Buscar

Resumo de Direito Consumidor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Rio, 12/08/2015 
Direito do Consumidor e Regime Constitucional 
- Lei federal 8078/90, que possui normas de Direito Civil, Penal, Administrativo e Processual. 
- Pelo artigo 1º do CDC, nota-se que este deve ser interpretado à luz da CF, na qual é previsto nos 
seguintes artigos: 
• 5º, XXXI: direitos fundamentais. 
• 170, V: a ordem econômica brasileira é regida, dentre outros princípios, pelo da livre iniciativa, a 
qual, embora prevista na CF, também é limitada por esta. O limite da livre concorrência é 
exatamente o direito do consumidor. 
• 24, V: competência concorrente na legislação sobre produção e consumo entre União e Estados, 
com primazia da primeira (o que é diferente de dizer que existe “hierarquia” entre União e 
Estados, o que não ocorre, dado que todos são entes autônomos). Em outras palavras, as leis 
estaduais não podem contrariar as leis federais quando estas existirem (possuem caráter 
suplementar), sob o risco de revogação; caso estas não existam, os Estados possuem competência 
plena. Os Municípios têm competência para legislar sobre produção e consumo, embora isso não 
esteja expressamente previsto na CF (deve-se combinar os artigos 24, V, e 30, I e II, CF). 
• 48, ADCT 
- O Direito do Consumidor funda um novo sistema (microssistema), caracterizado por uma 
principiologia diversa da do Direito Civil. Além disso, é formado por um conjunto de normas 
muito mais amplo do que as do CDC, como no caso das decisões, resoluções, leis municipais e 
estaduais, etc. Ex: todos os usuários de serviços de telefonia estão submetidos às resoluções da 
ANATEL, que são leis em sentido material. 
- Quando do seu surgimento em 1990, houve uma disparidade enorme entre a legislação 
consumerista e o CC da época (1916). A primeira representava um novo paradigma que ganhou 
força com a CF de 1988, caracterizado por um Estado Social, cujos princípios primordiais eram a 
dignidade da pessoa humana, a solidariedade, a justiça social e contratual e a boa-fé objetiva. Em 
contrapartida, o CC de 1916 era a representação de um Estado Liberal, caracterizado pelo 
individualismo, autonomia de vontade, obrigatoriedade e relatividade das obrigações. Este se 
encontrava “ultrapassado”, sendo substituído pelo novo CC em 2002. 
Rio, 19/08/2015 
Relação de Consumo 
- A presença do direito do consumidor na Constituição de 1988 foi fruto de um série de lutas 
políticas que vinham de muito tempo. 
- Artigo 1º, CDC: interferência do Estado, visando proteger a parte mais fraca da relação de 
consumo (ou seja, o consumidor), ideia que, embora nova, tem raízes antigas, principalmente do 
período de industrialização. É uma lei inafastável pela vontade das partes (cogente). 
• 1º campo de proteção: saúde, segurança e vida do consumidor. 
• 2º campo de proteção: qualidade, satisfação, necessidade e interesse do consumidor. 
- Para que exista relação de consumo, é necessário que haja fornecedor (artigo 3º, CDC) e 
consumidor (artigo 2º, CDC). O CDC se aplica apenas às relações de consumo; às demais, 
aplica-se o CC. Na insuficiência da legislação consumerista, o aplicador pode, subsidiariamente, 
utilizar normas do Direito Civil quando estas não colidirem com a principiologia do Direito do 
Consumidor e/ou quando estas forem mais benéficas para o consumidor do que as do CDC. 
Consumidor 
- Dois sentidos: 
• Stricto sensu (STJ): combinação dos artigos 2º e 4º, I, CDC, ou seja, consumidor necessariamente 
como partícipe da relação de consumo, caracterizado por uma vulnerabilidade, não somente 
técnica, como também econômica. Quando for uma pessoa física, a vulnerabilidade é presumida; 
quando for uma pessoa jurídica, esta tem que provar que é vulnerável. 
• Lato sensu: consumidor por equiparação, ou seja, abrange não somente o stricto sensu, como 
também, o consumidor não partícipe da relação de consumo (artigos 2º, parágrafo único, 17 e 29, 
CDC). 
- Além da pessoa jurídica poder atuar como consumidora, esta pode ser privada ou pública. 
- Destinatário final 
• Existem várias correntes sobre o assunto, das quais duas se destacam: 
a. Maximalista: defende uma interpretação que dê à expressão um alcance máximo, ou seja, 
compreende o consumidor como todo aquele que adquire / utiliza produtos, simplesmente do 
ponto de vista fático. 
b. Finalista: compreende o consumidor como aquele que adquire / utiliza produtos, não somente 
do ponto de vista fático, mas também do econômico, ou seja, deve haver aproveitamento do 
produto pelo próprio consumidor ou por sua família. 
• Inicialmente, havia a preponderância da teoria maximalista, pois tinha-se como objetivo diminuir 
o campo de incidência do CC 1916 (“burguês”). Com o advento do novo CC em 2002, passou-se 
a priorizar a teoria finalista, pois entendia-se que quanto maior fosse a abrangência do CDC, 
maior seria sua vulnerabilidade. 
- Hoje, há uma posição bem restrita do que seria consumidor, decorrente da combinação da teoria 
finalista com a posição do STJ pelo conceito stricto sensu. 
Fornecedor 
- Artigo 3º, CDC: fornecedor é toda pessoa que exerce atividade econômica de forma profissional 
(não eventual) no mercado de consumo. Estrangeira no sentido de que, mesmo tendo sua origem 
em outro país, é representada de alguma maneira no Brasil. 
- Cadeia de fornecimento: parcerias, perceptíveis ou não, entre fornecedores (artigo 3º, CDC), 
visando o lucro e promovida no mercado de consumo (é diferente de cadeia de produção). Em 
outras palavras, é a solidariedade no fornecimento de produtos (artigo 25, §1º, CDC). Em pacotes 
turísticos, por exemplo, quando o consumidor tiver um problema com a transportadora do pacote, 
ele pode ajuizar ação tanto contra esta quanto contra a agência de viagens. Também há cadeia de 
fornecimento entre planos de saúde a as respectivas redes de hospitais. 
- Clubes não exercem atividades de caráter econômico no mercado de consumo em geral. Situação 
diversa ocorre, quando, por exemplo, o clube promove eventos abetos ao público como um todo, 
caracterizando uma situação de consumo. 
Rio, 26/05/2015 
Fornecedor (Continuação) 
- Artigo 3º, §2º, CDC: os bancos se submetem à ele e ao artigo 192, CF. Apenas serviços 
remunerados são submetidos ao CDC; os gratuitos, não. Nos serviços pagos por tarifa ou por 
taxa, que têm natureza contraprestacional (luz, transporte, etc) incide o CDC. Nos serviços 
prestados pelo Estado (escolas e hospitais públicos, por exemplo) não incide o CDC. Há alguns 
casos que os autores dizem ser de “remuneração fictícia”, como as viagens por milhas, que são 
remuneradas de forma indireta; logo, nelas há a incidência do CDC. 
- Artigos 12 e 14, CDC: responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto ou do serviço 
(acidente de consumo). 
- Artigo 18 e 20, CDC: responsabilidade pelo vício do produto (que não funciona) ou serviço (que 
foi mal feito). 
Política Nacional das Relações de Consumo 
- Artigo 4º, CDC: a defesa do consumidor é exercida através de uma política pública de Estado. 
- O Procon é uma autarquia, que tem poder de execução, conforme reconhecido no CDC. Pode 
agir de ofício ou quando provocado. 
- Quando há uma lesão jurídica por parte do consumidor, este pode agir por duas vias: reparação 
civil individual (ação indenizatória) ou reparação estatal (Procon, ação civil pública, etc). 
Rio, 02/09/2015 
Política Nacional das Relações de Consumo (Continuação) 
- Princípios (artigo 4º, CDC) 
• Vulnerabilidade (inciso I): deve estar presente para identificação do consumidor. Vulnerabilidade 
(todos os consumidores o são) ≠ Hipossuficiência (impotência em relação ao caso concreto; não é 
sinônimo de pobreza). A vulnerabilidade pode ser: 
a. Fática: diferença de forças entre consumidor e fornecedor. 
b. Técnica: quem domina o conhecimento da tecnologia (composição, características, riscos) do 
produto / serviço é o fornecedor. 
c. Jurídica: o consumidor, na maior parte das vezes, desconhece seus direito perante o fornecedor,enquanto este, em geral, conta com uma assistência jurídica própria. 
• Harmonia (inciso III): ao contrário do que ocorre no Direito do Trabalho, é essencial o equilíbrio 
entre os interesses do consumidor (proteção de seus direitos) e do fornecedor (desenvolvimento 
econômico e tecnológico). Deve haver uma solução de “meio termo” para as controvérsias 
consumeristas: proteger o consumidor sem aniquilar o fornecedor. 
• Confiança (inciso III): o consumidor, quando na relação de consumo, tem certa expectativa de que 
esta se realize da melhor maneira possível. 
• Justiça contratual (inciso III): o contrato desequilibrado (lesão ou excessiva onerosidade) é ilícito, 
devendo ser sanado, seja pela revisão (reequilíbrio) ou pela resolução. 
• Boa fé objetiva (inciso III): princípio mais importante do CDC. Há um certo modelo de conduta 
que se deve ter nas relações de consumo, qual seja o da honestidade, probidade. Ao aplicar o 
Direito, o juiz confronta o comportamento das partes da realidade fática com a maneira como 
deveriam ter agido, se regidas pela boa fé objetiva. 
• Informação (inciso IV): a falta de informação ou a presença desta, mas de maneira inadequada, é 
equiparado à defeito no produto quando o juiz vai aferir o montante da indenização. 
- Instrumentos (artigo 5º, CDC): criados pelo Estado para viabilizar a proteção do consumidor. 
• Justiça gratuita (Defensoria Pública) 
• Ministério Público 
• Delegacia de Polícia especializada (Decon) 
• Juizado Especial: acesso gratuito. Os ritos são mais céleres, ou seja, sumários (não cabem perícias 
extensas e nem determinados tipos de recursos). 
• Associações privadas de defesa do consumidor: os próprios cidadãos se reuniriam, formando 
ONGs de defesa do consumidor, por exemplo (não é muito comum no Brasil). 
- Direitos básicos (se desdobram por todo o CDC) 
• Proteção da vida, da saúde e da segurança 
• Informação adequada 
• Contrato equilibrado e revisão em caso de desequilíbrio 
• Efetiva prevenção e reparação de danos: é ilícita qualquer tentativa de tabelamento / afastamento 
da indenização (esta deve ser efetiva, ou seja, completa). 
• Acesso à justiça: nas relações de consumo, o foro eleito é sempre o do consumidor (autor). 
• Facilitação de defesa: inversão do ônus da prova (artigo 6º, VIII, CDC). 
• Serviço público adequado: é aquele que funciona de acordo com o que foi regulamentado pela 
norma que o disciplina. 
Rio, 09/09/2015 
Responsabilidade Civil no CDC 
- Inversão do ônus da prova 
• Só quem pode defender determinado direito é o seu titular. 
• No Direito Processual tradicional, cabe sempre a quem alega o fato prová-lo. 
• No Direito Processual regido pelo CDC, cabe a quem alega o fato prová-lo, mas isso não ocorrerá 
sempre. A inversão do ônus da prova pode ser: 
a. Ope legis (artigos 12, §3º, e 14, §3º, CDC): automática, decorrente da lei. 
b. Ope iudicis (artigo 6º, VIII, CDC): não automática, decorrente de decisão judicial 
- Há dois tipos de responsabilidade civil no CDC 
• Responsabilidade pelo fato do produto (artigo 12, CDC) ou do serviço (artigo 14, CDC) 
a. Também chamada de acidente de consumo 
b. A lei visa a tutela dos valores da segurança, da vida e da saúde do consumidor. 
c. Dano mais grave. 
• Responsabilidade pelo vício do produto (artigo 18, CDC) ou do serviço (artigo 20, CDC) 
a. O bem tutelado é a legítima expetativa quanto à qualidade do produto, que, não vindo, gera 
frustração. 
b. Dano menos grave. 
- Fundamento da responsabilidade civil no CDC: teoria do risco do empreendimento (ou da 
atividade), ou seja, quem cria o risco responde pelos danos decorrentes da atividade criada. 
- Pressupostos da responsabilidade civil no CDC: defeito, dano e nexo causal. O defeito pode ser 
de concepção (mal projetado), de fabricação (bem projetado, mas mal fabricado) ou de 
informação (bem projetado e bem fabricado, mas com falta de informação sobre o produto em 
si). 
- Artigo 12, CDC 
• Não faz referência ao “fornecedor” no caput. Portanto, o comerciante não se encontra englobado 
pelo dispositivo. 
• §3º: excludentes do nexo causal. 
- Artigo 14, CDC 
• Diferentemente o artigo 12, CDC, o caput faz referência ao “fornecedor” (artigo 3º, CDDC) 
• Cadeia de fornecimento. 
Rio, 23/09/2015 
Responsabilidade Civil no CDC (Continuação) 
- Artigo 18, CDC 
• O comerciante também responde, uma vez que há referência à “fornecedor”. Normalmente, 
quando há um vício no produto, o consumidor prefere acionar o comerciante, pois é mais fácil 
para fins de execução (o fabricante pode ter sua sede em outro estado). Nada impede, entretanto, 
que o consumidor acione tanto o comerciante quanto o fabricante (solidariedade). 
• O fornecedor só responde pelos defeitos de fábrica, os quais podem se apresentar no momento da 
compra ou em momento posterior. Não há responsabilidade do fornecedor pelos defeitos causados 
por mal uso do consumidor. 
• Quando um produto apresenta defeito, há um procedimento que deve ser cumprido: 
a. Reclamação junto ao fornecedor, geralmente com a entrega do bem para análise. 
b. Prazo de 30 dias para a loja dar uma resposta e substituir as partes viciadas, com posterior 
entrega do produto de volta ao consumidor. Esse prazo de 30 dias é genérico, valendo para 
quaisquer produtos, seja um sapato ou um carro. 
• Se a loja se recusa a consertar o produto ou passa do prazo de 30 dias, o consumidor deve acioná-
la, sendo aplicado o §1º. 
• O §3º permite a aplicação do §1º em detrimento de pedir o conserto do produto, nos casos 
elencados no dispositivo. De acordo com a jurisprudência, nos casos de aparelhos eletrônicos, há 
presunção de diminuição do valor; nos casos de eletrodomésticos, há presunção de que se tratam 
de produtos essenciais (deve-se analisar o caso concreto, pois produtos considerados não 
essenciais podem passar a sê-lo dependendo da situação). 
• §6º: presunção absoluta (não cabe nenhuma espécie de teste ou análise da loja nem tentativa de 
prova em contrário). 
- Artigo 20, CDC 
• Apartamentos são considerados produtos (quando comprados na planta, devem estar em 
conformidades com o que foi apresentado no folder). 
- Artigo 22, CDC: serviços públicos, em tese, “gratuitos”, ou seja, não remunerados por impostos, 
apenas por tarifas. Serviço público prestado adequadamente é aquele prestado de acordo com a 
norma que o regulamenta. 
- Artigo 24, CDC: complementado pelo artigo 50, CDC. A garantia contratual suspende a garantia 
legal. Uma vez vencida aquela, começa a correr esta. A lei proíbe dispositivo contratual que 
afaste a responsabilidade de indenizar (artigo 51, I, CDC). 
- Artigo 26, CDC 
• Aplicado aos casos dos artigos 18 e 20, CDC (vício do produto). 
• Como é prazo decadencial, atinge o próprio direito, ou seja, dá fim ao direito de reclamar. 
• Quando se trata de vício oculto do produto, a jurisprudência diz que deve-se levar em conta uma 
média do tempo útil deste produto. Ex: um carro que apresenta problemas no motor após 2 anos 
de uso. 
Rio, 30/09/2015 
Responsabilidade Civil no CDC (Continuação) 
- Artigo 25, CDC 
• Não sendo relação de consumo, a cláusula de não indenizar é válida (artigos 24 e 51, I, CDC). 
• §1º: cadeia de fornecimento. 
- Artigo 27, CDC 
• Prazo prescricional 
• Aplicado aos casos dos artigos 12 e 14, CDC (acidente de consumo por fato do produto). 
- Artigo 28, CDC 
• Desconsideração da personalidade jurídica (remissão ao artigo 50, CC) 
• O CDC, na prática, ampliou seu campo de incidência para todas as situações. Em geral, os juízes 
aplicam esse dispositivo. 
- Dano 
• Material: efetivo (diminuição do patrimônio que se pode provar de forma imediata, documental) 
ou lucro cessante (formado pelo o que a vítima deixou de ganhar). 
• Moral (lesão à dignidade humana, que causa na vítima dor, sofrimento, angústia e humilhação 
extraordinários em relação ao mero aborrecimento). Quase sempre caberá nos casos doa artigos 
12 e 14, CD 
PráticasComerciais 
- Não somente o capítulo V, mas todo o CDC tem o objetivo de tornar o mercado de consumo mais 
ético (boa-fé objetiva). 
- Artigos 30 e 31, CDC: 
• Obrigação de dizer a verdade (não mentir), ou seja, de agir segundo a boa-fé objetiva. 
• Toda oferta deve ser cumprida. Se ao comprar um produto, o consumidor nota que há uma 
dissonância entre este e o anúncio, ele tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação nos 
termos da oferta. 
• Direito do consumidor à uma informação adequada. 
• Toda publicidade feita de forma clara passa a fazer parte do contrato. Logo, a fase pré-contratual 
passaria a integrar a fase contratual em si. 
- Artigo 35, CDC: medidas que podem ser tomadas pelo consumidor diante de informações 
publicitárias defeituosas. 
• Inciso I: ação condenatória em obrigação de fazer (“cumprimento forçado”). 
Rio, 07/10/2015 
Práticas Comerciais (Continuação) 
- Artigo 36, CDC: é vedado o merchandising não identificado como tal. 
- Artigo 37, CDC: distinção entre publicidade enganosa (mentirosa) e abusiva (antiética, mesmo 
que verdadeira). 
- CONAR: Conselho Nacional de Autoregulamentação (instituição privada). 
- Artigo 220, caput e §4º, CF: propagandas de cigarro são proibidas por quaisquer meios. 
Entretanto, em vários filmes, nota-se os atores fumando (merchandising), o que é explicado pela 
liberdade de expressão cultural. 
- Artigo 39, CDC: prática abusiva como sinônimo de ilícita. Diante de uma prática abusiva, há 
sempre uma lesão de um direito do consumidor, podendo este entrar com uma ação indenizatória. 
O rol dos incisos do dispositivo em questão é exemplificativo, e não taxativo (encontram-se 
outras práticas consideradas abusivas nas resoluções de agências reguladora, por exemplo). 
• Inciso I: proíbe a venda casada. Um exemplo de limite quantitativo com justa causa é a restrição 
de compra de ingressos por pessoa para determinado evento, com o intuito de evitar o cambismo. 
• Inciso II: da mesma forma, também é proibido que o shopping recuse a entrada, sem justa causa, 
de quaisquer pessoas. 
• Inciso V: cláusula aberta, de modo que caberá ao juiz decidir o que é ou não manifestamente 
excessivo. 
• Inciso VI: ressalvada a habitualidade da prática (não pode o consumidor agir de má-fé). 
- Artigo 40, CDC: associado ao inciso VI do artigo anterior. 
- Artigos 42 a 44, CDC: 
• Formar cadastro de consumidor é lícito. 
• Formar cadastro negativo para restringir créditos ao consumidor inadimplente é lícito (Serasa e 
SPC). 
• É ilícito negativar o nome do consumidor sem que tenha havido inadimplemento ou negativar 
devidamente sem que tenha havido aviso prévio. Da mesma forma, é ilícito manter a negativação 
do nome do consumidor se este já tiver pago a dívida. Em todos os casos, haverá danos morais. 
Rio, 14/10/2015 
Proteção Contratual 
- Artigos 46 e seguintes, CDC. 
- Aqui, se aplicam os princípios contratuais previstos no CC, como o da autonomia da vontade, o 
da relatividade e obrigatoriedade dos contratos, o do equilíbrio contratual, o da solidariedade, o 
da boa-fé objetiva, dentre outros. 
- Diante de um contrato de consumo (aquele no qual há um consumidor e um fornecedor), é 
aplicado o CDC, mas a insuficiência deste, pode o juiz utilizar-se do CC, desde não haja 
contradição entre eles. Locações, prestações de serviço, contratos de seguro e transporte… Quase 
todos os contratos previstos no CC podem ser contratos de consumo. 
- Artigo 46, CDC: um contrato de consumo, para ter força cogente, deve ter sido plenamente 
entendido pelo consumidor. Em outras palavras, o contrato deve ser claro. 
- Artigo 47, CDC: se, ao contrário do que é disposto no artigo anterior, o contrato de consumo não 
for claro, a interpretação será feita a favor do consumidor, até porque quase todos os contratos de 
consumo são de adesão. 
- Artigo 48, CDC: mesmo preceito do artigo 30, CDC. A execução específica consiste em forçar 
que a outra parte cumpra o contrato, sem que este se rompa. 
- Artigo 49, CDC: direito de arrependimento. Para que o consumidor troque determinado produto 
comprado por descontentamento, a troca deve ter sido previamente acordada entre as partes. Se o 
produto tiver defeito, poderá ser trocado a qualquer tempo, independentemente de prévio acordo. 
O artigo diz que, se o produto foi comprado por qualquer outro meio, que não no balcão (loja), o 
consumidor tem o direito de arrependimento de 7 dias, estando o produto com defeito ou não. 
- Artigo 51, CDC: a decretação de nulidade (absoluta) de uma sentença tem efeito desconstitutivo 
e retroativo. O artigo em questão é exemplificativo, e não taxativo. 
• Inciso I: direito básico do consumidor à efetiva reparação (artigo 6, VI, CDC) 
• Inciso III: a transferência da responsabilidade à terceiro implica na diminuição da 
responsabilidade do fornecedor. 
• Inciso IV: cláusula geral, de ampla aplicação pelo juiz de acordo com a razoabilidade. 
• Inciso VII: se a cláusula de arbitragem estiver presente no contrato de adesão, esta será nula, pois 
parte-se do princípio que está sendo imposta ao consumidor. Entretanto, podem as partes, por 
instrumento em separado, acordar para tanto. 
• O §1º tem relação com inciso IV. 
• §2º: a pretensão de ressarcimento pelo consumidor não significa que este desistiu do contrato. 
Rio, 21/10/2015 
Proteção Contratual (Continuação) 
• §4º: MP ou ONGs de defesa do consumidor podem ajuizar ações civis públicas anulatórias. 
- Artigo 53, CDC 
• Alienação fiduciária: uma pessoa pega um empréstimo no banco para comprar um bem móvel ou 
imóvel. O vendedor recebe o valor total pelo bem, saindo da relação. No momento em que o 
comprador paga, a posse direta do bem fica com o comprador, mas a propriedade deste passa a ser 
do banco, como uma forma de garantia do pagamento da dívida. Uma vez quitada esta, a 
propriedade do bem passa para a pessoa. Se a dívida não é paga, o banco pode entrar com ação de 
reintegração de posse e com ação de resolução contratual por inadimplemento. 
• Pela redação do artigo, entende-se que, se for o caso de reintegração de posse, o banco deve 
devolver todas as parcelas pagas pelo cliente. Entretanto, cria-se uma polêmica porque, se for 
devolvido todo o dinheiro, o tempo que o comprador ficou na posse do bem foi referente a que 
título? Diante disso, o STJ entende que os bancos podem reter parte das parcelas pagas, até 
porque não há garantia nenhuma de que, no leilão do imóvel reintegrado, este será vendido a 
preço suficiente para cobrir a totalidade da dívida. 
- Artigo 54, CDC 
• §3º relacionado com com os artigos 6º, III, e 46, CDC. 
Sanções Administrativas 
- Proteção e defesa do consumidor promovidas pelo Estado, e não mais pelo Poder Judiciário. 
- Consumidor stricto sensu x Consumidor por equiparação 
- Artigo 29, CDC: as grandes empresas poderão utilizar-se do CDC quando houver violação da 
livre concorrência ou veiculação de publicidade abusiva, por exemplo (ação condenatória em 
obrigação de não fazer). 
- Ao sofrer uma lesão, o consumidor possui duas alternativas: ação individual com pedido de 
indenização, através do Judiciário, ou processo administrativo com tentativa de acordo, através 
do Procon. 
- O processo administrativo começa com a reclamação por parte do consumidor, seguida pela 
intimação do fornecedor. Posteriormente, haverá uma audiência para tentativa de acordo. O 
Procon não tem poder para forçar um acordo, entretanto, não feito este, embora seja aconselhado 
ao consumidor o recurso ao Judiciário, o processo administrativo não acaba. Abre-se prazo para o 
fornecedor apresentar defesa. Após isso, é proferida decisão e imputada uma sanção ao 
fornecedor (artigo 56, CDC). 
- Se a sanção for uma multa e esta não for paga, transforma-se em dívida ativa. 
Rio, 28/10/2015 
Sanções Administrativas (continuação) 
- Artigo 55, CDC. 
- Artigo 56, CDC: os Procons não estejam expressamente mencionados no CDC, ms existem. Em 
geral, todos osestados possuem um Procon. 
- Nos processos judiciais, a presença de advogado é imprescindível. Enquanto isso, nos processos 
administrativos, o réu pode se auto-representar. 
- Devido processo legal nos processos administrativos: direito a ser intimado da acusação e, na 
intimação, saber claramente do que está sendo acusado, direito a ter um prazo razoável para 
apresentar defesa (se não houver defesa, o fornecedor é considerado revel), direito ao 
contraditório de qualquer prova que tenha sido produzida contra o acusado e direito a recorrer de 
eventual decisão punitiva. 
- A ação administrativa se assemelha à ação jurisdicional, pois apenas uma pessoa competente 
poderá proferir sentença e determinar eventuais sanções ao fornecedor. A competência para 
aplicar penalidades é do coordenador do Procon. 
- A sentença dos processos administrativos é recorrível (o direito aos recursos é garantido 
constitucionalmente pelo princípio da ampla defesa), sendo o recurso julgado pelo secretário do 
estado. Se não houver interposição de nenhum tipo de recurso, haverá coisa julgada 
administrativa (não se pode mais recorrer administrativamente). Os tipos de ação para se 
recorrer, no Judiciário, à coisa julgada administrativa são a ação anulatória e o mandado de 
segurança (artigo 5º, XXXV, CF). 
- A maior parte das decisões do Procon são mantidas pelos juízes, mas, em alguns casos, os 
magistrados reduzem as penas aplicadas (excesso nos valores das multas, por exemplo). As 
sanções têm como objetivo a adequação da empresa à legalidade, e não a aniquilação daquela (a 
desproporcionalidade entre a sanção e infração é uma forma de ilegalidade). 
Infrações Penais e Consumidor em Juízo 
- Artigo 61 e seguintes, CDC: infrações penais. Os crimes devem ser denunciados na Delegacia de 
Proteção e Defesa do Consumidor (a maior parte das queixas são encaminhadas ao Jecrim por se 
constituírem em infrações de menor potencial ofensivo). O fato de ser instaurado processo 
criminal não impede a instauração de processo administrativo no Procon e nem uma eventual 
ação indenizatória no âmbito civil (princípio da independência das instâncias). 
• Se na esfera penal for proferida decisão no que diz respeito à negativa do fato alegado ou 
ausência de autoria e essa decisão transitar em julgado (caráter irrecorrível), haverá vinculação 
das esferas cível e administrativa (extensão dos efeitos da coisa julgada penal). Nos demais casos, 
não haverá vinculação entre as três esferas. 
- Artigos 81 e seguintes, CDC 
• A ação individual tem como principal objetivo a indenização (danos materiais e morais) ao 
consumidor. A ação individual só pode ser ajuizada pela própria vítima (a pessoa que sofreu a 
lesão), salvo os casos de legitimidade extraordinária. A sentença condenatória produzirá efeitos 
somente perante o réu (fornecedor), sendo único beneficiário o autor da ação (consumidor). 
• A ação coletiva, além de possuir um caráter mais de “exercício do dever cívico”, visa a efetivação 
de direitos “meta-individuais” (interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais 
homogêneos). A ação coletiva só pode ser ajuizada por pessoa legitimada para tanto (artigo 82, 
CPC/73): MP, entes federados, ONGs de defesa do consumidor constituídas há mais de um ano, 
órgãos de proteção e defesa do consumidor (como o Procon). 
• Eventual acordo no âmbito do processo administrativo deverá ser comunicado ao juiz da ação 
civil. 
Rio, 04/11/2015 
Infrações Penais e Consumidor em Juízo (Continuação) 
• O parágrafo único do artigo 81, CDC, não trata nem do direito individual nem do interesse 
público, mas de três tipos de direitos que ficariam no “meio termo”, embora todos se constituam 
em espécies de direito coletivo lato sensu. O interesse / direito individual homogêneo é o que se 
mais aproxima do direito individual, ao passo que o interesse / direito difuso é o que mais se 
aproxima do direito público. Em suma, o que há é: interesse público (não abrangido pelo 
dispositivo) > interesse coletivo meta-individual lato sensu (abrangido pelo dispositivo e formado 
pelos direitos difusos, coletivos stricto sensu e individuais homogêneos) > interesse individual 
(não abrangido pelo dispositivo). Definição e exemplos: 
a. Direitos / interesses difusos: são aqueles que possuem a mais ampla transindividualidade real, 
além se apresentarem como característica a indeterminação dos sujeitos titulares (unidos por um 
vínculo meramente de fato), como o direito à não exposição à propaganda enganosa e abusiva 
difundida pela televisão e o direito a ambiente hígido, sadio e preservado (fábrica poluidora). 
b. Direitos / interesses coletivos: têm como características a transindividualidade real restrita e a 
determinabilidade dos sujeitos titulares (grupo, categoria ou classe de pessoas), unidos por uma 
relação jurídica-base, como nos casos de aumento ilegal das prestações de um consórcio, os 
direitos dos alunos de certa escola de terem a mesma qualidade de ensino em determinado curso 
e o aumento abusivo das mensalidades de planos de saúde, relativamente aos contratantes que já 
firmaram contratos. 
c. Direitos / interesses individuais homogêneos: decorrem de uma origem comum e possuem 
transindividualidade instrumental ou artificial. Além disso, os seus titulares são pessoas 
determinadas e o seu objeto é divisível, admitindo reparabilidade direta, ou seja, fruição e 
recomposição individual. São exemplos: os compradores de carros de um lote com o mesmo 
defeito de fabricação (a ligação entre eles, pessoas determinadas, não decorre de uma relação 
jurídica, mas, em última análise, do fato de terem adquirido o mesmo produto com defeito de 
série) e o caso de um alimento que veio a gerar a intoxicação de muitos consumidores. 
• Artigo 103, CDC: efeitos da coisa julgada. A respeito do efeito erga omnes mencionado no 
dispositivo, o STJ possui jurisprudência dominante no sentido de que a decisão proferida por um 
juiz estadual tem seus efeitos limitados ao Estado onde atua, enquanto que a decisão proferia por 
um juiz federal tem seus efeitos limitados à circunscrição da região onde atua (local abrangido 
pelo respetivo TRF). 
Rio, 11/11/2015 
Liquidação do Dano 
- Artigo 6º, VI, CDC: direito do consumidor à efetiva reparação. 
- Artigo 944 e seguintes, CC. 
- Dano material: dano direto e lucros cessantes. 
- Dano moral: possui natureza compensatória, e não indenizatória. Se origina “in re ipsa”, ou seja, 
surge do próprio fato, não sendo necessária sua comprovação. 
- Nos casos de lesão temporária, a vítima receberá indenização até a convalescença. Nos casos de 
lesão permanente, a vítima receberá indenização até o fim de sua vida. Nos casos de morte, 
aplica-se o artigo 948, CC (a família recebe uma pensão referente ao tempo de sobrevida que o 
de cujus teria; se um dos filho for universitário, ele pode receber a pensão até os 24 anos.). 
- Se a vítima for criança, não há pensão para os pais, salvo nos casos em que a família for pobre. 
Rio, 18/11/2015 
Decreto 2181/97 
- Artigo 33 
• I: autoridade competente como próprio Procon. 
• II: infração dada por um fiscal da Administração Pública. 
• III: reclamação do consumidor. 
- Artigo 34, 39, 40: o não cumprimento de tais dispositivos viola o devido processo legal. 
- Judicialmente, apenas o advogado possui capacidade postulatória, ao passo que, na via 
administrativa, a empresa pode atuar através de qualquer de seus representantes. 
- Artigos 43, 44 e 46 (artigo 5º, LIV e LV, CF) 
• Se forem apresentadas provas, as partes devem se manifestar sobre os documentos juntados. 
• Se não forem apresentadas provas, o caso já pode ser julgado. 
- Artigo 48: deve haver uma observância dos demais princípios envolvidos para que se possa 
concluir se é realmente necessária a nulidade do processo administrativo. 
- Artigo 53: coisa julgada administrativa, ou seja, não pode ais ser interposto nenhum outro 
recurso em âmbito administrativo.

Outros materiais