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Princípios da Execução - FICHAMENTO DE LEITURA

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FICHAMENTO DE LEITURA
Nome: 
Turma: 7º Semestre
Curso: Bacharel em Direito
Universidade: 
Disciplina: Direito Processual Civil - Execuções
Professor: 
Fichamento do Texto: Princípios da execução.
Autor: NEVES, Daniel Amorim Assumpção.
Disponível em: www.professordanielneves.com.br
INTRODUÇÃO
O estudo dos princípios para qualquer ramo do direito sempre se mostrou de essencial importância, considerando-se que tanto o legislador na elaboração das normas gerais e abstratas, como o operador do direito na sua interpretação e aplicação prática, devem levar em considerações os princípios que regem o ordenamento jurídico. Na análise de um processo específico como a que nos propomos fazer com relação ao processo de execução, tem maior importância os princípios específicos sobre o tema, em detrimento dos princípios processuais gerais, sendo justamente esses que serão objeto de nossas considerações. Além da inegável importância do estudo dos princípios para a melhor compreensão dos fenômenos processuais, é importante ressaltar que no campo do processo executivo percebem-se mudanças de mentalidade e modificações legislativas que fazem com que a análise de tradicionais princípios deva ser feita sob uma nova ótica. Alguns, inclusive, vêm sua condição de princípios ameaçados, tantas são as exceções amplamente aceitas na praxe forense a eles. Justamente essa nova realidade da execução que nos motivou a elaboração do presente texto, que busca tão somente uma indicação das modernas propostas referentes à interpretação de tradicionais princípios do processo executivo.
AUTONOMIA
“Esse tradicional princípio do processo executivo deve ser analisado nos dias atuais levando-se em conta as transformações sofridas pelo Código de Processo Civil, em especial àquelas promovidas com relação à forma de execução do mais clássico dos títulos executivos judiciais; a sentença civil condenatória”
Assim, tendo em vista a necessidade de segurança jurídica, previsibilidade e necessidade de provocação expressa ao Judiciário para a prestação da tutela jurisdicional executiva, o processo de execução, foi concebido como sendo um processo (atividade jurisdicional) autônomo. 
Não se confundia no mesmo processo as tutelas jurisdicionais. Se a parte pleiteava tutelas cognitivas, executivas ou cautelares, teria que mover ação própria para tanto, de modo a observar a autonomia das atividades jurisdicionais.
NULLA EXECUTIO SINE TITULO
“Não há execução sem título que a embase (nulla executio sine titulo), já que no processo executivo, além de se permitir a invasão patrimonial do executado por meio de atos materiais praticados pelo juiz (p. ex., penhora, busca e apreensão, imissão na posse), esse é colocado numa situação processual desvantajosa com relação ao exequente. Assim, exige-se a existência de título executivo, que demonstra ao menos uma probabilidade de que o crédito exequendo efetivamente exista”.
Assim, esse princípio processual vem a conferir maior segurança jurídica ao executado, caso contrário, uma mera alegação fria e vazia de que o sujeito fosse devedor poderia levar a uma situação em que ele se tornasse réu em um processo de execução, situação desagradável que poderia culminar com a constrição judicial de seus bens. Dessa forma, exige-se que o título assegure ao menos uma probabilidade de existência de crédito.
Ao lado deste princípio encontra-se o nulla titulus sine lege que elenca, em numerus clausus, os títulos executivos previstos na legislação, sem que o acordo de vontades das partes possibilite a criação de um novo título executivo.
Interessante questão surge quanto à executoriedade das decisões interlocutórias que concedem a antecipação de tutela. Se a lei é taxativa e não prevê a decisão interlocutória como título executivo, não poderia esta ser executada. Parte da doutrina entende que há uma exceção baseada no princípio da “execução sem título permitida” pelo fato de que esta tutela de urgência é concedida somente quando há iminente probabilidade de o direito alegado pelo autor existir. Outra parcela da doutrina afirma que o termo “sentença proferida no processo civil” deve ser interpretado extensivamente, de modo a abranger as decisões interlocutórias. Portanto, executável é a decisão interlocutória que concede a antecipação de tutela.
PATRIMONIALIDADE
“Costuma-se dizer que a execução será sempre real, e nunca pessoal, em razão de serem os bens do executado os responsáveis materiais pela satisfação do direito do exequente. Não existe no direito brasileiro, e nem em qualquer ordenamento moderno que se tenha conhecimento, satisfação na pessoa do devedor, como existia na antiga Lei das XII Tábuas, que choca o leitor ao estabelecer que em determinadas condições seria possível “dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores” ou ainda “vender o devedor a um estrangeiro, além do Tigre”, o que significaria ou morte ou vida de extrema penúria, considerando que além do Tigre estavam os fenícios, inimigos capitais dos romanos”.
A patrimonialidade ou realidade significa que a execução recai sobre o patrimônio do devedor. Uma das questões mais interessantes é a dos limites dos atos executivos, como a prisão por dívida, depositário infiel (art. 5º, LXVII). O Pacto de San José da Costa Rica enseja debates acerca da possibilidade de prisão do depositário infiel, tendo em vista o status constitucional para alguns doutrinadores. A responsabilidade patrimonial está prevista nos artigos 591 a 597 do CPC. Estuda-se as hipóteses de penhorabilidades absolutas, relativas, etc. A questão da responsabilidade da pessoa jurídica enseja nuances, como a do uso indevido da mesma por sócios ou administradores, o que enseja a desconsideração da personalidade jurídica.
RESULTADO (DESFECHO ÚNICO)
“Como ocorre com todos os processos, também o executivo pode ter um final normal ou anômalo. A execução chega a seu final normal quando é bem sucedida, ou seja, quando se verifica a entrega ao exequente exatamente aquilo que receberia se não necessitasse do processo de execução. Sempre que o exequente satisfizer o direito exeqüendo a execução chegará a seu final normal, extinguindo-se por meio da prolação da sentença prevista no art. 794, CPC, que é meramente declaratória quanto ao final do procedimento executivo. O final anômalo do processo de execução – aliás, como também o de conhecimento e cautelar – é sua extinção sem o julgamento do mérito, o que ocorrerá por um dos motivos previstos pelo art. 267, CPC, ou com o acolhimento integral de embargos à execução cujo fundamento seja a inexistência do direito material exequendo”.
Quanto a este princípio, cumpre destacar que pelo fato de o processo de execução ter um único escopo, qual seja, satisfazer o direito do exequente, ele acaba por ter desfecho único, podendo este ser normal: sentença declaratória ou com final anômalo: consubstanciado na extinção sem a resolução do mérito ou acolhimento integral dos embargos à execução com fundamento na inexistência do direito material do autor.
Sendo assim, o executado nunca terá uma decisão de mérito ao seu favor, vez que não há discussão meritória, e, sim, uma busca da satisfação do direito do autor, ou seja, é impossível a improcedência, possuindo, pois, o processo desfecho único.
UTILIDADE
“Como todo processo, também o de execução deve servir a efetivamente entregar ao vitorioso aquilo que lhe é de direito. Não se justifica, portanto, processo de execução que possa apenas prejudicar o devedor sem trazer qualquer proveito prático ao credor. Em razão desse princípio, a penhora não será realizada quando restar evidente que o produto da execução dos bem encontrados for ser totalmente absolvido pelo pagamento das custas da execução”.
O princípio da utilidade vem como uma razão de ser do processo de execução, isto quer dizer, o processo de execução deve ter uma utilidade que traga benefícios ao exequente, fulminando com a satisfação do seu direito. Destarte, o processo de execução não tem seu escopo como um ato que vá prejudicar o devedor,mas sim na satisfação do direito do credor. Baseado neste princípio, o magistrado não deve submeter o exequendo às astreintes quando a obrigação é materialmente impossível.
MENOR ONEROSIDADE
O processo de execução não é instrumento de exercício de vingança privada, como amplamente afirmado, nada justificando que o executado sofra mais do que o estritamente necessário na busca da satisfação do direito do exequente. Gravames desnecessários à satisfação do direito do credor devem ser evitados sempre que for possível tal satisfação por meio de outros mecanismos. Dessa constatação a regra de que quando houver vários meios de satisfazer o direito do credor, o juiz mandará que a execução se faça pelo modo menos gravoso ao devedor (art. 620, CPC).
LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL
Tais princípios, ligados à imprescindível e necessária ética em todo e qualquer processo, vêm representados pelas previsões constantes nos arts. 600 e 601, CPC.27 O primeiro trata do rol de atos que compõe os chamados atos atentatórios à dignidade da justiça, enquanto os segundos tratam da punição ao executado que realiza ato tipificado no artigo antecedente.
Quanto aos princípios da lealdade e boa-fé processual, reforçam eles a ideia de que o sujeito processual deve sempre agir pautado pela conduta leal e de boa-fé no transcorrer do processo. Leciona Alexandre Freitas Câmara (2015) que na execução se exige de todos os sujeitos do processo, inclusive e especialmente do executado, que atuem de forma cooperativa e de boa-fé. Portanto, existem sanções previstas no art. 774, NCPC para caso o sujeito processual aja de maneira desleal ou imbuído de má-fé, praticando os chamados atos atentatórios à dignidade da justiça.
CONTRADITÓRIO
‘Afirma-se tradicionalmente na doutrina que no processo de execução não se discute o seu mérito, já que o juiz parte de uma presunção de existência do direito do exequente (derivada do título executivo judicial) e busca tão somente a satisfação de tal direito. Não se nega que exista mérito no processo de execução, entendido como o pedido elaborado pelo exequente, condicionando-se seu julgamento ao ingresso dos embargos à execução, ação de conhecimento autônoma e incidental ao processo de execução”.
No processo de execução, em razão de o magistrado partir de uma presunção de existência de direito do credor, sustenta-se que não há a presença da discussão meritória, fazendo com que o processo de execução fosse apelidado de “processo do credor”. Inclusive, uma doutrina hoje já superada, sustentava ser dispensável o contraditório no processo de execução.
No entanto, apesar dessas sustentações, sabe-se que o processo de execução possui natureza jurisdicional, sendo que, por isso, ficará sob o crivo do princípio constitucional do contraditório. Além disso, inegável a existência de cognição acerca das questões incidentais no processo nas quais haverá nulidade se não observado o princípio constitucional supramencionado. Exemplos de questões incidentais que devem se desenrolar sob o crivo do contraditório são: o preço vil na arrematação, a avaliação do bem, a alienação antecipada de bens, a modificação ou reforço da penhora, decisão acerca da natureza do bem penhorado, entre outros.
FACULDADE LUSÓFONA DE SÃO PAULO
CURSO DE DIREITO
KAIQUE PEREIRA BISPO SILVA
PESQUISA DE JULGADO:
A ORDEM LEGAL DO ARTIGO 835, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, É ABSOLUTA OU RELATIVA?
COTIA
2020
RESUMO 
 A jurisprudência analisada trata-se de agravo de instrumento interposto pelo Banco Bradesco S/A, tendo como agravado: TGM Indústria e Comércio de Roupas LTDA. contra decisão interlocutória proferida pelo Tribunal de Justiça do estado de Goiás, onde o agravante solicita a substituição da penhora.
 
INTRODUÇÃO 
 O agravo de Instrumento analisado tem como teor o pedido do agravante que pretende a reforma da decisão confirmada em sede de embargos de declaração, a qual aceitou a penhora dos bens ofertados pela executada, determinado que os mesmos fossem reduzidos a termo, que tem como ementa:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. SUBSTITUIÇÃO DE PENHORA. CPC, ART. 835. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE DO DEVEDOR. PREJUÍZO PARA O EXEQUENTE. RELATIVIZAÇÃO. BEM INDICADO PELO EXEQUENTE. ANOTAÇÃO DA AÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. PARCIAL ACOLHIDA. I - O agravante pretende a reforma da decisão confirmada em sede de embargos de declaração, a qual aceitou a penhora dos bens ofertados pela executada, determinando que os mesmos fossem reduzidos a termo. II - Em que pese a execução deva ser processada da maneira menos gravosa ao executado, embora seja possível a nomeação de bens móveis pelo devedor para garantia do juízo, não pode o credor exequente ser compelido a admitir a nomeação de bens inexigíveis, de validade duvidosa ou de difícil alienação como aqueles oferecidos pela executada, notadamente em razão da dificuldade de alienação.III - A aceitação do bem ofertado pelo executado compete ao credor, ainda que a oferta ocupe outro lugar no rol elencado pela lei (artigo 835, CPC), eis que a ordem tem caráter relativo e visa a satisfação da execução de forma mais rápida, eficaz e segura. Assim, feita a oferta, não se pode impor ao credor a aceitação de bem que não tenha liquidez imediata ou seja de difícil alienação.IV - Considerando-se que pende de julgamento embargos a execução (5109672.77.2017.8.09.0051) e embargos de terceiros (5306271.86.2017.8.09.0051) onde se questionam tanto os termos do pacto firmado quanto a nulidade do aval prestado pela segunda executada, além da penhora já efetivada, necessária se faz a anotação da ação de execução na matrícula de um dos imóveis indicados pelo exequente, como meio de garantir futura satisfação de crédito executado. Recurso conhecido e parcialmente provido.
ANÁLISE DO JULGADO 
Como relatado, o agravante pretende a reforma da decisão confirmada em sede de embargos de declaração, a qual aceitou a penhora dos bens ofertados pela executada, Com efeito, não se desconhece o princípio da menor onerosidade da execução (art. 805 do CPC). Entretanto, a mesma é realizada no interesse do credor (art. 797 CPC), de forma que a aplicação desses princípios deve ser ponderada para que a prevalência de um não implique necessariamente sacrifício do outro.
Verifica-se que o juízo a quo determinou o desbloqueio dos valores anteriormente penhorados em razão da alegação de que os valores eram necessários para que a executada pudesse dar continuidade às suas atividades, acolhendo em substituição os bens por ela oferecidos, quais sejam calças jeans por ela fabricadas.
Em oposição, o credor, ora agravante, requereu que tais bens fossem substituídos por nova penhora em dinheiro e bem imóvel em nome da executada, em obediência ao rol do art. 835 do CPC.
Em que pese a execução deva ser processada da maneira menos gravosa ao executado, embora seja possível a nomeação de bens móveis pelo devedor para garantia do juízo , não pode o credor exequente ser compelido a admitir a nomeação de bens inexigíveis, de validade duvidosa ou de difícil alienação como aqueles oferecidos pela executada, notadamente em razão da dificuldade de alienação. Assim, a aceitação do bem ofertado pela executada compete ao credor, ainda que a oferta ocupe outro lugar no rol elencado pela lei (art. 835 do CPC), eis que a ordem tem caráter relativo e visa a satisfação da execução de forma mais rápida, eficaz e segura.
Nas palavras do Ministro Luis Fux: “O princípio da menor onerosidade do devedor não pode resultar na maior onerosidade para o credor” (1ª Turma, REsp nº 884.468/SP, julgado em 09/10/2007, DJ 05.11.2007). Diante disso, não se pode impor ao credor a aceitação de bem que não tenha liquidez imediata ou de difícil alienação.
Nesse sentido, é a jurisprudência:
 “AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. RECUSA DA APÓLICE PELO EXEQUENTE. VALOR DADO EM GARANTIA. EXECUÇÃO PELO MODO MENOS GRAVOSO. 1. A aceitação do bem ofertado pelo executado compete ao credor, ainda que a oferta ocupe outro lugar no rol elencado pelalei (artigo 835, CPC), eis que a ordem tem caráter relativo e visa a satisfação da execução de forma mais rápida, eficaz e segura. 2. 'Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.' 3. A menor onerosidade para o executado não pode resultar em prejuízo para o exequente. 4. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.” (TJGO. 5ª Câmara Cível. Agravo de Instrumento nº. 5083899- 86.2017.8.09.0000. Rel. Dr. Roberto Horácio de Rezende. DJ de 07/06/2017).
“DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DO BEM PENHORADO POR OUTRO MELHOR CLASSIFICADO NO ROL DO ARTIGO 835 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 1- A penhora de veículo obedece a ordem prevista no inciso IV do artigo 835 do Código de Processo Civil, de modo que a substituição pretendida pela executada é procedente, na medida que dinheiro em espécie está capitulado no inciso I do mencionado dispositivo legal, aliado ao fato que a execução deve se operar de forma mais célere e visando a plena satisfação do crédito. 2- REMESSA OBRIGATÓRIA CONHECIDA E DESPROVIDA. “(TJGO. 4ª Câmara Cível. Reexame Necessário nº. 0308660-37.2014.8.09.0051. Rel. Des. Nelma Branco Ferreira Perilo. DJ de 30/08/2018)
 
 
Nesse passo, tendo em vista que as calças jeans ofertadas e penhoradas nos autos são de difícil alienação, e considerando-se que pende de julgamento embargos a execução (5109672.77.2017.8.09.0051) e embargos de terceiros (5306271.86.2017.8.09.0051) onde se questionam tanto os termos do pacto firmado quanto a nulidade do aval prestado pela segunda executada, além da penhora já efetivada, determino a anotação da presente ação de execução na matrícula de um dos imóveis indicados pelo exequente, qual seja o lote Residencial Garavello II, registrado perante o Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis da Comarca de Trindade/GO, sob a matrícula 21.187 Logo, diante do princípio de que a execução deve processar-se de maneira menos gravosa ao devedor, mas que também merece observância a satisfação da execução de forma mais rápida, eficaz e segura, a decisão impugnada merece reforma apenas para que seja determinada a anotação da ação de execução na matrícula do imóvel suso indicado, como meio de garantir futura satisfação de crédito executado. 
 
Considerações Finais 
A penhora é meio executivo sub-rogatório. Consiste na prática de atos de expropriação por meio do qual o Estado substitui a vontade do devedor, tirando de seu patrimônio parcela hábil a satisfazer o respectivo quantum debeatur, os bens passíveis de penhora devem, na medida do possível, respeitar a gradação legal estipulada pelo art. 835 do NCPC, pelo qual se estabelece uma ordem de preferência de bens, tendo como critério a maior facilidade de transformar o bem em dinheiro. Contudo, a ordem estabelecida no referido artigo para penhora de bens não é absoluta e, sim relativa, a ordem de penhora prevista em lei é preferencial, e não obrigatória, quando observado o princípio da menor onerosidade para o devedor (artigo 805 do CPC) e os demais fatores que envolvam o caso concreto, a fim de resguardar os direitos do exequente e a satisfação de seu crédito, na medida em que a execução se realiza no interesse do credor (artigo 797 do CPC).
Referências bibliograficas
https://www.conjur.com.br/2019-dez-27/opiniao-interpretacao-execucao-credito-garantia-real.
https://sobredireitoeafins.wordpress.com/2017/11/01/a-sumula-417-do-stj-e-o-art-835-%C2%A7-1o-do-cpc15-a-questao-na-doutrina/
DIDIER Jr., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil: execução. 7. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. v. 5.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 9 ed. Salvador: Ed. Juspodivm, 2017, p. 1068.
Anexo 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. SUBSTITUIÇÃO DE PENHORA. CPC, ART. 835. PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE DO DEVEDOR. PREJUÍZO PARA O EXEQUENTE. RELATIVIZAÇÃO. BEM INDICADO PELO EXEQUENTE. ANOTAÇÃO DA AÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. PARCIAL ACOLHIDA.
 I - O agravante pretende a reforma da decisão confirmada em sede de embargos de declaração, a qual aceitou a penhora dos bens ofertados pela executada, determinando que os mesmos fossem reduzidos a termo.
 II - Em que pese a execução deva ser processada da maneira menos gravosa ao executado, embora seja possível a nomeação de bens móveis pelo devedor para garantia do juízo, não pode o credor exequente ser compelido a admitir a nomeação de bens inexigíveis, de validade duvidosa ou de difícil alienação como aqueles oferecidos pela executada, notadamente em razão da dificuldade de alienação.
 III - A aceitação do bem ofertado pelo executado compete ao credor, ainda que a oferta ocupe outro lugar no rol elencado pela lei (artigo 835, CPC), eis que a ordem tem caráter relativo e visa a satisfação da execução de forma mais rápida, eficaz e segura. Assim, feita a oferta, não se pode impor ao credor a aceitação de bem que não tenha liquidez imediata ou seja de difícil alienação.]
 IV - Considerando-se que pende de julgamento embargos a execução (5109672.77.2017.8.09.0051) e embargos de terceiros (5306271.86.2017.8.09.0051) onde se questionam tanto os termos do pacto firmado quanto a nulidade do aval prestado pela segunda executada, além da penhora já efetivada, necessária se faz a anotação da ação de execução na matrícula de um dos imóveis indicados pelo exequente, como meio de garantir futura satisfação de crédito executado. 
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-GO - AI: 05590115920188090000, Relator: LUIZ EDUARDO DE SOUSA, Data de Julgamento: 30/05/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 30/05/2019)

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