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Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4116 Conduta Fisoterapêutica na Doença de Alzheimer, Humanismo e Ética Physical Therapeutic Conduct in Alzheimer's Disease, Humanism and Ethics DOI:10.34119/bjhrv2n5-019 Recebimento dos originais: 20/08/2019 Aceitação para publicação: 25/09/2019 Reinaldo Soares Departamento de Saúde - Grupo Vital, “Fisioterapeuta” Núcleo de Estudos de Bioética da Associação Brasil Soka Gakkai Internacional- BSGI –São Paulo-SP E-mail: reisoa@hotmail.com RESUMO O presente estudo tem por objetivo mostrar a importância da conduta fisioterapêutica no tratamento de portadores de Alzheimer, é uma doença neurodegenerativa progressiva, que acomete mais o sexo feminino e aumenta sua incidência com o avanço da idade, pois leva ao declínio da memória e das funções cognitivas influenciando nas atividades da vida diária (AVDs) e social dos acometidos. É dividida em três fases: inicial, intermediária e final. Este é um estudo exploratório de revisão sistemática da literatura, realizada nas bases de dados SCIELO, MEDELINE, e BIRENME no período de janeiro a março de 1990 a 2011. Osdescritores: Doença de Alzheimer, demência, envelhecimento e fisioterapia.cruzados entre si, nos idiomas de português e inglês. Na busca foram encontrados 126 artigos selecionado 11 sendo 5 (cinco) em português e 6 (seis) em inglês. Foram utilizados como critérios de inclusão artigos que retratam a conduta da fisioterapia na doença de Alzheimer publicados entre 1990 e 2011. Os critérios empregados para exclusão foram artigos que retratam a Doença de Alzheimer e condutado terapêutica fisioterápica. Palavras chave: Doença de Alzheimer, demência, conduta da fisioterapia. ABSTRACT This study aims to show the importance of physiotherapeutic conduct in the treatment of patients with Alzheimer's. It is a progressive neurodegenerative disease that affects females more and increases its incidence with advancing age, as it leads to a decline in memory and function. influences on the activities of daily living (ADLs) and social of the affected. It is divided into three phases: initial, intermediate and final. This is an exploratory study of systematic literature review, performed in the databases SCIELO, MEDELINE, and BIRENME from January to March 1990 to 2011. The descriptors: Alzheimer's disease, dementia, aging and physiotherapy. Portuguese and English languages. In the search we found 126 articles selected 11 being 5 (five) in Portuguese and 6 (six) in English. Inclusion criteria were articles depicting the conduct of physical therapy in Alzheimer's disease published between 1990 and 2011. The criteria used for exclusion were articles depicting Alzheimer's disease and conducting physical therapy. Keywords: Alzheimer's disease, dementia, physiotherapy management. Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4117 1 INTRODUÇÃO A fisioterapia pode contribuir em qualquer fase da DA, mantendo o indivíduo mais ativo e independente. A partir da fase intermediária, segunda fase da DA, observa-se no portador da Doença de Alzheimer, importantes deficiências motoras, dificuldades na realização de suas Atividades de Vida Diária (AVD’s). 2 MÉTODO Este é um estudo exploratório de revisão sistemática da leitura, realizada nas bases de dados BIRENE, MEDELINE e SCIELO no período de 1990 a 2011. Os descritores utilizados foram: Doença de Alzheimer, demência, envelhecimento e fisioterapia, cruzados entre sí, nos idiomas de português e inglês. Na busca foram encontrados 126 artigos selecionado 11 sendo 5 (cinco) em português e 6 (seis) em inglês. Foram utilizados como critérios de inclusão artigos que retratam a conduta da fisioterapia na doença de Alzheimer publicados entre 1990 e 2011. Os critérios empregados para exclusão foram artigos que retratam a Doença de Alzheimer em qualquer fase. 3 OBJETIVO Em todas as fase proporcionar uma independência funcional da pessoa idosa, utilizando-se técnicas que visam manter a força, o tônus e a elasticidade muscular, além de exercícios que são capazes de promover maior funcionalidade durante a execução da marcha e outras AVDs associadas à vida do idoso. 4 CONCLUSÃO A Fisioterapia é essencial para manter uma melhor qualidade de vida para o portador de DA, pois através de suas técnicas auxilia na manutenção das capacidades funcionais do paciente e reduz o aparecimento de complicações referentes à imobilização no leito. Assim, observa-se a necessidade da conduta fisioterapêutica como indispensável para idosos acometidos de DA em qualquer fase da doença, o mais prévio possível Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4118 5 CONDUTA DO FISIOTERAPEUTA NA DOENÇA DE ALZHEIMER,HUMANISMO E ÉTICA O aumento da população idosa é a alta prevalência de demências, principalmente a Doença de Alzheimer (DA). Por ser uma doença progressiva com declínio das funções cognitivas e motoras são necessárias intervenções farmacológicas e não farmacológicas. Dentre as medidas não farmacológicas utilizadas pode-se destacar a fisioterapia. A doença é dividida em fases: inicial, intermediária e final. O exercício físico é um importante fator para o envelhecimento saudável, prevenindo e minimizando problemas, sendo assim, a fisioterapia é de grande importância para retardar a progressão da doença. O objetivo deste artigo foi descrever os efeitos da Fisioterapia como um tratamento paliativo na cognição dos idosos com DA. Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a influência da fisioterapia na DA com uma busca através do Lilacs, Scielo, Medline e Bireme com 9 artigos incluídos. Conclui-se que as dificuldades motoras dos pacientes decorrem de alterações na função cognitiva, sendo assim, uma intervenção terapêutica que envolva estes dois contextos se faz necessária na prevenção e tratamento. A fisioterapia pode contribuir em qualquer fase da DA, mantendo o indivíduo mais ativo e independente. O tratamento fisioterapêutico para o Mal de Alzheimer deve ser realizado no mínimo 2 vezes por semana em pacientes que se encontram numa fase inicial da doença e, que apresentam sintomas como, dificuldade em andar ou equilibrar, por exemplo, ajudando a retardar o avançar da doença e mantendo a autonomia do doente por um maior período de tempo. A partir da fase intermediária, segunda fase da DA, observa-se no portador da Doença de Alzheimer, importantes deficiências motoras, dificuldades na realização de suas atividades de vida diária (AVD’s). Acomete alteração da marcha, fazendo com que o tratamento fisioterapêutico seja de grande relevância para retardar a progressão das perdas motoras, evitar encurtamentos, deformidades e incentivar a independência desse indivíduo acometido de DA. O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo na fase intermediária proporcionar uma independência funcional da pessoa idosa, utilizando-se técnicas que visam manter a força, o tônus e a elasticidade muscular, além de exercícios que são capazes de promover maior funcionalidade durante a execução da marcha e outras AVDs associadas à vida do idoso. Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4119 Como o doente já apresenta dificuldades motoras nesta fase, a Cinesioterapia é fundamental, pois através dela podemos trabalhar a prevenção e tratamento da imobilidade e desequilíbrio postural,a fim de minimizar os riscos de quedas, pois o déficit de equilíbrio está presente. A reeducação postural deve ser executada, através de estímulos proprioceptores =(FISIOLOGIA terminação nervosa sensível aos estímulos produzidos dentro do próprio corpo, nomeadamente pelos músculos ou tecido nervoso), e esteroceptores, =(FISIOLOGIA receptor periférico nervoso que recebe os estímulos originados fora do próprio corpo, como é o caso do toque, pressão ou som), educando as sensações, alcança-se uma boa integração do esquema corporal e de atitude, facilitando desta maneira, as atividades diárias gastando menos energia e mudando o comportamento perante a família e na sociedade. Os movimentos ativo-livres são utilizados para manter a elasticidade e contratilidade fisiológica dos grupos musculares participantes; prover estímulos para integridade óssea e articular; aumentar a circulação, prevenir formação de trombos, desenvolver coordenação e habilidades motoras para atividades funcionais. É imprescindível evitar o desenvolvimento de contraturas através de movimentos passivos ou ativos que mantêm a variação articular e o comprimento muscular. Os movimentos passivos ou passivos , por auxiliar a circulação, também são necessários para evitar a trombose venosa, que pode ser uma complicação pela perda do movimento e do efeito de bomba muscular. Caso ocorra formação de um trombo e seu deslocamento, pode provocar embolia pulmonar, ocasionando a morte deste doente. Com os exercícios passivos ou ativos manteremos a extensibilidade muscular e impedem a redução adaptativa desse músculo. Em relação à fase terminal ou grave na imobilização prolongada, há uma diminuição da capacidade muscular, levando a síndrome do imobilismo, logo as técnicas fisioterapêuticas, dentre eles os movimentos passivos ou ativos, servem para promover atenuação e manutenção das funções articulares dando melhores condições de mobilidades as estruturas musculares. Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4120 Estudos tem evidenciado que os movimentos passivos ou ativos são essenciais para evitar contraturas, manter a extensibilidade do músculo e impedir redução adaptativa em doentes que estão incapacitados de mobilizar-se. Os casos mais recentes de Alzheimer, podem beneficiar-se de exercícios em grupo com pesos e bolas, por exemplo, ou mesmo fazer natação ou hidroginástica e alongamentos muscular, exercícios simples para pessoas com Alzheimer na fase inicial ou intermédia da doença incluem: Andar pela casa ou dançar; Colocar uma bola de plástico em cima da cabeça e tentar equilibrar; Treinar o escovar os dentes e pentear o cabelo; Apertar botões da blusa, camisa ou agasalhos; Ficar num pé só com apoio e andar de lado. 6 RESPIRATÓRIA A abordagem da Fisioterapia Respiratória na Doença de Alzheimer na fase terminal ou grave torna-se extremamente necessária devido aos riscos da pneumonia e de seu prolongamento no leito. A retenção de secreções pode interferir na ventilação e difusão de oxigênio e dióxido de carbono, contudo, as técnicas de remoção de secreções podem otimizar as capacidades de ventilação e consequentemente as trocas gasosas; a vibração, que é uma manobra brusca à caixa torácica ao longo de toda fase expiratória da respiração serve para acelerar a remoção de secreções por meio de sistema de transporte mucociliar; e finalmente a tosse é o principal mecanismo de remoção Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4121 dessa secreção, quando possível ser realizada pelo doente, ou com manobras na fúrcula pelo fisioterapeuta. Vale ressaltar que nesta última fase da DA, priorizam-se o conforto do idoso e a minimização de todas as complicações que possam estar presentes, principalmente as associadas a mortalidade nessa população. 7 PESQUISA Ressalta-se que no campo da Fisioterapia ainda verifica-se escassez de estudos no Brasil, voltados para a temática da conduta fisioterapêutica,bem como a ética na Doença de Alzheimer. Em idosos nos três estágios da doença, necessitamos de novos estudos para evidenciar condutas mais eficazes aos aspectos apontados na referida doença. 8 O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA (ÉTICA) Esse princípio é adotado em todas as teorias éticas e é considerado o mais importante. Na sua origem grega, a palavra autonomia significa autogoverno; com o tempo esse termo abrangeu os indivíduos, agregando diversos sentidos referentes, a governar-se a si próprio. A autolegislação ética do ser humano consiste em dar a si mesmo a lei moral. “A autonomia constitui a pessoa humana como independente”. As teorias de autonomia desenvolvidas nos discursos teológicos, político, social, psicológico e ético produziram multiplicidade de significados, mas todas elas consideram duas condições essenciais: a liberdade, caracterizada pela independência de influências controladoras; e a qualidade de agente caracterizada pela capacidade de agir intencionalmente. O entendimento sobre autonomia compreende os direitos individuais, a liberdade de eleição, a privacidade e a independência de interferências externas. A autonomia como princípio da teoria principialista parte do entendimento de que a liberdade e a capacidade de agir das pessoas são condições essenciais para o processo de tomada de decisões no cuidado em saúde. A decisão autônoma dos indivíduos deve ser assegurada pelos profissionais por meio de informações esclarecedoras e do estímulo e voluntariedade do doente. O acesso de informações é o estabelecimento do diálogo em um contexto democrático, tem como objetivo capacitar o doente para adotar posição ativa, visando a superar seu senso de dependência e obter maior controle possível sobre o procedimento que deseja se submeter. Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4122 A rejeição de ações médicas paternalistas promoveu a adoção do princípio da autonomia, por meio do reconhecimento de que os indivíduos são capazes de decidir sobre seu próprio bem e que, portanto, devem ser consultados para obter o seu consentimento. A autonomia deve ser compreendida como dever absoluto de respeitar a livre determinação das pessoas, contrapondo-se ao paternalismo sedimentado no campo da atenção em saúde. Autonomia está investida de grande legitimidade moral, pois, para serem autônomas, as pessoas devem ter capacidade de compreensão, raciocínio, deliberação e de escolha independente. Tom Beauchamp e James Childress assinalam que a autonomia das pessoas pode estar limitada por diferentes fatores, como a presença de doenças, a ignorância, a coerção, ou outras restrições as suas opções pessoais. No campo da saúde, a autoridade do profissional sobrepõe-se à dos doentes, em razão da condição de dependência destes dos cuidados requeridos. Esses autores afirmam que é preciso “respeitar um agente autônomo e no mínimo reconhecer o direito dessa pessoa de ter suas opiniões, fazer suas escolhas e agir com base em valores e crenças pessoais”. Esse princípio tem expressão na obtenção do consentimento informado (Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento, no Brasil), que assegura os direitos do doente e protege sua autonomia. Respeitar o outro inclui o esforço para encoraja-lo e capacita-lo a emitir sua opinião no que se refere aos seus próprios interesses. Fonte: SOARES R. Fisioterapiasua História e Síntese da Conduta Profissional, e Noções Básicas de Ética e Bioética. Ed. Buqui – 2017 – pg 366-367 9 CONCLUSÃO A Fisioterapia com humanismo e ética é essencial para manter uma melhor qualidade de vida para o portador de DA, pois através de suas técnicas auxilia na manutenção das capacidades funcionais do doente e reduz o aparecimento de complicações referentes à imobilização no leito. Assim, observa-se a necessidade da conduta fisioterapêutica que é indispensável para idosos acometidos de DA, em qualquer fase da doença o mais precoce possível. REFERÊNCIAS Brazilian Journal of health Review Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 5, p. 4116-4123 sep./out. 2019. ISSN 2595-6825 4123 1. Ely JC, GraveM. Estratégias de intervenção fisioterapêutica em indivíduo portador de doença de Alzheimer. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano 2008; 5(2):124-31. 2. Melo MA, Driusso P. Proposta fisioterapêutica para os cuidados de portadores da Doença de Alzheimer. Envelhecimento e saúde 2006; 12(4):11-18. 3. Piermartiri TCB, Bezerra NC, Hoeller AA. Efeitpreventivo da fisioterapia na redução da incidência de quedas em pacientes com Doença de Alzheimer. Rev. Neurocienc 2009; 17(4): 349-55 4. Saúde em movimento. Fisioterapia na Doença de Alzheimer.[citado 2011 Fev 11]. Disponível em: http://saude-gv.xpg.uol.com.br/danielaargolo.htm. 5. Rauchbach R. Atividade física para terceira idade. Curitiba: Lovise; 1990. 6. SOARES R. Fisioterapia sua História e Síntese da Conduta Profissional, e Noções Básicas de Ética e Bioética. Ed. Buqui – 2017 – pg 366-367
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