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Universidade Estácio de Sá Curso de Graduação em Nutrição Aditivos Químicos Aline Crespo Aline de Freitas Marcelle Cortes Priscila Henrique Steicy Almeida Atividade apresentada ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Estácio de Sá como parte das atividades da Disciplina de Tecnologia dos Alimentos Da Prof.ª Luciana Mansur Campos dos Goytacazes – Rj 2018 Os aditivos podem ser definidos como toda e qualquer substância, que ao ser adicionada ao alimento de forma intencional, tem o propósito de conferir ou intensificar características sensoriais, além de aumentar a vida útil do alimento atuarão no metabolismo oxidativo das células. É importante salientar que os aditivos não apresentam caráter nutricional. Em relação ao controle microbiano, a classe de aditivos que mais é utilizada com o intuito de impedir e/ou retardar o crescimento de micro-organismos é a classe dos conservantes. Os principais conservantes utilizados na área de alimentos são classificados em orgânicos e inorgânicos: ácidos orgânicos (benzoico, sórbico e propriônico) e seus sais; nitratos e nitritos, dióxido de enxofre, dentre outros. O uso de aditivos pode ser feito individualmente ou associado com métodos físicos para melhor controle dos micro-organismos indesejáveis e melhoria das características sensoriais dos alimentos, observando-se os limites da legislação. Muitas substâncias de uso tradicional têm ação antimicrobiana, mas não são consideradas aditivos da função conservadores. Tais como: vinagre, sal, açúcar, ácidos etc. Aqui a baixo alguns exemplos de alimentos com aditivos: COMPOSTOS SULFATADOS (SULFITOS) São utilizados para inibir o crescimento de bactérias. Ex: como no caso do vinho, de frutos secos, vegetais em vinagrete ou salmoura. O ácido sórbico pode ser utilizado em várias aplicações, incluindo a conservação de produtos à base de batata, queijo e compotas. NITRATOS E NITRITOS Constituem outro grupo de substâncias de grande utilidade e são utilizados como aditivos em produtos cárneos. Ex: como as salsichas e fiambres, como proteção contra bactérias causadoras do botulismo (Clostridium botulinum), contribuindo significativamente para a segurança alimentar. O ácido benzoico e os seus sais de cálcio, sódio e potássio são utilizados como antibacterianos e antifúngicos em alimentos. Ex: picles, compotas e doces com baixo teor em açúcar, molhos e condimentos. SORBATO DE POTÁSSIO Incorpora-se aos produtos diretamente ou por meio do tratamento das superfícies, por pulverização ou submersão. Usado geralmente um grama de sorbato de potássio por quilo de produto. A dosagem padrão é de 0,05% a 0,2%. ÁCIDO BENZOICO E SEUS SAIS Foram os primeiros conservantes permitidos pela FDA. Em função de seu baixo custo, o ácido benzoico e seus sais (Na e K) são os conservantes alimentícios mais usados. Esse bactericida e fungicida, como mencionado, é efetivo somente em meio levemente ácido e usado em muitos casos em combinação com outros conservantes. Ao contrário do ácido sórbico, é ativo contra os lactobacilos, o que impede seu uso em produtos fermentados, como iogurtes, por exemplo. ÁCIDO ACÉTICO E ACETATOS A ação preservativa do ácido acético na forma de vinagre foi reconhecida desde a mais remota antiguidade. O ácido acético e seus compostos não têm somente ação preservativa funcionam como sequestrantes, acidulantes e agentes flavorizantes. O ácido acético também é usado para estabilizar a acidez dos alimentos e como diluente para certas substâncias corantes. A dosagem recomendada é de 0,1% a 5%. ÁCIDO P-HIDROXIBENZÓICO E SEUS ÉSTERES (PARABENOS) Os parabenos foram um dos primeiros conservantes a serem aceitos pela FDA. Atuam em uma faixa de pH de 3 a 8, sendo mais ativos em pH baixo. Metil, propil e heptilparabenos são colocados direto no alimento. Etil e butil são autorizados somente em alguns países. A ação é diretamente proporcional ao comprimento da cadeia alquila. Geralmente são mais ativos contra fungos e leveduras do que bactérias e mais ativos contra gram-positivos do que gram-negativos. ÁCIDO LÁCTICO E SEUS SAIS O ácido láctico e seus sais, os lactatos de sódio ou de potássio, atuam como agentes bacteriostáticos que aumentam o tempo de latência dos micro-organismos e/ou diminuem sua taxa de crescimento. Agem diretamente sobre o metabolismo microbiano. NISINA (E234) É um antibiótico obtido a partir da cultura de cepas de Streptococcus lactis. Esse polipeptídio é um conservante natural, porém com aplicações alimentícias restritas (sem ação sobre as bactérias gram-negativas, perda de atividade em torno de pH 4 e abaixo de 20°C e imobilização pelas gorduras e outros compostos alimentícios) É uma das raras bacteriocinas de uso autorizado na indústria alimentícia. Tem atividade antimicrobiana (perfuração da membrana citoplásmica) contra a maioria dos micro-organismos gram-positivos, incluindo bactérias esporuladas anaeróbicas. Critérios e exigências para permissão de uso de aditivos nos alimentos A segurança dos aditivos alimentares é primordial. Antes de ser autorizado o uso de um aditivo em alimentos, este deve ser submetido a uma adequada avaliação toxicológica, em que se deve levar em conta, dentre outros aspectos, qualquer efeito acumulativo, sinérgico e de proteção, decorrente do seu uso. Estas substâncias devem ser reavaliadas quando necessário, à luz do conhecimento científico disponível e caso se modifiquem suas condições de uso. Além disso, o uso dos aditivos deve ser limitado a alimentos específicos, em condições específicas e ao menor nível para alcançar o efeito desejado para que a ingestão do aditivo não supere os valores de ingestão diária aceitável (IDA). É proibido o uso de aditivos em alimentos quando: ✓ Houver evidências de que o mesmo não é seguro para consumo pelo homem; ✓ Se interferir sensível e desfavoravelmente no valor nutritivo do alimento; ✓ Servir para encobrir falhas no processamento e/ou nas técnicas de manipulação; ✓ Encobrir alteração ou adulteração da matéria-prima ou do produto já elaborado; ✓ Induzir o consumidor a erro, engano ou confusão; ✓ Quando não estiver autorizado por legislação específica. No estudo realizado no Kuwait por Husain, foi analisada a ingestão de corantes artificiais por crianças de 5 a 14 anos, com base em um inquérito dietético (Recordatório 24 Horas). A amostra foi constituída por 3.141 alunos de ambos os sexos, distribuídos em 58 escolas. Usando-se a técnica da cromatografia líquida de alta eficiência foi determinado o teor de corantes em 344 itens consumidos. Compararam-se com as IDAs recomendadas pela FAO/OMS no sentido de avaliar o potencial de risco associado ao consumo de corantes artificiais. Os resultados indicaram que dos nove corantes permitidos, quatro (tartrazina, amarelo crepúsculo, carmosina, e vermelho brilhante) excederam as IDAs para as crianças de 5 a 8 anos. Observou-se nos estudos de Husain et al. 13 e Rao et al. 12 que o consumo de determinados corantes excedeu a IDA. Tal fato é relevante, principalmente para a saúde infantil, uma vez que a IDA é uma medida relacionada à massa corpórea e os principais limites hoje conhecidos são determinados, apenas, para populações adultas. Os estudos de consumo de aditivos alimentares deveriam servir de base para a elaboração de estratégias para a vigilância alimentar e nutricional da população infantil, com a finalidade de reduzir o consumo dessas substancias e promover hábitos alimentares saudáveis. Também se coloca o desafio de conhecer a percepção de perigo de crianças e adultos - consumidores desses aditivosalimentares - no que tange aos riscos de ingestão continuada de aditivos alimentares para a saúde. Desafios imprescindíveis para o campo da saúde coletiva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Andrade, Ana Paula Colares de Tecnologia dos alimentos / Ana Paula Colares de Andrade.Rio de Janeiro:SESES, 2018.104 p: iisbn: 978-85-5548-566-Produção de alimentos, Tecnologia de Alimentos, Shelf life, Nutrição. I. SESES. II. Estácio. http://portal.anvisa.gov.br/ 1.2 da Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97, www.anvisa.gov.br. https://www.scielosp.org/ Maria Lúcia Teixeira PolônioI, II; Frederico PeresII Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde pública brasileira Food additive intake and health effects: public health challenges in Brazil.
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