Buscar

CADERNO 2019 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO
AULA 01 – 06/02/2020
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Constituição é a lei maior ou a norma de ordem superior que, normalmente, dispõe sobre a organização do Estado e as garantias e direitos individuais do cidadão, dentre outros temas considerados de maior relevância pelo contexto da sociedade em que é elaborada.
1 – Fundamentos:
A - Supremacia das normas constitucionais
Material: invoca matérias de relevância extrema para a organização do Estado, organização dos poderes e limitações ao exercício do poder estatal, além de direitos fundamentais do cidadão.
Formal: tem indicação de um processo legislativo mais gravoso, solene e especial para a instituição das normas constitucionais.
	
	Constituição
	Lei Complementar
	Lei Ordinária
	Quórum
	3/5
	Maioria Absoluta
50% + 1
	Maioria simples dos presentes 50% + 1
	
Turno
	
2 turnos
	Senado: 1 Turno
Câmara Dep.: 2 turnos, podendo ser dispensado em situação de urgência.
	
Sempre será um turno de votação.
	Matéria
	Normas de conteúdo constitucional
	Matérias específicas determinadas na Constituição. Ex.: Criação de Territórios Nacionais.
	Matéria de caráter residual, ou seja, tudo que não esteja nas demais.
	Sanção e Veto
	Não há sanção e veto
	Há sanção e possibilidade de veto.
	Há sanção com possibilidade de veto.
	Promulgação
	Pelas Mesas do Senado e Câmara
	Presidente da República.
	Presidente da República.
B - Constituições Rígidas e Escritas Invocadas no constitucionalismo moderno em que a estrutura do Estado, a fórmula de organização, a identificação das competências de cada poder e o reconhecimento dos direitos e garantias fundamentais estão expressos em um diploma escrito cuja alteração por meio de reforma ou revisão constitucional exige um processo solene e mais gravoso.
C - Vontade Soberana do Povo Os princípios e regramentos constitucionais nas constituições democráticas revelam a vontade de um povo socialmente organizado e regido pelo império das leis, sendo que a norma constitucional revela por excelência todo o arcabouço de identificação do poder que emana do povo.
2 – Jurisdição (poder único e soberano do Estado para aplicar o direito) Constitucional corresponde à tutela processual da constituição que atuará toda vez que houver violação às normas constitucionais, devendo a corte constitucional manter a sua unidade, supremacia e efetividade perante os poderes públicos, autoridades constituídas e até na esfera privada.
Nos dizeres de Hans Kelsen, “a garantia jurisdicional da Constituição”, e “é um elemento do sistema de medidas técnicas que têm por fim garantir o exercício regular das funções estatais” (KELSEN, 2007, p. 123-124).
CUIDADO: Há diferença qualitativa entre Direito Processual Constitucional, que corresponde à jurisdição constitucional, que visa protegê-la dos ataques e violações aos seus princípios e regramentos e Direito Constitucional Processual que invocam garantias fundamentais de ordem processual. Ex.: devido processo legal, ampla defesa.
- Controle Judicial Difuso/Concreto
Compreensão do Controle Difuso Qualquer órgão ou autoridade judicial poderá realizar o controle de constitucionalidade que lhe for submetido sem que haja necessidade de ir direto à suprema corte.
Controle Concreto Relaciona-se à violação de direitos subjetivos individuais ou coletivos que também violam normas constitucionais
Caso William Marbury X James Madison (1803)
Precursor: Alexander Hamilton
Constituição: EUA – 1789.
- Controle Judicial Concentrado é o controle de constitucionalidade feito exclusivamente pela corte constitucional.
- Controle Judicial Abstrato consiste na Avaliação de compAtibilidade entre a constituição e a lei ou Ato normativo impugnado, não envolvendo direitos subjetivos, sejam individuais ou coletivos. Se limita à matéria de Direito Constitucional.
Precursor: Hans Kelsen.
Constituição: Austríaca de 1920.
- Direito Comparado
- Modelo do Reino Unido: A Suprema Corte poderá reconhecer a inconstitucionalidade, entretanto não terá capacidade para suspender ou revogar a lei ou ato normativo inconstitucional em razão do princípio da prevalência do Parlamento;
- Modelo Francês: É feito por um órgão político soberano, o Conselho Constitucional.
	- Antes de julho de 2008 – O controle era apenas preventivo;
	- Após julho de 2008 – O controle também é repressivo.
- Modelo Norte Americano
- Modelo Austríaco
	- Constituição de 1920
	- Constituição de 1929
- Modelo Suíço (Constituição Helvética)
- Modelo Português
AULA 02 – 13/02/2020
3 – Parâmetro para Constituição
- Inconstitucionalidade quanto ao Aspecto Material corresponde à análise de compatibilidade entre a lei ou ato normativo questionado e os princípios e regramentos constitucionais, ai incluídos o princípio da proporcionalidade (princípio implícito).
Princípio da Proporcionalidade (adequação, necessidade (proibição da proteção deficiente e proteção excessiva) e proporcionalidade em sentido estrito).
- Abrangência: 
Institui o bloco de constitucionalidade:
- Normas constitucionais = princípios constitucionais + regramentos constitucionais;
- Tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados por quórum qualificado de 3/5 em votação em dois turnos na Câmara e Senado promulgado pelas mesas da Câmara e do Senado será reputado norma constitucional – EMENDA CONSTITUCIONAL – Tratado para Pessoas com Deficiência e o Tratado de Marraqueche (pessoas com deficiência visual).
- Exclusão:
- O preâmbulo – não tem força normativa e por isso não serve como parâmetro de controle de constitucionalidade.
- Os valores externos ao direito constitucional que não estejam integrados aos princípios e regras constitucionais não servirão de parâmetro de controle de constitucionalidade.
- Aspecto Temporal
	- Controle Concreto de Constitucionalidade – Será possível se utilizar de normas constitucionais já revogadas e normas constitucionais de eficácia exauridas - Envolve direitos subjetivos individuais. Deve ser valer de normas vigentes no tempo do fato. Ex.: Direito de uma aposentado dentro de uma emenda constitucional já revogada.
	- Controle Abstrato de Constitucionalidade – Controle exercido exclusivamente pelo plenário do STF, entre o juízo de compatibilidade da norma constitucional com lei ou ato normativo questionado sem que haja envolvimento de direitos subjetivos individuais ou coletivos e nem fatos determinados, devem ser fatos gerais.
OBS.: Normas constitucionais já revogadas ou com eficácia exaurida, editadas sob a nova ordem constitucional são aceitas como parâmetros de controle de constitucionalidade para evitar fraude na Constituição.
As reformas constitucionais e revisões constitucionais feitas a partir da CF/88 ainda que tenham pedido a sua eficácia ou revogadas são aceitas como parâmetro de constitucionalidade.
4 – Distinções entre os controles
5 – Controle de Inconstitucionalidade
- Como autonomia Jurídica Corresponde à situação em que há violação à norma constitucional vigente empregando-se o critério de hierarquia, pois a Constituição tem supremacia.
- Em sentido estrito Atividade exclusivamente pelo plenário do STF ao determinar a inconstitucionalidade com efeitos subjetivos gerais e efeitos transcendentes vinculantes, realizado no julgamento de ações abstratas (ADIM, ADC – ação declaratória, ADPF, ADI Interventiva e ADI por Omissão).
- Como contrariedade constitucional Será inconstitucional o que for incompatível formal e materialmente com a Constituição empregando se de três critérios para definição da inconstitucionalidade:
1º Hierarquia – norma constitucional detém supremacia – utiliza-se obrigatoriamente da cláusula de reserva de plenário;
2º Cronológico – será resolvida a questão pela revogação se incompatível e por recepção se compatível – não se utiliza a cláusula de reserva de plenário.
3º Especialidade – aplicação da norma constitucional especial dirigida a determinada situação, excluindo-se regramentos gerais. Não se utiliza a cláusula de reserva de plenário.
- Como descumprimento de preceitofundamental é a contrariedade ao preceito fundamental que, na visão do STF integra os princípios constitucionais sensíveis, direitos fundamentais individuais e coletivos, direitos políticos, direitos da nacionalidade e princípios fundamentais da constituição. Instrumento ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
6 – Tipos de Inconstitucionalidade
6.1) Inconstitucionalidade Monodinâmica corresponde ao vício do processo legislativo de formação da lei ou do ato normativo, contrariando o devido processo legislativo.
- Subjetiva – há vício de iniciativa do projeto lei ou da proposta de emenda constitucional ou violação da competência do órgão que o aprova. Inconstitucionalidade orgânica 
- Objetiva – não envolve o sujeito, mas sim quórum, turnos exigidos
6.2) Inconstitucionalidade Material contrariedade ao conteúdo de princípios e regras constitucionais, inclusive o princípio da proporcionalidade.
6.3) Inconstitucionalidade por ação corresponde ao comportamento comissivo de editar lei ou ato normativo inconstitucionais ou editar atos concretos contrários à Constituição.
6.4) Inconstitucionalidade por Omissão é uma omissão legislativa que evita de editar uma norma que regulariza uma norma constitucional de eficácia limitada ou complementável impedindo que ela gere todos os seus efeitos.
- Total – violação integral do dever constitucional de legislar ou editar o ato normativo para tornar eficaz uma norma constitucional. Ex.: greve dos servidores civis da União.
- Parcial – a providência administrativa ou regulamentar sobre a matéria, ela se apresenta insuficiente ou desatualizada para fazer valer a norma constitucional.
- Relativa – não haveria propriamente uma obrigação de legislar, mas ao fazê-lo cria uma inconstitucionalidade por gerar uma desigualdade, inobservando o critério da isonomia, restringindo os benefícios a penas um grupo, classe ou categoria quando deveriam se estender aos demais.
6.5) Inconstitucionalidade Originária é a inconstitucionalidade residente deste a sua elaboração e publicação, o vício vem desde a sua formação.
6.6) Inconstitucionalidade Superveniente A lei tornou-se inconstitucional em razão de um processo de reforma (emenda, revisão ou mutação constitucional que a torne incompatível com a atual CF. O STF revoga ou não recepciona.
6.7) Inconstitucionalidade Total (RE 878.694/MG) – Não se aproveita nada do artigo, parágrafo ou inciso do objeto impugnado.
6.8) Inconstitucionalidade Parcial – uma parte do artigo, da lei é aproveitada.
	- Horizontal
	- Vertical
6.9) Inconstitucionalidade Por Atração, Consequente (por arrastamento)
Será possível que determinada lei ou ato normativo declarados inconstitucionais venham à afetar outros atos normativos que guardem com ele relação de subordinação ou dependência, circunstância em que o Plenário do STF poderá proclamar a inconstitucionalidade de outra lei ou ato normativo que não tenha sido pedida na petição inicial da ação abstrata.
OBS.: Haverá flexibilização do princípio da congruência dos pedidos no exercício da jurisdição constitucional, pois a prioridade é defender a Constituição.
	- Vertente Hierárquica – Há uma relação de subordinação entre a lei ou ato normatiza declarado inconstitucional e outro ato normativo que tenta regulamentá-lo de tal maneira que o principal sendo inconstitucional o seu ato regulamentar também será.
Ex.: Lei estadual inconstitucional logo o decreto do governo também é inconstitucional.
	- Vertente não Hierárquica – relação de coordenação – plano horizontal
		- Por Dependência Jurídica – A inconstitucionalidade ocorre no processo legislativo de formação da norma, razão pela qual o que foi produzido também o será por consequência lógica.
		- Por Dependência Extrínseca – A inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo contamina outro dispositivo normativo ou lei que com ela guarde dependência de conteúdo
6.10) Inconstitucionalidade Progressiva
Há o reconhecimento da incompatibilidade da lei ou ato normativo com a Constituição, entretanto os seus efeitos são adiados para um momento futuro para se evitar uma ruptura da própria ordem constitucional, permitindo-se que a lei ou ato normativo inconstitucionais processem efeitos válidos até certo tempo.
AULA 03 – 21/02/2020
7 – Efeitos da Inconstitucionalidade
7.1) Tese da Nulidade
Corresponde a princípio implícito constitucional que proclama a invalidade absoluta de leis ou atos normativos incompatíveis com a Constituição desde o momento.
	- Natureza: Declaratória;
	- Efeitos Temporais: Retrospectivos, ex tunc, ou seja, retroage.
7.2) Tese da Anulabilidade
Corresponde à perspectiva em que os efeitos da inconstitucionalidade serão projetados a partir do seu reconhecimento, não sendo possível retroagir, sendo aplicada principalmente no sistema austríaco e excepcionalmente no Brasil, por questões de relevante interesse social e segurança jurídica.
	- Efeitos Temporais:
	- Arguição Subsidiária no Brasil:
7.3) Tese da Inconstitucionalidade sem Pronuncia de Nulidade
	- Compreensão
	- Distinção do Apelo ao Legislado (Direito Alemão)
ESPÉCIES DE CONTROLE
1) Em relação ao Órgão
1.1) Controle Preventivo Político – p.32
Em linhas gerais, o controle preventivo político é aquele que é exercido pelos poderes do Estado encarregados das decisões de caráter político-democrático, legitimados pelo voto popular, ou seja, pelos Poderes Legislativo e Executivo. Trata-se, portanto, do controle preventivo político, que é feito durante o processo de criação de lei ou ato normativo, seja pelo Chefe do Poder Executivo, seja pelo Congresso nacional.
1.2) Controle Judicial
	Controle Abstrato – feito por qualquer outro órgão que não o judiciário.
	Controle Concreto – feito exclusivamente pelo STF;
1.3) Controle Misto – Haverá concomitância de controle político e judicial de forma a coexistirem harmonicamente
2) Em relação ao momento – p. 30
2.1) Controle Preventivo – Controle de constitucionalidade feito antes de a norma entrar no mundo jurídico.
	Executivo – Em momento de sanção de lei.
	Legislativo – Feito no momento de elaboração da lei em plenário ou pelas comissões;
Judiciário – feito pelo poder judiciário, quando por exemplo um deputado alega que as regras para elaboração da norma não está sendo respeitado. É uma exceção.
2.2) Controle Repressivo – p.37
O controle repressivo político é aquele que é exercido, depois de completo o processo de elaboração legislativa, pelos Poderes Executivo e Legislativo.
A) Competência – p.37
Existem duas grandes modalidades desse controle, quais sejam: 
a) controle repressivo político feito pelo Poder Legislativo: exercido a partir de um Decreto Legislativo do Congresso Nacional que suspende a eficácia de um ato do Poder Executivo que tenha exorbitado de sua função
regulamentar ou extrapolado os limites de delegação legislativa recebida, com amparo no art. 49, V, da CRFB/88;
b) controle repressivo político feito pelo Poder Executivo: exercido a partir de um Decreto autônomo do Chefe do Poder Executivo, nas esferas federal, estadual e municipal, que suspende a aplicação de uma lei considerada inconstitucional, sob pena de crime de responsabilidade.
AULA 04 – 27/02/20
3) Controle Repressivo Judicial
O controle judicial leva em consideração a natureza do órgão que exerce o controle e que no caso é o Poder Judiciário, daí a denominação de controle técnico como sinônimo de controle judicial, jurisdicional ou jurídico. Como toda decisão judicial, de caráter técnico, o ato de controle de constitucionalidade necessita de fundamentação jurídica, daí a ideia de que o sistema de controle de constitucionalidade judicial representa a chamada jurisdição constitucional.
3.1) Classificação quanto à difusão da competência controlada – p. 40
Competência Concentrada: também denominado controle abstrato ou principal, tem como característica marcante o fato de que cabe ao órgão de cúpula do Poder Judiciário a tarefa de controlar a constitucionalidade das leis num processo abstrato e cuja questão principalda ação é exatamente a declaração ou não de inconstitucionalidade dessas leis supostamente inconstitucionais. Exclusivamente pelo STF – Apenas o plenário.
Competência Difusa: feito por qualquer juiz, tribunal ou corte Superior (STF). Advém do controle de Constitucionalidade dos EUA.
Misto: é o controle utilizado no Brasil e Portugal, o qual se emprega o controle difuso e concentrado em convivência harmônica.
3.2) Classificação quanto ao plano de incidência do controle
Abstrato
Está ligado ao plano normativa, serve para verificar se o ato normativo ou lei está de acordo com a CF, não vale-se de situações fáticas.
Efeitos das Decisão:
Subjetivos Gerais (erga hominis) – Transcendentes com caráter vinculante externo – todos os órgãos do poder judiciário e toda a administração pública. Terá efeitos temporais retrospectivos (ex-tunc);
Avaliação de fatos – sempre fatos gerais e não determinados.
Concreto
Trabalha com situações reais, litígios, objetiva a proteção do direito. É uma aferição da constitucionalidade feita no plano dos fenômenos, com envolvimento de pessoas, fatos específicos, particulares e determinados.
3.3) Classificação quanto à finalidade do controle
	Objetiva
	Subjetiva
3.4) Classificação quanto à via de controle – Acontece apenas no controle abstrato.
	Via principal – pede a inconstitucionalidade quando a dada norma ou lei.
	Via Incidental
FIM DO CÁPITULO 1 – Livro da Estácio
EFEITOS DA DECISÃO DO CONTROLE DIFUSO
1. EFEITOS TRANSCEDENTES
1.1. Efeito Vinculante do Precedente
A tese jurídica firmada no STF ou STJ por meio do órgão plenário ou especial vinculará todos os tribunais ou órgãos singulares (vinculação externa).
1.1.1. Controle Abstrato
A. Regra – O dispositivo é o vinculante.
B. Doutrina
C. STF (reclamação 8168/SC) – Classicamente o STF não adotou ainda a teoria dos motivos determinantes, mas há uma crescente tendência de que a ratio desidente, formadora de tese jurídica venha a se tornar também vinculante mesmo que se encontre na fundamentação do acordão.
Acordão:
Relatório
Fundamentação
Dispositiva
Decisória
1.1.2 Controle Concreto - para vincular, também deve respeitar a maioria absoluta – Em regra não tem efeitos transcendentes salvo as hipóteses abaixo.
A. Incidência
B. NCPC, Art. 927
C. STF ( Casos Paradgmáticos)
1.1. Vinculação Interna: a decisão do órgão plenário ou especial vinculará todos os órgãos internos do tribunal (sessões, câmaras, turmas e juízes singulares)
1.2. Vinculação Externa: (HC 127.900/AM; art 57, LD): o órgão plenário do STF e o órgão especial do STJ que definirem tese jurídica respectivamente sobre direito constitucional e direito infraconstitucional vincularão todo o poder judiciário da união e dos estados; o interrogatório, pela Lei de Drogas, seria o 1º ato de instrução, mas o STF, em controle difuso/concreto, determinou que passaria a ser o último ato da instrução por constituir medida de defesa do réu, garantindo-lhe ampla defesa. Corresponde aos efeitos transcendentes da decisão que repercutem sob órgãos fora do tribunal, para tanto, o plenário do STF ao criar tese jurídica em matéria constitucional vinculará todos os tribunais superiores, regionais e tribunais de justiça dos estados e do DF, inclusive os juízes singulares.
· Controle difuso não expulsa a norma inconstitucional da ordem jurídica (mas dá uma interpretação vinculante)
AULA 05
05/03/2020
2. EFEITOS TEMPORAIS
2.1. Efeitos Restrospectivo
· Regra (tese da nulidade): princípio constitucional implícito em que os atos contrários aos princípios, valores e regramentos constitucionais serão considerados absolutamente nulos, desde o nascimento, gerando regular efeito retroativo da decisão (efeito ex tunc).
· Consequências: decreta a nulidade de todos os efeitos concretos e abstratos produzidos pela norma inconstitucional (direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada inconstitucional).
· Exceções: prospectividade decisória/ modulação temporal
2.2. Modulação temporal dos Efeitos
Compreensão: Será possível promover a modulação dos efeitos temporais da decisão que reconhece a inconstitucionalidade em função da preservação de outros princípios e valores constitucionais igualmente importantes, devendo o órgão jurisdicional competente fazer um juízo de ponderação no caso concreto avaliando o que se mostra mais condizente com a norma constitucional vigente.
Situações fáticas consolidadas As decisões tomadas em controle concreto envolvendo situações consolidadas geralmente processarão efeitos ex-nunc e a depender do caso pró futuro.
>Exemplo: criação do município de Luiz Eduardo Magalhães (Bahia).
“Trem da Alegria” – servidores não concursados até 1990 ganharam estabilidade.
O incorporação dos servidores que ingressaram sem concurso antes de 1988.
Correspondem a situações irreversíveis que por decisão política do STF valendo-se de princípios como a segurança jurídica, princípio da boa-fé, princípio da proporcionalidade e princípio da isonomia, modulará os efeitos da decisão.
Overtuling Superação de entendimento jurisprudencial anterior que estava consolidado, mas foi alterado pela modificação da conjuntura sociais, políticas e econômicas do país. Os efeitos em regra são ex nunc. Qualquer matéria. Entendimento poder ser regional. Quais órgãos podem aplicar.
· superação de entendimento jurisprudencial anteriormente consolidado, mas modificado em razão de aspectos relevantes sociais, políticos, jurídicos ou econômicos. A existência de overruling proporciona a modulação dos efeitos temporais pro futuro ou ex nunc afim de preservar a segurança jurídica nas relações sociais, políticas, econômicas e jurídicas.
> Exceção: havendo overruling, cujo novo entendimento seja benéfico ao acusado ou sentenciado, terá efeitos retroativos
- Ex. da exceção: trafico privilegiado não é considerado crime hediondo.
Não persiste mais foro por prerrogativa de função do parlamentar que perdeu o mandato ou veio a renunciá-lo, situação em que os processos que tramitavam no STF deverão descer para a primeira instância, superando-se a súmula 394/STF. Observe que este entendimento foi aplicado a partir da nova compreensão do STF sobre o tema não retroagindo para aqueles casos já julgados.
2.2.3. Mutação Constitucional – Apenas STF – Apenas para normas constitucionais.
· corresponde a um processo informal de interpretação judicial criativa sobre matéria constitucional que fundará uma nova percepção e compreensão modificando os limites e o alcance da norma, sem que haja processo legislativo que altere o texto da norma constitucional.
· Criminalização da homofobia. (inconstitucionalidade por omissão parcial).
>Efeito temporal, em regra, será ex nunc (prospectivo). Havendo superação de entendimento jurisprudencial, a decisão vinculante nova não deverá retroagir, por questão de segurança jurídica, preservação da boa fé e em decorrência do principio da proporcionalidade.
2.2.4. Segurança Jurídica será possível reconhecer a inconstitucionalidade do ato normativo impugnado, sem decretação de nulidade, afim de proteger outros valores constitucionais como segurança jurídica, a boa-fé e situações justificadas pelo excepcional interesse social.
· Proteção da boa-fé (RE 79.628/SP)
· Proteção da segurança jurídica (RE 122.202/MG)
· Excepcional interesse social
Nos casos acima são exemplos do principio da proporcionalidade aplicada ao efeito difuso. (defender aqueles que agiram de boa fé.) não tem efeito ex tunc.
Inaplicabilidade – normas revogadas... (normas não recepcionadas). Não haverá modulação temporal dos efeitos quando envolver normas pré constitucionais, pois elas serão recepcionadas, se forem compatíveis, ou não recepcionadas e por tanto, revogadas situação em que não será possível a realização de juízo de constitucionalidade.
PAPEL DO SENADO Entendia-se que somente a resolução do Senado poderia suspender a eficácia da lei ou ato normativo julgados inconstitucionais pelo STF mediante integração da resolução do Senado para lhe imprimir efeitos subjetivos gerais.
Resolução do Senado –É ato discricionário do Senado, não poderá ampliar ou reduzir o alcance da decisão do STF, é vedada a Resolução apreciar o mérito do julgamento feito pelo STF. 
Expansão O plenario do STF ao proclamar a inconstitucionalidade em controle difuso, automaticamente promoverá a expansão dos efeitos subjetivos para processo individual ou coletivo, de forma que terá efeitos subjetivos gerais ou erga ominis.
2.1.1.1. Resolução do Senado Federal (art 52, X, CF): terá efeitos apenas para conferir publicidadeàs decisões definitivas do STF, já que as decisões do tribunal constitucional tomadas pelo plenário terão automático efeito vinculante e geral.
Tratamento nos tribunais
1) Cláusula de reserva de plenário (“full bench” ou “full court”)
1.1. Compreensão: Todas e quaisquer arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público exigirá a apreciação da matéria pelo órgão especial ou plenário, excluindo-se os órgãos fracionados (turmas, câmaras ou sessões)
1.2. Natureza: trata-se de competência funcional originária por objeto
1.3. Órgão especial: a formação exigirá que: (exige 26 ou mais julgadores).
- metade advenha por ordem de antiguidade; outra metade por votação do pleno
- composto por 11 a 25 membros, nos tribunais que possuam acima de 25 julgadores
- O órgão especial será composto por no mínimo 11 e no máximo 25 componentes.
- Exige quórum absoluto do órgão especial – 50% + 1.
1.4. Súmula vinculante 10: a decisão do órgão fracionário que não declara inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, mas afasta asua aplicação, viola a cláusula de reserva de plenário. Não pode o órgão fracionado afastar a aplicação de lei ou ato normativo sem declarar expressamente a inconstitucionalidade pois violaria a clausula de reserva de plenário.
1.5. Dispensa:
1. Quando o órgão especial ou plenário já tiver julgado a matéria, pois sua decisão vincula seus órgãos
2. Quando o órgão fracionário julgar constitucional o ato normativo
3. Decisões de turma recursal
4. Ilegalidade de atos normativos secundários
5. Inconstitucionalidade de atos negociais (contratuais)
1.6. Inobservância: gera nulidade absoluta da decisão judicial proferida
1.7. Procedimento (NCPC, arts 948 a 950)
a) Relator: não sendo caso de indeferimento da inicial, intima-se o MP
b) Intervenção do MP: qualquer situação de inconstitucionalidade
c) Turma, câmara ou seção:
· Rejeição de arguição de inconstitucionalidade: havendo rejeição da arguição, o processo seguirá regularmente
· Acolhimento da arguição: havendo acolhimento, remeterá o processo ao órgão especial ou plenário (1º acórdão)
· 20/03/19
d) Plenário/órgão especial: julgará a arguição de inconstitucionalidade, formando um 2º acórdão
d.1) Pessoas jurídicas de direito público: a P.J. de direito público responsável ela edição do ato normativo questionado poderá se manifestar no incidente de inconstitucionalidade (no 2º acórdão, no órgão especial ou no plenário)
d.2) Legitimados do art 103, CF: podem inserir memoriais escritos no órgão especial ou plenário, após a formação do 1º acórdão para subsidiar de melhores fundamentos o julgamento do incidente de inconstitucionalidade 
d.3) Amicus Curiae: cuida-se de intervenção de terceiros espontânea ou provocada em que será defendido o interesse institucional, em razão da representatividade do amigo da corte e da relevância da matéria que está sendo discutida.
· Processos individuais
· Processos coletivos
· Processos abstratos
- OBS.: O STF, em decisão vinculante, considerou irrecorrível a decisão que rejeita ou acolhe a intervenção do amigo da corte
d.4) Julgamento
d.5) Recurso (cuidado: súmula 513, STF): caberá exclusivamente embargos declaratórios do 2º acórdão que julgou o incidente de inconstitucionalidade, ao passo que caberá recurso extraordinário contra o 3º acórdão que julgou o recurso pelo órgão fracionário (turma ou câmara)
> Embargos declaratórios: pedido para que seja esclarecido determinado aspecto de uma decisão proferida quando se considera que há alguma dúvida, omissão, contradição ou obscuridade
AULA 06 – 26/03/2020 – AULA ON LINE
1) DECLARAÇÃO DE OFÍCIO DA INCONSTITUCIONALIDADE
1.1 – COMPREENSÃO 
Mesmo no silêncio das partes, o órgão jurisdicional deverá, de ofício avaliar a questão da inconstitucionalidade, uma vez que se trata de matéria de ordem pública, que não pode ser afastada por vontade das partes, de caráter indisponível, cuja supremacia normativa impõe sua observância, situação em que o magistrado, mesmo sem provocação da parte, poderá suscitar a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo.
1.2 – PRINCÍPIO DA DEMANDA
Apesar de o princípio processual determinar que somente as partes suscitem incidentes no processo, para se evitar o rompimento da imparcialidade do juiz no processo, quando envolver questão constitucional será necessário e devido que o magistrado avalie a questão referente à inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo já que é obrigado a apreciar a matéria constitucional aplicando os princípios e regramentos constitucionais ainda que não seja provocado pelas partes.
1.3 – ENTENDIMENTO DO STF
O STF passou a entender pela possibilidade de apreciar questões constitucionais, incidentalmente e de ofício em função do princípio da supremacia da Constituição, mesmo quando essa questão não seja tão prioritária ao julgamento do caso concreto.
1.4 – INSTÂNCIAS RECURSAIS
A) Recursos ordinários: admitem o debate amplo da matéria de fato e de direito nos tribunais, podendo o magistrado agir de ofício no reconhecimento da inconstitucionalidade, sem que haja entraves processuais ao seu reconhecimento, desde que respeitada a cláusula de reserva de plenário.
Ex.: Apelação, agravo de instrumento, recurso ordinário constitucional (Processo Civil) – Agravo em execução, apelação criminal, recurso em sentido estrito (Processo Penal). OBS.: Estes recursos não precisam de prequestionamentos para sua admissibilidade.
B) Recursos extraordinários/excepcionais: são recursos que não admitem discussão de matéria de fato e de prova, mas apenas matéria de direito, exigindo prévia discussão, debate e julgamento nas instâncias ordinárias, pois o seu âmbito de cognição (conhecimento) está restrito às matérias questões e hipóteses suscitadas pelo recorrente (causa de pedir fechada), exigindo prequestionamento para conhecimento do recurso.
Ex.: Recurso Especial para o STJ, recurso de revista para o TST e o recursos especial eleitora para o TSE.
ADVERTÊNCIA PRIORITÁRIA: Os tribunais superiores exigem o prequestionamento da matéria, razão pela qual se mostra difícil suscitar a inconstitucionalidade somente no tribunal superior, já que exigiria o debate prévio da matéria nos tribunais inferiores (ordinários) 
B.1 - Recursos Extraordinários para o STF em que pese o prequestionamento ser um requisito de admissibilidade, admite-se suscitar a inconstitucionalidade no recurso extraordinário, inclusive se ofício pelos ministros, pois a causa de pedir é aberta, quer dizer, admite-se a adoção de fundamento diverso do invocado pelas partes, como também não abordado no acórdão recorrido (Recurso extraordinário 420816/PR).
2. COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL 
2.1 – NATUREZA DA COISA JULGADA
2.1.1 – NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL é uma garantia fundamental de estabilidade das relações jurídicas. 
2.1.2 – NO ÂMBITO PROCESSUAL é um pressuposto processual objetivo de caráter negativo, ou seja, não pode acontecer, é um impedimento processual, pois gera extinção sem julgamento do mérito.
2.2 – CONCEITO DE COISA JULGADA
Denomina-se coisa julgada a autoridade de tornar imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
2.3 – COISA JULGADA INCONSTITUCIONAL
2.3.1 – DEFINIÇÃO é a decisão de mérito já transitada em julgado fundamentada em lei ou ato normativo considerados inconstitucionais pelo STF ou baseado em interpretação de lei ou ato normativo incompatível com a Constituição Federal.
2.3.2 – RELATIVIZAÇÃO
2.3.2.1 – PROCESSO COGNITIVO será possível empregar-se da ação rescisória para modificação de sentençadefinitiva quando ela se mostrar incompatível com princípios, valores e regramentos constitucionais. 
Ex.: improcedência da sentença de investigação de paternidade e prova nova de filiação por exame de DNA.
2.3.2.2 – PROCESSO EXECUTIVO
A) Decisão vinculante do STF sobre a inconstitucionalidade proclamada antes da formação do título executivo: 
Se tratar de título executivo cuja obrigação nele estampada apresentar vinculação com lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou interpretação incompatível com a Constituição, será possível ao executado se valer de duas defesas:
- se for título judicial caberá a impugnação da sentença com efeitos rescisórios (art. 525, §1º, III, combinado com §12º ao 14º do CPC);
- se for título executivo extrajudicial caberá embargos da execução com efeitos rescisórios (art. 535 §5º e 7º do CPC).
B) Decisão vinculante do STF sobre a inconstitucionalidade proclamada após da formação do título executivo:
Somente caberá ação rescisória para combater a coisa julgada inconstitucional no cumprimento de sentença ou execução autônoma.
OBS.: Verificar o julgamento do recurso extraordinário 611503/SP, julgado em 20/09/2018.
ADI 2418/DF
3. CONTROLE DE ATO NORMATIVO EM TESE: 
3.1 – CONTROLE DIFUSO
3.1.1 - REGRA
Será inadmissível, como regra geral, a discussão sobre lei ou ato normativo em tese, pois desfiguraria o controle abstrato, razão pela qual não poderá o órgão judicial apreciar questões postas em hipóteses ou teses jurídicas fictícias sem nenhuma relação com direito subjetivo.
3.1.2 – EXCEÇÃO 
Apesar de não se admitir a discussão da inconstitucionalidade de ato normativo em tese, excepcionalmente, no controle difuso será possível avaliar a lei ou ato normativo constitucional com efeitos concretos e singulares, pois nesta situação pode implicar na violação de direitos subjetivos (Reclamação 664/RJ).
4. TIPOS DE AÇÕES DE CONTROLE DIFUSO
4.1 – REGRA GERAL
Será empregado o controle difuso nas ações individuais e coletivas, surgindo a questão da inconstitucionalidade como um incidente processual, ou seja, como uma questão prejudicial que condiciona e subordina o julgamento de mérito da ação individual ou coletiva.
4.2 – CARACTERÍSTICAS
No controle difuso de constitucionalidade, as ações individuais e coletivas possuem uma relação jurídica determinada, individualizada e particular, bem como o envolvimento de direitos subjetivos que se encontram em situação de lesão ou ameaça, havendo partes em sentido material (autor e réu), emergindo a questão constitucional como um incidente no curso do processo.
4.3 – ESPECIFICIDADE DE DETERMINADAS AÇÕES NO CONTROLE DIFUSO
A) Mandato de Injunção (Remédio constitucional cabível em caso de omissão legislativa que impedem o exercício de direitos subjetivos do cidadão) a causa de pedir será limitada pela inexistência de norma regulamentadora, não cabendo a sua utilização para sustentar a inconstitucionalidade de norma regulamentadora desatualizada ou deficitária (Agravo regimental no mandato de injunção 609/RJ).
B) Ação Popular e Ação Civil Pública
B.1 Direitos Individuais Homogêneos Como se trata de direitos individuais coletivamente trabalhado cujo objeto de proteção é divisível (cabe ações individuais), mas as pessoas estão reunidas por circunstâncias de fato comum, eventual procedência do pedido não contará com autêntica eficácia erga omnes, mas apenas ultra partes, situação em que será aceito o reconhecimento incidente do controle de inconstitucionalidade sobre lei ou ato normativo (reclamação 601/SP, 663-6/SP, 602-6/SP, envolveu a condenação de instituição bancária para quem naquela época era correntista afim de complementar o rendimento da caderneta de poupança).
B.2 Direito Difuso e Coletivo 
Direito difuso – há uma indeterminação dos sujeitos atingidos, que estão unidos por circunstância de fato comum, sendo um objeto de proteção indivisível, ex.: Proteção ao meio ambiente, manutenção da paz. OBS.: A coisa julgada será erga omnes. Os efeitos subjetivos são gerais.
Direito Coletivo em Sentido Estrito – as pessoas estão unidas em prol de um interesse comum (classe, categoria), havendo uma indeterminação dos sujeitos atingidos, cujo objeto de proteção também é indivisível. OBS.: Faz coisa julgada será erga omnes (em regra). Os efeitos subjetivos são gerais.
Questionamento: Será possível o controle de constitucionalidade difuso na ação popular e ação civil pública diante dos efeitos erga omnes da coisa julgada oriunda da decisão tomada na ação coletiva ai proferida?
DOUTRINA CLÁSSICA (Mais resistente à mudança) não aceita ação popular e ação civil pública para realizar o controle de constitucionalidade, pois atuaria como sucedâneo de ação abstrata, suprimindo os poderes e a competência do STF, que detêm o controle concentrado de leis e atos normativos, notadamente por estas ações coletivas terem efeitos erga omnes em suas decisões.
Precedentes 
DOUTRINA CONTEMPORÂNEA admite o controle difuso de constitucionalidade na ação popular e ação civil pública, ainda que tenha efeitos subjetivos erga omnes, desde que não veicule com o pedido principal a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, mas apenas como questão prejudicial incidente, cujos pedidos se relacionam a obrigação de fazer, não fazer ou pagar quantia certa, dentro de uma relação jurídica determinada, específica, particular.
Precedentes (Recurso extraordinário 511961/SP – relaciona-se à inexigibilidade de curso superior para jornalista).
AULA 07 – 02/04/2020 – AULA ON LINE
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ABSTRATO
1 – COMPREENSÃO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ABSTRATO
Conceito Corresponde ao controle de constitucionalidade exercido com a finalidade de defender a consistência objetiva do sistema normativo constitucional, sem situá-lo no plano concreto, cujo objetivo prioritário é mante a unidade e supremacia das normas constitucionais, independentemente de haver um litigio concreto, por meio da avaliação da compatibilidade a lei ou ato normativo impugnado frente as normas constitucionais.
2 – CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE ABSTRATO
A) Inexistência de litigio: não há conflito de interesses entre autor e réu;
B) Inexistência de envolvimento de direitos subjetivos individuais e coletivos;
C) Não aborda fatos específicos, singulares e determinados, mas apenas fatos gerais;
D) Não há decadência (perda do direito material em razão do seu não exercício) e prescrição (perda da exigibilidade da pretensão em juízo) no controle abstrato;
E) Impossibilidade de rescisão no controle abstrato (mas cabe superação de entendimento jurisprudencial). Overruling;
F) Realização de um juízo valorativo normativo hipotético quanto a compatibilidade da lei ou ato normativo questionado frente aos princípios, valores e regramentos constitucionais;
G) Controle abstrato realizado exclusivamente pelo plenário do STF, respeitado o quórum da maioria absoluta (50% +1, ou seja, 6 Ministros); OBS.: No controle difuso, é admitido a apreciação pela 1ª Turma, 2ª Turma e também pelo Plenário;
H) Não cabe suspeição ou impedimento: não envolve direitos subjetivos de ninguém. Única possibilidade: PGR ou AGU venha a se tornar Ministro.
I) É um processo objetivo: serve exclusivamente para tutelar, proteger a unidade e supremacia da Constituição, garantindo a rigidez constitucional do sistema normativo.
J) Efeitos da decisões do controle abstrato – Regra
1º Efeitos subjetivos gerais – erga omnes;
2º Efeitos transcendentes vinculantes – as decisões em controle abstrato obrigatoriamente serão respeitadas: pela administração pública direta e indireta, em âmbito federal, estadual, distrital e municipal, além de todo poder judiciário, inclusive o STF (1ª e 2ª Turmas), alcançando atividade administrativa e judicante do poder legislativo. 
OBS.: O controle abstrato não alcança a atividade típica legislativa, razão pela qual será possível, inclusive, contrariar decisão já tomada em controle abstrato pelo plenário (efeito back lash – Emenda CF 96, incluiu o § 7º, ao atr. 225 – liberou a prova da vaquejada,rodeio, prova do laço, que passaram a ser vistos como patrimônio cultural).
3º Efeitos temporais – Em regra são efeitos retrospectivos (ex-tunc), em razão do princípio constitucional implícito da nulidade.
3 – PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO CONTROLE ABSTRATO
3.1 – PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE REFORÇADA
O controle abstrato, apesar de respeitar as formas dos atos processuais e o rito processual, deverá primeiro buscar a tutela processual da Constituição de maneira a manter a sua unidade e supremacia, de forma a satisfazer as exigências de eficiência do processo, bem como assegurando ao estado-juiz a liberdade de atuação no processo com formas processuais mais livres, evitando a sacramentalização da forma em detrimento do conteúdo.
3.2 – PRINCÍPIO DA ACESSIBILIDADE LIMITADA
A legitimidade para deflagração do processo abstrato é conferida taxativamente à determinadas autoridades públicas, entidades e órgãos, não sendo possível a sua ampliação para outras pessoas físicas ou jurídicas. Possuem legitimidade ativa para ajuizamento de ações abstratas:
1. Presidente da República;
2. Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados;
3. Governador de estado e do DF;
4. Mesa da Assembleia Legislativa/Câmara Legislativa do DF;
5. Conselho federal da OAB;
6. Partido político com representação no Congresso Nacional;
7. PGR;
8. Confederações sindicais;
9. Entidades de classe de âmbito nacional;
OBS.: Estado membro não tem legitimidade para ativa nem para recorrer, nem para ajuizar ações abstratas (Agravo Regimental na ADI 2130/SC).
3.3 – PRINCÍPIO DO INTERESSE OBJETIVAMENTE CONSIDERADO
O controle abstrato se circunscreve a observância dos princípios, valores e regramentos constitucionais sem que haja relação à satisfação de interesses pessoais, materiais ou imateriais, de tal maneira que o debate e o julgamento apenas invoque a tutela processual da Constituição sem envolvimento de interesses subjetivos.
3.4 – PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA MITIGADA DOS PEDIDOS
Em regra, o órgão judicial atuará nos limites do que foi pedido, entretanto ao trabalhar o controle abstrato em processo objetivo, haverá uma mitigação deste princípio de forma a autorizar o plenário do STF a reconhecer a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo que guarde relação de subordinação ou dependência com a lei que foi proclamada inconstitucional, ainda que o autor da ação não tenha feito pedido nesse sentido, tal como ocorre na inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento e também na declaração incidente de inconstitucionalidade.
3.5 – PRINCÍPIO DA ABERTURA DA CAUSA DE PEDIR
A corte constitucional não ficará adstrita à causa de pedir invocada pelo autora da ação abstrata, mesmo porque o plenário do STF, como guardião da Constituição terá o dever jurídico constitucional de avaliar profundamente todo o bloco de constitucionalidade, ainda que o autor da ação abstrata não a tenha ventilado ou tenha esquecido, pois o objetivo principal é a defesa da unidade e supremacia da Constituição, alcançando as normas constitucionais vigentes e também os preceitos constitucionais revogados ou substancialmente modificados quando editados pela nova ordem constitucional, os quais servirão como parâmetro de controle de constitucionalidade.
3.6 – Princípio da especificação das normas paramétricas
O autor da ação abstrata deverá expressamente indicar as normas constitucionais que conferem suporte ao pedido a fim de possibilitar a admissibilidade da ação abstrata (ADI 561/DF).
3.7 – PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DE INSTÂNCIA
Uma vez ajuizada a ação abstrata não se admitirá a sua desistência, seja ela total (ADI 164/DF), seja ela parcial (ADI 2049/RJ), nem mesmo será possível desistir do pedido liminar (Medida Cautelar na ADI 892/RS), pois não se trata de direito subjetivo do autor da ação, mas sim tutela objetiva do direito constitucional.
3.8 – PRINCÍPIO DA INSTRUÇÃO
O tribunal constitucional terá poderes para investigar as complexidades de questões de fato de âmbito geral, sendo possível a requisição de informações de órgãos e autoridades, técnicas e executivas, a designação de peritos ou comissão de peritos, a designação de audiências públicas e qualquer outra diligência que se faça necessária para avaliar a questão de fato integrada à norma.
3.9 – PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE 
O julgamento nas ações abstratas será definitivo, não cabendo recurso, salvo a possibilidade de embargos declaratórios, quando houver omissão, obscuridade, contradição ou erro material no julgado, nas decisões colegiadas.
OBS.: Nas decisões unipessoais haverá possibilidade de interpor agravo regimental da decisão que extingue o processo sem julgamento de mérito (indeferimento/inépcia da inicial).
OBS.: Não cabe agravo regimental da decisão unipessoal que indefere pedido liminar, uma vez que será levada essa decisão à julgamento no plenário, que poderá ser ratificada ou rejeitada (Medida Cautelar da ADI 3626 MA).
3.10 – PRINCÍPIO DA IRRESCINDIBILIDADE
Será inadmissível a rescisão de julgado meritório proferido nos processos objetivos pelo plenário do STF (Ação rescisório 878/SP).
OBS.: Não cabe rescisão do julgado, mas cabe superação do entendimento jurisprudencial (overruling), em razão de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou social do pais.
3.11 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
As decisões tomadas pelo plenário do STF, serão públicas , sem sigilo, cabendo a sua veiculação publicitária no D.O.U. e D.J.U., em sessão especial.
3.12 – PRINCÍPIO DO CONTROLE MATERIAL
Por mais que não se discuta relações jurídicas específicas singulares, haverá necessidade de um controle dos fatos gerais em relação à norma, sendo justificada a investigação integrada dos elementos fáticos e jurídicos, no julgamento meritório da ação abstrata.

Continue navegando