
razões variadas. Um exemplo clássico de 
ações restritivas a exportações é o embar-
go dos EUA a Cuba, estabelecido em 1962, 
permanecendo vigente até os dias atuais. 
Esse embargo proíbe a exportação de uma 
série de produtos e serviços a Cuba. 
Link
CRUVINEL, Teresa. Os efeitos cruéis do embargo 
comercial imposto pelos EUA a Cuba. Artigo jor-
nalístico que traz exemplos práticos dos impac-
tos do embargo dos EUA a Cuba, com destaque 
aos efeitos às atividades de Comércio Exterior. 
Disponível em: <https://www.brasil247.com/
pt/blog/terezacruvinel/325317/Os-efeitos-
-cruéis-do-embargo-comercial-imposto-
-pelos-EUA-a-Cuba.htm> Acesso em: 23 nov. 
2017. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais76/238
Os controles de exportação e importação 
podem se dar por meio de medidas tarifárias 
ou não tarifárias. Como exemplos de medi-
das não tarifárias têm-se a exigência de li-
cenças prévias à exportação ou importação 
de determinado produto e a utilização de 
sistema de cotas que restringe a quantida-
de de produtos a serem importados. 
3.2 País de Destino
Para adentrar em um mercado internacio-
nal é necessário conhecer as leis e normas 
que regimentam aquele mercado para evi-
tar situações que possam minar as chances 
da empresa e prejudicar sua marca. Perce-
be-se,então, a importância de conhecer 
como funciona o sistema político e legal do 
país de destino. 
É comum que as empresas busquem mer-
cados que apresentam estabilidade política 
e econômica, mas como as sociedades são 
dinâmicas nem sempre é fácil encontrar 
países estáveis, por isso é importante estar 
atento ao grau de risco político apresenta-
do pelo país-alvo. De acordo com Czinkota 
e Ronakainen (2008, p. 134): 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais77/238
O risco político, em grande parte, é reflexo das ações do governo do país em questão, no entan-
to, ele também é impactado por questões que estão além do controle governamental, como é o 
caso do surgimento de movimentos populares que externalizam suas insatisfações com decisões 
do governo local. 
Dada tal realidade, nota-se a necessidade do profissional que conduz negócios internacionais 
estar atento e bem informado acerca da realidade política do país que pretende atuar. 
Algumas das ações do governo do país destino que podem prejudicar os negócios internacionais 
de uma empresa estrangeiras são: a aplicação de leis antidumping, imposições de restrições sa-
nitárias, utilização de cotas de importação e aplicação de taxas sobre as importações. 
Risco político é definido como o risco de perdas quando se investe em um de-
terminado país, devido a mudanças na estrutura política e legal do mesmo, tais 
como leis de taxação, tarifas, expropriação de bens, ou restrições à repatriação 
de lucros. [...] Em geral, o risco político é menor nos países que possuem um his-
tórico de estabilidade e consistência. O risco político tende a ser mais alto em 
nações que não possuem esse tipo de histórico.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais78/238
3.3 Ambiente Internacional
Embora não exista nenhum código de leis 
internacionais, as relações comerciais entre 
os países são estabelecidas conforme acor-
dos e alianças comercias, portanto, além de 
considerar os fatores políticos e legais locais 
do país destino, faz-se necessário também 
conhecer os acordos bilaterais entre o país 
de origem e o país destino, assim como os 
acordos multilaterais que possam influen-
ciar as condições de negociação entre os 
países. 
A Organização Mundial do Comércio (OMC) 
é responsável por definir, em nível global, as 
práticas comerciais aceitáveis, orientando 
assim o comércio internacional entre os pa-
íses membros.
4. Fatores Culturais, Econômicos 
e Políticos no contexto Global
É importante ter claro que os fatores cultu-
rais, econômicos, políticos e legais de um 
mercado não se apresentam de forma iso-
lada, eles constroem um conjunto de ele-
mentos que constituem o ambiente do co-
mércio internacional do país em questão, e 
esse ambiente está em constante evolução. 
Graças ao advento da globalização o mun-
do vivenciou uma variedade de transforma-
ções. No âmbito das corporações, esse fe-
nômeno promoveu alterações significativas 
nas relações de concorrência entre empre-
sas e nas relações das empresas com seus 
consumidores. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais79/238
 
Os avanços tecnológicos oriundos da glo-
balização aproximaram pessoas e merca-
dos, um exemplo dessa realidade é o comér-
cio eletrônico em que as fronteiras físicas já 
não mais existem.
Atualmente, é de extrema importância que 
as empresas conheçam bem seus clientes e 
estejam atentas às suas necessidades, pois 
a concorrência passou de local para global 
com a abertura dos mercados para o co-
mércio internacional. 
Cabe ao profissional que atua nessa realida-
de estar preparado para atender seus clien-
tes da melhor forma possível, fidelizando-
-os em escala global, e isso tudo só é pos-
sível através do conhecimento daquilo que 
os clientes realmente necessitam e querem. 
Estar atento à voz dos clientes é estar pre-
parado para enfrentar às mudanças merca-
dológicas.
Conhecer o cliente em uma perspectiva 
global não é apenas ouvi-lo, mas também 
entendê-lo por meio da compreensão de 
sua cultura, das condições econômicas que 
lhe cercam e dos aspectos políticos e legais 
que regimentam sua vida.
Para saber mais
A globalização é um processo de integração so-
cial, política e econômica entre os países e as 
pessoas ao redor do mundo. Esse processo ocor-
reu graças às inovações tecnológicas nas áreas de 
tecnologias da informação, com o aprimoramen-
to das comunicações e da internet. 
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais80/238
Glossário
Modus operandi: é uma expressão em latim que significa “modo de operação”. Esta expressão 
determina a maneira que determinada pessoa utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas ro-
tinas e os seus processos de realização.
BIRD: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
OMC: Organização Mundial do Comércio
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA: Instituto de pesquisa econômica aplicada
Questão
reflexão
?
para
81/238
Você é um profissional de comércio exterior e o diretor 
de sua empresa está interessado em expandir as expor-
tações por meio da entrada em novos mercados. Após 
assistir uma reportagem sobre a Índia e ficar impres-
sionado com o tamanho de sua população, o diretor 
acredita que o mercado indiano é perfeito para o novo 
produto feito à base de carne bovina e pede sua opinião 
acerca dessa ideia. 
Quais considerações você faria para determinar se essa 
proposta é ou não válida?
82/238
Considerações Finais
• Os principais fatores que influenciam os negócios internacionais são os 
fatores culturais, econômicos, políticos e legais do contexto comercial em 
questão. 
• Os fatores culturais determinarão como uma sociedade se comportará, in-
fluenciando assim seus padrões de consumo.
• Os fatores econômicos apresentam as oportunidades e desafios do país-al-
vo quanto às características quantitativas de seu mercado, como renda e 
infraestrutura. 
• Os fatores políticos e legais são considerados, também, como influenciado-
res dos negócios internacionais, já que onde quer que esteja, a empresa es-
tará sujeita às leis e normas desse local e suas ações em outros países serão 
regimentadas pela legislação local. 
83/238
Considerações Finais
• É importante ter claro que todos esses fatores atuam de forma conjunta em 
um ambiente globalizado, onde é imperativo conhecer os clientes para a 
obtenção de sucesso nas relações comerciais.
Unidade 3 • Fatores que Influenciam os Negócios Internacionais84/238
Referências 
CZINKOTA, Michael R.; RONAKAINEN, Ilkka A. Marketing Internacional. 8. ed. São Paulo: Cenga-
ge Learning, 2008.
SILVA, Ultemar da (org.). Gestão das relações econômicas internacionais e comércio exterior. 
N/d: Editora Cengage, 2008. 224 p. 
THOMAS, David C; INKSON, Keer. Inteligência Cultural: habilidades pessoais para negócios glo-
balizados. Rio de Janeiro: Record, 2006. 276 p.
85/238
Assista a suas aulas
Aula 3 - Tema: Fatores que Influenciam os Ne-
gócios Internacionais. Bloco I
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/1b9ec07d8cd3d6b3a5b61c0c502a8c9c>.
Aula 3 - Tema: Fatores que Influenciam os Ne-
gócios Internacionais. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
7d5d6300093a3cf5e402309d019f02f2>.
86/238
1. Os principais fatores externos às empresas que influenciam nos negócios 
internacionais são:
a) Produtivos, especulativos e tecnológicos.
b) Econômicos, políticos e produtivos. 
c) Culturais, econômicos, políticos e legais. 
d) Econômicos, legais e estruturais. 
e) Culturais, produtivos e tecnológicos.
Questão 1
87/238
2. É correto afirmar que a cultura está associada:
a) À identidade do indivíduo. 
b) À educação do indivíduo.
c) Ao destino do indivíduo.
d) Ao passado do indivíduo.
e) À família do indivíduo.
Questão 2
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3. As características de um mercado podem ser obtidas

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