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Consulta de enfermagem ginecológica na Atenção Primária em Saúde (APS) PROF.ª NATÁLIA DE CASTRO NASCIMENTO DISCIPLINA: SAÚDE DA MULHER CURSO: ENFERMAGEM LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM Nº 7.498/86 A consulta de enfermagem: 1. É privativa do enfermeiro; 2. Deve incluir o processo de enfermagem: histórico, exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem; 3. Deve possibilitar a assistência à mulher de forma integral ETAPAS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER - ENFERMEIRO Anamnese Exame Físico Geral Exame Clínico das Mamas Exame da Genitália Exame Citopatológico Registro das informações Anamnese 1. IDENTIFICAÇÃO 2. MOTIVO DA CONSULTA 3. RELIGIÃO 4. CONHECIMENTOS SOBRE QUESTÕES PERTINENTES À SAÚDE 5. CONDIÇÕES DE MORADIA 6. HÁBITOS DE VIDA 7. SONO E REPOUSO 8. SEXUALIDADE 9. ESTADO NUTRICIONAL 10. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES Exame clínico das mamas Exame clínico das mamas O câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo, constituindo a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento. O Brasil ainda apresenta falhas na abordagem dessa importante morbidade e seu diagnóstico e tratamento muitas vezes não são realizados em tempo oportuno, gerando menor sobrevida (em cinco anos) das pessoas diagnosticadas, em comparação com países desenvolvidos. 3. Exame clínico das mamas 3. Exame clínico das mamas Prevenção Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: Praticar atividade física; Alimentar-se de forma saudável; Manter o peso corporal adequado; Evitar o consumo de bebidas alcoólicas; Amamentar Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal. https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/atividade-fisica https://www.inca.gov.br/alimentacao https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/peso-corporal https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/bebidas-alcoolicas https://www.inca.gov.br/alimentacao/amamentacao 3. Exame clínico das mamas Detecção precoce O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas: Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja Alterações no bico do peito (mamilo) Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos Detecção precoce O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias. Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. 3. Exame clínico das mamas Exame clínico das mamas (ECM) O ECM na investigação diagnóstica é o procedimento realizado para avaliar sinais e sintomas referidos por pacientes a fim de realizar o diagnóstico diferencial entre alterações suspeitas de câncer e aquelas relacionadas a condições benignas. O ECM também é uma oportunidade para o profissional de saúde informar a população feminina sobre o câncer da mama, sinas de alerta, fatores de risco, detecção precoce e a composição e variabilidade da mama normal. O ECM é parte integrante da investigação de lesões suspeitas de câncer de mama e complementa a política de alerta à saúde das mamas como método de diagnóstico precoce. 3. Exame clínico das mamas Estratégias preconizadas para o rastreamento de câncer de mama: EXAME CLÍNICO DA MAMA (ECM) 1 - Inspeção estática 2 - Inspeção dinâmica 3 - Palpação axilar e cadeia ganglionar 4 - Palpação do tecido mamário e a expressão papilar MAMOGRAFIA Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas de câncer antes do surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja palpada qualquer alteração nas mamas. Recomenda-se nos casos de exame clínico suspeito, em mulheres com situação de alto risco, com idade igual ou maior que 40 anos, mesmo que não apresentem alterações no exame clínico. DIAGNOSTICO Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico. TRATAMENTO O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo). Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. Exame da Genitália Este exame depende da colaboração da paciente e do cuidado do profissional em demonstrar segurança em sua abordagem; Algumas pacientes, por temor, nervosismo e pudor, não conseguem atingir o relaxamento muscular do assoalho pélvico, dificultando o exame Posição ginecológica Sequência lógica: órgãos genitais externos e órgãos genitais internos Exame da Genitália O exame ginecológico compreende os seguintes tempos: 1. Exame dos órgãos genitais externos; Inspeção 2. Exame dos órgãos genitais internos; Toque simples (bidigital) Toque combinado (bimanual) Exame especular Exame da Genitália 1. Exame dos órgãos genitais externo: Inspeção vulvar Condições de higiene, presença de ulcerações ou lacerações, aumento das glândulas de Bartholin, aumento de secreção vaginal e suas características, presença de vesículas (herpes genital), coloração e implantação dos pelos 2. Exame dos órgãos genitais internos; Toque simples (bidigital) Exame da Genitália 2. Exame dos órgãos genitais internos; Toque combinado (bimanual) Exame da Genitália 2. Exame dos órgãos genitais internos; Exame especular (Exame citopatológico/Papanicolau) Exame realizado com o auxílio de um espéculo vaginal, possibilitando a visualização as partes acessíveis do aparelho genital (vagina e colo do útero) 5. Exame Citopatológico O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou ou Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame. Exame Citopatológico O que aumenta o risco? Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros. Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados). Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais. Exame Citopatológico Prevenção Diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão da infecção ocorre por via sexual. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinhamasculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. Vacinação contra o HPV O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV. Exame Citopatológico Sinais e Sintomas O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais. Exame Citopatológico Exame preventivo O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame; evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado. 5. Exame Citopatológico Idealmente, a coleta da amostra deve ser pelo menos cinco dias após o término da menstruação. No entanto, caso seja esta a única oportunidade e a mulher esteja menstruada, podem-se adicionar gotas de ácido acético a 2% à solução fixadora, buscando melhorar a qualidade da amostra. Diagnostico Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal. Exame Preventivo (Papanicolau) Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio. Tratamento O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia. Referência Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 124 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 13)
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