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CAMILLA MELO OLIVEIRA LEITE (362090020) GUSTAVO LIMA DE SOUSA (362190047) JOSÉ ARAÚJO DE OLIVEIRA NETO (362190006) MAELLE MACÊDO LUZ (362190036) RAPHAEL LIMA ROQUE SANTOS (362190030) TABATHA SANTANA LOPES JESUS (362190060) HEMOPARASITOSES: UMA REVISÃO DA LITERATURA FEIRA DE SANTANA 2019 CAMILLA MELO OLIVEIRA LEITE (362090020) GUSTAVO LIMA DE SOUSA (362190047) JOSÉ ARAÚJO DE OLIVEIRA NETO (362190006) MAELLE MACÊDO LUZ (362190036) RAPHAEL LIMA ROQUE SANTOS (362190030) TABATHA SANTANA LOPES JESUS (362190060) HEMOPARASITOSES: UMA REVISÃO DA LITERATURA Revisão da literatura apresentada ao professor Carlos Danilo Cardoso, discente do curso de Biomedicina da Universidade Salvador, como requisito parcial para obtenção da nota na segunda unidade da disciplina Mecanismos de Agressão e Defesa I. FEIRA DE SANTANA 2019 LISTA DE FIGURAS Figura 1:. ................................................................................................................... 17 Figura 2: .................................................................................................................... 19 Figura 3:. ................................................................................................................... 24 Figura 4:. ................................................................................................................... 27 Figura 5: .................................................................................................................... 29 Figura 6: .................................................................................................................... 37 Figura 7: .................................................................................................................... 38 Figura 8: .................................................................................................................... 43 Figura 9: .................................................................................................................... 44 Figura 10: .................................................................................................................. 45 Figura 11: .................................................................................................................. 47 Figura 12: .................................................................................................................. 49 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15 2.1. MALÁRIA: PLASMODIUM .................................................................................. 15 2.1.1. Agente etiológico e sua morfologia ............................................................. 15 2.1.2. Epidemiologia e Vias de Transmissão. ........................................................ 16 2.1.3. Ciclo de vida e Patogenicidade .................................................................... 17 2.1.4. Mecanismos da Resposta Imune ................................................................. 19 2.1.5. Profilaxia ........................................................................................................ 20 2.1.6. Manifestações clínicas .................................................................................. 21 2.1.7. Diagnóstico .................................................................................................... 21 2.1.8. Tratamento ..................................................................................................... 22 2.2. DOENÇA DE CHAGAS: TRYPANOSOMA CRUZI ............................................. 23 2.2.1. Agente etiológico e sua morfologia ............................................................. 23 2.2.2. Epidemiologia ................................................................................................ 24 2.2.3. Vias de Transmissão ..................................................................................... 25 2.2.4. Ciclo de Vida .................................................................................................. 26 2.2.5. Patogenicidade ............................................................................................. 28 2.2.6. Mecanismos da Resposta Imune ................................................................. 28 2.2.7. Profilaxia ........................................................................................................ 29 2.2.8. Manifestações Clínicas ................................................................................. 30 2.2.9. Diagnostico .................................................................................................... 32 2.2.10. Tratamento ................................................................................................... 33 2.3. TOXOPLASMOSE: TOXOPLASMA GONDII..................................................... 33 2.3.1. Agente etiológico e sua morfologia ............................................................ 33 2.3.2. Epidemiologia ................................................................................................ 35 2.3.3. Vias de Transmissão ..................................................................................... 35 2.3.4. Ciclo de Vida .................................................................................................. 36 2.3.5. Patogenicidade .............................................................................................. 37 2.3.6. Mecanismos da Resposta Imune ................................................................ 39 2.3.7. Profilaxia ........................................................................................................ 40 2.3.8. Manifestações Clínicas ................................................................................. 40 2.3.9. Diagnóstico .................................................................................................... 41 2.3.10. Tratamento ................................................................................................... 42 2.4. LESHIMANIOSE: LEISHMANIA ......................................................................... 43 2.4.1. Agente etiológico e sua morfologia ............................................................. 43 2.4.2 Epidemiologia ................................................................................................. 44 2.4.3 Vias de Transmissão ...................................................................................... 45 2.4.4. Ciclo de Vida .................................................................................................. 46 2.4.5. Patogenicidade .............................................................................................. 47 2.4.6. Mecanismos da Resposta Imune ................................................................. 48 2.4.7. Profilaxia ........................................................................................................ 49 2.4.8. Manifestações Clínicas ................................................................................. 50 2.4.9. Diagnóstico .................................................................................................... 51 2.4.10. Tratamento ................................................................................................... 51 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 52 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 53 ‘12 1. INTRODUÇÃODe acordo com o Ministério da Saúde (2006), a malária é uma doença com maior impacto mundial. Tendo como transmissão vetorial causada por protozoários unicelulares do gênero Plasmodium, sendo as espécies infectantes: P. falcipraum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P.knowlesi. A transmissão é feita ao Homem a partir da fêmea de mosquitos do gênero Anopheles, levando o hospedeiro a apresentar quadro clínico com febres, calafrios, cefaleia e sudorese profusa. Estes sintomas são associados destruição dos glóbulos vermelhos a partir da invasão do Plasmodium ao hospedeiro. O nível de gravidade dos sintomas está diretamente relacionado a espécie do parasito infectante. A depender da resposta imunológica do organismo de cada infectado, os sinais e sintomas podem sofrer uma evolução. (OMS, 2011). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2011) A sua transmissão é mais prevalente em regiões tropicais e subtropicais da África subsaariana e cerca de 36% da população vive em áreas de risco. Já no Brasil, Neves (2005) aborda que a região endêmica é a Amazônia Legal. Segundo Camargo (2003), outra forma de contrair a doença, é através do contato direto com sangue infectado por transfusões sanguíneas, compartilhamento de seringas e até mesmo por transplante de órgãos. Trypanossoma Cruzi A doença de chagas que tem como vetor o inseto conhecido como “barbeiro”, possuindo o Trypanossoma Cruzi como agente etiológico foi descoberta pelo médico e pesquisador Carlos Chagas. (KROPF; PETRAGLIA; AZEVEDO, 2000). Sendo esta uma doença extremamente endêmica na América Latina, mais prevalente em zonas rurais e de baixa renda apresentando cerca de 7 milhões de pessoas que podem estar acometidas pela doença. (GOMEZ; GUTIERREZ; PENUELA, 2019). Segundo Sangenis (2016) a doença de chagas tem como principal via de transmissão o contato com a pele lesada ou mucosas com fezes contaminadas. Tendo também como forma de transmissão o consumo de carne crua ou malcozida de animais silvestres. ‘13 O Trypanosoma cruzi, é um protozoário flagelado, que pertence à ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae. Membros desta família são amplamente distribuídos em diferentes áreas geográficas e causam doenças ao homem como a doença de Chagas, a doença do sono e as Leishmanioses (VICKERMAN, 1994). A doença de Chagas apresenta duas fases: aguda e crônica. Na fase aguda ocorre uma infecção generalizada pelo T. cruzi, com um alto parasitismo sanguíneo e tecidual nos primeiros meses de infecção (dois a quatro). A fase crônica, conhecida como de latência ou indeterminada, não apresenta sintomatologia importante do ponto de vista clínico e pode durar vários anos. Um paciente nessa fase pode desconhecer sua condição de portador assintomático da doença de Chagas e transmitir involuntariamente a infecção por mecanismos diversos (RASSI et al., 2000). Toxoplasmose - Toxoplasma gondii Em seu estudo, Mitsuka (2010) Citou que a toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário T. gondii, sendo este, um parasita intracelular obrigatório. A toxoplasmose apresenta uma distribuição geográfica mundial e 90% das infecções são assintomáticas. Ela se apresenta como uma doença oportunista de maior frequência em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Prado (2011), a partir dos seus estudos afirmou que o T. gondii apresenta 3 formas infectantes, sendo elas Taquizoíto, Bradzoíto e Oocisto. Segundo Perdoncin et al. (2010) a Toxoplasmose apresenta o T. gondiiI como agente etiológico e o gato, ou outros felinos selvagens e doméstico como hospedeiro definitivo. A transmissão se dá pelo contato com as fezes dos felinos ou contato com carne malcozida infectada por cistos do T.gondii. Através de seus estudos Amendoeira, Coura, Camillo (2010), concluíram que a infecção por T. gondii se apresenta assintomática, porém pode manifestar um quadro clínico variável tendo como característica a linfonopatia, sensação de fadiga, febre, cefaleia. ‘14 Leishmaniose – Leishmania As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, que a depender da espécie pode produzir manifestações difusas, viscerais, cutânea e mucocutânea. Tendo como principal responsável pela transmissão um mosquito popularmente conhecido por “mosquito palha”. É uma infecção que afeta animais selvagens, domésticos e o Homem (FOGANHOLI, 2011). Ainda segundo Foganholi (2011) a Leishmania se apresenta em duas formas: a flagelada, que é denominada promastigota, a outra forma é a aflagelada denominada amastigota sendo esta intracelular obrigatória. Dividida em dois grupos, um causador da Leishmaniose Tegumentar tendo os protozoários Leishmania mexicana, L. brasiliensis e L. tropica envolvidos; e a leishmaniose visceral que é comumente conhecida como “calazar” causada pelos protozoários L. donovani e L. chagasi sendo este último encontrado no Brasil. A leishmaniose é uma doença negligenciada, junto com a malária e a doença do sono, isto torna difícil a determinação do número de pacientes infectados por essa doença, mas estima-se que há 12 milhões de pessoas infectadas pela doença do mundo, ameaçando a vida de mais de 350 (BLANCO; NASCIMENTO-JUNIOR, 2017). São considerados hospedeiros definitivos os felinos jovens não imunes, pois ocorre o ciclo sexual e liberação de milhões de oocistos nas fezes que contaminam o meio ambiente. As principais vias de transmissão são fecal-oral, carnivorismo e transplantacentária (MITSUKA, 2010). ‘15 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1. MALÁRIA: Plasmodium 2.1.1. Agente etiológico e sua morfologia De acordo com Pena (2005) no Brasil, três espécies de Plasmodium causam malária: P. malariae, P. vivax e P. falciparum. O homem é o único reservatório importante. Algumas espécies de macacos podem albergar o parasita, porém a transmissão natural é rara. Já, Neves et al. (2005), destaca em sua obra que os plasmódios variam individualmente em cada etapa de desenvolvimento. Os esporozoítos, merozoítos e oocineto, que são as formas evolutivas capazes de invadir células hospedeiras, possuem organelas envolvidas diretamente no processo de interiorização celular, organelas estas ausentes nas formas de trofozoítos, esquizontes e gametócitos. Evidencia-se então as seguintes características morfológicas: a) Esporozoíto: alongado, com cerca de 11μm de comprimento e com 1μm de largura. Possui núcleo central único, com membrana formada por duas camadas, uma externa formada principalmente pela proteína CS, sendo esta participante ativa de interações celulares durante ciclo de vida do parasito. (NEVES et al., 2005). b) Forma exo-eritrocítica: logo após entrada do esporozoíto no hepatócito, as organelas do complexo apical são perdidas e a forma do parasito muda, se tornando então arredondado e passando a se chamar de trofozoíto. Após muitas divisões celulares desenvolve-se o esquizonte tissular (ou criptozoíto) que provoca aumento do tamanho do hepatócito infectado por conta do seu tamanho. (NEVES et al., 2005). c) Merozoíto: Merozoíto: células capazes de invadir apenas eritrócitos, estruturalmente similares aos esporozoítos, com 1 a 5μm de comprimento e 2μm de largura, e com membrana externa de três camadas. (NEVES et al., 2005). d) Formas eritrocíticas: compreende os trofozoítos jovens, trofozoítos maduros, esquizonte e gametócitos. (NEVES et al., 2005): ‘16 I. trofozoítos jovens: P. vivax, P. malariae, P. ovale o citoplasma é espesso, enquanto em P. falciparum o citoplasma é delgado; II. trofozoítos maduros: em P. ovale e P. vivax o citoplasma é irregular, com aspecto amebóide e cromatina isolada, P. malariae possui citoplasma compacto, arredondado e cromatina pouco visível, e P. falciparum possui citoplasma espesso e cromatina indistinta. (NEVES et al., 2005)II. esquizonte: para P.ovale e P. vivax o citoplasma é irregular vacuolizado e os dois possuem forma amebóide com cromatina segmentada, já em P. malariae a cromatina é pouco segmentada, e para P. falciparum o citoplasma é pouco deformado e com cromatina separada em grânulos grossos. (NEVES et al., 2005) e) Microgameta: possui célula flagelada, e apresenta de 20 a 25μm de comprimento, com membrana que envolve o núcleo e o único flagelo. (NEVES et al., 2005) f) Macrogameta: apresenta uma estrutura celular com protuberância onde ocorre a fecundação do microgameta, localizado na superfície. (NEVES et al., 2005) g) Oocineto: possui forma alongada, móvel, com comprimento entre 10 e 20μm, com núcleo volumoso e excêntrico. (NEVES et al., 2005) h) Oocisto: disposição estrutural esférica de 40 a 80μm, com grânulos pigmentados em seu interior (cor e distribuição que a depender da espécie variam) e é envolto por cápsula espessa de 0,1μm. (NEVES et al., 2005) 2.1.2. Epidemiologia e Vias de Transmissão. De acordo com Neves et al. (2005) 90% das mortes determinadas como por malária, ocorre principalmente nas regiões tropicais e subtropicais da África subsaariana, com aproximadamente 1,7 milhão de mortes. No Brasil, a região endêmica é a Amazônia Legal, compreendendo o Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, como mostrado na Figura 1. Nas áreas de alta transmissão as crianças e adolescentes são os mais atingidos com a infecção. Também ocorre infecção frequente em garimpeiros e trabalhadores voltados para agropecuária e colonização, imigrantes alojados na periferia e pequenos grupos que vivem próximos de criadouros de mosquitos. ‘17 Figura 1: Áreas endêmicas. Fonte: Neves et al. (2005) 2.1.3. Ciclo de vida e Patogenicidade De acordo com Webber (2005), além do mosquito fêmea do gênero Anopheles existem outras espécies capazes de transmitir os parasitas da malária, e a eficiência dessas espécies vai depender de diversos fatores como fontes e tipos de, onde vive ou tempo de vida. O tempo do ciclo de vida do parasita é determinante para que o mosquito se torne infeccioso, se tornando então melhores vetores os mosquitos que tiverem mais tempo de vida. As condições ambientais também possuem grande fator de importância disseminação da doença e mesmo com resistência a altas temperaturas o mosquito é sensível e isto pode interferir diretamente no período de hibernação, altera comportamento e modifica o estímulo à alimentação. A temperatura alta também altera o tempo de desenvolvimento do parasita. A malária pode ser transmitida no Homem por cinco espécies de protozoários infecciosos do gênero Plasmodium: P. falciparum; P. ovale; P. vivax; P. malariae e P. knowlesi, tendo esta, maior distribuição no Sul asiático e transmissão natural de macacos para humanos. (SALAZAR; BROWN; BLAIR, 2012). Neves et al. (2005) descreve em sua obra que a primeira etapa do ciclo de vida se dá início na fase exoeritrocítica, quando o vetor inocula esporozoítos no ‘18 hospedeiro. Quando os esporozoítos se alojam nos hepatócitos, onde se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos, se multiplicam através da reprodução assexuada e dão origem aos esquizontes teciduais. Após essa nova forma haverá outra mudança de fase do ciclo, chamada de fase exoeritrocítica ou tissular, onde serão formados milhares de merozoítos, responsáveis pelas invasões nos eritrócitos. Nos casos de infecção por P. falciparum e P. vivax o desenvolvimento nos hepatócitos é de uma semana e na infecção por P. malariae o tempo é de duas semanas. A partir do momento em que os merozoítos tissulares entram nos eritrócitos se inicia o ciclo eritrocítico. Neves et al. (2005) destaca que o parasito se desenvolve por esquizogonia quando dentro do eritrócito, e essa característica é a responsável pela formação de novas gerações de merozoítos sanguíneos. Em infecções por P. falciparum, P. vivax e P. ovale o ciclo se repete a cada 48 horas, e no caso de P. malariae a cada 72 horas. A nutrição dos trofozoítos é a hemoglobina, glicose, metionina, biotina, algumas purinas e pirimidinas e fosfato, e após o fechamento do ciclo esquizogônico o eritrócito é rompido liberando pigmento malárico formado no citoplasma do eritrócito. Além da reprodução asseuxada, Neves et al. (2005) aborda que pode ocorrer também a sexuada, que é realizada através do repasto sanguíneo, onde os gametócitos vão evoluir no inseto dando origem aos esporozoítos. O processo de gametogênese será estimulado dentro do intestino médio do mosquito. O gametócito feminino se converte em forma de macrogameta e gametócito masculino em microgametas, por processo denominado exflagelação. Após 24 horas da fecundação entre os gametas feminino e masculino, se origina o zigoto denominado oocineto que se movimenta, através da contração do corpo, até a parede do intestino médio e se encista na camada epitelial da parede intestinal e passa a se chamar de oocisto. O processo de divisão esporogônica se inicia e a parede do oocisto se rompe, liberando então os esporozoítos que foram formados durante a esporogonia, estes esporozoítos se dissipam por todo o corpo do mosquito e atingem as glândulas salivares, tornando então o mosquito um vetor do parasito. Todo esse ciclo de vida está representado na figura 2: ‘19 Figura 2: ciclo de vida do Plasmodium. Fonte: CBC. 2.1.4. Mecanismos da Resposta Imune Sobre a resistência inata Neves et al. (2005) diz que ela pode ser absoluta, quando protege completamente o indivíduo da doença, ou relativa nos casos em que, mesmo havendo o desenvolvimento do parasito, o processo infeccioso é autolimitado. Rosa-Borges et al. (2001) prova por metodologia o que diz Neves et al. (2005): que a deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase pode impedir o desenvolvimento dos parasitos por efeitos oxidantes, pois sabe-se que a hemoglobina de eritrócitos deficientes desta enzima é facilmente oxidada, formando metemoglobina, que é tóxica para o parasito. A transferência passiva de anticorpos IgG da mãe imune para o filho é considerada um dos mais notórios fatores responsáveis pela resistência do recém- nascido. Outros fatores também podem estar envolvidos, como a presença de eritrócitos contendo grandes quantidades de hemoglobina fetal (HbF), gerando um microambiente desfavorável ao crescimento parasitário. Os esporozoítos, apesar de sua pouca permanência na corrente sanguínea, induzem uma resposta imune que leva a produção de anticorpos dirigidos contra antígenos de sua superfície. ‘20 Em consonância com o que diz em Neves et al. (2005) Pinto, Ventura e Souza (2001) realizaram experimentos de transferência passiva de anticorpos confirmando que IgG purificada de soros de adultos imunes (área hiperendêmica) pode controlar a infecção por P falciparum em crianças, minimizando a parasitemia e protegendo-as de doença grave. Análise in vitro e in vivo dos efeitos dos anticorpos protetores tem mostrado que no mínimo dois mecanismos estão envolvidos: I) participação de anticorpos opsonizantes que promovem a fagocitose de eritrócitos infectados; II) participação de anticorpos citofílicos (subclasses IgG 1 e IgG3 no homem) que se ligam a monócitos e promovem a inibição do crescimento do parasito intra- eritrocítico, não requerendo para isso contato entre células efetoras e eritrócitos infectados. 2.1.5. Profilaxia Para Gomes, Vitorino e Mendes (2018) as medidas profiláticas da malária são as proteções individuais na tentativa de redução da exposição aos insetos do gênero Anopheles, como utilização de roupas que minimizem a exposição ao vetor, aplicação de repelentes e dispositivos antimosquitos, uso de mosquiteiro e telas nas portas e janelas. Também pode ser feito a quimioprofilaxia com uso de antimaláricos emdoses inferiores a utilizadas nas terapias em casos de viagens a zonas endémicas é indicado o início da utilização do fármaco uma semana antes da viagem, evitando assim efeitos colaterais e dosagem alta de concentrações séricas e mesmo após saída de zona endêmica é importante a manutenção do fármaco por mais quatro semanas. Já Neves et al. (2005) aborda que as medidas quimioprofiláticas, podem ser feitas com devidas orientações para o diagnóstico em curto prazo diante sinais suspeitos, associados aos fármacos disponíveis em cada localidade dando início ao tratamento precoce da doença. Para além desta, as medidas coletivas são de extrema importância, principalmente nas áreas endêmicas, com pulverização de inseticidas nas paredes das casas ou nebulização espacial visando o controle e combate do vetor adulto, e para o controle das larvas os larvicidas aplicados a água são poucos ‘21 utilizados por conta do risco de contaminação química no meio ambiente, contudo há um paliativo Bacilus turigiensis e B. sphericus cujo quais agridem menos a biodiversidade do local onde serão aplicados. Além destas há também as medidas de saneamento básico e educação através de informação e educação. 2.1.6. Manifestações clínicas As manifestações clínicas dão início com calafrios, febre, dor de cabeça, sudorese, náuseas acompanhadas de vômitos e dores musculares. Sintomas estes associados com a ruptura dos eritrócitos e a liberação dos merozoítos na circulação sanguínea (ESTEVES, 2012). Biggs e Brown (2001) ressaltam que diante de malária cerebral os eritrócitos são sequestrados e associados na microvasculatura cerebral, com capilares e vênulas pós capilares dilatados e obstruídos por conta dos trofozoítos alojados nas hemácias, provocando edema, anóxia necrose e em seguida morte caso não haja tratamento adequado. Além da malária cerebral, outras patologias podem vir a ser desenvolvidas como a trombocitopenia e coagulação, falência renal, anemia hemolítica e problemas respiratórios, no coração e no fígado. 2.1.7. Diagnóstico De acordo com Neves et al. (2005), o diagnóstico eficaz e seguro é o laboratorial, tendo em vista que o diagnóstico clínico da malária não é conclusivo por conta dos sintomas inespecíficos, podendo ser confundido com outras infecções. A técnica mais utilizada e que pode ser feita em todos os pacientes por conta do baixo custo é feita através da análise de esfregaço de sangue periférico corado com azul- de-metileno e Giemsa. Através de análise microscópica poderá ser analisada as diferenciações morfológicas do parasito e as alterações provocadas nos eritrócitos. Neves et al. (2005) também destaca que através do exame de esfregaço as espécies P. vivax, P. ovale e P. malariae devem ser diferenciadas cuidadosamente pois as mesmas possuem semelhanças nos estágios de desenvolvimento, já a P. falciparum completa o seu ciclo eritrocítico assexuado quando está aderido ao endotélio capilar, logo a sua identificação no exame de esfregaço é dada quando ‘22 trofozoítos e gametócitos são visualizados. Para contemplar a diferenciação entre as espécies e a identificação da particularidade do P. falciparum é necessário domínio da técnica de esfregaço, domínio de análise microscópica e capacidade de diferenciação e detecção do parasito. 2.1.8. Tratamento Mesmo havendo grandes avanços na ciência ainda não há uma vacina para malária. Contudo há uma grande investida em estratégias para interrupção do desenvolvimento sexual e fertilização do parasita, rompendo então o ciclo de vida. Segundo Gomes (2018) há muitos problemas para o desenvolvimento das vacinas, entre eles destaca-se as mais de 5300 proteínas e a expressão delas em cada fase do ciclo de vida do parasita, e as diferentes respostas imunológicas específicas em cada estágio. Com a ausência de vacinas, o tratamento com fármacos contra a malária é essencial. De acordo com Esteves (2012), há drogas que atuam em diferentes estágios do ciclo de vida. Os esquizonticidas tecidulares, como a primaquina, que atingem os parasitas pré-eritrócitos, prevenindo recaídas e manifestações clínicas da doença; esquizonticidas hemáticos, como cloroquina e doxiciclina, e se feito o tratamento sequenciado o resultado será o desaparecimento de sintomas pois os fármacos agem diretamente na forma assexuada do ciclo eritrocítico; os gametocidas que atuam diretamente impedindo a evolução do vetor destruindo os macro e microgametócitos no sangue, e por fim, os esporonticidas que impedem a esporogonia no mosquito atingindo diretamente os gametas. O tratamento em caso de malária por P. vivax, P. ovale e P. malariae é indicado o uso da cloroquina, que não atinge os ciclos teciduais, apenas as formas sanguíneas e possui baixa toxicidade.No entanto, a depender do nível de infecção por P. vivax apresenta resistência ao fármaco, sendo indicado então o uso da Oceania. Para radical cura nos casos de infecção por P. ovale e P. vivax deve ser feito uma associação de fármacos que atuarão sobre os hipnozoítas, com tratamento de sete a quatorze dias de esquizonticida tecidual com primaquina. (NEVES et al., 2005). Além disto também é destacado por Neves et al. (2005) que P. falciparum apresenta resistência a cloroquina, logo é indicada a combinação de artesunato oral com tetraciclina ou doxiciclina, em caso de malária não grave. E nos casos de malária ‘23 grave a primeira opção são derivados de artemisinina, e logo após sinais de melhoras complementa-se o tratamento com antibiótico ou mefloquina. Já Esteves (apud Who, 2010) indica o tratamento seguindo a Organização Mundial de Saúde (OMS). 2.2. DOENÇA DE CHAGAS: Trypanosoma cruzi 2.2.1. Agente etiológico e sua morfologia O agente etiológico, segundo Pena (2005), é o Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, caracterizado pela presença de um flagelo e uma única mitocôndria. Neves (et. al. 2005) descreve a morfologia da seguinte maneira: segundo ele, o T. cruzi pode apresentar uma distinção morfológica de acordo com seu hospedeiro, sendo vertebrado ou invertebrado, apresentando várias formas evolutivas que serão descritas a seguir: Morfologia Vertebrados O T. cruzi pode ser encontrado em tecidos de vertebrados na forma de amastigotas de maneira intracelular, e tripomastigotas onde seu citossomo pode apresentar um formato de C ou S, sendo exclusivamente extracelular. Essas duas formas são potencialmente infectantes. A forma infectante extracelular, é classificada em duas principais variações morfológicas: • Tripomastigotas delgadas (na figura 3: os números 4, 5 e 6), são a formas mais patogênicas, porém são muito mais sensíveis aos anticorpos circulantes; • Tripomastigotas largas (na figura3: os números 1,2 e 3), possuem uma menor patogenicidade, são mais lentas para desenvolver-se, porém são mais resistentes aos anticorpos circulantes. ‘24 Figura 3: formas tripomastlgotas encontradas em dejetos de triatomineos e meios de cultura. Fonte: Neves et al. (2005). Em um de seus estudos solo, Tafuri (1987), demonstra através de citações e análises de pesquisas que o hospedeiro invertebrado ou vetor o T. cruzi será encontrado na forma de epimastigotas (não infectante) (na figura 3:7 e 8), onde apresenta uma morfologia circular com flagelos envolvendo todo seu corpo. A forma não infectante é encontrada principalmente no estômago e intestino dos vetores por outro lado a forma infectante (tripomastigotas na figura 3: 9 e 10) é encontrada em toda região retal dele. 2.2.2. Epidemiologia O Trypanosoma cruzi é o protozoário causador da Doença de Chagas, ou tripanossomíase, doença extremamente endêmica na América Latina, de modo que, cerca de 6 a 8 milhões de pessoas podem estar acometidas pela doença, e em torno de 100 milhões de pessoascorrem o risco de se infectar com a doença. A tripanossomíase está comumente presente em áreas rurais de baixa renda, onde 80% dos casos de infecção acontecem de forma vetorial (GOMEZ; GUTIERREZ; PENUELA, 2019). ‘25 Em sua literatura Rey (2008) divide os países endêmicos em quatro grupos epidemiológicos: I. Países com áreas de transmissão natural, intradomiciliar e de alta prevalência: Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador e Venezuela. II. Países com evidências de transmissão intradomiciliar com presença de cardiopatias: México, Colômbia e Costa Rica. III. Países onde ocorre a transmissão intradomiciliar e há grande n úmero de doadores de sangue positivos, mas com pouca informação epidemiológica: Panamá, Salvador Nicarágua e Guatemala. IV. Países onde existe enzootia silvestre, como os EUA e os da região do Caribe, e onde podem ocorrer casos humanos esporádicos: EUA, Belize, Trinidad e - Tobago e Guianas. 2.2.3. Vias de Transmissão Ainda segundo Gomez (et al., 2019), há diversas formas de transmissão da Doença de Chagas, entre as citadas na literatura estão: a) Transmissão Vetorial: A fonte de infecção natural do Trypanosoma cruzi são os insetos hematófagos, Triatominae, sendo a via de transmissão bastante comum em áreas rurais mais carentes. O Brasil foi um dos países considerados livres da infecção vetorial. b) Transmissão congênita: 5 a 10% dos casos, sendo que 60% dos recém- nascidos infectados congênitos apresentam a doença de forma assintomática. c) Transmissão Oral: É a principal via de transmissão presente no Brasil, onde a pessoa ingere o vetor ou as suas fezes. Relatada muitas vezes pelo consumo de frutas ou vegetais contaminados, como por exemplo, no consumo do açaí. d) Transmissão por Transplante de órgãos: A primeira infecção por transplante foi relatada no ano de 1980, depois em transplantes de rim, fígado, medula óssea, pâncreas e coração. ‘26 e) Transmissão Acidental: É a infecção causada por acidentes laboratoriais, manipulando amostras contaminadas, ou manuseio incorreto de equipamentos laboratoriais. f) Transmissão por Transfusão Sanguínea: Aconteceram casos no Brasil nos anos de 1949 e 1952. O trypanosoma cruzi pode sobreviver durante 18 dias a 4°C em uma bolsa de sangue contendo apenas hemácias e aproximadamente 250 dias a 22°C em uma bolsa de sangue contendo apenas plaquetas, podendo ser resistente ao congelamento. 2.2.4. Ciclo de Vida Durante seu ciclo biológico o T. cruzi, passa por diversas transformações morfológicas para adaptar-se ao seu hospedeiro, vertebrado ou invertebrado. (GARCIA, 2017) Hospedeiro Vertebrado: Assim Rey (2008) discorre em sua obra a infecção do T. cruzi em seu hospedeiro vertebrado na forma de tripomastigota após ser expelido no sangue através da excreção das fezes do vetor no local da picada, se a cepa da tripomastigota for delgada, rapidamente desaparece da corrente sanguínea, por dois principais fatores, por ter sido opsonizada e então aglutinada pelos anticorpos circulantes, ou pelo sucesso em invadir uma célula do tecido do hospedeiro, no segundo caso, o ciclo evolutivo continua, ao penetrar na célula, ele se transforma em amastigota. Porém ainda há outro meio de infecção, através da cepa tripomastigota larga, nessa forma o T. cruzi é bem resistente aos anticorpos circulantes, e se acumula no sangue caracterizando uma infecção crônica. A partir do sangue os tripomastigotas invadem células preferencialmente fagocíticas, musculares tanto cardíacas quanto esqueléticas. Dentro destas células o parasito assume uma forma ovóide, tem sua estrutura flagelar extremamente reduzida, restando-lhes apenas o movimento de rotação (amastigotas), e recuperam sua característica fisiológica mais importante, a capacidade de multiplicação que se manifesta em cerca de até 35 horas após parasitar a célula hospedeira. Através de um mecanismo de bipartição simples ou cissiparidade, que tem um intervalo 12 horas, aumentam seu número exponencialmente, rompendo o citoplasma da célula, porém ‘27 sofrem outra mudança 12 horas antes da ruptura da célula, voltando de amastigotas para tripomastigotas. (Neves et al., 2005) Seguindo uma linha de pensamento semelhante a literatura acima, Rey (2008) através de análise de testes in vitru assegura a ideia de que o ciclo intracelular pode durar cerca de 5 a 6 dias chegando a produzir nove gerações de parasitos, sendo algumas das linhagens sensíveis a temperaturas de 37 °C a 38°C, bloqueando a sua transformação de amastigotas para tripomastigotas. Por fim as os T.cruzi na forma amastigota pode apresentar um dimorfismo, sendo observado um formato fusiforme além do arredondado. Hospedeiro Invertebrado: Os principais hematófagos contaminados com T. cruzi são os triatomíneos. Esses vetores são infectados através da ingestão do sangue contaminado dos hospedeiros vertebrados. Ao chegar na porção média do intestino do vetor, o tripomastigota se diferencia em epimastigota, se multiplicando por cissiparidade, permanecendo nesta forma até alcançar o reto do invertebrado, se diferenciando novamente em tripomastigotas sanguicolas. (NEVES et al., 2005). Todo esse ciclo de vida está representado na figura 4: Figura 4: Ciclo de vida do T. cruzi. Fonte: CDC. ‘28 2.2.5. Patogenicidade De acordo com o que escreveu Tafuri (1987), sabe-se que patogenia, ao se tratar de Doença de Chagas, é o mecanismo pelo qual o T. cruzi causa lesões. Dito isso é possível citar fatores que dependem do parasito (polimorfismo, tropismo, virulência, cepas etc.) e fatores que dependem do hospedeiro (constituição genética, sexo, idade, raça, resposta imunológica etc.). A evolução da infecção chagásica está fortemente ligada a forma em que o parasito se encontra no sangue do hospedeiro, por exemplo, a forma amastigota tende a degenerar células do miocárdio, enquanto outras formas intracelulares tendem a provocar lise citoplasmática após a sua reprodução intracelular. Entre outros mecanismos ligados a alta patogenicidade do parasito, pode ser citado as proteínas, glicoproteínas e componentes proteolíticos, presentes em sua superfície, responsáveis, pelo processo de invasão e adesão à célula hospedeira. Desse modo entende-se que as cepas mais virulentas estão associadas aquelas com um maior poder de penetração, enquanto as cepas com maior índice de mortalidade estão associadas com a forma amastigota. Ainda seguindo a literatura de Tafuri (1987), algumas cepas do T. cruzi podem apresentar tropismo por células específicas algumas delas podem ser miotrópicas, outras podem ser macrofagotrópicas, assim as moleceulas de carboidrato presente em sua superfície ou da célula hospedeira é de suma importância para reconhecer para o reconhecimento entre si. Assim o tropismo é um dos fatores que influenciam na “escolha” do parasito para determinado órgão. 2.2.6. Mecanismos da Resposta Imune Segundo Neves et al. (2005), a infecção por T. cruzi mobiliza vários mecanismos humorais e celulares da resposta imune inata e adquirida. O protozoário promove a ativação não específica de macrófagos e células natural killer da imunidade celular acompanhado de ativação de linfócitos T e B, resultando numa produção de imunoglobulinas (imunidade humoral). Quando se analisou as linhagens de células T, verificou-se que as células T CD4 aparentemente são mais cruciais na proteção contra a infecção por T. cruzi na fase aguda da infecção, devido a produção de citocinas, como IFN-g, e pelo estímulo de produção de anticorpos líticos que auxiliam na destruição dos parasitas tanto intra quanto extracelulares. As células T CD8+ parecem ‘29 ter participação mais importante na fase crônica da infecção e na gênese das lesões, estando associadas a fenômenos de citólise, fibrose tecidual e, portanto, as manifestaçõescardíacas e intestinais da doença. O gráfico da figura 5 retirado de Neves et al. (2005) mostra a evolução do T. cruzi no mamífero: a) infecção; b) fase aguda (parasitemia alta); c) ação defensiva do organismo (anticorpos); d) fase crônica (parasitemia baixa). Figura 5: Evolução do T. cruzi no mamífero. Fonte: Neves et al. (2005) 2.2.7. Profilaxia De acordo com a OMS, as medidas profiláticas gerais são bastante simples, porém pouco acatadas, consiste, em medidas como controle vetorial, melhora nas condições de vida rurais, conscientização da população para exames de rotina, entre diversas outras. Já Neves et al. (2005), em sua literatura segure medidas bastante impactantes que realmente podem transformar o cenário atual da doença na América Latina, entre elas estão: a) Melhoria das habitações rurais: algumas experiências vêm comprovando que casas de alvenaria são habitats perfeitos para triatomíneos, casas feitas de barro, palha e outras materiais mais rudimentares são de longe um dos maiores fatores para a infecção intradomiciliar, desse modo, uma melhora nas habitações rurais teria um grande impacto na redução de triatomíneos em regiões rurais domiciliares. ‘30 b) Combate ao barbeiro: há diversas técnicas para combate do vetor, como inseticidas, que promovem a curto prazo a eliminação dos barbeiros, preservação da fauna e da flora, entre outras. c) Controle da transmissão congênita: o comprometimento de forma rigorosa em examinar recém-nascidos de mães com sorologia positiva para tripanossomíase, é uma medida de forte impacto para a profilaxia desse meio de transmissão. d) Controle de doador de sangue: selecionar doadores por exames sorológicos, excluindo positivos ou suspeitos adição ao sangue de violeta-de- genciana ou, principalmente, o cristal-violeta na concentração de 1 :4.000. e) Vacinação: atualmente muitos estudos estão sendo feitos para desenvolver uma vacina contra o parasito, pesquisadores descobriram que ativação de macrófagos por BCG conseguiu reduzir a parasitemia em camundongos, porém parte da doença é fortemente ligada a processos autoimunes. Assim componentes antigênicos da vacina semelhantes as células cardíacas poderiam causar posteriormente uma lesão. 2.2.8. Manifestações Clínicas De acordo com as manifestações clínicas da infecção podem ser bastante abrangentes, variando entre fase aguda e a fase crônica. Dentre os casos de infecção por T. cruzi 50% apresentam sinal de Romaña, podendo haver em outros casos há a presença de chagas de inoculação durante a fase aguda, enquanto que durante a fase crônica grande parte das pessoas infectadas não apresentam sintomas por vários anos, porém apresentam sintomatologia relacionada com o sistema cardiocirculatório (forma cardíaca), digestivo (forma digestiva), ou ambos posteriormente.(NEVES et al., 2005). Fase Aguda: Baseado nas informações dispostas na literatura de Dias, et al. (2016) as duas manifestações clínicas durante a fase aguda caracterizam-se pela formação de edema elástico, diferindo-se apenas na região em que esse edema vai se manifestar. Neves et al. (2005) em sua obra complementa, observando a presença precoce de febre irregular ou ausente, adenopatia satélite ou generalizada, hepatoesplenomegalia. No sinal de Romaña o edema é formado na região ocular, ‘31 podendo afetar linfonodo satélite, outrora sendo tão agressivo a ponto de fechar a fenda palpebral, se tornando assim um excelente marcador de diagnóstico para a fase aguda da doença. Enquanto o chagoma de inoculação tem sua formação na região cutânea podendo ser indolor e pouco saliente, e assim como o sinal de Romaña, também é acompanhado de inchaço do linfonodo satélite. Foi confirmado em alguns casos de infecção aguda presença da Miocardite chagásica aguda, a qual se difere um pouco das outras miocardites de fontes etiologicas diferentes, podendo às vezes ser encoberta pelas outras manifestações clínicas da doença. Podendo observar também um sopro sistólico no foco mitral, podendo haver em certos casos um grau considerável de hipotensão, dores precordiais, simulando infarto do miocárdio. Fase Crônica: De forma complementar Neves et al. (2005) concebe a ideia de que, a diminuição da parasitemia e o desaparecimento dos diversos edemas não normalizam o ECG de alguns pacientes, indicando continuamente alguma sintomatologia cardíaca de maior ou menor grau compondo o cenário crônico da doença. De modo que perturbações neurológicas acabam por ser esporádicas na maioria dos casos, como consequência da meningoencefalite que ocorre apenas em crianças muito jovens em pacientes imunossuprimidos. Já de acordo com Dias (et al. 2016), a forma mais prevalente da doença é cardiopatia chagásica crônica responsável pela elevada carga de morbimortalidade, com grande impacto social e médico-trabalhista. Entre as características mais peculiares da CCC, destacam-se seu caráter inflamatório e intensamente fibrosante, presença de arritmias ventriculares complexas em associação com distúrbios da formação e condução do estímulo elétrico atrioventricular e intraventricular, elevada incidência de morte súbita e de fenômenos tromboembólicos, além de disfunção ventricular direita e aneurismas ventriculares. Tafuri (1987) citou algo bastante semelhante e de grande impacto clínico em seus estudos, sobre a patogenia, do T. cruzi, onde a cardiopatia chagásica aguda e crônica (CCC) com a presença de miocardite aguda, variam de acordo com a fase da doença ou com a lesão a ela associada. Ainda para Tafuri (1987), a escassez parasitêmica, e a constante presença de exsudação linfocitária seria o ponto de partida para cogitar em mecanismos auto imunitários. Mesmo com níveis baixos de parasitemia, a inflamação continua tendo um papel principal na destruição das fibras ‘32 cardíacas, dando origem a liberação de auto antígenos, que posteriormente seriam responsáveis pela reação tardia de hipersensibilidade contra o miocárdio. A forte presença de linfócitos T helpers na reação, faz com que sejam liberadas linfocinas quimiotaticas para os macrofágos, que serão os verdadeiros responsaveis pela lesão tecidual. De modo que os macrófagos acabam por produzir colágenos por meio da ativação de fibroblastos, e o excesso de colágeno produzido, resulta em dano para célula tecidual. Estudos ainda são feitos para melhor entender a fisiopatologia e a patogenia da doença observando o processo de fibrose no órgão. 2.2.9. Diagnostico Dias, Pinto et al. (2016) deixa claro que o diagnóstico principal para a doença de Chagas durante a fase aguda é baseado na identificação do parasito (parasitológico), e a sua sensibilidade depende do nível da carga parasitária presente no hospedeiro. A procura a fresco do T.cruzi é bastante rápida e simples, sendo mais sensível que o esfregaço corado. O momento perfeito para a realizar a coleta deve ser com paciente febril e dentro de 30 dias do início de sintomas. O exame geralmente é feito no microscópio utilizando uma gota de sangue entre lâmina e lamínula. (DIAS, PINTO, et al., 2016). Mediante forte suspeita clínica e epidemiológica de fase aguda da infecção por T. cruzi associada a exames parasitológicos diretos negativos, o diagnóstico molecular por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) com hibridização tem apresentado resultados bastante satisfatórios, mesmo sendo testes in house, e realizados apenas por alguns centros de pesquisa (DIAS, PINTO et al., 2016). Em divergência a Dias, Pinto et. al (2016), Neves et al. (2005) apresenta o xenodiagnóstico um método um pouco ultrapassado, onde o diagnóstico não é tão sensível quanto os métodos atuais. O próprio autor não indica estas técnicas uma vez que o resultado demora em torno de 30 dias para ser emitido. Porém ele apresenta uma diversidade maior de exames para detecçãodurante a fase aguda como cultura de sangue ou material de biópsia e Inoculação do sangue. ‘33 De acordo com Gomez et al. (2019) exames sorológicos para infecção por tripanosomatídeos, a técnica mais utilizada nos bancos de sangue é o ELISA. Os testes ELISA baseados em lisados de parasitas parecem ter melhor sensibilidade, enquanto os produzidos com antígenos recombinantes mostram uma melhor especificidade. Durante a fase crônica da doença a PCR pode apresentar limitação pela ausência de protocolos padronizados, mas é indicada quando os testes sorológicos apresentarem resultado inconclusivo ou para o controle de cura após o tratamento antiparasitário. 2.2.10. Tratamento Em sua obra Neves et al. (2005) apresenta dois fármacos que são bastantes recorridos em tratamento devido ao seu sucesso em ensaios clínicos, o benznidazol do grupo dos nitroimidazóis agindo sobre a forma sanguínea e o nifurtimox agindo também sobre a forma sanguínea e parcialmente tecidual sendo eles pouco recomendados para casos gerais, e melhor indicado para casos individuais devido a suas reações adversas, além da queda de sua eficácia durante a fase crônica da doença. Já Rey (2008) traz formas alternativas de tratamento mais recomendáveis durante a fase crônica que consiste em antiarrítmicos de última geração, como o amiodarona, propafenona e a mexiletine, vieram acrescentar grandes facilidades no controle das arritmias severas da doença, implantação de marcapassos eletrônicos e cirurgia cardíaca vêm apresentando um prognóstico moderado ao paciente na fase crônica. 2.3. TOXOPLASMOSE: Toxoplasma Gondii 2.3.1. Agente etiológico e sua morfologia Pena (2005) descreve em sua publicação que o Toxoplasma gondii, é um protozoário coccídio intracelular próprio dos gatos. ‘34 Segundo Neves et al. (2005), o Toxoplasma gondii, protozoário pertencente ao filo Apicomplexa, é um parasita intracelular obrigatório. A sua classificação taxonômica, segundo Dubey (2010), está exibida na tabela 1: Filo Apicomplexa; Levine, 1970 Classe Sporozoasida; Leuckart, 1879 Subclasse Coccidiasina; Leuckart, 1879 Ordem Eimeriorina; Léger, 1911 Família Toxoplasmatinae; Biocca, 1956 Gênero Toxoplasma; Nicolle and Manceaux, 1909 Tabela 1: classificação taxonômica do T. gondii. As formas do ciclo sexuado do T. gondii podem ser encontradas em felídeos não imunes, nas células do epitélio intestinal. Já as formas do ciclo assexuado estão em outras partes do hospedeiro e as formas de resistência no meio exterior. O T. gondii apresenta uma morfologia diversa, dependendo do hábitat e do estado evolutivo. As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico são: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos. Essas três formas apresentam organelas citoplasmáticas características do Filo Apicomplexa que constituem o complexo apical: conóide, anel polar (em número de dois), microtúbulos subpeliculares, roptrias, micronemas e grânulos densos. As formas infectantes, segundo os estudos de PRADO (2011), são: a) Taquizoíto: Apresenta morfologia de arco ou meia lua e núcleo em posição mais ou menos central. Encontra-se durante a fase aguda da infecção e pode ser chamada de forma proliferativa, livre e trofozoíto. b) Bradizoíto: Pode estar presente na fase crônica e com menos frequência na aguda. Os bradizoítos se multiplicam lentamente dentro do cisto, por endopoligenia. São muito mais resistentes a tripsina e à pepsina do que os taquizoítos e podem estar ativos nos tecidos por muito tempo. ‘35 c) Oocisto: Apresenta uma parede dupla bastante resistente às condições do meio externo. Os oocistos são produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. São esféricos, e após a esporulação no meio ambiente contém dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada. 2.3.2. Epidemiologia Segundo a linha de pesquisa de S VAZ, Rogério et al. (2011), os principais fatores que contribuem para a prevalência da infecção pelo T. gondii em diferentes regiões, dentro e fora de países, são relacionados a sua capacidade de coexistência pacífica com o receptor, habituar-se a diversas temperaturas climáticas, infectar milhares de espécies, hábitos alimentares, higiênicos e características culturais. A doença em gestantes também é muito variável. Além dos fatores citados, se dá principalmente por questões socioeconômicas. A epidemiologia da patologia é de suma importância, pois ao conhecer a prevalência de gestantes susceptíveis à Toxoplasmose nos vários estados brasileiros (por exemplo) ou as demais pessoas com risco/ou infectadas da doença, e ao considerar os fatores de risco para cada região, é possível implementar estratégias de controle eficazes. Em 2010 foi feita uma estimativa sobre a distribuição regional da Toxoplasmose Congênita de 1/1.613, variando de 1/1547 a 1/495 em diferentes estados. Os mais afetados foram Pará, Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. Já os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e alguns do Nordeste apresentaram uma baixa prevalência. Estes estudos demonstram o déficit de políticas de saúde e de educação para a prevenção e controle da toxoplasmose Congênita no Brasil (VAZ et al. 2011). 2.3.3. Vias de Transmissão Segundo Perdoncin et al. (2010) o T. gondii é a espécie causadora da patologia denominada de Toxoplasmose, pertencente ao gênero Toxoplasma. O hospedeiro definitivo do parasito é o gato, ou outros felinos selvagens e domésticos, mas apesar disso há uma extensa variedade de hospedeiros intermediários. A infecção pelo Toxoplasma gondii já foi registrada em valor aproximado de mais de 300 especies de ‘36 mamíferos; como carnívoros, herbívoros, insetívoros, roedores e 30 espécies de aves. A maioria deles são contaminados pela ingestão de outros animais infectados por Toxoplasma. A contaminação em seres humanos é geralmente por meio de gatos. De acordo com Pasquali (2010) há estudos epidemiológicos nos Estados Unidos que apresentam situações em fazendas onde gatos são mantidos fora dos galpões onde estão os suínos, resultando por reduzir a infecção nessas criações, comprovando a prevalência do parasito em seu hospedeiro definitivo. Porém, a contaminação pode estar também relacionada ao contato com fezes de felídeos e o consumo de carne malcozida infectada por cistos desse parasito, sendo esta, em determinadas regiões, uma das principais vias de transmissão de T. gondii para humanos. 2.3.4. Ciclo de Vida Ainda de acordo aos estudos de Perdoncini et al. (2010), subjetivamente todos os animais de sangue quente podem ser hospedeiros intermediários, mas o ciclo somente é completo em membros da família Felidae, os quais são os hospedeiros categóricos. Em consonância, Martins (2002), diz que a fase sexuada do parasita acontece no epitélio intestinal desses animais, gerando a síntese de oócitos que serão eliminados nas fezes. Assim que ocorre a esporulação do oócito, oito esporófitos são criados, e estes ficam viáveis em solo úmido por cerca de um ano, fazendo com que tanto oócitos quanto esporocistos possam ser ingeridos pelo homem e outros hospedeiros intermediários. Nesta etapa inicia-se a fase assexuada do ciclo. Ao ingerir, os esporófitos penetram o epitélio intestinal sendo transformados em taquizoítos. É nessa forma que ocorre a infecção sistémica. Os taquizoítos atuam da seguinte maneira: primeiro infectam e replicam-se em todas as células dos mamíferos, restringindo os eritrócitos. Depois dividem-se dentro da célula provocando a sua lise e consequentemente liberando taquizoítos a mais, levando a sua disseminação pelos demais tecidos. A resposta imunológica do hospedeiro consegue expulsar grande parte desses invasores. Porém, de sete a dez dias após a infecção os taquizoítos transformam-se em quistostecidulares que podem permanecer em órgãos ao longo de toda a vida do infectado. O ciclo de vida fica completo quando os animais felinos ‘37 ingerem quistos tecidulares contidos nos hospedeiros intermediários (roedores ou aves), iniciando-se de novo a respectiva fase sexuada do ciclo de vida. (MARTINS, 2002). O ciclo de vida do Toxoplasma está representado na figura 6: Figura 6: ciclo de vida do Toxoplasma. Fonte: CDC 2.3.5. Patogenicidade Com os diferentes estágios do parasito, Barros et al. (2012) cita em sua obra que não se pode determinar apenas um limiar de patogenicidade do T. gondii pois seus efeitos poderão ser graves ou não, e até mesmo fatais, variando de caso em caso, a depender do hospedeiro, de cada fase de ciclo de vida do parasito, a via de inoculação e a quantidade do agente dentro do hospedeiro. Após a invasão do T. gondii, ocorre o processo de fixação na célula do hospedeiro através de três organelas fundamentais: roptria, micronema e os grânulos densos. Essas organelas somadas a um conjunto de proteínas formarão um complexo membranar da célula infectada, gerando então o vacúolo parasitóforo e este resultará em ambiente estável e com nutrientes para ocorrer a replicação e estabelecimento do parasito na célula. Além desta função, as proteínas têm grande importância para o parasito atuando no recrutamento de mitocôndrias e retículo endoplasmático, e estreitamento e apreensão das vesículas lisossomais para dentro do vacúolo. De acordo com Barros et al. (2012) o T. gondii é responsável por outras alterações na ‘38 célula do hospedeiro, como provocar a expressão de proteínas anti-apoptóticas para manter a integridade da célula infectada e assim manter-se com nutrientes acessíveis, e a inativação de caspases pró-apoptóticas. A figura 7 retirada de Barros et al. (2012) mostra: Figura 7: Mecanismos específicos de patogenicidade do T. gondii. Fonte: Barros et al. (2012). Dado o momento em que as células imunes trafegam nos tecidos a T. gondii migra para o linfócito, o qual volta para a circulação sistêmica. Dentre três linhagens coloidais a mais virulenta e com maior disseminação é a do tipo I, mais associadas a fase aguda da doença. As cepas de tipo II e III são menos virulentas, possuem maior taxa de crescimento e são associadas diante de fase crônica da doença. Para Barros et al. (2012) é muito importante para entender o grau de patogenicidade a análise do desenvolvimento dos bradizoítos, em seu processo de expressão de proteínas que retardam o crescimento e escapam da resposta imunológica do hospedeiro, e a diferenciação dos mesmos em relação aos taquizoítos. ‘39 2.3.6. Mecanismos da Resposta Imune De acordo com o que diz Neves et al. (2005), durante o período de infecção, dar-se início a formação de anticorpos específicos e o desenvolvimento de mecanismos imunes celulares que são responsáveis pela destruição dos taquizoitos extracelulares. Como resultado, durante a fase crônica da toxoplasmose, somente os bradizoítos resistem e são responsáveis pela manutenção de títulos sorológicos que podem durar toda a vida do hospedeiro. Ainda seguindo a literatura de Neves et al. (2005), a produção de imunoglobulinas da classe IgM aparece no início seguida de IgG, após a infecção do hospedeiro. As imunoglobulinas da classe IgG podem ser detectadas pelas reações sorológicas dentro de oito a 12 dias após a infecção pelo T gondii. A produção de IgM geralmente é de pouca duração. A pesquisa de IgM em recém-nascidos é utilizada para o diagnóstico de toxoplasmose congênita, pois, não atravessa a placenta e quando presente no soro indica a produção pelo próprio feto, em resposta a uma infecção pelo T gondii. A infecção, via oral, em alguns hospedeiros pode resultar na formação de anticorpos IgA. Apesar dos altos títulos de anticorpos verificados em infecções humanas e animais, os mesmos, nem sempre conferem imunidade protetora ao hospedeiro. Quando se inicia a infecção de T gondii, os taquizoítos atingem o interior de células onde se multiplicam. A multiplicação do parasito em macrófagos é inibida quando ocorre a fusão entre fagossomos e lisossomos. Os taquizoítos estimulam os macrófagos a produzir interleucina (IL- 12) que por sua vez ativa as células natural killer (NK) e células T que produzem o interferon - y (IFN-y) que são essenciais para a resistência. IFNy e fator de necrose tumoral (TNF) agem conjuntamente para mediar o ataque dos taquizoítos pelos macrófagos. A combinação dessas duas citocinas resulta numa grande produção de óxido nítrico (NO), os quais podem acarretar a morte dos parasitos. Entre as populações de células T, CD8+ são consideradas as células efetoras maiores, responsáveis pela proteção contra T gondii, com as células CD4+ atuando em sinergismo. Macrófagos e IFN-y são componentes importantes na imunidade contra T gondii. ‘40 2.3.7. Profilaxia Para Neves et al. (2005) as medidas profiláticas são de difícil aplicação, no entanto sólidos, como: não ingerir carne crua ou mal cozida, exercer controle da alimentação e higiene dos animais nas fazendas, garantir uma alimentação saudável para animais domésticos (carne cozida ou seca, ou com rações de boa qualidade, principalmente se tratando de gatos). Além disso, todas as gestantes devem fazer o exame pré-natal para toxoplasmose. Segundo os estudos de PRADO et al. (2010), a educação sobre comportamentos preventivos para as gestantes não imunes e suscetíveis é fundamental para a preventiva, assim como o acompanhamento e orientação médica. Deve ser feita a avaliação clínica completa no recém-nascido logo após seu nascimento, o acompanhamento sorológico e o acompanhamento clínico (incluindo exame oftalmológico) por, no mínimo, um ano. Os cuidados em lavar as mãos ao manipular carne crua, evitar o consumo de água não filtrada e de leite não pasteurizado, assim como de alimentos expostos às moscas, baratas, formigas e outros insetos, são hábitos importantes para evitar a infecção, assim se prevenindo (PRADO et al., 2010). Os donos de gatos devem se comprometer a não permitir acesso do animal à rua, pois aumenta as chances de adquirir o parasita. As fezes devem ser coletadas e descartadas diariamente para evitar que os oocistos esporulem e se tornem infectantes. 2.3.8. Manifestações Clínicas Segundo Amendoeira, Coura, Camillo (2010), a infecção por T. gondii em indivíduos adultos imunocompetentes é, geralmente, autolimitada e assintomática, ou subclínica. Quando sintomática, pode apresentar um quadro clínico variável que dura de semanas a meses, caracterizado por linfadenopatia, sensação de fadiga, mialgia, febre, cefaléia, artralgia e anorexia (manifestações clínicas semelhantes a uma síndrome de mononucleose). Mas raramente, pode ocorrer exantema generalizado. Alguns indivíduos podem apresentar retinocoroidite já na fase aguda. Sendo na maioria das vezes assintomática, ou apresentando um quadro clínico inespecífico, a infecção toxoplásmica aguda primária passa quase sempre despercebida. ‘41 2.3.9. Diagnóstico De acordo com o trabalho literário de Neves et al.(2005) o diagnóstico pode ser clínico ou laboratorial. Segundo Bras et al. (2005), O diagnóstico da infecção por fal pode ser por via indireta (métodos sorológicos) direta (PCR: reação em cadeia da polimerase, hibridação, isolamento e anatomopatologia). Diante de casos agudos o paciente pode vir a óbito ou evoluir para a fase crônica. Podendo esta ser uma doença com manifestação assintomática, é de suma importância confirmar a suspeita clínica com exames laboratoriais. Neves et al. (2005) destaca ainda que durante a fase aguda a forma encontrada em sangue é o taquizoíto, com maior evidência após centrifugação e quando corado pelo método de Giemsa para análise de esfregaço. Também podeser feito exame laboratorial diante de fase crônica com metodo raro e passível de dificuldades na diferenciação de outros parasitos, efetuado com material de biópsia tecidual inoculado em camundongos ou análise histopatológica. Kompalic-Cristo, Britto e Fernandes (2005) aponta que dentro do sorodiagnóstico, utilizado com fuequência em pacientes gestantes para prevenir a doença, técnicas distintas possuem propriedades para detectar tais anticorpos no sangue dos pacientes. Os tipos de testes são: imunofluorescência, hemoaglutinação, immunosorbent agglutination assay (ISAGA), enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) ou microparticle enzyme immunoassay (MEIA), que possui um papel de destaque entres os métodos diagnósticos. Já o isolamento do parasito pode ser feito com a inoculação em camundongos, sendo mais sensível, porém requer duração de três a seis semanas e manutenção de animais em biotérios. No PCR, vários estudos demonstram a capacidade desse exame em amplificar fragmentos específicos de DNA a partir de fluidos corporais diferentes, tais como sangue, líquido amniótico, liquor, humor aquoso, fluido de lavado bronco-alveolar e até urina. Todavia, a PCR só será positiva em casos de parasitemia; ou seja, em casos de toxoplasmose cerebral ou pulmonar, a PCR será útil apenas quando houver disseminação ou passagem do parasito para o sangue, assim como ocorre na fase aguda. ‘42 2.3.10. Tratamento O tratamento contra a toxoplasmose ainda é muito discutido, pois as drogas eficazes possuem alta toxicidade. De acordo com a literatura de Rey (2008) há uma combinação de fármacos que se mostraram eficazes contra a doença: sulfonamida com pirimetamina. A quimioterapia é supressiva e indicada para tratamento de lesões em atividade. Rey (2008) destaca que a sulfadiazina é a mais utilizada, em adultos e em crianças a dose recomendada é de 100 a 125 mg/kg/dia, dividida em quatro doses e por via oral, durante quatro semanas (recomenda-se diminuir o tempo de tratamento caso apresente sintomas de toxicidade). A pirimetamina deve ser administrada em associação com as sulfas, e em adultos a dosagem recomendada é de 75 a 100 mg durante 10 dias, reduzindo para 50 mg por mais 10 dia e em seguida 25 mg/dia; para crianças é recomendado 2 mg/kg/dia em duas doses, a cada 12 horas. O tratamento em imunocompetentes não é necessário, desde que a infecção seja subclínica e o sistema imunológico do paciente não esteja debilitado. Em imunocomprometidos, como aidéticos, a recomendação é a associação de fármacos. As gestantes que apresentarem suspeita de infecção devem ser imediatamente tratadas com espiramicina, que é ministrada para prevenir a transmissão do T gondii da mãe para o feto. A etapa seguinte deverá ser investigar a infecção do feto pelo protozoário. Se a infecção toxoplásmica fetal for confirmada, o tratamento específico da mãe é feito com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico. Nos casos em que a infecção fetal não for confirmada, o tratamento com espiramicina poderá ser continuado durante toda a gestação. Em cães e gatos, pode-se também usar as sulfonamidas ou combinações sinérgicas de sulfonamida e pirimetamina. Apesar de o tratamento controlar as formas de rápida proliferação, não há nenhuma droga capaz de eliminar os cistos teciduais de animais e humanos, que se mantêm viáveis por longo período, sendo que a infecção pode ser reativada em casos de imunocomprometimento (PRADO et al., 2011). ‘43 2.4. LESHIMANIOSE: Leishmania 2.4.1. Agente etiológico e sua morfologia Penna (2005) destacou que há várias Leishmanias envolvidas na transmissão. No Brasil, as mais importantes são Leishmania Viannia braziliensis, Leishmania Leishmania amazonensis e Leishmania Viannia guyanensis. E o protozoário da família tripanosomatidae, gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi. Apresenta duas formas: amastigota (intracelular em vertebrados) e promastígota (tubo digestivo dos vetores invertebrados). O gênero Leishmania se correlaciona com protozoários parasitas, com um ciclo de vida digenético (heteroxênico), vivendo alternadamente em hospedeiros vertebrados e insetos (vetores), estes últimos sendo responsáveis pela transmissão dos parasitas de um mamífero a outro. Nos hospedeiros mamíferos, representados na natureza por várias ordens e espécies, os parasitas assumem a forma amastigota, arredondada e imóvel, que se replica obrigatoriamente dentro de células fagocitárias do sistema imunológico (Figura 8: a), promastigotas (Figura 8: b) e para mastígotas (Figura 8: c), LEVINE (1980) Figura 8: Formas encontradas no ciclo biológico de Leishmania. Fonte: Neves et al. (2005). ‘44 2.4.2 Epidemiologia De acordo com Neves et al. (2005) as espécies de Leishmania que parasitam o homem no Brasil possuem geralmente diferentes reservatórios naturais e vetores. Este fato pode ser explicado pela estreita relação que ocorre entre determinadas espécies de flebotomíneos e sua fonte alimentar. Deste modo, no mesmo ecótopo estão presentes o vetor e o hospedeiro reservatório. Assim, o ciclo epidemiológico de algumas espécies de Leishmania ocorre no topo das árvores entre animais arborícolas e vetores ali presentes, e que destes se alimentam, enquanto em outras espécies do parasito o ciclo ocorre .na base das árvores, no nível do chão entre roedores terrestres e vetores aí existentes. No Brasil, a LV (leishmaniose visceral) inicialmente tinha um caráter eminentemente rural e, mais recentemente as pesquisas se intensificando nessas áreas e no relata que vem se expandindo para as áreas urbanas de médio e grande porte. Ocorre em todos os estados, com maior incidência na Região Norte, sendo também conhecida por: Calaza, barriga d’água, entre outras denominações menos conhecidas. Ministério da Saúde (2014). As áreas de transmissão da doença no Brasil estão representadas na Figura 9. Figura 9: Áreas de transmissão da Leishmaniose. Fonte: na imagem. É conhecida comumente como doença própria de área de clima seco com precipitação pluviométrica anual inferior a 800 mm, e de ambiente fisiográfico composto por vales e montanhas, onde se encontram os chamados “boqueirões” e “pés-de-serra”. Contudo, com a urbanização da LV (leishmaniose visceral), ‘45 principalmente, nas periferias dos grandes centros urbanos, são áreas conhecidas de terra firme nas diferentes regiões e em faixas litorâneas do Nordeste. As transformações no ambiente, provocadas pelo intenso processo migratório, por pressões econômicas ou sociais, o empobrecimento consequente de distorções na distribuição de renda, o processo de urbanização crescente atua com o esvaziamento rural e as secas periódicas acarretam a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos. Este fenômemo leva a uma redução do espaço ecológico da doença, facilitando a ocorrência de epidemias, Ministério da Saúde (2014). 2.4.3 Vias de Transmissão De acordo com o Ministério da Saúde (2006,2014), o modo de transmissão é através da picada de insetos transmissores infectados (vetores). Não há transmissão de pessoa a pessoa. No Brasil, a forma de transmissão é através da picada dos vetores (insetos transmissores) - L. longipalpis ou L.cruzi -infectados pela Leishmania (L.) chagasi. A transmissão ocorre enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro. O período de incubação é bastante variável tanto para o homem como para o cão. No homem: 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses. No cão: bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses, Ministério da Saúde (2006). Após análises realizadas pelo Programa Regional de Leishmanioses, juntamente com expertos em epidemiologia e discussão com os países, foi estabelecido um indicador composto a partir dos casos, incidênciae densidade, que foram estratificados ao segundo nível administrativo subnacional e validados a nível regional e de países (Figura 10): ‘46 Figura 10. Estratificação de risco de leishmaniose cutânea e mucosa, por segundo nível administrativo subnacional, Américas, 2014. Fonte: SisLeish-OPAS/OMS. 2.4.4. Ciclo de Vida De acordo com Neves et al. (2005), as fêmeas dos mosquitos vetores, inoculam os horspedeiros vertebrados com as promastigotas durante a alimentação. A saliva desse inseto (Lutzomyia longipalpis) contém vasodilatadores (como o maxidilan) que têm ação quimiotática para monócitos e imunorregulador, com capacidade de interagir com os macrófagos, aumentando sua proliferação e impedindo a ação efetora destas células na destruição dos parasitos e facilitando o contágio. As formas promastigotas metacíclicas são resistentes a lise pelo complemento e elas podem ainda interagir com outras proteínas do soro para ativá-lo, facilitando a adesão a membrana do macrófago. A internalização de Leishmania se faz através da endocitose mediada por receptores na superfície do macrófago. As promatígotas metacíclicas utilizam a opsonização com C3b e C3bi e para se ligarem a CR1 e CR3 no macrófago. Estes receptores gerenciam a fagocitose, sem estimular o aumento da atividade respiratória celular e a consequente geração de radicais livres. Através deles, o parasito pode ser prontamente internalizado pelas células de Langerhans da derme, embora não se reproduzam aí. (NEVES et al., 2005). Ainda em Neves et al. (2005), encontramos que, após a internalização, o promastigota metacíclico é encontrado dentro do vacúolo parasitóforo. A promastígota transforma-se em amastígota, capaz de desenvolver e multiplicar no meio ácido encontrado no vacúolo digestivo, então a amastígota inicia o processo de sucessivas multiplicações. Na carência do controle parasitário pela célula hospedeira, esta se rompe e as amastígotas liberadas serão, por mecanismo semelhante, internalizadas por outros macrófagos. A infecção para o hospedeiro invertebrado ocorre quando da ingestão, no momento do repasto sanguíneo em indivíduo ou animal infectado, das formas amastígotas que acompanham o sangue e/ou a linfa intersticial. No intestino médio do inseto, após cerca de 18-24 horas, as amastígotas se transformam em flagelados pequenos, ovóides, pouco móveis. Após aproximadamente três e quatro dias de ‘47 multiplicação intensa, ocorre a transformação em formas promastígotas delgadas e longas. Por volta de três a cinco dias o alimento é digerido e excretado. Neste tempo, já são encontradas formas flagelas migrantes na porção torácica do intestino médio. Esta migração é acompanhada pela transformação dos parasitos em (1) promastígotas curtas e largas livres na luz intestinal, (2) paramastígotas arredondadas, fixadas pelo flagelo a cutícula através de hemidesmossomos e (3) promastígotas metacíclicos. Atualmente, admite-se que o esgotamento de nutrientes, a digestão da hemoglobina e a eliminação de hemina, seguida da acidificação do meio estomacal sejam, provavelmente, fatores importantes na diferenciação das formas metacíclicas de Leishmania. (NEVES et al., 2005). O ciclo de vida da Leishmania está representado na figura 11: Figura 11: O ciclo de vida do Leishmania. Fonte: CDC. 2.4.5. Patogenicidade Segundo Andrade (1984): A patogenia das doenças causadas pela Leishmanias, vem sendo ultimamente estudada sob vários aspectos de interesse mundial. sabendo que fatores do parasito-hospedeiro são decisivos para determinar ‘48 a forma clínica da infecção No que diz respeito à leishmaniose cutânea, as suas formas clínicas polares (a ulcerosa e a difusa), bem como os modelos experimentais em animais isogênicos, têm revelado que a resistência se correlaciona com uma imunidade celular que se expressa por uma reação de hipersensibilidade tardia aos antigenos do parasito, enquanto a susceptibilidade se correlaciona com a imunodepressão celular e ativação policlonal humoral . Neves et al. (2005) destacou a importância dos macrófagos: Ao serem fagocitadas, as promastígotas transformam- se em amastígotas e iniciam reprodução por divisões binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos ao sítio, onde se fixam e são infectados. 2.4.6. Mecanismos da Resposta Imune Neves et al. (2005), publicou que na modulação da resposta imune, o macrófago apresenta os antígenos aos linfócitos T CD4+, eles podem ser subdivididos em no mínimo duas subpopulações: Thl e Th2. A resistência do hospedeiro está associada a ativação seletiva e diferenciação de células efetoras T helper CD4+ (Thl), as quais secretam um padrão de citocinas específicas, IL-2, INF-y, IL-12 e TNF-a, chamadas citocinas préinflamatórias. Por outro lado, a vulnerabilidade a infecção está relacionada com a resposta de células CD4+ (Th2), que secretam citocinas específicas do tipo IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, TGF-p, e outras. Estudos recentes demonstram uma variação no padrão de resposta humoral de anticorpos da subclasse IgG, conforme as diferentes formas clínicas da leishmaniose tegumentar. Observa-se um aumento dos níveis de anticorpos IgG1 e IgG3 nas formas clínicas cutânea e cutaneomucosa, enquanto na forma cutâneo difusa observa-se um aumento nos níveis de IgG4 e IgG 1. O esquema abaixo, encontrado na literatura de Neves et al. (2005) nos mostra os possíveis padrões de resposta Thl1xTh2, que podem ser observados em diferentes acometimentos da infecção por Leishmania sp. A) Os macrófagos fazem a apresentação do antígeno de Leishmania sp. aos linfócitos. B) Após a apresentação, linfócitos T “helper" podem desempenhar dois tipos distintos de resposta. ‘49 C) A resposta Th1 é caracterizada por um perfil de citocinas típicos com aumento do INF-y enquanto na resposta Th2 é observado um aumento da IL-10 e IL- 4. D) O padrão de resposta Th2 parece induzir atividade policlonal de células B nas leishmanioses difusa e visceral. Esse mecanismo está ilustrado na figura 12: Figura 12: Mecanismo da resposta imune Leishmania. Fonte: Neves et al. (2005). 2.4.7. Profilaxia O conhecimento das interações entre mudanças do meio ambiente urbano e os flebotomíneos (Phlebotominae) vetores constituem um pré-requisito para o desenvolvimento de ações apropriadas de prevenção e estratégias de controle. Um dos fatores de risco mais importantes na aquisição da LV (leishmaniose visceral) é a exposição ao inseto vetor. O Lutzomyia longipalpis é uma espécie que se perpetua em diferentes biótopos e nenhuma outra espécie de flebotomíneo do Novo Mundo é tão sinantrópica. O controle do vetor tem sido baseado no uso de inseticida direcionado para as formas adultas, uma vez que os criadouros da espécie são pouco conhecidos, também o uso de portas e janelas com proteção de telas e camas com mosquiteiros. Além disso, foram tentadas experiências baseadas no controle do vetor e centradas no reservatório canino, como os experimentos recentes com coleiras impregnadas com deltametrina (inseticida piretroide), que têm mostrado resultados promissores na proteção dos animais, com conseqüências na transmissão. Sendo que ‘50 uma nova vacina desenvolvida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e já testada em campo, foi capaz de proteger 92- 95% dos cães vacinados contra LV, a vacina FML, está sendo industrializada e comercializada com o nome de Leishmune, (GONTIJO e MELO 2004) 2.4.8. Manifestações Clínicas Neves et al. (2005), justifica que a leishmaniose tegumentar americanca, pode ser vista de amplos espectros, podendo mudar de lesões resolutiva a lesões desfigurantes. Onde o estado imunológico do paciente está ligado intimamente com às espécies de Leshmania. Sabendo que, apesar de uma vasta variedade de manifestações clínicas encontradas em pacientes com
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