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Direito Civil VI Coisas

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ROTEIRO DE ESTUDO DIRIGIDO SEMANAL
	Disciplina
	Direito Civil VI – Coisas
	Semestre
	2020.1
	Turma
	7º Direito Matutino
	Data
	23 e 27/03/2020
	Discente
	Ikaro Vieira Viana
	Nº Aula
	01 e 02
	Tema da Aula
	DA POSSE – AQUISIÇÃO E PERDA
1ª) Faça uma pesquisa sobre as formas de Aquisição da Posse, informando como esse assunto era tratado pelo Código Civil de 1916.
O cearense Clóvis Beviláqua, autor do projeto do Código Civil Brasileiro em 1901, e que veio a ser promulgado apenas em 1916, adotou a teoria de Ihering quanto tratou do instituto posse. O CC de 1916 foi um dos pioneiros no mundo a filiar-se às ideias da teoria objetiva, visto que, até então, Savigny revestia-se de grande prestígio, sendo a teoria subjetiva dominante nos códigos civis. 
Portanto, desde 1917, quando o código civil de Beviláqua passou a gerar efeitos, não há no nosso ordenamento jurídico a necessidade de animus domini para que se caracterize a posse, nem exige-se o poder físico direto sobre a coisa. Por outro lado, a posse surge com a utilização econômica da coisa, e a proteção jurídica sobre a posse advém, em última análise, da proteção jurídica sobre a propriedade, uma vez que a posse é vista, na teoria de Ihering, como uma externalização da propriedade. Tal entendimento pode ser verificado na definição de possuidor no art. 485.
“Artigo 485: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio, ou propriedade.”
	No entanto, no CC de 1916 há resquícios da teoria subjetiva, o que podemos observar nos artigos, 550 e 551 do CC.
2ª) Faça uma pesquisa sobre PERDA DA POSSE, comparando a visão do Código Civil de 2002 com a do Código Civil de 1916.
“Art. 520. Perde-se a posse das coisas:
I – pelo abandono; II – pela tradição; III – pela perda, ou destruição delas, ou por serempostas fora do comércio;IV – pela posse de outrem, ainda contra a vontade do possuidor, se este não foi manutenido, ou reintegrado em tempo competente; V – pelo constituto possessório.
Parágrafo único. Perde-se a posse dos direitos, em se tornando impossível exercê-los, ou não se exercendo por tempo, que baste para prescreverem.”
	
	O possuidor perde a posse quando não há mais, contra sua vontade, poder fático de ingerência sócio-econômica sobre determinado bem. Tais poderes são o GRUD. Entretanto, o possuidor esbulhado só vem a perder a posse de um bem quando não busca a reintegração dentro do período de ano e dia, que passa a funcionar como uma espécie de condição suspensiva.
“Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.”
“Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.”
3ª) Diga se as alternativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) e, caso sejam falsas, justifique.
A) No Direito brasileiro, o possuidor tem de fato o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes inerentes à propriedade.
V ( X ) F ( )
B) O possuidor de boa-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber.
V ( X ) F ( )
C) No Direito Positivo brasileiro, o caseiro é considerado como possuidor.
V ( ) F ( X)
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presumese detentor, até que prove o contrário.
D) É possível a posse justa ser de má-fé.
V ( ) F ( X )
Não se deve confundir a posse de boa-fé com a posse justa. Para verificar se a posse é de boa-fé, temos um critério psicológico (subjetivo). Por outro lado, para verificar se a posse é justa, estamos diante de um critério objetivo, bastando o exame da existência ou não dos vícios.
E) De acordo com Ihering, posse é o poder imediato que tem a pessoa de dispor fisicamente de um bem com a intenção de tê-lo para si e de defendê-lo contra a agressão de quem quer que seja.
V ( ) F ( X )
	
Para Savigny, a posse seria o poder direto que alguém tem para dispor fisicamente de uma coisa com a intenção de tê-la como sua e para defendê-la da intervenção ou agressão de outrem.
4ª) Analise o caso concreto e responda: “Mãe doou imóvel para a filha, continuando a residir no bem com a donatária. Alguns anos após o ato liberatório, surgem desavenças entre as duas, motivando a Ação de Revogação de Doação. No curso da ação, mesmo residindo no bem com a mãe, a filha o vende-o para terceiro de boa-fé, que intentou Ação de Reintegração de Posse em face da doadora.” Com respaldo nos conhecimentos à cerca da Posse, como deverá ser julgada essa Ação? Procedente ou Improcedente? Justifique.
	Ação de reintegração de posse só existe quando o possuidor é desapossado em virtude de um esbulho, no caso expresso o autor da ação nunca teve a posse do bem. A ação será improcedente.
5ª) “ Bruna, arrendatária de um imóvel rural, contratou Gabriel como caseiro, mediante remuneração, com a incumbência de tomar conta e zelar; autorizou-o, ainda, a cercar um pedaço das terras, ao redor da casa, destinado à moradia da família, e a cultivar uma pequena horta para uso próprio e consumo. O contrato, inicialmente pelo prazo de dois anos, foi renovado tacitamente e passou a vigorar por tempo indeterminado, continuando Gabriel no imóvel.” Qual a situação jurídica de Gabriel? Pode ele ingressar com Ações Possessórias na defesa da Posse?
O fâmulo da posse ou detentor é aquele que, em razão de sua situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação em relação a uma outra pessoa (possuidor direto ou indireto), exerce sobre o bem, não uma posse própria, mas a posse desta última e em nome desta, em obediência a uma ordem ou instrução. Exige-se a condição de possuidor para a propositura dos interditos. O detentor, por não ser possuidor, não tem essa faculdade. 	
“Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.”
6ª) Defina posse ad interdicta e posse ad usucapionem;
	Posse ad Interdicta, posse comum, aquela adotada pelo Código Civil Brasileiro, Teoria Objetiva de Ihering. É aquela posse de boa-fé, onde não existe a presunção de um futuro usucapião.
	Posse usucapionem, esta posse condiz com a vontade de ter para si, com o “animus domini”. Neste instituto especificamente, a posse pode transformar-se em um direito real (propriedade), por intermédio do fenômeno, usucapião.
7ª) Qual a diferença entre constituto possessório e traditio brevi manu?
	Constituto possessório, representa pacto entre contratantes, tocante à tradição do bem, caracterizada pela disposição desse, todavia continuando na posse de outrem. Diz-se também cláusula “constituti”. CC, art. 1.267, parágrafo único.
	Já o termo “traditio brevi manu” denota a situação do final do parágrafo único: “quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico”. Seria o caso do locatário adquirir a propriedade da coisa locada.
8ª) O que vem a ser “jus possidendi” e “jus possessiones”?
	Jus possessionis, é o direito de posse, ou seja, é o poder sobre a coisa e, a possibilidade de sua defesa por intermédio dos interditos (interdito proibitório, de manutenção da posse ou de reintegração de posse). Trata-se de conceito que se relaciona diretamente com a posse direta e indireta. Ao possuidor direto é conferido o direito DE posse.
	Já o jus possidendi, é o direito à posse, decorrente do direito de propriedade, ou seja, é o próprio domínio. Em outras palavras, é o direito conferido ao titular de possuir o que é seu.
9ª) O que é e como exercer o direito de retenção?
Faculdade legal conferida ao credor de conservar em seu poder a coisaque possui de boa-fé, pertencente ao devedor, ou de recusar-se a restituí-la até que seja satisfeita a obrigação.
10ª) O que significa desdobramento da posse?
	
	Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
11ª) O que vem a ser composse?
	Trata-se da posse em comum. Assim, se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
12ª) A ocupação irregular de áreas públicas pode gerar direitos possessórios?
	
	A ocupação de área pública, quando irregular, não pode ser reconhecida como posse, mas como mera detenção, resultando incabível o manejo de interditos por parte do ocupante.
13ª) O detentor poderá valer-se das ações possessórias para defender a sua posse?
	
	Não. O único efeito jurídico atribuído ao detentor é a possibilidade de fazer uso da defesa direta para proteger a posse.
14ª) Quais são as ações que a doutrina classicamente denomina de interditos possessórios.
a) Reintegração de posse, (esbulho: o possuidor perde a posse. Só cabe reintegração se o esbulhador tem posse injusta – violência, clandestinidade, precariedade). Esbulho parcial: a ação adequada é a reintegração da posse. 
b) Manutenção de posse, (turbação: ainda não houve o esbulho – aqui houve perturbação).
c) Interdito proibitório, (ameaça: é uma ação possessória de caráter nitidamente preventivo) há possibilidade de fixação de multa.
15ª) A ação de imissão na posse é considerada uma ação possessória?
	Não. A ação de imissão de posse não é uma ação possessória, pois quem ajuíza essa ação é o sujeito (proprietário) que quer entrar na posse pela primeira vez; o autor tem que provar a titularidade (direito de propriedade) sobre o bem, portanto, esse procedimento está inserido no chamado jus possidendi.
16ª) É possível ação possessória contra a Fazenda Pública?
	
	Sim, para isso o CPC tem uma regra especial: Art. 928, parágrafo único: "Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais". No entanto, há que ser feita uma observação. Caso o Poder Público tenha atribuído uma finalidade específica ao bem esbulhado do particular, este deverá ingressar com uma ação de desapropriação indireta para ressarcir os danos que obteve.

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