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Crescimento e desenvolvimento infantil

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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 A diferenciação desses termos é embasada no fato do termo crescimento está relacionado ao avanço 
somático (altura, massa, peso) – hiperplasia e hipertrofia; enquanto o desenvolvimento condiz com o conquistar 
de habilidades e o desenvolvimento de maturações e capacidades, ou seja, aquisição de funções – diferenciação 
celular e maturação de sistemas e órgãos. 
 De modo geral, o desenvolvimento pode ser afetado por fatores endógenos (hereditariedade e sistema 
neuroendócrino) e exógenos (nutrição, processos metabólicos, estimulação biopsicossocial). Deve se ter mais 
atenção com os fatores exógenos nos primeiros dois anos de vida, após isso, a criança sofre maior influência dos 
exógenos. 
 RN submetidos a deficiência de nutrientes tendem a possuir alteração no metabolismo que pode ser de 
fase I ou fase II. Na fase I (reversível), o tempo de deficiência pode ser corrigido através da alimentação adequada, 
gerando um aumento da velocidade de crescimento, que pode propiciar o bebê acompanhar os níveis padrões de 
crescimento para a termos. No caso de pré-termos com BP, caracteriza-se por período de estabilização e reinício 
do ganho ponderal, período de recuperação acelerada e período de crescimento em velocidade normal. Enquanto 
a fase II (irreversível) é caracterizada por desnutrição grave e prolongada com retardos acentuados, ocorre 
alteração permanente do metabolismo programado. 
 Tal desnutrição grave condiz com perca de peso, crescimento deficiente, baixa imunidade e danos na 
mucosa; que por consequente, aumentam a incidência, gravidade e duração das doenças; causando perca de 
apetite, perca de nutrientes, má absorção e alterações no metabolismo; que corresponde ao consumo inadequado 
dos alimentos e consequentemente o agravo da desnutrição. Ou seja, finda-se pela presença de um ciclo vicioso, 
onde não há recuperação do estado nutricional e nem melhora do quadro imunológico do paciente, caso não haja 
acompanhamento nutricional. 
 O crescimento pode ser dividido em: fase intrauterina e pós-natal, que inclui o potencial genético, 
maturidade, peso ao nascer, condições clínicas ao nascer, tipo de alimentação e cuidados no 1º ano de vida 
(influência dos primeiros 1000 dias). Acreditando-se na influência genética, não se deve recomendar a utilização 
de hormônios para correção de problemas de crescimento sem antes analisar o fator genético do indivíduo. Da 
mesma forma, o peso intrauterino não deve ser utilizado como parâmetro de maneira isolada (recomenda-se 
sempre, a análise do peso dos pais, como uma forma de estimar o crescimento esperado para o período no qual a 
criança nasceu). 
 O peso é considerado o melhor parâmetro para avaliar o crescimento e a maturidade do recém-nascido por 
ser decorrente de influências genéticas e ambientais. Para tanto, quando houver a impossibilidade de avaliar o 
peso: uso da circunferência torácica (CT): RN com CT entre 29 e 30 cm devem ser considerados de risco e < 29 cm, 
de alto risco; 
 O baixo peso é a principal causa de morbidade e mortalidade, causando impacto adverso direto no 
crescimento somático e desenvolvimento neuropsicológico pós-natal. Pode ser decorrente de: 
- Causas relacionadas à mãe: baixo nível socioeconômico, baixo peso/ganho de peso (desnutrição), baixa estatura, 
hipertensão, patologia renal ou cardíaca/DM II, tabagismo/alcoolismo, multiparidade e etc. 
- Causas relacionadas à placenta: tamanho reduzido, inserção anormal do cordão, lesões vasculares ou 
inflamatórias, etc. 
- Causas relacionadas ao feto: anomalias cromossômicas e congênitas, infecções (rubéola, toxoplasmose, herpes, 
etc) e gemelaridade. 
Quando de origem materna ou placentária, o potencial de crescimento está adequado enquanto o fornecimento 
de nutrientes é prejudicado, o que pode causar retardos em níveis variados, de acordo com diversas variáveis. 
Entretanto, quando de origem fetal, o suprimento nutricional está normal, mas o potencial de crescimento 
encontra-se reduzido, resultando em retardo do crescimento e desenvolvimento e malformação. 
 A alimentação da mãe está diretamente relacionada ao crescimento e desenvolvimento o feto. Se no início 
da gestação, a mãe está com baixo requerimento de nutrientes e/ou com restrição acentuada, haverá morte ou 
malformação do embrião. Caso ocorra a desnutrição somente após o 3º mês de gestação, não haverá mais efeitos 
teratogênicos, mas ainda irá interferir no crescimento fetal. Deve-se ter atenção especial no 3º trimestre, devido 
os processos de hiperplasia e hipertrofia, que condizem com o aumento dos requerimento nutricionais, e 
caracteriza a fase de maior ganho de peso. 
 Desnutrição intra uterina: a prioridade para todos nutrientes é dada aos órgãos vitais; assim, os demais 
órgãos acabam não tendo o desenvolvimento correto. Consequentemente, o organismo torna-se programado a 
viver em um ambiente de escassez. Então, se submetido a um ambiente de excesso, terá probabilidade para 
desenvolver certas patologias crônicas. Isso ocorre porque o organismo está acostumado a absorver o máximo de 
tudo aquilo que lhe é oferecido, devido a formação orgânica deficiente e a ausência de nutrientes. 
 De maneira semelhante, a macrossomia (RN>4000g) aumenta o risco de morte, morbidade perinatal e 
sequelas, pode ser resultante de obesidade pré-gestacional, ganho de peso excessivo na gravidez e DM não 
controlada. Para esses casos deve-se analisar a hereditariedade. As principais complicações nesse caso são: 
ocorrência de parto prematuro; traumas no parto decorrentes da desproporção feto/pélvica; e problemas 
metabólicos logo após o nascimento. Isso porque feto produz sua própria insulina para absorver a glicose, se a 
mãe apresenta alta quantidade de glicose passará para o feto e este terá que produzir uma maior quantidade de 
insulina, retardando a produção de surfactante pulmonar e o propiciando a adquirir doenças pulmonares. Isso 
ocorre porque a insulina e o surfactante são produzidos no pâncreas, a sobrecarga na produção de insulina retarda 
a produção de surfactante. 
 Crianças que nascem com o peso adequado costumam ter uma perca de peso de 10% após o nascimento, 
ocasionado pelo aumento do gasto metabólico. Em algumas maternidades, adotou-se o berço aquecido como 
forma de manter a temperatura da criança, evitando que ela gaste energia para produzir calor e possa entrar em 
um quadro de hipoglicemia. Contanto, a perca de peso sempre será maior em crianças com menor idade 
gestacional. Entretanto, os RN costumam ter um mecanismo compensatório e acabam acompanhando crianças a 
termo. 
 Crianças a termo devem ser avaliadas em comparação com a sua Idade Gestacional (IG), para tanto, 
calcula-se a Idade Corrigida (IC) para a avaliação desta através de curvas normais. Esse cálculo deve ser realizado 
sempre, afim de evitar diagnósticos de déficits falso-positivos. Calcula-se-se IC = ICron (40 sem – IG ao nascer). Tal 
correção deve ser feita até os primeiros dois anos. 
 O período pós-natal pode ser dividido em: 
- Neonatal imediato: corresponde aos primeiros dias de vida: perda de até 10% de seu peso de nascimento, onde 
ocorre perda de líquido extracelular, aumento do catabolismo tecidual, eliminação do mecônio, a interrrupção do 
fornecimento de nutrientes. 
- Neonatal tardio: após a 1º semana. Caracterizado pela recuperação do peso, sofrendo interferência pelo tipo de 
alimentação, fatores fisiológicos e fatores ambientais. 
- Pós-neonatal: Ocorre ganho de peso acelerado (semelhante fase intra-uterina) até 13ª sem→ ↑ vel. Decrescente, 
em que o sexo masculino > sexo feminino; e nos 4- 6 meses: PN duplicado; 12 meses: PN triplicado; 2 anos: PN 
quadruplicado. 
 O crescimento do cérebro é um processo complexo de sequência ordenada, onde se requer ácido fólico e 
por isso recomenda-se a suplementação no período periconcepcional, na ½ da gestação ao 2° ano de vida: fasemais suscetível aos efeitos da restrição da restrição nutricional, por ocorrer o crescimento máx do cérebro. 
 O DESENVOLVIMENTO é o processo de mudanças mediante o qual a criança alcança maior complexidade 
em seus movimentos, pensamentos, emoções e relações com os outros. Este deve ser avaliado por: aspectos 
físicos, fisiológicos, neurológicos (alterações comportamentais), cognitivos (estruturas fisiológicas e mentais 
→pensar, aprender, compreender e resolver problemas) e psicossociais (interação com o ambiente). A primeira 
avaliação deve ocorrer entre o 15º e 30º dias de vida. No momento da interpretação deve-se consideras as 
condições da criança no momento em que a observação é feita (ansiedade, irritabilidade, fome, etc), o seu estado 
clínico, o seu peso e maturidade ao nascer. Em caso de falha no desenvolvimento, deve-se investigar condições 
ambientais, relação afetiva com a mãe, presença de estímulos. Se o desenvolvimento abaixo do esperado em duas 
ou mais áreas: avaliação mais minuciosa, através de um especialista. 
 ASPECTOS FISIOLÓGICOS GERAIS NO RN: volume sanguíneo expandido, que se ajustará a partir do 
nascimento; o que justifica, em parte, a perda de peso na primeira semana; e a hemoglobina fetal será substituída 
pela hemoglobina típica das crianças maiores e de adultos. A função respiratória ao nascer, sofre diferença de 
pressão entre o ambiente intrauterino e o externo promoverá a expansão dos alvéolos pulmonares, permitindo 
movimentos respiratórios espontâneos. Quanto a circulação, o início da respiração extrauterina e a abertura de 
forâmenes cardiovasculares promoverão o estabelecimento da pequena e da grande circulação, permitindo o 
transporte de oxigênio aos tecidos e a eliminação de dióxido de carbono pelos pulmões. O rim apresenta relativa 
imaturidade ao nascimento (imaturidade do sistema renina-angiotensina = menor concentração renal de solutos→ 
maior vulnerabilidade à desidratação, principalmente quando submetidos a altas concentrações de solutos -
proteínas e eletrólitos). No sistema imunológico o RN carrega consigo imunidade passiva, transferida pelo 
organismo materno através da placenta, em especial IgG, a partir de estímulos antigênicos do microambiente em 
que a mãe vive. 
A FUNÇÃO DIGESTÓRIA apresenta limitações, sobretudo funcionais, como: baixa concentração enzimática 
(amilase pancreática; ácido clorídrico; enzimas proteolíticas; lipase pancreática e sais biliares); hipotonia das 
musculatura lisa das vísceras digestórias e de estruturas esfincterianas. A SUCÇÃO: presente ao nascimento como 
ato reflexo; depende de sua IG; DEGLUTIÇÃO: ato motor presente em torno da primeira metade da gestação; 
MASTIGAÇÃO: se inicia por volta do 5º mês; PALADAR: preferência ao sabor adocicado; rejeição inicial a alimentos 
salgados; aversão aos sabores ácidos e amargos. 
A CAPACIDADE GÁSTRICA é ao nascer: 7 mL; segunda semana: 70mL; final do primeiro ano: 200-250mL. 
Enquanto o ESVAZIAMENTO GASTRINTESTINAL: depende de fatores como composição e volume do alimento; e a 
hipotonia do EEI nas primeiras semanas de vida; A maturidade e FUNÇÃO INTESTINAL: a barreira à passagem de 
macromoléculas no ambiente intestinal torna o RN e o lactente jovem vulneráveis à sensibilização por proteínas 
da dieta e à ação de bactérias e toxinas. Já a FLORA INTESTINAL: o intestino é praticamente estéril ao nascimento, 
iniciando-se sua colonização por ocasião do parto, da exposição a flora vaginal e cutânea da mãe e da exposição 
ao novo ambiente. Importância da alimentação. LEITE MATERNO: composto por flora bífida, estabelecendo acidez 
ao meio intestinal, a partir do desdobramento da própria lactose do LH, dificultando a proliferação de germes 
patogênicos, e favorecendo a síntese das vitaminas B12 e K. 
FUNÇÃO RENAL: tem a capacidade funcional reduzida, em razão da menor velocidade de filtração 
glomerular e menor capacidade de concentração urinária, o que pode ser agravado pela concentração de solutos 
da dieta. 
METABOLISMO: RN a termo: baixas reservas de glicogênio, com reserva adiposa e capacidade de 
gliconeogênese. RN de BP, prematuros e macrossômicos: maior risco de hipoglicemia neonatal. De modo geral, o 
RN apresenta respostas reflexas ao nascimento que podem desaparecer ou se converter em atos motores.

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