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Revisado - unidade1_linguagemaudiovisual

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1. Apresentação da Disciplina 
 
 
Olá estudantes! 
Bem-vindo àa disciplina de Linguagem aAudiovisual! 
Neste espaço, você irá entrar entrará em contato com o sentido da linguagem 
audiovisual, da forma como as imagens e os sons se articulam para construir 
uma forma de narrativa. As imagens captadas do mundo real ou produzidas 
artificialmente. 
 
A disciplina de linguagem audiovisual é o espaço onde no qual você irá 
estudarestudará: 
 
Unidade 1 
Características da Imagem e do som - Som 
Tempo no audiovisual – Diegese - Profundidade de campo – eixo de gravação - 
Estruturas de captação da Imagem e do Som – Ttipologia dos enquadramentos 
Estruturas de captação da Imagem e do Som – Movimentos de câmera 
Estruturas de captação da Imagem e do Som – Aplicação das estruturas - 
Decupagem técnica 
 
 
Unidade 2 
Elementos de composição da imagem em movimento - Iluminação - Cores 
Elementos de composição da imagem em movimento – Figurino, maquiagem, 
cenário – efeitos especiais 
 
Unidade 3 
Montagem/ Edição 
 
 
Unidade 4 
Metáforas e referencias no cine audiovisual 
O audiovisual e o espectador 
Gêneros narrativos 
 
 
Então, vamos lá! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[ECM1] Comentário: Aqui, fica 
referências ou referenciais¿ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Ementa e Objetivos 
 
 
 
Curso FIC/EAD Módulo: I 
Componente 
Curricular: 
Linguagem 
Audiovisual 
Bloco de 
componentes: 
01 – Fundamentos do 
Audiovisual 
Carga horária 
(aulas): 
60 aulas Carga horária 
(relógio): 
50 horas/relógio 
Habilidades Bases Tecnológicas 
 Conhecer os 
fundamentos da 
linguagem audiovisual. 
 Analisar a Estrutura da 
linguagem audiovisual. 
 Compreender os 
aspectos da estética 
audiovisual. 
 Fundamentos da Linguagem 
audiovisual. 
 Estrutura da linguagem audiovisual. 
 Estética audiovisual: aspectos 
históricos, inovações tecnológicas, 
estética por janelas de exibição, 
gêneros narrativos. 
Bibliografia básica 
AUMONT, Jacques et al. A Estética estética do Filmefilme. Campinas, SP: 
Papirus, 2002. 
MARCEL, Martin. A linguagem cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 
2007. 
XAVIER, Ismail. A experiência do Cinemacinema. Rio de Janeiro: Edições 
Graal- Embrafilmes, 1983. 
 
Bibliografia complementar 
BAZIN, André. O que é o cinema? São Paulo: Cosac Naify, 2014. 
JOLY, Martine, Introdução à análise da imagem. Campinas: Papirus, 1996. 
DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007. 
MACHADO, Arlindo. Pré-cinemas e pós-cinemas. Campinas - SP: Papirus, 
1997. 
AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas - SP: Papirus, 1993. 
AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Campinas - SP: Papirus, 
2008. 
XAVIER, Ismail. O discurso cinematográfico. São Paulo: Paz e Terra, 
2008. 
BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas 
- SP: Editora da Unicamp, 2013. 
FLUSSER, V. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia 
da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 
 
 
Olá estudantes, 
 
nesta Nesta unidade, iremos tratar sobre a respeito das características da 
imagem e e do som, do tempo e do espaço no audiovisual., sobre Sobre a 
profundidade de campo, a tipologia dos enquadramentos, os movimentos de 
câmera, o eixo de gravação e a aplicação de decupagem técnica. 
Estes conhecimentos são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer 
trabalho audiovisual e são constitutivos da linguagem que cria e constrói 
narrativas audiovisuais. 
 
Nesta unidade, s você irá estudarestudará: 
 
 
1.1. Características da Imagem e do som - Som 
 
1.2. Tempo e Espaço no audiovisual 
 
1.3. Profundidade de campo 
 
1.4. tipologia Tipologia dos enquadramentos 
 
1.5. Movimentos de câmera 
 
1.6. eixo Eixo de gravação 
 
1.7. Decupagem técnica 
 
 
 
1.1. Características da Imagem e do som - Som 
 
Nosso primeiro contato será para compreender os sentidos da imagem e do som, 
nossa matéria prima de trabalho na linguagem audiovisual. O conceito de 
imagem é amplo, . aqui Aqui, neste espaço, trataremos da imagem fílmica, da a 
imagem que é captada por um determinado dispositivo técnico e cria a ilusão do 
movimento. 
 
Vamos conhecerConheceremos uma reflexão que analisa analisará o sentido da 
imagem no audiovisual, do autor Marcel Martim: 
 
“A imagem constitui o elemento básico da linguagem cinematográfica. Ela é a 
matéria prima fílmica e desde logo, porém, uma realidade particularmente 
complexa. Sua gênese, com efeito, é marcada por uma ambivalência profunda: 
resulta de uma atividade automática de um aparelho técnico capaz de reproduzir 
exata e objetivamente a realidade que lhe é apresentada, mas ao mesmo tempo 
essa atividade se orienta no sentido preciso desejado pelo realizador.” (MARTIN, 
p. 21) 
 
Vamos extrair dessa reflexão alguns pontos importantes. 
 
1. A imagem constitui o elemento básico da linguagem cinematográfica. 
Neste curso, trabalharemosestamos trabalhando como construir imagens e sons 
para obras audiovisuais, a imagem é a nossa matéria prima – o que não significa 
que seja destacado a ela um grau de importância maior – ou seja, precisamos 
entender e decodificar as imagens para construir narrativas audiovisuais com 
elas. 
 
2. Sua gênese, com efeito, é marcada por uma ambivalência profunda: resulta 
de uma atividade automática de um aparelho técnico capaz de reproduzir 
exata e objetivamente a realidade que lhe é apresentada, mas ao mesmo 
tempo essa atividade se orienta no sentido preciso desejado pelo realizador. 
Referências ¿ 
 
Quando captamos uma imagem do mundo real o que obtemos? A realidade ou 
uma representação da realidade? A câmera é operada por alguém que define o 
que será registrado ou não, . As as imagens e os sons passam por vários 
tratamentos até chegarem aos espectadores como “produto final” ,ou seja, desde 
a captação, a imagem é a escolha de alguém sobre determinado tempo e espaço e 
poderá ainda, passar por vários tipos de cortes e processamentos até adquirir o 
seu formato final. 
Uma imagem, neste sentido, não é a realidade objetiva e sim a representação de 
algo que foi captado. 
 
 
Fique Ligadoligado! 
 
Quando tratamos das imagem em movimento consideramos que: 
 A imagem em movimento é o elemento básico da linguagem audiovisual; 
 A imagem em movimento resulta da atividade de um aparelho técnico; 
 A imagem em movimento é o resultado desejado pelo realizador. 
 
Em relação ao som no audiovisual, vamos destacar algumas características 
importantes:. 
 
O som sempre acompanhou o audiovisual, mesmo no começo, as salas de cinema 
contavam com o acompanhamento de um instrumentista, geralmente, ao piano, 
ou a figura do explicador, que é registrada no início do cinema como alguém que 
explicava a narrativa dos filmes. 
 
Mas comCom o desenvolvimento tecnológico, o som passou a ocupar um espaço 
fundamental nas construções fílmicas, por isso, que o autor Marcel Martim 
destaca que os sons apresentam características importantes aos audiovisuais: na 
construção da impressão de realidade, , realizam , também a continuidade sonora., 
os Os diálogos e entrevistas acrescentaram acrescentaram aos filmes, a utilização 
normal da palavra, e a inclusão do som levou o explicador para dentro das obras 
com a voz em off., com Com o sons, a inclusão de silêncios dentro das obras são 
feitas de forma a criar um impacto e os sons também são responsáveis pela 
inclusão de possíveis elipses, além da música, com trilhas compostas 
especificamente para as obras ou não desempenham funções rítmicas, 
dramáticas ou líricas nas obras. 
 
Nossos elementos básicos de trabalho são a reunião entre o áudio e o vídeo, que 
juntos, constituem as estruturas básicas da linguagem audiovisual. 
 
 
1.2. Tempo e Espaço no audiovisual 
 
 
Tratamos sobre o sentido da imagem e do som na construção da linguagem 
audiovisual. Agora vamos a à construção do tempo e do espaço fílmicos como 
elementos constitutivos da linguagem. 
 
1.2.1. O Tempo no audiovisual 
 
Vamos refletir agora sobre a noçãode tempo no audiovisual. 
Você já notou que um filme pode contar uma história de cem anos em uma hora? 
E que, em determinados momentos, “perdemos a noção de tempo” quando 
estamos assistindo a um filme ou uma obra audiovisual? 
 
O tempo no audiovisual, segundo Marcel Martim (p.214), pode ser dividido em 
três aspectos diferentes: 
 
O tempo de projeção – duração objetiva de uma obra audiovisual. 
 
O tempo da ação – a diegese. 
 
O tempo da percepção - como o espectador se relaciona com a obra. Em algumas, 
¿ iremos mergulhar e em outras as cenas parecerão se arrastar (tédio). De forma 
mais contemporânea, nosso nossa relação de tempo no audiovisual se alterou 
com as possibilidades de acesso via internet e com as plataformas de vídeo sob 
demanda (VOD). 
 
Fique Ligadoligado! 
 
O tempo do cinema é diferente do tempo cronológico. O tempo específico da 
linguagem cinematográfica permite ao filme a construção de uma estrutura 
temporal única que diz respeito somente àquela história. Em uma hora de 
projeção, é possível contar uma história que envolve séculos do tempo 
cronológico. Podemos retroceder no tempo e, avançar no futuro: . o O tempo no 
cinema é objeto de criação. Existe também, o tempo do espectador, que traz para 
o seu tempo presente o filme sempre que o assiste. (Barcelos, 2010) 
 
 
Mas o que é diegese no audiovisual? 
 
Segundo o autor Chris Rodrigues: 
 
“Ação temporal do filme, ou seja, existe sempre que houver mudança de tempo, 
longa ou curta, na estrutura do filme. Exemplo de diegese curta: sempre que há 
um corte de um plano para outro, subentende-se um determinado espaço de 
tempo. Exemplo de diegese longa: quando, de um plano para outro, a ação se 
passa em dias, semanas, meses ou mesmo anos.” (p.26) 
 
 
E para Costa: "O processo pelo qual o trabalho de narração constrói um enredo 
que deslancha de forma aparentemente automática , como se fosse real, mas 
numa dimensão espaço-temporal que não inclui o espectador" Costa, Flávia 
Cesarino. O primeiro cinema: espetáculo, narração e domesticação. São Paulo: 
Scritta, 1995. 
 
 
 
1.2.2. O Espaço no audiovisual 
 
O espaço é um importante elemento de análise da linguagem audiovisual. 
Vejamos: 
 
Espaço: onde se dá a ação do filme, como criação fílmica; pode existir de fato, 
como um espaço referente no mundo real, ou pode ser criado por animação 
clássica ou tecnologias digitais. O espaço pode representar um sonho, outro 
planeta, uma caixa. Por meio da montagem, é possível alterar o espaço do campo 
de visão do espectador rapidamente, de um continente a outro, por um simples 
corte. Existem também os espaços de exibição como a sala de cinema, a sala de 
casa etc. 
 
Segundo Martim, (p.197) no cinema, percebemos dois tratamentos de espaço: 
Reprodução do espaço: reprodução de um espaço real por meio dos movimentos 
de câmera e; 
Produção: produção de espaços por meio da justaposição de cenas. 
 
Para entender melhor o efeito da produção de espaços o autor cita o “Efeito 
Kulechov”. 
 
 
No Efeito Kuleshov, percebemos uma montagem de imagens em que um rosto de 
um ator, sem expressão definida, é associado a outras imagens. Ao associar o 
rosto do ator a estas imagens (que também pode ser entendida como uma 
associação de tempos e espaços diferentes) criamos o efeito Kuleshov. 
 
Vejamos: 
 
Homem + caixão de criança = tristeza 
Homem + Prato de sopa = fome 
Homem + Mulher = desejo 
 
Esta experiência demonstra que imagens de tempos e espaços diferentes, em 
associação, podem causar sensações e interpretações diferentes no espectador. 
 
 
 
Figure 1: Efeito Kuleschov1 
 
1.3. Profundidade de campo 
 
A profundidade de campo é o que determina a nitidez dos elementos de cena. O 
que está em foco e o que propositalmente desfocamos é obtido através das 
regulagens específicas das câmeras. A profundidade de campo é utilizada para 
destacar a imagem específica que buscamos na composição da cena. (Barcelos, 
p.139, 2010) 
 
O conceito de profundidade de campo é importante na análise da linguagem 
audiovisual para identificar o que está em foco e os aspectos da imagem que não 
estão. O momento da focalização, as opções da direção em focalizar 
determinados elementos ou não na cena. 
 
 
 
1 Imagem disponível em: https://revistamoviement.net/o-efeito-kuleshov-e-a-
consci%C3%AAncia-intencional-c2bf78ca52bd 
Formatado: Fonte: Itálico
[ECM2] Comentário: Frase 
truncada, precisa estruturar melhor. 
 
Figure 2: Profundidade de Campo 
 
Imagem disponível em: https://revistamoviement.net/o-efeito-kuleshov-e-a-
consci%C3%AAncia-intencional-c2bf78ca52bd 
 
1.4. tTipologia dos Eenquadramentos 
 
Agora que percorremos por alguns conceitos importantes da linguagem 
audiovisual, vamos entrar naabordar a organização dos enquadramentos. 
A ação de “enquadrar” uma imagem ou escolher o que entra em quadro é uma 
das tarefas mais importantes para contar uma história por imagens. É nesse 
momento que decidimos como gravar os planos que farão parte das e sequências 
da nossa obra audiovisual. 
 
Mas o que são planos, cenas e sequências? 
 
O plano é a menor unidade do enquadramentoenquadramento. , o O plano está 
situado entre dois cortes da imagem em movimento. 
 
PLANO: Enquadramento específico que mostra o fragmento de uma 
determinada imagem. É a unidade mínima de captação com sentido próprio e 
ocorre entre o ligar e o desligar da câmera. Através dele conhecemos o contexto 
da história - por meio de planos abertos - ou observamos detalhes e expressões 
faciais - com os planos fechados, movimento de câmera, ângulos específicos etc. 
 
Formatado: Fonte: Itálico
O plano está situado entre dois cortes... 
 
CORTE: o corte em cinema é quando nos referimos a imagem durante o processo 
de captação e edição. Nessas duas fases, a imagem sofre o processo de corte. A 
montagem feita em película sofre um processo físico de corte, e a montagem, 
nessa perspectiva, é um processo de seleção, cortes e junção. Um termo utilizado 
no processo de edição é o corte seco, que significa a passagem entre as cenas sem 
efeitos. 
 
Outro conceito importante é o de Cena: 
 
CENA: conjunto de planos que se passam em um mesmo espaço e tempo na 
narrativa diegética. 
 
E oO conjunto de cenas, que se organizam em uma determinada unidade 
dramática, são é chamado de as SEQUÊNCIAS. 
 
Vamos observar como exemplo a cena inicial do filme O HOMEM QUE COPIAVA 
do diretor Jorge Furtado. Ao lado do roteiro literário estão destacadas imagens 
de diferentes planos que foram utilizados para compor a cena. 
 
 
O HOMEM QUE COPIAVA 
roteiro de Jorge Furtado 
versão junho/2001 
produção: Casa de Cinema de Porto Alegre 
*********************************************************
********** 
CENA 1 - SUPERMERCADO - INTERIOR/DIA 
ANDRÉ, 18 anos, magro, roupas simples, mochila 
nas costas, está na fila de um caixa de 
supermercado. Atrás dele, um HOMEM, 50 anos, 
com dois pacotes na mão. Atrás do homem, uma 
SENHORA, 40 anos, e uma CRIANÇA de 5 anos, 
com um carrinho cheio de compras. 
André tira do bolso sua a carteira de dinheiro 
enquanto a MOÇA do caixa, 18 anos, vai 
passando as compras de André: esponja para 
lavar pratos, detergente, leite, pão, margarina, 
fósforos. André confere o dinheiro na carteira. 
ANDRÉ 
Quanto deu até agora? 
MOÇA 
Oito e vinte e cinco. 
ANDRÉ 
Tudo bem. 
Ela passa a carne e registra. 
ANDRÉ 
Quanto? 
MOÇA 
 
 
 
 
 
Figure 3: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Onze e trinta. 
ANDRÉ 
(surpreso) Quanto é a carne? 
MOÇA 
Três e cinco. 
ANDRÉ 
Não vai dar. Eu só tenho onze e cinqüenta. 
MOÇA 
Deu onze e trinta. 
ANDRÉ 
É que eu preciso levar o álcool. Quanto é o 
álcool? 
MOÇA 
Um e vinte. 
ANDRÉ 
Pois é, não vai dar. Desculpe, mas é que eu 
preciso levar o álcool. 
MOÇA 
Eu já registrei a carne. 
Ao fundo, um CASAL entra na fila. 
ANDRÉ 
Não dá para tirar o detergente? Quanto é o 
detergente?MOÇA 
Eu já registrei o detergente. 
ANDRÉ 
Eu sei, desculpe. Mas é que eu preciso levar o 
álcool. 
A mulher e o homem na fila estão visivelmente 
irritados com a 
demora dele. 
MOÇA 
O que eu faço? 
ANDRÉ 
É que... eu preciso levar o álcool mesmo, 
desculpe. 
A moça, mal contendo a irritação, toca uma 
campainha que acende 
uma luz sobre o caixa. O homem na fila troca de 
caixa, 
resmungando, irritado. O SUB-GERENTE, 30 
anos, camisa branca, 
crachá e calça de tergal cinza, chega ao caixa. 
MOÇA 
Tenho que abrir. 
SUB-GERENTE 
O que foi? 
Uma VELHINHA chega e entra na fila. 
ANDRÉ 
Desculpe, mas eu preciso levar o álcool. Não vi 
que a carne era tão cara. 
Figure 4: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Figure 5: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Figure 6: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Figure 7: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
SUB-GERENTE 
Quanto é que você tem? 
ANDRÉ 
Tenho onze e cinqüenta. 
O sub-gerente examina a conta. 
SUB-GERENTE 
A conta deu onze e trinta. 
ANDRÉ 
É que eu preciso levar o álcool, que ainda não 
está na conta. 
SUB-GERENTE 
Quanto é o álcool? 
MOÇA 
Um e vinte. 
O Sub-Gerente, visivelmente irritado, examina 
André enquanto tira 
uma chave do bolso mexe na registradora. 
MOÇA 
Você vai tirar o quê? 
ANDRÉ 
Quanto é o detergente? 
MOÇA 
Um e quinze. Se deixar a carne, dá. 
ANDRÉ 
E a esponja? 
MOÇA 
A esponja é quarenta. 
André pensa um pouco, faz contas. 
MOÇA 
E aí? 
ANDRÉ 
Tudo bem, deixa a carne. 
A Moça separa a carne, registra o álcool. 
MOÇA 
Nove e quarenta e cinco. 
André paga. A Moça dá o troco em moedas. 
André pega o troco e sai, sob o olhar irritado do 
gerente e dos outros clientes. 
 
 
Figure 8: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Figure 9: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
 
Figure 10: Plano do filme O homem que copiava 
 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
Figure 11: Plano do filme O homem que copiava 
 
Reproduções do Filme: O HOMEM QUE 
COPIAVA 
 
 
 
 
 
Perceberam a quantidade de planos utilizados para a criação visual desta cena? 
 
 
Saiba Maismais! 
 
Procure assistir a à obras audiovisuais e preste atenção a quantidade de planos 
que são apresentados ao espectador. E lembre-se, a cada corte da imagem é um 
novo planos. 
 
 
Enquadramentos 
 
Os planos podem ser de diferentes formatosformatos. , escolher Escolher um 
plano é direcionar o olhar do nosso espectador para aquilo que desejamos 
enquadrar. Um plano poderá ser bem aberto e mostrar todo um ambiente, como 
poderá ser bem fechado e mostrar um pequeno detalhe como um anel. Cada 
formato de plano serve na linguagem audiovisual para um determinado fim e 
não existe uma nomenclatura única para os nomes dos enquadramentos, você 
poderá encontrar variações na literatura. O importante e é conhecê-los bem para 
poder decidir que planos escolher durante as gravações. 
 
Vamos lá! 
 
Agora, nós vamos conhecerconheceremos os principais tipos de planos. 
 
 
PLANO GERAL: plano em que a lente apresenta uma grande abertura. Com esse 
enquadramento, o espectador conhece um determinado ambiente e o contexto 
de uma cena. 
Formatado: Fonte: Itálico
 
 
 
Figure 12: Plano Geral - Filme O Homem que Copiava 
 
PLANO DE CONJUNTO: plano aberto que mostra um grupo entre duas a quatro 
pessoas, com variações, enquadradas em cena. O plano de conjunto é mais 
fechado que um plano geral e mostra um olhar específico em uma determinada 
ação coletiva. 
 
 
PLANO AMERICANO: enquadramento do personagem do joelho para cima; 
criado nos filmes de western americanos para enquadrar o cowboy com a mão no 
coldre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formatado: Fonte: Itálico
 
 
 
PLANO INTEIRO: plano aberto que enquadra uma pessoa de corpo inteiro. 
 
 
 
Figure 13: Plano Inteiro - Filme O Homem que copiava 
 
 
PLANO MÉDIO: plano fechado que mostra o personagem da cintura para cima. 
 
 
 
Figure 14: Plano Médio - Filme O Homem que Copiava 
 
 
PRIMEIRO PLANO ou PLANO PRÓXIMO: plano fechado que enquadra o 
personagem do busto para cima. 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
Figure 15: Primeiro Plano - Filme O Homem que Copiava 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLOSE: enquadramento do rosto do personagem; plano que destaca a expressão 
do personagem, conferindo mais dramaticidade à cena. 
 
 
Figure 16: Close - Filme O Homem que Copiava 
 
 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
PLANO DE DETALHE: enquadramento de algo pequeno, um detalhe importante 
para dar destaque ou um sentido especial à cena; pode ser um objeto, uma parte 
do corpo etc. 
 
 
Figure 17: Plano de detalhe - Filme O Homem que Copiava 
 
PLANO-SEQUENCIASEQUÊNCIA: consiste em gravar uma ou até todas as 
sequências de um filme em um único plano. Exemplo: Os filmes Festim Diabólico 
e Ainda Orangotangos. 
 
Além da escolha do plano, que será utilizado na cena, você irá decidirdecidirá, 
também, em qual ângulo será gravado.: 
 
Os ângulos básicos são: 
 
Ângulo reto: na altura dos olhos do personagem. 
 
 
Figure 18: Ângulo reto - Filme O Homem que Copiava 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
 
Plongê (mergulho em francês) – câmera posicionada de cima para baixo 
(imagine que a câmera fará um mergulho). 
 
 
Figure 19: Plongê 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contra-plongê – câmera posicionada de baixo para cima (submergindo). 
 
 
Figure 20: Contra-plongê 
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
Depois de escolher o plano e o ângulo de filmagem, você irá decidirdecidirá 
sobre em que qual lado do ângulo você irá gravargravará. 
 
Segundo o diretor Carlos Gerbase, no livro: Cinema: : Primeiro Filme, você irá 
decidir entre quatro posições principais: 
 
1. Frontal – A câmera está de frente com o objeto gravado. 
 
 
Figure 21: Frontal 
 
 
 
2. ¾ - A câmera forma um ângulo de aproximadamente 45 graus com a pessoa 
que está sendo filmada. 
 
 
Figure 22: Câmera ¾ 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
 
3. Perfil – A câmera está em um ângulo de aproximadamente 90 graus com a 
pessoa gravada. 
 
 
Figure 23: Perfil 
 
 
 
 
 
 
 
4. Nuca – a câmera grava a personagem de costas. 
 
 
Figure 24: Nuca 
 
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
 
 
 
1.5. Movimentos de câmera 
 
 
A câmera pode gravar as imagens em um único enquadramento de forma fixa – 
nesse caso, os personagens e as imagens passam por ela – ou em movimento, 
quando acompanha o deslocamento dos personagens durante a ação. 
 
Movimentos básicos de câmera: 
 
 
PANORÂMICA: movimento da câmera a partir de um ponto fixo; consiste em um 
deslocamento da câmera em seu próprio eixo de forma horizontal ou vertical; 
quando feito de forma rápida, é chamado de chicote. 
 
Inserir imagem e link 
 
TRAVELLING: deslocamento total da câmera, que pode ser horizontal, vertical, 
em curvas, geralmente, com o auxílio de um carrinho ou um trilho. 
 
Inserir imagem e link 
 
ZOOM: aproximação da imagem do objeto através por meio de lente específica. 
Sem que a câmera sofra um deslocamento físico, o zoom aproxima-se ou se 
afasta dos objetos por meio de um jogo específico de lentes. 
 
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1.6. Eixo de Gravação 
 
 
O eixo de gravação está relacionado com a posição que a câmera ocupa durante a 
filmagem, com o objetivo de seguir determinado eixo para dar continuidade à 
ação dos personagens. 
Quando estamos gravando os planos de uma cena, é necessário observar as 
posições em que as câmeras são colocadas no espaço de filmagem, os 
personagens e objetos devem permanecer na mesma direção para que não haja 
“quebra de eixo”. 
Vejamos: 
 
Plano 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma bola vem rolando da esquerda para direita, a câmera está posicionadaem 
um dos lados do eixo de 180 graus. 
 
 
Plano 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se em um segundo plano colocarmos a câmera no outro lado do eixo a direção da 
imagem que segue o percurso da bola irá se inverter para o espectador, causando 
desorientação visual da sequência da cena. 
 
Por isso, é fundamental escolher um dos eixos e manter as câmeras neste 
durante toda a gravação da cena. Para inverter o eixo de gravação, é importante 
mostrar esta ação ao espectador com um movimento de câmera e/ou movimento 
dos atores em determinado plano. 
 
Fique ligado! 
 
Muitos diretores quebram o eixo de gravação em seus filmes para causar um 
determinado efeito nos espectadores. As regras da linguagem audiovisual nos 
auxiliam na construção das narrativas, mas, como toda a linguagem, ela está em 
constante transformação e você poderá quebrar a regra para causar algum efeito 
visual necessário ao filme. 
 
Saiba mais! 
Assista aos filmes Touro Indomável e O Iluminado, nestas obras os diretores 
quebraram o eixo de gravação em determinadas cenas para colocar o espectador 
em desorientação. Veja os filmes e tente encontrar as cenas de quebra de eixo! 
Câmera 
Câmera 
 
 
TOURO INDOMÁVEL, 1980 (2h 09min) 
Direção: Martin Scorsese 
Elenco: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe 
Pesci mais 
Gêneros Drama, Biografia 
Nacionalidade: EUA 
 
 
 
O ILUMINADO, 1980 (2h 26min) 
Direção: Stanley Kubrick 
Elenco: Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny 
Lloyd mais 
Gênero Terror 
Nacionalidades Reino Unido, EUA 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.7. Decupagem técnica 
 
A decupagem técnica é o processo de transformar um roteiro literário em planos, 
ângulos e movimentos de câmera. 
A decupagem técnica deve ser realizada antes das gravações é neste momento 
que você irá imaginarimaginará os planos e como eles combinam em uma 
sequência visual. Ao analisar a cena do roteiro literário, você decodifica-
ladecodificará em planos de captação. 
Vejamos neste exemplo do filme O Homem que Copiava do diretor Jorge Furtado: 
 
CENA 16 - PAPELARIA - INTERIOR/DIA 
 
André lê um gibi. Detalhes do gibi. 
 
ANDRÉ (VS) 
Pelo menos sobra tempo para ler na loja. 
Formatado: Inglês (EUA)
 
André faz cópias. 
 
ANDRÉ (VS) 
A maior parte do tempo eu fico lendo as coisas que 
as pessoas trazem para copiar. Enquanto eu estou 
tirando as cópias, só consigo ler algumas linhas 
de cada folha. Já é alguma coisa. 
 
 
Agora, vamos observar as imagens dos planos escolhidos pelo diretor para 
construir a cena: 
 
 
 
 
 
 
Tabela de decupagem: 
 
Número do 
Plano 
Plano Altura do 
ângulo 
Lado do 
angulo 
Movimento de 
câmera 
P1 Médio Reto Fontal Fixa 
P2 Médio Reto ¾ Fixa 
P3 Plano 
Próximo 
Contra-plongê ¾ Fixa 
P4 Detalhe Plongê ¾ Fixa 
P5 Médio Contra-plongê ¾ Fixa 
 
 
 
 
Vamos pPraticar! 
 
Você pode separar uma cena de um roteiro já gravado, analisar as propostas de 
cenas do diretor e elaborar uma decupagem técnica a partir das cenas já 
gravadas ou fazer uma nova proposta de decupagem com a sua imaginação. 
 
 
Esta, foi a primeira unidade da disciplina de linguagem audiovisualaudiovisual. , 
aqui Aqui, trabalhamos os conceitos iniciais de linguagem que são fundamentais 
para analisar obras audiovisuais e também para aqueles que irão produzir suas 
próprias obras. 
 
Até a próxima unidade! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. Rio de Janeiro: Lamparina Editora, 
2007. RABIGER, Michael. Direção de Cinema: técnicas e estética. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2007. ANG, Tom. Vídeo digital: uma introdução. São Paulo: Editora 
Senac São Paulo, 2007. 
COSTA, Flávia Cesarino. O primeiro cinema: espetáculo, narração e 
domesticação. São Paulo: Scritta, 1995. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formatado: Português (Brasil)

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