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O Papel do Psicopedagogo na Escola Inclusiva

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA 
ESCOLA INCLUSIVA 
 
 
 
 
Por: Aline Souza Moraes Schroeder Cardozo 
 
Orientadora: Prof. Caroline Kwee 
 
 
 
 
 
 
Niterói- RJ 
2011 
 
 
 
 
2
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA 
ESCOLA INCLUSIVA 
 
 
 
 
 
 
Apresentação de monografia à Universidade 
Candido Mendes como requisito parcial para 
obtenção do grau de especialista em 
Psicopedagogia. 
 Por: Aline Souza Moraes Schroeder Cardozo 
 
 
 
 
 
 
3
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à minha família, repleta de educadores, especialmente a minha 
amada mãe, por encorajar-me e incentivar-me a realizar um trabalho capaz de 
fomentar a esperança numa educação mais justa e humana. 
Ao meu irmão caçula, pois mesmo sem saber, foi com ele que iniciei 
algumas práticas psicopedagógicas, quando buscava meios mais eficazes de 
ensiná-lo as tarefas de casa e atividades de vida diária. 
Com carinho, agradeço ao meu marido, pelo amor e apoio constante. 
Agradeço aos alunos que tornam o trabalho psicopedagógico ainda mais 
especial e desafiador. 
Agradeço às escolas que abriram as portas para que eu pudesse entrar e 
conhecer um pouco da sua filosofia e também dos desafios enfrentados no 
trabalho com os estudantes com dificuldades. 
Agradeço as psicopedagogas que ajudaram-me nessa empreitada. 
Sou grata a Professora Carol Kwee por aceitar ser minha orientadora na 
construção deste trabalho. 
Enfim, agradeço ao nosso Pai Celeste por ter criado um mundo com tanta 
diversidade! 
 
 
 
 
 
 
4
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico este trabalho aos educadores que lutam para desenvolver as 
potencialidades de todos os alunos, aproximando-os de uma educação 
igualitária, ajudando na formação de pessoas mais solidárias, reflexivas e 
humanas. 
Em especial, dedico aos educandos com alterações no processo de 
aprendizagem que transformam cada obstáculo em desafio. 
À Rosane, minha mãe e minha primeira professora na universidade da 
vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
RESUMO 
Este trabalho tem como objetivo principal discutir a Inclusão Escolar e o 
papel do Psicopedagogo dentro das escolas inclusivas. Para tanto foi 
necessário elucidar questões pertinentes, iniciando através de uma 
investigação histórica sobre a educação especial, analisando fatos que 
favorecem a exclusão, conceituando e contextualizando a inclusão social até 
chegarmos à Educação Inclusiva à luz da Psicopedagogia e o papel do 
profissional dessa área. 
Numa sociedade onde a educação passa a ser um direito de todos, a 
Psicopedagogia mostra-se como um trabalho de extrema importância na 
escola da atualidade, cabendo ao psicopedagogo ajudar o desenvolvimento da 
aprendizagem do sujeito-aprendiz, visto que seu objeto de estudo é o processo 
de aprendizagem humana. Na escola o psicopedagogo pode auxiliar no 
processo de ensino-aprendizagem sendo capaz de atuar não apenas com os 
educandos, mas também com os educadores, levando-os a pensarem novas 
estratégias e metodologias que favoreçam esse processo e se aproximem da 
sonhada educação para Todos. 
A questão central do presente estudo é analisar o contexto da inclusão 
escolar atual acreditando-se que o psicopedagogo pode facilitar esse 
processo. O psicopedagogo pode ajudar a escola a lidar melhor com a 
diversidade, agregando novos valores, levando professores e alunos a 
acreditarem que todos são capazes de aprender. 
No entanto, passar do discurso ideológico inclusivista para a inclusão na 
prática exige reflexão, conhecimento e aceitação do novo. Reconstruir as 
práticas existentes e preconceitos cristalizados não é tarefa fácil e o 
Psicopedagogo pode orientar o aluno, a escola e a família a romper essas 
barreiras. 
Palavras-chave: Inclusão; Psicopedagogia; Educação Inclusiva; Escola 
 
 
 
 
6
METODOLOGIA 
 
Para a elaboração deste trabalho a metodologia realizada foi a pesquisa 
bibliográfica, assim como a webliografia, visando ampliar os conhecimentos 
acerca do tema escolhido. Os livros de diversos autores, revistas, citações e 
artigos usados nortearam o desenvolvimento desta Monografia. 
Durante o período de elaboração desta pesquisa, a participação em 
palestras, cursos e seminários que abordam temas relacionados foram 
importantes subsídios para a construção deste trabalho. 
 
 
 
 
 
7
SUMÁRIO 
 
FOLHA DE ROSTO 2 
AGRADECIMENTO 3 
DEDICATÓRIA 4 
RESUMO 5 
METODOLOGIA 6 
SUMÁRIO 7 
INTRODUÇÃO 8 
 
CAPÍTULO I - 
A Inclusão 11 
 
 
CAPÍTULO II 
 Alterações no Processo de Aprendizagem 24 
 
CAPÍTULO III 
A Psicopedagogia na Escola Inclusiva 29 
CONCLUSÃO 39 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43 
WEBSITES 46 
ÍNDICE 47 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49 
 
 
 
 
8
INTRODUÇÃO 
A inclusão é um processo que visa trazer para dentro da sociedade 
pessoas que foram marginalizadas historicamente. Como diz MANTOAN 
(1997, p.20) "enquanto a pessoa está adequada às normas, no anonimato, ela 
é socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela cometa qualquer infração ou 
adquira qualquer traço de anormalidade para que seja denunciada como 
desviante". Partindo da análise histórico-social do indivíduo com deficiência, 
este trabalho perpassa por uma visão clínico-patológica (quando se encarava o 
sujeito com deficiência como uma pessoa doente- Sacks, 1998), acompanha 
as mudanças da própria sociedade, onde a priori se adota uma pedagogia 
ortopédica (Skliar-2005) que visa “normalizar” tais indivíduos e esta pesquisa 
chega nos dias de hoje à reflexão do processo de inclusão educacional à luz 
da psicopedagogia. 
A inclusão escolar traz ao âmbito educacional novos desafios, tornando 
fundamental um novo olhar, novas práticas e objetivos de ensino-
aprendizagem. Que desafios são esses? Como enfrentá-los e aprender com 
eles? Quando Mantoan afirma que “o pensamento que norteia o atual sistema 
(educacional) é muito mecanicista, e discrimina claramente os normais e os 
deficientes, o ensino regular e o especial, como também cada uma das 
disciplinas estudadas na escola” percebe-se que tal fato é um agravante para 
a transformação dos espaços escolares em ambientes inclusivistas. Tal 
afirmação se complementa quando Relvas (2009) diz que “novas posturas 
educacionais precisam ser estruturadas para que os educandos despertem 
para o aprender escolar” e saibam enfrentar os desafios da vida. 
Hoje é sabido que a escola não pode ser um espaço neutro, é um espaço 
democrático, político na vida de todos. Nesse sentido as ideias de Freire vão 
nortear este trabalho, buscando desvincular a posição do deficiente como um 
sujeito oprimido para um sujeito crítico, reflexivo. A partir da educação isso é 
possível. No entanto não basta aceitar a matrícula dos alunos com deficiência, 
é preciso trabalhar em prol do desenvolvimento de Todos os educandos. 
 
 
 
 
9
 Ao se referir às pessoas com deficiência, Vygotsky (1993) ressalta que, 
“muito mais do que o defeitoem si, o que decide o destino da personalidade da 
criança é sua realização sócio-psicológica”. Assim, o trabalho psicopedagógico 
demonstra extrema importância e o espaço social oferecido pela escola pode 
ser extremamente benéfico. Afinal, as potencialidades não nascem prontas, é 
o meio social que vai ajudar o indivíduo a encontrá-las, a fazê-las desabrochar. 
Vale destacar que com o fomento da inclusão a psicopedagogia nasce 
para unir a lacuna existente entre o atendimento clínico/psicológico do sujeito 
deficiente e o trabalho educativo deste aluno com deficiência. Fez-se 
necessário então um campo de estudo que fosse capaz de entender o sujeito- 
aprendiz, o que ampliou a área de atuação do psicopedagogo que não limita-
se ao trabalho com pessoas com déficits, mas também na prevenção de 
possíveis dificuldades e ainda na orientação, suporte e desenvolvimento de 
estratégias para o trabalho com o desenvolvimento integral de sujeitos 
aprendizes. Nesse sentido Weiss afirma que “a Psicopedagogia busca a 
melhoria das relações do aprendiz com a aprendizagem”. Partindo da 
compreensão desta premissa, e por ser um dos temas mais discutidos na 
atualidade, acredito que o trabalho do Psicopedagogo nas instituições 
escolares pode facilitar esse processo inclusivo, auxiliando todos os alunos no 
desenvolvimento da aprendizagem e em outros aspectos relevantes. Torna-se 
necessário “resgatar na escola desde a mais tenra idade aquelas atividades 
educativas que enriquecem a interioridade dos alunos” ( Malheiro, 2010). 
Tais práticas educativas podem nortear-se dos pressupostos 
pedagógicos e dos ideais da psicopedagogia. Para tanto, os profissionais da 
psicopedagogia precisam estar informados e cientes da importância do seu 
trabalho na escola como um agente facilitador. Por isso, nesta pesquisa, 
prioriza-se a relação do psicopedagogo com os profissionais da educação, 
como se dá a orientação, suporte e como diminuir as dificuldades encontradas 
no percurso do trabalho pedagógico. Levanta-se alguns questionamentos, 
como: O que é Educação Inclusiva e como chegamos até ela? Qual é papel 
do psicopedagogo nas escolas inclusivas? Como o psicopedagogo pode 
 
 
 
 
10
facilitar a inclusão das crianças com deficiência? Qual tipo de mediação 
psicopedagógica se faz necessária para amenizar e/ou superar as alterações 
no processo de aprendizagem e como desenvolver habilidades? 
Para encontrar as respostas de tais questionamentos, haverá uma 
pesquisa bibliográfica, baseando-se nas ideias de autores como: Fernandez, 
Freire, Mantoan, Paín, Porto, Ramos, Relvas, Sacks, Sassaki, Vygotsky, 
Weiss, entre outros. 
Através da pesquisa de livros relevantes e também de artigos atuais este 
trabalho busca analisar as possíveis práticas psicopedagógicas que permeiam 
e facilitam processo de inclusão educacional no Brasil baseando-se nas ideias 
de autores que já pensaram no assunto e podem nos ajudar a chegar a uma 
conclusão, norteando nossa prática. 
 
 
 
 
 
11
CAPÍTULO 1: A Inclusão 
1.1 A história da Educação Especial 
Desde o princípio da humanidade todo aquele que fosse considerado 
diferente, que fugisse dos padrões de normalidade aceitos por determinada 
época, era visto com olhar de desprezo, discriminação, superstição, medo, 
superproteção e/ou segregação. Como Séneca (1986) afirmou: 
 “Matam-se cães quando estão com raiva; 
exterminam-se touros bravios; cortam-se as 
cabeças das ovelhas enfermas para que as 
demais não sejam contaminadas; matamos 
os fetos e os recém-nascidos monstruosos; 
se nascerem defeituosos e monstruosos 
afogamo-los, não devido ao ódio, mas à 
razão, para distinguirmos as coisas inúteis 
das saudáveis.” 
A pessoa que tivesse uma deficiência, dependendo da sociedade e 
cultura em que estava inserida, poderia ser considerada um fardo, um castigo 
ou até mesmo uma maldição divina. Em outras épocas e costumes essas 
pessoas poderiam ser consideradas seres especiais, até mesmo dotadas de 
poderes divinos. Assim, a forma como a sociedade lidava com a pessoa com 
deficiência era cercada de mitos e “pré-conceito”. 
Segundo Ramos (2010): 
“Vivendo em uma sociedade de resultados, 
podemos dizer que a deficiência é 
exatamente o que não se quer, porque não 
combina com as leis biológicas, sociais, 
políticas, econômicas e religiosas 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9neca
 
 
 
 
12
estabelecias pela humanidade, o que se 
revela nos discursos que se fazem sobre a 
vida e sua função”. 
Na Pré-História apenas os mais fortes sobreviviam e os deficientes 
provavelmente não se enquadravam dentro dos grupos primitivos, pois o 
ambiente era desfavorável e nos grupos cada qual contribuía e lutava pela sua 
própria sobrevivência através da caça e de trabalhos pesados. 
Na Antiguidade pessoas com deficiências eram entregues à própria sorte, 
muitas foram mortas e tantas outras maltratadas. Aristóteles dizia que era 
necessário ''Tratar igualmente o igual e desigualmente o desigual'' . 
Com o advento do Cristianismo indivíduos com deficiências começaram a 
ser vistos de forma mais piedosa: não eram mais eliminados (mortos), não 
sendo mais vistos como um castigo, mas passaram a ser olhados como 
pessoas merecedoras de caridade, passando a receber cuidados para sua 
sobrevivência em locais específicos, como asilos, hospitais, igrejas, no entanto, 
sendo segregados. Ou seja, sobreviviam, mas retirados “das vistas” da 
sociedade. Aqueles que permaneciam na casa da família poucas vezes saiam 
de casa. Ainda assim, quando não fosse possível “esconder” comportamentos 
imorais e/inadequados eram castigados. 
 A Inquisição também eliminou “desviantes” que apresentassem 
comportamentos inadequados, “sobrenaturais” que não fossem “modificados”, 
“normalizados” através das orações.De acordo com Bianchetti(2006), na Idade 
Médias “as deficiências passaram a ser identificadas, mas não podiam ser 
tratadas por razões físicas”, porque advinham de um “problema da alma”. 
Após a Idade Média, com o início do Renascimento, a razão dá lugar à 
perspectiva religiosa e a deficiência passa a ser analisada sob o ponto de vista 
médico. 
 
 
 
 
13
Como afirma Pessotti (1984): 
“De todo modo, diversas vantagens se 
oferecem para o deficiente ao passar das 
mãos do inquisidor às mãos do médico”. 
Assim, o deficiente passa a ser visto como alguém que precisa de cura 
para a sua “doença”. Muitas experiências médicas foram realizadas com 
deficientes “em prol da cura”, não obtendo muito sucesso. Essa “visão 
ortopédica” enxergava apenas a deficiência da pessoa e não conseguia 
perceber que ali havia uma pessoa com determinada deficiência, como sendo 
um sujeito com possíveis habilidades a serem encontradas. Acreditava-se que 
a pessoa com deficiência era incapaz e por isso não precisam receber 
estímulos educacionais. A sociedade não percebia essa parcela da população, 
embora pessoas com deficiências sempre existissem. 
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que foi liderada por 
Hitler, muitas atrocidades foram cometidas. Acredita-se que o Holocausto 
eliminou por volta de 275 mil adultos e crianças com deficiências e outras 400 
mil pessoas suspeitas de portarem a hereditariedade de surdez, cegueira e 
deficiência mental. Essas pessoas foram mortas em nome da crença de Hitler 
na existência de uma raça humana mais pura, denominada Ariana, a qual 
essas pessoas, segundo ele, não poderiam fazer parte, assim como os judeus 
e ciganos também não. 
Pessoas com deficiências passaram a ser um pouco mais enxergadas 
pela sociedade no Pós-Guerra, quando muitos soldados e combatentes que 
por voltarem vivos aos seus países foram considerados heróis, no entanto, 
muitos desses “heróis” trouxeram as marcas da guerra no corpo e na mente, 
pois era enorme o número de pessoas que se tornaram deficientes físicos e 
doentes mentais por conseqüência da guerra.14
Ainda no século XX, a deficiência passa a ser vista de outras formas por 
grandes pensadores, podendo se destacar: Piaget, Brunner e Vygotsky que 
contribuíram muito com os seus estudos sobre as crianças com deficiência. 
Vygotsky opunha-se veemente à avaliação das “crianças portadoras de 
incapacidades” com base em seus defeitos ou deficiências, seu “menos”; ele 
as avaliava, em vez disso, com base no que elas tinham de “mais”. Ele não as 
via como deficientes, e sim pessoas com desenvolvimento diferentes. Segundo 
VYGOTSKY: 
“Uma criança com uma incapacidade 
representa um tipo, qualitativamente 
diferente, único, de desenvolvimento”. 
Ou seja, todas as pessoas têm capacidade para aprender e se desenvolver, 
mas cada um de acordo com o seu ritmo, suas singularidades e 
potencialidades. 
“Se uma criança cega ou surda atinge o 
mesmo nível de desenvolvimento de uma 
criança normal, então uma criança com 
uma deficiência atinge-o de outro modo, 
por outro caminho, outro meio; para o 
pedagogo, é particularmente importante 
conhecer a singularidade do caminho pelo 
qual deve conduzir a criança. Essa 
singularidade transforma o menos da 
deficiência no mais da compensação”. 
(SACKS, 1998) 
Imediatamente após a guerra a sociedade civil organiza-se buscando 
soluções para amenizar tal quadro, onde nasce a Organização das Nações 
Unidas (ONU- 1945) visando encontrar soluções para os problemas sociais 
decorrentes da Guerra. Após a criação da ONU a comunidade internacional se 
 
 
 
 
15
reúne na nova sede jurando nunca mais cometer tamanha atrocidade. Tal 
“juramento” vira um documento onde se explicita todos os direitos de um ser 
humano, em todo lugar e tempo. Esse documento confere suma importância e 
passa a ser chamado de Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Com essa declaração garantindo os direitos humanos passa a ser 
inaceitável abandonar, subjugar e maltratar qualquer pessoa, pois para o novo 
documento no seu Artigo 1º: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em 
dignidade e direitos”. 
Assim retorna a visão ortopédica em relação à pessoa com deficiência, 
pois nesse tempo, mais do que nunca, acredita-se que pessoa com deficiência 
precisa de reabilitação e a tentativa de “voltar à normalidade” torna-se o 
objetivo de muitos deficientes. Dessa forma muitos Centros de Reabilitação 
são criados mundo a fora e novas instituições voltadas para a reintegração da 
pessoa com deficiência surgem. 
Nesse paradigma as escolas especiais começam a ganhar terreno. Afinal, 
para a concepção daquela época, se eles são sujeitos passivos de reabilitação 
também podem ser educáveis. Assim aquelas pessoas que não poderiam 
frequentar uma escola regular porque possuíam uma deficiência passam a ser 
vistas como pessoas que podem receber um ensino especial, onde a pessoa 
com deficiência torna-se o “aluno excepcional”. 
Como a UNESCO afirma (1977, p.5-6), é possível dividir a história da 
humanidade, de acordo com a forma como as pessoas com deficiência foram 
tratadas ao longo da história: 
Fase filantrópica: em que as pessoas com deficiência são consideradas 
doentes e portadoras de incapacidades permanentes inerentes à sua natureza. 
Portanto, precisavam ficar isoladas para tratamento e cuidados de saúde; 
Fase da “assistência pública”: em que o mesmo estatuto de "doentes" e 
"inválidos" implica a institucionalização da ajuda e da assistência social; 
 
 
 
 
16
Fase dos direitos fundamentais: iguais para todas as pessoas quaisquer que 
sejam as suas limitações ou incapacidades. É a época dos direitos e 
liberdades individuais e universais de que ninguém pode ser privado, como é o 
caso do direito à educação; 
Fase da igualdade de oportunidades: época em que o desenvolvimento 
econômico e cultural acarreta a massificação da escola e, ao mesmo tempo, 
faz surgir o grande contingente de crianças e jovens que, não tendo um 
rendimento escolar adequado aos objetivos da instituição escolar, passam a 
engrossar o grupo das crianças e jovens deficientes mentais ou com 
dificuldades de aprendizagem; 
Fase do direito à integração: se na fase anterior se "promovia" o aumento 
das "deficiências", uma vez que a ignorância das diferenças, o não respeito 
pelas diferenças individuais mascarado como defesa dos direitos de 
"igualdade" agravava essas diferenças, agora é o conceito de "norma" ou de 
"normalidade" que passa a ser posto em questão. 
Como relata a própria UNESCO, essas divisões históricas baseadas na 
forma como a pessoa com deficiência foi encarada acontecem somente de 
forma cronológica, pois até mesmo nos dias atuais há inúmeras concepções e 
crenças que permeiam as atitudes frente as pessoas que possuem alguma 
deficiência. O que reflete nas escolas e instituições que atendem alunos com 
deficiências. 
Séculos e mais séculos passaram e as pessoa com alguma deficiência 
foram discriminadas, tendo a sua condição como ser humano enfatizada pela 
sua deficiência e não por aquilo que elas poderiam ser capazes. É incalculável 
o número de pessoas que nasceram e morreram vítimas de “pré-conceito” 
(conceito julgado antes de ser conhecido, dominado) e tiveram as suas vozes 
caladas e seus direitos, sentimentos, pensamentos e singularidades 
legalmente ignorados. Tais marcas continuam em nossa sociedade. 
1.2 Inclusão X Exclusão 
 
 
 
 
17
“Do Latim Includere ; Encerrar; Inserir; 
Meter dentro; abranger; conter em si; 
compreender.” (Dicionário Aurélio, 1993) 
De acordo com o dicionário Aurélio (1993) inclusão vem do latim 
includere - é o ato ou efeito de incluir, que significa: inserir; trazer para dentro; 
abranger (perceber, entender, apreender, alcançar, atingir); conter em si; 
compreender (entender alguém, aceitar); introduzir; pertencer juntamente com 
outros. Em educação, Inclusão significa aceitar (no sentido amplo da palavra) a 
diversidade humana, trazendo para dentro da escola regular pessoas com 
deficiências na plena participação de todo o processo educacional. Inclusão é 
a crença na diversidade como um valor, um bem comum. Independente da cor, 
raça, religião, enfim, independente das diferenças que possuam as pessoas, é 
princípio básico dos direitos humanos o acesso à educação. O que ficou 
estabelecido por ocasião da Conferência Mundial sobre Igualdade de 
Oportunidade, Acesso e Qualidade, realizada em 1994, na Espanha, em 
cooperação com a UNESCO, que ficou conhecida como a Declaração de 
Salamanca. De acordo essa declaração: 
“O termo “necessidades educacionais 
especiais” refere-se a todas aquelas 
crianças ou jovens cujas necessidades 
educacionais especiais se originam em 
função de deficiências ou dificuldades de 
aprendizagem. Muitas crianças 
experimentam dificuldades de 
aprendizagem e portanto possuem 
necessidades especiais em algum ponto 
durante a sua escolarização”. 
Salamanca1 (introdução 3) 
 
 
 
 
18
Até os dias de hoje existe uma grande batalha para que tal preceito seja 
vivenciado por todos, porque as marcas da exclusão ainda estão enraizadas 
na sociedade. 
No Brasil, a Lei Federal n° 7853, de 24 de outubro de 1989, assegura os 
direitos básicos dos “portadores de deficiência”. Em seu artigo 8º constitui 
como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, quem: 
1. Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a 
inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, 
público ou privado, porque é portador de deficiência. 
2. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de 
deficiência. 
3. Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência. 
4. Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de 
prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a 
pessoa portadora de deficiência. 
1 
 
1 A Declaração de Salamanca (Salamanca - 1994) trata dos Princípios,Política e Prática em 
Educação Especial. Trata-se de uma resolução das Nações Unidas adotada em Assembléia 
Geral, a qual apresenta os Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de 
Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências. A Declaração de Salamanca é 
considerada mundialmente um dos mais importantes documentos que visam a inclusão social, 
juntamente com a Convenção sobre os Direitos da Criança (1988) e da Declaração Mundial 
sobre Educação para Todos (1990). 
 
 
 
 
19
 
Quando pensamos na história da humanidade e falamos em inclusão 
percebemos quanto tempo se passou e que há poucas décadas que os direitos 
das pessoas com deficiência começaram a ser vistos e pensados. Como diz o 
ditado “antes tarde do que nunca”, pois analisando positivamente em pouco 
tempo muitos passos foram dados. Conforme ROBERT (1999): 
“Grande foi o caminho já percorrido no 
combate ao preconceito que sofrem os 
portadores de necessidades especiais. 
No entanto, muito ainda falta alcançar. Só 
se atinge a faixa de chegada se os 
primeiros passos forem dados.” 
No entanto, percebe-se que só se fala de Inclusão porque a Exclusão 
existe. Ou seja, consideramos uns sujeitos incluídos, porque outros estão 
excluídos. Sobre isso declara Sawaia (1999): 
“... ambas não constituem categorias em 
si, cujo significado é dado por qualidades 
específicas, invariantes, contidas em cada 
um dos termos, mas são da mesma 
substância e formam um par 
indissociável, que se constitui na própria 
relação. A dinâmica entre elas demonstra 
a capacidade de uma sociedade existir 
como um sistema.” 
Muitas mudanças sociais só aconteceram após a criação de leis que 
garantissem os direitos de igualdade para pessoas com deficiência, capazes 
de punir legalmente quem não as cumprissem. Sendo que a própria lei muitas 
vezes não é cumprida em sua plenitude, quando, falta a acessibilidade. 
 
 
 
 
 
20
São muitas as forma de exclusão que uma pessoa pode vivenciar. A 
acessibilidade, ou melhor, a sua falta, é um dos maiores exemplos de 
exclusão. Por exemplo: o “direito de ir e vir” está garantido em lei, mas como 
um deficiente físico vai onde quiser se são poucos os locais que possuem 
estrutura para recebê-los adequadamente?! 
A desigualdade social é outro grande fator de exclusão, em especial 
quando se trata de sujeitos com deficiências. Até os dias de hoje é comum 
encontrarmos mendigos expondo suas deficiências para pedir esmolas pelas 
ruas. O que nos mostra que ainda temos grandes falhas sociais que 
necessitam de transformações radicais. 
A maior barreira que pode haver para uma pessoa com deficiência é a 
“barreira humana” que persiste através do preconceito, discriminação e 
inabilidade de lidar com o desconhecido, com a diversidade. Segundo Amaral 
(1995), o confronto com a diferença causa uma hegemonia do emocional 
sobre o racional. Negar, não a diferença, mas o diferente, é de certa forma, 
confortável, pois não nos obriga a qualquer transformação. 
 Não basta haver aceitação social e oportunidades IGUAIS se não existir 
a oportunidade REAL, ou seja, oportunidades justas, que estejam de acordo 
com o indivíduo, com as suas possibilidades e com os desafios que ele seja 
capaz de enfrentar. Como afirmou Freire (1996) “... E é porque amo as 
pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante 
antes da caridade.” Incluir não é fazer caridade, e sim, justiça. 
 
 
 
 
21
 
1.3 Inclusão Escolar 
A trajetória das pessoas com deficiência até a chegada dos bancos 
escolares é carregada de estigmas, mitos e crendices, assim como sua 
trajetória na história da sociedade. No entanto não foram apenas as pessoas 
com alguma deficiência que foram historicamente excluídas da escola. 
Mulheres, pessoas negras e pobres também foram mantidos distantes dos 
espaços escolares porque estudar era privilégio para poucos. No século XIX e 
em boa parte do século XX havia escolas separadas para meninos e para 
meninas. 
À medida que a sociedade passou a “enxergar” os direitos dessas 
pessoas aos poucos a escola foi abrindo as portas para elas. Hoje temos as 
escolas públicas, única alternativa para as classes pobres, e as escolas 
privadas frequentadas preferencialmente pelas classes média e alta. 
No entanto, para chegar às escolas regulares as pessoas com 
deficiências passaram pelas Escolas Especiais. González (2007) diz que “a 
escolarização (das crianças deficientes) foi realizada, fundamentalmente, nas 
escolas especiais, sendo muito pequena nas escolas regulares, pois se seguiu 
a tendência de realizar o ensino específico das crianças normais e em 
separado o daquelas não consideradas como tal.” E muitas ainda passam por 
elas. Sendo que atualmente a escola especial recebe outro papel, passando 
de único espaço educacional para pessoas com deficiências, tornando-se um 
espaço que complementa, que apóia a escola regular ajudando no 
desenvolvimento do aluno com deficiência através de atendimento educacional 
especializado em contra turno. 
A Inclusão Escolar não diz respeito apenas a inserção dos alunos com 
deficiência, e sim algo mais amplo, uma verdadeira ruptura com o sistema 
educacional da atualidade, como afirma Mantoan (2006) “ a Inclusão implica 
 
 
 
 
22
mudança desse atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da 
educação escolar que estamos traçando”. 
Sabemos que a escola muda de acordo com as transformações que 
ocorrem na própria sociedade. Assim, a escola não é um espaço sem contexto 
e se anteriormente mostrava-se como um local para homogeneizar e era 
privilegiadamente um espaço único para o ensino de poucos. Na sociedade 
moderna, na era da informação e do conhecimento, é preciso reinventar esse 
paradigma educacional. Malheiro (2010) afirma que “a escola do século XXI 
deve proporcionar a formação para a complexidade do sistema do mundo 
atual, o que implica mudanças de atitudes no sentido de maior abertura de 
horizontes, de tolerância, de solidariedade, de cooperação, de valorização da 
dignidade humana, atitudes que a escola, deve ser a grande guardiã e mãe 
ensinadora.” 
Gomes (1999) observa que “a escola é um espaço sociocultural em que 
as diferentes presenças se encontram”. Para Fávero (2004) a escola “é o 
espaço privilegiado da preparação para a cidadania para o pleno 
desenvolvimento humano”. 
Como vimos anteriormente, longa foi a jornada percorrida pelas pessoas 
com deficiências até que elas pudessem sentar nos bancos escolares. A 
visão da sociedade em relação à pessoa com deficiência mudou, dessa forma 
o papel da educação escolar em relação a essas pessoas também precisou 
de novos olhares e novas práticas. Tal olhar amplia-se de dentro da escola 
para fora dela e vice-versa. Na verdade, possibilitar as diferentes presenças é 
um desafio. A escola será um espaço sociocultural, em que as diferentes 
presenças se encontram, assim como o espaço privilegiado de cidadania, se 
criarmos condições para tanto. Para isso mudanças precisam acontecer, a 
começar pelos profissionais da educação. Ainda nos dias de hoje muitos 
professores do ensino regular consideram-se incompetentes para trabalhar 
com alunos com deficiências (Mantoan-2006). Na verdade o que assusta a 
muitos desses “educadores” é que a Inclusão implica na mudança estrutural do 
 
 
 
 
23
sistema educacional, exigindo não apenas mudanças atitudinais, como 
também mudanças da política educacional, nas metodologias de ensino-
aprendizagem, na organização curricular e na flexibilidade do mesmo. Sendo 
assim, a mudança necessária não é somente do professor, como de todo o 
sistema. 
“(...) a inclusão implica uma mudança de 
perspectiva educacional, porque não 
atinge apenas os alunos com deficiência 
e os que apresentam dificuldades de 
aprender, mas todos os demais, para que 
obtenham sucesso na corrente educativa 
geral. Os alunos comdeficiência 
constituem uma grande preocupação para 
os educadores inclusivos. Todos 
sabemos, porém, que a maioria dos que 
fracassam na escola são alunos que não 
vem do ensino especial, mas que 
possivelmente acabarão nele.” 
(Mantoan, 1999) 
Para Bartalotti (2006) "falar em Inclusão Social implica falar em 
democratização dos espaços sociais, em crença na diversidade como valor, na 
sociedade para todos. Incluir não é apenas colocar junto, e, principalmente, 
não é negar a diferença, mas respeitá-la como constitutiva do humano. O valor 
– positivo ou negativo – que se atribui à diferença é algo construído nas 
relações humanas. O vetor da exclusão/inclusão não está, portanto, na 
diferença em si, mas no valor a ela atribuído”. 
Para Relvas (2010) para se ter um bom rendimento e assim, uma boa 
acolhida, a escola precisa de: 
 
 
 
 
24
Ø Condições físicas de sala de aula, como higiene, boa iluminação, 
limite acessível de número de alunos por turma. 
Ø Condições pedagógicas, disponibilidade de material didático 
adequado à faixa etária e método pedagógico de acordo com a 
realidade da criança. 
Ø Condições de corpo docente, no qual se refere à motivação, à 
dedicação, à qualificação e à remuneração adequada. 
 
Como já bem explicitado por Marsha Forest (1987) cabe aqui a metáfora 
do caleidoscópio descrita por ela: 
“O caleidoscópio precisa de todos os 
pedaços que o compõe. Quando se 
retiram pedaços dele, o desenho se torna 
menos complexo, menos rico. As crianças 
se desenvolvem, aprendem e evoluem 
melhor em um ambiente rico e variado.” 
CAPÍTULO II – Alterações no Processo de Aprendizagem 
2.1 Alunos com Deficiências 
No Brasil, o Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1999 em seu 
Art. 4o considera a pessoa “portadora” de deficiência a que se enquadra 
nas seguintes categorias: 
I- Deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos 
do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, 
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, 
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, 
 
 
 
 
25
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as 
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o 
desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
II - Deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
III - Deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor 
que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que 
significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor 
correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual 
em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de 
quaisquer das condições anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
 IV - Deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior 
à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a 
duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
 a) comunicação; 
 b) cuidado pessoal; 
 c) habilidades sócias 
 d) utilização dos recursos da comunidade 
 e) saúde e segurança; 
 f) habilidades acadêmicas; 
 g) lazer; e 
 h) trabalho; ; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
V - Deficiência Múltipla: associação de duas ou mais deficiências. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm#art70
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm#art4ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm#art4iii
 
 
 
 
26
No outro extremo da escala das capacidades tidas como habilidades 
intelectuais estão as pessoas consideradas superdotadas ou com altas 
habilidades. 
Há ainda aquelas com condutas típicas ( síndromes, transtornos, 
comportamentos diferenciados...). 
Assim sendo, entende-se por alunos com deficiências aqueles estudantes 
que apresentam impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, 
mental ou sensorial, necessitando de condições favoráveis e estímulos 
adequados ao seu desenvolvimento. 
“Se uma criança cega ou surda atinge o 
mesmo nível de desenvolvimento de uma 
criança normal, então uma criança com 
uma deficiência atinge-o de outro modo, 
por outro caminho, outro meio; para o 
pedagogo, é particularmente importante 
conhecer a singularidade do caminho pelo 
qual deve conduzir a criança. Essa 
singularidade transforma o menos da 
deficiência no mais da compensação”. 
(SACKS, 1998, p. 63) 
 2.2 Educandos com Dificuldades de Aprendizagem 
Aprender é um processo complexo e dinâmico que resulta na 
mudança de comportamento após determinada experiência, estando 
relacionadas aos fatores comportamentais, afetivos, psicológicos, sociais e 
orgânicos de cada individuo. São várias as possíveis causas que podem levar 
um aluno a apresentar dificuldades ou falhas que prejudicam esse processo. 
Fernández (1991) considera as dificuldades de aprendizagem como sintomas 
ou “fraturas” no processo de aprendizagem, onde necessariamente estão em 
jogo quatro níveis: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. Nesse 
sentido o “querer aprender” vai ser fundamental para que aprendizagem 
 
 
 
 
27
ocorra. Dificuldades de aprendizagem não estão ligadas apenas aos sistemas 
biológicos, mas podem ser causadas por problemas passageiros e devem ser 
observadas, podendo ser prevenidas, minimizadas e até excluídas. Algumas 
vezes a dificuldade de aprendizagem pode ser um alerta sobre um processo 
de ensino-aprendizagem ineficaz. Conforme Scoz (1994): 
“(...) os problemas de aprendizagem 
não são restringíveis nem a causas 
físicas ou psicológicas, nem a análises 
das conjunturas sociais. É preciso 
compreendê-los a partir de um enfoque 
multidimensal, que amalgame fatores 
orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais 
e pedagógicos, percebidos dentro das 
articulações sociais. Tanto quanto a 
análise, as ações sobre os problemas 
de aprendizagem devem inserir-se num 
movimento mais amplo de luta pela 
transformação da sociedade.” 
2.3 Distúrbios e Transtornos na Aprendizagem 
De acordo com o CID - 10, os Transtornos específicos do 
desenvolvimento das habilidades escolares são compostos por grupos de 
transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no 
aprendizado de habilidades escolares. Não são necessariamente decorrentes 
de deficiências, embora eles possam ocorrer simultaneamente com essas 
condições. Assim, podemos entender como Transtorno o conjunto de sintomas 
comportamentais que provocam uma série de perturbações na aprendizagem 
do sujeito, interferindo no decorrer desse processo. 
Os transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares 
geralmente ocorrem junto com outras síndromes clínicas, como por exemplo, o 
transtorno de déficit de atenção ou o transtorno de conduta, ou outros 
 
 
 
 
28
transtornos do desenvolvimento, tais como o transtorno específico do 
desenvolvimento da função motora ou os transtornos específicos do 
desenvolvimento da fala e linguagem. Para Paín (1992), “o tratamento 
Psicopedagógico é o mais indicado no caso de tratar-se um transtorno de 
aprendizagem”. 
A definição estabelecida em 1981 pelo National Joint Comittee for 
Learning Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de Aprendizagem), nos 
Estados Unidos da América,descreve que “Distúrbios de aprendizagem é um 
termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações 
manifestas por dificuldades significativas na aquisiçãoe uso da audição, fala, 
leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são 
intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema 
nervoso central.” 
Distúrbios ligados à Linguagem: 
Na LEITURA : Alexia (impossibilidade absoluta de ler); Dislexia (domínio 
insuficiente de leitura). 
 Na ESCRITA: Agrafia (impossibilidade de comunicar algo por escrito, 
independente do nível mental); Disgrafia (dificuldade acentuada de escrita); 
Disortografia (dificuldade de escrita relacionada à ortografia); Discaligrafia 
(reprodução inadequada da letra manuscrita). 
Na ARITMÉTICA: Acalculia (perda total da capacidade de operar 
matematicamente); Discalculia (dificuldade parcial de operar 
matematicamente). 
Segundo Olivier(2011) “dependendo do grau de dificuldade que o 
individuo apresente, é necessário um tratamento multidisciplinar”, onde além 
do psicopedagogo ele poderá ter acompanhamento com profissionais da 
medicina, fonoaudiologia, pedagogia, psicologia, arteterapia, psicomotricidade 
(...) dependendo das necessidades individuais. 
 
 
 
 
29
CAPÍTULO III: A psicopedagogia na escola inclusiva 
3.1 A Psicopedagogia 
A própria nomenclatura Psicopedagogia nos remete a pensar na “fusão” 
entre a Pedagogia e Psicologia. Em resumo a Pedagogia preocupa-se com as 
questões voltadas às metodologias de ensino-aprendizagem do aluno e a 
questão educacional em sua amplitude. Enquanto a Psicologia foca na análise 
do sujeito, no comportamento humano e seus processos mentais. 
Assim sendo, cabe à Psicopedagogia a lacuna existente entre o Ser 
aluno e o Ser sujeito. A psicopedagogia nasceu da fronteira entre a Pedagogia 
e a Psicologia. 
“O termo Psicopedagogia distingue-se em 
três conotações: como uma prática, como 
um campo de investigação do ato de 
aprender e como (pretende-se) um saber 
científico. (BOSSA, 2000) 
Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia “a Psicopedagogia é 
um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de 
aprendizagem humana: seus padrões normais e patológicos considerando a 
influência do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvolvimento, 
utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia.” Esta surgiu da fronteira 
existente entre a Psicologia e a Pedagogia, apoiando-se no tripé: 
• Psicologia Social 
• Psicanálise 
• Psicologia Genética 
Porto (2011) destaca que os conhecimentos específicos de Psicologia e a 
Pedagogia não foram suficientes para formar o corpo teórico da 
 
 
 
 
30
Psicopedagogia, por isso recorre a outras áreas como a Linguística, a 
Psicanálise, a Filosofia, a Neurologia, que segundo ela “embasam e dão forma 
teórica e prática psicopedagógica e temos então várias faces e múltiplos 
olhares”. Tal olhar multidimensional é essencial para o psicopedagogo. É 
fundamental que ele seja capaz de enxergar o que está por trás do sintoma. O 
papel do psicopedagogo escolar não se difere quanto a essa questão. 
Do ponto de vista de Jorge Visca a Psicopedagogia tem em seu perfil um 
caráter independente e complementar, possuindo o processo de aprendizagem 
como seu objeto de estudo, adotando recursos diagnósticos, corretores e 
preventivos próprios, acreditando que nesse processo há participação dos 
aspectos biológicos com disposições afetivas e intelectuais que interferem o 
desenvolvimento do sujeito, a sua relação com o outro, com o meio e com o 
desejo de aprender. O desenvolvimento da aprendizagem vai decorrer 
influenciado pelas relações sociais e familiares, condições orgânicas, culturais, 
estímulos e vivências de cada sujeito. Para Rubinstein (1996), “a 
Psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos 
fatores envolvidos nesse processo (de aprender)”. 
Dessa forma, aquele que trabalha com a Psicopedagogia, o 
Psicopedagogo, tem em sua formação o conhecimento e habilidade para 
analisar como acontece o processo de aprendizagem de determinado sujeito e 
se existe algo que pode estar afetando esse percurso. 
Porto (2011) afirma que “o psicopedagogo sendo um profissional 
multiespecialista em aprendizagem humana que congrega conhecimento de 
diversas áreas a fim de intervir nesse processo, com sua intervenção 
psicopedagógica, pode assumir uma feição preventiva ou terapêutica, 
relacionando-se com equipes ligadas ao campo da saúde e educação, 
terapêutica e institucional, respectivamente.” 
Na escola o psicopedagogo vai adotar esse olhar, lembrando-se que o 
foco da sua atenção não são as dificuldades de aprendizagem em si, mas o 
processo de aprendizagem em sua totalidade, e consequentemente se houver 
 
 
 
 
31
algo atrapalhando ele saberá identificar para intervir, como diz Bossa (1994): 
“ cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo 
aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a 
integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as 
características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando 
processos de orientação”. 
 
 3.2 Práticas Psicopedagógicas que facilitam a Inclusão Escolar 
Segundo Malheiro (2010) a escola Ideal é aquela que sabe conjugar duas 
forças complementares: as características temperamentais, psicológicas e 
físicas da criança com o ideal de educação que a família pretende dar à 
criança. É onde seja possível conjugar ensino-lúdico com exigência, buscando 
cada vez mais a individualização no ensino-aprendizagem, isto é, buscar a 
riqueza e a individualidade do aluno. Percebe-se que a escola inclusiva 
aproxima-se desse parâmetro por proporcionar o encontro com a Diversidade, 
levando tanto o professor quanto o aluno a “abrirem os olhos” para as 
diferenças. 
Com o advento da Inclusão faz-se necessária uma “visão” mais aguçada 
mediante as necessidades educativas dos alunos, pois agora a escola não é 
somente daqueles que se enquadram num determinado padrão, a escola 
precisa ser de todos, crianças com e sem deficiências, com dificuldades ou 
facilidades, com desempenho cognitivo baixo, na média ou superior. Assim, o 
psicopedagogo institucional vai trabalhar na escola para dar assistência e 
orientações aos professores, prevenir as dificuldades de aprendizagem, 
desenvolver um trabalho de cunho psicopedagógico educacional (não clínico) 
com os estudantes, dessa forma contribuindo com a melhoria das condições 
do processo de ensino aprendizagem. 
Nesse contexto, o psicopedagogo pode ajudar ao proporcionar uma visão 
mais atenta e sensível às individualidades, tornando o professor mais apto a 
perceber quando alguma criança apresenta determinada dificuldade, mesmo 
que o educador não saiba identificar com exatidão do que se trata. Então, 
 
 
 
 
32
entra o papel do Psicopedagogo Escolar para trabalhar também com o 
educando. 
Caberá ao psicopedagogo escolar avaliar quais fatores “facilitaram” a 
construção dessa dificuldade, dentre as opções enquadram-se: 
Aqueles relacionados à escola: inadequação da metodologia de ensino-
aprendizagem; planejamento ineficaz; profissional desqualificado para a 
função; muitos alunos na turma; atividades inadequadas para a faixa etária e 
etc. 
Aqueles relacionados ao desenvolvimento do sujeito: problemas 
emocionais e familiares, problemas orgânicos, distúrbios de aprendizagem e 
transtornos comportamentais. 
 
No entanto, não se trata de descobrir se a “culpa” é do aluno ou da 
escola. O importante é identificar o que favoreceu a aparição da dificuldade 
para que possa se trabalhar de maneira objetiva. 
 
Inicialmente o psicopedagogo deverá realizar uma avaliação simples, 
onde deverá conhecer o aluno, observando como ele está em relação à 
aprendizagem, identificando a dificuldade e buscando meios para amenizá-la e 
ajudando-o na sua superação. Caso seja necessário deve-se encaminhar o 
aprendiz através de um relatório para o atendimento adequado com o 
psicopedagogo clínico,pedagogo, professor particular ou profissionais de 
outras áreas (psicologia, psicomotricidade, médico especialista...) e fazer 
parceria com tais profissionais que realizam um diagnóstico especializado mais 
abrangente, visando potencializar essa pessoa em desenvolvimento. 
 
Em se tratando de práxis escolar é bom lembrar que é importante dar 
uma visão do nível pedagógico do aluno de forma global e da especificidade 
nos diferentes campos, como leitura escrita e cálculo (Weiss-2008). 
“A prática psicopedagógica vem 
colocando questões ainda pouco 
discutidas, de manejo difícil e geradoras 
 
 
 
 
33
de conflito, isto porque seu “paciente”(...) 
apresenta, quase sempre, um quadro de 
comprometimentos que extrapola o 
campo de ação específico de diferentes 
profissionais, envolvendo dificuldades 
cognitivas, instrumentais e afetivas”. 
(BARONE apud BOSSA, 2000) 
 
A prática psicopedagógica fomenta questões que ainda são tabus, porque 
ainda nos dias de hoje existe a idéia de que o aluno com dificuldades precisa 
de acompanhamento clínico para “normalizar” o que está “errado” e a escola 
não revê o que está fazendo pelo aluno. Então, mais uma vez, o 
psicopedagogo, ao realizar a parceria com os profissionais envolvidos com o 
aluno, inclusive os professores, deve esclarecer e pontuar o que precisa ser 
modificado e onde é preciso intervir mais, sem “inter-ferir”. 
Contudo, algumas vezes não há necessidade de fazer encaminhamentos, 
apenas mudanças na própria maneira de ensinar; mudança de estratégias; 
planejamento de atividades de acordo com objetivos específicos; metas 
individuais; orientações aos professores do aluno e pais e etc. 
Se “a psicopedagogia busca a melhoria das relações com a 
aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria 
aprendizagem de alunos e educadores” (Weiss-1991) ela não favorece apenas 
aqueles sujeitos que já apresentam dificuldades, distúrbios e transtornos que 
prejudicam a aprendizagem, mas também ajudam na prevenção, atuando 
antes que as dificuldades possam surgir ou se agravarem na escola. 
 
Trabalho psicopedagógico preventivo: 
 
Ø Envolver os professores, preparando-os para lidar com a Diversidade e 
as necessidades de aprendizagem e estímulos específicos. 
Ø Detectar possíveis alterações no processo de aprendizagem. 
Ø Promover orientações metodológicas e atitudinais. 
 
 
 
 
34
Ø Proporcionar estímulos adequados, complementares e suplementares 
caso seja necessário. 
Ø Auxiliar na construção do Projeto Político Pedagógico, no Planejamento 
e nos Projetos. 
Ø Estimular no professor o uso do lúdico e a construção do conhecimento 
através do gosto pelo saber. 
 
 
Atendimento psicopedagógico institucional (escolar): 
 
Ø Realizar atendimento pedagógico individualizado. 
Ø Realizar atendimento pedagógico em grupos pequenos. 
Ø Conversar com o aluno quando precisar de orientação. 
Ø Encontrar a melhor forma de estudo, organizando o modelo de 
aprendizagem com o aluno. 
Ø Olhar os cadernos, observando e auxiliando quanto a sua organização, 
revendo erros para ajudar o aluno a compreendê-los. 
Ø Escutar atentamente o aluno. 
Ø Fazer a avaliação diagnóstica. 
Ø Fazer encaminhamentos se necessário. 
 
 
Recursos e Estratégias para o trabalho psicopedagógico 
Na psicopedagogia os recursos utilizados tem o objetivo de proporcionar 
momentos de construção, criação e apropriação de saberes, onde o sujeito-
aprendiz revela onde e como encontra-se no processo de aprendizagem. 
Cabe ao psicopedagogo avaliar para além do que é concreto. Visto que a 
criança muitas vezes não fala sobre seus problemas, ou não sabe reconhecê-
los, ela utiliza-se de outros meios para expressar-se. 
 Alguns recursos utilizados são: 
 
 
 
 
35
brincadeiras, diversos jogos, materiais diversificados para criação, ilustrações, 
brinquedos, livros, histórias, computador, músicas, registros escritos (bilhetes, 
cartas, histórias, poesias) e etc. 
 
3.3 Orientações da psicopedagogia 
Ø Orientações aos professores 
Certa vez Freire disse “... aprender não é um ato findo. Aprender é um 
exercício constante de renovação..." Então, ajudar um sujeito a (re)encontrar a 
vontade de aprender e a superar o que limitava/bloqueava esse desejo é abrir 
portas e janelas para uma nova vida. 
Partindo desse pressuposto a tarefa principal do professor é promover o 
gosto pela aprendizagem. Então o trabalho do psicopedagogo vai de acordo 
com esta lógica, porque ele vai propiciar um reencontro com essa 
aprendizagem, ajudando a derrubar as barreiras que foram construídas pelos 
sintomas. 
A formação do professor deve ocorrer na 
ótica da educação inclusiva, como 
formação de especialistas, mas também 
como parte integrante da formação geral 
dos profissionais da educação, a quem 
cabe atuar a fim de reestruturar suas 
práticas pedagógicas para o processo de 
inclusão educacional. 
 (FREITAS, 2006) 
Importante também é o professor conhecer as etapas do 
desenvolvimento do ser humano; atualizar-se constantemente; pesquisar 
novas formas de conhecimento e de construção, de didática e de avaliação, 
sabendo também usar as novas tecnologias como grandes aliadas que podem 
beneficiar a atuação docente. No entanto isto não é o suficiente. Para Malheiro 
 
 
 
 
36
(2010) “o verdadeiro professor é aquele que sabe querer realmente a todos os 
seus alunos. Que tem a capacidade para conhecer muito bem a todos...”. 
Finalizando, o bom professor é aquele que inclui todos os alunos no 
processo educacional. 
 
Ø Orientações aos pais: 
Segundo Vygotsky a criança nasce inserida num meio social, 
pertencendo a uma família, estabelecendo com ela as primeiras relações com 
a linguagem. Nas interações cotidianas, a mediação com o adulto acontece 
espontaneamente. Nessa interação com outros sujeitos que formas de pensar 
são construídas por meio da apropriação do saber da comunidade em que está 
inserido. 
Partindo dessa visão os pais tem papel extremamente importante na 
aprendizagem do sujeito e muitas vezes não se dão conta disso, acreditando 
que “a vida ensina”. O psicopedagogo deve orientá-los quanto à importância da 
função da família; as atitudes a serem tomadas com relação às dificuldades 
apresentadas pelos filhos (muitas vezes pensam que é para irritar que a 
criança demonstra determinada atitude); ensinar como se envolverem 
positivamente com a vida escolar do filho e a importância do afeto. 
Friedberg e McChure (2004) listam algumas atitudes importantes que os 
pais precisam adotar para com os filhos: 
 
 
• Reforçar o bom comportamento com elogios, abraços, uma brincadeira 
ou folga de alguma tarefa doméstica. 
• Dar atenção aos filhos com sorrisos, abraços, elogio verbal, comentando 
uma fala do filho, olhando para ele enquanto conversa ou comenta algo 
que faz, prestando atenção a uma tarefa que ele está realizando. 
 
 
 
 
37
• Estabelecer uma rotina para os comportamentos que devem ser 
repetidos diariamente, como: tomar banho, arrumar a cama ou estudar. 
• Reservar um tempo diário para brincar com a criança, de preferência, 
uma brincadeira no chão dirigida pela própria criança, pelo menos por 
dez minutos. 
• Passar um tempo, juntos, em algo que o filho escolha. Por exemplo: 
jogos de computador, jogos de tabuleiro, jogos de cartas, projetos de 
arte, brincar na piscina, brincar de bonecas, cozinhar, praticar esportes, 
entre outros. 
• Orientá-los adequadamente ao invés de dar lições de moral. 
• Dar comandos específicos. Dizer o que deve ser feito ou como deve ser 
feito de maneira clara. Mostrar o caminho. 
• Permitir escolhas, como forma de valorizar os comportamentos. Por 
exemplo: já que você completou as tarefas da escola, pode escolher um 
brinquedo para brincar ou uma história para eu lhe contar. 
 
 
Ø Aos alunos: 
 
Ao trabalhar com oSer humano é necessário pensar a sua subjetividade. 
Na escola não é diferente. O psicopedagogo deve trabalhar não com a 
dificuldade do aluno, mas com o Ser em sua totalidade, reconhecendo o seu 
contexto social, familiar, psicológico o seu momento histórico, suas 
individualidades, seu grau de desenvolvimento e características pessoais. 
Portanto para pensar o aluno como sujeito é preciso conhecê-lo, e isso se 
faz quando o psicopedagogo utiliza-se de ferramentas fundamentais: 
• Diálogo 
• Escuta atenta 
 
 
 
 
38
• Observação 
• Descoberta das habilidades 
A relação aluno- psicopedagogo deve baseada no respeito, na 
confiança e na capacidade mútua de acreditar no outro, tendo a afetividade 
como mola propulsora. Quando esses “ingredientes” estão presentes nessa 
relação a possibilidade de crescimento de ambos é enorme. Mesmo sabendo 
que o sucesso do desenvolvimento do aluno e a superação e exclusão das 
“muletas” não dependa somente desse fator, é sabido que essa relação 
quando positiva vai facilitar o próprio desenvolvimento do educando e a 
disposição para atenuar as dificuldades apresentadas. 
 
 
 
 
39
CONCLUSÃO 
 
Vivemos numa sociedade capitalista, no século XXI, cuja base da sua 
construção social e cultural está pautada nos ideais de minorias que detinham 
o poder ao longo da história. Embora as crenças e valores dessa minoria 
tenham permanecido enraizados na contemporaneidade, muitas mudanças 
aconteceram nesse âmbito. Corrêa (2005) analisou historicamente as 
mudanças referentes à pessoa com deficiência, levando-nos a perceber que 
muitas transformações foram acontecendo ao longo da história, refletindo nas 
escolas e no processo educacional. 
 
Analisando a nossa história, nunca fomos capazes de aceitar as 
diferenças (sociais, culturais, étnicas, religiosas...), fato que começa a ser 
modificado nos dias de hoje. À medida que a sociedade foi se modificando, as 
práticas educacionais também, assim como a visão do próprio homem. 
 
O homem passou a adotar diferentes visões sobre si mesmo: ser 
primitivo, ser pecador ou puro, ser iluminado, ser racional (...) e enfim começa 
a se enxergar e ser enxergado como ser humano. Através da Psicologia ele 
passa a ser visto como sujeito e pela Pedagogia como um aprendiz. No 
entanto, a quem pertence o conhecimento referente ao sujeito-aprendiz? 
Quem estuda o processo de aprendizagem desse sujeito? Buscando 
preencher essa lacuna nasce a Psicopedagogia, cujo objeto central de estudo 
está se estruturando em torno da aprendizagem humana: seus padrões 
evolutivos normais e patológicos, conforme Bossa (2000). 
 
O que o psicopedagogo deve buscar na escola é a realização de uma 
práxis psicopedagógica capaz de fomentar no educando o seu potencial para 
aprender, desenvolvendo no professor a compreensão da importância de 
educar para o desejo de aprender. Segundo Ramos (2010) o primeiro passo 
para a inclusão na escola é realmente desfazer a idéia de homogeneidade e 
ter consciência das diferenças, reconhecendo que a aprendizagem é algo 
 
 
 
 
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individual. A convivência com outras crianças é fundamental, porque isso 
permite o confronto com o “outro”. Se ela convive apenas com crianças que 
possuem as mesmas necessidades, não terá outros parâmetros. Respeitar as 
diferenças é também respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um, 
considerando-se que aprender é para a vida toda, como nos lembra Freire“... 
aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de 
renovação..." Então, ajudar um sujeito a (re)encontrar a vontade de aprender e 
a superar o que limitava/bloqueava esse desejo é abrir portas e janelas para 
uma nova vida. 
 
Na atualidade a educação é um direito de todos, e como a escola pode 
ser entendida como o reflexo desta sociedade composta por diferentes 
personagens, é nela que fica enfatizado esse direito de ser diferente em alguns 
aspectos e iguais em outros, sem que isso seja considerado uma 
anormalidade que cause perturbações. Conforme a Declaração de Salamanca 
“As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das 
suas condições físicas, sociais, lingüísticas ou outras”. 
 
De acordo com essa Declaração, a Educação Inclusiva “não é só uma 
questão de acesso, mais sim de qualidade. E no qual a demanda que os 
Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte 
integrante do sistema educacional.” Bartalotti (2006) detectou que a exclusão 
não se resolve, portanto, pela simples inclusão do sujeito em determinado 
espaço social. Não se incluem por decretos, eles supõem o direito civil, mas a 
inclusão efetiva passa por caminhos mais complexos. 
 
Por meio deste trabalho nota-se que com o advento da Inclusão a escola 
torna-se um ambiente mais rico em diversidade, onde fica mais claro que o 
desenvolvimento das pessoas não ocorre de igual para igual, afinal, cada um 
tem a sua história, suas potencialidades, dificuldades, personalidade e 
trajetória de vida (familiar, escolar...). Como vimos a inclusão exige que o 
professor perceba essas singularidades e conheça seu alunado. Então, muitos 
 
 
 
 
41
professores mostram-se contrários à inclusão, porque ela demanda um novo 
olhar, novas práticas e mudanças de atitude. Relvas (2009) diz que “novas 
posturas educacionais precisam ser estruturadas para que os educandos 
despertem para o aprender escolar” e saibam enfrentar os desafios da vida. 
 
O psicopedagogo na escola poderá avaliar o aluno, não no sentido de 
rotular, mas de encontrar o que dificulta o processo de aprender no caso dos 
alunos com dificuldades de aprendizagem. No caso dos alunos com deficiência 
o psicopedagogo poderá orientar os professores quanto às necessidades 
específicas, adaptações curriculares, metodologias adequadas, habilidades e 
dificuldades do sujeito e também ajudar esse aluno com deficiência em seu 
processo de aprendizagem, criando estratégias que possibilitem e favoreçam o 
desejo de aprender. 
 
O que fazer quando as estratégias utilizadas para ensinar são eficazes 
para alguns, mas não para outros? O que fazer com as famílias que não 
sabem como lidar com a dificuldade de aprendizagem do filho? Para 
Rubinstein (1996), “a Psicopedagogia tem como meta compreender a 
complexidade dos múltiplos fatores envolvidos nesse processo (de aprender)”. 
Assim, questões como as citadas acima podem ser trabalhadas pelo 
psicopedagogo, que deverá mediar as relações do aluno com a aprendizagem, 
orientar os pais, ajudar a preparar o professor para a aceitação e a 
diversidade, sendo uma peça muito importante na escola inclusiva. 
 
Compreendemos através deste estudo que o psicopedagogo contribui 
diretamente para a inclusão na escola e tem muito trabalho a fazer, onde pode-
se destacar na sua função o papel de: 
 
• Conhecer a clientela escolar e a escola em si 
• Descobrir o que o sintoma está camuflando 
• Estimular a vontade de aprender 
• Desafiar a construção de novas práticas docentes 
 
 
 
 
42
 
Pode ser notado que a sua atuação em ambiente escolar não deve ser 
solitária, pois o psicopedagogo poderá realizar um trabalho integrado, 
auxiliando tanto no desenvolvimento do aluno, quanto à capacitação da escola, 
orientando os pais e realizando parcerias com outros profissionais que 
atendam esse educando, favorecendo um elo que irá beneficiar o processo 
ensino-aprendizagem. “O trabalho psicopedagógico atua não no interior do 
aluno ao sensibilizar para a construção do conhecimento, levando em 
consideração os desejos do aluno, mas requer também uma transformação 
interna do professor” (Fagali-1992). 
 
Enfim, a escola da atualidade não pode mais favorecer a exclusão, é 
necessário romper as barreiras do preconceito e buscar o desenvolvimento de 
cada aluno. Pois a educação é fundamental para o desenvolvimentodo sujeito 
e a oportunidade para que a pessoa se desenvolva de forma plena, autônoma, 
justa, humana e feliz deve começar na escola. A psicopedagogia dentro da 
escola torna a inclusão mais eficaz e possível, partindo da perspectiva que 
todo sujeito é capaz de aprender. 
 
 
 
 
 
43
 
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47
ÍNDICE 
 
FOLHA DE ROSTO 2 
AGRADECIMENTO 3 
DEDICATÓRIA 4 
RESUMO 5 
METODOLOGIA 6 
SUMÁRIO 7 
INTRODUÇÃO 8 
 
CAPÍTULO I - A Inclusão 11 
1.1 História da Educação Especial 11 
1.2 Exclusão X Inclusão 17 
1.3 Inclusão Escolar 21 
CAPÍTULO II – Alterações no Processo de Aprendizagem 24 
2.1 Alunos com deficiências 24 
2.2 Dificuldades de aprendizagem 26 
2.3 Distúrbios e Transtornos na aprendizagem escolar 27 
CAPÍTULO III – A Psicopedagogia na Escola Inclusiva 29 
3.1 A psicopedagogia 29 
3.2 Práticas psicopedagógicas na escola inclusiva 31 
3.3 Orientações da psicopedagogia 35 
 
 
 
 
48
CONCLUSÃO 39 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43 
WEBSITES 46 
ÍNDICE 47 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 49 
 
 
 
 
 
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
Nome da Instituição: 
 
Título da Monografia: 
 
Autor: 
 
Data da entrega: 
 
Avaliado por: Conceito: 
 
 
	AGRADECIMENTOS
	FOLHA DE ROSTO					 	 2
	AGRADECIMENTO						 3
	CAPÍTULO II
	Alterações no Processo de Aprendizagem 24
	CONCLUSÃO39
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS		 43
	WEBSITES 46
	ÍNDICE	 47
	FOLHA DE AVALIAÇÃO		 49
	1.1 A história da Educação Especial
	CAPÍTULO II – Alterações no Processo de Aprendizagem
	3.2 Práticas Psicopedagógicas que facilitam a Inclusão Escolar
	FOLHA DE ROSTO					 	 2
	AGRADECIMENTO						 3
	CAPÍTULO II – Alterações no Processo de Aprendizagem 24
	2.1 Alunos com deficiências 24
	CONCLUSÃO						 39
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS		 43
	WEBSITES 46
	ÍNDICE	 47
	
	FOLHA DE AVALIAÇÃO

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